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SEMANA 02
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
SEMANA 02/30
AVISO IMPORTANTE
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso restrita. O
compartilhamento indevido de materiais da PREPARAÇÃO EXTENSIVA - DELEGADO DE POLÍCIA – TURMA
9 ensejará a interrupção imediata do serviço, bem como adoção das medidas cabíveis.
O principal material da nossa preparação é o e-book dividido em metas com doutrina e questões
sobre o tema. Este material será disponibilizado na nossa plataforma sempre aos finais de semana para que
vocês possam utilizá-lo ao longo da semana.
1- E-book de doutrina e questões - Este e-book é dividido em metas, que correspondem aos
dias da semana em que o aluno deve cumprir. No início de cada meta, disponibilizamos os artigos
relacionados ao tema, ao passo que no final disponibilizamos questões de concursos anteriores para
treinamento (disponibilizado semanalmente);
2- E-book de Súmulas por assunto - Este e-book visa orientar nosso aluno, a partir de um
cronograma, a realizar uma leitura das principais súmulas dos Tribunais Superiores (disponibilizado
integralmente no início do curso);
3- E-book de Lei Seca - Compilamos as principais leis, que possuem grande incidência em
concursos de Delegado de Polícia e que são específicas para o seu concurso. Esse e-book visa, através de um
cronograma elaborado por nossa equipe, organizar o estudo tão importante da lei seca (disponibilizados
semanalmente).
4- E-book de Jurisprudência - Selecionamos os principais julgados mais recentes para facilitar o
seu estudo. Com o cronograma criado pela nossa equipe, você estudará os principais informativos de uma
maneira constante e leve (disponibilizados semanalmente).
5- E-book de questões comentadas autorais – Como forma de consolidação do estudo,
disponibilizaremos questões no formato C e E dos assuntos estudados durante as 5 semanas que antecedera
à semana de revisão (6, 12, 18, 20 e 24) semana. Essas questões devem ser feitas preferencialmente aos
finais de semana.
Isto é bem intuitivo. No E-book principal (doutrina e questões), cada meta se refere a um dia
da semana (Meta 1, Segunda-feira; Meta 2, terça-feira, etc). O final de semana deve ser reservado para a
revisão da semana, através da leitura dos artigos indicados no início de cada meta.
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Prezado(a) aluno(a),
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
área do aluno. Há um campo específico para o envio de dúvidas.
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Sumário
META 1 .............................................................................................................................................................. 9
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE DROGAS ................................................................................................. 9
1. INTRODUÇÃO (LEI N° 11.343/2006) ............................................................................................................ 10
1.1 Objeto Jurídico e Objeto Material .......................................................................................................................... 10
1.2 Sujeito Ativo ........................................................................................................................................................... 11
1.3 Sujeito Passivo ........................................................................................................................................................ 12
1.4 Elemento Subjetivo ................................................................................................................................................ 12
1.5 Ressalva à proibição de drogas .............................................................................................................................. 12
1.6 Crimes de perigo abstrato x Crimes de perigo concreto ........................................................................................ 13
1.7 Previsão constitucional a respeito da expropriação............................................................................................... 14
2. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .................................................................................................................. 14
3. DA REPREENSÃO A PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E DO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. ........................... 16
4. DOS CRIMES E DAS PENAS. .......................................................................................................................... 17
4.1 Porte de Drogas para Uso Pessoal.......................................................................................................................... 17
4.2 Tráfico de Drogas (Art. 33, Caput) .......................................................................................................................... 26
4.3 Figuras Equiparadas ao Tráfico (Art. 33, §1°) ......................................................................................................... 33
4.4 Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Uso de Drogas ........................................................................................... 36
4.5 Cedente Eventual (Art. 33, §3º) ............................................................................................................................. 37
4.6 Tráfico Privilegiado (Art. 33, §4º) ........................................................................................................................... 38
4.7 Tráfico de Maquinário (Art. 34) .............................................................................................................................. 46
4.8 Associação Para o Tráfico ....................................................................................................................................... 47
4.9 Financiamento ao Tráfico ....................................................................................................................................... 49
4.10 Informante Colaborador....................................................................................................................................... 50
4.11 Prescrever ou Ministrar Drogas Culposamente ................................................................................................... 51
4.12 Conduzir Embarcação ou Aeronave após o Consumo de Drogas ......................................................................... 51
4.13 Causas de Aumento da Pena ................................................................................................................................ 52
5. DOSIMETRIA DA PENA ................................................................................................................................. 60
6. PROCEDIMENTO PENAL ............................................................................................................................... 61
7. DA INVESTIGAÇÃO ....................................................................................................................................... 62
7.1. Laudo provisório e definitivo ................................................................................................................................. 62
7.2. Destruição das drogas ........................................................................................................................................... 64
7.3. Prazo do IP na Lei de Drogas ................................................................................................................................. 65
7.4 Procedimentos Investigatórios Especiais ............................................................................................................... 65
7.5 Medidas Assecuratórias ......................................................................................................................................... 67
8. DA INSTRUÇÃO ............................................................................................................................................ 71
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 81
META 2 ............................................................................................................................................................ 86
DIREITO PROCESSUAL PENAL: INQUÉRITO POLICIAL (PARTE I) ....................................................................... 86
1. INQUÉRITO POLICIAL ................................................................................................................................... 87
1.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 87
1.1.1 Termo circunstanciado de ocorrência (TCO) ................................................................................................... 88
1.1.2 Investigação Preliminar ................................................................................................................................... 89
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ATENÇÃO
Equipe DD
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META 1
TODOS OS ARTIGOS
⦁ Art. 5º, XLVI da CF
⦁ Art. 5º, XLII, CF/88
⦁ Art. 5º, LI, CF/88
⦁ Art. 144, §1º, II, CF/88
⦁ Art. 243, §único, CF/88
⦁ Art. 10, CPP (análise comparativa com o art. 51 da Lei de Drogas)
⦁ Art. 159, §1º, CPP (análise comparativa com o art. 50, §1º da Lei de Drogas)
⦁ Art. 323, II, CPP
⦁ Portaria nº 433/98, Anvisa
⦁ Lei 11.343/06 inteira!
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“Referido diploma legal institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas — Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção de usuários e dependentes de
drogas, e estabelece normas para a repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito, além de definir
os respectivos ilícitos penais e regulamentar o procedimento para a sua apuração. As Leis ns. 6.368/76 e
10.409/2002, que tratavam /do tema, foram expressamente revogadas.
No âmbito criminal, as principais inovações foram o tratamento diferenciado em relação ao usuário,
a tipificação de crime específico para a cessão de pequena quantia de droga para consumo conjunto, o
agravamento da pena do tráfico, a criação da figura do tráfico privilegiado, a tipificação do crime de
financiamento ao tráfico, bem como a regulamentação de novo rito processual.”
Art. 1º, Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em
lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da
União.
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja
atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas
substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle
especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
Vamos relembrar as normas penais em branco? A norma penal em branco é aquela cuja
compreensão do preceito primário demanda complementação. Pode ser classificada em:
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Portanto, para que seja considerada droga, a substância precisa atender a 2 requisitos:
● Ser capaz de causar dependência;
● Estar prevista como droga, em lei ou em portaria da Anvisa.
→ Caso o complemento detenha natureza permanente, a supressão dessa substância ostentaria natureza
jurídica de alteração benéfica e, portanto, seria dotada de retroatividade benéfica. Ex.: supressão de
substância que compõe a maconha.
→ Por outro lado, se o complemento ostenta natureza jurídica de norma excepcional ou temporária, aplica-
se o raciocínio atribuível às leis excepcionais e temporárias. Ex.: inclusão temporária da “cola de sapateiro”,
em razão do aumento crescente de uso por parte de pessoas em situação de rua.
Art. 3º, CP. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
→ Nesse caso, trata-se de crime próprio, pois somente quem pode praticar a conduta
“PRESCREVER” são médicos e dentistas.
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→ Caso o agente esteja exercendo irregularmente a medicina, o tipo penal será também o do
art.33, caput. Vejamos:
STJ - Quando o agente no exercício irregular da medicina prescreve substância
caracterizada como droga, resta configurado, em tese, o delito do art. 282 do
Código Penal - CP, em concurso formal com o do art. 33, caput, da Lei n. 11.
343/2006. (HC 139667/RJ)
A Coletividade, logo trata-se do que a doutrina chama de “crime vago”, uma vez que o sujeito passivo
é indeterminado.
● Regra: Dolo.
● Exceção: art. 38 “Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente,
ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
→ Típico exemplo de crime culposo fechado, já que a regra é de que os crimes culposos são
abertos.
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Observe que a previsão contida no art. 2º da Lei de Drogas, não autoriza, por si só, a utilização ou o plantio
de substâncias entorpecentes para fins ritualístico-religioso, pois mesmo nessas hipóteses ainda será
necessária autorização legal ou regulamentar.
Crimes de perigo abstrato - são aqueles que não exigem a efetiva lesão de um bem jurídico ou a
colocação deste bem em risco real e concreto. São tipos penais que descrevem apenas um comportamento,
uma conduta, sem apontar um resultado específico como elemento expresso do injusto penal.
Crimes de perigo concreto – são aqueles que, para a consumação, se exige a comprovação de que
realmente houve perigo ou lesão ao bem jurídico.
● Regra: Os crimes da Lei de Drogas são crimes de perigo abstrato, ou seja, a prática da conduta
prevista em lei não está vinculada à demonstração de existência de perigo concreto, pois há
presunção absoluta de perigo ao bem jurídico.
● Exceção: Art. 39 é considerado crime de perigo concreto, tendo em vista que não basta conduzir a
embarcação ou aeronave após o consumo da droga, devendo demonstrar que efetivamente houve
a exposição do bem jurídico tutelado a perigo concreto de dano.
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O art. 243 da CR/88 prevê a expropriação de propriedades rurais e urbanas onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas, assim como o confisco de todo e qualquer bem de valor
econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas:
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a
programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto
no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de
trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação
específica, na forma da lei.
O STF em sede de repercussão geral reconheceu que a expropriação poderá ser afastada se o proprietário
comprovar que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo.
A expropriação prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde que o proprietário
comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo”. [RE
635.336, rel. min. Gilmar Mendes, j. 14-12-2016, P, DJE de 15-9-2017, Tema 399.]
A medida de expropriação atingirá toda a propriedade, ainda que o cultivo seja realizado apenas em
parte da propriedade (STF, RE 543.974/MG).
Gabriel Habib defende mesmo que caracterizado como bem de família é possível a expropriação. O
autor argumenta que deve ser aplicado, por analogia, o art. 3º, VI, da Lei nº 8.009/90 que afasta a
impenhorabilidade quando “o bem foi adquirido com produto de crime”.
2. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
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1) A pequena quantidade de droga já é elementar do crime, não podendo ser valorada para fins da
insignificância.
2) O objeto jurídico é a saúde pública, e não a incolumidade do próprio usuário de drogas,
sobretudo porque o Direito Penal não pune a autolesão (princípio da alteridade)
3) Trata-se de crime de perigo abstrato cujo perigo está absolutamente presumido em lei.
Ressalta-se, contudo, que o STF possui um precedente isolado de 2012 no sentido de que é possível
aplicar o princípio da insignificância. No entanto, não se pode afirmar que se trata de posição consolidada da
Corte.
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CAIU NA PROVA DELEGADO RIO DE JANEIRO 2022! – A aquisição de medicamentos, a importação das
sementes e a posse de utensílios para a produção de maconha para consumo próprio não constituem
infrações previstas na Lei nº 11.343/2006. (item correto).
É importante salientar que as plantações serão destruídas imediatamente pelo delegado de polícia.
Cuidado para não confundir a destruição imediata da plantação com a destruição da droga propriamente
dita, haja vista que esta depende de outros fatores, como a ocorrência ou não de flagrante, perícia da droga,
dentre outros que serão estudados adiante.
Com relação à licença para a autorização prevista no art. 32, essa é de competência da ANVISA.
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a) Condutas:
São incriminadas cinco condutas, tratando-se de tipo penal misto alternativo:
● Adquirir: obter a propriedade, a título oneroso ou gratuito. O mais comum, entretanto, é a
compra;
● Trazer consigo: é sinônimo de portar, conduzir pessoalmente a droga;
● Guardar e ter em depósito: é manter a droga em algum local;
● Transportar: conduzir de um local para outro em algum meio de transporte.
Há, ainda, a figura equiparada prevista no §1º, a qual a lei conferiu o mesmo tratamento, mas com
objeto material diferente. Em vez de se referir a drogas, refere-se à PLANTAS DESTINADAS À PREPARAÇÃO
DE PEQUENA QUANTIDADE DE DROGA.
● Semear
● Cultivar
● Colher
b) Elementos do Tipo:
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▪ Elemento Subjetivo especial (ou dolo específico) – tanto no caput como no §1º exige-se o dolo
específico, qual seja: PARA CONSUMO PESSOAL (caput) e PARA PREPARAR PEQUENA QUANTIDADE
DE DROGA (§1º).
🕮 Pergunta-se: Como determinar que é voltada ao consumo de PEQUENA quantidade (e não grande
quantidade apta a ensejar o crime de tráfico)?
R.: À luz do art. 28, §2º, para o juiz determinar se a quantidade a consumo pessoal, deverá atentar-se
para:
⦁ Natureza e à quantidade da substância apreendida
⦁ Ao local e às condições em que se desenvolveu a ação
⦁ Às circunstâncias sociais e pessoais do agente
⦁ Conduta e aos antecedentes do agente.
A quantidade de drogas, por si só, não é fator determinante para concluir se era
para consumo pessoal
Nos termos do art. 28, § 2º, da Lei n. 11.343/2006, não é apenas a quantidade de
drogas que constitui fator determinante para a conclusão de que a substância se
destinava a consumo pessoal, mas também o local e as condições em que se
desenvolveu a ação, as circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os
antecedentes do agente. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1740201/AM, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/11/2020.
DICA DE PROVA: cuidado para não confundir o §2º do artigo 28 com o art. 52, I, que especifica o relatório a
ser elaborado pelo delegado de polícia.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os
autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do
delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições
em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os
antecedentes do agente.
Em que pese o STF tenha deixado claro que o art. 28 tem natureza jurídica de crime, é importante
atentar para os fortes questionamentos doutrinários acerca do tema. Vejamos:
❖ 1ª corrente - STF e doutrina majoritária: Houve uma DESPENALIZAÇÃO do art. 28.
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Afirma a que o tipo penal tem natureza jurídica de crime, infração penal, tendo sofrido apenas uma
despenalização (e não descriminalização), sob os seguintes argumentos:
⦁ A lei, ao tratar do tema, classificou a conduta como crime, pois o art. 28 está
topograficamente localizado capítulo “Dos Crimes e das Penas”
⦁ Estabeleceu o rito processual junto ao Juizado Especial Criminal;
⦁ O art. 5º, XLVI da CF/88 autoriza penas diversas das penas privativas de liberdade – reclusão
e detenção.
⦁ Ademais, a não previsão de pena privativa de liberdade em abstrato não a descaracteriza
como crime, pois a finalidade do art. 1° da Lei de Introdução ao CP ao exigir tal previsão era
apenas a de diferenciar os crimes das contravenções penais. Ainda, quando a LICP entrou
em vigor não existiam penas alternativas.
⦁ O art. 30 da Lei de Drogas fala em prescrição, revelando, portanto, se tratar de crime.
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CONCLUSÃO
Despenalização – a conduta continua sendo crime e a resposta estatal continua sendo uma pena, entretanto
há o abrandamento da sanção, não havendo privação de liberdade.
Descriminalização – a conduta deixa de ser crime, opera-se o fenômeno da “abolitio criminis” (revogação
formal do tipo + descontinuidade típico-normativa).
O que ocorreu no delito de porte de drogas para uso foi justamente o fenômeno da despenalização, tendo
em vista que o legislador manteve a natureza de infração penal, porém com sensação mais branda em relação
àquela aplicada pela lei anterior, consubstanciada na advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de
serviços à comunidade e medida de comparecimento à programa ou curso educativo.
O Recurso Extraordinário nº 635659, com repercussão geral reconhecida (Tema 506) está pendente de
julgamento e pode descriminalizar o porte de drogas para consumo pessoal.
d) Flagrante delito:
Art. 48, § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao
juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer,
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames
e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo
serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar,
vedada a detenção do agente.
Não será imposta ao acusado prisão em flagrante, frente ao disposto no parágrafo segundo do art.
48 da presente lei.
Ressalta-se que a vedação à prisão em flagrante significa apenas que não poderá ser lavrado auto
de prisão em flagrante, o qual funciona como um título prisional. E não cabe a lavratura justamente porque
ao crime do art. 28 não é cominada nenhuma forma de privação da liberdade. No entanto, é possível que o
indivíduo seja capturado e conduzido à delegacia para que seja feito um registro de ocorrência.
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GABARITO: LETRA B
Por sua vez, o §3º prevê que o flagrante de uso de drogas será lavrado pela autoridade policial
somente na ausência de juiz.
Nesse sentido, corroborando com a regra prevista no §3º, o Plenário do STF, no bojo da ADI nº 3.907,
decidiu que a autoridade policial pode lavrar termo circunstanciado de ocorrência e requisitar exames e
perícias em caso de flagrante de uso ou posse de entorpecentes para consumo próprio, desde que ausente
a autoridade judicial.1
Por maioria de votos, o colegiado julgou improcedente a ação ajuizada pela Associação dos
Delegados de Polícia do Brasil contra dispositivos da lei de drogas (11.343/06). A associação argumentava,
entre outros pontos, que a lei conferia aos juízes poderes inquisitivos, com violação dos princípios do
contraditório e da ampla defesa, em confronto com as competências das Polícias Federal e Civil.
Ressalta-se que a maioria dos ministros acompanhou o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, que
explicou que, de acordo com o parágrafo 3º do artigo 48 da lei de drogas, a autoridade policial, em relação a
quem adquirir, guardar ou transportar droga para consumo pessoa, pode lavrar o flagrante e tomar as
providências previstas na lei “se ausente a autoridade judicial”.
Segundo a relatora, presume-se que, presente a autoridade judicial, cabe a ela a adoção dos
procedimentos, até mesmo quanto à lavratura do termo circunstanciado. Em qualquer dos casos, é vedada
a detenção do autor. Essa interpretação, a seu ver, é a que mais se amolda à finalidade dos dispositivos, que
é a despenalização do usuário de drogas.
De acordo com o procedimento previsto na norma, o autor do crime deve, de preferência, ser
encaminhado diretamente ao juízo competente, se disponível, para que ali seja lavrado o termo
circunstanciado de ocorrência e requisitados os exames e perícias necessários. Esse procedimento, segundo
a ministra, afasta a possibilidade de que o usuário de drogas seja preso em flagrante ou detido indevidamente
pela autoridade policial: “As normas foram editadas em benefício do usuário de drogas, visando afastá-lo do
ambiente policial quando possível e evitar que seja indevidamente detido pela autoridade policial”.
A ministra ressaltou ainda que, ao contrário do que alegado pela Adepol, o dispositivo não atribuiu
ao órgão judicial competências de polícia judiciária, pois a lavratura de TCO não configura ato de investigação,
1
Explicação retirada do site: https://www.migalhas.com.br/quentes/330502/stf-flagrante-de-uso-de-drogas-pode-ser-
lavrado-por-autoridade-policial-somente-na-ausencia-de-juiz. Acesso em 10.08.2020.
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mas peça informativa, com descrição detalhada do fato e as declarações do condutor do flagrante e do autor
do fato.
Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes acompanharam a relatora, com a ressalva de
que, do ponto de vista constitucional, a lavratura do termo circunstanciado pela autoridade judicial não é
medida preferencial em relação à atuação da autoridade policial, mas, na prática, medida excepcional.
Veja o julgado disponibilizado pelo Dizer o Direito:
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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - Advertência sobre os efeitos das drogas;
II - Prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.
As penas, nas quais não se incluem nenhum mecanismo de privação de liberdade, poderão ser
aplicadas isoladas ou cumulativamente de acordo com o caso concreto, à luz do princípio da individualização
da pena.
● Advertência sobre os efeitos das drogas
● Prestação de serviços à comunidade
● Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
Obs.1: Tendo em vista a impossibilidade de aplicação de pena privativa de liberdade, não é cabível ordem de
habeas corpus em favor do usuário que praticou o tipo penal do art.28.
SÚMULA 693, STF - “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena
de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal a que a pena
pecuniária seja a única cominada”.
Obs.2: A prestação de serviços à comunidade e a medida educativa têm o prazo máximo de 5 meses (art. 28,
§3º). No caso de reincidência específica, o prazo máximo será de 10 meses (art. 28, §4º)
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
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Caso o apenado deixe de cumprir as medidas impostas, poderá o juiz submetê-lo ainda à
admoestação verbal e multa, nessa ordem, como orienta o parágrafo sexto. Ou seja:
Quanto ao prazo prescricional, esse em regra será de 2 anos, sendo observada as regras gerais de
interrupção e suspensão da prescrição, bem como a sua contagem pela metade do prazo na hipótese de o
agente ser menor de 21 anos na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença.
IMPORTANTE!
Em 2018 houve uma mudança jurisprudencial no sentido de entender que a condenação do agente por
crime do artigo 28 NÃO É APTA A GERAR REINCIDÊNCIA.
A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio)
NÃO configura reincidência
O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006,
possui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi
somente despenalizado pela Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs:
despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar a pena como
tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade.
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f) Rito processual
O art. 28 da Lei de Drogas é infração de menor potencial ofensivo. Seu processo e julgamento seguem
o rito sumaríssimo (arts. 60 e seguintes da Lei 9.099/95).
Por ser uma infração de menor potencial ofensivo, admite a concessão de institutos como suspensão
condicional do processo e transação penal.
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Nesse sentido, considerando que a prática de contravenção penal é causa de revogação facultativa
da suspensão condicional do processo, o mesmo tratamento deve ser conferido para o caso de
cometimento do crime do art. 28 da Lei de Drogas. Em outras palavras: Se, durante o período de prova, o
agente pratica o crime do art. 28 da Lei de Drogas, a suspensão condicional do processo será facultativa –
e não obrigatória.
Isso porque mostra-se desproporcional que o mero processamento do réu pela prática do crime
previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006 torne obrigatória a revogação da suspensão condicional do processo
(art. 89, § 3º, da Lei nº 9.099/95), enquanto que o processamento por contravenção penal (que tem efeitos
primários mais deletérios) ocasione a revogação facultativa (art. 89, § 4º, da Lei nº 9.099/95).
Dessa forma, o STJ entendeu ser mais razoável que o fato de o réu estar sendo processado pela
prática do crime previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006 seja analisado como causa facultativa de
revogação do benefício da suspensão condicional do processo.
O militar flagrado com substância entorpecente em local sujeito à administração militar, comete o crime
militar previsto no art. 290 do COM, em razão da aplicação do princípio da especialidade.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
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a) Considerações Iniciais:
● Objeto jurídico: A saúde pública e o equilíbrio sanitário da coletividade, colocado em risco pela
disseminação de substâncias que provocam dependência e expõem a risco a saúde física e mental
dos usuários.
● Sujeito ativo: “Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. A coautoria e a participação
são possíveis em todas as condutas descritas no tipo penal” (GONÇALVES; BALTAZAR JUNIOR,
2018, p. 97).
● Trata-se de crime de perigo abstrato, para sua configuração basta a prática de conduta pelo
agente, não necessitando que nenhum bem jurídico seja colocado em perigo, sendo faceta do que
a doutrina convencionou chamar de “antecipação da tutela penal”.
● Tipo penal misto alternativo, uma vez que o núcleo é composto por vários verbos e a realização
de mais de um deles não enseja concurso de crimes.
● Norma penal em branco heterogênea, tendo como complemento a portaria 344/1998 da ANVISA.
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Considerando que a maioria dos verbos do tipo são autoexplicativos, iremos conceituar aqui
apenas os que exigem um maior esforço de raciocínio. No entanto, lembramos que é imprescindível a
leitura detalhada de todos os verbos constantes do caput do art. 33, ok?
⦁ IMPORTAR - consiste em fazer entrar o entorpecente no País, por via aérea, marítima ou por terra.
O crime pode ser praticado até pelo correio. O delito consuma-se no momento em que a droga
entra no território nacional. Pelo princípio da especialidade, aplica-se a Lei de Drogas, e não o art.
334 do Código Penal (contrabando ou descaminho), delito que, dessa forma, só pune a importação
de outros produtos proibidos.
⦁ EXPORTAR - é enviar o entorpecente para outro país por qualquer dos meios mencionados.
Remeter é deslocar a droga de um local para outro do território nacional.
⦁ PREPARAR - consiste em combinar substâncias não entorpecentes, formando uma tóxica pronta
para o uso. Produzir é criar. É a preparação com capacidade criativa, ou seja, que não consista
apenas em misturar outras substâncias.
⦁ FABRICAÇÃO - é a produção por meio industrial. Adquirir é comprar, obter a propriedade, a título
oneroso ou gratuito. Só configura o crime de tráfico se a pessoa adquire com intenção de,
posteriormente, entregar a consumo de outrem. Quem compra droga para uso próprio incide na
conduta prevista no art. 28 — porte de droga para consumo próprio, que possui pena muito mais
branda.
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em “importação” ou “exportação”. Por sua vez, o motorista de um caminhão que leva a droga de
Campo Grande para São Paulo está “transportando” a mercadoria entorpecente.Trazer consigo é
conduzir pessoalmente a droga. É, provavelmente, a conduta mais comum, porque se configura
quando o agente, por exemplo, traz o entorpecente em seu bolso ou bolsa.
✔ Guardar
✔ Transportar
✔ Ter em depósito
✔ Trazer consigo
✔ Expor à venda
Os crimes permanentes protraem o seu momento consumativo no tempo e no espaço, razão pela qual
possibilitam tanto a aplicação da Súmula 711 do STF (aplicação da lei mais grave desde que não cessada a
permanência), bem como a prisão em flagrante a qualquer tempo enquanto não cessada a permanência.
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● Na modalidade “adquirir”, a jurisprudência entende que, por se tratar de crime de perigo abstrato, o
crime se consuma independentemente da tradição da coisa. Assim, o mero fato de a droga ter sido
negociada por telefone enseja a aplicação da reprimenda penal. Nesse sentido:
Posição do MPF
A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal possui o entendimento de que:
• a importação de pequena quantidade de sementes de maconha não configura o crime do art. 33, § 1º nem
o delito do art. 28, § 1º, ambos da Lei nº 11.343/2006;
• esta conduta, em tese, amolda-se ao crime de contrabando (art. 334-A do CP);
• a importação de pequena quantidade de sementes de maconha para o plantio destinado ao consumo
próprio induz à mínima ofensividade da conduta, à ausência de periculosidade da ação e o ínfimo grau de
reprovabilidade do comportamento, razões que comportam a aplicação do princípio da insignificância à
hipótese.
• assim, a conduta é tipificada como contrabando, mas deve-se aplicar o princípio da insignificância, razão
pela qual é correta a decisão do Procurador da República que não denuncia o indiciado nestes casos.
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recurso do Ministério Público Federal para afastar o princípio da insignificância, julgamento em 12/11/2019
- REsp 1.838.937
No entanto, é importante ter em mente que se trata de tema bastante controvertido. Enquanto o
STF entende que a importação de pequena quantidade de maconha é conduta atípica, o STJ tem divergência
entre as turmas.
A 5ª Turma tem decidido reiteradamente que a conduta de importar pequena quantidade de
sementes de cannabis para destiná-las à produção de droga para consumo pessoal se subsume ao tipo do
tráfico, que não excepciona a respeito das circunstâncias em que se dá a importação:
“1. O fruto da planta cannabis sativa lineu, conquanto não apresente a substância
tetrahidrocannabinol (THC), destina-se à produção da planta, e esta à substância
entorpecente, sendo, pois, matéria prima para a produção de droga, cuja
importação clandestina amolda-se ao tipo penal insculpido no artigo 33, § 1º, da
Lei n. 11.343/2006. 2. Todavia, tratando-se de pequena quantidade de sementes
e inexistindo expressa previsão normativa que criminaliza, entre as condutas do
artigo 28 da Lei de Drogas, a importação de pequena quantidade de matéria
prima ou insumo destinado à preparação de droga para consumo pessoal, forçoso
reconhecer a atipicidade do fato” – grifamos (AgRg no REsp 1.658.928/SP, DJe
12/12/2017). O mesmo se deu no REsp 1.675.709/SP, DJe 13/10/2017.
