Você está na página 1de 15

A n álise s sobre pensam ento social e p o lítico brasileiro

Maria Tereza Sadek R. de Souza

Um exam e da bibliografia existente sobre o Além disso, a preocupação com o valor de


pensam ento social e po lítico brasileiro sur­ verdade das idéias era mais im portante que o
preende-nos pela grande quantidade de obras estudo propriam ente d ito das obras e autores.
publicadas nos últim os anos. Pode-se m esm o d i­ Assim, os conceitos de consciência de classe, de
zer que a quase totalidade dos títu lo s referentes nação ou ainda o de ciência forneciam os parâ­
ao estudo das ideologias d a ta da década de 70. m etros do conhecim ento verdadeiro em oposi­
Este fa to testem unha um a apreciável revitaliza­ ção ao sentenciado com o falso.
ção desta área de estudos. O que provocou esta Deve ser salientado, n o e n ta n to , que não
alteração? A credito que o fa to r principal fo i o com preenderem os devidam ente as atitudes res­
redim ensionam ento da produção ideológica no ponsáveis pela caracterização d a ideologia social
conju n to de variáveis responsáveis pela explica­ e p o lítica com o algo sem vigor, se não atentar­
ção do desenrolar da vida econôm ica, social e m os, com o a p o n ta Bolivar L am ounier, que
política. A questão com plem entai tam bém se “não se trata, apenas, d e insuficiência concei­
im põe: o que justificou o pequeno interesse, até tuai e m etodológica; o u antes, insuficiências
alguns anos atrás, p o r este tip o de pesquisa? desse tipo não se apresentam ( . . . ) desvincula­
A resposta a este tipo de indagação não é das de razões históricas m ais substantivas”
simples, sobretudo porque envolve, com o suge­ (1977:347).
rido acim a, a discussão do “ lugar” e “peso” da A redem ocratização de 1945, o descrédito
ideologia nos diversos m odelos explicativos das das idéias autoritárias e totalitárias respondem
ciências hum anas. Não h á exagero em se afirm ar em grande p arte pelo núm ero re strito de obras
que este problem a percorre to d a a produção in­ publicadas. O problem a prim ordial, e n tã o , pare­
telectual. Assistia-se, principalm ente até os anos cia ser o da existência ou não de bases sociais
60, à presença de certas atitudes, que faziam do capazes de sustentar o novo tipo d e E stado.
estudo do pensam ento social e político nacional Atém disso, acreditava-se q u e não havia porque
algo bastante secundário. Para exem plificar, analisar autores que reiteradam ente haviam jus­
basta lem brar o peso dado ao fa to de que o tificado o E stado Novo, quando este deveria
pensam ento brasileiro não era verdadeiram ente agora ser superado, senão esquecido.
nacional, mas m era cópia do que se produzia A ntes, porém , da discussão das atitudes
iios I .UA e na E uropa. Partindo-se deste primei- m encionadas acim a, convém salientar que elas
n> diagnóstico ficava evidente o q u a n to era des- não se confinam às décadas d e 40, 50 e 60, mas
ficicss.írio ao estudo da produção intelectual que são ainda com partilhadas p o r m uitos estu­
tu itsile ir a . diosos. Querem os sim plesm ente apontar que,

fífíí, Kk. de /an e iro , n. 12, p. 7-21, 1982 7


naquele p e río d o , elas têm m uito a ver com o m onográficos sobre pensadores, ensaístas e /o u
relativam ente pequeno núm ero de análises reali­ cientistas. E ste critério m ais am plo, repetim os,
zadas e com o baixo grau d e legitim idade desta não leva em c o n ta o que cada analista entende
área de interesse. por ideologia, por pensam ento social e político,
E stas atitudes revelam um a variedade bas­ o que nos obriga a a p o n tar orientações, no mais
tan te grande d e orientações, o que nos leva à das vezes b astan te distintas, no interior de cada
discussão de seus paradigm as, bem com o à deli­ um a das categorias. Isto nos rem ete à discussão
m itação e configuração deste cam po de estudo. dos paradigm as e das atitudes citadas acim a
Prim eiram ente, c o n tu d o , é necessário indicar o
critério adotado para a seleção das obras. Paradigmas

