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SUMÁRIO

00. Bate Papo Inicial ....................................................................................................... 2


1. O Ceará Republicano .................................................................................................. 3
2. Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar ...............................................12
3. Questionário de Revisão ............................................................................................16
Questionário - Somente Perguntas.............................................................................................. 16
Questionário - Perguntas e Respostas ......................................................................................... 17
4. Exercícios ..................................................................................................................21
5. Considerações Finais .................................................................................................28

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Aula 03 – Ceará Republicano

00. BATE PAPO INICIAL


Olá, amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente para falarmos do
Período Republicano no Estado do Ceará. Estudar a aula anterior é fundamental para que você possa
compreender muitas das coisas que vamos tratar aqui. Leia com atenção o seu texto de apoio, releia
e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que, para
isso, é muito importante que você faça suas próprias anotações, sendo elas em forma de resumo ou
comentários nos exercícios, não importa como, você escolhe! O importante é estudarmos bastante
e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus
sonhos. Bons estudos!

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1. O CEARÁ REPUBLICANO
A segunda metade do século XIX no Brasil foi marcada por grandes movimentações políticas
e sociais, mudanças essas resultantes da chegada das ideias liberais e científicas na qual abriram
caminhos para as agitações que efetivaram a abolição da escravatura e o surgimento do sistema
político republicano.

Oligarquia: o termo oligarquia significa governo de poucos. É uma forma na qual o poder
político se encontra concentrado nas mãos de um pequeno número de pessoas privilegiado
por algum motivo.

Particularmente no Ceará, os movimentos antiescravistas tiveram como referência o jornal


“O Libertador” e o antiescravista João Cordeiro, movimentos que tiveram seus lugares muito bem
marcados na ascensão republicana. Devemos considerar que a implantação da República não foi um
consenso na sociedade da época, já que desde o Império esta ocupava posições políticas e
econômicas que dava privilégios junto ao sistema então vigente. Entre as próprias oligarquias, havia
alianças políticas que eram articuladas por meio de interesses interpessoais, envolvendo interesses
familiares, partidários ou mesmo de grupos sociais, condição presente no Brasil e Ceará antes e
depois da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889.
Podemos citar quatro exemplos de oligarquias e uma importante figura no Ceará para assim
representar as alianças existentes. Entre os liberais estavam os Pompeus com Nogueira Accioly e os
Paula na figura de Rodrigues Junior; entre os conservadores estavam os Carcarás, com o Barão de
Aquira e os Ibiapinas tendo como figura o Visconde de Jaguariba e o Barão Ibiapara. Porém, devemos
considerar que a classificação de liberal ou conservador não se faz tão rígida assim, pois antes da
última eleição pré-republicana, os Pompeus se articularam com os Ibiapinas e os Carcarás com os
Paula. Dessa forma, ficou evidente que as relações políticas e interpessoais entre os grupos
oligárquicos se davam mediante os interesses de cada um deles. A concretização da Proclamação da
República e suas agitações políticas e sociais provocou a extinção desses partidos, sendo os
republicanos as esferas de poder. A partir disso, novas agitações surgiram.
Após o golpe de 1889, chegou de forma provisória ao poder o então militar Deodoro da
Fonseca, que tinha como função ficar na presidência até a elaboração da primeira constituição
republicana, junto à primeira eleição direta do regime. Deodoro passa a fazer articulações no intuito
de se manter no poder, porém seus planos fracassaram. Posteriormente chega à presidência outro
militar, Floriano Peixoto.

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Em sua chegada ao poder, Deodoro da Fonseca passa a se articular contra todos aqueles que
até então apoiavam Floriano. No caso do Ceará, o general Clarindo de Queiroz foi perseguido
principalmente por sua mais forte oposição, liderada pelo oligarca Nogueira Accioly. As
movimentações entre o governo de situação e o de oposição provocou, no dia 16 de fevereiro de
1892, um violento conflito na cidade de Fortaleza, deixando o número de 13 mortos. Posteriormente
Clarindo foi deposto pelas forças oposicionistas.
A implementação do sistema republicano havia, de certa forma, enfraquecido os poderes e
alianças entre algumas oligarquias. No Ceará, para retomar seus postos de poder e decisão política
referente ao governo, os antigos oligarcas vieram a se aproveitar dos desentendimentos entre os
grupos republicanos e se rearticularam, voltando a controlar diversos cargos de poder dentro da
máquina administrativa do estado.
Apesar de retomarem alguns postos públicos administrativos, devemos considerar que o
republicanismo cearense provocou diversas transformações, já que o período imperial estabeleceu
forte repressão política principalmente em relação aos setores republicanos que participaram da
Revolução Pernambucana em 1817 e da Confederação do Equador em 1824. Durante o período
imperial as famílias oligárquicas Accioly, Pompeu, Rodrigues e Paula acabaram se adaptando às
estruturas do governo de D. Pedro II, durante o segundo reinado, fazendo articulações para garantir
seus privilégios econômicos, políticos e sociais. Como exemplo dessas adaptações, podemos citar
Martiniano de Alencar que, durante o segundo reinado, ocupou o cargo de senador e defendeu o
centralismo político em troca de privilégios econômicos. Posteriormente veio a fazer o jogo do
sistema republicano.
Já na República, os republicanos não estavam articulados para defender os interesses da
população, não tendo uma organização política real. A concretização do sistema republicano deu
condições para que as antigas oligarquias pudessem, de imediato, ser afastadas do poder, mas por
pouco tempo. Posteriormente, as oligarquias vieram a se reorganizar nos centros republicanos
agindo então de forma cívica em um recuo estratégico, na qual conseguiram se adaptar à nova
situação política de governo. Assim, muitos deixaram de lado as ações pró-monarquia. Essas
oligarquias se apropriaram dos elementos discursivos do republicanismo envolvendo palavras como
seguridade, ordem, progresso, melhorias sociais, participação, civismo, entre outras, tendo por
objetivo conseguir retomar o controle político do Estado. Logo, a aproximação do poder permitiu o
retorno das tradicionais oligarquias e prenunciou a ascensão e permanência da República das
Oligarquias por décadas.
Um dos personagens representantes dessa política oligárquica cearense é Nogueira Accioly,
que por meio do uso do autoritarismo, da corrupção e violência veio a garantir sua hegemonia
política entre os anos de 1896 e 1912. Através de seu casamento com Maria Tereza, filha do chefe
liberal e senador Thomaz Pompeu de Souza, o Brasil veio a fazer diversas alianças políticas. Após um

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golpe com ajuda de seus aliados, chegou à presidência da Assembleia Legislativa, posteriormente
nomeado Senador e, em 1896, tornou-se o primeiro civil a ocupar o cargo de governante máximo
do Ceará.

