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LITERACIA EM SAÚDE,
UM DESAFIO EMERGENTE
O PODER E A DIMENSÃO DO CUIDADOR INFORMAL
NO SISTEMA DE SAÚDE
COORDENAÇÃO CIENTÍFICA
CRISTINA VAZ DE ALMEIDA
COORDENAÇÃO TÉCNICA
BERTA AUGUSTO | CARLOS FERNANDES | SÉRGIO ABRUNHEIRO
CATARINA RODRIGUES | ZÉLIA ALMEIDA | MARISA RODRIGUES
MARIA ANDRADE | GABRIELA LOPES
VOL. II
COLETÂNEA
DE
COMUNICAÇÕES
O Poder e a Dimensão do Cuidador Informal
no Sistema de Saúde
VOL. II
ISBN 978-989-98742-6-8
ANO 2021
VOLUME II
EDIÇÃO 1ª
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LITERACIA EM SAÚDE
UM DESAFIO EMERGENTE
Berta Augusto Coordenadora do Grupo "Literacia para a Segurança dos Cuidados de Saúde de
Enfermagem; Enfermeira Gestora do Serviço de Neurologia A e Hospital de Dia
de Neurologia do CHUC
COMISSÃO
Literacia em saúde; Diretora da Pós-Graduação em Literacia em Saúde
(ISPA); Investigadora ISCSP – CAPP; Coordenadora científica e autora de
vários livros, capítulos, artigos nas áreas de literacia em saúde, marketing
CIENTÍFICA
social e comunicação em saúde.
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LITERACIA EM SAÚDE
UM DESAFIO EMERGENTE
ÍNDICE
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LITERACIA EM SAÚDE
UM DESAFIO EMERGENTE
COMISSÃO ORGANIZADORA
Berta Augusto • Carlos Fernandes • Catarina Rodrigues
Gabriela Lopes • Maria Andrade • Marisa Rodrigues
Sérgio Abrunheiro • Zélia Almeida
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UM DESAFIO EMERGENTE
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LITERACIA EM SAÚDE
UM DESAFIO EMERGENTE
Referências Bibliográficas
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UM DESAFIO EMERGENTE
Carlos Santos
Presidente do Conselho de Administração
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE
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UM DESAFIO EMERGENTE
Áurea Andrade
Enfermeira Diretora
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE
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Quadro 1. Intervenção dos profissionais de saúde junto do paciente e dos cuidadores para
uma maior ativação
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UM DESAFIO EMERGENTE
METODOLOGIA
Com base nas declarações efetuadas por um conjunto de
cuidadores em 2020, por ocasião da celebração pelo
Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) do Dia
Mundial do Cuidador, foi feita uma análise qualitativa de
conteúdo de um conjunto de expressões usadas por 15
cuidadores informais.
A recolha das declarações de testemunhos de cuidadores
foi efetuada durante o mês de outubro de 2020 sendo o
evento celebrado a 5 de novembro do mesmo ano.
Estas expressões testemunhadas, em discurso direto, e
recolhidas através do grupo de literacia em saúde do
CHUC foram analisadas pela autora, com base em Ryan e
Bernard (2013), através de uma análise de conteúdo
qualitativo.
Trata-se por isso de um estudo qualitativo, exploratório,
com uma amostra não probabilística que integra a técnica
de análise de conteúdo qualitativa (Bryman, 2012).
Foram reunidas as declarações através de dois
enfermeiros do Grupo Institucional do CHUC: "Literacia
para a Segurança dos Cuidados de Saúde de
Enfermagem, e apresentadas oralmente no evento de
celebração do Dia do Cuidador, em Portugal, a 5 de
novembro 2020.
Após o evento, foram analisados os conteúdos, e criadas
seis (N=6) categorias associadas a fatores externos, e
sete (N=7) relacionadas com os fatores internos do
cuidador, que correspondem a sentimentos, emoções e
perceção pessoal deste conjunto de cuidadores de
ambos os géneros, sendo que a totalidade, menos um,
são cuidadores ou foram cuidadores de pessoas idosas,
sobretudo ascendentes (pai ou mãe), enquanto um deles
é cuidador de uma criança com deficiência.