 m b ito da Resenha A discussão dos paradigm as nos perm itirá in­


dicar os aspectos valorizados, as diferentes
E stá b astante longe de ser um a questão con­ orientações presentes nas obras de análise sobre
sensual a indicação e justificativa dos lim ites do o pensam ento social e p o lítico , bem com o o seu
tem a - pensam ento social e político. Desde os reconhecim ento ou não com o u m a problem á­
trabalhos pioneiros de Fernando de Azevedo tica. Em ou tro s term os, esta reflexão é capaz de
(1943; 1956), João Cruz C osta (1945; 1956a) e apontar quando a categoria “ideologia” assum e
F lo restan Fernandes (1958) - para só citar os a função de encerrar o assunto ou, ao contrário,
mais significativos esta questão pode ser co­ de abri-lo, de m ostrar a com plexidade do tem a,
locada com o um problem a. O s critérios de in­ a dificuldade d e se ajustar qualquer m odelo a
clusão/exclusão de obras e autores dependerão priori à variedade d e autores e tem áticos.
fundam entalm ente do m odelo de análise ado­ E ste tipo de esforço fo i substancialm ente
ta d o , com o a própria discussão dos paradigmas realizado por W anderley G uilherm e dos Santos
procurará dem onstrar. Assim, para aqueles que (1967; 1970) e Bolivar L am ounier (1 977); por
se guiam pelo critério “nacionalism o” , o recorte isso, basearem os nossa pesquisa fundam ental­
será sem dúvida diferente daquele realizado m ente nos trabalhos desses dois a u to re s.1
pelos que acreditam que o corte essencial está O s artigos de Santos têm o m érito de listar
n a institucionalização das atividades científicas, os estudos recentes dedicados ao exam e da his­
o u ainda dos que crêem q u e a determ inados tó ria das idéias no Brasil e de indagar sobre os
grupos correspondem certas form as de pensar. pressupostos utilizados p o r seus autores, não só
D eixando de lado, por ora, estas divergên­ para a com preensão do pensam ento político e
cias, esta resenha bibliográfica procurará ser o social, com o para os critérios de seleção de cer­
mais abrangente possível, incluindo d esta m a­ to s nom es. A ordenação e a classificação que
neira trabalhos discordantes e n tre si. Provavel­ elabora é b astan te ú til para to d o s aqueles que se
m ente, a tentativa de um levantam ento exausti­ interessam em analisar o pensam ento político-
vo ver-se-á frustrada devido aos inúm eros tex to s social no Brasil. Além do mais, reinicia ele o
e teses dedicados ao tem a nos últim os anos. debate sobre um a problem ática q u e certam ente
A credito, no e n ta n to , cham ar atenção para as foi relegada a um plano de m enor im portância.
principais orientações e para as publicações Santos assinala a existência de dois m odelos
mais im portantes. interpretativos básicos: o cientificista e o nacio­
E ste levantam ento bibliográfico versará, nalista.
pois, sobre estudos e análises sobre o pensam en­ L am ounier, além dos m odelos interpretati-
to social e político brasileiro, entendendo por vos considerados e analisados p o r Santos, dá
isto apenas os estudos de discursos m anifestos, atenção ainda p a ra dois outros: o “ classista” e o
form alizados e razoavelm ente articulados. Não do “autoritarism o esclarecido” . No e n ta n to ,
incluirem os obras cuja preocupação é descrever como este últim o apresenta um a vinculação um ­
e /o u in terp retar consciência de grupos - sejam bilical com o historicism o-nacionalista dos anos
eles operários, em presários, estudantes, m ulhe­ 50, não irem os discuti-lo separadam ente.
res etc. - , a não ser que elaboradas em sistemas Farem os referência tam bém ao m odelo da
estruturados de idéias. T am bém não com porão “ conciliação” . É im portante, ainda um a vez,
este inventário livros de m em órias e biografias. q u e se m arque que os paradigm as q u e irem os
Estão incluídos neste levantam ento trabalhos analisar não se referem necessariam ente ao m es­
de reflexão geral sobre o tem a; antologias sobre m o perío d o histórico. A distinção mais signifi­
o pensam ento nacional; análises de correntes, cativa pode ser apontada em relação ao para­
doutrinas, escolas, instituições, grupo d e a u to ­ digma da conciliação, que é pensado sobretudo
res; análises de discursos presidenciais e estudos em função do Im pério.
I. Paradigma da Institucionalização da A tiv i­ Fernandes defende a tese de que, em bora o
dade Científica term o sociologia ten h a sido utilizado no Brasil
h á algum tem po, “ o contexto em que sem elhan­
te uso episódico e literário do vocábulo se p ro ­
Os adeptos deste m odelo interpretativo atri­ cessava não possuía ( . . . ) nenhum a intenção de
buem “basicam ente à institucionalização das análise positiva, m esm o assistem ática”
atividades científico-sociais ( . . . ) o caráter de (1 9 5 8 a :189).
divisor de águas e n tre o perío d o pré-científico e Para este analista, acreditar na existência da
o período cien tífico da p rodução intelectual sociologia, antes que esta disciplina corresponda
brasileira” (Santos, 1967: 185). E sta visão e traduza um saber racional, nada mais é do que
abriga em si um a luta e n tre o “ certo” e o “erra­ o resultado da utilização de critérios extra-
d o ” , do verdadeiro co n tra o falso, ou ainda da científicos para o exam e de um a atividade que
Ciência contra a banalidade expressa p ela ideo­ efetivam ente só existe quando obedece a câno­
logia. Não h á possibilidade, neste arranjo, de se nes científicos positivos. Os critérios extra-
perceber a existência de sistemas teóricos alter­ científicos são vistos com o de senso com um e
nativos se enfrentando. Ao contrário, a ru p tu ra coincidem com um estágio pré-científico do
consagrada com o aparecim ento das instituições saber racional. A penas a utilização destes crité­
científicas faz com que o passado seja o lugar rios perm itiria e explicaria a inclusão da p ro d u ­
das coisas não apenas m ortas, m as já nascidas ção intelectual de ensaístas que nada têm de
sem vida. Suas cinzas sequer servem para ferti­ sociólogos. D este p o n to de vista, não haveria
lizar o nascedouro da ciência. nenhum interesse em enfocar e analisar esta
Santos, referindo-se à sim plicidade desta produção cujo traço essencial é ser não cienti­
perspectiva, critica-a com um argum ento que
fica.
visa colocá-la em xeque: “ a historiografia que A única concepção que Fernandes considera
ordena o passado em função do presente, e válida é a que se baseia n um a definição positiva
assumindo o presente com o o ‘m o d ern o ’, está do estudo sociológico. Devendo-se acrescentar
desarm ada para entender as exatas articulações ainda que, d urante to d a a fase pré-científíca -
de desenvolvim ento intelectual da hum anidade. que se estende p o r um longo perío d o de quatro
A rigor, está desarm ada até para entender o séculos, ou seja, da colonização a té o início do
presente” (Santos, 1 9 6 7 :1 8 6 ). século XX o saber utilizado não respondia às
E sta tipologia traz com o resultado im por­ exigências da situação histórico-social. Ao con­
ta n te o real im pedim ento do estudo do pensa­ trário , com o era im portado do m undo europeu,
m ento p o lítico e social que se desenvolveu ou era desprovido de dinam ism o próprio. Não
que se desenvolve fora dos m arcos postulados houve, assim, entre nós, a form ação de “ um
pelos cânones científico-acadêm icos. E isso de saber racional autônom o, capaz de evoluir co­
m odo ainda mais c o ntundente se este se p ro ­
m o um a esfera especializada de atividades inte­
duziu anteriorm ente àquela institucionalização.
lectuais. D a í a necessidade de apelar para os
Santos inclui neste tipo de análise as obras
centros exógenos de produção de saber racio­
de Costa Pinto e Carneiro (1 9 5 5 ), de Djacir nal, to d a vez que as exigências da situação his­
Menezes (s/d ), de F ernando de Azevedo (1943 tórico-social tornavam aconselhável o u inevitá­
e 1956), de F lorestan Fernandes (1958a, vel c recurso a técnicas e a conhecim entos que
1958b) e de A lm ir de A ndrade (1941). Este possuíssem fundam ento racional” (1958a:
m odelo interpretativo acha-se b astante d ifun­ 183).
dido e talvez se possa m esm o afirm ar ser ele o Possuindo o Brasil, com o as dem ais nações
mais conhecido e divulgado, pelo m enos até a subdesenvolvidas, um a disposição insuficiente
década d e 50. Para am pliar e ilustrar sua p re ­ de recursos racionais, ta n to de pensam ento
sença poderiam tam bém ser aqui lem brados os com o de ação, este dram a só será superado com
trabalhos de D ante Moreira Leite (1 9 5 4 ), João a im plantação de cursos superiores. Isto se veri­
Cruz C osta (1 9 4 5 ; 1956a; 1960) e Eliseu Véron fica apenas quando a sociedade baseada no re­
(1970). gime de classes substitui a sociedade que se sus­
De todos os autores classificados com o re ­ tentava no regim e escravocrata e senhorial.
presentantes desta periodização, que tem por Atinge-se, a p a rtir de en tão , um a fase em que o
base a institucionalização das atividades cien­ pensam ento racional expressa um a form a de
tífico-sociais, é F lorestan Fernandes quem m e­ consciência capaz de explicar as condições obje­
lhor ilustra aquele padrão de argum entação. Por tivas de existência. As ciências sociais passam
isso, vale a pena se d e te r um pouco neste autor então a ter um papel a desem penhar na socie­
e acom panhar a sua argumentação. dade, chegando o a u to r a afirmar que “as ciên­