Nogueira Accioly, utilizando de seus poderes, indicava nomes de pessoas próximas e


familiares (nepotismo) para cargos públicos, fazia empréstimos sem o aval da União e articulava com
coronéis do interior para garantir seu eleitorado e privilégios. Sua política de governo incomodava e
não contentava diversos setores da sociedade, resultando em protestos da população na qual o
governante veio a ser deposto no ano de 1912.
Ao mesmo tempo, o contexto da República proporcionava a organização do setor intelectual
da cidade de Fortaleza, em que se formou o grupo “Padaria Espiritual” (1892), sendo esse um
movimento informal no qual seus membros se encontravam no Café Java, na Praça do Ferreira,
esquina da Rua Guilherme Rocha com a Rua Floriano Peixoto. Antônio Sales e seus companheiros
passaram a produzir o “Pão”, um jornal que trazia a produção literária da época, marcada por
característica nacionalista, onde impediam a presença de palavras estrangeiras em suas publicações.
Apesar da presença de um novo sistema político, socialmente a República não trouxe coisas
novas para a população mais pobre, pois esta continuava a sofrer com as desigualdades sociais e a
seca, consequência da falta de projetos dos políticos visando melhorias para esse setor da sociedade.
A condição de pobreza da população foi relatada na literatura de Raquel de Queiroz em seu livro “O
quinze”, em que expõe o relato referente à privação e às mínimas condições de sobrevivência da
população cearense durante a seca de 1915, afirmando que “Chegou a desolação da primeira fome,
vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas
raspadas”. A autora relata os danos sofridos pela morte do rebanho, da vegetação e a perda da safra
de produtos agrícolas, fato que teve como consequência a grande movimentação de refugiados em
busca de melhores condições de vida, caso não muito diferente de um passado recente.
Apesar de migrarem na busca por melhores condições, muitas pessoas, ao chegarem à cidade
de Fortaleza foram colocadas nos campos de concentração do bairro de Alagadiço (projeta-se a

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presença de 8 mil pessoas), sendo esses currais humanos cercados por arames farpado e vigilância,
tudo isso para manter a miséria e a pobreza distantes da elite cearense.
Como medida para pôr fim a esse campo de concentração, o governo cearense criou incentivo
para que aquelas pessoas migrassem para a região da Amazônia, tendo como resultado a
desativação do local. Contudo, no ano de 1932 ocorreu nova seca, fazendo com que o governo
reabrisse o campo de Fortaleza junto a outros, localizados no interior do Estado em um processo de
confinamento das pessoas mais pobres. No auge da crise ocorreram saques e tomadas de trens de
transporte que iam para a capital, além da atribuição de aparecimento das primeiras favelas como
a do Pirambu, localizada no trajeto dos retirantes que construíam casas próximas às linhas férreas.
Em alguns desses campos havia pequenas estruturas, como postos médicos, barbearia, banheiro e
cozinha.

Jornal O Povo de 20/06/1932 - Em Fortaleza havia 02 campos de concentração Fonte: Arquivo do Jornal O Povo

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Em sua grande maioria, os fugidos da seca eram fortemente envolvidos por questões
religiosas sendo que em uma mão seguravam a enxada do trabalho e a outra utilizavam para clamar
ajuda dos céus. Devido a isso os sertanejos acompanharam figuras religiosas ao longo de sua história.

Imagem de Padre Cícero na cidade de Juazeiro ao norte do Ceará.

Em relação à religiosidade, podemos destacar a figura de Cícero Romão Batista, o Padre


Cícero, nascido em 24 de março de 1844 na cidade de Crato, criado pela mãe entre duas irmãs, viu
aos 18 anos o falecimento de seu pai. Ainda em sua adolescência, passou a se inspirar em hábitos
religiosos de sua irmã, e aos 12 anos após ter lido sobre a vida de São Francisco de Sales, fez seu
voto de castidade. Aos 21 anos ingressou no Seminário da Prainha e após cinco anos foi ordenado
padre. Posteriormente, retornou a Crato, mas sua maior identificação foi com o vilarejo chamado
pelo nome de Juazeiro pertencente àquele município. Exercendo a atividade de evangelizador, até

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os seus 45 anos tinha a posição de um simples padre de aldeia, rezando suas missas em uma simples
capela, até quando um misterioso fenômeno chamou a atenção da comunidade e da Igreja católica.
Na realização de uma missa, ao ministrar a comunhão da beata Maria de Araújo, viu sua hóstia
consagrada transformar-se em sangue, protagonizando o milagre do Juazeiro. Nas palavras de Padre
Cícero, "Não posso duvidar, porque vi muitas vezes", escreveu ele a dom Joaquim José Vieira, bispo
do Ceará. Esse fato o levou a perder seus direitos do sacerdócio.
Além da vida religiosa, Padre Cícero também atuou na esfera política cearense ao fazer
aliança com Nogueira Accioly, tendo como desdobramento a Sedição de Juazeiro. Devemos
considerar que a política nacional provocara reflexos no Ceará, pois nesse momento Hermes da
Fonseca havia chegado à presidência com o apoio do Rio Grande Do Sul, depois de garantir o apoio
de Pinheiro Machado. Machado ocupava o cargo de líder da comissão de verificação que em última
instância tinha o poder de decidir quem assumiria os cargos de deputado federal, já que tinha o
poder de validar ou não os votos nos momentos de eleição. O fato é que nesse momento veio a
ocorrer uma troca de oligarquia no poder.

Sedição de Juazeiro

No Ceará, como dito anteriormente, o oligarca Nogueira Accioly acabou por ser deposto de
seu cargo através de uma rebelião popular feita por setores urbanos de Fortaleza. No ano de 1912
chega ao poder do Estado o militar Franco Rabelo, ligado aos políticos positivistas do Rio de Janeiro
e tendo por decisão excluir do mapa político as antigas oligarquias cearenses. Nesse momento surge
a figura de Padre Cícero e a questão da Sedição do Juazeiro.
O Padre, ao fazer aliança política com a oligarquia Accioly, fica como representante político
dessa vertente política. Franco Rabelo, ao enxergar o padre como um representante do poder
oligárquico, consequentemente uma oposição, organiza as tropas da capital com o objetivo de atacá-
lo, porém a população não o via da mesma forma, mas sim como um dos símbolos mais populares
da representação política e religiosa da sociedade cearense, um “homem santo”.

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Em contrapartida, Padre Cícero e Floro Bartolomeu organizam suas tropas formadas por
jagunços, coronéis, romeiros e populares para defender a cidade “santa” de Juazeiro, formando o
conhecido Círculo da Mãe de Deus. Ao chegarem na região de Juazeiro do Norte, os soldados se
depararam com uma vala de nove quilômetros de extensão que cercava toda a cidade, sendo que
os rebelistas foram derrotados após quinze horas de combate. Após trinta dias se reorganizaram e
promoveram novo ataque, somando a segunda derrota, que teve como resultado o rechaçamento
do governante do Estado e sua perseguição em Fortaleza. Franco Rabelo, através de um acordo,
rende-se e se retira para o Rio de Janeiro, sendo esse o momento em que as antigas oligarquias
cearenses se organizam para tomar a administração do Estado, dando ênfase à figura de Padre
Cícero.
Não distante dali, por meio da religiosidade surge outra aglomeração de sertanejos na região
de Crato, formando a comunidade chamada de Santa Cruz do Deserto, liderada pelo Beato José
Lourenço, devoto de Padre Cícero. Essa comunidade provocou agitações locais, pois membros da
elite vieram a relacionar a estrutura organizativa de Santa Cruz com a de Canudos, interpretando-a
como opositora ao governo.

