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INTRODUÇÃO

À CIÊNCIA POLÍTICA
A palavra política é de origem grega e remete às antigas pólis
(cidades-estado) da Grécia antiga. Segundo Aristóteles, que
escreveu uma obra chamada Política, o homem é um animal
político (Zoon Politikon). Sendo assim, a política faz parte da
própria natureza humana, sendo chamada por Aristóteles de
Ciência Maior. Por outro lado, aquele que não se ocupava da
política era chamado de idiota.

Em sua obra, Aristóteles trata da política de maneira estritamente


teórica, procurando fundamentá-la a partir da família, vista como unidade política básica,
até chegar à cidade-estado. Depois disso, ele procura discutir qual a melhor forma de lei
e qual a melhor forma de governo.

A POLÍTICA NOS TEMPOS DE MAQUIAVEL


Apesar do pioneirismo de Aristóteles, o primeiro a tratar da
política como uma ciência com um sentido próprio de racionalidade,
foi o filósofo florentino Maquiavel, que tratou do assunto no
clássico O Príncipe. Por essa razão ele é chamado de “O Pai da
Ciência Política”.

Segundo Maquiavel, a política seguiria uma racionalidade própria


que não deveria ser confundida com a moral cristã. É daí que
vem a famosa frase, “os fins justificam os meios”. Os fins neste
caso, é a conservação do Estado. Já os meios seria tudo o que
fosse necessário para a preservação do Estado e conservação do
poder do príncipe.

As Qualidades do Governante para Maquiavel

Em seu livro “O Príncipe”, Maquiavel utiliza


muitas metáforas e comparações para
definir como um governante deveria agir
em diversas situações. Entre as qualidades
fundamentais do Príncipe, Maquiavel
destaca duas, que são: a Virtù e a Fortuna
- virilidade e sorte, respectivamente. Além
disso, o governante deveria ser capaz de agir
como um leão e pensar como uma raposa.

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THOMAS HOBBES E A POLÍTICA
Introdução à Ciência Política

Na era moderna (Séculos XVI-XVII), o


filósofo Thomas Hobbes, na mesma linha de
Maquiavel, desenvolve uma teoria do Estado
que parte da premissa de que os seres
humanos são belicosos por natureza e que,
portanto, a função do governo seria evitar a
“guerra de todos contra todos”.

Aliás, Hobbes acreditava que a origem do


Estado civil estava na decisão dos homens
de renunciarem ao direito de autogoverno
para transferi-lo para o Rei. A partir desse
ponto de vista, o Estado Hobbesiano é
basicamente um modelo de governo que
passa por cima das liberdades e direitos
individuais. Em suma, Hobbes foi um dos Representação do pensamento de Hobbes,
teóricos do Estado Absolutista. “o homem é lobo do próprio homem”

A EMERGÊNCIA DA CIÊNCIA POLÍTICA


Mas foi somente no século XIX que a Ciência Política se consolidou
enquanto disciplina acadêmica. E isto deveu-se ao filósofo francês
Augusto Comte, que criou um sistema filosófico que ele chamou
de positivismo. Esta filosofia dizia que a humanidade havia passado
por três fases distintas: teológico, metafísico e positivo.

Neste último estado, os seres humanos e, consequentemente


a sociedade, estariam livres tanto das superstições religiosas
quanto dos raciocínios filosóficos em base na ciência (metafísica).
Altamente influenciado pelo cientificismo do século XIX, o positivismo propunha a
sociologia como uma ciência determinista que explicaria os fenômenos da sociedade.

O CAMPO DE ESTUDO DA CIÊNCIA POLÍTICA

A partir de Augusto Comte, o estudo da Ciência Política se


desenvolveu ao longo do século XIX e começo do XX, a partir dos
estudos de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. A
contribuição deles foi tão fundamental que eles são utilizados até
hoje como base teórica para muitos cientistas políticos.

Todos os três deram atenção à questão do Estado, cada um


à sua maneira. No caso de Durkheim, ele fez a diferenciação
entre fato natural e fato social, entendendo a política como um
exemplo desse último. Para Marx, o Estado é um sintoma da luta
de classes. Em outras palavras, cada classe social dentro de uma
nação luta para ter hegemonia no Estado. No caso de Weber, o
Estado é fruto da progressiva racionalização da sociedade.
Max Weber, Karl
Marx e Émile Durkheim

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ANÁLISE TRÍPLICE SOBRE O ESTADO

Introdução à Ciência Política


Atualmente, a Ciência Política analisa o Estado sob três
perspectivas: filosófica, sociológica e jurídica. No campo filosófico,
a exemplo de Aristóteles, são analisados os fundamentos do
Estado. Já no sociológico, analisa-se as relações de poder entre
os vários grupos que constituem a sociedade. Finalmente, a
perspectiva jurídica analisa o Estado como um fenômeno jurídico,
a partir de um enfoque legal.
Frontispício do livro
“Leviatã”, de Thomas
Hobbes

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