9
cias sociais só podem se to rn a r verdadeiram ente entre estes e o m odo com o expressam seus in te ­
úteis à coletividade q u ando as atividades de en­ resses. Por isso, o crítico é definido com o aque­
sino, d e pesquisa, de sistem atização teórica e de le que é “ capaz de enxergar o significado indi­
aplicação podem ser organizadas institucional- reto ou im plícito do p ro d u to intelectual, o u [o
m ente, desenvolvidas de form a c o n tín u a e que é] capaz de surpreender as verdadeiras Tor­
orientadas de acordo com m otivos teóricos ou ças m otrizes’ que m ovem o p ro d u to r” (1957:
práticos que aconselham a realização de d eter­ 30).
m inadas pesquisas, independentem ente das Na m edida em que a tare fa do pesquisador
preferências individuais dos próprios investiga­ está em conseguir inter-relacionax o p ro d u to
dores” (1958b: 19, 20). com o p ro d u to r, a distinção entre ciência e
Fernandes não apenas trabalha com a polari­ ideologia passa a ser concebida na ótica da vin-
dade ciência-não ciência, c o m o não vê po rq u e culação ou não com interesses particulares de
te r com o preocupação, ou com o objeto de es­ grupos sociais. Isto é, a teorização sobre a rea­
tu d o , o que se encontra no polo da não ciência. lidade é ideológica quando expressar um a visão
Analisar este polo, que é o das “ trevas” , seria, parcial, sectária, partidária, que tem por função
em ú ltim a instância, reforçar um a atitude já justificar os propósitos específicos de um a ca­
superada, seria não perceber, ou até m esm o não m ada ou de um a classe social. A visão globali-
incorporar a m udança qualitativa q u e se p ro ­ zante, ao contrário, é capaz de chegar à com ­
duziu no pensam ento brasileiro, a partir da cria­ preensão totalizan te do processo histórico,
ção de instituições voltadas para a elaboração opondo-se p o r esta razão à prim eira e consti­
das ciências sociais. Seria, enfim , rep etir o que tuindo-se num a form a diferente de teorização -
foi abandonado e relegado ao esquecim ento no a sociológica ou científica.
p e río d o das “ luzes” . Mas, qual o critério de cientificidade, ou o
que perm ite que a sociologia transcenda a ideo­
logia? Uma prim eira resposta pode ser captada
2. Paradigma do “N acionalism o" na apreensão do aspecto econôm ico. Isto é , a
ausência de consideração deste aspecto no dis­
Este paradigm a encontra em G uerreiro Ra­ curso ideológico explicaria a sua lim itação. No
m os um dos seus m elhores intérpretes. Por isso e n ta n to , o que dá a este aspecto o seu peso
utilizarem os os trabalhos deste au to r para verdadeiro é q u e, a partir dele, tem-se a possibi­
exem plificá-lo. T entarem os expor seus argu­ lidade de se atingir o que o a u to r denom ina
m entos, bem com o as lim itações deste m odelo, “sentido nacional” , em oposição a interesses
que obteve expressão significativa sobretudo privados e grupais. A superação de interesses
nas análises produzidas sob a orientação do particularistas indicaria um a “ transideologiza-
ISEB. ção” e garantiria a apreensão da dinâm ica so­
A m udança de argum entação é qualitativa e cial.
as proposições desenvolvidas colocam o tem a - Tem-se um a com binação de critérios nas
pensam ento social e p o lítico - em o u tra dim en­ obras de R am os: um essencialm ente objetivo e
são. O im p o rtan te não é o m om ento no tem po o utro de ordem m etodológica. O u seja, a em an­
em que se rom pe com o pensam ento não cien­ cipação intelectual só tem algum a probabilidade
tífic o , ou se o pensam ento é im portado, ou se de verificar-se quando as condições objetivas
inadequado à realidade, ou ainda a busca dos (diferenciação das classes sociais, expansão da
padrões positivos de cientifícidade. industrialização, crescim ento do m ercado inter­
R am os relaciona os esforços de teorização no) propiciam um a superação da visão restrita,
sobre a realidade à dinâm ica social. Estes esfor­ caracterizador? da consciência parcial. Este
ços são constantes, sendo p orém mais acentua­ prim eiro critério é com binado com o u tro , onde
dos nos p erío d o s de crise, quando a m udança é o m étodo utilizado seria igualm ente im por­
inadiável. O cerne da explicação é buscado na tan te . Assim, à indução ou à dedução, enquanto
funcionalidade das idéias. O analista deve trans­ procedim entos m etodológicos, corresponderiam
cender as teorizações, “apreciando as conexões respectivam ente a possibilidade de um saber
objetivas dos que delas se utilizam ” , um a vez totalizante ou de um saber fragm entário. Leva-
que “as doutrinas, na luta partidária no Brasil, nos o a u to r, desse m odo, a um a análise interna
têm servido para cam uflar as intenções e os dos pro d u to s intelectuais.
propósitos” de seus portad o res (R am os, 1957: A consciência nacionalista, ou nuances dela,
37). indicam em que se d eter, perm anecendo o que
Se o que está em jogo são interesses de gru­ há de alienado sob o ró tu lo d e m eram ente ideo­
pos, ao intérprete im porta descobrir a relação lógico, porque referido im ediatam ente a inte­

