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Á 31

y
OS GRANDES AVIÕES MILITARES

F-117Stealth

Os "Sandy" nas missões


de salvamento no l/refnã

Os olhos da guia
O radar APG-7O

Lightning
Um clássico do Mach 2

Editora PLANETA
GRANDES AVIÕES DE

O Ir

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da

O
s responsa
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telas de rac
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rotação c
complet;
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O DES1 -.RS
Umartuv
posto do (
Os pilotos dos F-117 tiveram que esperar dez
bração QL anos para mostrar publicamente aquilo que
Fumaça e são capazes de fazer com os seus aviões
turno sen "Stealth".

41
A esquerda: tudo no F-117, desde de
sua forma até as placas que
protegem as entradas de ar do RAIO DE AÇAO
O baixo consumo de combustível do F-117
motor, foram projetadas para limitar permite a este esquivo avião de ataque um
os reflexos do radar. excelente raio de ação.

Os gases de
escape dos
motores do F-117
saem por dois
tubos horizontais
"Platyplus" que
desviam e
esfriam os fluxos
de escape,
espalhando-os
para cima, longe
dos sensores
térmicos de
qualquer míssil
térmico terra-ar. VELOCIDADE
O F-117 não é tão veloz como outros aviões, ma
por ser "invisível" ao radar, não requer maioi
velocidade.

42
í 7 O AVIÃO NEGRO

Conhecido como o centro militar nevrálgico fora destruído. No


"caça invisível", horizonte, viu-se um relâmpago quando as
apesar de sua missão duas bombas de 900 kg guiadas por laser
principal ser a de atingiram o alvo, perfurando a terra e o
bombardeiro, o
"Back Jet", como é concreto do teto.
chamado pelos seus O alvo foi destruído assim que os tempo-
pilotos, voa de noite, rizadores detonaram, as bombas no inte-
penetrando no rior do bunker. Com um
espaço aéreo inimigo gesto mútuo de satisfação, os
sem ser detectado e pilotos da USAF regressaram à base: a sua
atacando com
precisão mortífera. missão fora um êxito completo. Os caças
Lockheed F-117 Stealth (literalmente: fur-
tivo) tinham cumprido a sua missão.

O BLACK JET Os sensores de dados aéreos instalados


no nariz do F-117 também foram
Conhecido entre os seus tripulantes co- projetados por absorver ou desviar as
mo "Black Jet", o F-117 é, sem dúvi- ondas de radar.
F-117 da, o avião com aspecto mais es-
tranho que jamais voou. Contudo, da como faceting (facetamento), os pro-
a sua estranha silhueta tem uma jetistas da Lockheed desenvolveram um
DADOS TÉCNICOS finalidade terrivelmente séria. Uti- avião cuja superfície externa é facetada
como a de um diamante. Assim, à medi-
lizando uma técnica conheci-
da que o radar roda, as faces vão mu-
dando, mostrando uma imagem que du-
ra apenas um instante. Desta forma,
aparece nas telas dos radares inimigos
um efeito estranho, apenas um cintilar
(sparkle, em inglês) de baixa intensidade,
que aparece e desaparece rapidamente.
As cavidades existentes na fuselagem, co-
mo por exemplo as entradas de ar, estão
corbertas com uma "malha", que o radar
"lê" como sendo uma superfície plana,
enquanto as uniões, como as que existem
em volta da carlinga e do porão das bom-
bas, têm um perfil aplanado, e mesmo es-
sas uniões foram projetadas para desviar
as ondas de radar. Toda a fuselagem do
avião está coberta por um material ab-
sorvente de ondas de radar, para atenuar
ECONOMIA DE FORÇAS PRECISÃO DE TIRO
Um F-117 pode executar missões | Graças à segurança com que os pilotos dos Stealtrif ainda mais a reflexão de energia. Mas,
que, anteriormente, requeriam | podem operar, as bombas acertam os alvos com I embora o radar não consiga localizar o F-
um esquadrão inteiro. poucos centímetros de desvio.
117, outros sensores poderiam fazê-lo. A
Lockheed contornou este problema fa-
zendo com que o Stealth produza baixas

Os rivais
Su-24
Na ativa desde os anos 70,
os Sukhoi Su-24,
semelhantes ao F-111, são
FATOR DE CARGA LIMITE (G) utilizados em missões de
O Black Jet é bastante manobrável. penetração. São maiores e
mais rápidos que o F-117.

F-1 1 1
Os F-117 constituíam menos de 3% O "Aardvark" é um
da força aérea dos Miados * bombardeiro de
a Guerra tio golfo, mas l geometria variável de
responsáveis peia destruição áe ECO DE RADAR grandes dimensões.
mais de 30% dos ebjetivos'chav». O F-117 reflete menos ondas de radar que Ao contrário dos F-117,
qualquer outro avião; praticamente o mesmo que j evita o radar graças à
uma ave de grandes dimensões. alta velocidade.
GRANDES Â
emissões de calor ou som. Os motores, voo a 18 de junho de 1981, do ultra-secre-
sem pós-combustãq, estão inseridos na to campo de testes de Groom Dry Lake.
fuselagem, e os gases de escape dos rea- Em outubro de 1983, o 4.450a Tactical
tores passam por uma estrutura, platy- Group foi declarado operacional, numa no-
plus, que os mistura rapidamente com ar va base do polígono de Tonopah, situada
frio do exterior arrefecendo-os, tornando num isolado vale dentro da enorme base
o avião praticamente "invisível" aos de- de Nelis, no Nevada. Utilizando os Vought
tectores térmicos. A-7 Corsair como cobertura, este grupo
tinha como missão ultimar a preparação
INVISÍVEL AO RADAR operacional do Stealth. Os treinos eram re-
Nos anos 70, o Advanced Development alizados de noite e no maior segredo. Con-
Projects Office (Gabinete para o Desen- tudo, dois acidentes fatais evidenciaram a
volvimento de Projetos Avançados) da tensão acumulada em contínuos voos no-
Cada linha reta, como
Lockheed também conhecido como turnos e secretos. A USAF compreendeu a junta entre o
"Skunks Works" (Oficina dos Gambás), foi a necessidade de outro tipo de treinos, que cockpit e a carlinga,
encarregado de desenvolver um avião de pudessem ser realizados de dia e com bo- reflete bem o radar.
ataque com baixa imagem de radar. O pro- as condições atmosféricas. Em novembro Para evitar isso, o
tótipo, "Have Blue", parecia uma versão de 1988, o Departamento de Defesa re- Stealth Fighter
reduzida do F-117A. Os testes levaram ao conheceu a existência do Stealth, distri- apresentada um perfil
em dentes de serra
desenvolvimento do programa "Sénior buindo uma fotografia muito retocada. que minimiza a
Trend" para a fabricação do F-117A à es- reflexão.
cala real; o primeiro caça Stealth levantou

F-117 Stealth
O ATACANTE NOTURNO INVISÍVEL
O Black Jet domina a noite com impunidade
quase total, mesmo no espaço aéreo mais
hostil, atacando com precisão mortal. Só
quando tudo começa a explodir é que
alguém consegue ver os Stealth em ação.
Embora tenha entrado em operação COCKPIT
em 1981, a sua configuração e Embora espaçoso, a forma
designação mantiveram-se secretas piramidal do cockpit do F-117 reduz
durante quase oito anos. o espaço para a cabeça e os
ombros.

