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CUIDADOS
MILITANTES
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 04
CULTURA 06
APRENDIZADOS 08
VALORES QUE 10
DEVAMOS CULTIVAR
INTELIGÊNCIA 19
CUIDADOS BÁSICOS 29
CUIDADOS COLETIVOS 30
CUIDADOS COM OS 50
COMPUTADORES
E REDES SOCIAIS
REFERÊNCIAS 60
PARA ESTUDO
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APRESENTAÇÃO
Companheiros e companheiras,
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terrorismo”, e assim o legislativo e o judiciário brasileiro
também adotaram medidas que restringem o direito.
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1 . C U LT U R A
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1. A inteligência: não existe pressa, eles vão pesquisar
exatamente quem é a liderança, onde ela vai, o que
faz. Inteligência é sempre o primeiro passo.
3. Monitoramento.
4. Contrainformação
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2. APRENDIZADOS
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policial ou moral. A intenção é nos desmoralizar perante
a sociedade e justificar as ações contra o Movimento.
Uma das formas de desmoralização é acusar o
Movimento de violento, de desvios econômicos, de
criminoso, etc. Também fez parte desta ação, perseguir
as entidades que apoiam a luta, com Comissões
Parlamentares de Inquéritos (CPI) acusando estas
entidades de desvios de recursos públicos, para criar a
ideia de que o Movimento é fraudulento ou corrupto.
Para combater estas acusações, sempre foi necessário
fortalecer nossa relação com o conjunto da sociedade
para denunciar, esclarecer, construir ações simpáticas
e aproximar do Movimento.
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3. VALORES QUE
D E V E M O S C U LT I V A R
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Alguns destes desvios podem ser cometidos por
inexperiência. Mas os mais graves são aqueles que
são fruto da sociedade em que vivemos. Lutamos pela
transformação da sociedade, mas nascemos e fomos
criados dentro desta sociedade e de seus valores
como individualismo, a competição, oportunismo,
etc. E estes valores permanecem dentro de nós e
muitas vezes movem nossas ações, consciente ou
inconsciente.
Já se disse que valores se combatem com
valores, quer dizer, a superação de comportamentos
negativos, prejudiciais ao desenvolvimento da luta e
da consciência somente pode ser feita com eficácia
se nos preocupamos em construir simultaneamente
exemplos de comportamentos positivos, com
fundamento na solidariedade, que é ao mesmo
tempo, nosso objetivo e nossa maior força.
Em outras palavras, o desafio que temos pela
frente está centrado principalmente na área da
formação do militante, pelo que as atividades a serem
realizadas deverão sê-lo em todos os momentos de
nossas atividades, de nossas vidas.
a) Disciplina
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temos a cultura de debater as decisões o tempo
que seja necessário e procurar construir consensos
para as decisões. Quando tomamos a decisão final,
independente da posição que defendíamos antes,
ser disciplinado é acatar e assumir a decisão coletiva.
Ser disciplina é, portanto, colocar em prática as linhas
políticas, as ações e as divisões de tarefas construídas
coletivamente. E não as vontades individuais.
c) Humildade
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Outros querem que a realidade caiba na sua vontade,
querem realizar ações do jeito que gostariam e não
como é possível. Por tudo isso, os militantes devem
cultivar permanente a humildade, não se colocarem
acima de ninguém, de nenhuma instância, nem acima
da nossa Organização, dos coletivos e muito menos
da realidade. Ser humilde é reconhecer que estamos
sempre em construção, sempre há o que aprender
e portanto é preciso ouvir a todos e todas, respeitar
o tempo do povo e da formação da militância,
conhecer a realidade onde vai atuar (como vivem, o
que movimenta, que valores e que cultura tem neste
local).
d) Estudo
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a) Individualismo
b) Comodismo
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riscos que dela decorrem. Esse comodismo traz em
si o mesmo valor do individualismo, que põe o nosso
prazer ou o nosso lazer acima dos interesses de
nosso movimento.
