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FACULDADE SABERES

LICENCIATURA EM HISTÓRIA

CRISTIANE KRÜGER ZOCOLOTTI

A ADESÃO POPULAR AOS GRUPOS E DISCURSOS POLÍTICOS NO BRASIL


DO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA.
ANÁLISE DE PANFLETOS MANUSCRITOS ENTRE 1820 1823.

VITÓRIA - ES
2016
CRISTIANE KRÜGER ZOCOLOTTI

A ADESÃO POPULAR AOS GRUPOS E DISCURSOS POLÍTICOS NO BRASIL


DO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA.
ANÁLISE DE PANFLETOS MANUSCRITOS ENTRE 1820 1823.

Monografia apresentada ao curso de


graduação na modalidade de Licenciatura
Plena em História da Faculdade Saberes,
como requisito parcial para a obtenção do
grau de licenciado em História.
Orientador. Prof. Me. Jorge Vinícius
Monteiro Vianna

VITÓRIA - ES
2016
CRISTIANE KRÜGER ZOCOLOTTI

A ADESÃO POPULAR AOS GRUPOS E DISCURSOS POLÍTICOS NO BRASIL


DO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA.
ANÁLISE DE PANFLETOS MANUSCRITOS ENTRE 1820 1823.

NOTA OBTIDA = ______ (_________)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação de História da


Faculdade Saberes como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em
História.

Aprovado em ___ de ______________ de 2016

_______________________________

Prof. Me. Jorge Vinícius Monteiro Vianna

Orientador.

______________________________

Prof. Me. Jorge Vinícius Monteiro Vianna

Coordenador do Curso de História


A meus pais Leandro e Elvira, a meus filhos Antônio e Cecília
abrigo e amparo que nem sempre soube reconhecer e retribuir.

Para Klaus e Alice, pra sempre meus, minha extensão de mãe.

A meus irmãos Alexandre e Letícia, segurança e força nas


horas mais necessárias.

A meus cunhados Geicine e Fábio amparo para quem cuidava


de mim.

A meus amigos, em especial Raquel e Renan, que mesmo sem


saber e querer foram apoio para que eu pudesse levantar.

A meu estimado Jorge, mais que professor e orientador, um


modelo e inspiração.
AGRADECIMENTOS
“Se tem solução,
pra que sofrer ou se preocupar?
Tudo será resolvido.
Se não tem como resolver,
de que adianta sofrer e se preocupar?”
Leandro Antônio Zocolotti, meu pai.
RESUMO

Esse trabalho apresenta um estudo, com base na produção historiográfica recente,


sobre os projetos políticos existentes no Brasil durante as lutas pela emancipação
política brasileira. Partindo da leitura de panfletos escritos entre 1820 e 1823,
entender que, embora os projetos políticos existentes nesse momento histórico
representavam os interesses das elites econômica e intelectuais, houve adesão e
identificação das camadas populares, ao processo de luta pela Independência do
Brasil.
Identificando quais eram os discursos políticos, em debate no Brasil no contexto
independentista e os posicionamentos defendidos em relação aos em meio a
turbulência gerada pelos ecos da Revolução Liberal do Porto de 1820 e a ruptura
definitiva como Portugal. Percebendo como a existência de determinados assuntos
nos panfletos e o uso verbetes de origem popular, evidenciam os variados
posicionamentos adotados pela população frente aos discursos políticos em debate
no período estudado.
Os impressos, usados como fonte documental neste trabalho, trazem alguns dos
interesses e ideias existentes em meio a turbulência gerada pelos ecos da
Revolução Liberal do Porto de 1820 e as reações a política Vintista Portuguesa na
colônia. O posicionamento apresentado nos panfletos, sobre a escravidão, a forma
como a liberdade era definida ou exaltada, a maneira como os homens desse
momento faziam referencia a Portugal e ao rei, denotam que havia conhecimento e
uma preocupação da população em relação aos rumos políticos do Brasil.
Discutindo ainda a interpretação historiográfica mais tradicional, que apresenta a
participação política popular como a de um grupo inerte, apático mediante os
acontecimentos e dominado por uma elite que não necessitava do apoio das
camadas populares para a efetivação da independência.
Ancorado pelos documentos o trabalho analisa em que medida a elite e as
denominadas camadas populares faziam parte de uma mesma cultura politica.
Percebendo que não eram apenas os interesses econômicos ou nacionais que
levavam a identificação dos sujeitos e sua organização em defesa de determinado
discurso.
Palavras-chave: independência - Brasil - partidos- política -popular
ABSTRACT
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................
2. A....................................
3. ............................................ 45
4. ............................................................................................ 54
5. REFERÊNCIAS......................................................................................... 56
1. INTRODUÇÃO