Beato José Lourenço

Consequentemente, com apoio de Getúlio Vargas, deu-se a ordem para pôr fim ao Caldeirão.
Após o massacre a seus membros, a comunidade foi desfeita, porém seus sobreviventes formaram
uma nova comunidade, sendo mais uma vez massacrados sem saber ao certo o número de mortos.
A organização e crença da comunidade pautada na religiosidade e mística teria incomodado a Igreja
Católica e diversos coronéis que, devido à autonomia da comunidade, temiam a desobediência de
suas ordens e o Governo, que quis marcar posição demonstrando seu poder e autoridade. O exército
não reconhece a autoria do massacre.
Na década de 1930 tem início a Era Vargas, na qual Getúlio chega ao poder com a legitimação
de uma junta militar sem nunca ter vestido uma farda. Com o objetivo de pôr fim a política dos
coronéis, o Ceará passa a ser governado por um interventor, Fernando Távora, que veio a implantar

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reformas administrativas centralizadoras como, por exemplo, a diminuição de municípios de 85 para


51.
Logo, é necessário saber que nesse contexto ocorria grande polaridade ideológica no mundo
e isso vinha a se refletir nas ruas do Ceará, pois Raimundo de Alencar Araripe, ligado ao até então
governador Menezes Pimentel, havia sido escolhido como o primeiro prefeito da capital pelo voto
popular. Porém, com a ditadura varguista e o seu prolongamento no governo central, a democracia
passa a ceder lugar ao autoritarismo.
A partir da década de 1940, ganha ênfase a presença de produtos e hábitos estrangeiros e
urbanos na cidade de Fortaleza. Já nos anos 50, a capital cresce de forma acelerada quando começa
a voltar sua dinâmica social e política para o litoral, tendo agora não só o sertão como referência.
Essa mudança veio a transformar a sociabilidade da região, já que as comunidades ribeirinhas que
ali residiam são substituídas por construções urbanas como os clubes sociais, os primeiros edifícios
e a avenida beira-mar. Em consequência os até então moradores por diversos motivos e formas
foram expulsos, se concentrando no alto das dunas e também no bairro da Varjota.
Na década de 1960, o sistema republicano passa por uma radical transformação, pois por
meio do golpe militar foi instituído um governo de cunho autoritário e opressor, que veio a tirar a
estrutura civil de governo fazendo prevalecer o regime de exceção que duraria duas décadas.
As transformações urbanas seguiram a dinâmica de outros centros urbanos, as quais
provocaram grande crescimento demográfico, já que em 1952 a população atingiu o número de 240
mil habitantes, sendo mais do que o dobro de trinta anos atrás. Na década de 1970 a capital
concentrou mais de 1 milhão de habitantes, tendo o elemento de diminuição da mortalidade infantil
e de melhores condições de vida. Por outro lado, para alguns setores da população a infraestrutura
resultante da urbanização não foi a mesma, pois surgiu o processo de favelização.
A participação cearense nesse governo se deu ao colocar o primeiro presidente eleito de
forma indireta, o general Humberto Castelo Branco. Sua política foi marcada pelo autoritarismo, por
perseguir e desaparecer com opositores, restringiu os direitos civis e promoveu a caça aos
comunistas, implantando um código penal que permitia a prisão de qualquer suspeito. Vários
cearenses lutaram contra o regime militar na guerrilha do Araguaia, sendo que o governo estadual
contribuiu com a repressão aos opositores. Outra participação de um cearense nesse governo foi a
aliança de César Tals, que foi nomeado pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici.
Durante o regime militar, coronéis das oligarquias tiveram participação por meio de um
triunvirato composto por César Tals (1971-1975), Virgílio Távora (1963-1966 e posteriormente
voltando em 1978) e Adauto Bezerra (1976-1978). Dominando a política cearense durante esse
período tinham, em comum costumes oligárquicos, como o apadrinhamento em cargos públicos e
continuidade no poder.

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Os anos de 1980 foram marcados pela abertura política, com a volta da democracia, sendo o
Ceará marcado pelo chamado “governo das mudanças”, tendo de início a figura de Tasso Jereissati,
que promoveu a ruptura com a política das oligarquias e prometeu a modernização da máquina
administrativa e superação do clientelismo. Porém esse grupo veio a se manter no poder por 16
anos.
O governo das mudanças chegou ao poder prometendo garantir um projeto de governo que
contemplava a reforma fiscal, financeira e administrativa, afirmando que daria maior eficiência ao
Estado. Sua dinâmica foi embasada em políticas neoliberais, sendo um modelo de gestão
empresarial no governo do Estado que veio a cortar custos e pôr fim aos “cabides de empregos”,
rompendo com a política tradicional.
Esse governo passa a vender a imagem do Ceará como um “paraíso turístico”, patrocinando
escolas de samba e produções televisivas como novelas, minisséries e filmes e agregando elementos
que expandiam a imagem cearense para além do sertão. Contudo, frequentemente Tasso é
comparado a um oligarca pela longevidade de seu poder e pela capacidade de fazer sucessores.
Apesar de suas transformações estatais, como o corte de gastos, seu neoliberalismo acabou por
afetar setores de políticas sociais, como a educação e a saúde com a falta de investimentos.
No final da ditadura militar, a cultura cearense veio acompanhada pela música dos artistas
autointitulados Tertúlias-Etílico-Litero-Musical e Badernosas. Essa era uma turma que frequentava
a universidade pública e o bar do Anísio onde se bebia todas as fossas, todas as alegrias e se
aguardava o sol. Suas produções forjaram projeção nacional, sendo que em março de 1979 o Teatro
José de Alencar, em Fortaleza, promoveu a abertura de suas portas durante quatro dias para
apresentações de mais de 400 artistas, com músicas, poemas, peças teatrais, fotografias e filmes,
entre eles o “Pessoal do Ceará”.
Desse evento formou-se a Massafeira Livre (1980), movimento cultural livre que, devido ao
grande número de músicos, resultou na produção de um álbum duplo, tendo posteriormente maior
projeção com artistas como Ednardo, Belchior e Fagner. Em um primeiro momento, responderam
às opressões e falta de liberdade imposta pela ditadura militar, posteriormente voltou-se para o
apelo popular.
O passar do tempo trouxe ao Ceará novos elementos políticos, econômicos, sociais e culturais
provocando entre seus habitantes a vivência do presente junto às marcas do passado.