c) Autorreferência
d) Oportunismo
e) Autossuficiência
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sozinho e não depende de ninguém. Este militante
tem dificuldades de dividir as tarefas, porque no
fundo não confia em ninguém, e acaba centralizando
informações e estruturas.
f) Aventureirismo
g) Mecanismos de superação
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da autocrítica. Considerados a mais poderosa arma
na formação do militante, o método da crítica e da
autocrítica parte de uma profunda interiorização de
princípios essenciais para a luta dos trabalhadores,
como o reconhecimento da solidariedade como valor
maior, do interesse coletivo, da organização, da defesa
dos companheiros, da luta permanente contra o
individualismo, contra a exploração em todas as suas
manifestações, da fraternidade. Está fundamentada
na orientação dos princípios políticos e dos valores
adotadas e defendidos pela organização.
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• Cuidar com nossa postura e práticas nas relações
de gênero, em especial afetivas, não pelo viés da
moralidade, mas pelo princípio do respeito ao outro
ser. E também por que geralmente os inimigos sempre
usam destes casos para desmoralizar politicamente
a pessoa e consequentemente a organização;
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E, acima de tudo, cultivar na prática os novos
valores em que acreditamos; sempre acreditar na
organização em qualquer circunstância, confiar no
movimento: O movimento cuidara e protegerá seus
militantes, contratará advogados, avisará a família,
ajudará nos problemas pessoais. A melhor proteção
é estar organizado no movimento e unido.
4. INTELIGÊNCIA
São hábeis, não temos ao certo a quantidade de
agentes nos três serviços, nem os principais métodos
que eles têm usado recentemente. Pelo histórico do
regime militar, trabalham com a doutrina do inimigo
interno (movimentos sociais organizados que podem
vir a desestabilizar o estado de ordem do país; eles nos
associam como herdeiros das organizações da esquerda
militar dos anos 1960 e 1970). São uma caixa-preta.
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jornalismo em Brasília, com um funcionário agente
que tinha a tarefa de cobrir a ação dos movimentos
sociais. A movimentação do agente gerou suspeita,
foi comprovado que a agência era uma estrutura de
espionagem da marinha.
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Contag, em Brasília, sob alegação de procura de um
marginal fugitivo naquelas redondezas. Enquanto um
conversava com o porteiro, o outro entrou na sala de
reuniões para revistá-la e em menos de 5 minutos
colocou um plug para escuta telefônica na tomada
da sala. Todas as reuniões que ocorreram naquele
espaço sobre a marcha foram monitoradas.
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d) Polícia Federal
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Como funciona o monitoramento:
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algum segredo do indivíduo, ou de informação que
possa comprometê-lo com a justiça, com sua família,
ou com a organização a que faz parte.
d) Infiltração.
<< Infiltrados
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Algumas formas de infiltração para adquirir
informações podem se dar sem “entrar” no
movimento, mas se apresentando como jornalista,
por exemplo. Neste caso, é importante desconfiar se
o veículo que ele representa, existe, e se os outros
jornalistas o conhecem. Também é comum se passar
por estudantes que querem apoiar o Movimento.
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assumir o papel de “provocador”. Outra forma de
atuar como “provocador” é internamente, criando
desordem e confusão, provocando brigas, numa
reunião ou atividade.
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Para identificar o infiltrado é importante verificar
as informações que ele afirma, checar os seus
antecedentes. As pessoas que ele diz que conhecem
sabem quem é essa pessoa? Outras pessoas que
estavam na mesma mobilização lembram dele?
Foram registrados problemas envolvendo esta
pessoa em outras atividades? O infiltrado sempre
vai se esforçar para esconder as suas próprias
informações. É importante checar se são verdadeiras
as informações sobre de onde vem, aonde mora, de
onde tira o seu sustento (o infiltrado e o informante
normalmente tem dinheiro sem conseguir explicar
de onde ou com alguma explicação mágica para um
dinheiro que surge de repente). Questione sobre suas
ideias, sobre nossas pautas de luta, para perceber se
há contradição. Esta pessoa anda com amigos ou
aparece isolada?
