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ESCOLA ESTADUAL

ADAPTAÇÃO PET 3 2021


Professor: Disciplina: Filosofia Turma: Bimestre: 3º

Nome:

O principal tema deste terceiro volume do Plano de Estudos Tutorados é a Política.


Veremos ao longo deste bimestre o pensamento de vários filósofos ao longo da história sobre o
assunto.

SEMANA 01
EIXO: Agir e Poder.

TÓPICO: Indivíduo e Comunidade.

HABILIDADE(S):
— Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.

TEORIA POLÍTICA DE PLATÃO


O filósofo grego Platão (428-347 a.c.), em seu livro A República, explica que o indivíduo
possui três almas: a concupiscente, a irascível e a racional. Pela educação, o indivíduo deveria
alcançar um equilíbrio entre esses três princípios, mas um equilíbrio hierárquico, pois, para o
filósofo, a alma racional deve preponderar.
Depois, fazendo uma analogia entre o indivíduo e a cidade (pólis), Platão também a dividiu em
três grupos sociais:
• produtores – responsáveis pela produção econômica, como os artesãos e agricultores,
criadores de animais etc. Esse grupo corresponderia à alma concupiscente;
• guardiões – responsáveis pela defesa da cidade, como os soldados. Esse grupo
corresponderia à alma irascível;
• governantes – responsáveis pelo governo da cidade. Esse grupo corresponderia à alma
racional.
Para Platão, o filósofo é aquele que, saindo do mundo das trevas e da ilusão, busca o
conhecimento e a verdade no mundo das ideias. Depois deve voltar para dirigir as pessoas que
não alcançaram esse ponto. Ele se constituiria, assim, no que ficou popularizado como rei-
filósofo, pois aquele que, pela contemplação das ideias, conheceu a essência do bem e da
justiça deve governar a cidade.

TEORIA POLÍTICA DE ARISTÓTELES


O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.c.) afirmava que o ser humano é por natureza um
ser social, pois, para sobreviver, não pode ficar completamente isolado de seus semelhantes.
Assim, constituída por um impulso natural do ser humano, a sociedade deve ser organizada
conforme essa mesma natureza humana. O que deve guiar, então, a organização de uma
sociedade? A busca de determinado bem, corresponde aos anseios dos indivíduos que a
organizam.
Para Aristóteles, a organização social adequada à natureza humana é a pólis: “a cidade
(pólis) encontra-se entre as realidades que existem naturalmente, e o homem é por natureza um
animal político”. A pólis grega, portanto, é vista pelo filósofo como um fenômeno natural. Por
isso, o ser humano em seu sentido pleno é um animal político, isto é, envolvido na vida da pólis.
Assim, Aristóteles toma um fenômeno social característico da Grécia como modelo natural de
todo o gênero humano.

ATIVIDADES
1 – Para Platão o homem possui três almas e a que deve predominar é a alma racional. Ele
transfere o mesmo pensamento para a pólis, assim os governantes devem ser:
a) O rei-filósofo.
b) O psicólogo.
c) O artesão.
d) O guardião
2 – Para Aristóteles o ser humano é um ser social por natureza, pois ele precisa se manter em
comunidade para manter sua sobrevivência. Assim é possível afirmar que para Aristóteles o
homem é:
a) Lobo do próprio homem.
b) Um animal irascível.
c) Um animal político.
d) Dono da natureza.

SEMANA 02
EIXO: Agir e Poder.

TÓPICO: Indivíduo e comunidade: Lei e Justiça

HABILIDADE(S):
— Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.