SENSORES
Todas as informações sobre
as condições que o rodeiam
são obtidas e transmitidas
aos instrumentos por quatro
sensores anemométricos de
plástico e metal situados
no nariz.

TREM DE ATERRISSAGEM
Tal como a fuselagem, tam-
bém as portas das cavidades
do trem de aterrissagem têm
os bordos dentados para
reduzir os reflexos do radar.
ASAS
As asas estão dispostas num
ângulo de 67e, não pof razões
de velocidade, mas sim para
diminuir a seção transversal 1972-73 Os mísseis
do avião ao radar. das defesas antiaéreas
norte-vietnamitas derrubam
muitos aviões da USAF.

i978 O protótipo
"Have Biue" voa em
grande sigilo sobre o
deserto do Nevada.

MANOBRABILIDADE
Apesar do seu estranho,
aspecto, o F-117 é
pilotado como
qualquer caça de asas
em delta, como o
F-106 ou o Mirage.
O Stealth foi desenvolvido
em absoluto segredo.
AUTODEFESA
Devido à sua ^^7-1982 O primeiro F-117
excepcionalmente /-^ voa em segredo em
baixa visibilidade ao Groom Lake, Nevada.
ONTROLES
DE VOO radar, o F-117 não
As derivas em carrega armamento _A_1983 O 4 450a Tactical
forma de V do defensivo. /^\p é a primeira
F-117, unidade operacional de
RAM F-117A.
funcionam
Uma grande quantidade
como lemes de
de RAM (Radar
profundidade
Absorvent Material,
e como lemes
material absorvente de
de direção
ondas de radar) é
normais.
pulverizada como um
verniz sobre os
numerosos pontos-chave
da fuselagem, tal como
nos bordos de ataque e
nos vértices existentes.

ALOJAMENTO
É fabricada com ligas e
alumínio. As superfícies
são revestidas por um
material absorvente das
ondas de radar.

1990 Após o seu


batismo de fogo no
Panamá, o F-117 é
apresentado ao público.
ARMAS ALOJAMENTO DE BOMBAS
O F-117 pode transportar a maioria O F-117 transporta a sua ^JL^ 1991 Os F-117A são a
das armas do arsenal da USAF, carga mortífera internamente, /^\a de lança do
mas durante a Guerra do Golfo foi pois, se estivesse suspensa ataque às forças iraquianas
quase exclusivamente armado nas asas, o seu reflexo no na Guerra do Golfo,
com bombas de 900 kg guiadas radar seria altíssimo. somando sucessos em todas
por laser. as missões levadas a cabo.
GRANDES AVIO
À LUZ DO DIA infravermelhos, constituídos por duas câ-
O F-117A já voava há dez anos, e estava maras. Uma está montada no nariz, e vi-
em operação há cinco. Contudo, só alguns rada para a frente, podendo ser orientada
analistas tinham conhecimento da desig- e, assim que o objetivo é avistado, passa
nação correta do avião, e nada se sabia a ser controlada pelo sistema de tiro com-
acerca do seu estranho aspecto. A missão putadorizado.
principal dos Stealth consiste em efetuar Quando o avião está sufucientemente pró-
ataques noturnos de alta precisão contra ximo do alvo, é obtida uma segunda ima-
alvos de grande valor estratégico e forte- gem a partir da segunda câmara, situada
mente defendidos. A sua capacidade para na parte inferior da fuselagem, que gira
iludir os radares permite-lhe penetrar pro- para baixo. Esta câmara também dispõe
fundamente em território hostil. Este avião de um sistema de mira laser.
não tem radares ativos, mas dispõe de sis-
temas de orientação por inércia e visão no-
Por ser o primeiro
turna de infravermelhos para localizar e avião de combate
atacar objetivos específicos. O Stealth pos- verdadeiramente
sui um equipamento único de sensores de invisível, o F-117
garantiu um lugar
Baseado em Tonopah, entre os aparelhos
no Nevada, o grupo que marcaram a
de F-117 transferiu-se história da aviação.
depois para a base de
Holloman, no Novo
México.

As Ar m
IGBU-27
Bomba guiada por laser

As armas principais são as


bombas guiadas por laser, GBU- Alcance:depende da
27 e 27/B. velocidade e altitude do
Trata-se de bombas normais de lançamento. Vários
9OO kg, com estabilizadores quilómetros se lançada de
mais curtos, para poderem ser média altitude
carregadas no interior do F-117. Orientação: a laser
Dimensões: comprimento
4,32 m; diâmetro 457 mm;
envergadura dos
estabilizadores 1,17 m; peso
900 kg
O armamento do F-117 é colocado no interior para Ogiva: um ogiva Mark 84 de
evitar os ecos do radar. As portas do porão só se alto poder explosivo com
abrem no momento exato do lançamento. 430 kg
F-117 O AVIÃO NEGRO

PORÃO DE BOMBAS ridicularizaram as suas performances. Mas,


O avião dispõe de dois alojamentos que lhe ao voltar a entrar em combate, a impressão
permitem transportar quase todos os tipos que deixou foi muito diferente. Quando Sad-
de armas utilizadas pela USAF, embora a car- dam Hussein invadiu o Kuwait, em 1990, cer-
ga mais comum sejam bombas guiadas por ca de 40 Stealth foram transferidos para a
laser. Estas são lançadas na direção genéri- base de Khamis Mushait, no interior da Ará-
ca do alvo e, nos últimos instantes do voo, bia Saudita. No início das hostilidades, os
segundos antes do impacto, o laser identifi- Black Jet formaram a ponta de lança da ofen-
ca o alvo, guiando as bombas na sua direção. siva aérea dos aliados. Só os F-117A podiam
Quando o F-117Afoi finalmente apresenta- operar impunemente sobre os céus de Bag-
do ao público, em abril de 1990, já tinha en- dá, e fizeram-no com uma eficácia letal. Em
trado em combate: durante a invasão do Pa- 1.271 missões realizadas, os "caças invisí-
namá, em dezembro de 1989, dois aparelhos, veis" empregaram as suas armas, guiadas
de um esquadrão então conhecido como o com precisão, para destruir a estrutura de
372Tactical Fighter Wing, bombardearam os comando iraquiana, os bunkers, pontes e ou-
quartéis das Forças de Defesa panamenhas tros objetivos de importância estratégica, de-
no Rio Hato. A USAF afirmou que o seu tão monstrando assim que o combate aéreo ti-
falado avião tinha realizado a missão tal co- nha mudado para sempre, e os F-117 calaram
mo planejado, no entanto os observadores definitivamente a boca dos seus críticos.

