Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE CRATEÚS – FAEC


LICENCIATURA EM HISTÓRIA

GLOSSÁRIO
HISTÓRIA DO CEARÁ II

FRANCISCO HARLEY ALVES FERREIRA

CRATEUS/CE
2022
SUMÁRIO

1. O festejo por princípio, a pilhéria por base, a revolta por


fim.................................01

1.1.A REVOLTA POPULAR CONTRA A


OLIGARQUIA…………………….…...01
2. Libertários: educação da solidariedade e educação
revolta....................................02
2.1.A AÇÃO LIBERTÁRIA DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XX NO
BRASIL…....02
3. Catolicismo militante e mutualismo operário na constituição da legião cearense
do
trabalho………….………………………………………………………………….03
3.1.INFLUÊNCIAS NA LEGIÃO DO TRABALHO
CEARENSE………….………03
4.Da “Revolução” de 1930 ao Estado
Novo...........................................................................................................................04
4.1.PAPEL DAS ELEIÇÕES A CENA POLÍTICA DA
ÉPOCA…………………….04

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
...........................................................................05
01
TEXTO 1: O festejo por princípio, a pilhéria por base, a revolta por fim.
Autor: Antonio Zilmar Silva
1.1 A REVOLTA POPULAR CONTRA A OLIGARQUIA
A população de Fortaleza, impossibilitada de derrotar o déspota Nogueira Acioly
pela via eleitoral em razão do controle fraudulento das eleições, conseguiu deportá-lo, depois
de 16 anos encastelado no governo do Ceará, através das armas. Foram três dias de luta na
cidade, com tiroteios, trincheiras, barricadas, praças depredadas, bondes virados, fábricas
incendiadas e centenas de mortos.
O nepotismo do velho Acioly não tinha limites, um de seus filhos era o 1º
vice-presidente, dos três representantes do senado, um era seu filho e o outro, genro, além dos
inúmeros empregos públicos dados a um grande número de parentes. Apesar da imprensa do
país inteiro fazer severas críticas a isso, nada acontecia para acabar com esses
desmandos.Essa inédita revolta popular armada em Fortaleza foi a explosão de uma
indignação crescente contra o autoritarismo e desmandos da oligarquia acolina. Para se
manter no poder por tanto tempo, a oligarquia contou com o apoio político do Governo
Federal e de coronéis do Interior (a “política dos governadores”), e usou e abusou da fraude
eleitoral, voto de cabresto, nepotismo, desvios de verbas, espancou adversários, empastelar
jornais oposicionistas e reprimiu trabalhadores, como foi o caso em que a polícia disparou
contra os catraieiros que ousaram fazer greve em, matando sete e ferindo 40. Com toda esse
revolta vigente e com o massivo auxílio de panfletos e outros meios a incitar os populares a
pegarem em armas e se revoltarem contra a oligarquia e no raiar do dia 24, o número de
combatentes era muito maior, até crianças e adolescentes faziam parte do grupo dos patriotas.
Todos as portas se abriram para socorrer os patriotas feridos e lhes dar alimento. O ataque
definitivo ao palácio do governo estava marcado com isso já tremulava uma bandeira branca
no velho casarão. Estava feito, Acioly entregou sua renúncia, a vitória foi do povo. Logo
após, o resultado da eleição foi esmagador: Franco Rabelo vencerá Bezerril Fontenele por
uma margem enorme. Em todo o Ceará, Franco Rabelo teve mais de 3/4 dos votos, e assim,
foi eleito. Sua vitória foi intensamente festejada na cidade, mas, dois anos depois foi deposto
por intervenção federal no Estado. Daí em diante, apesar de continuarem a existir grupos
oligárquicos no Ceará, não houve mais oligarquia monolítica no Estado.
Mesmo ante tantos revés seja na própria eleição que foi manipulado o dito ídolo do
povo
cearense Franco rabelo tinha diversos aliados e pontes construídas entre diversos poderes que
lhe viriam a facilitar e validar toda a sua luta e como seu principal aliado um povo
determinado e mudar que não lhe faltou com apoio e nem com revoltosos assim foi marcada
como diz no final do artigo
02
não lhes faltaram festas e arma nas praças de Fortaleza