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2. ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR

✓ Devemos considerar que a implantação da República não foi um consenso na sociedade da


época, já que desde o Império esta ocupava posições políticas e econômicas que dava
privilégios junto ao sistema então vigente.
✓ Podemos citar quatro exemplos de oligarquias no Ceará para representar as alianças
existentes. Entre os liberais estavam os Pompeus, com Nogueira Accioly, e os Paula, na figura
de Rodrigues Junior; entre os conservadores estavam os Carcarás, com o Barão de Aquira e os
Ibiapinas, tendo como figura o Visconde de Jaguariba e o Barão Ibiapara.
✓ Em sua chegada ao poder (1889), Deodoro da Fonseca passa a se articular contra aqueles que
até então apoiavam Floriano. No caso do Ceará, o general Clarindo de Queiroz foi perseguido
principalmente por sua mais forte oposição, liderada pelo oligarca Nogueira Accioly.
✓ Já na República, os republicanos não estavam articulados para defender os interesses da
população, não tendo uma organização política real. A concretização do sistema republicano
deu condições para que as antigas oligarquias pudessem, de imediato, ser afastadas do poder,
mas por pouco tempo. Posteriormente, as oligarquias vieram a se reorganizar nos centros
republicanos agindo então de forma cívica em um recuo estratégico, na qual conseguiram se
adaptar à nova situação política de governo.
✓ O contexto da República proporcionou a organização do setor intelectual da cidade de
Fortaleza, em que se formou o grupo “Padaria Intelectual”, sendo esse um movimento
informal no qual seus membros se encontravam no Café Java. Antônio Sales e seus
companheiros passaram a produzir o “Pão”, um jornal que trazia a produção literária da época,
marcada por característica nacionalista, onde impediam a presença de palavras estrangeiras
em suas publicações.
✓ Apesar da presença de um novo sistema político, socialmente a República não trouxe coisas
novas para a população mais pobre, pois esta continuava a sofrer com as desigualdades sociais
e a seca, consequência da falta de projetos dos políticos visando melhorias para esse setor da
sociedade. Este fato teve como consequência a grande movimentação de refugiados em busca
de melhores condições de vida.
✓ Muitas pessoas, ao chegarem à cidade de Fortaleza, foram colocadas nos campos de
concentração do bairro de Alagadiço (projeta-se a presença de 8 mil pessoas), sendo esses
currais humanos cercados por arames farpado e vigilância, tudo isso para manter a miséria e a
pobreza distantes da elite cearense.
✓ Para pôr fim a esse campo de concentração, o governo cearense criou incentivo para que
aquelas pessoas migrassem para a região da Amazônia, tendo como resultado a desativação
do local. Contudo, no ano de 1932 ocorreu nova seca, fazendo com que o governo reabrisse o

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campo de Fortaleza junto a outros, localizados no interior do Estado em um processo de


confinamento das pessoas mais pobres.
✓ Em relação à religiosidade, podemos destacar a figura de Cícero Romão Batista, o Padre Cícero,
nascido em 24 de março de 1844 na cidade de Crato. Sua maior identificação foi com o vilarejo
chamado pelo nome de Juazeiro pertencente àquele município.
✓ Além da vida religiosa, Padre Cícero também atuou na esfera política cearense ao fazer aliança
com Nogueira Accioly, tendo como desdobramento a Sedição de Juazeiro (1914), confronto
entre as oligarquias cearenses e o Governo Federal.
✓ O Padre, ao fazer aliança política com a oligarquia Accioly, fica como representante político
dessa vertente política. Franco Rabelo, ao enxergar o padre como um representante do poder
oligárquico, consequentemente uma oposição, organiza as tropas da capital com o objetivo de
atacá-lo, porém a população não o via da mesma forma, mas sim como um dos símbolos mais
populares da representação política e religiosa da sociedade cearense, um “homem santo”.
✓ Não distante dali, por meio da religiosidade surge outra aglomeração de sertanejos na região
de Crato, formando a comunidade chamada de Santa Cruz do Deserto, liderada pelo Beato
José Lourenço, devoto de Padre Cícero. Essa comunidade provocou agitações locais, pois
membros da elite vieram a relacionar a estrutura organizativa de Santa Cruz com a de Canudos,
interpretando-a como opositora ao governo.
✓ Com o apoio de Getúlio Vargas (1937), deu-se a ordem para pôr fim ao Caldeirão de Santa Cruz
do Deserto. Após o massacre a seus membros, a comunidade foi desfeita, porém seus
sobreviventes formaram uma nova comunidade, sendo mais uma vez massacrados.
✓ Na década de 1930 tem início a Era Vargas, na qual Getúlio chega ao poder com a legitimação
de uma junta militar. Com o objetivo de pôr fim à política dos coronéis, o Ceará passa a ser
governado por um interventor, Fernando Távora, que implantou reformas administrativas
centralizadoras, como a diminuição de municípios de 85 para 51.
✓ A partir da década de 1940, ganha ênfase a presença de produtos e hábitos estrangeiros e
urbanos na cidade de Fortaleza. Já nos anos 50, a capital cresce de forma acelerada quando
começa a voltar sua dinâmica social e política para o litoral, tendo agora não só o sertão como
referência.
✓ Na década de 1960, o sistema republicano passa por uma radical transformação, pois por meio
do golpe militar foi instituído um governo de cunho autoritário e opressor, que veio a tirar a
estrutura civil de governo fazendo prevalecer o regime de exceção que duraria duas décadas.
✓ As transformações urbanas seguiram a dinâmica de outros centros urbanos, as quais
provocaram grande crescimento demográfico. Na década de 1970 a capital concentrou mais
de 1 milhão de habitantes, tendo o elemento de diminuição da mortalidade infantil e de
melhores condições de vida. Por outro lado, para alguns setores da população a infraestrutura
resultante da urbanização não foi a mesma, pois surgiu o processo de favelização.
✓ A participação cearense nesse governo se deu ao colocar o primeiro presidente eleito de forma
indireta, o general Humberto Castelo Branco (1964-1967). Sua política foi marcada pelo
autoritarismo, por perseguir e desaparecer com opositores, restringiu os direitos civis e

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promoveu a caça aos comunistas, implantando um código penal que permitia a prisão de
qualquer suspeito.
✓ Durante o regime militar, coronéis das oligarquias tiveram participação por meio de um
triunvirato composto por César Tals (1971-1975), Virgílio Távora (1963-1966 e posteriormente
voltando em 1978) e Adauto Bezerra (1976-1978). Dominando a política cearense durante esse
período, tinham em comum costumes oligárquicos, como o apadrinhamento em cargos
públicos e continuidade no poder.
✓ Os anos de 1980 foram marcados pela abertura política, com a volta da democracia, sendo o
Ceará marcado pelo chamado “governo das mudanças”, tendo de início a figura de Tasso
Jereissati, que promoveu a ruptura com a política das oligarquias e prometeu a modernização
da máquina administrativa e superação do clientelismo. Porém, esse grupo veio a se manter
no poder por 16 anos.
✓ Esse governo passa a vender a imagem do Ceará como um “paraíso turístico”, patrocinando
escolas de samba e produções televisivas como novelas, minisséries e filmes e agregando
elementos que expandiam a imagem cearense para além do sertão. Contudo, Tasso é
comparado a um oligarca pela longevidade de seu poder e pela capacidade de fazer sucessores.
Apesar de suas transformações estatais, como o corte de gastos, seu neoliberalismo acabou
por afetar setores de políticas sociais, como a educação e a saúde com a falta de investimentos.
✓ Em março de 1979, o Teatro José de Alencar, em Fortaleza, promoveu a abertura de suas portas
durante quatro dias para apresentações de mais de 400 artistas, com músicas, poemas, peças
teatrais, fotografias e filmes, entre eles o “Pessoal do Ceará”.
✓ Desse evento formou-se a Massafeira Livre (1980), movimento cultural livre que, devido ao
grande número de músicos, resultou na produção de um álbum duplo, tendo posteriormente
maior projeção com artistas como Ednardo, Belchior e Fagner. Em um primeiro momento,
responderam às opressões e falta de liberdade imposta pela ditadura militar, posteriormente
voltou-se para o apelo popular.