10
resses grupais ou classistas. O problem a que que tem os num lim ite a ideologia sendo vista
resta, mesmo adm itindo as possibilidades aber­ essencialm ente com o o m odo de cam uflar, de
tas, 6 q u e, vendo-se o passado em term os de iludir, im portando m enos com o a realidade é
“ colonial” , exclui~sc “ a necessidade de pesqui­ m ascarada, do que a denúncia da função de
sar os nomes que com põem o patrim ônio cultu­ acobertar o caráter explorador e irreconciliável
ral brasileiro, visto que todos estariam subm e­ existente entre as classes sociais. N outro, tería­
tidos à m esm a fatalidade de serem alienados” mos a procura do que leva à aceitação de discur­
(Santos, 1967: 1 8 9 -1 9 0 ). O esquem a de G uer­ sos, que trazem em si a garantia do dom ínio.
reiro R am os está ideologicam ente orientado por
sua visão de “ nacionalism o” . Por isso, o que Exem plificando:
tem real significado no passado é o que o pre­
sente identifica com o “ m om entos parciais, cuja - Franco (1976) polem izando com
progressão histórica a p o n ta para o conheci­ Schwarz (1973) dem onstra que “ as idéias estão
m ento cabal através da ciência, o u , m ais exata­ no lugar” , um a vez que encontram suas raízes
m ente, da consciência nacionalista” (Lam ou- nos fundam entos econôm icos de um a sociedade
nier, 1977: 3S0). centrada na produção do lucro. Elas têm por
função prim ordial encobrir e inverter as coisas,
sustentando a dom inação. E m estudo poste­
3. Paradigma “Classista” rior, ao analisar a ideologia isebiana, radicaliza
ainda mais seus argum entos, afirm ando: “ toda
Neste m odelo, a questão da ideologia, com ideologia do ISEB foi co n stru íd a de modo
freqüência, surge com o um problem a de identi­ exem plar com o desdobram ento de um a ilusão
ficação dos grupos ou classes sociais aos quais essencial ao m odo capitalista de produção, isto
corresponderia determ inado discurso político- é, que as relações entre trabalhador e capitalista
social. “ O procedim ento padrão (. . .) consiste sejam de troca simples, em que am bos obtêm
em tom ai um autor ou grupo de autores e ajus­ um equivalente” (1 9 7 8 :1 9 1 ).
tar ao conteúdo m anifesto de suas obras os - Na m esm a perspectiva, T oledo (1977)
modelos clássicos — vale dizer, europeus do analisa o pensam ento nacional desenvolvimen-
século XIX - do pensam ento ‘conservador’, tista, vendo na ideologia do ISEB um exem plo
‘pequeno-burguês’, ‘reacionário’ e tc. Via de de ideologia burguesa, um discurso ideológico
“ falso” , p o r ocultar as contradições de classe e
regra, o intérprete que assim procede não se vê
obrigado a explicitar de antem ão os com ponen­ defender o capitalismo,
tes do m odelo, contentando-se em ‘reconhe­ - Chasin (1978), ao analisar o pensam ento
cê-lo ’ ou presum i-lo sabido e com partilhado do Plínio Salgado, nega o conteúdo fascista do
pelo leitor (. ..) . As posições variam entre a integralismo, e m função de um a priori - o
aplicação mecânica de esquem as clássicos à fascismo é um fenôm eno de expansão do capi­
guisa de descrição da e strutura de classes e a talism o tardio e nao do hiper-tardio. Afirm a: “ o
negação de sua aplicabilidade, através de alusões fato de Plínio Salgado não ter construído um a
à ‘im aturidade’ ou à ‘incipiência’ das classes ideologia fascista é m uito m enos m érito seu do
na form ação social brasileira” (Lam ounier, que conseqüência de um a im possibilidade obje­
1977: 352). tiva à qual estava subordinado” (1978:89).
Há um a vertente mais com plexa, que nao é Os exem plos podem ser m ultiplicados:
um a sociologia mannheimiana e sim resultante Schwarz (1973), Rom ero (jl970), S o d ré (1 9 6 5 ,
de com o se apreende a função da ideologia na 1970), lanni (1975), Carone (1977), C hauí
totalidade capitalista. A caracterização do fenô­ (1978), Marson (1979), Borges (1979).
m eno ideológico com o super-estrutural faz com O risco desta perspectiva, ressalvada a im ­
que a força explicativa esteja na infra-estrutura, portância de sua hipótese de trabalho,é acabar
na divisão da sociedade em classes, nas conside­ por transform ar o "pensam ento” num epife-
radas condições determ inantes do pensam ento. nôm eno, u m a vez que sua configuração estaria
Inúm eros trabalhos, de qualidade diferente, inteiram ente contida nas relações econôm ico-
podem ser incluidos nesta perspectiva: desde sociais. Ou ainda, to rn ar a questão da produção
aqueles onde se encontram respostas suficientes intelectual algo sem vigor, entendendo que to d o
e satisfatórias sobre o pensam ento social e p o lí­ o problem a resume-se a questões relacionadas
tico, não no seu p róprio seio, mas no âm bito ao jogo conflitivo de grupos, devendo o analista
das relações de produção, até os mais sofisti­ ter p o r tarefa, sim plesm ente, a im putação de
cados, onde é salientada a funcionalidade ideo­ quais seriam os verdadeiros interesses objetivos
lógica da dom inação. Sim plificando, diríam os de cada um a das partes em luta.

