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O fortalecimento das monarquias nacionais modernas está intimamente relacionado ao

surgimento das terras absolutistas de poder. Apresente essas teorias e a justificativa para o seu
surgimento

Enquanto regime, o absolutismo resulta de um longo processo histórico de


centralização do poder e da autoridade na figura monarca, que se foi cumprindo entre o final
da Idade Média e o início da Era Moderna.
O termo absolutismo, segundo o historiador inglês Richard Bonney em sua obra
“L'absolutisme”, é uma “etiqueta póstuma", havendo sido cunhado apenas na época de
declínio dos regimes por ele designados e das teorias correspondentes, ou seja, nos finais
do século XVII e no início do XIX, aparecendo o vocabulário como um neologismo pejorativo
do antigo regime, desaparecido com a revolução francesa. Tal acepção pejorativa deriva da
palavra absoluto, que já era empregada desde do século XIII para qualificar um poder
supremo, qual o do soberano. Somente no desenrolar da idade moderna que surgiu o
regime absolutista, apurando o seu conceito às raízes doutrinais que remontam à
antiguidade, nomeadamente ao direito romano, e às duas máximas de Ulpiano, tão
comentadas pelos teóricos da época, “Princeps Legibus Solutos est” (O príncipe está isento
da lei) e “Quod principi placuit legis habet vigorem” (O Que apraz ao príncipe vigora como a
lei). Contudo, a idade média herdou a tradição legal romana, mas de uma forma
corporativista e constitucionalista. As lutas entre o santo império Romano Germânico e o
papado, a partir do século XII, proporcionaram desenvolvimentos e discussões jurídicas
pioneiras para a formação doutrinal do absolutismo. Outro elemento a ter em conta o
aparecimento do absolutismo, consiste na exploração do conceito “imperium”, na tentativa
de validar um sistema de certo modo imune às teorias contratualistas, aos contra poderes e
às limitações impostas pela maior parte dos teóricos medievais.
O país onde onde surgiu um regime absolutista de uma forma acabada, e de resto, a
pátria de origem da corrente doutrinária, foi o reino da França no século XVI. Enumeram-se
os fatores decisivos para a contribuição das particularidades jurídicas da tradição
constitucional francesa e as guerras de religião que assolaram o reino. Ao sabor de
vicissitudes destas, opondo católicos contra protestantes. O aparecimento do absolutismo
de um ponto de vista teórico, acha-se, assim, estreitamente vinculado à intervenção do
conceito de soberania, tal como neste contexto desenvolvido e formulado por Bodin, que se
pode e deve considerar o primeiro teórico absolutista. Todos os teóricos absolutistas
posteriores a Bodin, incluindo Bossuet, conservam dele a essência da doutrina sobre a
soberania, mas elaboram teorias muitas vezes divergentes entre si, quanto à origem do
poder absoluto, quanto à sua natureza.
Hobbes, em alguns aspectos predecessor do anti-absolutista Locke quanto à
política, foi um grande defensor do absolutismo. Das três formas de poder soberano
absoluto, monarquia, democracia e aristocracia, a primeira é, para Hobbes, a mais perfeita,
por nela se identificar o interesse privado com o público, o que reduz o papel da influência
negativa na comunidade. Maquiavel, que ficou conhecido principalmente pelas suas frases
simbólicas para retratar o governo ideal. Ele defendeu que o Estado para atingir os seus
objetivos não deveria medir esforços, pois “os fins justificam os meios”. Uma das
alternativas para construir um governo forte seria a separação entre moral e política, uma
vez que as razões do Estado deveriam ser superiores a quaisquer valores culturais e
sociais da nação. Maquiavel elaborou a tese de que o Príncipe (Líder político) deveria
aprender a ser mau para conseguir manter o poder e, além disso, defendeu um governo em
que os indivíduos eram vistos como súditos, que deveriam apenas cumprir ordens.

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