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A imputação consistia em importar, por remessa postal internacional, vinte e seis sementes
de Cannabis sativa. A primeira instância havia rejeitado a denúncia por atipicidade:
“Entendo que os fatos descritos na denúncia são atípicos, pois, diferentemente do que
argumenta o douto Procurador da República, a semente da planta ‘cannabis sativa lineu’ não é matéria-
prima para a droga; matéria-prima para a droga é a própria planta, não a sua semente, pois seria necessário
o cultivo desta última para se obter a droga, com o imprescindível princípio ativo que a caracteriza. Como
dito, a semente de maconha não possui as condições e qualidades químicas necessárias para, mediante
transformação, adição etc., produzir o entorpecente proibido; não se obtém a maconha da semente, mas
tão somente da planta que pode resultar da semente.”
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região deu provimento a recurso em sentido estrito para receber
a denúncia, o que levou a acusada a interpor recurso especial, improvido pelo STJ:
“A decisão recorrida não destoa do entendimento firmado nesta Corte quanto ao fato de que a
importação de sementes de maconha é conduta que se amolda ao tipo penal descrito no art. 33, § 1º, inciso
I, da Lei n. 11.343/2006. Agravo regimental desprovido.”
Impetrado habeas corpus no STF, decidiu o ministro Celso de Mello que a ordem deveria ser
concedida em razão da ausência de justa causa para a ação penal, baseada em fato atípico, pois a semente
de Cannabis de fato não pode ser considerada droga nem tampouco matéria-prima para a produção de
droga:
“Cabe ressaltar, desde logo, que o princípio da reserva absoluta de lei em sentido formal (CF, art.
5º, XXXIX), seja em tema de definição do tipo penal, seja em matéria de cominação da pena, qualifica-se
como uma das mais expressivas garantias constitucionais instituídas em favor de qualquer pessoa que
venha a sofrer persecução penal instaurada pelo Estado, representando, desse modo, sob tal perspectiva,
uma inestimável conquista histórica do pensamento liberal, fundado nos grandes postulados do
Iluminismo.
Esse princípio, que é inafastável, impõe que a lei penal seja interpretada sem qualquer ampliação
analógica, salvo para beneficiar o réu (RT 467/313 – RT 605/314 – RT 725/526 – RT 726/518 – RT 726/523
– RT 731/666, v.g.), tal como determina a Constituição da República (CF art. 5º, inciso XL) e tem proclamado
a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, hostil à aplicação retroativa de leis penais gravosas (RTJ
140/514 – RTJ 151/525 – RTJ 186/252, v.g.)
Na precisa lição da doutrina (JULIO FABBRINI MIRABETE, “Código Penal Interpretado”, vol. 1/98,
l999, Atlas), é vedada a aplicação da analogia “in malam partem” em Direito Penal, não se revelando
adequado proceder-se a interpretações integrativas, ampliativas ou compreensivas de que resultem
aplicações gravosas em detrimento do réu, pois as normas de direito penal material devem sofrer exegese
estrita, sob pena de imprestabilizar-se a função de garantia do tipo penal.
(…)
Considerado esse entendimento e tendo presente a objetividade jurídica da infração definida no
art. 33, § 1º, I, da Lei nº 11.343/2006, entendo indispensável, para efeito de subsunção de determinada
conduta à estrutura típica do mencionado dispositivo legal, a verificação da concreta idoneidade da
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matéria-prima, insumo ou produto químico à preparação de drogas, sendo certo que, sem que constatada
tal circunstância, não se configura a prática do delito em referência.
(…)
Magistério idêntico é também professado por GILBERTO THUMS e por VILMAR PACHECO (“Nova
Lei de Drogas: crimes, investigação e processo”, p. 42, item n. 1.11, 2007, Verbo Jurídico) que advertem, a
propósito dessa questão específica (não configuração típica da conduta do agente, quando a semente
apresentar-se desprovida do princípio ativo), que “(…) a apreensão de sementes de maconha em poder do
agente, por exemplo, sem presença do THC, representa uma conduta atípica” (grifei).
Disso resulta que a mera importação e/ou a simples posse da semente de “cannabis sativa L.”
não se qualificam como fatores revestidos de tipicidade penal, essencialmente porque, não contendo as
sementes o princípio ativo do tetrahidrocanabinol (THC), não se revelam aptas a produzir dependência
física e/ou psíquica, o que as torna inócuas, não constituindo, por isso mesmo, elementos caracterizadores
de matéria-prima para a produção de drogas.”
O ministro citou ainda orientação doutrinária segundo a qual a Portaria 344/98 da ANVISA insere
entre as plantas e as substâncias proscritas a Cannabis sativa e o tetrahidrocanabinol, mas não a semente
que dá origem àquela planta. Para o ministro, se o exame pericial efetuado sobre as sementes aponta a
inexistência do princípio ativo da maconha, a conduta deve ser encarada como crime impossível por absoluta
impropriedade do objeto – fonte: meu site jurídico
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● Objeto material:
✔ Matéria prima
✔ Insumo
✔ Produtos químicos
● Condutas:
✔ Semear
✔ Cultivar
✔ Colher
● Objeto material: plantas para serem usadas como MATÉRIA PRIMA para a produção de drogas
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● Condutas:
✔ Utilizar
✔ Consentir que alguém utilize (o mero consentimento configura crime!)
● Objeto material: bem ou local que tem a posse/propriedade/guarda
● Crime próprio – só quem tem a posse/propriedade/guarda pode praticar o crime
Foi incluído o dispositivo previsto no inciso IV, §1º do Artigo 33, Lei 11.343/06. Lembre-se de que
dispositivo bastante semelhante foi incluído também no Estatuto do Desarmamento, especificamente no
artigo 17 e 18 do referido texto.
Trata-se de regulamentação das hipóteses que poderiam ser tratadas como crime impossível por se
configurarem como flagrante provocado. Ocorre que o próprio legislador nos diz que, nessas hipóteses, seria
possível a prática da infração penal quando houver elementos razoáveis de infração penal preexistente.
Vamos analisar um caso concreto à luz da mudança introduzida?
Ex.: Policial disfarçado aborda potencial traficante de drogas e tenta adquirir determinada
quantidade de droga. O vendedor entrega as drogas ao policial, momento que lhe é dado voz de prisão.
Em regra, aplica-se Súmula 145 do STF, a qual prevê que não há crime quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Isso porque, no que diz respeito à modalidade
vender, o crime é impossível, diante da provocação do agente estatal, contudo, caso exista indícios razoáveis
da prática de infração preexistente (ex.: ter a droga em depósito), seria possível a configuração do delito.
Nesse caso, seria possível a prisão caso o traficante, mesmo antes da venda, caso houvesse indícios
suficientes de que tivesse a droga em depósito.
Conclusão: A Lei 13.964/2019 apenas positivou aquilo que já era defendido pela doutrina: a incitação
do agente ativo do crime pela autoridade policial e por seus agentes nem sempre se tratará de delito putativo
por obra do agente provocador, sendo sim possível a configuração de crime, afastando-se a súmula 145 do
STF:
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Seria, nesse caso, aplicável a Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, que diz ser
nulo o flagrante, e, portanto, atípico o fato, quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a consumação do delito? Não há dúvida de que, em relação
à compra, a consumação era impossível, já que os policiais não queriam realmente
efetuá-la. Acontece que o flagrante não será nulo porque o traficante, na hipótese,
deverá ser autuado pela conduta anterior — ter a guarda —, que constitui crime
permanente e, conforme já estudado, admite o flagrante em qualquer momento,
sendo, assim, típica a conduta. A encenação feita pelos policiais constitui, portanto,
meio de prova a respeito da intenção de traficância do agente.” (GONÇALVES;
BALTAZAR JUNIOR, 2018, p. 104).
Cuidado com o enunciado 4 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ, que afasta a
criminalização do art. 33, §1º, inc. IV quando há evidente provocação por parte do policial disfarçado (sem
que haja elementos razoáveis de infração penal preexistente).
● Sujeito ativo - é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
● Consumação: Prevalece que o crime se aperfeiçoa quando a pessoa incentivada faz efetivo uso da
droga.
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Obs.2: O STF na ADI 4274/DF decidiu que a “Marcha da Maconha” não caracteriza o crime do art. 33, §2º da
Lei de Drogas, por duas razões:
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● Considerações iniciais:
✔ Não é equiparado a crime hediondo;
✔ Infração de menor potencial ofensivo;
✔ Competência do Juizado Especial Criminal.
● Requisitos (cumulativos)
1) Oferta eventual da droga;
2) Oferta gratuita (inexistência de objetivo de lucro)
→ Esse é denominado um elemento subjetivo negativo do tipo - é situação especial
que não pode estar presente.
3) O destinatário seja do relacionamento de quem oferece a droga;
4) A droga é para consumo conjunto.
● Consumação: Esse crime se consuma com o oferecimento da droga, dispensando-se o efetivo uso
(uso conjunto é um especial fim de agir).
Em atenção à jurisprudência dos tribunais superiores, é importante frisar que o tráfico privilegiado
não é crime equiparado a hediondo, nesse sentido:
Inclusive a Lei 13.964/2019 inseriu dispositivo expresso na Lei de Execução Penal (art. 112, §5º)
positivando o entendimento da doutrina e jurisprudência:
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Este entendimento foi cobrado na última prova de Delegado de Polícia do Estado do Paraná (2021):
2021 – NC UFPR – PC-PR – Delegado de Polícia
Sobre os tipos penais previstos na Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006), e considerando a interpretação
que lhes é dada pelo STJ, assinale a alternativa correta.
O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada não é crime equiparado a hediondo. (Item
correto)
De suma importância é lembrar que os requisitos para a concessão da figura privilegiada devem estar
cumulativamente presentes.
Para a configuração do crime de oferecimento de droga para consumo conjunto, tipificado no art.
33, § 3º, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a prática da conduta mediante o dolo “específico” (para juntos
consumirem).
Vamos ver o que a jurisprudência já decidiu sobre o tema (é importantíssimo conhecer todas as
decisões!):
◘ O fato de o acusado por tráfico de drogas ter sido pego com arma de fogo e, inclusive, ter
disparado contra os policiais na ocorrência, não impede a aplicação da causa de diminuição de
pena do tráfico privilegiado, na hipótese de essa circunstância ter sido considerada no crime de
resistência
(HC 493.172, 6ª turma – julgado 25.06.2020). Cuidado! Trata-se de decisão monocrática!
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"O porte de arma de fogo, disparada contra os agentes da segurança pública, não
tem o condão de afastar o privilégio tendo em vista que o agravado, no mesmo
processo, foi condenado pelo crime de resistência. O porte de arma, per si, não
comprovou a dedicação a atividades criminosas, e o mesmo fato não pode ser
valorado duas vezes, sob pena de constatação de odioso bis in idem", afirmou.
Sem o uso da arma para comprovar a dedicação às atividades criminosas, a recusa
ao redutor do tráfico privilegiado restou baseada na quantidade de drogas, o que
não se justifica, segundo a jurisprudência pacífica do STJ. "Entendo, também, que
não é expressiva a quantidade das drogas apreendidas em poder do agravado",
acrescentou o relator, ao citar 122,8g de maconha, 9,5 g de crack e 33,8 g de
cocaína.
Assim, a pena para o crime de tráfico de drogas, que havia sido majorada para
cinco anos de reclusão em regime fechado, volta ao determinado pelo juízo de
primeiro grau, após aplicação do redutor: um ano e oito meses de reclusão. Não se
alterou a pena pelo crime de resistência: dois meses de detenção.’2
◘ Para fins do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, milita em favor do réu a presunção de que ele é
primário, possui bons antecedentes e não se dedica a atividades criminosas nem integra
organização criminosa; o ônus de provar o contrário é do Ministério Público.
2
Explicação retirada da Revista Consultor Jurídico, de 26 de junho de 2020. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2020-jun-26/crime-resistencia-nao-impede-redutor-trafico-privilegiado-stj. Acesso em
10.08.2020
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◘ É possível que o juiz negue o benefício do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas com base no fato de o
acusado ser investigado em inquérito policial ou ser réu em outra ação penal que ainda não
transitou em julgado?
● STJ: SIM!
STJ: SIM. É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso
para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de
modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016
(Info 596). STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 539.666/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 05/03/2020. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 548.913/MG, Rel. Min. Leopoldo de
Arruda Raposo, jugado em 10/03/2020.
● STF: NÃO!
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FIM DA DIVERGÊNCIA!
● A prática anterior de atos infracionais pode ser utilizada para afastar a causa de diminuição do art.
33, § 4º, da Lei de Drogas?
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Para o STJ: SIM. O histórico de ato infracional pode ser considerado para afastar a
minorante do art. 33, § 4.º, da Lei n. 11.343/2006, por meio de fundamentação
idônea que aponte a existência de circunstâncias excepcionais, nas quais se
verifique a gravidade de atos pretéritos, devidamente documentados nos autos,
bem como a razoável proximidade temporal com o crime em apuração.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.916.596, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. p/ acórdão Min.
Laurita Vaz, julgado em 08/09/2021 (Info 712)
A Lei de Drogas prevê, em seu art. 33, § 4º, a figura do “traficante privilegiado”,
também chamada de “traficância menor” ou “traficância eventual”: § 4º Nos
delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas
de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos,
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização criminosa. A habitualidade no crime
e o pertencimento a organizações criminosas deverão ser comprovados pela
acusação, não sendo possível que o benefício seja afastado por simples presunção.
Assim, se não houver prova nesse sentido, o condenado fará jus à redução da pena.
A quantidade e a natureza são circunstâncias que, apesar de configurarem
elementos determinantes na definição do quanto haverá de diminuição, não são
elementos que, por si sós, possam indicar o envolvimento com o crime organizado
ou a dedicação a atividades criminosas. Vale ressaltar, por fim, que é possível a
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◘ Não é possível a fixação de regime de cumprimento de pena fechado ou semiaberto para crime de
tráfico privilegiado de drogas sem a devida justificação
ATENÇÃO: Em HC coletivo (HC 596.603), de 08.09.2020, a 6ª Turma do STJ corroborou esta decisão
e garantiu regime aberto para o pequeno traficante.
“Aos condenados que cumprem pena e aos que vierem a ser sancionados pela
prática do crime de tráfico na modalidade privilegiada, não deve ser imposto o
regime inicial fechado para cumprimento de pena, devendo haver pronta
correção aos já assim sentenciados. Esse é o entendimento da 6ª Turma do
Superior Tribunal de Justiça, que concedeu Habeas Corpus coletivo para proibir
que juízes e desembargadores da Justiça de São Paulo apliquem regime fechado
a presos enquadrados no parágrafo 4º do artigo 33 da Lei 11.343/2006 (Lei de
Drogas). Aos que já cumprem pena nessa situação, o Judiciário paulista deve fazer
a devida correção. Para esses casos, a ordem é fixar o regime aberto e determinar
aos juízos da vara de execução competentes que avaliem a substituição da sanção
privativa de liberdade por restritiva de direitos, desde que isso não se torne
excesso de execução. Em relação aos condenados por tráfico privilegiado a penas
menores do que quatro anos, a 6ª Turma determina que os juízos da execução
penal reavaliem com máxima urgência a situação de cada um de modo a verificar
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Em sentido similar:
Deve ser concedida a liberdade provisória a réu primário preso
preventivamente sob a imputação de tráfico de drogas por ter sido encontrado
com 887,89 gramas de maconha e R$ 1.730,00. O STF considerou genéricas as
razões da segregação cautelar do réu. Além disso, reconheceu como de pouca
nocividade a substância entorpecente apreendida (maconha). Reputou que a
prisão de jovens pelo tráfico de pequena quantidade de maconha é mais gravosa
do que a eventual permanência em liberdade, pois serão fatalmente cooptados
ou contaminados por uma criminalidade mais grave ao ingressarem no ambiente
carcerário. STF. 1ª Turma. HC 140379/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018 (Info 921).
◘ A grande quantidade de droga, isoladamente, não constitui fundamento idôneo para afastar a causa
de diminuição de pena do art. 33, § 4º da LD
Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar o
benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas
encontrada com ele foi muito elevada? O tema é polêmico. 1ª Turma do STF:
encontramos precedentes afirmando que a grande quantidade de droga pode ser
utilizada como circunstância para afastar o benefício. Nesse sentido: não é crível
que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja integrado, de
alguma forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento
da causa de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas (HC 130981/MS,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016. Info 844). 2ª Turma do STF: a
quantidade de drogas encontrada não constitui, isoladamente, fundamento idôneo
para negar o benefício da redução da pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº
11.343/2006 (HC 138138/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
29/11/2016. Info 849). STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866). STF. 2ª Turma. RHC 148579 AgR,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09/03/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg-AREsp
1.292.877, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 16/08/2018. STJ. 6ª
Turma. AgRg-REsp 1.763.113, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
27/11/2018.
3
Fonte: Conjur. Acesso em 30.09.2020
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◘ O fato de o réu ter ocupação lícita, por si só, não concederá o beneficio caso este se dedique à
atividade criminosa ou não seja primário e de bons antecedentes.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar
a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação,
preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos)
a 2.000 (dois mil) dias-multa.
● Objeto material:
✔ Maquinários
✔ Instrumentos
✔ Qualquer outro objeto destinado à fabricação da droga
Nessa hipótese, há uma espécie de antecipação da tutela penal, haja vista que o legislador criminaliza atos
preparatórios que possibilitem a prática do tráfico.
● A doutrina entende que há necessidade de exame pericial para atestar que o aparelho é
apto/capaz de produzir a droga.
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● De olho na Jurisprudência:
Para que se configure a lesão ao bem jurídico tutelado pelo art. 34 da Lei
nº 11.343/2006, a ação de possuir maquinário e/ou objetos deve ter o
especial fim de fabricar, preparar, produzir ou transformar drogas,
visando ao tráfico.
Assim, ainda que o crime previsto no art. 34 da Lei nº 11.343/2006 possa
subsistir de forma autônoma, não é possível que o agente responda pela
prática do referido delito quando a posse dos instrumentos se configura
como ato preparatório destinado ao consumo pessoal de entorpecente.
As condutas previstas no art. 28 da Lei de Drogas recebem tratamento
legislativo mais brando, razão pela qual não há respaldo legal para punir
com maior rigor as ações que antecedem o próprio consumo pessoal do
entorpecente.
STJ. 6ª Turma. RHC 135617-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
14/09/2021 (Info 709).
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente
ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
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● Considerações iniciais:
✔ O crime de associação para o tráfico não é considerado tráfico de drogas
✔ Não é crime equiparado a hediondo
✔ Delito autônomo
● Especial fim de agir: A associação deve ser destinada a praticar crimes de tráfico de drogas, ou seja,
os crimes definidos nos:
✔ Art. 33, caput
✔ Art. 33, § 1º (figuras equiparadas)
✔ Art. 34 (tráfico de maquinário)
Não é necessário que os crimes sejam efetivamente praticados, uma vez que se trata de delito
autônomo e formal.
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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts.
33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e
quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
● Condutas:
✔ Financiar
✔ Custear
● Autofinanciamento: O sujeito passivo não pode participar do tráfico de drogas. Se o fizer, responderá
pelo crime do art. 33 com a pena majorada pelo art. 40, VII da mesma Lei.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto
a dois terços, se:
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
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● Sujeito ativo: crime comum – pode ser praticado por qualquer pessoa
→ Se esse colaborador for funcionário público, irá responder pelo art. 37 com causa de aumento do art.
40, II da Lei de Drogas
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto
a dois terços, se:
II - O agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho
de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
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Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal
ou regulamenta
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta)
a 200 (duzentos) dias-multa
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria
profissional a que pertença o agente.
● Condutas:
✔ Prescrever
✔ Ministrar
● Crime culposo:
→ Esse é o único crime culposo na lei de drogas.
→ A prescrição ou ministrar com dolo é conduta que se enquadra no art. 33, caput da LD.
→ Por ser um crime culposo, é inadmissível a tentativa
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→ Trata-se de CRIME DE PERIGO CONCRETO, de modo que não basta a condução anormal, é
necessário que a condução anormal se dê gerando perigo de dano à incolumidade de
outrem.
● Sujeito passivo:
→ Primário: CRIME VAGO - é a coletividade
→ Secundário: é qualquer pessoa colocada em risco pela conduta do agente.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto
a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho
de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de
trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de
qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha,
por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
I – TRANSNACIONALIDADE DO DELITO
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● Não é necessária a efetiva transposição da fronteira nacional. Basta o intuito de transferir a droga para
outro país com a concretização de todos os atos executórios necessários para tanto.
● Dupla imputação: para ser tráfico internacional, a droga apreendida tem que ser ilícita nos 2 países
envolvido.
LOGO APÓS ESSE JULGADO, A 3º SEÇÃO DO STJ CANCELOU o enunciado da súmula 528, que tratava da
competência do juízo federal para julgar crime cometido por pessoa que importou a droga por via postal.
De acordo com o novo entendimento, com o conhecimento do endereço designado para a entrega (por via
postal, a competência para processamento e julgamento deve ser fixada no juízo do local de destino, e não
onde foi apreendida a droga enviada.
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✔ Estabelecimentos prisionais
✔ Estabelecimentos de ensino
✔ Estabelecimentos hospitalares
✔ Estabelecimentos de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou
beneficentes
✔ De locais de trabalho coletivo
✔ De recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza,
✔ De serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social,
✔ De unidades militares ou policiais
✔ Em transportes públicos;
Atente-se à jurisprudência:
◘ Não incide a causa de aumento de pena prevista no inciso III do art. 40 da Lei nº 11.343/2006 em caso
de tráfico de drogas cometido nas dependências ou nas imediações de igreja
O tráfico de drogas cometido em local próximo a igrejas não foi contemplado pelo
legislador no rol das majorantes previstas no inciso III do art. 40 da Lei nº
11.343/2006, não podendo, portanto, ser utilizado com esse fim tendo em vista
que no Direito Penal incriminador não se admite a analogia in malam partem. Art.
40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se: III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações
de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de
trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de
qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; STJ.
6ª Turma. HC 528851-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/05/2020
(Info 671).
◘ Não incide a causa de aumento de pena do art. 40, III, da LD se o crime foi praticado em dia e horário
no qual a escola estava fechada e não havia pessoas lá.
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Não incide a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº
11.343/2006, se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não
facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em área de maior
aglomeração de pessoas.
Ex: se o tráfico de drogas é praticado no domingo de madrugada, dia e horário em
que o estabelecimento de ensino não estava funcionando, não deve incidir a
majorante.
STJ. 6ª Turma. REsp 1719792-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 13/03/2018 (Info 622).
◘ Não é necessário que a droga passe por dentro do presídio para que incida a majorante prevista no
art. 40, III, da Lei 11.343/2006
João, de dentro da unidade prisional onde cumpre pena, liderava uma organização
criminosa. Com o uso de telefone celular, ele organizava a dinâmica do grupo e
comandava o tráfico de drogas, dando ordens para seus comparsas que, de fora do
presídio, executavam a comercialização do entorpecente.João foi condenado por
tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006). Neste caso, ele deverá ter a sua
pena aumentada com base no art. 40, III? SIM. Se o agente comanda o tráfico de
drogas de dentro do presídio, deverá incidir a causa de aumento de pena do art.
40, III, da Lei nº 11.343/2006, mesmo que os efeitos destes atos tenham se
manifestado a quilômetros de distância. Não é necessário que a droga passe por
dentro do presídio para que incida a majorante prevista no art. 40, III, da Lei nº
11.343/2006. Esse dispositivo não faz aexigência de que as drogasefetivamente
passem pordentro dos locais que se busca dar maior proteção, mas apenas queo
cometimento dos crimes tenha ocorrido em seu interior. STJ. 5ª Turma. HC 440888-
MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/10/2019 (Info 659).
◘ Ocorrendo o tráfico de drogas nas imediações de presídio, incidirá a causa de aumento do art. 40, III,
da LD, não importando quem seja o comprador
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◘ No delito de tráfico de drogas praticado nas proximidades das escolas, pode-se, excepcionalmente,
afastar a incidência da majorante do art. 40, inciso II, se as aulas estavam suspensas em razão da
COVID-19.
Sobre a causa especial de aumento de pena em questão, é certo que este Superior
Tribunal possui o entendimento de que, "Para a incidência da majorante prevista
no art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006 é desnecessária a efetiva comprovação
de mercancia nos referidos locais, sendo suficiente que a prática ilícita tenha
ocorrido em locais próximos, ou seja, nas imediações de tais estabelecimentos,
diante da exposição de pessoas ao risco inerente à atividade criminosa da
narcotraficância. [...]" (HC 407.487/SP, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura,
6ª T., DJe 15/12/2017).
Contudo, no caso, verifica-se a presença de uma particularidade que, à luz da mens
legis da referida majorante, justifica sua não incidência em desfavor do acusado. A
razão de ser dessa causa especial de aumento de pena é a de punir, com maior
rigor, aquele que, nas imediações ou nas dependências dos locais especificados no
inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006, dada a maior aglomeração de pessoas,
tem como mais ágil e facilitada a prática do tráfico de drogas (aqui incluídos
quaisquer dos núcleos previstos no art. 33 da citada lei), justamente porque, em
localidades como tais, é mais fácil ao traficante passar despercebido à fiscalização
policial, além de ser maior o grau de vulnerabilidade das pessoas reunidas em
determinados lugares.
Contudo, no caso, o tráfico foi cometido 28/04/2020, momento em que as escolas
de ensino do DF estavam fechadas por conta das medidas restritivas de combate à
COVID-19, situação que perdurou entre março de 2020 e agosto de 2021, quando
as aulas presenciais foram retomadas.
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Ratio da majorante: Maior reprovabilidade da conduta, colocando em risco não só a saúde pública, como
também a incolumidade de outras pessoas.
● Competência
✔ Para julgamento - Justiça Estadual;
✔ Para investigação - atribuição da Polícia Federal;
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● Doutrina Majoritária, STJ e 2ª turma do STF: Defendem o mesmo raciocínio do tráfico transnacional,
sendo dispensável a efetiva transposição, desde que haja a clara intenção de remessa da droga para
outra unidade da federação.
Súmula 587, STJ - Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei
11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da
federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o
tráfico interestadual.
VI - SUA PRÁTICA ENVOLVER OU VISAR A ATINGIR CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU A QUEM TENHA, POR
QUALQUER MOTIVO, DIMINUÍDA OU SUPRIMIDA A CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO E DETERMINAÇÃO
Inf. 576, STJ: A participação do menor pode ser considerada para configurar o crime
de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como
causa de aumento do art. 40, VI, da Lei n. 11.343/2006. 6ª T. 2016.
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I - A causa de aumento de pena do art. 40, VI, da Lei n. 11.343/2006 pode ser
aplicada tanto para agravar o crime de tráfico de drogas (art. 33) quanto para
agravar o de associação para o tráfico (art. 35) praticados no mesmo contexto. Isso
porque a causa especial de aumento de pena incidiu sobre delitos diversos e
totalmente autônomos, com motivação e finalidades distintas. 6ª T. 2016.
Atenção:
Na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não estar previsto nos arts.
33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de corrupção de menores, porém, se a
conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito,
mas apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
22/11/2016 (Info 595).
Enunciado 5 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ - Para a aplicação do art. 40, inc. VI, da
Lei n. 11.343/2006, é necessária a prova de que a criança ou adolescente atua ou é utilizada, de qualquer
forma, para a prática do crime, ou figura como vítima, não sendo a mera presença da criança ou adolescente
no contexto delitivo causa suficiente para a incidência da majorante.
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5. DOSIMETRIA DA PENA
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o
previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do
produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Não subsiste a vedação da fixação de regime diferente do fechado, ou substituição da pena privativa
de liberdade por privativa de direito dentro das hipóteses de cabimento do art. 44 do CP, nesse sentido:
◘ Se o réu, não reincidente, for condenado a pena superior a 4 anos e que não exceda a 8 anos, e se as
circunstâncias judiciais forem favoráveis, o juiz deverá fixar o regime semiaberto
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8
anos, tem o direito de cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°,
b, do CP), caso as circunstâncias judiciais do art. 59 lhe forem favoráveis. Obs: não
importa que a condenação tenha sido por tráfico de drogas. A imposição de regime
de cumprimento de pena mais gravoso deve ser fundamentada, atendendo à
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima (art. 33, § 3°, do CP) A gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso.
STF. 2ª Turma. HC 140441/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
28/3/2017 (Info 859).
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◘ STJ - Para fins de fixação da pena, não há necessidade de se aferir o grau de pureza da substância
apreendida uma vez que o art. 42 da Lei de Drogas estabelece como critérios "a natureza e a
quantidade da substância".