11
4. Paradigma da “Conciliação” Os A n o s 60, 70: um novo
interesse pelo tem a
A análise calcada neste paradigm a tem por
pressuposto básico a crença na natureza não Esforços recentes têm se pautado pela exis­
inerente, m as tem porária, do conflito decor­ tência de um a problem ática no âm bito da p ro ­
rente das relações sociais. Existiria na sociedade dução intelectual, quebrando, p o r assim dizer,
um rol bastante am plo de interesses possíveis de um a prática que teve início com a redem ocra-
serem ajustados. A harm onia sem pre te rá chan­ tização de 1945. Naquele período, a ciência
ces de ser buscada e dependerá sobretudo de social brasileira buscava, quase exclusivam ente,
habilidade política. explicações de ordem estrutural, dando pouca
atenção aos fenôm enos classificados como
O fenôm eno ideológico, longe de ser um super-estruturais. É de justiça que se faça exce­
problem a de m enor im portância, é apreendido ção aos trabalhos de G uerreiro Ram os, nos
com o relevante paia a com preensão da vida so­ quais encontram os análises críticas sobre o pen­
cial, pois provoca conseqüências objetivas tanto sam ento autoritário dom inante nas décadas de
na estru tu ra de poder com o no sistem a de estra­ 20 e 30. E n tretan to , suas preocupações não
tificação social. fizeram escola.
No final dos anos 60, houve um a notável
Destaca-se, pois, os m ecanism os através dos
revitalização do interesse pela análise de nossa
quais se realiza o equilíbrio de correntes ideoló-
produção intelectual e em particular p o r aquela
gico-partidáiias opostas em confronto. A pes­ dos teóricos autoritários. Este fa to , provavel­
quisa de com o coexistem pensam entos distintos
m ente, tem a ver com dois m otivos bastante
leva à descoberta de “ com prom issos” , respon­
diversos. De um lado, e com o fa to r m enos
sáveis pelo estabelecim ento das regras d» jogo im portante, a busca de justificativas legitima-
p olítico. E a crença de que os que participam
doras para o Estado fru to do golpe de 64. E, de
da arena p o lítica estão dispostos a fazer conces­ outro, um a alteração de ordem m etodológica -
sões salienta o caráter pacífico da disputa polí- a consideração do pensam ento social e político
tico-ideológica, que tem n a violência a opção
como não inteiram ente deduz ível da m era iden­
m enos preferível.
tificação do grupo social a que corresponderia,
Poderíam os dizer que nesta abordagem h á a com o não totalm ente com preensível a p a rtir de
convicção de um a com patibilização ilim itada de parâm etros fornecidos p o r m odelos de cientifi-
interesses e de um a possibilidade infindável de cidade, ou p o r traços im putáveis a um a cons­
flexibilidade do sistem a político de absorver ciência “ verdadeira” .
tensões. No prim eiro caso encontram os trabalhos de
caráter nitidam ente ideológico, onde a volta aos
É necessário que se aponte, no interior deste teóricos autoritários não im plica n u m a análise
m odelo, a existência de pelo m enos duas verten­ interna de suas proposições, mas principalm ente
tes. Uma, m enos sofisticada, vê a história brasi­ num a justificativa da necessidade do Estado
leira com o fa ctualm ente conservadora. Esta ver­ Forte. Busca-se argum entos “ de autoridade”
tente cai, m uitas vezes, no sim plesm ente lauda- para descartar a experiência dem ocrática, apon­
tório, destacando a ausência de revoluções, de tando-a como a exceção, com o o predom ínio
conflitos insuperáveis, cham ando atenção para da irracionalidade. O ensaio de Queiroz (1975)
o caráter cordial do h om em brasileiro. O utra sobre Oliveira Vianna é exem plar.
vertente, com mais cautela, fundam enta-se num a A im portância dada a elem entos mais con­
idéia teoricam ente fru tífe ra , porque enraizada jun tu rais e mais im ediatam ente ligados ao fun­
n um a concepção sofisticada do “ p o lítico ” . cionam ento do regim e fez com que se reco­
Neste caso, os com prom issos são salientados nhecesse no pensam ento social e político um
e nquanto estratégias de negociação, enquanto problem a perfeitam ente legítim o e indispen­
resultados de barganhas n a luta político-parti- sável para a com preensão da vida social. A aná­
dária. lise interna dos discursos tom ou-se tarefa obri­
gatória. Além dos já m encionados trabalhos de
E ntre as obras que vêem na “ conciliação” a Santos e Lam ounier, podem ser aqui lem brados
m elhor resposta adaptativa às condições econô­ com destaque as análises de A lcântara (1967)
micas e sociais do país, poderíam os lem brar sobre Azevedo Amaral e de Trindade (1974)
Conciliação e R eform a de José H onório Rodri­ sobre o Integralismo.
gues e A Consciência Conservadora no Brasil de E interessante no tar, no conjunto das obras
Paulo M ercadante. produzidas neste p e río d o , o núm ero expressivo

12
cie títu lo s sobre os teóricos autoritários. Vinte e área de pesquisas, bem com o propiciou uma
cinco por cento das análises desenvolvidas foca­ revisão de nossa historiografia. Neste sentido é
lizam as obras de Alberto Torres, Oliveira im portante que se sublinhe o reexam e de inter­
Vianna, Azevedo Amaral e Francisco Campos. pretações históricas clássicas e de m odo singular
A quantidade de estudos recentes sobre o aquela sobre a revolução de 1930.
tem a testem unhou o redim ensionam ento desta

N o tas

1. O propósito de fazer um balanço crítico de nossa produção intelectual pode tam bém ser encon­
trado cm: Ianni (1975); M artins (1977a, 1977b, 1977c, 1978a, 1978b); Mota (1977); Paim
<1974, 1979); Saldanha (1968, 1 9 7 9 );S o d ré (1970); Vita (1968) e de m aneira bastante exaus­
tiva, incluindo os tex to s de autores-fonte em Mendes (1981).

B ibliografia

Abreu, Jaym e et alii


1960 Anísio Teixeira: P ensam ento e Ação. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

Albuquerque, Manuel Mauricio de


1981 Pequena História da Formação Social Brasileira. Rio de Janeiro, Graal.

A lcântara, Aspásia B.
1967 “ A Teoria Política de Azevedo Am aral” . Dados, n. 2/3.

Alves Filho, Aluisio


1977 F undam entos m etodológicos e ideológicos do pensam ento p o lítico de Oliveira
Vianna. Tese de Mestrado ao IU PERJ, m imeo.
1979 Pensamento P olítico no Brasil (Manoel B onfim : um ensaísta esquecido). Rio de Ja ­
neiro, Achiamé/Socii.

Andrade, Almir de
1941 Formação dda Sociologia Brasileira: os primeiros estudos sociais no Brasil - séculos
X VI, X V II e X VIII. Rio de Janeiro, José Olym pio Ed.

Arruda, A ntonio de
1980 E.S.G. - História de sua doutrina. Rio de Janeiro, GRD/INL/M EC.

Azevedo, Fernando de
1943 A Cultura Brasileira - Introdução ao E stu d o da Cultura n o Brasil. São Paulo, IBGE.
1956 A s Ciências no Brasil. São Paulo, M elhoram entos.
1958 “ A Universidade de São Paulo” . Ensaios Paulistas. São Paulo, Anhem bi.

Barreto, Vicente
1977 Ideologia e Política no Pensamento de José Bonifácio. Rio de Janeiro, Zahar.
1979 “ O A bsolutism o Português e os Prim órdios da Idéia Libera! no Brasil” , em A dolpho
Crippa (org.), A s Idéias Políticas no Brasil. São Paulo, Ed. Convívio.

Barros, Alexandre S. C
1976 “ A Form ação das Elites e a Continuação da Construção do Estado Nacional Brasi­
leiro” . Dados, n. 15.

13
Barros, Roque Spencer Maciel de
1959 “ A Ilustração Brasileira e a idéia de Universidade” . B oletim 2 4 1 /2 , U.S.P.
1971 Introdução à Filosofia Liberal. São Paulo, Grijalbo/USP.
1973 A significação educativa do rom antism o brasileiro: Gonçalves de Magalhães. São.
Paulo, Grijalbo/USP.
1979 “ O pensam ento po lítico Positivista no Im pério” , em A. Crippa (org.), A s Idéias P olíti­
cas no Brasil. São Paulo, Ed. Convívio.

Biocca, E ttore
1974 Estratégia do Terror. Lisboa, Iniciativas Editoriais.

Borges, Vavy Pacheco


1979 Getúlio Vargas e a Oligarquia Paulista. São Paulo, Brasiliense.

Bresciani, Maria Stela


1973 “ A concepção de E stado em Oliveira Vianna” . R evista de História, n. 94.

Campos, E rnesto de Souza


1954 História da Universidade de São Paulo. São Paulo, U.S.P.

Capelato, Maria Helena


1974 A Ideologia Liberal de O Estado de S. Paulo. Tese de Mestrado à USP, mimeo.

Cardoso, Fernando Henrique


1975 A utoritarism o e Democracia. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

Cardoso, Miriam Lim oeiro


1977 Ideologia do D esenvolvim ento: JK - JQ. Rio de Janeiro, Paz e T erra.

Carone, Edgard
1977 O Pensam ento Industrial n o Brasil (1880-1945). São Paulo, Difel.