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UM DESAFIO EMERGENTE
3 Gestão do tempo Dificuldade de conciliar horários com o trabalho dos pais. (C7)
5 Perspetiva da tarefa Só alguns anos depois é que conseguimos alterar a nossa fisioterapia para a
primeira hora da manhã, permitindo-nos faltar apenas 2 horas. (C7)
Ser cuidadora foi o meu objetivo de vida durante muito tempo. (C1)
Agora, que já cá não está, sinto-me perdida, nem sei o que posso fazer. (C2)
6 Perspetiva de vida Mudei a minha vida para cuidar dela, (C4)
Altera completamente a nossa rotina familiar. (C7)
Tentamos conciliar tudo isto com o nosso trabalho. (C7)
4 Orgulho na função Tenho orgulho que ele nunca tenha tido uma ferida que fosse. (C3)
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Senti-me preenchida, de alma cheia, por ter oportunidade de fazer pelo meu
pai, o que ele fez por mim. (C1)
Não pensei que tinha tanta coragem. (C4)
7 Valor Cuidar faz parte de "ser família", não sendo uma obrigação, é uma bênção.
(C5)
Os humanos estão hoje cheios de direitos, descurando muitas vezes a sua
responsabilidade de cidadãos. (C7)
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UM DESAFIO EMERGENTE
CONCLUSÃO
Através das palavras testemunhadas em voz própria,
observamos uma intensidade da complexidade do cuidar
da pessoa doente. Por outro lado, a centralização das
tarefas e da missão de vida traz ainda sentimentos
contraditórios entre os cuidadores informais. Entre o
desejo de cuidarem e o desgaste que muitos têm, o
cuidador aqui analisado sente essa mesma inevitabilidade
do cuidar, que oscila entre a recompensa e a dor.
Cuidar é inevitável, e caberá a cada ser humano, em
algum momento da vida, de formas diferenciadas. O papel
da literacia em saúde e dos profissionais das áreas da
saúde é imprescindível na parceria que o cuidador
informal necessita, após a saída do paciente do hospital,
ou mesmo quando ele está em transições pontuais entre
o domicílio e a organização de saúde. Permitir um melhor
acesso aos serviços e à informação, apoiar na
compreensão do mundo complexo do cuidar e ajudar os
cuidadores a usarem corretamente os serviços,
usufruindo dos seus benefícios para um cuidar de maior
qualidade, é a tarefa do determinante que implica mais
literacia em saúde.
A comunicação abre portas de compreensão e de
melhoria do estado anímico dos cuidadores, pelo que,
manter esta conexão social e ligação com continuidade,
poderá ser uma das vias que as organizações literadas
em saúde podem investir. Às vezes com pequenos custos,
como o valor de uma chamada, um contato por telefone
ou por videochamada. A presença e a comunicação dos
profissionais de saúde na vida dos cuidadores são um
fator de equilíbrio e de conforto. Treinar competências e
partilhá-las faz também parte da tarefa de cuidar, neste
caso, do cuidador formal.
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Referências Bibliográficas
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O RESPEITO PELO
CUIDADOR INFORMAL
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O ENVELHECIMENTO, A DEPENDÊNCIA E
A ENVOLVÊNCIA DAS EQUIPAS DE SAÚDE
A realidade atual evidencia que o aumento do
envelhecimento populacional, o aumento da esperança
média de vida e a ocorrência cada vez mais acentuada de
doenças crónicas e incapacitantes, acarretam um
conjunto de preocupações e responsabilidades, às
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UM DESAFIO EMERGENTE
O RECONHECIMENTO DO ESTATUTO DO
CUIDADOR INFORMAL: DEVERES E DIREITOS
O reconhecimento pela tutela do estatuto de cuidador
informal constitui um enorme avanço concetual, trazido
pela Lei nº 100/2019, que a 6 de setembro veio regular
um conjunto de pressupostos, direitos e deveres do
cuidador e da pessoa cuidada.