A ideia de estudar panfletos manuscritos e impressos entre os anos de 1820 e


1823 é justificada pelo interesse em levantar elementos que evidenciem a
participação popular no contexto dos movimentos pela emancipação brasileira.
Durante muito tempo a participação popular na independência foi negada ou tratada
de forma simplista pela historiografia tradicional. O uso de fontes como os panfletos
nos permite entender como as camadas populares se articulavam mediante o ideário
político da independência. É preciso considerar que, nos idos de 1820, o
pensamento político existente no Brasil e em Portugal estava relacionado a uma
mesma cultura política.
Para a historiadora Lucia Maria Bastos Neves, a vida pública brasileira foi
iniciada com os debates em torno do liberalismo enunciado pela Revolução Liberal
do Porto. Para ela, a cultura política que se forma no Brasil foi forjada pelas Luzes
Portuguesas e por uma elite intelectual Coimbrã. Essa raiz lusitana do pensamento
político brasileiro gerou uma certa homogeneidade cultural no pensamento politico
das elites no Brasil após 1820. (REFERÊNCIAS??)
A elite política luso-brasileira era composta por homens detentores do poder
econômico e indivíduos letrados. Esse grupo tinha a capacidade de influenciar e
formar a opinião pública da época e conduzir os rumos das decisões políticas que se
faziam necessárias no período. Foi essa elite politica que articulou o projeto político
que resultou no 7 de setembro de 1822. Porém, a capacidade da elite em organizar
e articular a política na colônia, não significou a exclusão ou impedimento à
participação ou o interesse popular sobre os acontecimentos e pela vida pública. A
elite intelectual e econômica do Brasil, obteve, a partir de 1808 com a chegada da
Família Real no Brasil e com a Abertura dos Portos uma significativa projeção social.
O incremento da vida intelectual e o desenvolvimento da economia possibilitaram
uma maior participação e influência na nascente esfera pública pela ampliação do
saber ou dos negócios.
Segundo José Murilo de Carvalho, foi a chegada da corte no Brasil que
permitiu que o discurso escrito tivesse maior predomínio. A criação da imprensa
régia e a liberdade para publicação de material tipográfico foi substituindo a tradição
da fala oralizada, dando força a palavra escrita que, gradativamente, ganhou os
debates da vida pública. O domínio da linguagem escrita favoreceu a elite letrada.
Porém, a leitura dos panfletos nos permite identificar que as camadas populares
buscavam espaços e formas para expressar suas ideias e posicionamentos políticos
frente aos debates e acontecimentos. (REFERÊNCIAS??)
Os panfletos selecionados para esse trabalho, apresentam discursos e
posicionamentos diferentes em relação à participação dos deputados brasileiros na
assembleia constituinte, em relação ao projeto “recolonizador” português e em
relação ao discurso emancipacionista. O próprio liberalismo aparece com diferentes
nuances nos discursos e ideias apresentados nos panfletos. A defesa da monarquia
e de D. Pedro I também são temas controversos nos panfletos. O debate político
fazia dos panfletos, segundo Carvalho, porta-vozes das demandas populares.
(REFERÊNCIAS??)
A opção pelos panfletos como referência documental surgiu devido a alguns
questionamentos sobre a existência ou não de uma participação política popular na
independência. Buscamos, assim, entender como a população se comportava frente
às ideias liberais e agitações em torno da Revolução Liberal do Porto e do possível
retorno da Família Real para Portugal.
Ao mesmo tempo, no contexto das eleições para a Assembleia Constituinte,
do fim do Antigo Regime em Portugal e do advento das ideias liberais, acreditamos
ser difícil crer que, diante de todos esses acontecimentos em curso, a população
assistia ficaria sem emitir nenhuma opinião ou manifestar interesses sobre os temas.
Em suma, nem mesmo todo treino e coesão dessa elite Coimbrã conseguiriam
impedir as manifestações da opinião pública.
Esses “insultos impressos” demonstram como a população participava e
tomava partido frente aos projetos políticos e as agitações provocadas pela
Restauração Portuguesa, isso porque, o projeto Vintista Português provocava
reações diversas nos reinóis e colonos. No Brasil, surgiram grupos que aclamaram a
Constituição e o Rei D. João VI, assim como surgiram aqueles que falaram sobre
emancipação política, radicalizando, por vezes, o discurso político. Os panfletos,
nesse cenário, manifestavam, acima de tudo, opiniões, provocando reações de
apoio ou descontentamento mediante a vida política nacional.
As fontes foram lidas e estudadas tendo como referencial teórico os estudos
sobre a cultura política. A opção por uma abordagem seguindo essa linha se deve
ao fato de que análises feitas nessa perspectiva permitem entender como os
indivíduos e grupos se organizavam, negociavam e articulavam para a vida política.
Assim, a partir desses pressupostos é possível perceber as posturas que geraram