do Stealth
GBU-27/B
Bomba guiada por laser

GBU-27: baseia-se
Alcance: depende da numa bomba de alto
altitude e velocidade de poder explosivo de
lançamento da bomba não 900 kg.
propulsionada
Orientação: a laser
\: baseia-se
Dimensões: comprimento
4,52 m; diâmetro 406 mm; numa bomba
envergadura dos estabiliza- perfurante BLU-109,
dores 1,17 m; peso 900 kg capaz de penetrar
Ogiva: cabeça perfurante paredes de grande
BLU 109 com 290 kg de espessura.
tritonal 80/20 (80% de
trinitrotolueno; 20% de
alumínio)
MISSÕES W

O Skyraíder não voava a


grande altitude nem era veloz,
mas era robusto, económico e
podia transportar uma potente
e variada carga bélica.
Era o avião ideal para escoltar
as missões de busca e
salvamento.

SANDY

Busca e salvamento no Vietnã


I
ha guerra do Vietnã não havia li- OS SALVADORES durante a operação de salvamento.
nha de frente. A zona de guerra Os velhos Skyraider, familiarmente co- Embora não existam duas missões de
estendia-se a todo o país. Os heli- nhecidos por "Sandy", pois era este o salvamento iguais, há procedimentos-
cópteros de salvamento conver- seu indicativo rádio, estavam sempre chave e preestabelecidos.
teram-se em parte integrante da guerra, em busca de pilotos abatidos na selva, Assim que um avião era abatido, as
e a visão de um Bell UH-1 passou a ser muitas vezes bem dentro do território unidades de salvamento eram ime-
uma mensagem de esperança para qual- inimigo. Os Skyraider estavam encar- diatamente alertadas por camaradas
quer soldado ferido. Infelizmente, a re- regados de atacar forças inimigas que ou por um avião de controle de ope-
cuperação de pilotos abatidos no Vietnã tentassem aproximar-
do Norte apresentava problemas mais se dos pilotos abatidos, O comandante
sérios. Retirar um homem de território de escoltar os helicóp- Bernie Fixher foi o
inimigo requeria uma combinação de ha- teros de salvamento primeiro piloto a ser
bilidade, intuição e coragem. Tais missões até à recuperação dos condecorado com a
obrigavam à intervenção de vários tipos pilotos e cobrir a reti- Medalha de Honra no
Vietnã.
de aeronaves, mas era sobre os aviões rada. Aterrissou o seu A-1
de ataque ao solo Skyraider e os gran- Além destas funções, sob fogo inimigo
des helicópteros HH-3, os "Jolly Green deviam atrair sobre si para socorrer um
Giant", que recaía o grosso da tarefa. todo o fogo inimigo piloto abatido.
BUSCA E SALVAMENTO NO VIETNÃ

• j^nda que nenhuma missão de


bji^Íi%'swrvamento seja idêntica,
tot|as podem ser resumidas em 4ffe
orna serie de etapas súeéssivastJ*^
•rQ piíoto, ou os pilotos
4 abatidos devem ser r .,.....
„ localizados. *.-••
• Qual quer f orça inim iga na área
deve ser neutralizada, oli
,. , Greejt:'^~ '*
'* 'Gúuit" aproxima-se do ' obrigada a ficar numa posição
defensiva, para não perturbar o
xpWMMte trabalho da salvamento. ,
-^ m ^IX^-^M) "^i8 helicópteros são ,'
^TV * • guiados parg,ó ponto de
^es^á/::
.... j33&?lH&«<fe*: Á«prtíHífflação dos
helicópteros é precedida
por uma barreira de fogo
Jerrado.
*A equipe de resgate deve»
sjer protegida d;

salvamento Jq piloto
abatidos so
dó Norte.

^•^ÍMbaixo^recuperação dos ;fc /


'ipJlotos abatidos sobre o Viétnã
'do Jjjjírte retiuérta } '*
•JfteqiiçntejTtente a potência de
fogo'de caças-bornbardeiros
como o F-1OO Super Sabre para
neutralizar as & tè& \ j -mngas...
•\ .aMfc-fiV"' W .;';,.."M«

A equipe de salvamento Os Sandy encabeçavam uma equipe de


salvamento bem treinada que, além dos
helicópteros de salvamento, incluía controladores
O HH-3 "Jolly
aéreos avançados em aviões leves e jatos veloze:
Green Giant",
encarregado no caso de ser necessária mais potência de fogo.
de recuperar Abaixo: Os O-1 Bird Dog
os pilotos vigiavam os movimentos
abatidos, era do inimigo nas
muito proximidades dos pilotos
vulnerável
durante a fase abatidos. _.acr31íí
de voo . ">'
estacionário
sobre o ponto
de resgate. O
A-1 ficava por
perto, pronto
para enfrentar
qualquer ação
do inimigo.
rações. Uma missão de salvamento tí- mento se iniciasse. depois de descoberto, pois era
pica começava com um' briefingao pi- O primeiro passo mais fácil ao inimigo
loto do Skyraider, que era o coman- era localizar o ini- atingi-lo que ao heli-
dante da operação; o seu indicativo rá- migo. Para tal era cóptero recuperá-lo. Quan-
dio era "Sandy 1". necessário muito do o helicóptero começa-
Comandaria todo o desenrolar da ope- sangue frio, pois sig- va a aproximar-se, Sandy
ração, desde o briefing até o regresso nificava voar a baixa veloci- 1 lançava um foguete de
à base. As instruções eram rápidas, dade e altitude em volta da fósforo branco para indicara posição
pois cada segundo contava. Enquanto zona onde o piloto se encontra- do piloto.
isto, os aviões eram armados e abas- va, na esperança de que o inimi- Quando o helicóptero estava su-
tecidos para que pudessem levantar go indicasse a sua presença abrin- ficientemente próximo ao piloto
voo imediatamente. do fogo contra o A-1.0 controlador aé- abatido, era dada ordem para bai-
reo avançado (FAC) supervisionava a xar a "bengala" de resgate. O heli-
A APROXIMAÇÃO operação de cima, dirigindo um dos cóptero descia então um peso sus-
À frente voava um helicóptero acom- outros A-1 contra o fogo inimigo. penso na extremidade do cabo do
panhado por dois Skyraider, seguidos guincho. O piloto se segurava na "ben-
pelos outros. Sandy 1 orientava o voo O SALVAMENTO gala" e era içado para bordo. Caso es-
pelo receptor que captava o sinal emi- Enquanto isto, o helicóptero de salva- te não estivesse em condições de fazê-
tido por um emissor rádio de emergên- mento aproximava-se. Até este mo- lo sozinho, um dos tripulantes do he-
cia que os pilotos levavam consigo. Voa- mento da operação o helicóptero fazia licóptero era descido para proceder à
vam em linha reta na direção do sinal todo o possível para não chamar a operação de prender o piloto abatido
e, quando sobrevoavam o piloto aba- atenção do inimigo quanto à localização à bengala. Quando o piloto se encon-
tido, bastava que este sinalizasse a sua do piloto no solo. trava a bordo, o "Jolly" partia ime-
posição para que a operação de salva- Sobretudo procurava não sobrevoá-lo diatamente para uma zona de segu-