TEXTO 2: libertários: educação da solidariedade e educação da revolta

2.2 A AÇÃO LIBERTÁRIA DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XX NO BRASIL


Autores(a): Adelaide Gonçalves e Allyson Bruno
As décadas iniciais do século XX no Brasil, historicamente foram marcadas por um
lado pelo poder da oligarquia, por outro pela inquietação social, perturbações provocadas
pelas campanhas presidenciais, alastramento das incursões armadas, lutas reivindicatórias e
avanço da indústria. Destacamos nesse período o surgimento de duas novas classes: a
burguesia e o proletariado, e unido a isso, o grande fluxo de imigrantes europeus, fatores
preponderantes para que o pensamento libertário, por meio das correntes anarquistas e
anarcossindicalistas ganhassem espaço no país. A educação, assumia posição central no
ideário libertário expressando-se por meio da crítica à educação burguesa, ao mesmo tempo
em que formulava suas próprias concepções pedagógicas materializadas na criação de escolas
autônomas e autogeridas. Experiências educacionais com bases libertárias se desenvolveram
em várias partes do mundo. No Brasil, o pensamento do educador Francisco Ferrer foi a
principal influência, ganhando adeptos não apenas nos círculos operários, mas também entre
educadores das classes médias militantes do ensino oficial. Ferrer pregava o “ensino
racionalista” propondo a educação integral para possibilitar o efetivo desenvolvimento de
todas as capacidades do indivíduo, unindo o trabalho manual e o intelectual. Defendendo a
utilização de métodos ativos, a coeducação social e de sexo, e a integração da escola com seu
entorno físico e social.
Dois aspectos da pedagogia libertária foram difundidos pela imprensa aliada ao
movimento operário da Primeira República: a Educação Integral, associada ao anarquista Paul
Robin e a Educação Racionalista, ligada às obras de Ferrer. A Educação Integral não logrou
êxito em terreno brasileiro, uma vez que não chegou a concretizar-se, diferentemente da
Educação Racionalista que deu origem às escolas modernas em São Paulo, Bauru, Rio de
Janeiro, Petrópolis, Porto Alegre, Belém do Pará e Fortaleza.
Muito da influência de círculos de trabalho cearense favoreceram a construção do
pensamento deste operários em Fortaleza com o auxílio de professores e militantes ligados a
movimentos sociais que tinham como objetivo dar uma base de educação para todos e assim
formar seres críticos.

03
TEXTO 3: Catolicismo militante e mutualismo operário na constituição da Legião
Cearense do Trabalho
Autor: Eduardo Oliveira Parent

3.1 INFLUÊNCIAS NA LEGIÃO DO TRABALHO CEARENSE


A base de formação da legião ja parte de uma origem conservadora de direita e
católica que se formou pautada nesses viés ideológico logo a marca que lhes seria deixado no
decorrer do tempo atravessaria os anos com o qual existiu a legião. A forma como militantes
católicos usam do argumento da esperança e logicamente de mudanças palpáveis com a
atenção ao trabalhador, mas em contrapartida se teve a aplicação de uma forma de educação
dita moderna em que os professores eram obrigados a ensinar conteúdos práticos para o futuro
dos alunos onde o aluno se tornava seu próprio professor quase que um processo autodidata,
tanto que a legião cearense do trabalho teve um esforço maior em empregar esses métodos
nas escolas este intuito de formar uma base sólida para a sua digamos e automanutenção.
A Legião definiu-se em seu programa como “uma organização de associações
populares e de classe, do estado do Ceará, com finalidade econômica, política e social”. A
finalidade econômica era defender o trabalho, que não pode “ser considerado uma simples
mercadoria sujeita à lei da oferta e da procura”. A Legião propunha-se à implantação de um
contrato coletivo, em que sejam fixados o salário vital, as horas de trabalho, o repouso
dominical, o limite de trabalho de menores e mulheres, o regime de conciliação e arbitragem,
e pretendia também instituir para seus membros um tribunal trabalhista, cuja função seria
resolver os conflitos entre patrões e operários: presidido por um legionário de formação
jurídica, as decisões seriam tomadas por um júri composto de trabalhadores mais experientes.
A finalidade política da Legião consistia na “integração das classes trabalhadoras organizadas,
dentro da vida política e social do país”. A Legião desconfiava dos partidos políticos e se
propunha a organizar os trabalhadores para obter a representação profissional. A finalidade
social residia na luta em favor de uma ordem social em torno de um verdadeiro humanismo,
subordinados os seus valores aos valores morais. A Legião trabalhará pelo
advento de uma economia distributiva e de um regime corporativo Por essas bases a Legião se
firma como uma maneira de manipulação dos trabalhadores com tais argumentos focados nas
bases católicas e da direita estas ideias de proteção à família proteção aos trabalhadores em
esforço para que os operários se sentissem acolhidos e dando assim uma base para que os
trabalhadores estiveram participando e dessa maneira que a própria legião acabou ruindo
nesses preceitos devido
a sua própria ideia de manutenção.
04
TEXTO 4: Da “Revolução” de 1930 ao Estado Novo
Autor: Simone de Souza
4.1 PAPEL DAS ELEIÇÕES E CENA POLÍTICA DA ÉPOCA