6. PROCEDIMENTO PENAL
Seguem abaixo disposições legais já comentadas anteriormente, mas cuja leitura e a fixação é de
suma importância.
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título
rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as
disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se
houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será
processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em
flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer,
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames
e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo
serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar,
vedada a detenção do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será
submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia
judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre
os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação
imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37
desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os
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7. DA INVESTIGAÇÃO
O presente ponto é de suma importância, afinal, a investigação é a atividade fim da carreira almejada
por seus estudos, reiterando-se ser importante a leitura dos dispositivos para complementar e fixar o
conteúdo.
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará
impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
CAIU PROVA DELEGADO FEDERAL 2021 - A substância apreendida deve ser submetida à perícia para a
elaboração do laudo de constatação provisório da natureza e da quantidade da droga, análise que deve ser
realizada por perito, o qual, por sua vez, ficará impedido de elaborar o laudo definitivo. (ITEM INCORRETO)
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No §2º temos a aplicação da regra geral, em que as eventuais nulidades do inquérito não se
comunicam ao processo penal, bem como de que, em razão do contraditório, não é possível alegar
impedimento em sede de procedimento investigatório.
A falta da assinatura do perito criminal no laudo toxicológico é mera irregularidade
que não tem o condão de anular o referido exame. (AgRg no REsp 1753268/MG)
ATENÇÃO! A condenação por tráfico pode ocorrer mesmo que não tenha havido a apreensão da droga
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Repare que o prazo de 15 dias para a destruição da droga pelo delegado de polícia tem como termo
a quo a decisão do juízo! Sendo tal previsão aplicável em hipótese de flagrante.
Caso haja apreensão da droga sem a ocorrência de flagrante, o procedimento deverá ocorrer em 30
dias, contados da data de apreensão.
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C) Na hipótese de ocorrência de prisão em flagrante, a Lei nº 11.343/06 estabelece que a destruição das
drogas será executada pelo delegado de polícia competente, no prazo de 15 (quinze) dias, sem necessidade
de presença do Ministério Público e da autoridade sanitária, guardando-se amostra necessária à realização
do laudo definitivo.
D) A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração,
no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
realização do laudo definitivo.
Gabarito: letra B
A lei 11.343 prevê também prazo especial para o inquérito policial, prazo esse que é frequentemente
objeto de cobrança, diferindo da regra geral que prevê 10 dias em caso de investigado preso e 30 em caso
de investigado solto.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado
estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo
juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de
polícia judiciária.
Atenção: ambos os prazos são passíveis de uma duplicação por representação da autoridade policial,
deferimento pelo juiz, ouvido o MP, por ele ser o titular privativo da ação penal pública. Há quem defenda
que essa duplicação do prazo para indiciado preso é inaceitável, pois há claramente uma ofensa à
proporcionalidade sob o ângulo da necessidade, porque é claríssimo o excesso, e, portanto, a desproporção.
A reboque, isso também compromete, por óbvio, a duração razoável da persecução penal (artigo 5º, LXXVIII
da CR) porque temos aqui a ofensa à duração razoável não só do processo, mas temos ofensa à duração
razoável da persecução penal.
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Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta
Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e
ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
I - A infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos
órgãos especializados pertinentes
II - A não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no
território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número
de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal
cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida
desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do
delito ou de colaboradores.
a) Infiltração de agentes.
→ É a autoridade policial quem deve requerer a infiltração
→ Somente o agente de polícia judiciária pode ser infiltrado
b) Ação controlada.
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foi aceita pelo STJ? NÃO. A investigação policial que tem como única finalidade
obter informações mais concretas acerca de conduta e de paradeiro de
determinado traficante, sem pretensão de identificar outros suspeitos, não
configura a ação controlada do art. 53, II, da Lei nº 11.343/2006, sendo dispensável
a autorização judicial para a sua realização. STJ. 6ª Turma. RHC 60251-SC, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 17/9/2015 (Info 570).
c) Colaboração premiada
→ Consiste em uma causa especial de diminuição de pena para o agente que colaborar voluntariamente
com a persecução penal
→ Diminuição de 1/3 a 2/3 da pena
→ Depende da ocorrência de um dos seguintes resultados:
✔ Identificação dos demais coautores e participes
✔ Recuperação total ou parcial do produto do crime
Medidas assecuratórias (em sentido estrito) são medidas cautelares de natureza patrimonial que têm
como objetivo garantir que o acusado não se desfaça de seu patrimônio e, assim, se for definitivamente
condenado, possa arcar com os efeitos secundários extrapenais genéricos da condenação, previstos no art.
91 do CP (indenização quanto aos danos causados pelo crime e perda em favor da União dos instrumentos,
produtos e proveitos do delito).
As medidas assecuratórias são o sequestro, o arresto e a hipoteca legal. A Lei nº 13.840/2019
promoveu mudanças no art. 60 da Lei nº 11.343/2006, que trata sobre medidas assecuratórias que podem
ser decretadas pelo juiz em processos envolvendo os crimes da Lei de Drogas. Foram três as mudanças mais
importantes nesse dispositivo:
1) O magistrado não pode mais determinar a concessão das medidas assecuratórias de ofício;
2) Foi inserida a previsão expressa de que o assistente de acusação pode requerer ao juízo a
concessão de medidas assecuratórias;
3) O art. 60 possuías dois parágrafos trazendo regras de procedimento para essas medidas, tendo
revogado esses dispositivos e remetido a regulamentação para o CPP.
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Atenção!!! Dia 06/04/22 foi Incluído pela Lei nº 14.322, de 2022 Os arts. 60 e 61 da Lei nº 11.343, de 23 de
agosto de 2006 (Lei Antidrogas), passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 60. § 5º Decretadas quaisquer das medidas previstas no caput deste artigo, o juiz facultará ao acusado
que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente provas, ou requeira a produção delas, acerca da origem lícita do
bem ou do valor objeto da decisão, exceto no caso de veículo apreendido em transporte de droga ilícita.
§ 6º Provada a origem lícita do bem ou do valor, o juiz decidirá por sua liberação, exceto no caso de veículo
apreendido em transporte de droga ilícita, cuja destinação observará o disposto nos arts. 61 e 62 desta Lei,
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.” (NR)
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“Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos
maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática, habitual ou
não, dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária
responsável pela investigação ao juízo competente.
Os arts. 61 e 62 da Lei nº 11.343/2006 tratam sobre a apreensão e utilização dos bens apreendidos.
A Lei nº 13.840/2019 realizou grandes alterações nesses dispositivos.
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✔ Veículos
✔ Embarcações
✔ Aeronaves
✔ Quaisquer outros meios de transporte
✔ Maquinários
✔ Utensílios
✔ Instrumentos
✔ Objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes
● Juiz deverá ser imediatamente comunicado: Em caso de apreensão de qualquer desses bens, o
Delegado de Polícia deverá, imediatamente, comunicar o fato ao juízo competente.
● Alienação antecipada: O juiz, no prazo de 30 dias contado da comunicação feita pelo Delegado,
determinará a alienação dos bens apreendidos.
As armas que forem apreendidas não serão alienadas, mas sim recolhidas na forma da legislação
específica.
● Autos apartados: A alienação será realizada em autos apartados. Deverá haver a exposição sucinta
do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação dos
objetos, as informações sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem.
● Avaliação dos bens: O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por
oficial de justiça, no prazo de 5 dias a contar da autuação, ou, caso sejam necessários conhecimentos
especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10 dias.
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CAIU NA PROVA DELEGADO FEDERAL 2021 - O confisco e a posterior reversão a fundo especial de bem
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes exigem prova de habitualidade e reiteração
do uso do bem para a referida finalidade. (ITEM INCORRETO)
8. DA INSTRUÇÃO
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Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do
Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33,
caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o
afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público,
comunicando ao órgão respectivo.
§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30
(trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a
realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará
em 90 (noventa) dias.
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- (STF HC 111840): o dispositivo que prevê que o regime inicial deve ser
necessariamente fechado nos crimes hediondos e equiparados (como é o tráfico de
drogas) é inconstitucional. O regime poderá ser aberto ou semiaberto, desde que
presentes os requisitos do art. 33, §2°, “b” e “c”, do Código Penal.
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24) A condição de "mula" do tráfico, por si só, não afasta a possibilidade de aplicação
da minorante do § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, uma vez que a figura de
transportador da droga não induz, automaticamente, à conclusão de que o agente
integre, de forma estável e permanente, organização criminosa.
25) Diante da ausência de parâmetros legais, é possível que a fração de redução da
causa de diminuição de pena estabelecida no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006
seja modulada em razão da qualidade e da quantidade de droga apreendida, além
das demais circunstâncias do delito.
26) Para a caracterização do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da
Lei n. 11.343/2006) é imprescindível o dolo de se associar com estabilidade e
permanência.
27) Para a configuração do crime de associação para o tráfico de drogas, previsto no
art. 35 da Lei n. 11.343/2006, é irrelevante apreensão de drogas na posse direta
do agente.
28) O crime de associação para o tráfico de entorpecentes (art. 35 da Lei n. 11.
343/2006) não figura no rol taxativo de crimes hediondos ou de delitos a eles
equiparados.
29) Em se tratando de condenado pelo delito previsto no art. 14 da Lei n. 6. 368/1976,
deve-se observar as reprimendas mínima e máxima estabelecidas pelo art. 8º da
Lei n. 8.072/1990 (3 a 6 anos de reclusão), por ser norma penal mais benéfica ao
réu, impondo-se, inclusive, se for o caso, a exclusão da pena de multa.
30) O crime de financiar ou custear o tráfico ilícito de drogas (art. 36 da Lei n.
11.343/2006) é delito autônomo aplicável ao agente que não tem participação
direta na execução do tráfico, limitando-se a fornecer os recursos necessários
para subsidiar as infrações a que se referem os art. 33, caput e § 1º, e art. 34 da
Lei de Drogas.
31) O crime de colaboração com o tráfico, art. 37 da Lei n. 11.343/2006, é um tipo
penal subsidiário em relação aos delitos dos arts. 33 e 35 da referida lei e tem
como destinatário o agente que colabora como informante, de forma esporádica,
eventual, sem vínculo efetivo, para o êxito da atividade de grupo, de associação
ou de organização criminosa destinados à prática de qualquer dos delitos
previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei de Drogas.
32) A Lei n. 11.343/2006 manteve as condutas descritas no art. 12, § 2º, inciso III, da
Lei n. 6.368/1976, razão pela qual não há que se falar em abolitio criminis.
33) A Lei n. 11.343/2006 aboliu a majorante da associação eventual para o tráfico
prevista no art. 18, III, primeira parte, da Lei n. 6.368/1976.
34) A incidência da majorante da segunda parte do inciso III do art. 18 da Lei n. 6.
368/1976 - "visar [o crime] a menores de 21 (vinte e um) anos" -, segue
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contemplada no art. 40, inciso VI, da nova Lei de Drogas - "sua prática envolver
ou visar a atingir criança ou adolescente" -, não restando configurada a abolitio
criminis.
35) O art. 40 da Lei n. 11.343/2006 conferiu tratamento mais favorável às causas
especiais de aumento de pena, devendo ser aplicado retroativamente aos delitos
cometidos sob a égide da Lei n. 6.368/1976.
36) Não acarreta bis in idem a incidência simultânea das majorantes previstas no art.
40 da Lei n. 11.343/2006 aos crimes de tráfico de drogas e de associação para fins
de tráfico, porquanto são delitos autônomos, cujas penas devem ser calculadas e
fixadas separadamente.
37) Para a incidência das majorantes previstas no art. 40, I e V, da Lei n. 11. 343/2006,
é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras, sendo suficiente,
respectivamente, a prova de destinação internacional das drogas ou a
demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.
38) É cabível a aplicação cumulativa das causas de aumento relativas à
transnacionalidade e à interestadualidade do delito, previstas nos incisos I e V do
art. 40 da Lei de Drogas, quando evidenciado que a droga proveniente do exterior
se destina a mais de um estado da Federação, sendo o intuito dos agentes
distribuir o entorpecente estrangeiro por mais de uma localidade do país.
39) O rol previsto no inciso III do art. 40 da Lei de Drogas não deve ser encarado como
taxativo, pois o objetivo da referida lei é proteger espaços que promovam a
aglomeração de pessoas, circunstância que facilita a ação criminosa.
40) A causa de aumento de pena prevista no inciso III do art. 40 da Lei de Drogas
possui natureza objetiva e se aplica em função do lugar do cometimento do delito,
sendo despicienda a comprovação efetiva do tráfico nos locais e nas imediações
mencionados no inciso ou que o crime visava a atingir seus frequentadores.
41) A incidência da majorante prevista no art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006 deve
ser excepcionalmente afastada na hipótese de não existir nenhuma indicação de
que houve o aproveitamento da aglomeração de pessoas ou a exposição dos
frequentadores do local para a disseminação de drogas, verificando-se, caso a
caso, as condições de dia, local e horário da prática do delito.
42) Para a caracterização da causa de aumento de pena do art. 40, III, da Lei n. 11.
343/2006, é necessária a efetiva oferta ou a comercialização da droga no interior
de veículo público, não bastando, para a sua incidência, o fato de o agente ter se
utilizado dele como meio de locomoção e de transporte da substância ilícita.
43) A aplicação das majorantes previstas no art. 40 da Lei de Drogas exige motivação
concreta, quando estabelecida acima da fração mínima, não sendo suficiente a
mera indicação do número de causas de aumento.
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44) Para fins de fixação da pena, não há necessidade de se aferir o grau de pureza da
substância apreendida uma vez que o art. 42 da Lei de Drogas estabelece como
critérios "a natureza e a quantidade da substância".
45) A natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas simultaneamente
para justificar o aumento da pena-base e para afastar a redução prevista no §4º
do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, sob pena de caracterizar bis in idem.
46) A utilização concomitante da quantidade de droga apreendida para elevar a pena-
base e para afastar a incidência da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei de
Drogas, por demonstrar que o acusado se dedica a atividades criminosas ou
integra organização criminosa, não configura bis in idem, tratando-se de hipótese
diversa da Repercussão Geral - TEMA 712/STF.
47) Reconhecida a inconstitucionalidade da vedação prevista na parte final do §4º do
art. 33 da Lei de Drogas, inexiste óbice à substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos aos condenados pelo crime de tráfico de
drogas, desde que preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal.
48) A utilização da reincidência como agravante genérica é circunstância que afasta a
causa especial de diminuição da pena do crime de tráfico, e não caracteriza bis in
idem.
49) Reconhecida a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, é
possível a fixação de regime prisional diferente do fechado para o início do
cumprimento de pena imposta ao condenado por tráfico de drogas, devendo o
magistrado observar as regras previstas no Código Penal para a fixação do regime
prisional.
50) O juiz pode fixar regime inicial mais gravoso do que aquele relacionado
unicamente com o quantum da pena ao considerar a natureza ou a quantidade
da droga.
51) Configura ofensa ao princípio da proteção integral a aplicação de medida de
semiliberdade ao adolescente pela prática de ato infracional análogo ao crime
previsto no art. 28 da Lei n. 11.343/2006.
52) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
adolescente. (Súmula n. 492/STJ)
53) A despeito de não ser considerado hediondo, o crime de associação para o tráfico,
no que se refere à concessão do livramento condicional, deve, em razão do
princípio da especialidade, observar a regra estabelecida pelo art. 44, parágrafo
único, da Lei n. 11.343/2006: cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena e vedação
do benefício ao reincidente específico.
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QUESTÕES PROPOSTAS
1 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - E-tráfico de drogas e associação para o tráfico, em concurso
Delegado de Polícia material.
Sobre os tipos penais previstos na Lei de Drogas (Lei nº
11.343/2006), e considerando a interpretação que lhes é 3 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de
dada pelo STJ, assinale a alternativa correta. Polícia Civil Substituto
Maria, 61 anos, primária e de bons antecedentes, é
A-A comprovação da materialidade do delito de posse de responsável pela criação de três netos com idades entre 10 e
drogas para uso próprio não depende da elaboração de laudo 16 anos. Em dificuldade financeira, aceita proposta de um
de constatação da substância entorpecente que evidencie a vizinho para levar 1 kg de maconha da cidade de Natal, onde
natureza e a quantidade da substância apreendida. reside, para Mossoró, no mesmo Estado, recebendo um
B-Para a configuração do crime de associação para o tráfico salário mínimo pelo serviço. Maria, porém, foi flagrada por
de drogas é indispensável que haja a apreensão de drogas na policiais militares em abordagem de rotina quando
posse direta do agente. transportava a droga em uma bolsa que estava no maleiro do
C-A conduta de posse de droga para consumo próprio foi ônibus intermunicipal por ela utilizado, admitindo a
descriminalizada pela referida lei, tendo havido, portanto, empreitada criminosa. Diante desse quadro fático, o
abolitio criminis. comportamento de Maria configura, de acordo com a
D-O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada não é jurisprudência dos Tribunais Superiores,crime de:
crime equiparado a hediondo.
E-Prescrevem em 4 anos a imposição e a execução das penas A-tráfico majorado pela infração ter sido praticada no interior
referentes à conduta de posse de droga para consumo de transporte público, não fazendo jus à forma privilegiada;
próprio. B-tráfico majorado pela infração ter sido praticada no interior
de transporte público, reconhecida a forma privilegiada;
2 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de C-tráfico privilegiado sem causa de aumento, admitindo a
Polícia Civil Substituto substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
Após receber informação de que uma grande quantidade de direitos;
droga estaria chegando a certa comunidade, a polícia civil D-tráfico privilegiado sem causa de aumento, não podendo a
planejou uma operação objetivando a apreensão do material pena privativa de liberdade ser substituída por restritiva de
entorpecente e a prisão de vários traficantes. Joaquim, direitos por ter natureza assemelhada aos crimes hediondos;
policial civil lotado na delegacia em que a operação era E-tráfico majorado em razão da intermunicipalidade do
planejada, no momento de sua execução, ciente de que o transporte, não sendo aplicável a causa de diminuição de
líder do tráfico do local era um antigo colega de infância, pena decorrente do tráfico privilegiado.
acende, escondido, fogos de artifício que ficavam na
comunidade para acionamento em diligências policiais. Em 4- 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE /
razão do aviso, a diligência tem resultado negativo, ninguém CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia
sendo preso e não sendo apreendida qualquer droga. O Federal
comportamento de Joaquim foi descoberto, devendo ele Após ligação anônima, a polícia realizou busca em
responder pelo(s) seguinte(s) crime(s) previsto(s)na Lei nº determinada casa, onde encontrou pessoas preparando
11.343/2006: pequenos pacotes de determinada substância —
aparentemente entorpecente —, os quais foram
A-associação para o tráfico, apenas; apreendidos, além de armas de fogo de alto calibre. Durante
B-tráfico de drogas, apenas; a diligência, o delegado, informalmente, realizou entrevistas
C-colaboração ou informante do tráfico, apenas; com as pessoas que estavam no domicílio. Durante essas
D-associação para o tráfico e colaboração ou informante do entrevistas, um dos indivíduos confessou a prática do delito
tráfico, em concurso material; e, posteriormente, colaborou com a identificação dos demais
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membros da organização criminosa. A partir das informações O laudo preliminar, requisito para lavratura do auto de prisão
do colaborador, foi realizada uma ação controlada. em flagrante de crimes relacionados ao tráfico de drogas,
A partir dessa situação hipotética, julgue o próximo item. deverá ser assinado por, pelo menos, um perito oficial.
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grande variedade de drogas, entre elas, cocaína, maconha, independentemente de autorização judicial, a autoridade
haxixe e crack, todas para fins de mercancia. Foram policial deverá proceder de forma a garantir a imediata
apreendidos também maquinários para o preparo de drogas, destruição da plantação — que poderá ser queimada —,
entre eles, uma balança digital e uma serra portátil. Assertiva: devendo preservar apenas quantidade suficiente da droga
Nessa situação, afastada a existência de contextos para a realização de perícia.
autônomos entre as condutas delitivas, o crime será único.
Certo
Certo Errado
Errado
13- 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018
11- 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
- Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal Em cada item seguinte, é apresentada uma situação
Em diligência com o objetivo de combater o tráfico hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito
internacional de entorpecentes, policiais federais localizaram de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, crime contra a
uma plantação de maconha, onde encontraram criança e adolescente e crimes licitatórios.
equipamentos utilizados para embalar a droga. No local,
foram apreendidos dinheiro e veículos e foram presas cinco Em viagem pela Europa, Ronaldo, primário, de bons
pessoas que se encontravam na posse dos bens e cuidavam antecedentes e não integrante de organização criminosa,
da plantação. adquiriu quinze cápsulas do entorpecente LSD com o objetivo
de obter lucro capaz de custear as despesas com a viagem. De
Nessa situação hipotética, volta ao Brasil, Ronaldo foi preso em flagrante quando
tentava vender a droga. Nessa situação, caso seja condenado
havendo indícios suficientes da existência de outros bens pelo crime tráfico de entorpecentes, Ronaldo poderá obter a
adquiridos pelos indivíduos presos com os proventos redução da pena de um sexto a dois terços.
decorrentes da comercialização da maconha, a autoridade
policial deverá imediatamente apreender esses bens, ainda Certo
que eles estejam na posse de terceiros, devendo, ainda, Errado
determinar às autoridades supervisoras do Banco Central do
Brasil o bloqueio de valores existentes em movimentações 14 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE -
bancárias em nome desses indivíduos presos. 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Acerca de tráfico ilícito de entorpecentes, crimes contra o
Certo meio ambiente, crime de discriminação e preconceito e crime
Errado contra o consumidor, julgue o próximo item.
12 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - Aquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para
2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal consumo próprio ficará sujeito às mesmas penas imputadas
Em diligência com o objetivo de combater o tráfico àquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para
internacional de entorpecentes, policiais federais localizaram fornecer a parentes e amigos, ainda que gratuitamente.
uma plantação de maconha, onde encontraram
equipamentos utilizados para embalar a droga. No local, Certo
foram apreendidos dinheiro e veículos e foram presas cinco Errado
pessoas que se encontravam na posse dos bens e cuidavam
da plantação. 15- 2018 - UEG - PC-GO - UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de
Polícia
Nessa situação hipotética, O juiz, na fixação das penas previstas na Lei n. 11.343/2006,
considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59
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do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou competente, no prazo de 15 (quinze) dias, na presença do
do produto, a personalidade e Ministério Público e da autoridade sanitária, levando em
consideração a necessária determinação judicial para a
A-os motivos do agente. destruição.
B-a culpabilidade do agente. C-Na hipótese de ocorrência de prisão em flagrante, a Lei nº
C-os antecedentes do agente. 11.343/06 estabelece que a destruição das drogas será
D-a conduta social do agente. executada pelo delegado de polícia competente, no prazo de
E-a condição financeira do agente. 15 (quinze) dias, sem necessidade de presença do Ministério
Público e da autoridade sanitária, guardando-se amostra
16 - 2018 - UEG - PC-GO - UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de necessária à realização do laudo definitivo.
Polícia D-A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de
Dispõe a Lei n. 11.343/2006, em seu art. 28, que quem prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo
adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer máximo de 15 (quinze) dias, contados da data da apreensão,
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou guardando-se amostra necessária à realização do laudo
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, será definitivo.
submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos
das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - 18 - 2018 - FUNDATEC - PC-RS - FUNDATEC - 2018 - PC-RS -
medida educativa de comparecimento a programa ou curso Delegado de Polícia - Bloco II
educativo. Referida lei dispõe ainda que as penas previstas Analise as assertivas a seguir, de acordo com o disposto na Lei
nos incisos II e III do caput do referido artigo serão aplicadas nº 11.343/2006, Lei de Drogas, e em cotejo com o
pelo prazo máximo de entendimento dos Tribunais Superiores:
I. Para a incidência da majorante de pena, prevista no artigo
A-quatro meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas 40, inciso V da referida Lei, ao crime de tráfico de drogas
pelo prazo máximo de oito meses. interestadual, de acordo com entendimento do Superior
B-cinco meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas Tribunal de Justiça, basta que esteja demonstrado, de forma
pelo prazo máximo de dez meses. inequívoca, que o traficante tinha intenção de extrapolar as
C-três meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo fronteiras de um Estado, mesmo que assim não consiga.
prazo máximo de seis meses. II. A partir de entendimento recente do Supremo Tribunal
D-dois meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo Federal, pode-se dizer que nem todo o crime de tráfico de
prazo máximo de quatro meses. drogas pode ser considerado crime equiparado a hediondo.
E-um mês e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo III. Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo
prazo máximo de dois meses. de lucro, à pessoa de seu relacionamento, para juntos a
consumirem, pratica crime de menor potencial ofensivo.
17 - 2018 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2018 - PC-MG - IV. Aquele que pratica conduta de tráfico de drogas, descrita
Delegado de Polícia Substituto no caput do artigo 33 da referida Lei, pode ter sua pena
Considerando exclusivamente o disposto na Lei nº 11.343/06 reduzida nos mesmos patamares propostos no Código Penal
acerca do procedimento de destruição de drogas apreendidas para a minorante da tentativa, desde que seja primário, de
no curso de investigações, é CORRETO afirmar: bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas
nem integre organização criminosa.
A-Nos termos da Lei nº 11.343/06, a destruição de drogas Quais estão corretas?
apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será
feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias A-Apenas I.
contados da data da determinação judicial. B-Apenas II.
B-Na hipótese de ocorrência de prisão em flagrante, a Lei nº C-Apenas III e IV.
11.343/06 estabelece que a destruição das drogas D-Apenas I, II e III.
apreendidas será executada pelo delegado de polícia E-I, II, III e IV.
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Respostas4
4
1: D 2: C 3: C 4: E 5: C 6: E 7: E 8: C 9: B 10: C 11: E 12: C 13: C 14: E 15: D 16: B 17: B 18: D 19: D 20: C
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META 2
CF/88
⦁ Art. 5º, LIV, LV e LVI
⦁ Art. 5º, LVII
⦁ Art. 5º, LX a LVVII
⦁ Art. 5º, LXVIII e LXIX da CF/88
⦁ Art. 129, VIII
CPP:
⦁ Art. 3-A, CPP
⦁ Art. 3-B, CPP
⦁ Arts. 4º a 23, CPP
⦁ Art. 28, CPP
⦁ Art. 39, §§3º, 4º e 5º, CPP
⦁ Art. 67, I, CPP
⦁ Art. 107, CPP
⦁ Art. 149, §1º, CPP
⦁ Art. 155 e 158, CP
⦁ Art. 304, §1º, CP
⦁ Art. 311, CPP
⦁ Art. 378, II, CPP
⦁ Art. 395 e 397 do CPP
⦁ Art. 405, §1º, CPP
⦁ Art. 549, CPP
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1. INQUÉRITO POLICIAL
1.1 Conceito
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Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e
a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
Exceções à lavratura do TCO: hipóteses em que não será possível lavrar termo circunstanciado de ocorrência.
1) Infrações de menor potencial ofensivo com autoria ignorada → o IP será lavrado mediante portaria,
e não TCO, uma vez que não é possível que o autor do crime (desconhecido) compareça ao JECRIM.
2) Crimes que demandam complexidade na investigação → o IP será lavrado mediante portaria, e não
TCO, uma vez que, nesses casos, não é possível observar os princípios que regem o Juizado Penal,
quais sejam: simplicidade, celeridade e informalidade.
EXCEÇÃO: Crime de porte de drogas para uso pessoal (art. 28, Lei 11. 343/06) → ainda que o autor se
recuse a comparecer no JECRIM, será lavrado TCO, uma vez que não é possível impor um título prisional
àquele que pratica o crime.
4) Nos crimes previstos no CTB, quando o autor não presta socorro imediato e integral à vítima → o
IP será lavrado mediante APF, considerando uma interpretação a contrário sensu do art. 301.
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto
e integral socorro àquela.
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O Estado ao tomar conhecimento de uma infração penal, no uso do seu jus puniendi, dá início à
persecução penal. Assim, o que até então estava somente em um plano abstrato (normas), passa a existir no
plano concreto, através da persecução penal, que pode ser compreendida como “conjunto de atividades
levadas adiante pelo Estado, objetivando a aplicação da norma penal ao infrator da lei”.
Nessa esteira, temos que a persecução penal é composta por uma fase preliminar investigatória e
por uma fase judicial.
A fase preliminar, na maior parte das vezes é marcada pela existência do Inquérito Policial. O
inquérito policial figura como principal instrumento investigatório. Contudo, não se trata do único meio,
existindo outras formas, por exemplo, as investigações feitas pelo MP, pelas CPIs e TCO.