Carvalho, José Murilo de


1978 A Escola de Minas de Ouro Preto: o Peso da Glória. São Paulo, Cia. E ditora Nacional.

Cerqueira Filho, Gisálio


1978 A influência das idéias socialistas no pensam ento po lítico brasileiro - 1890/1922.
São Paulo, Loyola.

Chacon, Vamireh
1965 História das Idéias Socialistas no Brasil. R io de Janeiro, Civilização Brasileira.
1979 “ 0 A utoritarism o Político n a R epública” , em A. Crippa (org.), A s Idéias Políticas no
Brasil. São Paulo, Ed. Convívio.

Chasin, José
1978 O Integralism o de P línio Salgado — Forma de regressividade no capitalismo hiper-tar-
dio. São Paulo, Ciências Hum anas Ed.

C hauí, Marilena
1978 “ A pontam entos para um a Crítica da Ação Integralista Brasileira” , em M. Chauí,
Ideologia e M obilização Popular. R io de Janeiro, Paz e Terra/CEDEC.

Coelho, E dm undo Campos


1976 E m busca de identidade ~ O exército e a política na sociedade brasileira. Rio de
Janeiro, Forense.

14
C om blin, Joseph
1978 A ideologia da segurança nacional. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

Corbisier, Roland
1958 Formação e Problema da Cultura Brasileira. Rio de Janeiro, ISEB.

Costa, João Cruz


1945 A Filosofia no Brasil. Porto Alegre, G lobo Ed.
1956a Contribuição à História das Idéias no Brasil. Rio de Janeiro, José O lym pio Ed.
1956b O P ositivism o na República (Notas sobre a História do P ositivism o no Brasil). São
Paulo, Cia. E ditora Nacional.
1960 Panorama da História da Filosofia no Brasil. São Paulo, Cultrix.
1962 “ As Transform ações do Pensam ento Brasileiro no Século XX e o Nacionalism o” .
R evista Brasiliense, n. 40.
1971 “ Introdução ao E studo do Pensam ento Brasileiro” . I Seminário de E studos Brasilei­
ros. São Paulo, IEB/USP, mimeo.

Debert, Guita Grin


1979 Ideologia e Populismo. São Paulo, T. A. Queirós Ed.

D ebrun, Michel
1959 Ideologia e Realidade. R io de Janeiro, ISEB.
1962 “ O Problem a da Ideologia do Desenvolvim ento” . R evista Brasileira de Ciências
Sociais, Belo H orizonte.

D uarte, Paulo
1977 Julio M esquita. São Paulo, Hucitec.

Durandin, Catherine
1977 “ L’ideologie de la securité nationale au Brésil” . P roblèm es d'A m erique Latine, n.
XLIV.

Faria, L. de Castro
1974 Populações M eridionais do Brasil - P onto de Partida para um aL eitura de Oliveira
Vianna. Rio de Janeiro, Museu Nacional.

Fernandes, Florestan
1958a A Etnologia e a Sociologia no Brasil. São Paulo, Anhembi.
1958b “ O Padrão de Trabalho C ientífico dos Sociólogos Brasileiros” . E studos Sociais e
Políticos, n. 3. Ed. Rev. Brasileira de E studos Políticos.
1975 Universidade Brasileira: R eform a ou Revolução?. R io de Janeiro, Alfa- Omega.

Ferrante, Vera L. B otta


1978 F G TS: ideologia e repressão. São Paulo, Ãtica.

Ferreira, Oliveiros S.
1979 “A Escola Superior de G uerra no Q uadro do Pensam ento Político Brasileiro” , em A.
Crippa (org.),-4s Idéias Políticas no Brasil. São Paulo, Ed. Convívio.

Franco, Maria Sylvia de Carvalho.


1976 “ As Idéias estão no Lugar” . Cadernos de Debate, n. 1. São Paulo, Brasiliense.
1978 “O Tem po das Ilusões” , em M. C hauí e M. S. C. Franco, Ideologia e Mobilização
Popular. Rio de Janeiro, Paz e Terra/CEDEC.

Gandini, Raquel
1980 Tecnocracia, Capitalismo e Educação em A n ísio Teixeira. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira.

15
G entil, Alcides
1938 Idéias de A lberto Torres. 2.a edição. São Paulo, Cia. Editora Nacional-.

Gurgel, Amaral
1975 Segurança e Democracia: uma reflexão sobre a doutrina da ESG . Rio de Janeiro, José
Olym pio 1Cd.

Ianni, Octávio
1975 Sociologia e Sociedade no Brasil. São Paulo, Alfa-Omega.

lglésias, Francisco
1971 “ N atureza c Ideologia do Colonialismo no Século XIX” . História e Ideologia. São
Paulo, Ed. Perspectiva.
1971 “ Estudo sobre o pensam ento reacionário de Jackson de Figueiredo” . História e Ideo­
logia. São Paulo, Ed. Perspectiva.
1971 “ Celso F urtado: pensam ento e ação” . História e Ideologia. São Paulo, Ed. Pers­
pectiva.
1971 “ Pensam ento Político de Fernando Pessoa” . História e Ideologia. São Paulo, Ed.
Perspectiva.
1975 “ A Propósito da Historiografia Brasileira” . Debate e Crítica, n. 5. São Paulo, Hucitec.

Jaguaribc, Hélio
1957 A Filosofia no Brasil. Rio de Janeiro, ISEB.
1958 O Nacionalismo na Atualidade Brasileira. R io de Janeiro, ISEB.

Lam ounier, Bolivar


1968 “ Ideologia Conservadora e Mudanças E struturais” . Dados, n. 5.
1974 “ Ideologia em Regimes A utoritários: Uma crítica a Juan J. Linz” . E studos Cebrap, n.
7.
1974 Ideology and A uthoritarian Regimes: Theoretical Perspectives and a S tudy o f the
Brazilian Case. Los Angeles, University o f California, mimeo.
1977 “ Form ação de um pensam ento político-autoritário na Prim eira R epública: uma inter'
pretação” , em Boris Fausto (org.), O Brasil Republicano III, 2 .° vol. São Paulo, Difel.
1979 “ O ISEB: notas à margem de um debate” . Revista Discurso, n. 9. São Paulo, Ciências
Humanas.
1981 “ Introdução” à 2.a ed. de Azevedo Amaral, 0 Estado A utoritário e a Realidade
Nacional. UNB.