TEORIA POLÍTICA DE NICOLAU MAQUIAVEL


O filósofo italiano Nicolau Maquiavel (1469- -1527) é considerado o fundador do
pensamento político moderno, uma vez que desenvolveu sua filosofia política em um quadro
teórico completamente diferente do que se tinha até então. Como vimos, no pensamento antigo
a política estava relacionada com a ética e, na idade média, essa ideia permaneceu, acrescida
dos valores cristãos. Ou seja, o bom governante seria aquele que possuísse as virtudes cristãs
e as implementasse no exercício do poder político. Maquiavel observou, porém, que havia uma
distância entre o ideal de política e a realidade política de sua época. Escreveu então o livro O
Príncipe (1513-1515), com o propósito de tratar da política tal como ela se dá, isto é, sem
pretender fazer uma teoria da política ideal, mas, ao contrário, compreendendo e esclarecendo a
política real. Dessa forma, o filósofo afastou-se da concepção idealizada de política. Centrou sua
reflexão na constatação de que o poder político tem como função regular as lutas e tensões
entre os grupos sociais, os quais, em seu entendimento, eram basicamente dois: o grupo dos
poderosos e o povo. Segundo Maquiavel: a política tem como objetivo a manutenção do poder
do Estado. E, para manter o poder, o governante deve lutar com todas as armas possíveis,
sempre atento às correlações de forças que se mostram a cada instante. Isso significa que a
ação política não cabe nos limites do juízo moral. O governante deve fazer aquilo que, a cada
momento, se mostra interessante para conservar seu poder. não se trata, portanto, de uma
decisão moral, mas sim de uma decisão que atende à lógica do poder.
Para Maquiavel, na ação política não são os princípios morais que contam, mas os
resultados. É por isso que, segundo ele, os fins justificam os meios.
ATIVIDADES
1 – As observações de Nicolau Maquiavel a respeito da política da sua época foi a de que o
governante sempre deve fazer aquilo que seja interessante para conservar o seu poder, esta
conclusão ficou conhecida na seguinte máxima:
a) Deus está morto.
b) Se a classe trabalhadora tudo produz a ela tudo pertence.
c) Comer é um ato político.
d) Os fins justificam os meios
2 – A obra mais conhecida de Nicolau Maquiavel é:
a) Leviatã.
b) O Príncipe.
c) Metafísica.
d) O auto da compadecida.

SEMANA 03
EIXO: Agir e Poder.

TÓPICO: Indivíduo e comunidade.

HABILIDADE(S):
— Delimitar as esferas do indivíduo, do social e do político.

O CONTRATUALISMO DE THOMAS HOBBES


O primeiro grande contratualista foi o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679). Em
sua investigação, concluiu que o ser humano, embora vivendo em sociedade, não possui o
instinto natural de sociabilidade, como afirmou Aristóteles. Para Hobbes, cada indivíduo sempre
encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado. Segundo o filósofo,
onde não houver o domínio de um indivíduo sobre outro, existirá sempre uma competição
intensa até que esse domínio seja alcançado. Tal tese está vinculada à concepção materialista e
mecanicista da realidade proposta por Hobbes.
A consequência óbvia dessa disputa infindável entre os seres humanos em estado de
natureza teria sido o surgimento de um estado de guerra e de matança permanente nas
comunidades primitivas. Por isso, nas palavras de Hobbes, “o homem é o lobo do próprio
homem” (da expressão latina homo homini lupus).

ATIVIDADES

1 – O primeiro grande contratualista dentro da história da Filosofia ocidental foi:


a) Sócrates.
b) Thomas Hobbes.
c) Neymar.
d) Darwin.

SEMANA 04
EIXO: Agir e Poder.

TÓPICO: Indivíduo e comunidade.

HABILIDADE(S):
— Refletir sobre o sentido do conflito nas relações humanas.