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3. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

QUESTIONÁRIO - SOMENTE PERGUNTAS

1) Quais eram as principais oligarquias presentes na região, durante o início da República?


2) O que foi o movimento conhecido como “Padaria Intelectual”?
3) Explique o que eram os campos de concentração cearenses.
4) Como se chamava a figura religiosa mais importante do Ceará e que teve uma importante
participação política na região?
5) O que foi a Sedição de Juazeiro, acontecida em 1914?
6) O que foi o Caldeirão de Santa Cruz do Deserto e qual era o nome de seu líder?
7) Comente sobre a situação do Ceará ao longo da década de 1940.
8) Quais foram as principais características sociais presenciadas na década de 1970?
9) Em que medida o Ceará teve participação política na ditadura militar, iniciada em 1964?
10) Comente, sucintamente, sobre o chamado “Governo de Mudanças” do Ceará, presente
ao longo dos anos 1980.
11) O que foi a Massafeira Livre de 1980?
12) Padre Cícero Romão Batista foi uma das principais figuras sociopolíticas religiosas do
Ceará durante o período da Primeira República Brasileira (1889-1930).
a) Cite dois acontecimentos em que o referido padre teve participação marcante.
b) Explique a importância política de Padre Cícero para a história cearense.
13) O Jornal A TRIBUNA, fundado por Fernandes Távora, torna-se, no começo da década de
20 do nosso século, porta-voz dos tenentes no Ceará, denunciando “o comportamento da
pública administração com referência à calamidade das secas, ao banditismo, aos males
causados pelo oligarquismo...”
(MONTENEGRO, J. Alfredo. Apud: SOUSA, Simone-coord. História do Ceará. Fortaleza,
UFC/Fundação Demócrito Rocha, 1988, p. 299).
a) Cite duas práticas políticas oligárquicas que eram criticadas pelos tenentistas no Ceará.
b) Caracterize o governo de Nogueira Accioly nos primeiros anos republicanos no Ceará.

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14) A Revolta ou Sedição de Juazeiro foi um confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias
cearenses e o governo federal provocado pela interferência do poder central na política
estadual nas primeiras décadas do século XX. Com relação a Sedição de Juazeiro, responda:
a) Como a política salvacionista de Hermes da Fonseca, interferiu no processo político
cearense?
b) Cite dois objetivos da Sedição de Juazeiro.

QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Quais eram as principais oligarquias presentes na região, durante o início da República?


Entre os liberais estavam os Pompeus, com Nogueira Accioly, e os Paula, na figura de
Rodrigues Junior; entre os conservadores estavam os Carcarás, com o Barão de Aquira e os
Ibiapinas, tendo como figura o Visconde de Jaguariba e o Barão Ibiapara.
2) O que foi o movimento conhecido como “Padaria Espiritual”?
A Padaria Espiritual foi um movimento literário que surgiu no centro de Fortaleza em 1892.
Escritores, pintores, músicos e apaixonados pela literatura se reuniam nos cafés da época e
resolveram criar um clube (uma espécie de grêmio literário). Seus membros queriam produzir
algo que alimentasse a alma e que se utilizasse de metáforas.
Os encontros aconteciam no centro de Fortaleza e reuniam os jovens escritores criadores do
clube. Entre eles estavam Antônio Sales, Lopes Filho, Ulisses Bezerra, Temóstocles Machado e
Tibúrcio de Freitas. Os jovens intelectuais protestavam contra o que fosse considerado
tradicional, principalmente as influências estrangeiras sofridas, sobretudo a francesa, forte
na Belle Époque de Fortaleza.
3) Explique o que eram os campos de concentração cearenses.
Muitas pessoas, ao chegarem à cidade de Fortaleza, eram colocadas nos chamados “campos
de concentração” do bairro de Alagadiço, sendo estes espécies de currais humanos, cercados
por arames farpado e vigilância, tudo isso para manter a miséria e a pobreza distantes da elite
cearense. Ocorreram em 1915 e 1932, em períodos de estiagem marcado pela migração dos
“flagelados da seca”, em Fortaleza (1915) e em cidades do interior em 1932.
4) Como se chamava a figura religiosa mais importante do Ceará e que teve uma importante
participação política na região?
Em relação à religiosidade, podemos destacar a figura de Cícero Romão Batista, o Padre Cícero,
nascido em 24 de março de 1844 na cidade de Crato. Sua maior identificação foi com o vilarejo
chamado pelo nome de Juazeiro pertencente àquele município. Além da vida religiosa, Padre
Cícero também atuou na esfera política cearense ao fazer aliança com Nogueira Accioly.
5) O que foi a Sedição de Juazeiro, acontecida em 1914?
Em linhas gerais, a Sedição do Juazeiro foi um confronto entre as oligarquias cearenses e o
Governo Federal. O Padre, ao fazer aliança política com a oligarquia Accioly, fica como
representante político dessa vertente política. Franco Rabelo, ao enxergar o padre como um

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representante do poder oligárquico, consequentemente uma oposição, organiza as tropas da


capital com o objetivo de atacá-lo, porém a população não o via da mesma forma, mas sim
como um dos símbolos mais populares da representação política e religiosa da sociedade
cearense, um “homem santo”.
6) O que foi o Caldeirão de Santa Cruz do Deserto e qual era o nome de seu líder?
Outra aglomeração de sertanejos aconteceu na região de Crato, formando a comunidade
chamada de Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, liderada pelo Beato José Lourenço, devoto
de Padre Cícero. Essa comunidade provocou agitações locais, pois membros da elite vieram a
relacionar a estrutura organizativa de Santa Cruz com a de Canudos, interpretando-a como
opositora ao governo. Foi destruído em 1937, sob ordens de Getúlio Vargas.
7) Comente sobre a situação do Ceará ao longo das décadas de 1940 e 1950.
A partir da década de 1940, ganha ênfase a presença de produtos e hábitos estrangeiros e
urbanos na cidade de Fortaleza. Já nos anos 50, a capital cresce de forma acelerada quando
começa a voltar sua dinâmica social e política para o litoral, tendo agora não só o sertão como
referência.
8) Quais foram as principais características sociais presenciadas na década de 1970?
Além de grande crescimento demográfico (o Ceará chegou a mais de 1 milhão de habitantes),
podemos destacar a redução da mortalidade infantil e as melhores condições de vida,
sobretudo nos centros urbanos. Contudo, algumas parcelas da população (as mais pobres)
passaram por um processo de marginalização, com o início das construções de favelas.
9) Em que medida o Ceará teve participação política na ditadura militar, iniciada em 1964?
Durante o regime militar, coronéis das oligarquias tiveram participação por meio de um
triunvirato composto por César Tals (1971-1975), Virgílio Távora (1963-1966 e posteriormente
voltando em 1978) e Adauto Bezerra (1976-1978). Dominando a política cearense durante
esse período, tinham em comum costumes oligárquicos, como o apadrinhamento em cargos
públicos e continuidade no poder.
10) Comente, sucintamente, sobre o chamado “Governo de Mudanças” do Ceará, presente
ao longo dos anos 1980.
Em 1986, Tasso Jereissati, então com 38 anos, começou a liderar o chamado "Governo das
Mudanças" do Ceará, partindo da ruptura com o clientelismo e assistencialismo. Foi eleito
governador pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Implantou um projeto de moralização, austeridade e transparência na gestão pública, sendo
o seu governo reconhecido como modelo no combate à mortalidade infantil e como o estado
brasileiro que mais cresceu no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Ceará, no seu
governo, sofreu grandes mudanças políticas, e, por isso, tal período ficou marcado pela
denominação de "Projeto das Mudanças".
Em 1994, já pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), foi eleito mais uma vez
governador do Ceará. Deu prosseguimento aos programas sociais implantados na primeira
gestão e avançou com a implantação do Plano de Desenvolvimento Sustentável, visando à
proteção ambiental, reordenamento do espaço, capacitação da população, geração de
emprego e renda e estímulo à cultura, ciência e tecnologia.