Leite, Dante Moreira


1954 O Caráter Nacional Brasileiro: Descrição das Características Psicológicas do Brasileiro
através de Ideologias e Estereótipos, São Paulo, USP/FFCL, Boletim n. 230, Psicologia n. 7.
1969 O Caráter Nacional Brasileiro. São Paulo, Pioneira.

Lima, A. Sabóia
s/d A lberto Torres e a sua Obra. Rio de Janeiro, Labor Ed.

Lima Sobrinho, Barbosa


1968 A Presença de A lberto Torres. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

Lima, M. Regina Soares de e Cerqueira, Eli Diniz


1971 “ O Modelo Político de Oliveira Vianna” . Revista Brasileira de E studos Políticos, n.
30.

Lins, Ivan
1964 História do Positivismo no Brasil. São Paulo, Cia. E ditora N acional.

16
Linz, Juan
1976 “ O Integralism o e o Fascism o Internacional” . Revista do In stitu to de Filosofia e
Ciências Humanas da UFR GS.
1979 “ Prefácio” à 2.a edição de Helgio T rindade, Integralism o (O fascism o brasileiro na
década de 30) São Paulo, Difel.

Macedo, U biratan Borges de


1977 A Liberdade no Império. O P ensam ento sobre a Liberdade no Im pério Brasileiro. São
Paulo, Ed. Convívio.
1979 “ O Visconde do Uruguai e o Liberalismo D outrinário no Im pério” , em A. Crippa
(org.), A s Idéias Políticas no Brasil. São Paulo, Ed. Convívio.
1979 “ O tradicionalism o no Brasil” , em A. Crippa (org.), A s Idéias Políticas no Brasil II.
São Paulo, E d. Convívio.

M achado, G eraldo Pinheiro


1976 A Filosofia no Brasil. 3.a ed. São Paulo, C ortez e Moraes Ed.

Machado N eto, A. L.
1973 E strutura Social da República das Letras - Sociologia de vida intelectual brasileira.
São Paulo, USP/Grijalbo.

Magalhães, Almeida
1918 Farias Brito e a Reação Espiritualista. Rio de Janeiro, Revista dos Tribunais.

Marson, A dalberto
1979 A Ideologia Nacionalista em A lberto Torres. São Paulo, Duas Cidades.

Martins, Carlos Estevam


1974 Tecnocracia e Capitalismo. São Paulo, Brasiliense.

Martins, Wilson
1977a História da Inteligência Brasileira (1550-1 794). 2.a edição. São Paulo, C ultrix.
1978a História da Ingeligência Brasileira (1794-1855). 2.'à edição. São Paulo, Cultrix.
1977b História da Inteligência Brasileira (1855-1877). São Paulo, C ultrix.
1977c História da Inteligência Brasileira (1877-1896). São Paulo, C ultrix.
1978b História da Inteligência Brasileira (1897-1914). São Paulo, C ultrix.

Medeiros, Jarbas
1978 Ideologia A utoritária no Brasil: 1930-1945. Rio de Janeiro, E ditora da Fundação
G etúlio Vargas.

Medeiros, Jarbas e Vieira, Margarida


1979 “ As Idéias Políticas de Plínio Salgado” , em A. Crippa (org.), A s Idéias Políticas no
Brasil II. São Paulo, Ed. Convívio.

Mendes, Evelyse M. Freire (org.)


1981 Bibliografia do Pensam ento P olítico R epublicano - 1 8 7 0 /1 9 7 0 . Brasília, E ditora da
Universidade de Brasília.

Menezes, Djacir
1957 O Brasil no Pensam ento Brasileiro. Rio de Janeiro, INEP-MEC.
s/d La Science P olitique au Brésil au Cours de 30 D em iéres A nnées. UNESCO - La
Science Politique.
1 971 Idéias contra Ideologias. R io de Janeiro, UFRJ.

M rrcadantc, Paulo
1965 Consciência Conservadora no Brasil: Contribuição ao E studo da Formação Brasileira.
Rio de Janeiro, Ed. Saga.

17
1979 “ O Neoliberalism o do Pós-Guerra” , em A. Crippa (org.), A s Idéias Políticas no Brasil
II, São Paulo, E d. Convívio.

Miceli, Sérgio
1977 Poder, Sexo e Letras na República Velha. São Paulo, Ed. Perspectiva.
1979 Intelectuais e Classe Dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo, Difel.

M ontenegro, J. Alfredo de Souza


1979 “ O Liberalismo Radical no Im pério - C om ponentes Ideológicos de Cipriano B arata” ,
em A. Crippa (org.), A s Idéias Políticas n o Brasil. São Paulo, Ed. Convívio.

Mota, Carlos Guilherm e


1977 Ideologia da Cultura Brasileira (1933-1974). São Paulo, Ática.

M otta Filho, Cândido


s/d A lb erto Torres e o Them a da N ossa Geração. Rio de Janeiro, Schm idt E ditor.

Oliveira, Eliézer Rizzo de


1978 A s forças armadas: política e ideologia no Brasil - 1964-1969. 2.a edição, Petrópolis,
Vozes, ( l . a edição 1976).

Oliveira, Lucia L ippi


1979 E lite Intelectual e D ebate Político nos anos 30. Dados, n. 22.
, 1980 “ As R aízes da O rdem : os Intelectuais, a C ultura e o E stado” . Trabalho apresentado
ao Seminário sobre a Revolução de 1930. Rio IN D IPO /FG V , mimeo.

Padilha, Tarcísio
1971 Filosofia, ideologia e realidade brasileira. São Paulo, Cia. E ditora Nacional.

Paim, A ntonio
1974 História das Idéias Filosóficas n o Brasil. São Paulo, USP/Grijalbo.
1979 “ Socialismo D em ocrático e Socialismo T otalitário” , em A. Crippa, A s Idéias Políticas
n o Brasil II. São Paulo, E d . Convívio.
1979 “ O Pensam ento Político Positivista n a República” , em A. Crippa (org.). A s Idéias
Políticas no Brasil II. São Paulo, Ed. Convívio.
1979 O E studo do Pensam ento F ilosófico Brasileiro. R io de Janeiro, T em po Brasileiro.
1981 “ Lim a Vaz e a Nova Roupagem do V elho Projeto T otalitário” . R evista Convivium,
m arço/abril.

Paiva, Vanilda Pereira


1980 Paulo Freire e o Nacionalism o-D esenvolvim entista. Rio de Janeiro, Civilização Brasi­
leira.

Pereira, Luiz
1971 “ Florestan Fernandes e a Sociologia no Brasil” . E studos sobre o Brasil C ontem po­
râneo. São Paulo, Pioneira.

P into, Álvaro Vieira


1959 Ideologia e D esenvolvim ento Nacional. R io de Janeiro, ISEB.
1960 Consciência e Realidade Nacional. (2 vol.) Rio de Janeiro, ISEB.