JOHN LOCKE: BREVE BIOGRAFIA


John Locke (1632-1704), filósofo inglês, era médico e descendia de burgueses
comerciantes. Refugiado na Holanda por ter-se envolvido com acusados de conspirar contra a
Coroa, retornou à Inglaterra no mesmo navio em que viajava Guilherme de Orange, símbolo da
consolidação da monarquia parlamentar inglesa.
ESTADO DE NATUREZA E CONTRATO SOCIAL
Diferentemente de Hobbes, Locke não descreve o estado de natureza como um ambiente
de guerra e egoísmo. O que então levaria os indivíduos a abandonar essa situação, delegando o
poder a outrem? Para Locke, no estado natural cada um é juiz em causa própria; portanto, os
riscos das paixões e da parcialidade são muito grandes e podem desestabilizar as relações
entre os indivíduos. Por isso, visando à segurança e à tranquilidade necessárias ao gozo da
propriedade, todos consentem em instituir o corpo político.
LEGITIMAÇÃO DE PODER
Locke estabelece a distinção entre o público e o privado, âmbitos que devem ser regidos
por leis diferentes. Assim, o poder político não deve, em tese, ser determinado pelas condições
de nascimento, bem como o Estado não deve intervir, mas garantir e tutelar o livre exercício da
propriedade, da palavra e da iniciativa econômica. Desse modo, um aspecto progressista do
pensamento liberal é a concepção parlamentar do poder político, que se acha nas instituições
políticas, e não no arbítrio dos indivíduos.
A PROPRIEDADE SEGUNDO LOCKE
Como representante dos ideais burgueses, Locke enfatiza que os indivíduos abandonam
o estado de natureza para preservar a propriedade. Mas o que ele entende por propriedade?
Em um sentido muito amplo, é “tudo o que pertence” a cada indivíduo, ou seja, sua vida, sua
liberdade e seus bens. A primeira coisa que a pessoa possui, portanto, é o seu corpo: todo
indivíduo é proprietário de si mesmo e de suas capacidades. O trabalho de seu corpo é
propriamente dele; portanto, o trabalho dá início ao direito de propriedade em sentido estrito
(bens, patrimônio). Isso significa que, na concepção de Locke, todos são proprietários: mesmo
quem não possui bens é proprietário de sua vida, seu corpo, seu trabalho e, portanto, dos frutos
do seu trabalho.

ATIVIDADES
1 – Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira ligando os conceitos de estado de
natureza, contrato social, legitimação de poder, e propriedade segundo o filósofo John Locke:

( 1 ) Estado de Natureza (___) é “tudo o que pertence” a cada


indivíduo, ou seja, sua vida, sua liberdade e
seus bens.
( 2 ) Contrato Social (___) estado em que cada um é juiz em causa
própria; portanto, os riscos das paixões e da
parcialidade são muito grandes e podem
desestabilizar as relações entre os indivíduos.
( 3 ) Legitimação de Poder (___) aspecto progressista do pensamento
liberal é a concepção parlamentar do poder
político, que se acha nas instituições políticas,
e não no arbítrio dos indivíduos.
( 4 ) Propriedade (___) visa a segurança e a tranquilidade
necessárias para assegurar a propriedade
privada.
SEMANA 05
EIXO: Agir e Poder.

TÓPICO: Indivíduo e comunidade.

HABILIDADE(S):
— Refletir sobre o sentido do conflito nas relações humanas.