Segundo Renato Brasileiro, o inquérito policial deve ser compreendido como sendo “procedimento
administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de identificar
fontes de prova e colher elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim
de permitir que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”.
https://youtu.be/FXqJ1Qtf87M
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Atenção! Fonte de prova é tudo que está fora dos autos e que tem algum conhecimento sobre o
fato delituoso. As fontes de prova derivam do fato delituoso independentemente do processo, e são por
trazerem alguma informação sobre a autoria e/ou materialidade do fato delituoso.
Atenção! O conceito de elementos informativos não se confunde com o conceito de provas! O art.
155 do CPP trouxe a distinção entre os elementos informativos e a prova.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares,
não repetíveis e antecipadas.
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Colhidos na fase investigatória (IP, PIC, etc.). Em regra, produzido na fase judicial sob o crivo
do contraditório judicial.
É a regra, porque existem situações excepcionais
em que a prova seria produzida sem ser na fase
judicial.
O juiz deve intervir apenas quando necessário, e A prova deve ser produzida na presença do juiz.
desde que seja provocado nesse sentido. A presença pode ser direta ou remota.
[Em nosso ordenamento jurídico não se admite
a atuação de ofício do magistrado na fase
investigatória. Não é dotado de iniciativa
acusatória].
Obs.1: O fato de o advogado assistir o investigado na fase do inquérito policial NÃO retira daquele a
característica de ser “elemento informativo” – Veremos mais ao abordar a inquisitoriedade como
característica do IP.
Obs.2: O juiz não deve atuar de ofício na fase investigatória, sob pena de violação ao sistema acusatório e do
princípio da imparcialidade. Inclusive, é com base nesse entendimento que o Pacote Anticrime positivou, de
forma expressa, a adoção do Sistema Acusatório pelo nosso Ordenamento Jurídico.
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Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na
fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Em 2019, o STF (HC 169348/RS) proferiu decisão no sentido de que não há nulidade na ação penal
instaurada e apurada pela Polícia Federal, quando deveria ter sido conduzida, na realidade, pela polícia civil.
Veja:
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a defeitos de ordem jurídica pelos quais são afetados os atos praticados ao longo
da ação penal condenatória”.
STF (HC 85.286): “(...) Os vícios existentes no inquérito policial não repercutem na
ação [tecnicamente é processo] penal, que tem instrução probatória própria.
Decisão fundada em outras provas constantes dos autos, e não somente na prova
que se alega obtida por meio ilícito”.
É um mero procedimento administrativo, razão pela qual os vícios constantes do inquérito não têm
o condão de contaminar o processo penal subsequente, salvo nos casos de provas ilícitas.
Embora a atribuição da presidência do inquérito policial seja exclusiva da polícia, existem outros
meios de investigação que poderão ser feitos por outro órgão, que não a Polícia Judiciária. (Ex. Ministério
Público realiza PIC - Procedimento Investigatório Criminal).
2. CARACTERÍSTICAS
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c) Obrigatório: Sempre que tomar conhecimento da ocorrência de infração penal que caiba ação penal
pública incondicionada deverá instaurar o inquérito.
Pergunta de concurso: O Delegado de Polícia pode deixar de lavrar auto de prisão em flagrante, nas
hipóteses em que é cabível? R.: Há divergência doutrinária sobre o tema.
Parte da doutrina afirma que não. Isso porque o delegado de polícia deve fazer um juízo apenas
quanto à tipicidade formal e punibilidade. Em outras palavras: a análise do delegado de polícia restringe-se
tão somente à existência de autoria e materialidade típica e punível, não possuindo qualquer margem de
atuação quanto às excludentes.
Por outro lado, a doutrina moderna vem entendendo que sim! O delegado de polícia possui margem
de atuação para o controle de excludentes cabais da tipicidade, ilicitude e culpabilidade, de modo que pode
deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante quando se deparar com tais circunstâncias. Nessa hipótese, o
delegado não lavra o APF, fazendo apenas o registro de ocorrência.
ATENÇÃO: a título de exemplo, a Polícia Civil do Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo
atua no sentido da doutrina moderna, de modo que os delegados de polícia deixam de lavrar o APF quando
há manifesta causa de excludente da tipicidade (formal ou material), ilicitude ou culpabilidade.
Fundamento legal: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar
autos de inquérito.
e) Dispensável para a persecução penal: O inquérito é uma peça meramente informativa que tem a
finalidade de colher elementos de informação quanto à infração penal e sua autoria. Contudo, caso
o titular da ação penal disponha desse substrato mínimo necessário para o oferecimento da peça
acusatória, o inquérito será dispensável.
Obs.1: Parte da doutrina entende que a dispensabilidade do inquérito policial é um dos fundamentos para a
não contaminação do processo penal por eventuais vícios constantes do IP.
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Fundamento Legal:
Art. 39, §5º. O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Obs.2: Nessa esteira, o STF já decidiu (Info 714), que é possível o oferecimento de ação penal com base em
provas colhidas no âmbito de inquérito civil conduzido por membro do Ministério Público.
f) Escrito: Vide art. 9º, CPP, segundo o qual, todas as peças do inquérito policial serão, num só processo,
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade;
DICA: Modernamente diz-se que é um procedimento que deve ser documentado, e não escrito.
Documentado porque, hoje, em muitos estados, o inquérito policial é digital. São tomados depoimentos,
declarações, interrogatórios, tudo por áudio visual. Não se tem mais caderno investigatório. As peças não
mais serão enumeradas e rubricadas pela autoridade policial.
Ressalta-se que é necessário documentar e relatar todos os elementos que foram encontrados.
Nesse sentido, dispõe o artigo 9º do Código de Processo Penal:
Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Percebam que o dispositivo diz que ele deve ser escrito, datilografado e rubricado, isso com o
inquérito digital não há mais necessidade alguma, pois todas peças são digitais.
Mas tem previsão legal para isso?
Tem sim, vejam o teor do art. 405, §1º, CPP:
Art. 405, § 1º. Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado,
indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação
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Percebam que a lei se valeu da expressão investigado e indiciado, denominação técnica do inquérito
policial.
Confira a dica do professor Tiago Dantas:
https://youtu.be/JcAeC2DBOQM
A doutrina afirma que o sigilo no inquérito policial possui uma dupla função:
1) Função utilitarista – é importante para assegurar a eficácia das investigações, por exemplo, não pode
divulgar a decretação da interceptação telefônica, sob pena da prova restar prejudicada.
2) Função garantista – é importante para preservar os direitos dos investigados. Ex.: evitar a exposição
midiática do investigado. (presunção de inocência sob a perspectiva da regra de tratamento).
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Regra: Durante a investigação preliminar deve tramitar de forma sigilosa, sob pena de frustrar a
eficácia das medidas.
Exceção: Publicidade – Retrato Falado: O retrato falado chega a ser, inclusive, importante para o
desenvolvimento das investigações a publicidade nesta hipótese. Nesse caso, a publicidade é de caráter
importante para constatar outras pessoas que foram vítimas daquele criminoso.
O sigilo do inquérito policial é um sigilo, em regra, externo. Ou seja: não é possível opor sigilo às
“partes”, como defensor, membro do MP e juiz. Vejamos:
1) A CF/88 assegura, em seu art. 5º, LXIII, a assistência do advogado, de modo que o direito à defesa é
uma garantia constitucional.
CF, art. 5º. LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
2) O Estatuto da OAB prevê que, em regra, o advogado não precisa de procuração para acessar os autos:
§10º. NOS AUTOS SUJEITOS A SIGILO, deve o advogado apresentar procuração para
o exercício dos direitos que trata o inciso XIV.
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3) A Súmula vinculante 14 prevê que o advogado tem o direito de acessar as informações que digam
respeito ao direito de defesa, desde que já documentadas nos autos, para que não haja risco ao
comprometimento da eficácia das diligências em curso.
O STF, em decisão veiculada no Info 964, entendeu que a negativa de acesso ao investigado a peças
que digam respeito a dados sigilosos de terceiros, que NÃO POSSUEM RELAÇÃO COM SEU DIREITO DE
DEFESA, não ofende a Súmula Vinculante 14.
Mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que
o investigado tenha acesso amplo autos, inclusive a eventual relatório de
inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se negue o acesso
a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos pelo segredo de justiça.
Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é excessivo o
acesso de um dos investigados a informações, de caráter privado de diversas
pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele. STF. 1ª Turma. Rcl 25872
AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 17/12/2019 (Info 964).
4) O Estatuto da OAB - Lei nº 8.906/94 (redação dada pela Lei nº 13.245/16) passou a prever a
possibilidade de o advogado acompanhar seus clientes durante a apuração das infrações.
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Obs.: Isso não altera a natureza inquisitorial do IP. Ou seja: a participação do advogado não se torna
obrigatória, mas apenas facultativa. Na hipótese de o advogado querer acompanhar seu cliente, o Delegado
de polícia não poderá obstar sua participação.
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena
de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da
respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
ATENÇÃO: Caso seja injustificadamente negado ao defensor do investigado o acesso ao inquérito policial,
QUAIS MEDIDAS JUDICIAIS são cabíveis, visando à obtenção de acesso aos autos da investigação? (Questão
discursiva da prova de Delegado de Minas Gerais em 2018)
O candidato deveria contextualizar a questão abordando que uma das características do inquérito
policial é o sigilo; que este sigilo possui uma dupla função; que se trata de um sigilo eminentemente externo.
Após contextualizar, deve passar à resposta da questão: São 3 os mecanismos judiciais previstos em caso de
recusa injustificada por parte do Delegado de Polícia:
1) Reclamação ao Supremo Tribunal Federal: em razão da ofensa à SV 14 do STF.
2) Mandado De Segurança: em razão da ofensa ao direito líquido e certo do advogado de ter acesso a
inquérito policial (artigo 7, inciso XIV da lei 8.906/94
3) Habeas Corpus: em razão da ofensa ao art. 5º, LXVIII da CF/88.
ATENÇÃO: Malgrado o advogado tenha direito de acessar aos autos do inquérito policial, a própria
lei nos traz exceções, como por exemplo, crime onde seja decretado o segredo de justiça, não poderá outro
advogado, senão o do investigado ter acesso aos autos.
Por exemplo, crimes contra a dignidade sexual, pois tramitam em segredo de justiça (art. 234-B),
sendo assim, somente o advogado do investigado pode ter acesso.
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão
em segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009).
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial
competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo
acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de
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ATENÇÃO! Não é necessária, mesmo após a Lei 13.245/2016, a intimação prévia da defesa técnica
do investigado para a tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial.
Não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de
depoimentos orais na fase de inquérito policial. Não haverá nulidade dos atos processuais caso essa
intimação não ocorra.
O inquérito policial é um procedimento informativo, de natureza inquisitorial, destinado
precipuamente à formação da opinio delicti do órgão acusatório.
Logo, no inquérito há uma regular mitigação das garantias do contraditório e da ampla defesa.
Esse entendimento justifica-se porque os elementos de informação colhidos no inquérito não se
prestam, por si sós, a fundamentar uma condenação criminal.
A Lei nº 13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem, contudo,
conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário de inquirições a
ser definido pela autoridade policial.
STF. 2ª Turma. Pet 7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019 (Info 933).
Fonte: Dizer o direito.
https://youtu.be/neJcGsbdpOg
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DICA!
Provas objetivas: NÃO existe a ampla defesa e contraditório em sede de inquérito policial.
Na realidade: PODE existir sim, entretanto, se não existir, o inquérito continua a ser válido ao contrário, do
processo que passa a ser inválido. Um exemplo disso é o artigo 5°, inciso LXIII da CRFB de 1988, que afirma
que o indiciado terá direito ao silêncio e à assistência de um advogado. Assim, isso já mostra um direito
defesa do indiciado.
Contudo, há de se ter em mente que, para que a Autoridade Policial haja de ofício, depende da
natureza da ação penal do crime em análise. O Delegado só pode atuar de ofício em crimes cuja ação penal
seja pública incondicionada, porquanto, caso seja condicionada à representação ou de iniciativa privada,
deve aguardar a referida representação para deflagrar o procedimento administrativo.
Considerando a oficiosidade do inquérito policial, o STJ decidiu, em 2019 (Info 652) que é possível
deflagrar investigação criminal com base em matéria jornalística.
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A presidência de investigação criminal NÃO é privativa da polícia judiciária, pois outras autoridades podem presidir
a investigação:
• TJ ou PGJ: Inquérito para apurar crime praticado por juiz ou promotor;
• CPI: Inquérito parlamentar;
• Investigação por agentes da Administração;
• Inquérito do CADE;
• Investigação pela comissão de inquérito do BACEN: Segundo o STF, o relatório dessa comissão,
encaminhado ao MP, constitui justa causa para o oferecimento de ação penal.
• Ministério Público: Embora o tema seja polêmico, a 2ª Turma do STF já admitiu que o MP investigue,
sem que isso implique usurpação de função da polícia civil (HC 91661). Outrossim, promotor que atue
investigando na fase preliminar NÃO estará impedido de oferecer denúncia (Súmula 234 STJ).
• Forças Armadas: nos crimes militares da competência da Justiça Militar da União, as investigações serão
realizadas pelas Forças Armadas através de um inquérito policial militar. Já nos crimes militares de
competência da Justiça Militar Estadual será competente a Polícia Militar ou Corpo de Bombeiros.
ATENÇÃO: A presidência da investigação pode não ser privativa da Autoridade Policial, mas a do Inquérito Policial é,
vide Lei 12.830/13!
Existe uma liberdade de atuação da Autoridade Policial nos limites traçados pela lei. Por exemplo, ao
teor dos arts. 6 e 7º do CPP, consta um rol exemplificativo de diligências que poderão ser realizadas pelo
Delegado de Polícia. Não há um rito procedimental rígido que deve ser observado pelo Delegado, trata-se de
rol exemplificativo. Assim, a diligência será realizada ou não, a cargo da liberdade de atuação da autoridade.
A discricionariedade não pode ser confundida com arbitrariedade.
ATENÇÃO: A discricionariedade NÃO É DE CARÁTER ABSOLUTO, de modo que existem diligências que são de
realização obrigatória. Assim, quanto a estas, o delegado não poderia negar a sua realização, como na
hipótese do exame de corpo de delito.
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Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
https://youtu.be/MHshCzspgT0
l) Temporário: obviamente o IP tem prazo para finalizar. Doutrina moderna defende que a garantia da
razoável duração do processo também se aplica ao inquérito policial, evitando-se com isso inquéritos
“eternos”.
Ressalvados os prazos previstos em leis especiais, em regra, temos o seguinte cenário:
∘ Indiciado preso (inclusive preso provisório) - 10 dias (art. 10);
∘ Indiciado solto - 30 dias.
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCMG 2021): Acerca dos prazos para encerramento de inquéritos policiais, considerando o
disposto no Título II do CPP (“Do Inquérito Policial”) e a legislação extravagante, é CORRETO afirmar que caso
um dos investigados seja preso preventivamente no curso das investigações, a Autoridade Policial terá, como
regra, o prazo de 10 dias após o cumprimento da ordem de prisão para finalizar o inquérito (item considerado
correto).
O Pacote Anticrime trouxe a possibilidade de o Juiz das Garantias prorrogar o inquérito policial na hipótese
de investigado preso – o que não era admitido pela doutrina majoritária.
Assim, o juiz das garantias poderá determinar a prorrogação do inquérito policial por até 15 dias, mediante
representação da autoridade policial, ouvido o Ministério Público, possibilitando a conclusão das
investigações.
Destaca-se, que após o escoamento do prazo de 25 dias (10 + 15 e prorrogação), se não houver conclusão
das investigações, a prisão será imediatamente relaxada.
Art. 3º, § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até
15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.
m) Unidirecional: Ao finalizar os autos do IP devem ser direcionados ao MP, pois ele é o titular da ação
penal. Enviar os autos do IP ao juiz, conforme preconiza o CPP, segundo a doutrina majoritária,
violaria o sistema acusatório e a imparcialidade do juízo.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
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DICA!
Para uma prova discursiva, deve ser abordada a crítica e a característica da unidirecionalidade, entretanto,
se for uma prova objetiva, marque que o IP é encaminhado ao juízo (juiz de garantias).
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCRJ 2022): O inquérito policial é atividade investigatória realizada por órgãos oficiais, não
podendo ficar a cargo do particular, ainda que a titularidade do exercício da ação penal pelo crime
investigado seja atribuída ao ofendido. Considerando-se as características do inquérito policial, é correto
afirmar que o texto anterior discorre sobre:
A) o procedimento escrito do inquérito policial.
B) a indisponibilidade do inquérito policial.
C) a oficiosidade do inquérito policial.
D) a oficialidade do inquérito policial.
E) a dispensabilidade do inquérito policial.
GABARITO: LETRA D.
GABARITO: LETRA E.
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a) De ofício pela autoridade policial, conforme art. 5º, I, CPP, por meio de notitia criminis, que se subdivide
em:
I. Notitia criminis de cognição imediata (ou espontânea): a autoridade policial toma conhecimento de
um fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras;
II. Notitia criminis de cognição mediata (ou provocada): a autoridade policial toma conhecimento de
uma infração penal através de um expediente escrito feito por terceiro;
III. Notitia criminis de cognição coercitiva: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do
fato delituoso por meio da apresentação do indivíduo preso em flagrante.
ATENÇÃO! Delatio criminis: É a comunicação da prática de crime à autoridade policial. Pode ser:
• Delatio criminis simples: É a comunicação, por qualquer do povo, à autoridade policial, sobre o
conhecimento da existência de infração penal (art. 5º, §3º, CPP);
• Delatio criminis postulatória: É a representação do ofendido ou seu representante legal,
manifestação pela qual a vítima ou seu representante legal autorizam o Estado a instaurar o
inquérito.
• Delação anônima/apócrifa (Notitia criminis inqualificada): O STF entendeu que não autoriza o início
do inquérito. Porém, o Poder Público, provocado por delação anônima (“disque-denúncia”), pode
adotar medidas informais destinadas a apurar, previamente, a possível ocorrência de eventual
situação de ilicitude penal. Se constatada a infração penal, pode iniciar o inquérito, não pela mera
delação apócrifa, mas pela investigação e constatação da prática de um crime.
STF: Considerando a vedação ao anonimato, NÃO é possível a instauração de IP com base unicamente
em denúncia anônima, dada a ausência de elementos idôneos sobre a existência de infração penal.
A jurisprudência do STF foi além da instauração de inquérito policial com base em notícia anônima:
Diante de uma notícia anônima, o Delegado de Polícia deve instaurar uma VPI (Verificação da
Procedência da Informação - art. 5, §3º, CPP), e, procedente a informação, instaurar o devido IP.
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Características da VPI:
1) Se procedente a informação deve o delegado de polícia instaurar o inquérito policial
imediatamente, desde que o crime seja de ação penal pública incondicionada;
2) A simplicidade, celeridade e a informalidade são inerentes à VPI, não devendo conter expressões
ou conteúdos do inquérito;
3) Basta uma ordem da autoridade policial para que algum policial (agente ou investigador) faça o
levantamento de vida pregressa do “noticiado anonimamente”, local do suposto crime e ao final da diligência
prévia confecciona um relatório policial opinando sobre o fato;
4) As peças constantes da VPI devem acompanhar o inquérito policial ou outro procedimento (TC).
CAIU EM PROVA:
(Delegado de Polícia Civil RN/2021) A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a existência de
um grupo que se destinava a praticar roubos a agências bancárias. Diante da notícia recebida, com base no
entendimento dos Tribunais Superiores, a autoridade policial:
A) terá discricionariedade para instauração ou não do inquérito policial;
B) não poderá adotar qualquer medida, por tratar-se de denúncia anônima;
C) deverá realizar diligências preliminares para averiguação, antes de instaurar o inquérito policial;
D) deverá instaurar imediatamente inquérito policial para apurar o fato;
E) poderá dispensar o inquérito policial e encaminhar as informações recebidas ao órgão ministerial para
o oferecimento imediato de denúncia.
GABARITO: LETRA C
DICA: Sobre o arquivamento direto da VPI pelo Delegado de Polícia, há certa divergência na doutrina no
sentido de que o delegado não poderia arquivar diretamente a VPI.
Nesse sentido, professor André Luiz Nicolitt (Nicolitt, André, 5ª ed. pág.190): “Ocorre que seja qual for o
nome que se dê, estaremos sempre diante de um procedimento investigatório e, por tal razão, submetido a
controle do Ministério Público, não podendo ser arquivado em sede policial”
O fundamento do professor Nicolitt encontra amparo no art. 28, CPP:
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
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Em sentido contrário Adriano Souza Costa e Henrique Hoffmann (Temas Avançados de Polícia Judiciária, 3ª
ed, pág. 87): “A VPI pode ser arquivada diretamente pela autoridade policial a quem cabe o controle,
fiscalização, apreciação e decisão da VPI, mediante despacho fundamentado, constatada a inocorrência de
fato delituoso”.
https://youtu.be/qNeFF0By_lU
b) Requisição do juiz ou MP, do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo nas ações privadas
e nas ações públicas subsidiárias: Conforme art. 5º, II, CPP.
Se crime de ação privada, o inquérito só pode ser iniciado se houver requerimento.
Recurso do despacho que indefere requerimento: recurso para o Chefe de Polícia (art. 5º, § 2º, CPP).
c) Representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo nas ações penais públicas
condicionadas: Nos crimes de ação pública condicionada o IP só pode ser iniciado se houver representação.
CAIU EM PROVA:
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Obs.: Se, além do crime contra a ordem tributária, houver delitos, subjacentes na investigação, nada obsta a
instauração do inquérito policial, ainda que seja crime contra a ordem tributária:
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(1) A condução coercitiva para fins de identificação datiloscópica em face de recusa imotivada do
indiciado NÃO constitui constrangimento ilegal.
(2) Súmula 522 STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica,
ainda que em situação de alegada autodefesa.
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(3) STF: não é possível a condução coercitiva por parte do investigado PARA INTERROGATÓRIO.
Contudo, a Suprema Corte nada disse sobre testemunhas.
O CPP, ao tratar sobre a condução coercitiva, prevê o seguinte:
O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi
recepcionada pela Constituição Federal.
Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo
ao interrogatório sobre os fatos.
STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em
13 e 14/6/2018 (Info 906).
Obs.1: Importante esclarecer que o julgado acima tratou apenas da condução coercitiva de investigados e
réus à presença da autoridade policial ou judicial para serem interrogados.
Assim, não foi analisada a condução de outras pessoas como testemunhas, ou mesmo de
investigados ou réus para atos diversos do interrogatório, como o reconhecimento de pessoas ou coisas. Isso
significa que, a princípio essas outras espécies de condução coercitiva continuam sendo permitidas.
Obs.2: Insta salientar que a nova Lei de Abuso de Autoridade (Lei 13.869/19), em seu art. 10, restou tipificado
o crime de abuso a autoridade que conduzir coercitivamente, tanto o investigado quanto a testemunha:
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado
manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pedido de novas diligências: Segundo art. 16, deve ser feito diretamente entre MP e delegado, salvo
nas hipóteses de necessidade de autorização judicial se precisar de autorização, a exemplo da interceptação
telefônica.
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CAIU EM PROVA:
GABARITO: LETRA B.
4. INDICIAMENTO
B) Conceito:
De acordo com o professor Francisco Sannini “é o ato formal, de atribuição exclusiva da autoridade
de Polícia Judiciária, que ao longo da investigação forma o seu livre convencimento no sentido de que há
indícios suficientes de que um suspeito tenha praticado determinado crime”.
• O Indiciamento deve ser, necessariamente, fundamentado em despacho;
• Deve ser apontado pelo delegado a autoria, materialidade e circunstâncias fáticas do fato criminoso.
C) Fundamento legal:
Por muito tempo não havia regramento acerca do ato de indiciamento no IP. Contudo, com o advento
da Lei 12.830/2013, trouxe a pormenorização da imputação formal do investigado. Essa lei é de leitura
obrigatória para o concurso.
O art. 2º, §6º, trouxe expressamente os pressupostos para indiciar alguém.
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No caso julgado pelo STF, o juiz determinou à autoridade policial que fizesse o indiciamento formal
de algumas pessoas. A 2ª Turma do STF concedeu habeas corpus para anular esse indiciamento, deixando
claro que não cabe ao juiz tomar essa providência.
Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o
indiciamento é ato inserto na esfera de atribuições da polícia judiciária. STJ. 5ª Turma. RHC 47.984-SP, Rel.
Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014 (Info 552)
Na doutrina, Prof. Guilherme Nucci: “(...) não cabe ao promotor ou ao juiz exigir, através de
requisição, que alguém seja indiciado pela autoridade policial, porque seria o mesmo que demandar à força
que o presidente do inquérito conclua ser aquele o autor do delito. Ora, querendo, pode o promotor
denunciar qualquer suspeito envolvido na investigação criminal (...)” (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual
de Processo Penal e execução penal. São Paulo: RT, 2006, p. 139).
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCMS 2021): Segundo entendimento jurisprudencial dominante, o magistrado pode requisitar
ao Delegado de Polícia o indiciamento de investigados, inexistindo, para tanto, violação ao sistema acusatório
(item considerado incorreto).
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Lei nº 8.625/93:
Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício
de sua função, além de outras previstas na Lei Orgânica:
II - não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único
deste artigo;
Parágrafo único. Quando no curso de investigação, houver indício da prática de
infração penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial,
civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os
respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar
prosseguimento à apuração.
https://jus.com.br/artigos/44741/o-indiciamento-de-juiz-e-de-promotor-realizado-pelo-
delegado-de-policiahttps://jus.com.br/artigos/44741/o-indiciamento-de-juiz-e-de-promotor-realizado-
pelo-delegado-de-policia
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E) Consequências do indiciamento
1) A primeira consequência é de ordem prática, visto que o nome do indiciado irá constar do banco de
dados da polícia na condição de indiciado. Significa que caso ele seja abordado e realizada alguma
consulta, o policial verificará que ele foi o alvo central de determinada investigação.
2) A segunda consequência é no aspecto jurídico, pois as medidas cautelares pessoais dependem da
prova da materialidade do crime e indícios mínimos de autoria, ou seja, dos mesmos elementos do
indiciamento, e naturalmente, pode ser objeto de cautelares aflitivas no curso do inquérito policial.
Indica ainda que provavelmente o indiciado será submetido à fase da persecução penal.
3) E, por fim, sob o prisma social o ato de indiciamento coloca uma marca na pessoa do indiciado, que
o desqualifica perante a sociedade, refletindo na vida profissional, familiar e social.
Obs.1: Caso o indiciado não seja condenado ou o IP seja arquivado, o ato de indiciamento deve ser cancelado,
com o escopo de assegurar a presunção de inocência e o princípio da dignidade da pessoa humana.
Obs.2: Na hipótese de surgirem novos elementos informativos que indiquem que outra pessoa foi a autora
do crime investigado, pode o delegado de polícia promover o desindiciamento?
Trata-se do ato de cassação ou revogação de anterior indiciamento. R.: Em que pese haver
divergência doutrinária, para as provas de delegado de polícia prevalece que sim. Os delegados de polícia
são agentes da Administração Pública e possuem o poder de autotutela, estampado na súmula 473 do STF,
de modo que podem rever seus atos quando eivados de vício.
Nesse sentido, o desindiciamento pode ser feito, não apenas pelo Delegado, mas também pelo Poder
Judiciário, uma vez verificada a ilegalidade daquele indiciamento.
Em outras palavras: O indiciamento é privativo do Delegado, mas o desindiciamento pode ser feito
pelo próprio Delegado, mas também poderá ser feito pelo Poder Judiciário se reconhecido constrangimento
ilegal no julgamento de um Habeas corpus.
F) Momento do indiciamento:
Via de regra, o momento adequado para o ato de indiciamento ocorre quando a autoridade policial
reúne os elementos de convicção, que indicam a autoria e materialidade do crime investigado.
Não há, na lei, um momento específico para indiciar. Assim, o indiciamento pode ser feito no início
do inquérito policial – nas hipóteses de flagrante delito, em que o indiciamento é automático, durante as
investigações ou, ainda, ao final, dentro do relatório expedido pelo delegado de polícia.
Parte da doutrina (professor Leonardo Marcondes) entende que o ato de indiciamento não deveria
ser ao final, devendo ocorrer no instante imediatamente anterior ao interrogatório.