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11) O que foi a Massafeira Livre?


“Massafeira Livre” foi um movimento musical brasileiro que aconteceu entre os anos de 1978
e 1980 no Ceará. O movimento se consolidou por meio de uma feira cultural realizada em
1979 no Teatro José de Alencar, em Fortaleza, abrangendo também manifestações artísticas
como artes plásticas, cinema e literatura. Entre os seus participantes, estiveram artistas
como Belchior, Ednardo, Amelinha, Patativa do Assaré, Fagner e Fausto Nilo. Em um primeiro
momento, responderam às opressões e falta de liberdade imposta pela ditadura militar,
posteriormente voltou-se para o apelo popular.
12) Padre Cícero Romão Batista foi uma das principais figuras sociopolíticas religiosas do
Ceará durante o período da Primeira República Brasileira (1889-1930).
a) Cite dois acontecimentos em que o referido padre teve participação marcante.
b) Explique a importância política de Padre Cícero para a história cearense.
A primeira de caráter religioso foi atribuído à Padre Cícero um misterioso fenômeno que veio
a chamar a atenção da comunidade católica. Na realização de uma missa ao ministrar a
comunhão da beata Maria de Araújo viu sua hóstia consagrada transformar-se em sangue
protagonizando o milagre do Juazeiro. Nas palavras de Padre Cícero "Não posso duvidar,
porque vi muitas vezes", escreveu ele a dom Joaquim José Vieira, bispo do Ceará. Esse fato o
levou a perder seus direitos do sacerdócio, já por outro lado conquistou vários fiéis.
A segunda está voltada para a questão política na qual ao fazer aliança com Anccioly obteve
perante a sociedade a imagem e posição de um representante político da oligarquia.
13) O Jornal A TRIBUNA, fundado por Fernandes Távora, torna-se, no começo da década de
20 do nosso século, porta-voz dos tenentes no Ceará, denunciando “o comportamento da
pública administração com referência à calamidade das secas, ao banditismo, aos males
causados pelo oligarquismo...”
(MONTENEGRO, J. Alfredo. Apud: SOUSA, Simone-coord. História do Ceará. Fortaleza,
UFC/Fundação Demócrito Rocha, 1988, p. 299).
a) Cite duas práticas políticas oligárquicas que eram criticadas pelos tenentistas no Ceará.
b) Caracterize o governo de Nogueira Accioly nos primeiros anos republicanos no Ceará.
a) Contrariamente as ideias das oligarquias o movimento tenentista tomaram de forma mais
concisa os ideais liberais, em que reivindicavam a reforma constitucional acreditando que essa
traria uma estrutura mais justa ao cenário político nacional, exigiram que o processo eleitoral
fosse marcado pelo voto secreto já que não aceitavam os diversos fatos de corrupção e fraude
que envolviam as eleições. Junto a isso defendiam a liberdade dos meios de comunicação,
buscaram a restrição nas atribuições do poder executivo e maior autonomia às autoridades
judiciais e a moralização dos membros do legislativo.
b) Nogueira Accioly foi um dos personagens representante da política oligarquia cearense, que
através do uso do autoritarismo, da corrupção e violência veio a garantir sua hegemonia
política entre os anos de 1896 e 1912. Através de seu casamento com Maria Tereza filha do
chefe liberal e senador Thomaz Pompeu de Souza Brasil fez diversas alianças políticas. Após

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um golpe com ajuda de seus aliados chegou a presidência da Assembleia Legislativa,


posteriormente foi nomeado Senador e em 1896 tornou-se o primeiro civil a ocupar o cargo
de governante máximo do Ceará.
Nogueira Accioly utilizando de seus poderes indicava nomes de próximos e familiares
(nepotismo) para cargos públicos, fazia empréstimos sem o aval da União e articulava com
coronéis no interior para garantir seu eleitorado e privilégios. Sua política de governo
incomodava e não contentava diversos setores da sociedade, resultando em protestos da
população na qual o governante veio a ser deposto no ano de 1912.
14) A Revolta ou Sedição de Juazeiro foi um confronto ocorrido em 1914 entre as oligarquias
cearenses e o governo federal provocado pela interferência do poder central na política
estadual nas primeiras décadas do século XX. Com relação a Sedição de Juazeiro, responda:
a) Como a política salvacionista de Hermes da Fonseca, interferiu no processo político
cearense?
b) Cite dois objetivos da Sedição de Juazeiro.
a) O governo de Hermes da Fonseca teve apoio da elite mineira ao mesmo tempo em que
presenciou diversas revoltas pelo país, com destaque para a Revolta da Chibata e a Revolta de
Juazeiro. Ao chegar à presidência Hermes da Fonseca abalou a política do café com leite, já
que se propôs a alterar a correlação das políticas tradicionais. Sua política baseou-se na
intervenção nos estados ao renomear governadores aliados para substituir os que então
haviam sido eleitos. Contudo no Ceará havia a predominância política da oligárquica Anccioly
na qual seu representante Nogueira acabou por ser deposto de seu cargo através de uma
rebelião popular feita por setores urbanos de Fortaleza. No ano de 1912 chega ao poder do
Estado o militar Franco Rabelo, esse ligado aos políticos positivistas do Rio de Janeiro tendo
por decisão excluir do mapa político as antigas oligarquias cearenses. Nesse momento surge
a figura de Padre Cícero e a questão da Sedição do Juazeiro.
b) O líder religioso Padre Cícero ao fazer aliança política com a oligarquia Anccioly perante a
sociedade fica como representante dessa vertente política. Franco Rabelo ao enxergar o padre
como um representando oligárquico, consequentemente uma oposição, organiza as tropas da
capital com o objetivo de atacá-lo, porém a população não o via da mesma forma, mas sim
como um dos símbolos mais popular da representação política e religiosa da sociedade
cearense, um “homem santo”.
Em contra partida Padre Cícero junto a Floro Bartolomeu organizam suas tropas formadas por
jagunços, coronéis, romeiros e populares para defender a cidade “santa” de Juazeiro,
formando o conhecido círculo de mãe de Deus. Ao chegarem a região de Juazeiro no norte os
soldados se depararam com uma vala de nove quilômetros de extensão que cercava toda a
cidade, sendo que os rabelistas foram derrotados após quinze horas de combate. Após trinta
dias se reorganizaram e promoveram novo ataque somando a segunda derrota, essa que teve
como resultado o rechaçamento do governante do Estado e sua perseguição em Fortaleza.
Franco Rabelo através de um acordo vem a se render e se retira para o Rio de Janeiro, sendo
esse o momento em que as antigas oligarquias cearenses se organizam para tomar a
administração do Estado, dando ênfase a figura de Padre Cícero.