Um Douglas A- U Skyraider da 56-


Special Operation Wing da USAF, com
base em Nakhon Phanom, na Tailândia,
, ganha altitude logo após ter
uma bomba incendiária de
fósforo branco.

O Skyraider
dispunha de 14
pontos de encaixe
sob as asas, o que
•'.-: -

•*e»-

carge - ^bas,
fogufí. • .-,•:••:•-- •:- -

combustt
BUSCA E SALVAMENTO NO V I E T N Ã

rança, deixando atrás de si, pa-


ra proteger a retaguarda, os
Skyraider. Sandy 1 era o pri-
meiro a chegar e o último a
abandonara zona.

NO MEIO DO PERIGO
O A-1 Skyraider era um avião
lento e pesado que não ultra-
passava os 320 km/h.
Apesar de ser capaz de aguen-
tar duros castigos era tão lento
que podia ser facilmente atin-
gido. A maioria das missões de sal-
vamento realizava-se de dia e sob in- Um Skyraider
tenso fogo antiaéreo inimigo, mas não pica sobre a
há dúvida de que a visão de um Sky- selva para iniciar
raider armado até "os dentes" com mais uma missão
de salvamento
bombas e foguetes devia ser uma apa- de um piloto
rição verdadeiramente milagrosa para americano
qualquer piloto abatido, sozinho em abatido no
pleno território inimigo. Vietnã.

A fase mais perigosa da missão


de um Sandy consistia em tentar
atrair o fogo sobre si: voando
baixo e devagar sobre a selva,
instigava o inimigo a revelar sua
posição para poder abrir fogo
sobre ele.
TÉCNICAS g ARMAS/

O F-15 é considerado o
melhor caça do No i?; , o APG-
70 fornece uma
mundo, sobretudo por porm-- ição
do terreno, como se pode
estar equipado com ver nesta imagem de um
um radar excepcional. pern t atacar
um apesar de

E
conhecido como "Os Olhos da '-ar um espesso
Águia" e com razão. As águias são •-: nuvens, como
aves dotadas de um sentido de visão a noite sem
excepcionalmente apurado, e o radar luar.
Hughes APG-70 não lhes fica atrás, dan-
do ao F-15 Eagle uma capacidade de
"visão" inigualável se comparada a de
qualquer outro caça. Anteriormente,
a eficácia de um caça dependia da
visão do piloto, mas o radar revolu-
cionou o combate aéreo, especial-
mente quando foi possível construir
radares com dimensões que possi-
bilitaram a sua instalação em
aviões. Isto permitiu aos caças ope-
rartanto de dia como á noite. Mas
os primeiros operadores de radar,
debruçados sobre os seus tubos
de raios catódicos, jamais acre-
ditariam no que o APG-70 pode
fazer hoje em dia.

MULTIFUNÇÃO
Os caças modernos são mui-
to caros e poucas forças aére-
as, mesmo as dos países mais
ricos, podem tê-los em gran-
de número. Esta situação obri-
ga a que os seus radares sejam bas-
tante versáteis. O APG-70 é um verdadeiro
radar multifunções. A sua missão principal
é fornecer informações "ar-ar" ao caça F-15.
Para tal, utiliza avançadas técnicas de emissão No modo ar-ar, o APG-7O
Doppler que, essencialmente, revelam as di- fornece toda a informação
ferenças entre um alvo em movimento e ou- importante sobre o alvo numa
tro estático. Isto permite a um caça Eagle, "janela" (HUD).
«4o equipar-se o em voo a grande altitude, capacidades de
fantástico F-15 Eagle busca e tiro para baixo.
com o radar APG-7O, Em outras palavras, o APG-70 encontra e se-
criou-se uma gue objetos em voo a baixíssimas altitudes;
combinação letal para
qualquer inimigo. esta capacidade é impossível em outros equi-
pamentos devido ao reflexo das ondas de
radar em terra ou ao empastelamento.
Este radar também pode medir a altitude,
velocidade, rota, ângulo e velocidade de
aproximação do alvo. Qualquer
, uma destas informações (ou to-
^^^H£j das ao mesmo tempo) pode ser
^--~ visualizada no Vertical Situation Dis-
play ou no Head-up Display. O sistema é
capaz de distinguir vários alvos que voem
próximos entre si.

AMPLO RAIO
O APG-70 é muito potente e com um amplo
raio de ação.
A pequena rotação da
sua antena faz com que
seja muito difícil per- As telas principais de radar do F-15 são
turbá-lo; isto, aliado ao o HUD, situado à altura dos olhos do
controle por computa- piloto, e o Vertical Situation Display,
dor, permite regular a acima à esquerda do painel.
velocidade e frequência
dos impulsos, impe- ao F-15 voar velozmente a baixa altitude,
dindo assim contra-me- mesmo de noite.
didas inimigas. Mu- Os "Olhos da Águia" receberam o seu ba-
dando simplesmente a tismo de fogo na Guerra do Golfo.
programação, o APG- Até aí, as promessas tinham sido muitas,
70 transforma-se num mas não tinham sido postas à prova. O
dos melhores radares de ataque do mun- APG-70 demonstrou ser o melhor radartá-
do. No modo terra-ar, o APG-70 fornece um tico do mundo, permitindo ao F-15 o do-
mapa do terreno em alta resolução, dando mínio absoluto dos céus, e ao F-15E atin-
indicações sobre o alvo, a distância, a ve- gir com precisão numerosos objetivos ter-
locidade, etc. Também pode ser utilizado restres.
para seguir o perfil do terreno, permitindo

