“Estudar a história é rever acontecimentos do passado da humanidade para podermos
relacionarmos com o presente." (p. 57) Mais recentemente, as discussões da Didática da História impulsionadas por Schmidt, e outros, contribuem para reforçar a importância da história-problema no desenvolvimento da consciência histórica mais crítica dos alunos. Entretanto, a didática da história foca suas análises na produção do conhecimento histórico, portanto, na aprendizagem e não no ensino, o que pressiona uma ressignificação da função da problematização no ensino de história. a história serve para nos orientar no tempo, mas esta orientação demanda uma consciência deste tempo, uma consciência histórica, e embora o pensar historicamente seja um fenômeno cotidiano e inerente à condição humana, as formas de apreensão dessa historicidade variam, de modo que a consciência histórica se dá em diversos estágios e amplia-se processualmente partindo então do ponto que o problema é algo que implica, inquieta, instiga na busca por uma solução, de modo que considero indispensável para que uma questão norteadora seja um “problema”, que ela parta do presente e, principalmente, das vivências históricas dos alunos, demandando diagnóstico inicial não apenas dos conhecimentos prévios dos alunos, mas também deles e de suas vivências históricas para identificação dos pontos de encontro entre o conhecimento que se quer construir e tais experiências, ampliando assim a capacidade de apreensão deles. Assim, a problematização não visa apenas a verificação dos conhecimentos prévios dos alunos, mas principalmente a construção de sentido para os conteúdos históricos escolares através da aproximação deste com o presente e com as experiências históricas dos alunos. Assim, a função do ensino de história é contribuir para a ampliação dessa consciência, à medida que orienta o agir humano no tempo, permitindo o crescimento e a autonomia da ação crítica de quem vive a história, de quem a investiga, de quem a ensina, de quem a aprende – em um processo contínuo conscientização de sua própria historicidade