as identidades e a cultura política de uma época. Os estudos sobre a Cultura Política
renovaram a abordagem da denominada história política, à luz da contribuição da
Escola dos Annales, propondo uma análise dos comportamentos políticos dos
indivíduos e da coletividade no decorrer da história. Busca-se, assim, fugir do
determinismo marxista ou da análise comportamental da psicanálise que
predominavam na orientação metodológica sobre os estudos de uma história
política. Nesse sentido, pensamos a cultura política como um código estabelecido e
que orienta as relações de poder nos grupos sociais, visto que uma cultura política
surge em meio a uma tradição política estabelecida pela sociedade, representando,
concomitantemente, a identidade do sujeito e dos indivíduos dentro dos grupos.
Entender a cultura política nos permite esclarecer o que leva os homens e a
coletividade a adotarem comportamentos e a fazer certas opções por determinados
discursos. Ou até mesmo por que apoiam ou refutam determinadas ideologias.
Em uma cultura política as palavras remetem a um sentido e a um conteúdo.
O limite dos vocábulos, o sentido que cada termo político, expressão e até mesmo
os nomes atribuídos aos agrupamentos políticos têm um sentido próprio dentro do
contexto e do universo cultural e social onde são empregados. Essa relação da
palavra com o contexto faz com que em alguns momentos tivéssemos que recorrer a
uma metodologia relacionada à história dos conceitos. Não bastou conhecer a
definição de liberal, ou de constitucionalidade ou de revolução. Foi preciso entender
o que significada cada uma dessas posturas adotadas entre 1820 e 1823 e como a
constitucionalidade ganhava sentido diferente se pensada na Bahia ou no Rio de
Janeiro. Dessa forma, não realizamos apenas um estudo linguístico, reconhecendo
a semântica e o significado, pois foi preciso entender o sentido das palavras em e
meio e um universo de acontecimentos políticos.
Decidimos dividir o presente trabalho em três partes. Na primeira (introdução)
apresentamos as ideias e as motivações do trabalho e a metodologia para a leitura
dos panfletos. O segundo capítulo consiste em um espaço dedicado à análise do
contexto em que ocorre a ruptura política com Portugal, identificando os grupos
políticos existentes no Brasil. Ao mesmo tempo, apresentaremos as ideias políticas
defendidas por cada um dos grupos. Já o último capítulo dedica-se as conclusões e
as evidências dessa participação popular nos movimentos em prol da independência
do Brasil.
Assim é justo pensar que as camadas populares tinham identificação com os
projetos políticos em debate. Essas ideias são fruto de uma cultura politica, de uma
sociedade, de um contexto de e momento histórico. Os panfletos do fim do Período
Joanino a Revolução Liberal do Porto formavam diferentes discursos e provocavam
possível participação popular no processo de Independência do Brasil,
desconstruindo a ideia de exclusão e não identidade das massas com o processo.
A participação política, ou o interesse das massas pelos assuntos políticos,
bem como o interesse das elites na participação popular ou sua incapacidade de
conter ou controlar as massas manifestam-se nos panfletos analisados. É
necessário reconhecer também que a existência em si de manuscritos encontrados
nas ruas das cidades do Rio de Janeiro e da Bahia já denota que a participação
popular acontecia.
Se a adesão era provocada e procurada pela elite, se havia uma
intencionalidade de quem escrevia para atrair adesão ao seu projeto partido? São
questões que buscamos dar aprofundamento nesse trabalho. Concomitantemente,
outras problemáticas nos interessam: os panfletos demonstravam a incapacidade da
elite em conter as ideias populares e a alternativa dos grupos que não encontravam
espaços para apresentar seus anseios nos jornais e periódicos?
Uma visão historiográfica tradicional defende que os homens da elite
senhorial e escravocrata, dominavam os grupos políticos para assegurar os
privilégios e excluir a população de qualquer possibilidade de participação da vida
pública. Costuma-se afirmar a escolha pelo regime monárquico em torno de Pedro I,
a defesa da manutenção da escravidão e do voto censitário, bem como a ausência
de uma proposta de reforma agrária, refletiam o caráter elitista da política brasileira,
e por essa razão haveria uma não identificação dos grupos populares com os
discursos políticos existentes no contexto estudado.
Os panfletos, de origem mais popular e simples, apresentavam uma
linguagem radical e menos formalidade na escrita, eram divulgados nas ruas e lidos
de forma coletiva. Em suma, os panfletos, foram importantes armas em momentos
de agitação política, como coloca José Murilo de Carvalho na introdução da obra “Às
armas cidadãos”. No livro, Murilo destaca que esses escritos tornavam o debate
político mais amplo possibilitando aos sujeitos maior participação no debate e vida
pública. (REFERÊNCIAS ??).
CAPÍTULO 01