Já outra corrente, defendida por Aury Lopes Jr, afirma que o ato de indiciamento deve ocorrer logo
após o ato de interrogatório. Isso porque o ato de indiciamento tem um efeito negativo e não pode ser um
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ato de surpresa de tal condição, que, caso feito ao final do inquérito policial, nada poderia fazer o indiciado
acerca do apontamento formal.
Independentemente do momento de indiciamento, o certo é que ele NÃO pode ser realizado após o
oferecimento da denúncia, sob pena de configurar abuso de autoridade e constrangimento ilegal.
H) Espécies de indiciamento
1) Indiciamento material: é um ato decisório do delegado de polícia, onde ele expõe um substrato fáticos e
jurídicos que justificam a imputação do crime ao investigado. Ou seja, nada mais é do que a fundamentação
do ato do indiciamento. É a análise técnica-jurídica.
2) Indiciamento formal: é constituído por peças essenciais para formar a convicção da autoridade para o
indiciamento material. Peças como: 1) boletim de vida pregressa; b) auto de qualificação e interrogatório.
3) Indiciamento coercitivo: é aquele decorrente do APF, uma vez que os pressupostos do indiciamento são
quase os mesmos da lavratura do auto de prisão em flagrante. Quem é preso em flagrante, inevitavelmente
está indiciado. Pois, diante do flagrante, temos a prova da materialidade do crime, indícios de autoria e
circunstâncias fáticas. Nesse momento não realizamos um juízo de certeza e sim de mera probabilidade.
DICA: delegado de polícia trabalha com indícios e não com provas, pois quem trabalha com prova
é juiz e MP.
4) Indiciamento indireto: é aquele realizado quando o investigado não é encontrado, estando em local
incerto e não sabido.
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Logo, se a decisão sobre o ato de indiciamento não pode ser tomada de forma direta pelo delegado
de polícia, dependendo de manifestação do judiciário, obviamente estamos diante de um ato complexo, em
analogia com a classificação em relação aos atos administrativos.
Ainda com base nos ensinamentos dos administrativistas, o efeito preliminar do ato administrativo (efeito
indireto) é que a representação pelo indiciamento de alguém com foro por prerrogativa de função faz surgir
o dever da autoridade judicial se manifestar para que o ato se aperfeiçoe.
A representação constitui uma exposição dos fatos, seguida de uma sugestão jurídica fundamentada.
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada.
Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser
indiciadas: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do
Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 41, parágrafo único,
da Lei nº 8.625/93). Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o
indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa de função. No entanto,
para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização do
Tribunal competente para julgar esta autoridade. Ex: em um inquérito criminal que
tramita no STJ para apurar crime praticado por Governador de Estado, o Delegado
de Polícia constata que já existem elementos suficientes para realizar o
indiciamento do investigado. Diante disso, a autoridade policial deverá requerer ao
Ministro Relator do inquérito no STJ autorização para realizar o indiciamento do
referido Governador. Chamo atenção para o fato de que não é o Ministro Relator
quem irá fazer o indiciamento. Este ato é privativo da autoridade policial. O
Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. STF.
Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
18/04/2016 (Info 825).
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julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a
ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018.
STF adotou uma interpretação restritiva do foro de prerrogativa de função previsto na CF para os
parlamentares federais. O foro foi idealizado como instrumento destinado a garantir o livre exercício de
certas funções públicas e não para acobertar pessoas ocupantes do cargo. Estendê-lo aos crimes cometidos
antes da diplomação ou sem contexto funcional desnatura o instituto, transformando-o em instrumento
de privilégio pessoal, ferindo o princípio da igualdade. normas que estabelecem restrições ao princípio da
igualdade devem ser interpretadas restritivamente.
O STF fez uma redução teleológica – uma interpretação teleológica restritiva do art. 102, I, b e c da
CF c/c art. 53, §1º.
Antes, diante da interpretação literal do foro, o STF entendia que toda a investigação de autoridade
com foro no STF deveria ser supervisionada pelo Ministro-relator, exigindo desde a autorização prévia para
a instaurar e autorização para promover o indiciamento.
Agora, diante da redução teleológica, só subsistirá a supervisão judicial do Ministro se o crime for
depois da diplomação e com nexo funcional. Tratando-se de infração penal praticada antes da diplomação,
ou durante o mandato, mas despida de nexo funcional, o STF não intervirá em nada, sendo a condução das
investigações livre pela Polícia Civil ou Federal, sem necessidade de autorização para instauração, autorização
para indiciar, etc.
tem relação com as funções desempenhadas. • Medidas cautelares são deferidas pelo
Ex: homicídio culposo no trânsito. juízo de 1ª instância (ex: quebra de sigilo)
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QUESTÕES PROPOSTAS
1 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - impossibilidade de o fazer, além da nomeação das
Delegado de Polícia Substituto testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
Acerca dos prazos para encerramento de inquéritos policiais,
considerando o disposto no Título II do CPP (“Do Inquérito 3 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG -
Policial”) e a legislação extravagante, é CORRETO afirmar: Delegado de Polícia Substituto
Acerca da possibilidade de obtenção de dados e informações
A-A extensão injustificada da investigação por parte da cadastrais da vítima ou de suspeitos junto aos órgãos do
Autoridade Policial, que procrastina em prejuízo do poder público ou a empresas da iniciativa privada, no curso
investigado, não configura crime de abuso de autoridade. das investigações, é INCORRETO afirmar:
B-Caso o prazo para encerramento do inquérito seja
superado, quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado A-Em investigações relacionadas a organizações criminosas, a
estiver solto, a Autoridade Policial poderá requerer ao Autoridade Policial terá acesso, independentemente de
magistrado a devolução dos autos, para ulteriores diligências, autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do
que serão realizadas no prazo máximo de 10 dias. investigado que informem, exclusivamente, a qualificação
C-Caso um dos investigados seja preso preventivamente no pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça
curso das investigações, a Autoridade Policial terá, como Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras,
regra, o prazo de 10 dias após o cumprimento da ordem de provedores de internet e administradoras de cartão de
prisão para finalizar o inquérito. crédito.
D-Investigações de crimes de tráfico de drogas devem ser B-Em investigações relacionadas a organizações criminosas,
encerradas no prazo máximo de 30 dias, quando o as empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5
investigado estiver solto. (cinco) anos, acesso direto e permanente do delegado de
polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
2 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - C-Nos termos do art. 13-A do CPP, no curso da investigação
Delegado de Polícia Substituto de crime de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006),
Considerando as hipóteses de requerimento do ofendido o delegado de polícia poderá diretamente requisitar, de
para a abertura de inquérito policial em crimes de ação quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da
pública, é CORRETO afirmar: iniciativa privada, dados e informações cadastrais de
suspeitos.
A-Na dicção expressa do art. 5º, §2º, do CPP, do despacho que D-Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes
indeferir o requerimento de abertura de inquérito, caberá relacionados ao tráfico de pessoas, o delegado de polícia
recurso para o delegado regional; caso tal recurso seja poderá requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
indeferido, caberá novo recurso para o chefe de Polícia. prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática,
B-No caso de morte do ofendido, têm qualidade para que disponibilizem, imediatamente, os meios técnicos
representá-lo para o fim de requerer a abertura de inquérito adequados – como sinais, informações e outros – que
policial seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
C-O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de em curso.
representação, poderá sem ela ser iniciado.
D-O requerimento do ofendido para a abertura de inquérito 4 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG -
policial em crimes de ação pública deverá conter, sob pena de Delegado de Polícia Substituto
indeferimento, a narração do fato, com todas as Sobre o inquérito policial, é CORRETO afirmar:
circunstâncias, bem como a individualização do indiciado ou
seus sinais característicos e as razões de convicção ou de A-Não caberá qualquer recurso em face do despacho da
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de autoridade policial que indeferir a abertura de inquérito
policial.
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B-O acesso do advogado independe de procuração do C-O processo penal terá estrutura mista, sendo inquisitivo na
investigado, mesmo que os autos do inquérito policial fase de inquérito policial e acusatório na etapa seguinte,
estejam conclusos à autoridade policial. vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a
C-O inquérito policial pode ser instaurado de ofício pela substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
autoridade policial ou por requisição do Ministério Público, D-Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá,
em casos de crime de ação penal pública condicionada à mediante representação da autoridade policial e ouvido o
representação, desde que haja repercussão social do fato. Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do
D-O representante do Ministério Público, com atuação na inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim
área de investigação criminal, pode avocar a presidência do a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
inquérito policial, em sede de controle difuso da atividade relaxada.
policial. E-A competência do juiz das garantias abrange todas as
infrações penais, inclusive as de menor potencial ofensivo, e
5 - 2021 - FAPEC - PC-MS - FAPEC - 2021 - PC-MS - Delegado cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do
de Polícia art. 399 deste Código.
Em relação aos sistemas processuais penais e o processo
penal na dimensão dos direitos fundamentais, assinale a 7 - 2021 - FAPEC - PC-MS - FAPEC - 2021 - PC-MS - Delegado
alternativa correta. de Polícia
Considerando a legislação processual penal, assinale a
A-Entende-se por garantismo negativo a proibição de alternativa INCORRETA.
proteção insuficiente.
B-Segundo entendimento pacífico em sede doutrinária, o A-Nos casos em que servidores vinculados às instituições
sistema acusatório foi adotado pelo Código de Processo Penal dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como
(Decreto-Lei nº 3.689/41) desde o seu nascedouro. investigados em inquérito policial, cujo objeto for a
C-O princípio acusatório ou da separação entre juiz e investigação de fatos relacionados ao uso de força letal
acusação está entre os axiomas de Luigi Ferrajoli. praticado no exercício profissional, de forma consumada ou
D-Segundo entendimento jurisprudencial dominante, o tentada, o investigado deverá ser citado da instauração do
magistrado pode requisitar ao Delegado de Polícia o procedimento investigatório, podendo constituir defensor no
indiciamento de investigados, inexistindo, para tanto, prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do
violação ao sistema acusatório. recebimento da citação.
E-Atualmente, é possível que o juiz, de ofício, converta a B-Instaurado inquérito policial para apurar o crime de tráfico
prisão em flagrante em prisão preventiva, não se podendo de drogas, as investigações deverão ser concluídas no prazo
falar em ultraje ao sistema acusatório, porquanto, no de 30 (trinta) dias, caso o investigado esteja preso, ou no
processo penal, os magistrados gozam de poderes prazo de 90 (noventa) dias, quando solto. Ambos os prazos
instrutórios. poderão ser duplicados mediante pedido justificado.
C-Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes
6 - 2021 - FAPEC - PC-MS - FAPEC - 2021 - PC-MS - Delegado previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158, e no
de Polícia art. 159 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
Sobre as disposições preliminares previstas no Código de (Código Penal), e no art. 239 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
Processo Penal, assinale a alternativa correta. de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do
Ministério Público ou o Delegado de Polícia poderão
A-A lei processual penal não admitirá interpretação extensiva requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
e aplicação analógica, em observância ao princípio da reserva prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática
legal. que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
B-A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, admitindo- adequados – como sinais, informações e outros – que
se, como regra, a sua retroatividade em benefício do réu. permitam a localização da vítima ou dos suspeitos dos delitos
em curso. Não havendo manifestação judicial no prazo de 12
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(doze) horas, a autoridade competente requisitará às que pese os elementos de informação colhidos
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou demonstrassem de maneira clara que o investigado agiu em
telemática que disponibilizem imediatamente os meios legítima defesa. Visando combater tal decisão e buscar o
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – “trancamento” do inquérito policial, o advogado de Napoleão
que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do poderá:
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.
D-Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do A-interpor recurso para o chefe de polícia;
Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, B-impetrar habeas corpus, sendo competente para
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a julgamento um juiz de 1º grau;
autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de C-impetrar habeas corpus, sendo competente para
convicção. julgamento o Tribunal de Justiça respectivo;
E-Incumbe à autoridade policial fornecer às autoridades D-interpor recurso em sentido estrito, sendo competente
judiciárias as informações necessárias à instrução e para julgamento um juiz de 1º grau;
julgamento dos processos. E-impetrar habeas corpus para análise pelo chefe de polícia.
8 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - 10 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de
Delegado de Polícia Polícia Civil Substituto
A partir de uma notitia criminis, a autoridade policial da No curso de investigação criminal para apurar a prática de
Delegacia de Goioerê/PR instaurou inquérito policial (IP) em crime sexual por parte de Adonis, a autoridade policial notou
desfavor de L.R. pela prática do crime previsto no art. 171, que o investigado apresentava sinais de insanidade mental.
§2º, inciso III, do Código Penal (defraudação de penhor). Após Nesse sentido, havendo dúvida sobre a integridade mental de
várias diligências, a autoridade entendeu que o fato é atípico. Adonis, a instauração de incidente de insanidade mental:
Nesse caso, a autoridade policial deverá:
A-não poderá ser determinada na fase de inquérito, pois
A-elaborar o relatório e encaminhar o IP à Corregedoria para incabível nesse momento;
o arquivamento. B-poderá ser determinada na fase de inquérito diretamente
B-elaborar o relatório e encaminhar o IP a juízo. pelo delegado de polícia, de ofício;
C- encaminhar o IP ao Ministério Público para o C-poderá ser determinada na fase de inquérito pelo juiz,
arquivamento. mediante representação do delegado de polícia;
D-arquivar o IP e comunicar o arquivamento ao Distribuidor D-poderá ser determinada na fase de inquérito diretamente
Criminal. pelo delegado de polícia, mediante requerimento da parte;
E-arquivar o IP e comunicar o arquivamento à Corregedoria E-poderá ser determinada na fase de inquérito pelo juiz, de
da Polícia Civil. ofício ou a requerimento da parte ou representação do
delegado de polícia, devendo a autoridade policial nomear
9 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de curador ao investigado.
Polícia Civil Substituto
No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou
Napoleão pela prática do crime de homicídio qualificado, em
Respostas5
5
1: C 2: B 3: C 4: B 5: C 6: D 7: C 8: B 9: B 10: C
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META 3
4.1 Constituição de Defensor quando o investigado for integrante da segurança pública ou militar – Art.
14-A do CPP.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado
da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no
prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.
§3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do §2º deste artigo,
a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela
não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à
respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá
disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos
relacionados à defesa administrativa do investigado.
§4º A indicação do profissional a que se refere o §3º deste artigo deverá ser
precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área
territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em
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que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da
Administração.
A lei 13.964/19 incorporou no Código de Processo Penal uma sistemática que já era prevista no
âmbito da União, que era a possibilidade da AGU realizar a defesa judicial de agentes públicos (MP872,
transformada na lei ordinária 13.841/19).
Com a nova sistemática, a Autoridade Policial ao identificar que o suspeito é agente de segurança
pública ou militar e os fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, deverá
citar o investigado (leia-se: intimar), para que o investigado constitua defensor em até 48h.
Esgotado o prazo e não nomeado o defensor pelo investigado, a Autoridade Policial deverá intimar
a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo
de 48h, indique defensor para a representação do investigado.
Inicialmente, foram vetados os §§3º a 5º, no entanto, recentemente, o Congresso Nacional procedeu
à derrubada do veto, de modo que tais parágrafos voltaram a produzir efeitos!
Assim, operando-se o decurso do prazo de 48h a contar do recebimento da notificação, essa
atribuição recairá, preferencialmente, sobre a Defensoria Pública (CPP, art. 14-A, §3º). Na eventualidade de
não haver Defensor Público na área territorial onde tramita o procedimento investigatório e com atribuição
para nele atuar, deverá ser lavrada uma manifestação nesse sentido, quando, então, será possível a
indicação de um profissional da advocacia que não integra os quadros próprios da Administração para
acompanhar e realizar todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado (CPP, art. 14-A, §4º).
Nesse caso, os custos com o patrocínio dos interesses dos investigados correrão por conta do orçamento
próprio da instituição a que o servidor estivesse vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados
(CPP, art. 14-A, §5º).
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Investigado: Caso o
Investigado
Agente de investigado
não nemeia
não nomeie
Segurança defensor no
defensor no
ou militar prazo
prazo de 48H
Cita-se Intima-se a
(intimação) o instituição
Fato: uso letal
investigado
da força no para que
para
execício da nomeie
constituir
função defensor no
defensor em
48H prazo de 48H
a) Conceito: O arquivamento do inquérito policial é uma decisão judicial, muito embora ainda não haja um
processo judicial em curso. Ele depende de pedido de promoção de arquivamento feito pelo MP, que será
apreciado pelo juiz (Renato Brasileiro) - regulamento anterior ao Pacote Anticrime.
b) Natureza jurídica: Em verdade, o arquivamento é um ato subjetivamente complexo, que envolve prévio
requerimento formulado pelo órgão do Ministério Público e posterior decisão da autoridade judiciária.
Quando o juiz homologa a promoção de arquivamento se incorpora a natureza de decisão judicial do
arquivamento do inquérito policial.
Contudo, o professor André Luiz Nicolitt, diz ser um ato administrativo, porquanto embora seja uma
decisão do juízo, ele não está na função tipicamente jurisdicional e sim administrativa (Nicolitt, André, 5ª ed.
Pág 205). Utilizam, ainda, a Súmula 524 do STF que faz referência a “despacho”.
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c) Hipóteses: Como o CPP não trata as hipóteses de arquivamento, se aplica, por analogia, o tratamento da
rejeição da denúncia/queixa a absolvição sumária (art. 395 e 397, CPP):
Obs: Na dúvida, de acordo com a doutrina majoritária, o promotor deve denunciar (in dubio pro societate).
Mas o juiz, na dúvida, na hora da sentença, quanto às descriminantes ou exculpantes, deve absolver (in dubio
pro reo).
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Com a Lei 13.964/19, fica esvaziada a discussão sobre a coisa julgada na decisão de arquivamento, que passa
a ser, ao final, do órgão de revisão ministerial. Portanto, poderá o mesmo órgão, decidir sobre o seu
desarquivamento, não mais cabendo ao juiz.
A nova sistemática do arquivamento do inquérito policial foi suspensa por decisão do STF, sendo assim,
vamos manter os comentários da sistemática atual e faremos as anotações pertinentes à mudança, caso ela
passe a vigorar em algum momento.
A coisa julgada ocorre quando estamos diante de uma decisão judicial que não comporta mais
recurso, tornando-se imutável.
∘ Coisa julgada formal: é a imutabilidade da decisão no processo em que foi proferida. Neste processo
não poderá ser modificada, mas em outro sim.
∘ Coisa julgada material: pressupõe a formal, é a imutabilidade da decisão fora do processo no qual
aquela foi proferida.
A depender do fundamento utilizado na promoção de arquivamento irá ocorrer coisa julgada formal
ou coisa julgada formal e material.
A seguir reproduzimos o quadro sobre as hipóteses de coisa julgada no arquivamento do IP:
Fundamento do arquivamento Espécie de coisa julgada
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Alguns doutrinadores entendem que não haveria a produção de coisa julgada formal ou material.
No entanto, prevalece nos Tribunais que a decisão dada por juízo absolutamente incompetente não
é inexistente, mas, no máximo, nula. Caso a nulidade não tenha sido proclamada no momento oportuno, a
decisão terá o condão de produzir seus efeitos válidos.
Antes da reforma (L.13964/19), a decisão que deferia o arquivamento NÃO cabia recurso.
Exceções:
a) Crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública: Existe previsão de reexame
necessário (duplo grau obrigatório) - Art. 7º da lei 1521/51.
LCCEP - Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados
em processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou
quando determinarem o ARQUIVAMENTO dos autos do respectivo inquérito
policial.
Não se aplica ao tráfico de drogas, mesmo sendo um crime contra a saúde, em razão da
especialidade.
A nosso ver o dispositivo foi tacitamente revogado, visto que a decisão final sobre o arquivamento
é do órgão ministerial de revisão, não mais cabendo ao juiz.
b) Contravenções do jogo do bicho e corrida de cavalos fora do hipódromo: Cabe RESE. LCP
(1508/51) art. 6º§único.
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lei, a representação, depois do registro pelo distribuidor do juízo, será por este
enviada, incontinenti, ao Promotor Público, para os fins legais. Parágrafo único. Se
a representação for ARQUIVADA, poderá o seu autor interpor recurso no sentido
estrito.
O dispositivo deve ser interpretado na forma do Art. 28, §1º do CPP, devendo o recurso ser
encaminhado ao órgão ministerial de revisão.
Lei n. 8.625/93, art. 12: “O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por todos
os Procuradores de Justiça, competindo-lhe: (…) XI - rever, mediante requerimento
de legítimo interessado, nos termos da Lei Orgânica, decisão de arquivamento de
inquérito policial ou peças de informações determinada pelo Procurador-Geral de
Justiça, nos casos de sua atribuição originária”.
Com a reforma (L.13964/19) a atribuição para a revisão sobre o arquivamento passa a ser do órgão
ministerial de revisão (Art.28 do CPP).
Com a lei 13964/19, além das hipóteses de recursos que foram mantidas, a vítima ou seu representante legal
poderão recorrer, no prazo de 30 dias do recebimento da comunicação, submetendo a matéria ao órgão de
revisão ministerial.
Dispõe a Súmula 542 do STF que “arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento
do Promotor de Justiça, NÃO pode a ação penal ser iniciada sem novas provas”.
Diante disso, a doutrina majoritária entende que, enquanto para a propositura de ação penal é
necessária a existência de provas novas, para o desarquivamento basta à expectativa de vir a obtê-la, ou
seja, notícia de prova nova.
Segundo o STJ o desarquivamento só é admitido, verificado 3 requisitos acerca das provas:
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Ocorre por pedido expresso do querelante, que será considerado renúncia e acarretará a extinção
da punibilidade, ou com o transcurso do prazo decadencial de 6 meses para exercício do direito de queixa
(art. 38, CPP).
Situação na qual o promotor deixa de incluir na denúncia algum fato investigado (arquivamento
implícito objetivo) ou algum dos indiciados (arquivamento implícito subjetivo), sem justificação ou expressa
manifestação deste procedimento. Em caso de omissão do MP, antes de receber a denúncia, o juiz deve
solicitar a manifestação do MP. Se persistir a omissão, deverá aplicar o art. 28 CPP.
ATENÇÃO: A jurisprudência NÃO admite o arquivamento implícito, porque a simples omissão não implica
arquivamento e o pedido de arquivamento deve ser fundamentado.
Uma grande questão é saber como deverá atuar o juiz em caso de omissão do Ministério Público,
tendo em vista que o juiz não mais exerce o controle sobre o princípio da obrigatoriedade da ação penal
pública e a sistemática do antigo art. 28 foi substituída pelo controle realizado pelo órgão ministerial de
revisão. Diante das mudanças, acreditamos que não mais há que se falar em arquivamento implícito no
processo penal (que já não era aceito pelos Tribunais Superiores, de qualquer forma).
Ocorre quando o magistrado não concorda com o pedido de declinação de atribuição formulado
pelo órgão ministerial. O juiz recebe a manifestação como se fosse um pedido de arquivamento e aplica, por
analogia, o art. 28 do CPP, leia-se, homologa ou não e, caso não homologue, remete os autos PGJ.
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Essa sistemática permanece vigente mesmo com a L.13964/19. Isso porque o Art. 28 do CPP,
alterado pela referida lei, permanece com sua eficácia suspensa em decisão do STF na ADI 6298.
Caso o STF julgue o mérito e a norma volte a produzir efeitos, não fará mais sentido falarmos em
arquivamento indireto, visto que a providência de arquivamento passará a ser realizada exclusivamente
no âmbito do Ministério Público, não mais o juiz exercendo qualquer tipo de controle.
Prevalece na doutrina que o arquivamento NÃO se submete à coisa julgada material, e ao surgirem
novas provas, o MP pode oferecer denúncia, desde que não tenha sido extinta a punibilidade por alguma das
hipóteses do art. 107, CP.
ATENÇÃO! Excepcionalmente, o arquivamento será definitivo, quando motivado, por exemplo, pela
prescrição ou, conforme já entendeu o STF, pela certeza da atipicidade do fato. Ressalta-se a divergência
entre os Tribunais acerca da coisa julgada no tocante ao reconhecimento da excludente de ilicitude. Para o
STJ faz sim coisa julgada material, não podendo ser revista.
Com a reforma (Lei 13964/19) e o reforço argumentativo no sentido de que a decisão possui
natureza administrativa, nos parece que a posição da doutrina permanece atual. Ou seja, se antes já não
fazia coisa julgada material, muito menos fará agora.
6. DESARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO
O inquérito só pode ser desarquivado se a autoridade policial tiver obtido provas novas.
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Por outro lado, para o Ministério Público dar início a uma nova ação penal, não basta haver notícias
de provas novas, é necessário que existam efetivamente PROVAS NOVAS.
A descoberta de provas novas funciona como condição de procedibilidade para o exercício da ação
penal. As provas novas podem ser:
• Provas substancial ou materialmente novas: são provas inéditas e admitidas para destrancar o IP;
• Formalmente novas: já são conhecidas e utilizadas, mas ganham nova versão. Não subsidiam o
destrancamento do IP.
Entendimentos jurisprudenciais:
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCPB 2022): Em regra, é possível desarquivar o inquérito policial quando fundamentado na
A) atipicidade do fato.
B) falta de justa causa para a ação penal.
C) decadência do direito de representação do ofendido.
D) comprovação de coação moral irresistível.
E) menoridade do autor do fato.
GABARITO: LETRA B.
CF, art. 5º, LXVIII: “conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder”.
Súmula 693 STF: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada”.
Por fim, a competência para o julgamento de eventual habeas corpus será: (Questão prova oral do
Estado do Amapá, 2017):
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• Inquérito instaurado pelo Delegado de Polícia (autoridade coatora): juiz de primeira instância.
• Inquérito instaurado por requisição do Ministério Público (autoridade coatora): Tribunal competente
para irá julgar originariamente.
CAIU EM PROVA:
(Delegado de Polícia Civil do RN/2021) No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Napoleão
pela prática do crime de homicídio qualificado, em que pese os elementos de informação colhidos
demonstrassem de maneira clara que o investigado agiu em legítima defesa. Visando combater tal decisão e
buscar o “trancamento” do inquérito policial, o advogado de Napoleão poderá:
A) interpor recurso para o chefe de polícia;
B) impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;
C) impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento o Tribunal de Justiça respectivo;
D) interpor recurso em sentido estrito, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;
E) impetrar habeas corpus para análise pelo chefe de polícia.
GABARITO: LETRA B
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ANTES DO PACOTE ANTICRIME (ESSA SISTEMÁTICA AINDA ESTÁ EM VIGOR, DEVIDO À EFICÁCIA
SUSPENSA DA NOVA REDAÇÃO DO ART. 28):
Como funcionava?
• Ministério Público promove o arquivamento → Se o Juiz concordar, ele HOMOLOGA a decisão de
arquivamento.
• Ministério Público promove o arquivamento → Se o juiz não concordar, ele encaminha para o
Procurador Geral.
Nessa última hipótese, existe divergência doutrinária se a designação do Procurador Geral vincula o
novo promotor. Em outras palavras: o promotor designado é obrigado a oferecer denúncia?
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Agora, passa a ser uma decisão de natureza administrativa e que não se submete ao crivo judicial,
em respeito ao sistema acusatório, pois o arquivamento passa a ser realizado apenas no âmbito do MP.
Seguimos.
As mudanças trazidas pela L.13964/19 vão ao encontro do que a doutrina já clamava, em respeito ao
princípio acusatório9.
6
(Jardim, 2000, pp. 166-167)
7
(Filho, pp. 400-401)
8
(Nucci, 2019)
9
(Prado, 1999, p. 153)
140
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A primeira observação importante, é que a lei conferiu apenas à vítima a possibilidade de provocar
a instância ministerial de revisão, deixando de fora o investigado e a Autoridade Policial.
Outro ponto é que a lei não mais trata da hipótese em que o juiz discordar do requerimento de
arquivamento, pelo simples fato de que não cabe ao Juiz de Garantias discordar ou não da opinião do
membro do Ministério Público. A decisão de arquivamento fica adstrita ao âmbito do Ministério Público,
isto é, uma providência meramente administrativa, em observância ao sistema acusatório (Art.129, I, da
CRFB e Art. 3º-A do CPP).
Assim, a L. 13964/19 suprimiu o controle judicial sobre o arquivamento da investigação preliminar,
sobre o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública e fortaleceu a atuação da vítima. O inquérito será
remetido para homologação ao órgão de revisão no próprio MP e a vítima poderá se manifestar se discordar
do arquivamento.
Conclusão:
▪ Antes do PAC – Promoção de arquivamento pelo MP + Homologação pelo Juiz.