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA A P G - 7 0
MODO DE BUSCA CONTROLE DE TIRO
• Busca • Aquisição automática
• Distância do atvo • Exploração horizontal
• Exploração vertical
• Direção de *jjffl^
• Tiro autèWSmco
Persec jrante a do canhão
busca

AR-AR
A alta potência do APG-70 MODO AR-SOLO
permite descobrir alvos até • Cartografia de alta resolução
150 km de distância. O do sato
• Atualização da velocidade OBSERVAÇÃO VERTICAL
computador, com elevada O radar do F-15 mostra
capacidade de cálculo, ® Altitude
9 Assistência ao vSffirjgante essencialmente as mudanças dos
permite seguir vários alvos A ecos de radar causadas por um alvo
simultaneamente, dando JJJJ • Indicação do movimento
urn alvo terrestre. em movimento.
sugestões para a utilização: Assim, é possível distinguir um avião
de mísseis de médio ou curto • Identificação de um
que voe a baixa altitude, tentando
alcance e, se necessário, o confundir-se com o solo.
canhão de 20 mm do F-15.
GRANDES AVIÕES DO PASSADO

F
oi o avião no qual toda uma geração
de pilotos da RAF desejou voar.
Desde o seu primeiro voo operacional
em 1960, até 1986, quando o último
piloto foi brevetado para este tipo de avião,
o English Electric Lightning foi o caça mais ve-
loz nos céus da Grã-Bretanha. Curiosamen-
te, e apesar das suas avançadas performan-
ces de velocidade, este avião apresentava
uma série de carências tecnológicas signifi-
cativas. O seu cockpit, mal desenhado, mais
adequado nos anos 50, obrigava o piloto a
um trabalho desgastante. O radar AI 23 era
praticamente ineficaz em baixas altitudes, e
não tinha capacidade de busca vertical a mé-
dias e grandes altitudes. Além disto, o Light-
ning só estava armado com dois mísseis
guiados por raios infravermelhos, virtual-
mente "cegos" para os padrões atuais.

COMO UM FOGUETE
Apesar de tudo, o Lightning tinha um ponto
a seu favor: as suas performances.
E que performances! Veloz como o seu pró-
prio nome (Relâmpago), subia como um fo-
guete. Tinha um comportamento excelen-
te de combate a curta distância, sendo capaz
de virar e acelerar melhor que qualquer ou-
tro avião do seu tempo, como o F-4 Phan-
tom. Mas era difícil de pilotar e por isso re- English Electric
queria um tipo
especial de piloto,
dotado de gran-
des qualidades
para o voo, o
combate e pleno
domínio das di-
mensões espa-
ciais. Se um pilo- No final dos seus trinta anos de serviço,
o Lightning parecia definitivamente
ultrapassado. No entanto, ainda hoje
continua sendo o avião mais veloz
jamais construído na Grã-Bretanha.
Os pilotos
dos Lightning pido da RAF. O protótipo do English Eletric
consideravam-se P.1A voou em 1954, e o mais potente, o P.1B,
"a nata" da que se converteria no Lightning, em 4 de
RAF.
abril de 1957, exatamente no dia em que o
to era capaz de pilotar com sucesso um governo inglês declarou que a época do pi-
Lightning, quase com toda certeza isso sig- loto de caça como principal defesa da Grã-
nificava tratar-se de um dos melhores do Bretanha estava ultrapassada e que essa
mundo. As origens do Lightning remontam missão passaria para os mísseis terra-ar. O
aos anos 40. Logo de início foi projetado pa- Lightning sobreviveu a esta profecia, mas
ra ser um aparelho supersônico, com en- os projetos de desenvolvimento de um mo-
flechamento muito pronunciado e um ar- delo de longo alcance e polivalente foram
mamento exclusivamente composto por arquivados. Consequentemente, o avião se- llMTERCEPTADOR DE
mísseis. Tudo isto quando os 940 km/h do ria um caça de defesa local, velocíssimo e ALTA VELOCIDADE
Gloster Meteor o tornavam o caça mais rá- de reação rápida, com uma inacreditável
Na maior parte da
vida operacional do
Lightning, foram os
bombardeiros
soviéticos de longo
alcance os seus
"alvos". Nos dias
mais tuburlentos
da Guerra Fria,
estes sondavam
quase diariamente
as defesas da RAF.

O Lightning pertencia à
primeira geração de caças
armados com mísseis, mas o
seu armamento era
constituído apenas por dois
mísseis Firestreak, revelando-
ineficaz em combate. Acima, à direita:
poucos dos seus
primeiros pilotos
acreditariam que o
Lightning acabaria os
seus dias em missões
de defesa aérea como
interceptador de baixa
e média altitude.

1957 A partir do P. 1A desenvolveu- 1961 Dadas as diferenças em


se o protótipo do Lightning. Equipado relação a outros aviões da RAF, foi
» com motores Rolls-Royce Avon, mais preciso construir um Lightning
potentes, foi o primeiro avião biplace para o treinamento. O T Mk 4,
britânico a ultrapassar Mach 2. um F Mk 1 com cockpitde dois
lugares, entrou em serviço em 1961.