OS ANOS DE 1820 1823

Segundo Isabel Lustosa, o debate político feito na imprensa era repleto de


elementos da linguagem popular, destacando o uso de palavrões e certa
agressividade na forma como faziam referência a determinadas figuras políticas ou
ideias, fator que refletia as agitações existentes, além dos diferentes grupos que se
formaram e articularam. Percebemos, por meio da leitura dessa imprensa política de
circunstância, que não foram critérios meramente ou exclusivamente econômicos,
étnicos ou nacionalismos que levam a formação dos “partidos” (grupos) políticos e a
adesão à ideia de independência. Assim, percebemos a importância dos panfletos
como espaço de divulgação de determinadas ideais e discursos, bem como seu
papel de articulação no jogo político do contexto, o que não deixa de evidenciar a
participação popular. (REFERÊNCIAS??).
Entre os anos de 1820 e 1823, aconteceram em Portugal e no Brasil os
episódios que ajudaram a propagar o liberalismo político no Brasil. Acontecimentos,
como a Revolução Liberal do Porto, formação da Assembleia Constituinte,
promulgação da Constituição e Retorno da Família Real, provocaram reações
diversas nos portugueses e brasileiros.
Em agosto de 1820, teve início no Porto a revolução liberal portuguesa. O
movimento ganhou adesão popular, até mesmo em Lisboa, que era a capital do
reino, local onde ficou instalada a Junta Provisional do Conselho do Reino. As
eleições para as Cortes Constituintes ocorreram em dezembro e iniciaram a
elaboração da Constituição. que foi aprovada em março de 1821. Proclamada à
nação e jurada pelo rei, em Portugal, a primeira constituição portuguesa ficou
legitimada publicamente seis meses depois, em setembro. (REFERÊNCIAS ??)
Os “brasileiros”, inicialmente, apoiaram a Revolução do Porto e o liberalismo.
A exigência de que D. João VI cumprisse as decisões da Corte ganhou cada vez
mais força, sobretudo depois que parcela dos militares, comerciantes e funcionários
portugueses uniram-se aos liberais brasileiros. A revolução de 1820, nas suas boas
intenções, tentou assumir-se como uma espécie de regeneração, visando restaurar
a liberdade perdida tanto pelo despotismo ministerial como pelas invasões e
proteções estrangeiras. (REFERÊNCIAS ??)
Por outro lado, ainda que o governo imperial luso-brasileiro tentasse adotar
medidas de emergência para salvar o Antigo Regime, isso não impediu que o
absolutismo fosse abalado com a Revolução do Porto. Os ideais liberais
portugueses foram inspirados com base em concepções revolucionárias mais
moderadas: eram as denominadas Luzes Portuguesas. Defendiam o fim do Antigo
Regime e o ingresso de Portugal na modernidade política. Visava-se também uma
monarquia parlamentar e uma constituição, a liberdade de pensamento, de imprensa
e de associação, e o retorno do rei a Portugal. Dos dois lados do Atlântico, folhetos,
jornais, panfletos e periódicos discutiam esses ideais revolucionários e pela primeira
vez houve no Brasil surgia uma preocupação pública com a política. Todos esses
acontecimentos provocavam opiniões diversas, e essas questões eram discutidas
nos espaços de sociabilidade. (REFERÊNCIAS ??)
Após a Revolução Liberal do Porto, o universo do império colonial português
entrou num processo rápido de transformação. Os fatos citados anteriormente
fortaleceu a formação de uma opinião pública, em gestação desde a chegada da
Corte, em 1808. A ideia do Brasil como nova sede do Império português,
transformou a realidade do Rio de Janeiro, que passou a ter uma nova dinâmica
social, econômica e política. A Revolução Liberal acelera um processo em curso, e,
sobretudo, em 1821, quando a liberdade de imprensa torna-se um pouco mais
ampla com o fim da censura prévia. (REFERÊNCIAS??)
A agitação política desses anos apareceu nos panfletos estudados. As