▪ Após o PAC – ORDEM de arquivamento pelo MP + Homologação pela Instância de Revisão Ministerial.
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Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela
Conceito: Cuida-se, o relatório, de peça elaborada pela autoridade policial (Delegado de Polícia), de
conteúdo eminentemente descritivo, onde deve ser feito um esboço das principais diligências realizadas na
investigação criminal.
A produção do relatório policial NÃO é condição sine qua non para o oferecimento da denúncia. Se
nem mesmo o IP é indispensável para o oferecimento da ação penal, imagina o relatório. Contudo, trata-se
de um dever legal do Delegado, sob pena de ser responsabilizado disciplinarmente.
Ocorre que esse raciocínio é ultrapassado. Sempre se disse que delegado de polícia faz apenas juízo
de tipicidade. Contudo, o direito penal adota o conceito analítico de crime. Crime é fato típico, ilícito e
culpável. Portanto, para que haja adequação típica em sentido lato é necessário que todos os elementos do
fato estejam presentes.
Nessa linha, vejamos o dispositivo legal:
Lei 11.343/06 - Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a
autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I -
relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a
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Para onde o delegado de polícia deve enviar o relatório? O CPP prevê que o relatório deve ser
enviado ao juiz competente.
Tribunais Superiores: Asseveram a constitucionalidade do dispositivo, uma vez que o
encaminhamento ao juiz é meramente administrativo. O magistrado redireciona automaticamente os autos
ao MP. Isso, portanto, não tem o condão de comprometer o sistema acusatório do processo.
Doutrina majoritária: Doutrina garantista sustenta que o envio do relatório final realizado pelo
delegado ao juiz ofende o sistema acusatório. O certo seria encaminhá-lo diretamente ao MP, por ser ele o
destinatário final do inquérito policial
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCPR 2021): A partir de uma notitia criminis, a autoridade policial da Delegacia de Goioerê/PR
instaurou inquérito policial (IP) em desfavor de L.R. pela prática do crime previsto no art. 171, §2º, inciso III,
do Código Penal (defraudação de penhor). Após várias diligências, a autoridade entendeu que o fato é atípico.
Nesse caso, a autoridade policial deverá elaborar o relatório e encaminhar o IP a juízo (item considerado
correto).
Embora se fale, ordinariamente, que o STF tem decisão no sentido de não admitir a tramitação direta
do inquérito policial com investigado solto entre a Polícia e o Ministério Público, na verdade a decisão do STF
não foi no sentido de INADMITIR A TRAMITAÇÃO DIRETA, mas sim declarar o artigo da Lei Estadual (do MP/RJ)
inconstitucional por contrariar previsão expressa em lei federal a qual dispõe acerca do envio direto dos
autos ao juiz (CPP). Tanto é que o STJ já declarou a resolução/portaria do MPF, que prevê a tramitação direta,
constitucional.
Ressalta-se, ainda, que há ação no STF que tramita com reconhecimento de repercussão geral (está
atualmente concluso ao relator RE 660.814) acerca de ato de provimento da Corregedoria-Geral de justiça.
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O STJ, por sua vez, tem precedente no sentido de admitir a tramitação direta entre a Polícia Federal
e o MPF, por atender à garantia da razoável duração do processo, economia processual e eficiência, sem
afastar a cláusula de reserva de jurisdição.
Portaria baixada com fulcro na Res. 63/09 do CJF estabelecendo a tramitação direta do IPL entre
delegacia e MPF é legal:
• Atende a duração razoável do processo e aos postulados da economia processual e eficiência.
• É ciente que a Res. 63/09 do CJF é contestada no STF desde 2009 via ADI 4305.
• É ciente que – em 2014 – o STF via ADI 2886 declarou inconstitucional Lei do RJ que estabelecia a
tramitação direta. Mas, como o julgamento perdurou por muitos anos, iniciando em 2005, houve
mudança de composição da Corte de 3 dos 4 Ministros que foram votos vencidos, panorama que
pode alterar decisões futuras sobre o mesmo tema e impede de afirmar como certa a possível
declaração da inconstitucionalidade da Resolução do CJF objeto da ADI 4.305.
Inf. 574: Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que, fundada na Res. CJF n.
63/2009, estabelece a tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia Federal
e o Ministério Público Federal. De fato, o inquérito policial “qualifica-se como
procedimento administrativo, de caráter pré-processual, ordinariamente
vocacionado a subsidiar, nos casos de infrações perseguíveis mediante ação penal
de iniciativa pública, a atuação persecutória do Ministério Público, que é o
verdadeiro destinatário dos elementos que compõem a ‘informatio delicti’” (STF,
HC 89.837-DF, Segunda Turma, DJe 20/11/2009). Nesse desiderato, a tramitação
direta de inquéritos entre a Polícia Judiciária e o órgão de persecução criminal
traduz expediente que, longe de violar preceitos constitucionais, atende à garantia
da duração razoável do processo – pois lhe assegura célere tramitação –, bem como
aos postulados da economia processual e da eficiência. Ressalte-se que tal
constatação não afasta a necessidade de observância, no bojo de feitos
investigativos, da chamada cláusula de reserva de jurisdição, qual seja, a
necessidade de prévio pronunciamento judicial quando for necessária a adoção de
medidas que possam irradiar efeitos sobre as garantias individuais. Ademais, não
se pode alegar que haveria violação do princípio do contraditório e do princípio da
ampla defesa ao se impedir o acesso dos autos de inquérito pelos advogados, o que
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INQUÉRITO 4781: No dia 14/03/2019, o então Presidente do STF Dias Toffoli, por intermédio da Portaria GP
69/2019, instaurou inquérito para apurar fakes news, ofensas e ameaças contra os Ministros da Corte. Foi
designado o Ministro Alexandre de Moraes para conduzir o inquérito.
Confira a íntegra da Portaria:
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É constitucional o Inquérito instaurado para investigar “fake news” e ameaças
contra o STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2d290e496d16c9dcaa9b4ded5cac10cc>. Acesso em:
06/09/2020
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STF. Plenário. ADPF 572 MC/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17 e
18/6/2020 (Info 982).
Condicionantes: O STF, contudo, afirmou que o referido inquérito, para ser constitucional, deve cumprir as
seguintes condicionantes:
a. O procedimento deve ser acompanhado pelo Ministério Público;
b. Deve ser integralmente observado o Enunciado 14 da Súmula Vinculante:
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c. O objeto do inquérito deve se limitar a investigar manifestações que acarretem risco efetivo à
independência do Poder Judiciário (art. 2º da CF/88). Isso pode ocorrer por meio de ameaças aos
membros do STF e a seus familiares ou por atos que atentem contra os Poderes instituídos, contra o
Estado de Direito e contra a democracia; e, por fim,
d. A investigação deve respeitar a proteção da liberdade de expressão e de imprensa, excluindo do escopo
do inquérito matérias jornalísticas e postagens, compartilhamentos ou outras manifestações (inclusive
pessoais) na internet, feitas anonimamente ou não, desde que não integrem esquemas de
financiamento e divulgação em massa nas redes sociais.
Foi editada a Lei nº 9.882/99 para regulamentar a ADPF. Trata-se de um instrumento de controle
concentrado de constitucionalidade. A competência para julgar a ADPF de que trata o art. 102, § 1º da CF/88
é do STF. As hipóteses de cabimento da ADPF estão previstas no art. 1º da Lei nº 9.882/99:
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d. LEGITIMIDADE ATIVA - Podem propor a ADPF os mesmos legitimados que podem ajuizar ADI e ADC. Nesse
sentido é o art. 2º, I, da Lei nº 9.882/99:
E quais são os chamados “preceitos fundamentais”? Não existe um dispositivo da Constituição ou uma lei
que defina quais seriam esses preceitos fundamentais. Diante disso, entende-se que cabe ao STF, no caso
concreto, dizer se aquele dispositivo invocado pelo autor pode ou não ser enquadrado como preceito
fundamental.
Conforme explicou o Min. Edson Fachin:
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Dentre os preceitos fundamentais, não se inclui apenas aqueles dispositivos expressos, mas também as
prescrições implícitas, desde que consideradas fundamentais.
Cabia ADPF no presente caso? SIM. Conforme vimos acima, a ADPF tem por objeto evitar ou reparar lesão
a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. A portaria que determinou a instauração do
inquérito é ato do Poder Público. Logo, se enquadra no objeto da ADPF.
O autor argumenta que foram violados os seguintes preceitos fundamentais presentes na
Constituição: liberdade pessoal, devido processo legal, dignidade da pessoa humana, prevalência dos direitos
humanos, legalidade e a vedação a juízo ou tribunal de exceção.
f. SUBSIDIARIEDADE DA ADPF -. A subsidiariedade da ADPF está prevista expressamente no art. 4º, § 1º,
da nº 9.882/99: “a arguição não será admitida quando houver qualquer outro meio de sanar a
lesividade”. Assim, só cabe ADPF se não houve outro meio eficaz de sanar a lesão. Não havia outro meio
eficaz para se declarar, de forma ampla, geral e imediata, a inconstitucionalidade do inquérito.
Ainda que, ordinariamente, o instrumento processual hábil ao trancamento de inquérito seja o
habeas corpus, este é incabível contra ato de Ministro do STF.
Além disso, ainda que se pudesse cogitar de recurso ao colegiado contra as decisões do inquérito,
não parece haver outro meio, exceto a ADPF, capaz de solver todas as alegadas violações decorrentes da
instauração e das decisões subsequentes.
O RISTF, na parte relativa à matéria processual, foi formalmente recepcionado pela Constituição
Federal com status de lei ordinária.
Especificamente quanto ao art. 43 do RISTF, o STF decidiu que ele é compatível com a CF/88.
Logo, o art. 43 do RISTF pode dar ensejo à abertura de inquérito, mas não pode ser uma espécie de
salvo conduto genérico. Desse modo, ele deve ser lido sob o prisma dos seguintes princípios:
⦁ Devido processo legal;
⦁ Dignidade da pessoa humana;
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Além disso, deve ser observado o princípio da separação de Poderes, uma vez que, via de regra,
aquele que julga não deve investigar ou acusar. Essa norma regimental permite isso porque se está diante
de uma situação excepcional que justifica o afastamento da regra.
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O art. 43 do RISTF fala em infração à lei penal ocorrida “na sede ou dependência do Tribunal”. Os
crimes investigados no Inquérito 4781 ocorreram nas dependências do STF?
Muito embora o art. 43 exija que os fatos apurados ocorram na “sede ou dependência” do próprio
STF, o caráter difuso dos crimes cometidos por meio da internet permite estender (ampliar) o conceito de
“sede”, uma vez que o STF exerce jurisdição em todo o território nacional.
Logo, os crimes objeto do inquérito, contra a honra e, portanto, formais, cometidos em ambiente
virtual, podem ser considerados como cometidos na sede ou dependência do STF.
O STF pode determinar instauração de inquérito mesmo que o investigado não detenha foro por
prerrogativa de função? SIM. O STF pode, diante da ciência da ocorrência em tese de um crime, determinar
a instauração de inquérito, mesmo que não envolva autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição.
No ato de instauração do inquérito, o Presidente do STF designou, sem sorteio, o Ministro Alexandre de
Moraes para ser o relator. Isso viola o princípio do juiz natural? NÃO. De acordo com a regra regimental, o
ministro competente para presidir o inquérito é o Presidente do STF ou algum outro Ministro que for
designado para a atribuição. Nesse caso, como se trata de um ato delegação não era necessária a realização
de sorteio, embora isso pudesse também ter sido feito.
VOTO VENCIDO: Ficou vencido o Ministro Marco Aurélio, que julgou procedente o pedido formulado na
ADPF para fulminar o inquérito. Segundo o Ministro, o inquérito resultou de ato individual do presidente do
STF e não passou pelo crivo do colegiado. Além disso, o relator do inquérito foi escolhido a dedo, sem a
observância do sistema democrático de distribuição. Ademais, a portaria foi editada com base no art. 43 do
RISTF. Ocorre que a Constituição Federal de 1988, ao consagrar sistema acusatório, não recepcionou o
referido artigo do RISTF. Pontuou que, em Direito, o meio justifica o fim, jamais o fim justifica o meio utilizado.
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QUESTÕES PROPOSTAS
11 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de 13 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP -
Polícia Civil Substituto 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil
No curso de inquérito, a autoridade policial intimou Pedro a, Acerca das modificações introduzidas pelo chamado “pacote
na qualidade de testemunha, prestar informações sobre anticrime” ao Código de Processo Penal, assinale a alternativa
determinado fato delituoso. Na condição de testemunha, correta.
Pedro:
A-Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com
A-não estará obrigado a comparecer à delegacia para prestar o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de
informações, tendo em vista a ausência de poder da trinta dias do recebimento da comunicação, submeter a
autoridade policial para tal intimação; matéria à revisão da instância competente do órgão
B-estará obrigado a comparecer à delegacia e prestar ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
informações com o dever legal de dizer a verdade, ainda que B-O processo penal terá estrutura inquisitória, vedadas a
possua relação de parentesco em linha reta com o iniciativa do juiz na fase instrutória judicial e a substituição da
investigado; atuação probatória do órgão de acusação.
C-não estará obrigado a comparecer à delegacia, podendo se C-Em todos os casos em que policiais civis ou militares forem
valer do direito ao silêncio, ainda que não tenha relação com investigados, deverão ser citados da instauração do
os fatos; procedimento investigatório, podendo constituir defensor no
D-estará obrigado a comparecer à delegacia, mas, prazo de até quarenta e oito horas a contar do recebimento
independentemente da relação com o investigado, não terá a da citação.
obrigação legal de dizer a verdade,por ainda não haver D-Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de
denúncia; quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o
E-estará obrigado a comparecer à delegacia, mas não órgão do Ministério Público deverá impor sigilo ao
precisará responder às perguntas formuladas que puderem procedimento.
resultar em autoincriminação. E-O inquérito policial terá estrutura acusatória, vedadas a
iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da
12 - 2021 - FGV - PC-RN - FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de atuação probatória do órgão de acusação.
Polícia Civil Substituto
A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a 14 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP -
existência de um grupo que se destinava a praticar roubos a 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil
agências bancárias. Diante da notícia recebida, com base no Beltrano, delegado de polícia em Marabá-PA, testemunhou
entendimento dos Tribunais Superiores, a autoridade policial: visualmente um roubo tentado contra uma vítima que dirigia
seu veículo em uma das avenidas mais movimentadas da
A-terá discricionariedade para instauração ou não do municipalidade. O agressor não conseguiu subtrair qualquer
inquérito policial; bem, pois a vítima acelerou seu automóvel e empreendeu
B-não poderá adotar qualquer medida, por tratar-se de fuga. Não vislumbrando importância no fato, nem
denúncia anônima; visualizando dano à sociedade, Beltrano mantém-se inerte.
C-deverá realizar diligências preliminares para averiguação, Considerando a situação hipotética sobre a conduta desse
antes de instaurar o inquérito policial; delegado, é correto afirmar que ela
D-deverá instaurar imediatamente inquérito policial para
apurar o fato; A-fere o princípio da indisponibilidade, uma vez que a
E-poderá dispensar o inquérito policial e encaminhar as autoridade policial não pode determinar o arquivamento do
informações recebidas ao órgão ministerial para o inquérito policial discricionariamente.
oferecimento imediato de denúncia. B-fere a oficiosidade inerente à função do cargo, vez que, em
crimes de ação penal pública incondicionada, como é o roubo,
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a autoridade policial tem o dever de ofício de proceder à primeiro momento, prova da materialidade do delito ou de
apuração do fato delitivo. sua autoria.
C-assegura a autoritariedade do inquérito policial, pois o
procedimento é presidido pelo delegado de polícia, Certo
responsável pelo andamento das diligências. Errado
D-assegura a voluntariedade da jurisdição penal, uma vez que
a vítima do roubo tentado não procurou a autoridade policial 17 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Instituto Acesso - 2019
para reclamar do fato criminoso. - PC-ES - Delegado de Polícia - Anulado
E-assegura o sistema inquisitivo de persecução penal, já que A Lei nº 13.245/2016 alterou o art. 7º da Lei 8.906/94
a autoridade policial não necessita de impulsão externa para (Estatuto da OAB) que garante ao advogado do investigado, o
agir e pode, dentro de suas competências funcionais, avaliar direito de assistir a seus clientes durante a apuração de
a conveniência da instauração de inquérito policial. infrações, inclusive nos depoimentos e interrogatório,
podendo apresentar razões e quesitos. Com efeito, Anderson,
15 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP - advogado de José, impugnou a oitiva de duas testemunhas
2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil em fase de inquérito policial, alegando que não recebeu
Analise a seguinte situação hipotética: Por intermédio do notificação informando do dia e hora da oitiva das referidas
noticiário televisivo, Fulano soube que estaria sendo testemunhas em sede policial. Diante da temática
investigado por envolvimento em crimes de fraude à licitação apresentada, assinale a seguir a alternativa correta.
na compra de equipamentos para a Prefeitura de Belém-PA.
Cautelosamente, decidiu contratar um advogado para A-O sigilo do inquérito policial impede que o advogado tenha
acessar os autos de inquérito policial. Munido de competente acesso aos atos já documentados em inquérito policial.
procuração, seu procurador se dirige à Delegacia de Polícia B-A Lei nº 13.245/2016 impôs o dever à autoridade policial de
para ter vista dos autos da investigação e o servidor que o intimar previamente o advogado constituído para os atos de
atende nega acesso ao procedimento, por conveniência investigação, em homenagem ao contraditório e a ampla
policial. A atitude do servidor é defesa.
C-A Lei nº 13.245/2016 instituiu a obrigatoriedade do
A-correta, pois o sistema investigativo tem discricionariedade inquérito policial ainda que já haja provas devidamente
para manter-se hígido em relação a interesses privados. constituídas.
B-equivocada, pois todo inquérito policial deve ser público e D-A Lei nº 13.245/2016 não impôs um dever à autoridade
acessível a qualquer do povo. policial de intimar previamente o advogado constituído para
C-correta, pois o princípio constitucional administrativo da os atos de investigação.
publicidade não se aplica ao inquérito policial. E-A inquisitorialidade do procedimento investigatório policial
D-equivocada, pois o advogado é indispensável para a é o que impede que o advogado tenha acesso aos atos já
administração da segurança pública e da seguridade social. documentados em inquérito policial.
E-equivocada, pois é direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, 18 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Instituto Acesso - 2019
já documentados em procedimento investigatório realizado - PC-ES - Delegado de Polícia - Anulado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam Gerson está respondendo a procedimento investigatório,
respeito ao exercício do direito de defesa. conduzido por delegado de Polícia Civil. Em meio a
investigação foi decretado sigilo do Inquérito policial para
16 - 2020 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE / CEBRASPE - assegurar as investigações. Nessa situação hipotética,
2020 - PC-SE - Delegado de Polícia - Curso de Instrução marque a alternativa CORRETA.
Acerca dos meios de provas, suas espécies, classificação e
valoração, julgue o item a seguir. A-O advogado somente terá acesso aos autos do inquérito
Para a instauração de inquérito policial, bastam indícios policial se não for decretado o seu sigilo, caso em que terá
suficientes da existência do crime, sendo dispensável, nesse que aguardar a instauração do processo judicial.
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Respostas11
11
11: E 12: C 13: A 14: B 15: E 16: C 17: D 18: D 19: B 20: C
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META 4
TODOS OS ARTIGOS
⦁ LINDB – leitura inteira
⦁ Art. 1º ao Art. 78, CC
⦁ Art. 5º, XXX e XXXI, CF/88
⦁ Art. 5º, XXXVI, CF/88
⦁ Art. 37, §6º, CF/88
⦁ Art. 173, §1º, CF/88
⦁ Art. 133 a 137, CPC
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
LINDB:
⦁ Art. 1º, 2º e 4º
⦁ Art. 6º
⦁ Art. 7º, §§ 3º, 4º, 6º
⦁ Arts. 8º a 10º.
⦁ Art. 12
⦁ Arts. 20 a 30 (alteração legislativa recente!)
CÓDIGO CIVIL:
⦁ Arts. 1º a 4º
⦁ Art. 7, 11, 13 e 16
⦁ Arts. 22, 23 e 25
⦁ Arts. 26 a 28
⦁ Arts. 37 a 39
⦁ Art. 43 a 45
⦁ Arts. 50 a 52
⦁ Arts. 53 e 57
⦁ Arts. 62, 64, 66 e 69
⦁ Arts. 70 a 76.
CF/88
⦁ Art. 5º, XXX, CF/88
⦁ Art. 37, §6º, CF/88
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A LINDB disciplina o âmbito de aplicação das normas jurídicas, e possui natureza de norma de
sobredireito ou de apoio, consistente no conjunto de regras cujo objetivo é disciplinar as próprias normas
jurídicas, isto é, disciplina a emissão e aplicação de outras normas jurídicas. (=postulados normativos).
a) VIGÊNCIA:
É critério puramente temporal da norma. Trata-se do lapso temporal em que a norma tem força
obrigatória. O início da vigência marca o começo de sua exigibilidade.
ATENÇÃO - VACATIO LEGIS: É o período entre a publicação e o início de vigência da norma. Pode
ser definido como o tempo necessário para que o texto normativo se torne efetivamente conhecido, e
variará de acordo com a repercussão social da matéria.
Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma, foi publicada
oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever prazo de sua vigência. Sessenta
dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada uma ação em que as partes discutem um contrato
firmado anos antes sobre o assunto objeto das referidas normas.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro
No momento do ajuizamento da ação, a nova lei já estava em vigor.
Resposta: Correto
b) Obrigatoriedade:
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Uma vez publicada a lei, presume-se o conhecimento geral, razão pela qual ninguém pode
descumpri-la alegando que não a conhece:
c) Interpretação:
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d) Integração:
Utilização de mecanismos para suprir as lacunas da lei, quando inexiste norma aplicável diretamente
ao caso concreto. De acordo com os arts. 4º da LINDB, são formas de integração da lei:
• ANALOGIA;
• COSTUMES;
• PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO.
Artigo 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia,
os costumes e os princípios gerais de direito.
* Importante ressaltar que a EQUIDADE não se encontra nestes artigos, mas alguns doutrinadores, como
Maria Helena Diniz, a inclui nas formas de integração da lei. No Direito Tributário, é expressa a equidade
como forma de integração da lei no art. 108, inciso IV, do CTN.
ATENÇÃO: A interpretação pode ocorrer sempre, mesmo que a lei seja clara. Em contrapartida, a integração
depende da existência de LACUNAS que, por sua vez, podem ser:
• AUTÊNTICAS (PRÓPRIAS) – ocorrem quando o legislador não identificou uma hipótese.
• NÃO-AUTÊNTICAS (IMPRÓPRIAS) – o legislador previu, mas preferiu não tratar sobre o assunto.
OBS.: Silêncio Eloquente = Opção do legislador em excluir, intencionalmente, certo fato do comando legal
(DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2008). É o contrário de lacuna da lei,
pois nessas hipóteses não se pode fazer analogia (RE 130522, DJ 28.6.1991, pág. 529)
I. Analogia: É a utilização de uma norma próxima ou semelhante para regular uma situação que não foi
regulamentada pelo direito. Pode ser dividida em:
• Analogia legal – a relação da semelhança toma por base outra lei;
• Analogia iuris – a relação de semelhança é estabelecida com base em outro caso concreto.
II. Costumes: São as práticas e usos reiterados, de conteúdo lícito e com relevância jurídica. Podem ser:
• Costume segundo a lei (secundum legem: Incide quando há referência expressa ao costume no texto
legal.
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• Costume na falta da lei (praeter legem): É aplicado quando a lei for omissa, sendo denominado de
costume integrativo.
• Costume contra a lei (contra legem): É a aplicação do costume contraria a lei. Nesse caso, há abuso
de direito.
III. Princípios gerais do Direito: São as ideias centrais do sistema, estabelecendo suas diretrizes e dando um
conteúdo harmonioso, lógico e racional.
1.2. Antinomias
São o choques de duas normas jurídicas emanadas de autoridade competente. Para a solução
desses conflitos, utilizam-se três critérios:
• Cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;
• Especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;
• Hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior.
Atenção: Quanto aos critérios de colisão, as antinomias podem ser classificas em:
• De primeiro grau: o choque envolve apenas um dos critérios de solução de conflito;
• De segundo grau: o choque envolve dois critérios de solução de conflito.
ATENÇÃO:
• Se houver conflitos de segundo grau envolvendo os critérios cronológico e da especialidade:
prevalecerá o da especialidade – Conflito aparente;
• Se houver conflitos entre os critérios cronológico e hierárquico: prevalecerá o hierárquico – Conflito
aparente;
• Se houver conflito de segundo grau, envolvendo os critérios da especialidade e hierárquico: haverá
conflito real, pois a doutrina aponta o critério hierárquico como mais forte e, ao seu turno, o critério
da especialidade está na CF/88 (princípio da isonomia). caso de conflito real Maria Helena aponta
duas soluções:
∘ Legislativa: A edição de uma terceira norma para estabelecer qual prevalecerá;
∘ Judicial: O aplicador do direito escolherá uma das duas normas, tendo como base os art. 4º
e 5º da LINDB – analogia, princípios gerais do direito e função social da norma.
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A irretroatividade é a regra prevista na LINDB. No entanto, para ser possível, não pode prejudicar
direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Adota-se a ideia do tempus regit actum, ou seja, a lei
nova não atinge os fatos anteriores ao início de sua vigência. Em consequência, os fatos anteriores à vigência
da lei nova regulam-se não por ela, mas pela lei do tempo em que foram praticados.
Porém, podem existir hipóteses que se afastem dessa regra, impondo a retroatividade da lei nova,
para alcançar fatos pretéritos ou os seus efeitos. Assim, a doutrina faz uma distinção entre retroatividade
máxima, média e mínima:
• Retroatividade máxima ou restitutória: a lei alcança a coisa julgada (sentença irrecorrível) ou os
fatos jurídicos consumados
• Retroatividade média: a lei nova atinge efeitos pendentes de atos jurídicos verificados antes dela. A
lei nova atinge os direitos exigíveis mas não realizados antes de sua vigência;
• Retroatividade mínima, temperada ou mitigada: a lei nova atinge apenas os efeitos dos fatos
anteriores verificados após a data em que ela entra em vigor. Logo, alcança apenas as prestações
futuras de negócios firmados antes do advento de nova lei.
Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada por outra norma, foi publicada
oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever prazo de sua vigência. Sessenta
dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada uma ação em que as partes discutem um contrato
firmado anos antes sobre o assunto objeto das referidas normas.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro.
Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao contrato objeto da ação.
Resposta: Correto
Fundamentação: Conforme prevê o art. 6º da LINDB, a Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
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É a perda de vigência de uma lei em razão do surgimento de outra lei no ordenamento, incompatível
com a primeira. A revogação pode ser:
• Total (abrogação);
• Parcial (derrogação);
• Expressa: Expressamente exclui lei anterior do ordenamento jurídico;
• Tácita: A nova lei é absolutamente incompatível com a anterior;
• Global: A nova lei disciplina totalmente a matéria disciplinada pela lei anterior;
A Lei nº 13.655/2018 incluiu diversos artigos na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
que cuidam de regras sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. São
normas aplicadas nas esferas administrativa (como nos processos administrativos), controladora (como o
Tribunal de Contas) e judicial (como nos processos que tramitam perante o Poder Judiciário).
Nesses âmbitos, o art. 20 da LINDB prevê que não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos
sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão, sendo que a motivação demonstrará a
necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação do ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.
O que são “valores jurídicos abstratos”. São inúmeros exemplos: “dignidade da pessoa humana” (art.
1º, III), “valores sociais do trabalho e da livre iniciativa” (art. 1º, IV), “moralidade” (art. 37, caput), “bem-estar
e a justiça sociais” (art. 193), “meio ambiente ecologicamente equilibrado” (art. 225), todos da CRFB. Esses
valores jurídicos abstratos são normalmente classificados como princípios (normas que possuem um grau de
abstração maior que as regras).
Desse modo, a decisão administrativa, judicial ou do órgão controlador pode ser fundamentada em
valores jurídicos abstratos, como os princípios constitucionais da isonomia e da dignidade da pessoa humana,
porém o julgador deve esclarecer suas considerações quanto às consequências práticas da decisão, como,
por exemplo, as repercussões econômicas da medida.