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4. EXERCÍCIOS

1. (CESPE 2012 – Soldado PM/CE)

Com relação à história do Ceará, julgue os itens seguintes. No Ceará, o predomínio das
oligarquias na política local teve fim com a Revolução de 1930.
Comentários

A questão acima afirma o fim das oligarquias com a ascensão do governo de Getúlio Vargas, porém
durante o regime militar coronéis das oligarquias tiveram participação por meio de um triunvirato
composto por César Tals (1971-1975), Virgílo Távora (1963-1966 e posteriormente voltando em
1978) e Adauto Bezerra (1976-1978). Dominando a política cearense durante esse período tinham
em comum costumes oligárquicos como o apadrinhamento em cargos públicos e continuidade no
poder.
Gabarito: Errado

2. (CESPE 2008 – Soldado da PM/CE)

A colonização do Brasil assentou-se, fundamentalmente, no latifúndio, na monocultura e no


trabalho escravo. Proclamada a independência, não houve efetiva ruptura com o passado
colonial. A abolição da escravidão, por exemplo, somente se deu em fins do século XIX, ainda
assim inconclusa. A República Velha, nascida de um golpe de Estado, representou o domínio
das oligarquias, com forte exclusão social e processos políticos viciados. A Revolução de 1930
inaugurou a Era Vargas e o início da modernização do país. Depois da ditadura do Estado Novo,
o país iniciou o processo de aprendizado democrático em meio a crises agudas, que
culminaram com o golpe de 1964. Após 21 anos de regime militar, restaurou-se a democracia,
cujo grande marco definidor é a Constituição de 1988.

Considerando as informações acima e os aspectos significativos da História do Brasil, julgue o


item:
A Revolução de 1930 foi particularmente ativa no Ceará, sepultando definitivamente as
oligarquias locais.
Comentários
Na década de 1930 inicia-se a Era Vargas, na qual Getúlio chega ao poder com a legitimação de uma
junta militar sem nunca ter vestido uma farda. Ao chegar ao poder Getúlio Vargas transgrediu as leis
estatais existentes tirando a autonomia dos estados e municípios impondo um poder político

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autoritário. Através da dissolução das Casas Legislativas utilizou da figura do Interventor, esse que
passou a exercer o poder executivo e legislativo, para garantir a política federal. Vargas criou os
Conselhos Consultivos dos Estados com objetivo de assessorar os interventores e o Código dos
Interventores que teve a função de implementar uma linha político-administrativa comum,
desestruturando as bases oligárquicas dos Estados e formulando uma administração que atendesse
aos interesses do movimento tenentista e das oligarquias dissidentes.
O primeiro interventor do Ceará foi Fernandes Távora que governou o Estado entre outubro de 1930
e julho de 1931. Sua gestão foi marcada por ser tímida, contraditória e autoritária, ao mesmo tempo
que continuou com o exercício de políticas tradicionais e clientelistas beneficiando frações
oligárquicas. Devido a isso ganhou a oposição do movimento tenentista que o acusava de privilegiar
grupos políticos, sendo substituído em 1931.
O substituto foi o capitão Roberto Carneiro de Mendonça que através de uma política conciliatória
buscou separar a administração da política conciliando os diferentes grupos. Governou por meio da
repressão em relação aos seus opositores, chegando a invadir sindicatos.
Após a Revolução Constitucionalista de 1932 Vargas promoveu eleições para a Assembleia
Constituinte e promulgou a Constituição de 1934. Contudo a vitória de grupos conservadores como
os integrantes da Liga Eleitoral Católica (LEC) nas eleições de 1933 promoveu a substituição de
Mendonça por Felipe Moreira Lima. Mendonça veio a fazer uma administração confusa, já que se
declarou socialista ao mesmo tempo em que se alinhou ao PSD com o objetivo de evitar que políticos
tradicionais voltassem ao poder, fato que não veio a ocorrer devido a vitória da LEC em relação ao
legislativo.
No ano de 1935 Pimentel foi eleito governador do Estado na qual articulou um dos mais autoritários
e repressivos governos do Ceará, refletindo fatos do cotidiano da política nacional. Como interventor
no Ceará permaneceu até o ano de 1945 quando foi exonerado do cargo por Getúlio Vargas.
Para a substituição de Pimentel foi nomeado Benedito Carvalho que veio a desmontar a máquina
eleitoral estruturada pelo antigo interventor em que promoveu demissões em massa, exonerou
prefeitos, delegados e funcionários públicos que não considerava de confiança. Posteriormente
vieram outros interventores que por suas articulações não colocaram fim as oligarquias locais.
Gabarito: Errado

3.

"O Ceará é uma terra condenada mais pela tirania dos governos do que pela inclemência da
natureza."
(TEÓFlLO, Rodolfo. A SECA DE 1915. Fortaleza: Ed. UFC, 1980. p. 31.)

Esta frase, escrita em 1916, expressa uma revolta com aquilo que o autor via acontecer no
governo deste período. Marque a alternativa que indica corretamente algumas características
da política cearense na Primeira República:

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A) a crítica do conservador Rodolfo Teófilo se dirigia às iniciativas democráticas e socializantes


que o governo de Franco Rabelo vinha implementando desde a queda de Accioly em 1912.
B) o controle político era assegurado pelo domínio oligárquico e coronelista, em que se
sobressai à presença de Nogueira Accioly como o principal oligarca do estado.
C) apesar do rígido controle oligárquico sobre o governo, havia um clima de liberdade de
expressão, em que os jornalistas e críticos do governo podiam manifestar-se sem medo de
repressão.
D) as oligarquias que se sucediam no poder tinham que enfrentar frequentes revoltas urbanas,
como a Sedição de Juazeiro, em 1914.
E) havia um intenso combate a corrupção política e aos abusos de poder, pois no Ceará ainda
resistia às influências da Confederação do Equador que buscava um governo republicano e
autônomo.
Comentários
A) Errado – Franco Rabelo governou o Ceará entre julho de 1912 e março de 1914 na qual veio a por
fim ao domínio de Nogueira Anciolly. Sua política foi pautada na busca pelo enfraquecimento das
lideranças regionais cearense, entre elas a de Padre Cícero.
B) Certo - Um dos personagens representante da política oligarquia cearense é o de Nogueira
Accioly, que por meio do uso do autoritarismo, da corrupção e violência veio a garantir sua
hegemonia política entre os anos de 1896 e 1912.
C) Errado – O governo de Anccioly foi marcado por perseguições aos seus opositores como, por
exemplo, o acontecimento com o poeta Américo Facó que escrevia para o então jornal de oposição
“Jornal do Ceará”. No dia 21 de dezembro de 1907 Facó foi pego por dois policiais à paisana que
vieram a lhe dar uma surra que o levou ao hospital. Esse fato demonstra a repressão articulada pelo
governo a seus opositores.
D) Errado - Além da vida religiosa Padre Cícero também atuou na esfera política cearense ao fazer
aliança com Nogueira Accioly tendo como desdobramento a Sedição de Juazeiro.
E) Errado – os governos oligárquicos utilizavam de diferentes formas para garantir seu poder, sendo
uma delas a corrupção com compra de votos e também apoio político. Assim garantiam suas
influências políticas e utilizavam da garantia do poder em prol de seus interesses.
Gabarito: B

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1. (CESPE 2012 – Soldado PM/CE)

Com relação à história do Ceará, julgue os itens seguintes. No Ceará, o predomínio das
oligarquias na política local teve fim com a Revolução de 1930.