manifestações escritas nos panfletos refletiam as posições contra ou favor as Cortes
de Lisboa e a Constituição portuguesa em elaboração. Destacavam suas análises
contra a tirania e o despotismo, discursos preocupados, essencialmente, com a
quebra ou manutenção do Império.
As Cortes convocam imediatamente a volta do Rei a Portugal e o retorno do
Brasil à condição de Colônia. Com o fim da autonomia administrativa nas terras além
do Atlântico, acirram-se as tensões existentes entre portugueses e brasileiros. O
vintismo marcou um conflito entre passado e futuro, sinalizando que o liberalismo
português possui nuances próprias. Ao mesmo tempo, defendeu a Constituição, a
Religião e o Rei. A Regeneração não quis mudanças radicais e sim a regeneração
da ordem que existia antes. No movimento vintista, fala-se em liberdade, porém
mantendo a sociedade escravocrata. Fala-se em igualdade das leis, mas com limites
a dimensão jurídica. Em suma, temos um liberalismo moderado, que procurou
conciliar os novos valores políticos com os antigos. O desfecho desta situação é o
fracasso da união das sociedades “portuguesa” e “brasileira”, mesmo possuindo o
mesmo ideal do liberalismo. O que as foi distanciando foi a própria ideia de
regeneração vintista.
No início do movimento, esses ideais foram compartilhados também pela elite
brasileira, mas, existia uma contradição que contaminou as relações entre Lisboa e
Rio de Janeiro, ente 1820 e 1822, contradição no qual a ambiguidade se trata do
próprio movimento, onde o Império poderia ser mantido desde que a corte
retornasse junto com o monarca para Portugal. Retornando o poder do Rio de
Janeiro para Portugal. Dessa forma, a Revolução Liberal do Porto representava a
união das elites dos dois lados do oceano e a Regeneração Vintista significava esse
retorno do poder a Lisboa. (REFERÊNCIAS??).
Em Portugal, as Cortes passaram a dominar a vida política do reino,
influenciando os acontecimentos ocorridos a partir de 1820. No Brasil foram
realizadas as eleições para enviar seus representantes para a Assembleia
Constituinte. Esses acontecimentos acaloram os debates políticos e ocorreu um
ambiente de maior politização da elite. O debate político vai além de uma tensão
entre “brasileiros” e “portugueses”, tornando-se uma discussão entre liberais e
absolutistas. Então, entre 1820 e 1822, ocorreu a disputa entre esses dois centros
de poder: Lisboa (congresso) e Rio de Janeiro (sede da regência), pois, mesmo
após a volta de D. João para Portugal, ficou aqui o príncipe regente, d. Pedro. Esta
disputa aumentou com a pressão de Lisboa na tentativa de subordinar o rei ao
Poder Legislativo, ao fazer com que o próprio jurasse obediência à nova constituição
portuguesa. (REFERÊNCIAS??).
A Regência de D. Pedro tornou-se um momento importante nessa disputa
entre as forças que se formaram em torno do vintismo português. A pressão do
Congresso de Lisboa para o fim da regência gerou a resistência de D. Pedro e o dia
do Fico. Esse evento foi decisivo para iniciarmos a pensar a questão da ruptura
entre Lisboa e o Rio de Janeiro. A recusa do Brasil (capital) em obedecer as ordens
de Lisboa levou, sem dúvida, ao caminho da separação. Com a independência, nas
províncias do norte e do nordeste, houve certo descontentamento por parte dos
grupos que não aceitam a submissão ao Rio de Janeiro. Provocando algumas
guerras internas de independência, o que torna difícil falarmos de uma nação
chamada Brasil em meio a esses conflitos.
A independência seria resultado da disputa de projetos políticos e
representaria interesses políticos e econômicos distintos. Significava a vitória do
centro de poder do Rio de Janeiro em relação ao Congresso de Lisboa. A
independência foi vista como por em prática princípios liberais da Europa. No Brasil,
a partir de 1822, ideais absolutistas e liberais passam a ser discutidas por grupos
políticos distintos.