ROUSSEAU: ESTADO DE NATUREZA


Rousseau aborda um tema clássico, o ser humano em estado de natureza – isto é, antes
de viver em sociedade –, e critica seus predecessores – como Hobbes e Locke – por
imaginarem um estado natural que lhes convinha para justificar seus modelos prediletos de
governo: a monarquia absolutista, no caso do primeiro; o estado liberal, no caso do segundo.
Assim, para Rousseau, propuseram um estado de guerra ou de proprietários, respectivamente,
pintando o “homem natural” com as cores da sociedade desigual e injusta que todos
conhecemos. O filósofo franco-suíço afirma, em contrapartida, que é possível conjecturar sobre
um estado de natureza totalmente distinto, adotando, para isso, outro método de descoberta:
uma meditação interior nas profundezas da floresta. Por meio dela, Rousseau chega a uma
imagem do estado de natureza que reconhece ser apenas uma hipótese, não um fato histórico,
mas uma hipótese plausível e não menos verossímil do que as outras existentes.
De acordo com sua descrição, o ser humano em estado natural vivia isolado, livre e feliz,
guiado por bons sentimentos e em harmonia com seu hábitat. Ligado à sua natureza animal,
tinha os sentidos mais desenvolvidos que o intelecto, e suas únicas paixões eram o amor de si
(entendido como uma paixão inata que leva cada animal à autopreservação) e a piedade
(definida como uma repugnância inata por ver o sofrimento alheio). Rousseau reviveu, assim, o
mito do bom selvagem, presente em vários relatos de viagem de exploradores daquela época e
que seria tema de várias obras literárias.
Apesar de sua proximidade dos outros animais, o ser humano se distinguiria destes,
segundo o filósofo, por ser um pouco mais livre em relação aos instintos e por apresentar uma
característica fundamental: a capacidade ou potencialidade de mudar seu estado ou condição
para melhor (aperfeiçoar-se) ou pior (como foi o caso da vida em sociedade), o que não ocorre
com os outros animais, pois estes se mantêm sempre iguais. trata-se da chamada
perfectibilidade humana. a primeira desigualdade.

ATIVIDADES
1 – Rousseau pensa a diferente de seus antecessores a respeito do estado de natureza,
segundo ele o ser humano em seu estado natural é:
a) Livre e feliz, guiado por bons sentimentos e em harmonia com seu hábitat.
b) Violento e egoísta.
c) Um animal exatamente como qualquer outro animal da natureza.
d) Um ser preguiçoso e apático.
2 – Depois de estudar um pouquinho sobre a forma que os filósofos Platão, Aristóteles, Hobbes,
Locke e Rousseau vêm a política e as organizações sociais chegou a sua vez: afinal o que você
entende sobre Política?

SEMANA 06
EIXO: Agir e Poder.

TÓPICO: Indivíduo e comunidade.


HABILIDADE(S):
— Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.

FOUCAULT: O PODER
Michel Foucault (1926-1984) nasceu em Poitiers, na França. Buscando explicar as zonas
culturais e institucionais que influem diretamente nas atividades e nos pensamentos cotidianos
das pessoas, produziu uma crítica histórica da modernidade, na qual a ideia-chave é o poder.
Ele centrou sua investigação em temas como certas instituições sociais (notadamente as
educativas, psiquiátricas e carcerárias), a sexualidade e, principalmente, o poder. De acordo
com Foucault, as sociedades modernas apresentaram uma nova organização do poder que se
desenvolveu a partir do século XVIII.
Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor político e em suas
formas de repressão, mas está disseminado pelos vários âmbitos da vida social. Para esse
filósofo, o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz.
Sem se deter apenas no macro poder concentrado no Estado, Foucault analisou esses
micropoderes que se espalham pelas mais diversas instituições da vida social, isto é, os
poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas que interiorizam e cumprem as normas
estabelecidas pela disciplina social – pais, porteiros, enfermeiros, professores, secretárias,
guardas, fiscais etc. adotando essa perspectiva de análise, conhecida como microfísica do
poder, ele afirma que “o poder está em toda parte, não porque englobe tudo” e sim “porque
provém de todos os lugares”.
Na vida cotidiana, segundo o filósofo, esbarramos mais com os guardiões dos
micropoderes – os pequenos donos dos poderes periféricos – do que com os detentores dos
macro poderes. Seu objetivo, como filósofo, foi o de colocar à mostra estruturas veladas de
poder.

ATIVIDADES
1 – O que você entende por PODER?
2 – Para Michel Foucault não existe apenas um grande poder, existem também os poderes nas
diversas instituições, como nas escolas, nos presídios, nos hospitais, na família, ou seja, o
poder está por toda parte, a esses poderes fragmentados, espalhados e velados pela e na
sociedade ele deu o nome de:
a) Superpoderes.
b) Poderes camuflados.
c) Micropoderes.
d) Escondidinho de poder.

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