Ao nível dos deveres do cuidador informal, destaca-se a
importância do mesmo respeitar os interesses da pessoa
cuidada, prestando o apoio e os cuidados necessários à
pessoa cuidada (cuidados básicos de alimentação,
higiene, saúde e emocionais), sempre em articulação e
com orientação de profissionais da saúde; garantir o
acompanhamento necessário ao bem-estar global da
pessoa cuidada, de modo a contribuir para a melhoria da
sua qualidade de vida e potenciar a sua capacidade
funcional e autonomia. Neste sentido, é crucial que o
cuidador informal potencie um ambiente seguro,
confortável e tranquilo à pessoa cuidada.
Por sua vez, o cuidador informal tem o direito de ver
reconhecido o desempenho do seu papel, o direito a
acompanhamento e formação para o desenvolvimento
das suas capacidades, adquirindo competências para a
prestação adequada dos cuidados de saúde à pessoa
cuidada; usufruir de apoio psicológico sempre que
necessário, e mesmo após a morte da pessoa cuidada; e
beneficiar de períodos de descanso que visem promover o
seu bem-estar e equilíbrio emocional.
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Referências Bibliográficas
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CUIDADOR INFORMAL
REFLETIR SOBRE A SUA IDENTIDADE
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O INVESTIMENTO NO PERFIL DE
CUIDADOR INFORMAL
Tornar uma pessoa num cuidador informal, deve ser um
processo faseado. Num primeiro momento, o problema
prende-se com a escolha do melhor cuidador para a
pessoa que necessita dos cuidados e ocorre, muitas
vezes, durante o processo de internamento onde toda a
família está a vivenciar uma crise acidental. A situação da
pessoa que vai precisar de cuidados é determinante, e
deve levar os profissionais a questionar se devem
capacitar um ou vários cuidadores. Numa situação como
esta última, pode haver um cuidador principal e um
conjunto alargado de cuidadores familiares que
participam em segunda linha, mas que não podem ficar à
margem de uma responsabilidade que deve ser partilhada,
que é cuidar daquela pessoa. Poderá elaborar-se um
plano que vise responder às necessidades da pessoa e as
tarefas serem distribuídas pelos vários familiares.
Raramente se encontram situações em que um só
cuidador é capaz de responder a todos os problemas
durante 24 horas, sete dias por semana, e por tempo
indeterminado. Não devemos permitir que um cuidador
deixe de ser pessoa, deixe de ter vida própria, para cuidar
de terceiros.
Após a identificação do cuidador o enfermeiro deverá,
com este construir um plano de formação com o objetivo
de o capacitar nas áreas identificadas como necessárias,
nomeadamente nos cuidados de suporte de manutenção
da saúde, em particular a dependência nos autocuidados
e nas atividades de vida, na gestão terapêutica e na
promoção da saúde da pessoa doente (Figura 1).
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CONCLUSÃO
O membro da família que vivencia o papel de prestador de
cuidados de uma pessoa dependente no autocuidado fica
vulnerável pela diversidade e complexidade de cuidados
que tem de assumir e pelas mudanças que esta situação
pode desencadear nos seus próprios processos de vida
(Meleis et al., 2000; Kim, et al, 2005; Kim & Given,
2008).
As conceções de cuidadores têm vindo a surgir ao longo
dos tempos, sendo os enfermeiros, cuidadores
privilegiados, na medida em que o cuidado é o foco da
sua profissão.
A legislação define cuidadores informais como principal e
não principal, o que demonstra a necessidade dos
enfermeiros reconfigurarem as suas intervenções face a
estas duas entidades.