2.1. O Pensamento Político

A palavra liberal refere-se a uma filosofia política que tenta limitar o poder
político, defendendo e apoiando os direitos individuais. Tais ideias surgiram com os
pensadores iluministas do século XVIII, como John Locke e Montesquieu, que
tentaram estabelecer os limites do poder político ao afirmar que existiam direitos
naturais e leis fundamentais de governo que nem os reis poderiam ultrapassar sob o
risco de se transformarem em tiranos. (REFERÊNCIAS??).
No Brasil, as ideias liberais chegaram no início do século XIX, tendo maior
influência a partir da Independência de 1822. O liberalismo brasileiro só pode ser
entendido com referência à realidade brasileira. Os principais adeptos foram homens
interessados na economia de exportação e importação, muitos proprietários de
grandes extensões de terra e escravos. Ansiavam por manter as estruturas
tradicionais de produção, libertando-se do jugo de Portugal e ganhando espaço no
livre-comércio. Esta elite tencionava manter as estruturas sociais e econômicas.
Após a independência, os liberais tencionavam criar o poder legislativo em
detrimento do poder real. (REFERÊNCIAS?)
O período de 1820 1823 foi um período de divulgação de ideias que se
dividiam entre a defesa do constitucionalismo contra os partidários do despotismo
regenerador. A partir de 1821, houve a adesão das províncias brasileiras, incluindo a
Bahia e o Rio de Janeiro, ao movimento constitucionalista do Porto. Em março de
1821, tornava-se público o anúncio do regresso da Família Real Portuguesa para
Lisboa, com a partida ocorrendo em abril, iniciando a regência de Pedro no Rio de
Janeiro. Em janeiro de 1822, ocorre o “Dia do Fico”, acirrando as tensões entre
Brasil e Portugal. Em abril desse mesmo ano a publicação, no jornal Revérbero
Constitucional Fluminense, de Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa,
publicou-se um manifesto propondo a criação de um Império Brasileiro. Pela
primeira vez, aparecia a ideia separatista no contexto da regeneração portuguesa.
(REFERÊNCIAS ??).
Presença de influencia das luzes portuguesas influenciando a elite coimbrã e
a elite brasiliense. Identidade desses grupos passa não só por ideais políticos.
Interesses econômicos também interferem nessas identidades. A cultura política da
independência nos anos 1820/23 complexa. Identidade cultural metropolitana e
colonial. Círculos de convivência e circularidade das ideias.
Esse momento foi o período em que a opinião pública no Brasil estava em
formação em meio à transição de um governo pautado no Antigo regime para um
governo constitucional. Essa circulação de novas ideias aconteceu por intermédio
dos ideais de uma revolução de inspiração liberal, que deveria promover a transição
de uma sociedade do antigo regime para uma sociedade moderna.
É preciso entender que, em Portugal, a ideia era modernizar sem
revolucionar. Romper com o Antigo Regime sem o radicalismo francês. Os conflitos
entre portugueses e brasileiros gravitam em torno dessa cultura política liberal, e não
em torno de um nacionalismo. (REFERÊNCIAS?)
É preciso perceber que, nesse contexto, falar em liberalismo não é defender a
a democracia. Nesse momento, liberalismo e constituição eram palavras de ordem
dentro do ideário político, ao mesmo tempo em que existia um conflito de opiniões,
discursos vitoriosos e derrotados.
Os projetos que se confrontaram oscilavam entre a defesa da manutenção do
império português como componente do discurso contra a prática política do antigo
regime.
No grupo político coimbrão, predominavam os sujeitos formados em Portugal,
membros da elite que cursaram a Universidade de Coimbra. Formavam um corpo de
homens que serviam ao Estado, em Portugal e no Brasil. Essa elite treinada para
formar um corpo de burocratas era defensora das ideias das luzes portuguesas;
adaptando essas luzes ao Brasil, defendendo um ideal reformador frente às ideias
do Antigo Regime. Destacaram-se como grande nome desse grupo: José Bonifácio
de Andrada e Silva e José da Silva Lisboa, o futuro Visconde de Cairu. A
manutenção do império Português restaurando o centro do poder em Lisboa.
(REFERÊNCIAS???)
O outro grupo era o da elite brasiliense, em que nem todos letrados tinham
formação superior. Defendiam um ideal de pátria como local de nascimento e não
um nacionalismo radical. Contrário aos ideais da restauração portuguesa, e de
lealdade ao império luso, foram os idealizadores do separatismo político brasileiro e
possuidores de um forte desejo de maior participação política. Entre os nomes mais
importantes dessa elite destacaram-se Joaquim Gonçalves Ledo, Cipriano Barata,
Clemente Pereira e Januário da Cunha Babosa. (REFERÊNCIAS??)
Nesse contexto político, os grupos políticos importantes defendiam interesses
distintos. A Elite brasiliense, defensora inicialmente do congresso de Lisboa, onde o
objetivo era esvaziar o poder do Rio de Janeiro, esse ideal era forte entre os
portugueses e as elites do norte e nordeste, desejosas por minar o poder do Rio de
Janeiro. Por fim, as elites do centro sul, favoráveis do poder do Rio de Janeiro. Para
esse último grupo a mudança de poder representaria uma recolonização do Brasil.
Os negócios ficariam escassos pois não existiria mais a abertura dos portos. A ideia
era manter as vantagens obtidas com a presença da Família Real no Brasil, garantir
as vantagens comerciais que já existiam e assim não prejudicar os negócios.
As elites mais distantes do Rio de Janeiro eram a favor de Lisboa, já que ficavam à
margem do poder estabelecido na Corte, que era mais determinada pela elite do
centro sul. A independência significou a resolução desta disputa de poder. No Brasil
ficou um modelo político híbrido no qual existia uma aparência de liberalismo e uma
prática absolutista. A independência do Brasil foi um grande fracasso para a política
vintista, colocando em causa os interesses econômicos dos grupos lusitanos.

O PRIMEIRO CAPÍTULO ANDOU BEM, PORÉM FICOU CURTO, ACRITO QUE


PODE EXPLORAR MAIS O CONTEXTO, SOBRE A QUESTÃO DA INFLUÊNCIA
DOS ESCRITOS (JORNAIS, PANFLETOS) NESSE CONTEXTO HISTÓRICO.
SUGIRO ALGUNS TEXTOS DE AUXÍLIO: ARTIGO DA LÚCIA NEVES E DO
MARCELLO BASILE (PEGAR COMIGO) E UM ARTIGO DO MURILLO WINTER
QUE ESTOU ENVIANDO ANEXADO NO EMAIL.
CAPÍTULO 02
A PARTICIPAÇÃO POPULAR NOS PANFLETOS