Constata-se, ainda, que a norma legal trata expressamente dos corolários do princípio da
proporcionalidade, quais sejam a necessidade e adequação. Assim, a medida deve ser necessária, não
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O art. 23 prevê uma espécie de modulação de efeitos ao prescrever que a decisão administrativa,
controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo
indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição
quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
O CPC/2015 possui um dispositivo tratando sobre a possibilidade de modulação dos efeitos de
decisão judicial. Ressalte-se, contudo, que a redação do CPC é bem superior à do art. 23 da LINDB, sendo
mais clara e objetiva.
Art. 927 (...)
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal
Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos
repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no
da segurança jurídica.
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Cuida-se de previsão que busca garantir a segurança jurídica às situações constituídas à luz de um
entendimento geral válido.
O art. 26 estabelece que para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na
aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá,
após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de
relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual
só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
Esse compromisso tem por escopo buscar solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e
compatível com os interesses gerais, não podendo conferir desoneração permanente de dever ou
condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral e deverá prever com clareza as obrigações
das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
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Com relação à responsabilidade civil do agente público, o art. 28 prevê que o mesmo responderá
pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. Ressalta-se,
contudo, que essa previsão se afasta da regulamentação constitucional que estabelece a responsabilidade
do agente público, somente de forma regressiva, quando tiver agido com dolo ou culpa. Ademais, o Código
de Processo Civil (arts. 143, 181, 184 e 187) possui dispositivos específicos que tratam da responsabilidade
dos magistrados e dos membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública, o que
afastaria a aplicação do art. 28 da LINDB.
Conforme no site dizerodireito: Segundo a doutrina e o voto do Min. Joaquim Barbosa no MS
24.631/DF (DJ 01/02/2008), existem três espécies de parecer:
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Ressalta-se, ainda, a MP 966/2020 que dispõe sobre a responsabilização de agentes públicos por atos
relacionados com a pandemia da covid-19. O caput do art. 1º da MP prevê o seguinte (quadro retirado do
site dizerodireito):
REGIME DE RESPONSABILIDADE DOS AGENTES PÚBLICOS NAS ESFERAS CIVIL E
ADMINISTRATIVA POR MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19
Os agentes I - enfrentamento da emergência de Se tiverem
públicos somente saúde pública decorrente da covid-19. Ex: agido ou se omitido
poderão ser dispensa de licitação para compra de com:
responsabilizados respiradores. • DOLO ou
pela prática de atos II - combate aos efeitos econômicos e •ERRO
relacionados com as sociais decorrentes da covid-19. Ex: concessão GROSSEIRO.
medidas de: de anistia ou remissão para empresários.
Cabe esclarecer que a doutrina divide a culpa em três subespécies: culpa grave, leve e levíssima. O
erro grosseiro é sinônimo de culpa grave. Assim, é como se o art. 1º da MP dissesse: o agente público
somente responde em caso de dolo ou culpa grave.
Esse art. 1º se aproxima daquilo que prevê o art. 28 da LINDB:
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655/2018)
CESPE/2020 - O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de
dolo ou erro grosseiro. Item correto.
O art. 29 estabelece que em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para
manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. A
convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública,
observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. Ressalva-se, apenas, que apenas esse
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dispositivo (art. 29) entrará em vigor após decorridos 180 dias de sua publicação oficial, que ocorreu em
25/04/2018.
Por fim, o art. 30 dispõe que as autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica
na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a
consultas, sendo que esses instrumentos terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se
destinam, até ulterior revisão.
Sugerimos também a leitura dos comentários do Dizer o Direito a respeito da Lei nº 13.655/2018,
que podem ser acessados gratuitamente em http://www.dizerodireito.com.br/2018/04/comentarios-lei-
136552018-que-alterou.html
2. PESSOAS NATURAIS
Pessoa é o ser humano ou entidade com personalidade e aptidão para a titularidade de direitos e
deveres. Nesse sentido, em relação à pessoa natural, é necessário distinguir:
• CAPACIDADE DE DIREITOOU DE GOZO: Necessária para o indivíduo ser sujeito de direitos e deveres
na ordem privada. Todas as pessoas têm esta capacidade, sem distinção.
• CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO: Aptidão para pessoalmente praticar atos da vida civil.
• CAPACIDADE CIVIL PLENA: É a reunião das capacidades de direito e de fato em relação a uma pessoa.
Personalidade
Está atrelada à tutela e promoção da dignidade da pessoa humana, pela qual se deve reconhecer ao
ser humano um conjunto mínimo de atributos, direitos e garantias sem as quais não será possível a vida com
dignidade. A AQUISIÇÃO DE PERSONALIDADE, nos termos do art. 2º do CC, ocorre com o nascimento com
vida, quando há a separação do ventre materno e o ar entra nos pulmões.
* A extinção da personalidade ocorre com a morte, conforme art. 6º, do CC/02.
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2.1 Incapacidade
É a ausência da capacidade de fato (e não a capacidade de direito) gera a incapacidade civil. Pode ser
desdobrada em:
Esta incapacidade civil é também desdobrável em incapacidade civil absoluta e relativa. Com a lei
13.146/2015, o Código Civil foi alterado em seus arts. 3º e 4º. Assim, temos:
* Os atos praticados pelos absolutamente incapazes são NULOS, não podendo ser ratificados, pois
tal vício não convalesce, podendo o juiz assim declará-los de ofício. Protege-se, entretanto, a boa-fé de
terceiros. Os atos civis de seu interesse deverão ser exercidos por seus representantes – pais, tutores ou
curadores.
* A vontade dos relativamente capazes tem relevância jurídica, o que possibilita sua atuação direta
nos atos civis, desde que acompanhados de ASSISTENTE, com algumas exceções (ser mandatário,
testemunhar). É causa de anulabilidade dos atos jurídicos.
2.2 Personalidade
* ATENÇÃO: Embora existam divergências, prevalece o entendimento de que pessoa jurídica possui
direitos da personalidade:
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A pessoa jurídica tem direitos da personalidade por equiparação, conforme prevê o art. 52. Os danos
morais são lesões a direitos da personalidade (danos imateriais).
Súmula 227/STJ – A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, pois ela possui direitos
da personalidade.
Gustavo Tepedino entende que dano moral é lesão à dignidade humana. Dessa feita, a pessoa
jurídica não sofreria dano moral. Razão pela qual ele criou uma nova classificação jurídica (dano
institucional).
No entendimento de Tepedino, Barboza e Moraes (2004, p. 134), para as “pessoas jurídicas sem
fins lucrativos deve ser admitida a possibilidade de configuração de danos institucionais, aqui
conceituados como aqueles que, diferentemente dos danos patrimoniais ou morais, atingem a pessoa
jurídica em sua credibilidade ou reputação.”12
a) Características:
São oponíveis erga omnes, o que NÃO significa que são ilimitáveis.
ABSOLUTO Nesse aspecto, são relativos, devendo ser ponderados em caso de
colisão.
GERAIS Outorgados a todas as pessoas.
EXTRAPATRIMONIAIS Ausência de conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente,
a exemplo dos danos morais.
Ausência de conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente,
a exemplo dos danos morais.
INDISPONÍVEIS ATENÇÃO: A indisponibilidade é relativa, pois o Código Civil admite
restrição voluntária, desde que não seja permanente, genérica e
não viole a dignidade do titular.
IMPENHORÁVEL O direito da personalidade não pode ser penhorado, mas o crédito
dele decorrente sim.
VITALICIEDADE O direito da personalidade não pode ser penhorado, mas o crédito
dele decorrente sim.
IMPRESCRITÍVEIS Não existe prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo não-
uso.
12
https://jus.com.br/artigos/25004/sobre-dano-e-responsabilidade-civil
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b) Temas Atuais
I. Consenso afirmativo: Direito da pessoa dispor gratuitamente do seu corpo, no todo ou em parte, para
depois de sua morte, com objetivo científico ou terapêutico.
II. Consentimento Informado: Prevê que só pode haver a diminuição permanente da integridade física se
houver exigência médica, que pode ser por motivo de saúde física ou psíquica, o que abrange as cirurgias
plásticas e cirurgias de transgenitalização. Inclusive, especificamente no tocante à submissão a tratamento
médico, o paciente tem direito de saber qual é o tratamento ou a cirurgia e quais as suas consequências.
Conclui-se, portanto, que a responsabilidade do médico é TÉCNICA + DEVER DE INFORMAÇÃO.
O direito ao esquecimento é o direito que uma pessoa possui de não permitir que um fato, ainda que
verídico, ocorrido em determinado momento de sua vida, seja exposto ao público em geral, causando-lhe
sofrimento ou transtornos. Veja a definição dada por Anderson Schreiber:
“(...) o direito ao esquecimento é, portanto, um direito (a) exercido
necessariamente por uma pessoa humana; (b) em face de agentes públicos ou
privados que tenham a aptidão fática de promover representações daquela pessoa
sobre a esfera pública (opinião social); incluindo veículos de imprensa, emissoras
de TV, fornecedores de serviços de busca na internet etc.; (c) em oposição a uma
recordação opressiva dos fatos, assim entendida a recordação que se caracteriza, a
um só tempo, por ser desatual e recair sobre aspecto sensível da personalidade,
comprometendo a plena realização da identidade daquela pessoa humana, ao
apresenta-la sob falsas luzes à sociedade.” (Anderson SCHREIBER. Direito
ao esquecimento e proteção de dados pessoais na Lei 13.709/2018. In: TEPEDINO,
G; FRAZÃO, A; OLIVA, M.D. Lei geral de proteção de dados pessoais e suas
repercussões no direito brasileiro. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019, p.
376).
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O STJ reconheceu o direito ao esquecimento em dois julgados principais: O caso “Aída Curi” (REsp
1.335.153-RJ) e a situação da “chacina da Candelária” (REsp 1.334.097-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgados em 28/5/2013), hipótese em que entendeu que tal direito que deveria ser exercido de forma
compatível com a intimidade e da honra das pessoas. Ressalta-se, contudo, que o deferimento ou não do
direito ao esquecimento sempre dependeu da análise do caso concreto e da ponderação dos interesses
envolvidos.
Vale ressaltar, ainda, que o STJ possui o entendimento no sentido de que, quando os registros da
folha de antecedentes do réu são muito antigos, admite-se o afastamento de sua análise desfavorável, em
aplicação à teoria do direito ao esquecimento:
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No entanto, recentemente, o tema passou por uma evolução jurisprudencial. Isso porque o STJ
passou a relativizar o direito ao esquecimento, ao passo que o STF passou a entender pela sua
incompatibilidade com a Constituição Federal. Confira:
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Informativo 549 STJ: Configura dano moral indenizável a divulgação não autorizada
da imagem de alguém em material impresso de propaganda político-eleitoral,
independentemente da comprovação de prejuízo.
Informativo 546 STJ: Configura dano moral a divulgação não autorizada de foto de
pessoa física em campanha publicitária promovida por sociedade empresária com
o fim de, mediante o incentivo à manutenção da limpeza urbana, incrementar a sua
imagem empresarial perante a população, ainda que a fotografia tenha sido
capturada em local público e sem nenhuma conotação ofensiva ou vexaminosa. O
dano moral decorre do simples uso não autorizado da imagem.
CESPE/2019 - Embora o direito à honra seja personalíssimo, o direito de exigir sua reparação econômica, no
caso de dano moral, se transmite aos sucessores do ofendido, caso este tenha falecido. Item correto.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o
sobrenome.
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Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações
ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja
intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.
• Prenome: Identifica a pessoa e pode ser simples ou composto. Ex: José ou José Maria.
• Sobrenome (ou patronímico) – identifica a origem ancestral, familiar. Ex: Silva.
• Agnome: Partícula diferenciadora que serve para distinguir pessoas pertencentes à mesma família e
com o mesmo nome: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho;
• Hipocorístico: É um apelido, uma alcunha que designa alguém pessoal e profissionalmente. Ex: Xuxa.
Não é elemento do nome, embora mereça proteção.
• Pseudônimo: É o nome que identifica alguém tão-somente em sua esfera profissional. Ex: Bruna
Marquezine, embora seu nome verdadeiro seja Bruna Reis Maia. Pelo art. 19 do CC, o pseudônimo
adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Não é elemento do nome,
embora mereça proteção.
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CESPE/2019 (Adaptada): O nome da pessoa pode ser utilizado em propaganda comercial, mesmo sem a sua
autorização. Item incorreto.
VII. Transexuais
Define-se a orientação sexual como a expressão individual da sexualidade, que mostra qual o objeto
da atração sexual e afetiva do indivíduo. Já no tocante ao conceito de identidade do gênero, importa a
identificação do indivíduo com o sexo, ou melhor, como a pessoa se sente ao nascer, homem ou mulher,
independente do sexo biológico.
A transexualidade diz respeito à condição do indivíduo que possui uma identidade de gênero
diferente da designada no nascimento, o que faz surgir o desejo de viver e ser aceito como sendo do sexo
oposto. Desta forma, fica claro que em relação aos transexuais, o sofrimento causado pela inadequação do
nome e do gênero no registro de nascimento e demais documentos da vida civil, toma grandes proporções.
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Transexuais e travestis com identificação com gênero feminino poderão optar por cumprir pena
em presídio feminino ou masculino:
Em 19.03.2021, o ministro Luís Roberto Barroso ajustou os termos de medida cautelar deferida em
junho de 2019, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 527, de modo a determinar
que presas transexuais e travestis com identidade de gênero feminino podem optar por cumprir penas em
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estabelecimento prisional feminino ou masculino. Nesse último caso, elas devem ser mantidas em área
reservada, como garantia de segurança.
Segundo Barroso, essa evolução de tratamento dado à matéria no âmbito do Poder Executivo
decorre do diálogo institucional ensejado pela judicialização da matéria, que permitiu uma “saudável
interlocução” com associações representativas de interesses desses grupos vulneráveis, o Executivo e o
Judiciário.
Ele acrescentou não haver “dúvida” de que a solução sinalizada por ambos os documentos se
harmoniza com o quadro normativo internacional e nacional de proteção das pessoas LGBTI, no sentido de
ser dever dos Estados zelar pela não discriminação em razão da identidade de gênero e orientação sexual,
bem como de adotar todas as providências necessárias para assegurar a integridade física e psíquica desses
grupos quando encarcerados.
No Brasil, disse ele, o direito das transexuais femininas e travestis ao cumprimento de pena em
condições compatíveis com a sua identidade de gênero decorre, em especial, dos princípios constitucionais
do direito à dignidade humana, à autonomia, à liberdade, à igualdade, à saúde, e da vedação à tortura e
ao tratamento degradante e desumano. Decorre também da jurisprudência consolidada no STF no sentido
de reconhecer o direito desses grupos a viver de acordo com a sua identidade de gênero e a obter tratamento
social compatível com ela.
O ministro ressaltou ainda que, dentre os Princípios de Yogyakarta, documento aprovado em 2007
pela comunidade internacional com o objetivo de produzir standards específicos para o tratamento da
população LGBTI, o de número 9 recomenda que, caso encarceradas, essas pessoas possam participar das
decisões relacionadas ao local de detenção adequado à sua orientação sexual e identidade de gênero.
Fonte: Site do STF
2.3 Nascituro
É o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno. Algumas teorias tentam explicar
a proteção jurídica do nascituro:
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O CC/02 não deixou clara a teoria adotada, pois o art. 2º menciona tanto o termo “nascimento”,
quanto “concepção”. Porém a teoria concepcionista, que guarda maior compatibilidade a partir de uma
interpretação sistemática e vem sendo adotada pela Jurisprudência, a exemplo da lei de alimentos gravídicos
e de recentes decisões do STJ que admitiram o dano moral ao nascituro e até mesmo pagamento de DPVAT
pela morte de nascituro.
JDC1 - A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos
direitos da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura.
Além disso, consta na Convenção Americana (Pacto de São José da Costa Rica);
Artigo 4. Direito à vida
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser
protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser
privado da vida arbitrariamente.
2.4 Emancipação
É uma antecipação da capacidade de fato e NÃO da maioridade, pela qual um relativamente incapaz
torna-se plenamente capaz.
Enunciado JDC 3: A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não
altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica
para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial.
Enunciado JDC 397: A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está sujeita à
desconstituição por vício de vontade.
Enunciado JDC 530: A emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Pode ser:
• VOLUNTÁRIA: Decorre de ato unilateral dos pais, ou de um deles na falta do outro, sendo ato
irrevogável. Nessa hipótese, os pais continuam respondendo pelos atos ilícitos dos filhos.
• JUDICIAL: Concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha pelo menos 16 anos
completos.
• LEGAL: Decorre de previsão legal:
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CESPE/2021: Em caso de desaparecimento do corpo de pessoa vitimada em grave acidente aéreo, depois de
esgotadas as buscas e averiguações, a declaração de óbito independe de decretação judicial de ausência.
Item correto.
ATENÇÃO - COMORIÊNCIA: Se não for possível precisar a ordem cronológica das mortes dos
comorientes (pessoas que morreram em uma mesma situação), a lei prevê a presunção de haverem
falecido no mesmo instante. Se forem parentes, NÃO sucedem um ao outro, abrindo-se cadeias sucessórias
distintas. (art. 8º, CC).
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b) Ausência: É o desaparecimento de uma pessoa de seu domicílio, sem dar notícias de onde se encontra,
sem deixar procurador para administrar seus bens. Necessita de declaração judicial. Quanto à tutela dos
bens, possui três fases:
• 1ª FASE - CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE: inicia-se com a petição inicial de qualquer
interessado ou do MP. O juiz deverá arrecadar os bens abandonados e nomear curador.
- O curador será, em primeiro lugar, o cônjuge do ausente, desde que não separado judicialmente ou
de fato, por mais dois anos. Subsidiariamente, serão nomeados os ascendentes e, em seguida, os
descendentes.
- Se não houver nenhuma dessas pessoas, o juiz escolherá um curador, responsável pela
administração e conservação do patrimônio do ausente.
• 2ª FASE - SUCESSÃO PROVISÓRIA: Ocorre após 01 ano da arrecadação ou, caso o ausente tenha
deixado procurador, passados 03 anos. Consiste em uma administração para preservar os bens do
ausente.
- Depende de pedido dos interessados.
- Se não houver interessados, o MP pode requerer a sucessão provisória.
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- A sentença que a determina produz efeitos depois de 180 dias de sua publicação, mas tão logo
transite em julgado, ocorre a abertura do testamento e do inventário, como se o ausente fosse
falecido.
- Se o herdeiro ou interessado não pleitear a abertura do inventário, após 30 dias do trânsito em
julgado, a massa de bens do ausente será considerada como herança jacente.
- Os herdeiros que se imitirem na posse dos bens devem prestar garantia pignoratícia ou hipotecária,
com exceção do cônjuge, dos ascendentes e dos descendentes.
- Reaparecendo o ausente e provado que a ausência foi injustificada e voluntária, ele perderá os
frutos em favor do sucessor. Não se poderá alienar os imóveis do ausente.
Da Sucessão Provisória
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram
interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá
efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe
em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e
partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1 o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na
sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2 o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até
trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão
provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma
estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão
dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos
garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão
garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos
quinhões respectivos.
§ 1 o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia
exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob
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• 3ª FASE - SUCESSÃO DEFINITIVA: Ocorre após 10 anos do trânsito em julgado da sentença que
concedeu a abertura da sucessão provisória. Na mesma oportunidade, levantam-se as garantias
prestadas.
- Pode ocorrer em menor prazo, se o ausente tinha 80 anos e o seu desaparecimento tenha ocorrido
há pelo menos cinco anos.
- Após o trânsito em julgado da sentença que concede a sucessão definitiva dos bens, declara-se a
morte presumida.
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Da Sucessão Definitiva
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura
da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o
levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o
ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão
definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes
haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em
seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido
pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não
regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se
localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.
2.6 Domicílio
a) Espécies de domicílio:
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• CONVENCIONAL: É aquele que se fixa por ato de vontade própria, ou seja, a pessoa fixa por ato de
vontade, ao se mudar.
• LEGAL OU NECESSÁRIO: Determinado por lei e previsto no art. 76:
∘ Incapaz: Domicílio de seu representante ou assistente;
∘ Preso: Onde cumpre pena;
∘ Servidor público: Onde exerce permanentemente as suas funções;
∘ Militar: Onde está servindo;
∘ Marítimo: Local da matrícula do navio.
• DE ELEIÇÃO OU ESPECIAL (art. 78, CC): É o domicílio previsto em um contrato.
3. PESSOAS JURÍDICAS
É o grupo humano criado na forma da lei, e dotado de personalidade jurídica própria, para a
realização de fins comuns.
3.1 Características
• Vontade das partes em criar entidade distinta dos seus membros, materializada no ato de
constituição, que será:
∘ Estatuto: Se associações;
∘ Contrato Social: Se sociedades simples ou empresárias;
• Observância das condições legais;
• Objetivos lícitos.
• Corporação (conjunto ou reunião de pessoas): Os seus objetivos são voltados para o bem dos seus
membros e dividem-se em:
∘ Associações
∘ Sociedades (simples ou empresárias).
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• Fundação (reunião de bens): as fundações têm objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor.
Nas fundações o patrimônio é elemento essencial.
• Extinção convencional: Ocorre quando os sócios estipulam desfazer a pessoa jurídica mediante
distrato.
• Extinção administrativa: Quando resulta da cassação da autorização de constituição e
funcionamento de determinadas pessoas jurídicas.
• Extinção judicial: Ocorre por meio de processo judicial, com uma sentença.
• Extinção legal: Ocorre quando determinada por lei.
• Extinção pelo decurso do prazo: Quando expira o prazo de sua existência.
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I. Conceito:
O Código Civil prevê que as pessoas jurídicas possuem personalidade distinta da dos seus membros.
No entanto, não raramente a regra, tem sido mal utilizada com intenção de prejudicar terceiros, dando
origem à teoria da desconsideração da personalidade jurídica, ou disregard of the legal entity. Por essa teoria,
há o afastamento temporário da personalidade jurídica da entidade, para permitir que os credores
prejudicados possam satisfazer os seus direitos no patrimônio pessoal do sócio ou administrador que
cometeu o ato abusivo.
Com isso, é possível ao juiz, em casos de fraude ou de má-fé, desconsiderar a autonomia patrimonial
das pessoas jurídicas, para atingir e vincular os bens particulares dos sócios à satisfação das dividas da
sociedade.
∘ Relações de consumo;
∘ Crimes ambientais;
∘ Infrações à ordem econômica.
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A desconsideração da personalidade jurídica, no âmbito das relações civis gerais, está disciplinada no
art. 50 do CC:
Redação Original
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Redação Atual
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou
do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para
que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874,
de 2019)
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Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para
seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se
conclua.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
• Desvio de finalidade: é o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros utilizando a autonomia da
pessoa jurídica como um escudo;
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• Confusão patrimonial: ocorre quando, na prática, não há separação entre o que seja patrimônio da
pessoa jurídica e dos sócios. Ex: todas as despesas pessoais dos sócios são pagas com o cartão de
crédito da empresa, os veículos utilizados são da empresa, os funcionários fazem serviços pessoais
para os sócios etc.
CESPE/2021 - Segundo o Código Civil em vigor, a alteração da finalidade original da atividade econômica
específica de pessoa jurídica é, por si só, indicativo de desvio de finalidade para efeito de desconsideração
da personalidade jurídica. Item incorreto à luz do art. 5º, parágrafo 5º do Código Civil.
• Teoria Maior: NÃO basta que a Pessoa Jurídica esteja insolvente e, portanto, impossibilitada
financeiramente de cumprir com suas obrigações perante seus credores. Ao lado da demonstração
da insolvência da Pessoa Jurídica, deverá figurar adicionalmente ou o elemento subjetivo (desvio de
finalidade) ou o elemento objetivo (confusão patrimonial). Adotada no art. 50 do CC;
• Teoria Menor: Adotada no Direito Ambiental e Direito do Consumidor, a personalidade jurídica será
desconsiderada sempre que for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores. Logo, deve provar apenas a insolvência.
ATENÇÃO – MODERNAS TEORIAS SOBRE DESCONSIDERAÇÃO:
• Desconsideração Inversa: Vem sendo aplicada pelo STJ, sobretudo em casos de direito de família,
permitindo ao juiz que autorize a desconsideração da pessoa natural para atingir o patrimônio da
pessoa jurídica da qual ele seja sócio e tenha se utilizado para ocultar bens pessoais:
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REsp 1845536-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 26/05/2020 (Info 673).
Membros do conselho fiscal de uma cooperativa não podem ser atingidos pela
desconsideração da personalidade jurídica se não praticaram nenhum ato de
administração
A desconsideração da personalidade jurídica, ainda que com fundamento na Teoria
Menor, não pode atingir o patrimônio pessoal de membros do Conselho Fiscal sem
que haja a mínima presença de indícios de que estes contribuíram, ao menos
culposamente e com desvio de função, para a prática de atos de administração.
Caso concreto: consumidor comprou um imóvel de um cooperativa habitacional,
mas este nunca foi entregue; o consumidor ajuizou ação de cobrança contra a
cooperativa, tendo o pedido sido julgado procedente para devolver os valores
pagos; durante o cumprimento de sentença, o juiz, com base na teoria menor, fez
a desconsideração da personalidade jurídica para atingir o patrimônio pessoal dos
membros do Conselho Fiscal da cooperativa; o STJ afirmou que eles não poderiam
ter sido atingidos. A despeito de não se exigir prova de abuso ou fraude para fins
de aplicação da Teoria Menor da desconsideração da personalidade jurídica,
tampouco de confusão patrimonial, o § 5º do art. 28 do CDC não dá margem para
admitir a responsabilização pessoal de quem jamais atuou como gestor da
empresa. STJ. 3ª Turma. REsp 1766093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/11/2019 (Info 661).
Referências Bibliográficas:
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil.
Nelson Rosenvald. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB.
André Santa Cruz Ramos. Direito Empresarial Esquematizado.
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QUESTÕES PROPOSTAS
1 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - B-Depende de prova do prejuízo a indenização pela
Delegado de Polícia Substituto publicação não autorizada de imagem de pessoa, com fins
A., domiciliado em Santa Cruz do Escalvado – MG, foi passear econômicos ou comerciais.
no Vietnã, onde sofreu mal súbito e faleceu. Deixou os C-Os direitos da personalidade são intransmissíveis e
herdeiros F., G. e R., bem como vasto patrimônio. O herdeiro irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação,
G. verificou que a lei vietnamita sobre direito sucessório é salvo manifestação expressa da vontade do titular.
mais favorável a ele. Invocou, no inventário judicial, a lei D-De acordo com o posicionamento do Supremo Tribunal
vietnamita para herdar o dobro do que teria direito pelo Federal (ADI 4815) e nos termos do art. 20 do Código Civil, há
direito sucessório brasileiro. A alegação NÃO pode ser a necessidade de autorização expressa do titular do direito da
acolhida porque: personalidade para publicação de biografia.
E-O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
A-a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro dispõe publicações ou representações que a exponham ao desprezo
de forma contrária. público, ainda quando não haja intenção difamatória.
B-atenta contra a soberania brasileira.
C-lesa o fisco brasileiro. 4 - 2021 - FAPEC - PC-MS - FAPEC - 2021 - PC-MS - Delegado
D-lesa os demais herdeiros. de Polícia
Sobre a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
2 - 2021 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2021 - PC-MG - assinale a alternativa correta.
Delegado de Polícia Substituto
A., inscrito no CPF sob nº 00.000.000-00, sócio gerente de AB A-A repristinação, entendida como a restauração da lei
Ltda., alienou para CD S/A um imóvel da sociedade revogada pela revogação da sua lei revogadora, é admitida
empresária sem anuências dos demais sócios L. e J. Estes dois como regra no direito brasileiro.
sócios entendem que a alienação é inválida, porque A., na B-A lei do país onde está domiciliada a pessoa determina as
data em que foi feita a alienação, era portador de gravíssima regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
doença mental. Quanto à invalidade e tendo em conta o capacidade e os direitos de família. Será aplicada a lei do país
Estatuto da Pessoa com Deficiência, a alienação é dos nubentes quanto aos impedimentos dirimentes e às
formalidades da celebração.
A-apenas anulável, porque não existe mais nulidade por C-Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades
incapacidade civil absoluta do agente em decorrência de diplomáticas brasileiras para lhes celebrar o casamento e os
doença mental. mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o
B-inválida, por decisão dos sócios L e J. registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou
C-nula, por incapacidade absoluta do agente. brasileira nascidos no país da sede da Embaixada.