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O informante por coerção é aquele que é
obrigado contra a vontade a colaborar com a
repressão. Por exemplo, quando a polícia ameaça
a família de um militante ou intimida a própria
pessoa; ainda pode ser chantageado caso a polícia
tenha alguma informação que seja delicada para a
pessoa, etc. A outra forma de coerção é a violência
e a tortura, que através dos castigos físicos força
que um militante entregue as informações que tem
conhecimento.
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5. CUIDADOS BÁSICOS
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6. Cuidados Coletivos
a) Nas Manifestações
b) Nos despejos
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acampamentos. A realização dos despejos é uma
decisão política, combinada com elementos técnicos
e jurídicos para garantir a defesa e manutenção dos
latifúndios e da propriedade privada da terra. Para
resistirmos, é fundamental fazermos que outros
setores da sociedade se posicionem em defesa das
famílias e dos acampamentos.
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exemplo do que já temos vivenciado, nossa tática
precisa combinar:
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Neste processo é preciso cuidar para evitar a
perda do acampamento e a exposição e identificação
da militância. Lembremos que há um processo de
criminalização dos sujeitos, com penalidades rígidas
para prender ou mesmo em liberdade estabelecer
um controle rígido para impedir que nossa militância
participe das mobilizações e organização das famílias
nos acampamentos.
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Todas as iniciativas são válidas audiências públicas
nas assembleias legislativas estaduais; celebrações
religiosas; ida ao acampamento das comissões
parlamentares de direitos humanos, de mediações de
conflitos fundiários, de comissões de direitos humanos
da OAB; atos políticos e culturais em solidariedade
as famílias nas cidades e no acampamento; feiras
e doação de alimentos e mesmo se mantendo a
decisão de despejar, fazer a convocação que estes
setores estejam junto às famílias nas audiências e no
dia do despejo, pode ser um elemento que agrega
boas possibilidades da resistência, pois contribui para
que as famílias compreendam que não estão só na
luta pelo direito a ter acesso à terra.
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comercializam alimentos saudáveis. Muitas vezes, em
cenários de ameaças aos acampados, a divulgação
na imprensa do nome do fazendeiro ajuda a inibir a
efetivação de atos de violência. Temos que articular a
comunicação nas diversas dimensões, em campanhas,
imprensa burguesa e de esquerda, redes sociais,
rádios e um sem número de outras alternativas. Isso
pode ser questão de vida ou morte, de permanência
ou de expulsão.
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de advogados/as. A articulação jurídica precisa
instrumentalizar nossos dirigentes sobre quem é e
como se comporta as forças locais e estaduais do
poder judiciário.
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Recomendações diante da abordagem da polícia
e dos agentes do poder judiciário para cumprimento
de decisões de despejos:
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O que diz a lei:
Em uma manifestação
Em caso de detenção
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em mochilas, deve ser feita na presença de todos. A
polícia não pode pegar a sua mochila e verificá-la
longe dos olhos de todos. A polícia pode te deter,
por alguns minutos, para “averiguação”. Ou seja, para
verificar se você está carregando bombas, armas,
drogas, etc. A polícia não pode te prender ou te
colocar em um camburão, e te levar para a delegacia
para averiguação.
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4. Ao ser levado à delegacia, responder apenas às
perguntas que se referem aos seus dados pessoais.
Não argumente com a PM, o trabalho deles é apenas
conduzi-lo até a DP (Polícia Civil). Se você estiver
sendo preso arbitrariamente isso será discutido
depois, não xingue os policiais e não reaja.