A situação política no Ceará se modificaria bastante com a Revolução de 1930, que


levou ao poder Getúlio Vargas. Durante 15 anos, governaram o Estado interventores do
Governo Federal. O primeiro interventor no Ceará foi Fernandes Távora, mas ele governou
por pouco tempo, pois continuou com as práticas clientelistas e corruptas da República Velha.
Os interventores não tardaram a se acomodar com as elites locais. O quadro político cearense
esteve, nesse período, influenciado por duas associações: a Liga Eleitoral Católica (LEC),
que, por seus vínculos religiosos e apoio dos latifundiários interioranos, obteve grande
penetração no eleitorado cearense e apoiou segmentos fascistas que organizaram a Ação
Integralista Brasileira (AIB) no Ceará; e a Legião Cearense do Trabalho (LCT), organização
operária conservadora, corporativista, anticomunista e antiliberal (na prática, fascista) que
existiu no Ceará entre 1931 e 1937. A LCT, após o exílio de seu líder Severino Sombra por ter
apoiado a Revolução Constitucionalista de São Paulo em 1932, foi perdendo poder. Ao voltar
do exílio, Sombra abandonou a LCT e fundou a Campanha Legionária, mas não teve sucesso,
pois a Igreja prestava agora apoio à AIB e começavam a surgir entidades operárias de
esquerda no Estado. Em 1937, por fim, todas as associações de orientação fascista (LCT, AIB
e Campanha Legionária) foram extintas pelo Estado Novo de Getúlio Vargas.
O PSD e Juarez Távora ainda tinham capital político junto ao governo federal.
Contudo, a LEC mostrava desde a chegada do novo interventor que sua tarefa seria
dificultada pelos católicos e que seu apoio às távoras seria combatido para proporcionar
novamente a vitória da chapa lecista. As eleições estavam próximas seriam realizadas no dia
14 de outubro. Os dois partidos continuariam a buscar força e apoio político dentro do estado
do Ceará e fora dele, com o governo federal. Liga novamente lançaria chapa registrada no
Tribunal Regional Eleitoral do Ceará e concorreria com candidatos próprios para a câmara
federal e a câmara estadual. Tendo afirmado que Valdemar Falcão e a LEC estavam bem
articulados com Getúlio Vargas. O presidente estava informado das condições políticas no
Ceará para as eleições, pois ele mesmo registrava em seu diário: O interventor do Ceará está
fracamente ao lado do partido Távora, convencido da necessidade de apoiá-lo, e garante fazer
o futuro governador desde que tenha o apoio do presidente da República Getúlio Vargas seria
um agente político singular no desfecho dessa trama e na eleição
realizada no Ceará. Os dois partidos disputaram a eleição de outubro de forma intensa e única
no pleito realizado em todo o país. A participação do presidente da República mostrou a
capacidade
05
de negociação e de articulação dos partidos cearenses, com destaque para Valdemar Falcão
atuando em favor do partido LEC e Juarez Távora em favor do PSD. A atuação da Liga como
partido político marcou de forma singular essa eleição no Ceará, em contrapartida estava em
jogo o interesse de Juarez Távora, um amigo pessoal do presidente Vargas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, A. Z. O festejo por princípio, a pilhéria por base, a revolta por fim. Projeto
História (Online), v. 28, p. 313-338, 2004.
Libertários: educação da solidariedade e educação da revolta – Adelaide Gonçalves,
Allyson Bruno.
Catolicismo militante e mutualismo operário na constituição da Legião Cearense do
Trabalho – Eduardo Oliveira Parente.
SOUZA, Simone. “Da ‘Revolução’ de 1930 ao Estado Novo”. In. Uma nova História do
Ceará. Organização, Simone de Souza; Adelaide Gonçalves ... [et al] – 3. ed. rev. e atual.
– Fortaleza Edições Demócrito Rocha, 2004.

Você também pode gostar