1954 Em princípios de maio, com


Roland Beamont no comando, o 1960 As entregas dos caças de
protótipo English Electric P. 1A série começaram em dezembro de
ultrapassou a velocidade de Mach 1 1959. A primeira unidade operacional
no terceiro voo. Foi o primeiro avião a foi o 74a Esquadrão, que iniciou a
jato a ultrapassar a barreira do som substituição dos Hawker Hunter no
em voo horizontal. verão de 1960.
GRANDES AVIÕES DO PASSADO /
velocidade de ascensão, mas estava equi-
pado com um radar primitivo e com um raio
de alcance muito limitado. A versão F Mk
2, encomendada em 1958, estava equipa-
Ughtning F Mk í A
do com uma aviônica mais avançada e um
after-burn de quatro etapas. O F Mk 3 voou Patrulha acrobática "Firebirds",
em novembro de 1961 com o novo radar AI 56- Esquadrão da RAF;
23B, um motor mais potente e mais con-
fiável, e com mísseis Red Top, mais efica- Wattísham, verão de 1963.
zes que os Firestreak da primeira geração.
Não obstante, só estavam armados com
dois e a sua capacidade de combate ficava
ainda mais reduzida com a supressão dos
dois canhões Aden de 30 mm que equipa-
vam as primeiras versões. O F Mk 3 era fa-
cilmente identificado pela deriva maior e RADAR
de ponta retangular. Foi preciso esperar até O radar AI 23 estava
1964 para se corrigirem alguns defeitos do alojado no cone do
Lightning, o que aconteceu com o modelo nariz, no meio da
entrada de ar do
F Mk 6. Os canhões foram reinstalados na reator.
barriga da fuselagem. As asas ligeiramen-
te arqueadas e reforçadas melhoram a ae-
rodinâmica em velocidades subsônicas. Um
depósito ventral sobressalente, contendo
2.770 l de combustível, gerava uma re-
sistência menor que o original de 1.100 l. TIRO AUTOMÁTICO
Apesar de rudimentar
GRANDES MELHORIAS padrões atuais, o AI 23 foi o
primeiro sistema integrado de tiro
O F Mk 6 ainda não era o caça ideal, mas as a bordo de um caça britânico;
alterações foram consideráveis e o grande permitia identificar <
caça manteve as suas excepcionais perfor- automaticamente o alvo.
mances e agilidade. A versão final foi a F Mk
53, exportada para o Kuwait e Arábia Sau-
dita, equipada com depósitos suplementa- FICHA TÉCNICA
res, bombas e lança-foguetes. Foram cons- Dimensões: envergadura X
10,62 m; comprimento 16,25 m; CANHÕES >t
truídos 338, que permaneceram em serviço Os primeiros Lightning estavam ^
altura 5,95 m
desde 1960 até a dissolução do 112 Es- equipados com dois canhões
Motor: dois reatores Rolls-
quadrão, em 1988, quando o avião foi defi- Royce Avon com after-burn, de alojados de ambos os lados do
nitivamente ultrapassado pela nova geração 7.100 kg de empuxo cada nariz.
de caças. Só a destreza dos pilotos e mecâ- Peso: 12.700 kg vazio;
carregado na decolagem 22.680 MÍSSEIS
nicos tinha permitido que o caça se manti- kg
vesse competitivo até então. Até o fim da Para poderem ser utilizados nos
Armamento: dois mísseis festivais aéreos, os Firebirds não
sua carreira, os pilotos mantiveram o orgu- Firestreak ou Red Top com mira levavam mísseis. O armamento normal
lho por suas máquinas. O equipamento do de infravermelho e dois era constituído por dois mísseis ar-ar
canhões Aden de 30 mm com
velho avião podia ser ineficaz em combate 120 disparos cada Havilland Firestreak guiados por
mas era um prazer pilotá-lo. infravermelhos.

MK 6 LIGHTNING Di EXPORTAÇÃO O FIM DA LINHA


1964 O XP 697, um F Mk 3 1986 A RAF anunciou a retirada
modificado, serviu de protótipo para dos Lightning. Cerca de 60 aviões
o F Mk6. encontravam-se em serviço e o
As asas tinham sido melhoradas e último piloto foi brevetado nesse ano.
incluía um depósito ventral maior, O último esquadrão de Lightning foi
com canhões e mísseis Red Top. dissolvido em 1988.

1962 Considerado como a nova


geração de Lightning, o F Mk 3 1966 O Kuwait e a Arábia Saudita
tinha um armamento muito mais foram os únicos compradores
eficaz, célula, motores e estrangeiros do Lightning. O F Mk 53
performances melhoradas. era um F Mk 6 com capacidade de
Contudo, a supressão dos canhões ataque ao solo. As primeiras unidades
revelou-se um erro. entregues foram cedidas pela RAF.
EM COMBATE
ARMAMENTO
Menor e mais
Muitos dos versátil que o
caças europeus Z canhões de 30 mm LÍQhtnincj. o
4 mísseis com IR
da época Sidewinder ou Falcon
tinham o iviirage «t mi
mesmo número exportado em
de canhões, Lightning F Mke grandes
mas o Lightning 2 canhões de 3O mm quantidades.
era inferior aos 2 mísseis com IR Red
Os depósitos ventrais seus rivais por Top.
maiores das últimas versões só ter dois
do Lightning aumentavam mísseis. Mirage ÍIIE
2 canhões de 30 mm VELOCIDADE
bastante o raio de ação do 2 mísseis com IR IVfatra
avião. R550 Magic e 1 míssil
de médio alcance
Matra R530
INSÍGNIAS
O emblema da O SAAB uraken, com uma planta alar de
"Fénix que renasce silhueta inconfundível, era quase 15.000 m num minuto
das cinzas" pintado contemporâneo do Lightning.
no leme e as pinturas
vermelho e brancas VELOCIDADE
foram adotados pelo Todos estes caças eram capazes de alcançar Macn 2, mas nenhum
56- Esquadrão a ia manter essa velocidade mais que alguns segundos.
partir dos anos 20.
J 35F Draken Mach 2,0

Lightning F Mk6
mmmuu
Mirage IIIE

EMPENAGEM VERTICAL
A empenagem vertical é um sinal
de fácil identificação que permite
distinguir as primeiras das últimas
versões. A partir do F Mk 3, eram
maiores e retangulares, em vez de
pontiagudas.

PROPULSÃO
Dois turborreatores Rolls-
Royce Avon, equipados com
after-burners, conferiam a
um Lightning pouco pesado
uma relação potência/peso
de cerca de 1:1,
performance que poucos
aviões igualavam.

57
DOS AÍ/IÕES DE GUERRA DE TODO MUNDO
Um G 222 Força Aérea Venezuelana
Alenia (Aeritalia) G 222
| ITÁLIA «• TRANSPORTE TATICO LIGEIRO/MÉDIO * 1970

O G 222 é um avião de transporte ro- principal usuário, adotou duas versões


busto e versátil. Pode transportar 44 especiais, além da versão básica de
soldados ou, na versão ambulância, 36 transporte. São o G 222 VS para con-
macas ou uma carga máxima de 8.500 tramedidas de guerra eletrônica, e o G CARACTERÍSTICAS perfície alar 82 m2.
kg. A Aeronáutica Militar italiana, o seu 222 RM para radiocalibração. Motor: dois turbo-hélices General Elec- Peso: 14.590 kg vazio; máximo na de-
tric T-64-GE-P4D de 2356 kW colagem 26.500 kg; carga útil máxima
Dimensões: envergadura 28,70 m com- 8.500 kg
primento 22,70 m; altura 9,80 m; su- Performances: velocidade máx.
540 km/h; vel. ase. inicial 520 m/min;
altitude operacional 7.620 m; autono-
O G222 é o avião de transporte mia com carga útil máx 1.370 km; de-
da Aeronáutica Militar. colagem em 840 m.