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permanecer calado diante de qualquer pergunta, de
qualquer autoridade. Caso não permitam a presença
de um advogado ou defensor, dê como declaração o
seguinte: “permanecerei em silêncio, porque me foi
negado o direito de ter um advogado acompanhando
este ato”. Isso tem que ficar documentado no papel.
Se o delegado ou o agente da polícia civil se negar
a colocar isso no papel, não assine nada. Ninguém
deve ser obrigado a produzir provas contra si.
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por nenhum meio, a depor contra si mesmo. O uso de
algemas é restrito para o risco de fuga ou resistência.
Durante o ato de condução para a delegacia e na própria
delegacia não se faz necessário o uso de algemas, nos
termos da Súmula Vinculante n. 11 do STF.
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polícia nunca passa o endereço, só o número da DP.
Outras recomendações:
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Fornecer o endereço as vezes é importante para a
defesa, as vezes entregamos o ouro para o bandido.
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7. Cuidados com
o telefone
Segundo especialistas, o telefone celular é um
aparelho fabricado para permitir espionagem. Não
existe nenhuma prática 100% segura no uso do
aparelho.
<< Ligações
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identificar o cada código significa combinando com
outras ligações ou cruzando com dados das ações e
atividades que ocorreram naquele período.
<< Microfone
<< Bluetooth
O serviço de bluetooth também pode ser utilizado
por uma pessoa a distância para entrar no celular e
manipulá-lo de longe (bater fotos, ligar o microfone,
realizar gravações).
<< Wi-Fi
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na verdade dando acesso para que o espião entre
escondido no seu telefone.
<< GPS
A função GPS do celular registra a sua localização.
No caso dos celulares, esta localização é enviada
para a empresa google e pode ser disponibilizada
por ordem judicial para a polícia.
Câmera
A câmera registra o local e a data onde cada foto
foi tirada. Se você publicar as imagens na internet,
outras pessoas terão acesso a esse dado.
Programas espiões também pode manipular a sua
câmera do computador ou do celular sem o seu
conhecimento para registrar as ações que está
fazendo.
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<< Whatsapp
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3. Confira e veja se o telefone está quente mesmo
quando não é usado. Celulares esquentam com o uso,
mas não devem estar quentes quando não utilizados.
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8. Cuidados com os
computadores e
redes sociais
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A segurança da informação é aqui caracterizada pela
preservação de:
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E os programas espiões podem:
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entrar numa página, clique aqui: http://webkay.
robinlinus.com/
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mais difícil será adivinhá-la. Utilizar um método
próprio para lembrar-se da senha, de modo que
ela não precise ser anotada em nenhum local, em
hipótese alguma;
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Boas práticas de comunicação:
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g) Cuidado com as Campanhas: presentes “gratuitos”
online, na verdade, não são gratuitos. Toda semana
aparece um concurso tentador nas redes sociais
com o sorteio de vários produtos de tecnologia – a
maioria deles bem caros, como tablets, smartphones,
videogames e TVs. Cibercriminosos usam esses
ataques para coletar informações que podem ser
usadas em ataques de roubo de identidade;
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Não só revelam onde moramos e trabalhamos, mas
também as idas ao médico, bares, casa de amigos,
pode mostrar em quais manifestações estivemos,
em qual organização política ou grupos com os quais
estamos envolvidos. Por isso recomendamos que
desative sempre os serviços de localização;
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Além da orientação em torno da segurança das
senhas e usuários, é preciso seguirmos atentos e
atentas ao que publicamos nas redes. Devemos
atentar às publicações que expõem a nossa militância
e a nossa organização como um todo. Sejamos
cautelosos e cautelosas com a exposição exagerada
no uso abusivo das redes por nossa parte.
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chamadas, somente em modo texto, o Telegram só
funciona esse mecanismo de segurança se entrar no
chat secreto);
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9. Referências para
estudo:
>> Sobre a repressão e a resistência:
60
“Lutar, construir Rerforma Agrária Popular!”