No Brasil do século XIX, foi notória a existência de uma cultura política que,
embora fosse semelhante em alguns aspectos, não era homogênea, nem coerente.
Era uma cultura política que representava sujeitos que viviam um mesmo ambiente
ideológico, ou seja, diante o ideário da independência e da ilustração portuguesa. O
historiador deve buscar esses elementos que identificam e ajudam a compreender a
sociedade. Trabalhar com a história dos conceitos e com estudos sobre a cultura
política são caminhos interessantes para o trabalho que tem os panfletos políticos
como fontes primárias.
Os panfletos foram produzidos em meio às agitações e tornavam-se espaços
para o debate político. Esses insultos impressos também eram denominados de
papelinhos por seus leitores. Eram lidos em locais púbicos e a opinião e debate que
promoviam despertavam o interesse dos leitores. O Trabalho usou os panfletos que
circularam na Bahia e no Rio de Janeiro. Os temas mais recorrentes giravam em
torno da questão do despotismo, da tirania portuguesa, da defesa da Constituição e
dos assuntos das Cortes e dos desdobramentos da política vintista. A variação dos
temas dependeu do local e do momento de sua publicação. O período de 1820 a
1823 foram especialmente marcados pelas revolucionárias ideias liberais evocadas
pela revolução do porto de 1820.
Não há uma concordância ou unanimidade na opinião manifestada nos
panfletos. Alguns falavam em patriotismo, outros em apoio a Regência de Pedro e
alguns evocavam a lealdade a Portugal. Na Bahia, foram comuns os panfletos que
defenderam a Constituição, enquanto no Rio de Janeiro o discurso era contra a
atuação das Cortes, sob a égide do discurso da recolonização.
Os panfletos, estudados para o presente trabalho, eram impressos e lidos
coletivamente em voz alta. É valido lembrar que, no século XIX, a população letrada
no Brasil era reduzida e a imprensa era algo recentemente inaugurada no Brasil com
D. João VI (1808) sendo que, segundo José Murilo, após 1821, o debate tornou-se
mais acalorado em torno do propósito emancipador, diante uma Imprensa mais livre,
após 1820. Em suma, a revolução do porto inicia um grande momento de agitação
política.
Para entender esse ambiente político, é necessário perceber que não eram
apenas interesses ligados aos comerciantes portugueses reinóis ou grandes
latifundiários que estavam em questão. A historiografia brasileira mais tradicional
trata das questões econômicas de forma prioritária, simplificando as questões
políticas como apenas interesses em manter a terra e posse de escravos, como se
ter escravos no Brasil dos mil e oitocentos não implicasse em questões de
ordenamento social. Questão que não aprofundaremos no presente trabalho.
A articulação dos grupos políticos e a defesa da emancipação em relação a
Portugal devem ser pensadas para além das questões econômicas ou nacionais.
Também não é apenas a origem de nascimentos, visto que não existia ainda um
ideal de nacionalismo (em gestação ao longo do século XIX) distinguindo brasileiros
e portugueses. Havia distinções entre o nascer no Brasil e o ser da elite reinol,
porém essa diferenciação não passava ainda pela ideia de uma identidade nacional.
Essa forma de perceber a independência inclusive remonta a um período da historia
brasileira em que era preciso forjar a identidade nacional por meio de fatos
marcantes.
A motivação para o trabalho foi exatamente essa: seria possível a elite, por
melhor educada, por mais habilidosa (e por mais iletrada que fosse a população),
conseguir excluir e impedir que a população tomasse parte ou discutisse o que
acontecia nos rumo do país? A Elite letrada, mediante a população quase totalmente
iletrada, conseguiria impedir as opiniões de serem formadas ou de circularem nos
ambientes mais populares?
Assim, procuramos dialogar com autores que propõem um revisionismo sobre
os estudos relacionados à política brasileira nos anos de 1820. Nesse sentido,
Buscamos nos trabalhos sobre cultura política fundamentos para desconstruir a ideia
de alienação política da população brasileira no período de 1820/22. Para esse fim,
foram utilizados panfletos manuscritos no período e que permitem identificar as
diferentes opiniões e discursos políticos presentes no contexto estudado e avaliar
em que medida houve essa participação e identificação da população.
A análise dos panfletos impressos no contexto de 1820/1823 nos leva
entender que a elite não possuía o monopólio da opinião pública. Não havia como
essa elite econômica e cultural controlar o que os outros grupos sociais entendiam e
percebiam sobre os acontecimentos de ordem política que se desenrolavam nesse
momento. Num contexto histórico e político de difusão das ideias liberais, a ideia de
homem público estava ligada à ideia de que os sujeitos participantes da vida política
deveriam possuir propriedade, sem mais condicioná-la mais a uma questão de
status de nascimento participar da vida pública. A virtude de ser bom para ser da
elite, era ser letrado e proprietário.
Dessa forma, a ideia de participação foi ampliada para além da aristocracia, o
que certamente abriu espaço para os homens de menos posse e os sujeitos dos
denominados grupos populares. O estudo dos panfletos permite observar que
ocorreu no Brasil, no contexto da independência, o início de uma participação