COMPARAÇÃO VELOCIDADE CARGA RAIODEAÇAO

*** *** ***


Antonov An-26
CASA CN 235 *** ** ***
Transai! C-160 **** ** ***
***** ***** *****

Amiot 143
FRANÇA « BOMBARDEIRO » 1934
O bombardeiro quadrimotor Amiot 143 CARACTERÍSTICAS O Amiot 143, um dos aviões
tem o "privilégio" de ser um dos aviões Motor: dois motores radiais Gnome- mais feios jamais construídos,
mais feios produzidos na França no perío- Rhône 14Kirs Mistral Major de 649 kW Armamento: quatro metralhadoras prestou serviço durante a
do entre guerras. Contruído com uma fu- Dimensões: envergadura 24,50 m; MAC de 7,5 mm e 800 kg de bombas guerra em cinco esquadrões
selagem de dois andares para a tripulação, comprimento 18 m; altura 5,50 m; su- em porão interno. franceses, principalmente no
tinha uma seção alar tão grande que per- perfície alar 100 m2 lançamento de panfletos.
mitia o acesso, em voo, aos motores. En- Pesos: 6.100 kg vazio, máximo na de-
trou em operação em 1935, mas já estava colagem 9.700 kg
desatualizado no início da guerra, em 1939. Prestações: velocidade máxima 310
Usado em missões de bombardeio notur- km/h; altitude operacional 7.900 m; au-
no, nunca se destacou particularmente. tonomia 1.200 km

COMPARAÇÃO VELOCIDADE CARGA COMBATE


Amiot 143
Bristol Blenheim ** *** ***
HeinkelHe 111 ** *** ***
Martin B-10 ** **** ***
**** ***** *****

Um AMX-T (TA-1) biplace brasileiro.


AMX SC
ITÁLIA/BRASIL t AVIÃO DE ATAQUE AO SOLO 1984
O avião de ataque ao solo AMX é um pro- entrou em operação em 1989 e compõe
: -:
jeto comum desenvolvido pela Itália e pe- três esquadrilhas da Aeronáutica Militar . '*.i';:iSír-:axi^-'

lo Brasil. As versões dos dois países des- italiana e um esquadrão da aviação brasi- CARACTERÍSTICAS Performances: velocidade máx 914
tiguem-se pelo armamento. Equipado com leira. O biplace AMX-T veio substituir na Motor: um turbo-fan Rolls-Royce Spey km/h; veloc, ase. inicial 3.124 m/min;
um avançado sistema de navegação e ata- AMI, o avião de treino Aeritalia G 91T. RB 168 Mk 807 de 49,06 km de em- altitude operacional 3.000 m; autono-
que, o AMX pode lançar com grande pre- Atualmente estão sendo desenvolvidas puxo. mia 889 km com uma carga bélica de
cisão uma pesada carga bélica. O AMX versões biplace mais avançadas. Dimensões: envergadura 8,87 m; com- 907 kg.
primento 13,58 m; superfície alar 21 m2 Armamento: um canhão de 20 mm ou
Pesos: 6.700 kg vazio; máximo na de- dois de 30 mm internos; carga bélica
colagem 13.000 kg. máxima 3.800 kg incluindo bombas, de
O AMX foi apelidado de fragmentação ou guiadas por laser, lanca-
"Tornado de bolso". foguetes, mísseis antinavio ou ar-ar.

COMPARAÇÃO CUSTO CARGA COMBATE

****
Douglas A-4 Skyhawk
British Aerospace Hawk 200 ** *** ***
Dassault/Dornier Alphajet *** *** ****
** ** **
TONOV A n - 2 ' C o l t '

Antonov An-2 'Colt'


RÚSSIA * BIPLANO DE USO GERAL * 1947

O Antonov An 2 é um dos aviões mais tra incêndios, transportes de pára-que-


fabricados no pós-guerra: foram cons- distas, avião de treino e bombardeiro
truídos mais de 18.000 exemplares. ligeiro. Equipa cerca de trinta forças aé-
Com boas performances a baixa altitu- reas em missões de transporte ligeiro.
Um Antonov An-2 "colt" com
de, é extremamente versátil, podendo insígnias soviéticas
O An-2 é um biplano resistente, CARACTERÍSTICAS (AN-2P) Peso: 3.450 kg vazio; máximo na de-
ser adaptado para usos agrícolas, con-
confiável e simples Motor: um motor radial Shvetsov ASh- colagem 5.500 kg.
21R de 746 kW Performances: veloc. máx. 258 km/h;
Dimensões: envergadura (superior) vel. máxima de subida 210 m/min; alti-
18,18 m; comprimento 12,74 m; altura tude operacional 4.400 m; raio de ação
4 m; supencie aiar (superior) 43,6 m2 801 km com carga de 500 kg

VELOCIDADE CARGA RAiODEAÇAO

Antonov An-2 'Colt'


de Havilland DHC-3 Otter ** **
Britten-Norman Islander ** ** ****

Short Skyvan *** ** ***

**** **** ***

Este "Cub-B" egípcio é utilizado como avião


Antonov An-12 'Cub' de escuta eletrônica. -
RÚSSIA * TRANSPORTE TÁCTICO MÉDIO * 1958

O Antonov An-12 é o equivalente so- Essas versões do "Cub" (nome de có-


viético do transporte ocidental C-130 digo da OTAN) incluem o "Cub-A" e o
Hercules. A versão básica de transpor- "Cub-B" para missões de escuta eletrô-
CARACTERÍSTICAS "Cub-A") colagem 61.000 kg; carga útil máxima
te militar An-12 BP foi produzida em nica, e o "Cub-C" que é utilizado co-
Motor: quatro :-":--e :es Ivchenko 20.000 kg
grande escala. Posteriormente, muitos mo plataforma de contramedidas eletrô-
AI-20 K de 2.983 kW Performances: velocidade máxima 777
aparelhos foram modificados para rea- nicas. Foram construídos cerca de 900
Dimensões: e~ . = •;=:-"= 38 m; com- km/h; velocidade de subida máxima de
lizar missões especificas. An-12, principalmente para a URSS.
primento 33. '; ~ =:.-5'0,53 m ; su- 600 m/min; altitude operacional 10.200
perfície alar 121,70 m2 m; autonomia com carga máxima 3.600
Pesos: 28.000 kg vazio, máximo à des- km; decolagem em 700 m; aterrissa-
gem em 500 m
O An-12 é o cavado de carga da
Armamento: torreta de cauda com 2
frota de transporte russa; foi
canhões NR-23 de 23 mm
muito utilizado no Afganistão.
COMPARA VELOCIDADE CARGA RAIODEAÇAO

Antonov An-12 'Cub'


Lockheed C-130 Hercules **** **** ***
Transall C-160 *** *** ***
llyushin II-76 *** *** ****
***** ***** *****

Antonov An-22 Antei 'Cock'