2. (CESPE 2008 – Soldado da PM/CE)

A colonização do Brasil assentou-se, fundamentalmente, no latifúndio, na monocultura e no


trabalho escravo. Proclamada a independência, não houve efetiva ruptura com o passado
colonial. A abolição da escravidão, por exemplo, somente se deu em fins do século XIX, ainda
assim inconclusa. A República Velha, nascida de um golpe de Estado, representou o domínio
das oligarquias, com forte exclusão social e processos políticos viciados. A Revolução de 1930
inaugurou a Era Vargas e o início da modernização do país. Depois da ditadura do Estado Novo,
o país iniciou o processo de aprendizado democrático em meio a crises agudas, que
culminaram com o golpe de 1964. Após 21 anos de regime militar, restaurou-se a democracia,
cujo grande marco definidor é a Constituição de 1988.

Considerando as informações acima e os aspectos significativos da História do Brasil, julgue o


item:
A Revolução de 1930 foi particularmente ativa no Ceará, sepultando definitivamente as
oligarquias locais.

3.

"O Ceará é uma terra condenada mais pela tirania dos governos do que pela inclemência da
natureza."
(TEÓFlLO, Rodolfo. A SECA DE 1915. Fortaleza: Ed. UFC, 1980. p. 31.)

Esta frase, escrita em 1916, expressa uma revolta com aquilo que o autor via acontecer no
governo deste período. Marque a alternativa que indica corretamente algumas características
da política cearense na Primeira República:
A) a crítica do conservador Rodolfo Teófilo se dirigia às iniciativas democráticas e socializantes
que o governo de Franco Rabelo vinha implementando desde a queda de Accioly em 1912.

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B) o controle político era assegurado pelo domínio oligárquico e coronelista, em que se


sobressai à presença de Nogueira Accioly como o principal oligarca do estado.
C) apesar do rígido controle oligárquico sobre o governo, havia um clima de liberdade de
expressão, em que os jornalistas e críticos do governo podiam manifestar-se sem medo de
repressão.
D) as oligarquias que se sucediam no poder tinham que enfrentar frequentes revoltas urbanas,
como a Sedição de Juazeiro, em 1914.
E) havia um intenso combate a corrupção política e aos abusos de poder, pois no Ceará ainda
resistia às influências da Confederação do Equador que buscava um governo republicano e
autônomo.

4. (UECE-CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor - História)


Atente para o seguinte excerto que se refere às razões que levaram à criação dos campos de
concentração no Ceará em 1932: “(...) o “campo” era o último recurso, cheio de sofrimento e
dor, que sua condição de sem-terra tornava inevitável. Mas nestes anos eles aprenderam a se
organizar em multidões aparentemente disformes e sem controle, que levavam o medo às
autoridades e aos comerciantes de alimentos. O simples ajuntamento de retirantes já era
suficiente para aterrorizar as populações das cidades mais próximas às áreas secas”.
CASTRO NEVES, Frederico de. Tragédia Oculta. in: Revista Nossa História. ano 1 nº 2 dez.
2003. Publicação Editada pela Biblioteca Nacional, p.74.

O evento acima retratado se deu


A) como forma de tratar os sobreviventes do massacre da comunidade do Caldeirão da Santa
Cruz do Deserto, que foi liderada pelo beato José Lourenço.
B) em função da grande epidemia de varíola que se abateu sobre o Ceará e ameaçou a capital
do estado, sendo contida pelas ações profiláticas promovidas por Rodolfo Teófilo.
C) como estratégia governamental para conter o fluxo de flagelados que rumavam às principais
cidades cearenses em virtude da seca iniciada em 1930.
D) devido à necessidade de conter os fluxos migratórios de cearenses para outras regiões do
país, como o Sudeste, o que causaria a falência da economia local por falta de mão de obra.

5. (UECE-CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor - História)


No que diz respeito à Guerra de Canudos, pode-se afirmar corretamente que
A) a oposição ao Estado laico da República, que instituiu o casamento civil e a secularização
dos cemitérios, associada à miséria e ao abandono do povo, caracterizam a comunidade de
Antônio Conselheiro.

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B) ocorreu no sertão nordestino, mas o objetivo de Antônio Conselheiro era espalhar aquele
modelo socialista de comunidade a todos os cantos do Brasil com apoio dos antimonarquistas.
C) o discurso messiânico e sebastianista de Conselheiro tinha guarida entre os donos de terra
que criticavam a República, pois faziam parte da elite monarquista deposta pelo golpe de 1889.
D) apesar de alguma simpatia popular, Canudos não teve apoio das populações das cidades
vizinhas, devido aos saques e às invasões promovidas pelos jagunços liderados por Conselheiro.

6. (UECE-CEV - 2018 - SEDUC-CE - Professor - História)


O final do século XIX marcou, no Ceará, o aparecimento da Padaria Espiritual. No que diz
respeito a esse movimento, é correto afirmar que foi um
A) marco da luta da Igreja Católica contra a difusão da doutrina comunista junto à população,
sobretudo entre os operários.
B) um grêmio literário surgido no centro da capital para criar e protestar, sem estrangeirismos,
contra a burguesia, o clero e tudo que fosse tradicional.
C) movimento liderado pelo médico Bezerra de Menezes, que introduziu o Espiritismo
Kardecista no Ceará, no final do século XIX.
D) um movimento cultural conservador que nasceu para combater o jornal O Pão, através do
qual o socialismo científico era difundido em terras cearenses.

7. (UECE-CEV - 2018 - SECULT-CE - Analista de Cultura)


A história política, econômica e social do Ceará
A) configura-se a partir da ocupação pioneira e prolongada dos holandeses que constituíram
um núcleo urbano desenvolvido, que depois originaria a cidade de Fortaleza.
B) é marcada por confrontos entre oligarquias que disputavam a terra e o controle político.
C) tem como base principal a monocultura voltada para o mercado exterior, primeiro com a
cana-de-açúcar e em seguida com a carne de charque e algodão.
D) se inicia com a ocupação do território a partir do Piauí e do Maranhão: os caminhos de
dentro e de fora, segundo Capistrano de Abreu.

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1. Alternativa E 3. Alternativa B 6. Alternativa B


2. Alternativa E 4. Alternativa C 7. Alternativa B
5. Alternativa A

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito bem, querido (a) concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcançá-los.
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”. Encontro-
te na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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