política pública pelo julgamento do Estado, formando uma identidade política coletiva
que tinha na atividade política escrita um meio de legitimar os projetos dos diferentes
grupos e ideias políticas em debate. (REFERÊNCIAS??).
O movimento gerado pelo vintismo português foi criador de identidades
políticas no Império luso brasileiro. A base dessa cultura política foi o liberalismo
moderado e o tradicionalismo político. Apenas em alguns panfletos aparecia o apelo
ao liberalismo francês considerado radical. Esse discurso radical quando aparece
nos panfletos evidenciava a participação popular, visto que as elites adotam um
discurso mais moderado e comedido.
Aparentemente o público dos panfletos era o povo pouco instruído, e pelo
conteúdo apresentado nos escritos, essa população fazia leituras variadas sobre o
momento político intelectual do Brasil e de Portugal após 1820. No Brasil , segundo
Fernanda Claudia Pandolfi, existiam 8 mil homens letrados numa população de 43
mil. Um número expressivo se pensarmos o período histórico estudado. Os
panfletos continham críticas ou sátiras politicas. Eram expostos e lidos em público,
assim mesmo os não letrados conseguiam saber o que se passava na vida política
local e de Portugal. Mesmo excluídos da lista de eleitores e votantes, mesmo sem
saber ler, a população não era impedida ou alienada em relação aos acontecimentos
políticos do momento. Por mais treinada e coesa que a elite pudesse ser, a
população e os leitores dos panfletos evidenciavam que tomavam partidos e
construíam a sua identidade dentro dessa cultura politica à medida que os projetos
políticos eram postos nesses panfletos. A ideia de brasileiro patriótico e português
antipatriótico, temas como destruir o despotismo e a tirania, eram as temáticas mais
recorrentes.
A linguagem liberal numa forma mais radical aparece nos panfletos e até
temática como a escravidão aparece no vocabulário político dessas ricas fontes
históricas, muitas vezes em uma alusão ao combate à tirania e não como defesa da
abolição da escravidão. Os panfletos manifestam ideais e palavras de ordem
impressos com características peculiares. Muitas vezes eram retirados para não
incitar o povo a movimentos mais radicais, eram arrancados das paredes das ruas
para não levar a rebelião e a desordem. Tornavam-se porta-vozes do debate político
popular. O uso de uma linguagem violenta leva a perceber a origem popular dos
panfletos. (REFERÊNCIAS?)
A liberdade de imprensa dada pela Corte era precária, por isso a denominada
imprensa oficial, os jornais e outros veículos que permitiam a identificação de seus
editores adotavam um discurso mais prudente. E por serem homens mais letrados
possuíam uma postura liberal mais moderada do que a expressa nos panfletos.
(REFERÊNCIAS??).
Nos panfletos a presença da retórica francesa radical não é muito condizente
ao discurso e aos princípios da ilustração portuguesa das elites. Em muitos casos, o
uso de termos populares, expressões grosseiras e até xingamentos, permitiam a
identificação com as camadas populares. O uso de certo vocábulos, o formatos da
escrita, o uso de quadrinhas, apelidos, as formas como incitam e conclamam a
participação, são elementos que evocam um comportamento dos grupos populares.
Os espaços e pessoas citados em alguns panfletos não seriam comuns aos homens
da elite. Um minucioso trabalho de leitura permite perceber esses elementos que
configuram uma participação popular no processo de independência.
Embora não seja possível afirmar que a população adote uma atitude
favorável à ruptura política, nem discursos radicais quanto ao voto ou ao fim da
escravidão, a linguagem popular dos panfletos era pouco radical em relação a essas
temáticas. Os ecos de revolta eram contra a tirania e contra o absolutismo. Porém, a
participação popular, a formação de uma opinião pública popular em meio aos
acontecimentos era mais do que perceptível. (REFERÊNCIAS??).
Mesmo que ideologicamente dominado pelo pensamento liberal, articulado
pela elite que domina os veículos impressos, os panfletos permitem entender que a
elite não conseguiu conter a expressão popular mediante os fatos. Mesmo inseridos
em uma mesma cultura política e sem haver um discurso destoante ou alternativo ao
do liberalismo, as camadas populares participavam e expressavam suas ideias no
contexto da restauração portuguesa.
FALTOU NO SEGUNDO CAPÍTULO UMA ANÁLISE DOS PANFLETOS A PARTIR
DA UTILZIÇÃO DE PASSAGENS DIRETAS DOS PRÓPRIOS PANFLETOS. VOCÊ
EM NENHUM MOMENTO CITOU UMA PASSAGEM DE UM PANFLETO. PODERIA
DESTACAR TRÊS A QUATRO PANFLETOS CITAR PARTES DIRETAS DELES E
POSTERIORMENTE IR COMENTANDO-O O CONTEÚDO DAS CITAÇÕES.
CONCLUSÃO

Ao término do estudo percebemos que os panfletos expressam o posicionamento


político de grupos populares em meio a uma mesma cultura política, visto que a
participação popular no contexto estudado não acontecia pela atuação de um partido
ou grupo com uma ideologia diferente da liberal. As ideias políticas do período de
1820/1823 gravitavam em torno do mesmo liberalismo político que gerou a
Revolução Liberal do Porto e o movimento Regenerador Português.

CONCLUSÃO MUITO CURTA. ESCREVER MAIS. CONSEGUIR FORMAR PELO


MENOS UMA PÁGINA DE CONCLUSÃO.
http://www.historia.uff.br/strio/files/culturapolitica_SergeBerstein.pdf

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