Pinto, L. A. Costa e Carneiro, Edison


1955 A s Ciências Sociais n o Brasil. R io de Janeiro, CAPES - série E studos e Ensaios, n. 6.

Prado, Maria Ligia Coelho


1974 A Ideologia d o Jornal O E stado de São Paulo - 1932-1937, Tese de M estrado, USP,
m im eo.

18
Q ueiroz, Paulo E dm ur de Souza
1975 Sociologia Política de Oliveira Vianna. São Paulo, E d. Convívio.

Rabelo, Silvio
1941 Farias Brito ou um a A ventura do E spírito. Rio de Janeiro, José O lym pio Ed.

Ramos, A. G uerreiro
1957 Introdução Crítica à Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro, Andes.
1961 A Crise do Poder n o Brasil. R io de Janeiro, Zãhar.

Reale, Miguel
1949 Posição de R u i Barbosa n o M undo da Filosofia. Rio de Janeiro, Casa de Rui Barbosa.

Rodrigues, A nna M. Moog


1981 “ In tro d u çã o ” a Julio Maria, A Igreja e a R epública. Brasília, UNB.

Rodrigues, José H onório


1965 Conciliação e R eform a no Brasil - Um desafio histórico-político. R io de Janeiro,
Civilização Brasileira.

Rom ero, José Luiz


1970 EI Pensam iento de la Derecha Latinoamericana. Buenos Aires, Paidós.

Rosem berg, M artha


1979 A riel Vencido? O Pensam ento P olítico de Francisco Campos. Tese de M estrado,
PUC/SP, mimeo.

Sadek, Maria T ereza Aina


1978 Machiavel, Machiavéis: a Tragédia octaviana - estudo sobre o pensam ento p o lítico de
Octávio de Faria. São Paulo, Sím bolo.

Saldanha, Nelson
1968 História das Idéias Políticas n o Brasil. Recife, U FPE.
1979 “R ui Barbosa e o Bacharelism o Liberal” , em \ . C rippa, A s Idéias Políticas no Brasil.
São Paulo, Ed. Convívio.
1979 O P ensam ento Político no Brasil. R io de Janeiro, Forense.

Santos, W anderley G uilherm e dos


1962 “ D esenvolvim entism o: Ideologia D om inante” . R evista Tem po Brasileiro, n. 2.
1967 “ A Im aginação Político-Social Brasileira” . Dados, n. 2/3.
1970 “ R aízes da Imaginação P olítica Brasileira” . Dados, n. 7.
1978 “ Paradigm a e História: a O rdem Burguesa n a Imaginação Social Brasileira” . Ordem
Burguesa e Liberalism o P olítico. São Paulo, Duas Cidades.

Schooyans, Michel
1963 D éstin du Brésil. G em bioux, Duculot.

Schwartzm an, Simon


1979 Formação da Comunidade C ientífica no Brasil. São Paulo, Cia. E ditora Nacional.
1980 “ O Intelectual e o Poder: a Carreira P olítica de G ustavo C apanem a” . Trabalho apre­
sentado ao Sem inário sobre a Revolução de 1930, R io, IND IPO/FG V.

Schwarz, R oberto
1973 “ As Idéias Fora do Lugar” . E studos Cebrap, n . 3.
1976 “ As Idéias F ora do Lugar” . M ovim ento, n. 56.

19
Selcher, Wayne
1977 “ T he N ational Security. D octrine and policies o f the brazilian governm ent". Military
Issues Research M em orandum .

Silva, M. Beatriz Nizza da


1979 “As Idéias Políticas de Silvestre Pinheiro F erreira” , em A. C rippa (org.), A s Idéias
Políticas no Brasil. São Paulo, E d . Convívio.

Simões N eto, Francisco Teotonio


1978 O Pensam ento P olítico de A lberto Torres- Tese de M estrado, PUC/SP, m imeo.

Sodré, Nelson Wemeck


1960 R a ízes Históricas do N acionalism o Brasileiro. 2.a ed. Rio de Janeiro, ISEB.
1965 A Ideologia do Colonialismo. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
1970 Síntese de História da Cultura Brasileira. R io de Janeiro, Civilização Brasileira.

Souza, J. P. Coelho de
1958 O Pensam ento político de Assis Brasil. Rio de Janeiro, José O lym pio Ed.

Stepan, Alfred
1974 Brasil: los militares y la política. Buenos Aires, A m orrortu.

Tavares, José Nilo


1979 A utoritarism o e D ependência: Oliveira Vianna e A lb erto Torres. R io de Janeiro,
Achiam é/Socii.

Tcjada, Francisco Elias de


1952 A s doutrinas políticas de Farias B rito. São Paulo, Leia.

T oledo, Caio Navarro de


1977 ISE B: Fábrica de Ideologias. São Paulo, Ática.

Torres, João Camilo de Oliveira


1968 História das Idéias Religiosas n o Brasil. São Paulo, Grijalbo.

Trindade, Hclgio
1973 “ A Ação Integralista Brasileira: Aspectos H istóricos e Ideológicos” . D ados, n. 10.
1974 Integralismo: O Fascismo Brasileiro na Década de 30. São Paulo, Difel.

Valdés, Jorge A. Tapia


1980 E l Terrorismo de Estado - la doctrina de la seguridad nacional en el Cono Sur.
México, Ed. Nueva Imagen.

Vasconcelos, Gilberto
1979 A Ideologia Curupira. São Paulo, Brasiliense.

Venâncio Filho, A lberto


1977 Das Arcadas ao Bacharelismo: 150 A n o s de E nsino Jurídico n o Brasil. São Paulo, Ed.
Perspectiva.
1981 “ In trodução” à V icente L icínio Cardoso, À Margem da História da República. Brasí­
lia, UNB.

Véron, Eliseo
1970 “ Ideologia y producción de conocim iento en A m erica L atina” , em A. Touraine er
alii, Ideologia y realidad nacional. Buenos A ires, E ditorial Tiem po C ontem porâneo.

20
Vieira, Evaldo Amaro
1976 Oliveira Vianna e o Estado Corporativo. São Paulo, Grijalbo.

Villaça, A ntonio Carlos


1975 0 P ensam ento Católico no Brasil. R io de Janeiro, Zahar.
1979 “ Jackson de Figueiredo e a D outrina da O rdem ” , em A. C rippa (org.), A s Idéias
P olítica no B rasilII. São Paulo, Ed. Convívio.

Vita, Luiz Washington


1965 A lb erto Sales, Ideólogo da R epública. São Paulo, Cia. E ditora Nacional.
1968 A ntologia do Pensam ento Social e P olítico no B rasil São Paulo, Grijalbo.

21

Você também pode gostar