Acreditamos que só cuida quem ama o outro, ou apenas
por ser a sua profissão, mas também só cuida quem for
capaz de cuidar de si e deixar-se ser cuidado.
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Gabriela Saraiva
Enfermeira Especialista de Saúde Comunitária - UCC Cantanhede
ACES Baixo Mondego
Margarida Pinheiro
Enfermeira Especialista de Reabilitação - UCC Cantanhede
ACES Baixo Mondego
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CONCLUSÃO
É intenção da UCC de Cantanhede o alargamento deste
projeto a novos cuidadores informais e às outras UF do
Centro de Saúde de Cantanhede.
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Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/28501?mode=full
● Plataforma da RNCCI.
Disponível em: http://www.acss.min-saude.pt/2016/07/22/rncci/
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LITERACIA EM SAÚDE
UM DESAFIO EMERGENTE
CUIDADOR INFORMAL
A IMPORTÂNCIA DA MISSÃO DE CUIDAR
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UM DESAFIO EMERGENTE
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UM DESAFIO EMERGENTE
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UM DESAFIO EMERGENTE
Identificação de profissionais de
referência, de acordo com as X X Segurança Social/ ACES/ULS X -
necessidades da pessoa cuidada
Aconselhamento, informação,
acompanhamento e orientação,
tendo em conta os direitos e
responsabilidades do cuidador X X Segurança Social X -
informal e da pessoa cuidada, por
parte dos serviços competentes da
segurança social
Encaminhamento da pessoa
cuidada para serviços e
estabelecimentos de apoio social,
designadamente Estruturas X X Segurança Social X -
Residenciais para Pessoas Idosas
ou Lar Residencial, de forma
periódica e transitória, para permitir
o descanso do cuidador
Identificação de um profissional de
saúde como contacto de referência,
de acordo com as necessidades de X X SNS/ACES/ULS X -
cuidados de saúde da pessoa
cuidada
Aconselhamento, acompanhamento,
capacitação e formação para o
desenvolvimento de competências
em cuidados a prestar à pessoa X X SNS/ACES/ULS X
cuidada, por profissionais da área
da saúde, no âmbito de um plano de
intervenção específico
Participação em grupos de
autoajuda para partilha de X X SNS/ACES/ULS X
experiências e soluções
facilitadoras
Reconhecimento, Validação e
Certificação de Competências X X IEFP X X
(RVCC), findos os cuidados
prestados à pessoa cuidada
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UM DESAFIO EMERGENTE
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UM DESAFIO EMERGENTE
Referências Bibliográficas
●Demência
Coutinho, M. C. S.C. (2015). Cuidadores formais e Informais – Olhares Sobre Idosos com
. Dissertação de Mestrado, Universidade da Beira Interior, Portugal.
● Lei nº 100/2019 de 6 de setembro. Diário da República n.º 171/2019, Série I de 2019-09-06.
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Disponível em: https://data.dre.pt/eli/lei/100/2019/09/06/p/dre
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LITERACIA EM SAÚDE
UM DESAFIO EMERGENTE
A CRIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO
De um grupo de cuidadores e ex-cuidadores que se
encontraram nas redes sociais, surgiu a Associação
Nacional de Cuidadores Informais. O percurso iniciou-se
em 2016, naquele que foi o primeiro encontro de
cuidadores informais, que teve lugar em Lisboa e do qual
foi lançada a petição pela Criação do Estatuto do
Cuidador Informal, entregue a 12 de outubro desse ano,
na Assembleia da República (Petição n.º 191/XIII/2).
Registada em 13 de junho de 2018 a Panóplia de Heróis –
Associação Nacional de Cuidadores Informais (PH-ANCI),
é fruto da luta de muitos cuidadores informais, unidos por
uma causa: a dignificação do Cuidador Informal.
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UM DESAFIO EMERGENTE
O ALERTA DA ASSOCIAÇÃO
Auscultando múltiplos cuidadores informais é inequívoco
o cansaço que sentem, principalmente perante este
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