USSIA* TRANSPORTE ESTRATÉGICO * 1965

Quando apareceu, em 1965, o An-22 era pedregosos. O An-22 está equipado com Um An-22 Antei da Força Aérea
o maior avião do mundo. Era uma versão quatro turbo-hélices extremamente po- NK-12MAde 11.186kW Soviética
ampliada do An-12, mas com dupla de- tentes. Atualmente ainda estão em ser- Dimensões: envergadura 64,40 m, com-
riva, projetada para transportar cargas pe- viço na Rússia cerca de 45 aparelhos. primento 57,92; altura 12,53 m; superfí- colagem 250.000 kg; carga útil máxima
sadas ou de grande volume a grandes cie alar 345 m2 80.000 kg
distâncias. Pode operar a partir de su- CARACTERÍSTICAS Pesos: 114.000 kg vazio; máximo na de- Performances: velocidade máx. 740
perfícies não preparadas, como terrenos Motor: quatro turbo-hélices Kuznetov km/h altitude operacional 7.500 m; au-
O enorme An-22 é o maior avião tonomia 11.000 km com o máx do com-
de hélice que já foi construído. bustível de 45.000 kg de carga e 5.000
Nos anos 60 baten inúmeros km com a carga máxima; decolagem em
recordes. 1.300 m e 800 m na aterrissagem.

COMPARAÇÃO VELOCIDADE CARGA RAiODEAÇAO


Antonov An-22 Antei
**** ***** *****
Short Belfast
**** *** ***
Douglas C-133 Cargomaster
*** **** ****
Douglas C-124 Globemaster
** *** **
A-Z DOS AVIÕES DE GUERRA DE TODO MUNDO

Antonov An-26
RÚSSIA » TRANSPORTE TÁCTICO MÉDIO * 1970
O Antonov An-26 é o avião de trans- tam serviço em cerca de 30 países.
porte ligeiro base de todas as forças Foram desenvolvidas duas versões prin- O An-30 "Clank" (em cima) é um An-26
aéreas do ex-Bloco do Leste. Pode cipais: O An-30 "Clank", para reco- especializado equipado para missões de vigilância e
transportar até 40 passageiros ou uma nhecimento e vigilância aérea, e o An- reconhecimento aéreo.
carga máxima de 5.500 kg. O An-26 32 "Cline" de transporte.
tem uma rampa traseira para facilitar
o acesso de veículos. Foi o primeiro CARACTERÍSTICAS (An-26B)
avião de transporte com porão de car- Motor: aois turbos-hélices Progress
ga presurizada. Foram construídas mais AI-24Tde 2.103 kW e um reator So-
de mil unidades do An-26, que pres- yuz Ru-19A-300 de 7,85 kN de em-
OAn-32 é essencialmente um An-26 equipado com motores mais
O robusto e confiável An-26 presta serviço em numerosas forças potentes (instalados por cima das asas) para missões de grande altitude.
aéreas. Na fotografia, um avião de Força Aérea líbia. xima 5.500 kg
puxo sob a asa direita.
Dimensões: envergadura 29,20 m; Performances: vel. máx. 540 km/h:
comprimento 23,80 m; altura 8,58 m; veloc. operacional 7.500 m; autono-
superfície alar 74,98 m:. mia com carga máxima 1.100 km; de-
Pesos: 15.400 kg vazio, máximo na colagem em 780 m; aterrissagem em
decolagem 24.400 kg: carga útil má- 730 m.

COMPARAÇÃO VELOCIDADE CARGA RAIODEAÇÃO


Antonov An-26 -*-***
Alenia G222
*** ***
**** ***** ****
HS Andover
*** **** ***
CASAC.212
** ** **

A maioria dos An-124 está pintada com as cores da


Antonov An-124 Ruslan Aeroflot (as linhas aéreas da ex-UfíSS/, prestando
freqíientemnnto <u>nsi>n nara a aviação militar.
RÚSSIA » TRANSPORTE ESTRATÉGICO * 1989

O gigantesco An-124 Ruslan ("Con- o An-22 e é capaz de transportar tan-


dor"no código da OTAN) é atualmente o ques, helicópteros, mísseis e outras
maior avião do mundo construído em sé- cargas volumosas. Durante uma missão
rie. É inclusive maior que seu "adver- humanitária em Bangladesh, em 1990, gress D-18T de 229,47 kN de empuxo colagem 405.000 kg; combustível inter-
sário", o Lockheed C-5 Galaxy da USAF, evacuou 451 refugiados num só voo. Dimensões: envergadura 73,30 m: no 230.000 kg; carga útil máx. 150.000 kg
e bateu muitos recordes anteriores de comprimento 69,10 m; altura 20,78 m: Performances: veloc. máx. 865 km/h;
carga e altitude obtidos pelo Galaxy. CARACTERÍSTICAS superfície alar 628 m 2 . autonomia 16.500 km com o máximo
O Ruslan foi projetado para substituir Motor: quatro turbo-fan ZDMDB Pro- Pesos: 175.000 kg vazio; máximo na de- de combustível e 4.500 kg; para a de-
O Russian é o maior e mais colagem com a carga útil máx. neces-
pesado avião de transporte sita de 3.000 m de pista e 800 m para
construído em série no mundo.

COMPARAÇÃO VELOCIDADE CARGA RAIODEAÇÃO

Antonov An-124 Ruslan


*** ***** *****
Lockheed C-5 Galaxy
**** **** ****
McDonnelI Douglas C-17
*** *** ***
Boeing 747 Freighter
***** **** ****

CARACTERÍSTICAS (Ar 96B)


Arado Ar 96 Motor: motor em linha ArgusAs410A-
9,10 m; altura, 2,60 m; superfície alar 17,01 m2
Pesos: 1.295 kg vazio, máximo na de-
1 de 347 kW. colagem 1.700 kg.
ALEMANHA «AVIÃO DE TREINAMENTO AVANÇADO BIPLACE « 1938
Dimensões: envergadura 11 m; comprimento Performances: velocidade máx. 330
O Arado Ar 96 foi o avião de treina- Este último tinha uma fuselagem mais km/h; altitude operacional 7.100 m, au-
mento mais importante do Eixo duran- larga para poder levar mais combustí- À excepão do North American tonomia 990 km.
te a Segunda Guerra Mundial. Foram vel. T-6, a série do Ar 96B foi a mais Armamento: uma metralhadora MG
fabricados quase 11.500 nas duas fabricada dos aviões de treino. 17 de 7,92 mm.
A maioria foi utilizada como avião de
versões principais: o Ar 96A e'o Ar 96B, treinamento, mas alguns estavam ar-
com um motor mais potente. mados para treino básico de tiro.

COMPARAÇÃO MANOBRABILIDADE ARMAMENTO COMBATE

Miles Magister
North American **
T-6 Texan
** * *
Tachikawa K-55
*** ** *

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