D-válida, por falta de prova da incapacidade absoluta do D-Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se
agente. decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que
sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
3- 2021 - FAPEC - PC-MS - FAPEC - 2021 - PC-MS - Delegado E-As autoridades públicas devem atuar para aumentar a
de Polícia segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por
Sobre os direitos da personalidade, assinale a alternativa meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a
correta. consultas, que terão caráter vinculante em relação ao demais
órgãos da Administração Pública, até ulterior revisão.
A-Os direitos da personalidade são atributos exclusivos das
pessoas físicas e não se aplicam às pessoas jurídicas, apesar 5 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR -
de as últimas poderem sofrer dano moral, nos termos da Delegado de Polícia
Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça.
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6 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - Considerando as informações apresentadas, assinale a
Delegado de Polícia alternativa correta.
Os bens econômicos podem ser classicamente considerados
como aqueles passíveis de apropriação, que possuem um A-A morte dos pais de D.M. é suficiente para lhe garantir
valor econômico e que admitem comercialização no mercado. plena capacidade para os atos da vida civil, ante a situação
Modernamente, o princípio da dignidade da pessoa humana excepcional de crise sanitária mundial, dispensando a oitiva
integra a noção de bem econômico, o que representa a de seu tutor.
capacidade que os bens possuem de realizarem o indivíduo B-Uma das formas de D.M. adquirir a emancipação, tendo em
em sociedade, a partir de sua fruição em benefício próprio, vista possuir apenas dezesseis anos completos, se deu com a
atentando-se sempre para a preservação do princípio da sua aprovação para curso superior.
função social. C-D.M. poderá ser emancipada somente por decisão judicial,
(KOLLER, Carlos Eduardo; RIBEIRO, Marcia Carla Pereira. após ouvido seu tutor, tendo em vista o falecimento de
Derecho ante los desafios de la globalización, 2017, p. 232.) ambos os seus genitores.
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D-D.M. só poderá exercer os atos da vida civil após dezoito A-o agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro,
anos completos, nos termos da lei civil, quando adquirirá sua alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país,
maioridade e consequente capacidade de direito. o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou
E-D.M. ficou imediatamente responsável pelos negócios de no primeiro ponto do território brasileiro onde o teve.
seus pais, o que acarretou sua emancipação automática por B-se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro,
conta da presunção de economia própria, ainda que existente haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às
o tutor. obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o
lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
8 - 2021 - NC-UFPR - PC-PR - NC-UFPR - 2021 - PC-PR - corresponder.
Delegado de Polícia C-se a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
Considere o seguinte caso hipotético: alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu apenas a
Determinada pessoa é constrangida a tratamento médico última residência estabelecida.
para curar-se de uma doença grave detectada há vários anos D-muda-se o domicílio, transferindo a residência, ainda que
por um médico oncologista. Trata-se de uma moderna técnica não haja intenção manifesta de o mudar.
cirúrgica, sem comprovação científica e nunca testada em E-tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em
humanos, adotada por um médico em uma cidade no interior lugares diferentes, o local do primeiro estabelecimento
do estado do Paraná. O Delegado de Polícia, ao tomar criado será considerado domicílio para os atos praticados em
conhecimento do caso, decide instaurar um inquérito para qualquer um deles.
apurar os fatos, tendo em vista que a pessoa que fora
obrigada ao tratamento inovador veio a óbito em decorrência 10 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP -
desse tratamento. 2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil
Considerando o que dispõe a Lei de Introdução às Normas do
Com base nas informações apresentadas, assinale a Direito Brasileiro, assinale a alternativa correta.
alternativa correta.
A-Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo
A-A vontade do paciente morto, externada em vida para a o país quarenta dias depois de oficialmente publicada.
ampla doação de seus órgãos, pode ser superada pela B-Na aplicação da lei, o juiz não atenderá às exigências do
vontade de seus familiares ante o evidente erro médico. bem comum, mas sim aos fins sociais a que ela se dirige.
B-Caso o paciente morto não houvesse deixado nada testado C-O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
em vida, a decisão sobre a doação de órgãos caberia à família mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz,
ou aos seus herdeiros. no ato de entrega do decreto de naturalização, que se
C-Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, sem risco apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial
de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica. de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada essa
D-A retirada de órgãos do paciente morto pode atender a fins adoção ao competente registro.
econômicos e de pesquisa, contanto que se preserve o D-Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do
caráter científico. país em que as obrigações tiverem de ser cumpridas.
E-Salvo por exigência médica, é permitido o ato de disposição E-O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do
do próprio corpo, quando importar diminuição permanente país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for
da integridade física, ou contrariar os bons costumes. diverso, a do último domicílio conjugal.
9 - 2021 - INSTITUTO AOCP - PC-PA - INSTITUTO AOCP - 11 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE /
2021 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia
De acordo com o que dispõe o Código Civil acerca do Federal
domicílio, é correto afirmar que A respeito do domicílio, da responsabilidade civil e das
sociedades comerciais, julgue o item que se segue.
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Se uma pessoa viver, de forma alternada, em diversas gerente em empresa comercial. No exercício de sua profissão,
residências, qualquer uma delas poderá ser considerada seu João atua nas cidades de Cariacica, Fundão e Guarapari.
domicílio. Peçanha, subordinado de João, pretende ajuizar ação de
indenização civil em face deste, sob a alegação de ter sofrido
Certo dano moral ocorrido no âmbito de suas atividades na
Errado empresa comercial. Nesta circunstância específica de
interesse de Peçanha, para efeito de determinação do
12 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Instituto Acesso - 2019 Domicílio de João, de acordo com o Código Civil, é correto
- PC-ES - Delegado de Polícia - Anulado afirmar que:
A atual Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
(Decreto-lei 4.657, de 4 de setembro de 1942 e suas A-Em razão da atividade concernente à profissão, Cariacica,
alterações), antiga “Lei de Introdução ao Código Civil, é Fundão e Guarapari podem ser considerados domicílio de
composta de regras que incidem no campo da atuação dos João.
agentes públicos, bem como estabelece regras gerais de B-Aplica-se o critério do lugar em que João tem ânimo
interpretação. definitivo de ficar, que seria, em tese, a casa em que mora
Tendo em vista as disposições deste Diploma Legal, assinale a com sua esposa Marina.
seguir a alternativa correta: C-Aplica-se a regra de fixação do domicílio de João a qualquer
um dos locais em que ele tenha residência.
A-Nas decisões emanadas das esferas administrativas, judicial D-Considera-se o domicílio civil de João apenas a sede da
e controladora, valores abstratos podem ser utilizados desde empresa comercial em que atua como gerente.
que, em tais decisões, sejam consideradas as consequências E-Por conta de seu casamento sob o regime de comunhão
práticas de sua utilização no caso concreto. universal, aplica-se a regra da residência conjugal.
B-Uma lei federal revogada por outra lei federal posterior tem
sua vigência restaurada caso a lei revogadora posterior perca 14 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE - 2018 - PC-SE
sua vigência, como também tem sua eficácia jurídica - Delegado de Polícia
restabelecida para casos concretos para os quais era aplicada, Um homem de cinquenta anos de idade assassinou a tiros a
C-A lei do país em que a pessoa natural é domiciliada, seja ela esposa de trinta e oito anos de idade, na manhã de uma
brasileira nata ou naturalizada após processo regular com quarta-feira. De acordo com a polícia, o homem chegou à casa
decisão transitada em julgado, determina as regras do casal em uma motocicleta, chamou a mulher ao portão e,
especificas sobre responsabilidade civil a serem aplicadas quando ela saiu de casa, atirou nela com uma arma de fogo,
num caso concreto. matando-a imediatamente. Em seguida, ele se matou no
D-Na hipótese de lacuna legal, que consiste em não haver mesmo local, com um disparo da arma encostada na própria
uma hipótese normativa especifica e expressa a ser aplicada têmpora.
para um determinado caso concreto, o Juiz decidirá utilizando Considerando a situação hipotética apresentada e os diversos
a ponderação, a analogia, os costumes e os princípios gerais aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
do direito. O evento caracteriza um episódio de comoriência.
E-O agente público, em nível Federal, Estadual ou Municipal,
no uso de suas atribuições estabelecidas em regime jurídico Certo
próprio, responderá pessoalmente por suas decisões ou Errado
opiniões técnicas em caso de Imprudência, negligência,
imperícia ou erro grosseiro. 15 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE - 2018 - PC-SE
- Delegado de Polícia
13 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Instituto Acesso - 2019 Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes
- PC-ES - Delegado de Polícia - Anulado regulada por outra norma, foi publicada oficialmente sem
João, maior, natural de Vila Velha, casado com Marina sob o estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever
regime de comunhão total de bens, exerce a profissão de prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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dessa nova lei, foi ajuizada uma ação em que as partes O caso hipotético configura repristinação, devendo o
discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto julgador, por isso, diante de eventual conflito de normas,
objeto das referidas normas. aplicar a lei mais nova e específica.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o
seguinte item, com base na Lei de Introdução às Normas do Certo
Direito Brasileiro. Errado
Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior,
ela não se aplica ao contrato objeto da ação. 18 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE -
2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal
Certo Diante da existência de normas gerais sobre determinado
Errado assunto, publicou-se oficialmente nova lei que estabelece
disposições especiais acerca desse assunto. Nada ficou
16 - 2018 - CESPE / CEBRASPE - PC-SE - CESPE - 2018 - PC-SE estabelecido acerca da data em que essa nova lei entraria em
- Delegado de Polícia vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses depois da
Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes publicação oficial da nova lei, um juiz recebeu um processo
regulada por outra norma, foi publicada oficialmente sem em que as partes discutiam um contrato firmado anos antes.
estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem prever A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir,
prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial considerando o disposto na Lei de Introdução às Normas do
dessa nova lei, foi ajuizada uma ação em que as partes Direito Brasileiro.
discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto A nova lei começou a vigorar no país quarenta e cinco dias
objeto das referidas normas. depois de oficialmente publicada e permanecerá em vigor até
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o que outra lei a modifique ou a revogue.
seguinte item, com base na Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro Certo
Errado
No momento do ajuizamento da ação, a nova lei já estava em
vigor. 19 - 2018 - UEG - PC-GO - UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de
Polícia
Certo Sobre a pessoa jurídica de direito privado, dispõe o Código
Errado Civil que:
17- 2018 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE - 2018 A-as disposições acerca das associações aplicam-se
- Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal subsidiariamente às sociedades empresárias e às sociedades
Diante da existência de normas gerais sobre determinado simples.
assunto, publicou-se oficialmente nova lei que estabelece B-começa sua existência legal com o pedido de inscrição de
disposições especiais acerca desse assunto. Nada ficou seus atos constitutivos perante o registro respectivo.
estabelecido acerca da data em que essa nova lei entraria em C-se extingue sua existência legal com a dissolução ou com a
vigor nem do prazo de sua vigência. Seis meses depois da cassação, se for o caso, da autorização para seu
publicação oficial da nova lei, um juiz recebeu um processo funcionamento.
em que as partes discutiam um contrato firmado anos antes. D-tem proteção dos direitos de personalidade apenas quanto
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, ao nome, desde o respectivo registro até a dissolução.
considerando o disposto na Lei de Introdução às Normas do E-as organizações religiosas serão regidas por lei própria, que
Direito Brasileiro. poderá dispor sobre a organização e a estrutura interna.
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Sobre as diferentes classes de bens, assinale a alternativa C-São bens imóveis o solo, o subsolo e o espaço aéreo e
correta. apenas o que se lhe incorporar artificialmente.
D-Consideram-se bens móveis as energias que tenham valor
A-Constitui universalidade de direito a pluralidade de bens econômico e o direito à sucessão aberta.
singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham E-Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos
destinação unitária. e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
B-Os bens naturalmente divisíveis só podem tornar-se
indivisíveis por determinação legal.
Respostas13
13
1: A 2: A 3: E 4: D 5: D 6: D 7: C 8: B 9: B 10: C 11: C 12: A 13: A 14: E 15: C 16: C 17: E 18: C 19: A 20: E
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META 5
TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 14 a 17
⦁ Art. 37, §4º
⦁ Art. 55, IV
⦁ Art. 62, §1º, “a”,
⦁ Art. 68, §1º, II
⦁ Art. 85, III
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
CF/88
⦁ Art. 14 e 15 (leitura completa! Importantíssimo!)
⦁ Art. 37, §4º
1. DIREITOS POLÍTICOS
É o instrumento pelo qual se garante o exercício da soberania popular. Podem ser divididos:
• DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS: Segundo José Afonso da Silva, consistem no “conjunto de normas
que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos
governamentais”.
• DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS: decorrem das normas que privam o cidadão, definitiva ou
temporariamente, dos direitos políticos positivos, especialmente do direito de votar e de ser votado.
Os direitos políticos, então, são instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da
soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja
direta, seja indiretamente.
De modo geral podemos classificar os regimes democráticos em três espécies: a) democracia direta,
em que o povo exerce por si o poder, sem intermediários, sem representantes; b) democracia representativa,
na qual o povo, soberano, elege representantes, outorgando-lhes poderes, para que, em nome deles e para
o povo, governem o país; e c) democracia semidireta ou participativa, um “sistema híbrido”, uma democracia
representativa, com peculiaridades e atributos da democracia direta.
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➢ A democracia participativa ou semidireta assimilada pela CF/88 (arts. 1.º, parágrafo único, e 14)
caracteriza-se, portanto, como a base para que se possa, na atualidade, falar em participação popular
no poder por intermédio de um processo, no caso, o exercício da soberania, que se instrumentaliza
por meio do plebiscito, referendo, iniciativa popular, bem como pelo ajuizamento da ação popular.
As formas de exercício da soberania popular são o direito de sufrágio ativo (direito de votar) e passivo
(direito de ser votado), a iniciativa popular, a ação popular e a organização e participação em partidos
políticos.
• INICIATIVA POPULAR: Consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
B) SUFRÁGIO:
C) ALISTABILIDADE:
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• LIVRE – a escolha pode dar-se entre os candidatos, ou ainda anular ou votar em branco. Em
contraposição à idéia do famoso voto de cabresto;
• DIRETO: Os representantes são escolhidos diretamente pelo povo, com exceção do art. 81, § 1º da
CF;
• SECRETO;
• UNIVERSAL;
• PERIÓDICO – característica da República, pois a Democracia exige mandatos por prazo
determinados.
ATENÇÃO:O voto é obrigatório para os que têm entre 18 e 70 anos, e facultativo para aqueles que
têm entre 16 e 18 anos e para os maiores de 70 anos e analfabetos.
D) ELEGIBILIDADE:
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ATENÇÃO: O domicílio eleitoral não se confunde com o domicílio civil, razão pela qual a circunstância de o
eleitor residir em determinado município não o impede de se candidatar por outra localidade onde é inscrito
e com a qual mantém vínculos negociais, patrimoniais, profissionais, afetivos ou políticos.
A. INELEGIBILIDADES:
ATENÇÃO – PREFEITO ITINERANTE: Caracteriza-se pela alteração do domicílio eleitoral com finalidade de
burlar a regra que tolera apenas uma reeleição. O sujeito não pode se eleger por mais de um mandato no
Município A e então muda seu domicílio eleitoral para o Município B, vizinho de A, onde tentará eleger-se
prefeito. O STF entendeu tal conduta incompatível com o princípio republicano, pois visa à perpetuação no
poder.
• INELEGIBILIDADE REFLEXA – ART. 14, §7º: A inelegibilidade em razão do parentesco torna inelegíveis
no território de jurisdição do Chefe do Poder Executivo o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, salvo quando estes já forem detentores de mandato eletivo
e candidatos à reeleição.
ATENÇÃO:
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Assim, temos a regra: DISSOLVER O VÍNCULO CONJUGAL NO CURSO DO MANDATO NÃO AFASTA A
INELEGIBILIDADE DO ARTIGO 14, §7º CRFB. E a exceção: Se o vínculo conjugal tiver sido rompido pela morte
de um dos cônjuges, a inelegibilidade em comento estás afastada. Motivo: Neste último caso, não há fraude
para fins eleitorais.
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Cabe asseverar apenas que a renúncia afasta a presente inelegibilidade, ou seja, se o Chefe do
Executivo renunciar, é possível que sua família se candidate a qualquer cargo no território de jurisdição do
titular. Tal renúncia deve se dar em até seis meses antes do pleito. É a chamada
heterodesincompatibilização, pois o sujeito se desincompatibiliza para terceiro poder concorrer a outros
cargos.
A exceção se dá no caso em que a renúncia se dá no segundo mandato -> nesse caso o membro da
família não poderá concorrer ao terceiro mandato, eis que, conforme entendimento da Justiça Eleitoral, é
vedado que uma mesma família ocupe determinado cargo por três mandatos consecutivos, conforme já
decidiu o TSE no caso “Garotinho” (ex-governador do Rio de Janeiro).
Em caso de desmembramento, o STF entende que a família do titular do executivo ente
desmembrado não pode se candidatar a cargos eletivos no novo ente criado. Ex.: Município A dá origem ao
Município B -> a família do Prefeito do Município A não pode concorrer a cargos eletivos no Município B.
ATENÇÃO: O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos, conforme, art.
142, § 3º, V, da CF.
E, ainda, os JUÍZES, ART. 95, P.Ú., III, CF e MINISTÉRIO PÚBLICO, ART. 128, §5°, II, “e”, CF.
A) CASSAÇÃO:
É vedada. O art. 15 da CF veda a retirada arbitrária de direitos políticos, pois a restrição dos direitos
políticos será sempre provisória, ou seja, sem caráter perpétuo, e ocorrerá nos casos de suspensão e perda;
B) PERDA:
1. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art. 15, I): ação que tramita na
justiça federal, na qual o naturalizado volta a ser considerado estrangeiro;
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2. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
(art. 15, IV). Enquanto não houver edição de lei regulamentando a prestação alternativa, não há
possibilidade de perder os direitos políticos;
3. Perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de outra (art. 12, § 4º, II).
C) SUSPENSÃO:
1.4. Servidor Público e Exercício do Mandato Eletivo: De Acordo com o Art. 38 da CF/88
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2. PARTIDOS POLÍTICOS
São associações (pessoas jurídicas de direito privado) constituídas para a participação na vida política
de um país. Além do registro civil, também devem registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
A) REGISTRO:
ATENÇÃO: Não existe no Brasil a candidatura avulsa, de modo que o candidato deve estar filiado a partido
político.
1. LIBERDADE PARTIDÁRIA: É livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos. No
entanto, deve obedecer ao disposto na Constituição:
• CARÁTER NACIONAL;
• PROIBIÇÃO DE RECEBIMENTO DE RECURSOS FINANCEIROS DE ENTIDADES OU GOVERNOS
ESTRANGEIROS OU DE SUBORDINAÇÃO A ESTES;
• PRESTAÇÃO DE CONTAS A JUSTIÇA ELEITORAL;
• FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR DE ACORDO COM A LEI.
2. AUTONOMIA PARTIDÁRIA: Autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento,
devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias (art. 17, § 1º).
3. VEDAÇÃO A PARTIDOS COMO ORGANIZAÇÃO PARAMILITAR (ART. 14, § 4º): É vedado ao partido político
ministrar instrução militar ou paramilitar bem como utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar
uniforme para seus membros.
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C) SISTEMAS ELEITORAIS:
• MAJORITÁRIO: O mandato eletivo fica com o candidato ou partido político que obteve a maioria dos
votos, independente dos votos do seu partido. Adotado para eleições de Presidente, Senador,
Governador e Prefeito;
• PROPORCIONAL: É obtido mediante alguns cálculos. Inicialmente, divide o número total de votos
válidos pelos cargos em disputa (quociente eleitoral). Em seguida, pega os votos de cada partido ou
coligação e divide pelo quociente eleitoral, anteriormente obtido (quociente partidário). Os
candidatos mais bem votados desse partido irão ocupar tais vagas. Adotado para eleições de
Deputado Federal, Estadual e Vereador.
• MISTO: Mescla regras do majoritário e proporcional, com votos distritais e votos gerais. É o sistema
adotado na Alemanha. No Brasil, não é adotado, embora seja ponto de discussão da reforma política.
FIDELIDADE PARTIDÁRIA:
Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, sai do partido político no qual foi eleito, ele perderá o cargo
que ocupa? (INF 787 STF)
• Sistema majoritário: NÃO se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de
violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor, já que o candidato escolhido é aquele que
obteve mais votos, não importando o quociente eleitoral nem o quociente partidário. Segundo
entendimento do STF, As características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do candidato,
fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere
a soberania popular (CF, art. 1.º, par. ún., e art. 14, caput)”. Assim, a perda de mandato por troca de partido
não se aplica ao sistema majoritário.STF definiu, então, a seguinte tese: “a perda do mandato em razão da
mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da
soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor”.
• Sistema proporcional: O mandato parlamentar no sistema proporcional pertence ao partido político,
razão pela qual, em caso de mudança de partido político pelo parlamentar eleito, ele sofrerá um processo na
Justiça Eleitoral que poderá resultar na perda do seu mandato. O assunto está disciplinado na Resolução nº
22.610/2007 do TSE, que elenca, inclusive, as hipóteses consideradas como “justa causa” para a perda do
mandato. Em relação ao sistema proporcional (eleição de deputados federais, estaduais, distritais e
vereadores), o STF, em 03 e 04.10.2007, julgando os MS 26.602, 26.603 e 26.604, resolveu a matéria e
estabeleceu que a fidelidade partidária deve ser respeitada pelos candidatos eleitos. Dessa forma,
teoricamente, aquele que mudar de partido (transferência de legenda) sem motivo justificado perderá o
cargo eletivo. Isso porque reconheceu o STF o caráter eminentemente partidário do sistema proporcional e
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as inter-relações entre o eleitor, o partido político e o representante eleito. Mudar de partido caracteriza
desvio ético-político e gera desequilíbrio no Parlamento. É fraude contra a vontade do povo.
OBS: TSE - Justa causa para desfiliação partidária só é aplicável se eleito estiver no fim do mandato
vigente. De acordo com Admar Gonzaga, "o vereador poderá se desfiliar do seu partido com justa causa
apenas no prazo da janela partidária que coincidir com o final do seu mandato, ou seja, nas vésperas das
eleições municipais. Do mesmo modo, o detentor do cargo proporcional, como deputado federal e distrital,
poderá fazer jus à janela partidária na proximidade de uma Eleição Geral”. A decisão do colegiado foi
unânime.
O tema partidos políticos foi objeto de recentes alterações por emendas constitucionais. A EC 52/06
trouxe a desverticalização, de modo que as coligações partidárias não precisam ser as mesmas em âmbito
nacional, estadual e municipal, ou seja, não há obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Mais adiante, a EC 97/17 veiculou a vedação de celebração
de coligações em eleições proporcionais a partir de 2020. Vejamos como ficou a atual redação do art. 17,
§1º da CF:
Por fim, vale mencionar que a EC 97/17 estabeleceu alguns requisitos para os partidos terem acesso
ao fundo partidário. Vejamos como ficou a redação do §3º do art. 17:
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Essas regras, contudo, deverão ser observadas somente a partir das eleições de 2030 (art. 3.º da
emenda), tendo sido estabelecidos requisitos gradativos a serem observados na forma do parágrafo único
do art. 3.º da emenda. A nova janela partidária constitucional está descrita no art. 17, § 5.º, nos termos
acima transcritos.
VACÂNCIA E SUPLÊNCIA:
O STF, no julgamento dos MS 30.260 e 30.272, em 27.04.2011, por 10 x 1, entendeu que a vaga
decorrente do licenciamento de titulares de mandato parlamentar, no caso para assumirem cargos de
secretarias de Estado, deverá ser ocupada pelos suplentes das coligações, e não dos partidos. Pode-se afirmar,
então, que, se houve formação de coligação, o que é opcional e encontra fundamento na Constituição (art.
17, § 1.º), a vaga de suplência pertente a esta, e não ao partido político.
ATENÇÃO!
ADI 4.650 - STF, em 17.09.2015, por maioria e nos termos do voto do Ministro
Relator, julgou procedente em parte o pedido formulado na ADI em referência para
declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos legais que autorizavam as
contribuições de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais. Decidiu que “o exercício
de direitos políticos é incompatível com as contribuições políticas de pessoas
jurídicas.”
De acordo com o STF, é inconstitucional proibir que emissoras de rádios e TVs difundam áudios ou
vídeos que ridicularizem candidato ou partido político durante o período eleitoral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza.
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QUESTÕES PROPOSTAS
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Art. 14 da CF/1988. No entanto, não atrai a aplicação do sábado (12), em Havana, um novo acordo de paz, após o 'não'
entendimento constante do referido ditame a extinção do no referendo sobre uma versão anterior desse pacto para
vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges. acabar com 52 anos de conflito armado no país.” (site
D-A cidadania é o status de nacional acrescido dos direitos gl.globo.com-publicado em 12/11/2016 às 21 h42).
políticos, isto é, de poder participar do processo
governamental, tanto de forma ativa quanto passiva. É Quanto ao referendo, plebiscito e iniciativa popular, nos
cidadania ativa aquela que age em eleger seus governantes, termos da Constituição Federal da República Federativa do
e passiva aquela em que também se pode ser escolhido. Brasil, é correto afirmar:
E-Da suspensão de direitos políticos – efeito da condenação
criminal transitada em julgado –, resulta, por si mesma, a A-O plebiscito e o referendo podem ser propostos mediante
perda do mandato eletivo ou do cargo do agente político, iniciativa popular.
inclusive no caso de parlamentar, – à exceção dos membros B-A primeira experiência ordinária com o refendo deu-se com
do poder legislativo, por exemplo. o Estatuto do Desarmamento.
C-Enquanto o plebiscito é uma consulta posterior sobre
4 - 2017 - IBADE - PC-AC - IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado determinado ato ou decisão governamental, o referendo
de Polícia Civil configura uma consulta prévia.
D-A realização de plebiscito e referendo sempre depende de
Maristela era casada com o prefeito Alcides Ferreira do autorização do Congresso Nacional.
município X, falecido em um acidente de avião em setembro E-O plebiscito e o referendo serão convocados por meio de
de 2015, no curso de seu segundo mandato. O vice-prefeito decreto legislativo proposto por, no mínimo, 3/5 dos votos
de Alcides Ferreira assumiu o cargo. Nas eleições de 2016, dos membros que compõem uma das Casas do Congresso
Maristela concorreu à prefeitura do Município X e ganhou a Nacional.
eleição. Considerando o entendimento jurisprudencial do
STF, Maristela: 6 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA -
Delegado de Policia Civil - Reaplicação
A-não poderia ser elegível, tendo em vista tratar-se de
hipótese de inelegibilidade reflexiva prevista no artigo 14, § Ação prevista constitucionalmente, a ser proposta ante a
7°, CRFB/88. Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
B-não poderia ser elegível, considerando o teor da súmula diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
vinculante n° 18 do STF. econômico, corrupção ou fraude. Trata-se de:
C-poderia ser elegível, vez que a inelegibilidade prevista no §
7° do artigo 14 da CRFB/88 não se aplica aos casos de extinção A-ação de impugnação de registre de candidatura.
do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges. B-representação na pesquisa eleitoral.
D-poderia ser elegível, uma vez que a CRFB/88 não impede C-ação de impugnação de mandato eletivo.
que o cônjuge concorra às eleições na mesma circunscrição D-recurso contra a diplomação.
por motivo de casamento, parentesco ou afinidade. E-ação de investigação eleitoral .
E-não poderia ser elegível, tendo em vista que a CRFB/88
exige o prazo de 5 (cinco) anos, após o término de mandato, 7 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA -
para que o cônjuge concorra às eleições na mesma Delegado de Polícia Civil - Prova Anulada
circunscrição do marido ou ex-marido.
Acerca dos direitos políticos previstos na Constituição Federal
5 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - de 1988, assinale a alternativa correta.
Delegado de Policia Civil - Reaplicação
A-São inalistáveis os estrangeiros, os conscritos, durante o
“Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da período militar obrigatório, e os analfabetos.
Colômbia (Fare) e o governo colombiano anunciaram neste
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D-I, II e IV.
11 - 2015 - VUNESP - PC-CE - VUNESP - 2015 - PC-CE - E-II, III e IV.
Delegado de Polícia Civil de 1a Classe
14 - 2009 - CEPERJ - PC-RJ - CEPERJ - 2009 - PC-RJ - Delegado
É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos de Polícia
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais Com relação ao atual texto expresso da Constituição da
da pessoa humana, observado o seguinte preceito: República analise as seguintes proposições:
A-o recebimento de recursos financeiros de entidades I- A iniciativa popular, expressão do exercício de soberania
estrangeiras. popular, pode ser realizada através de apresentação à
B-a prestação de contas à justiça estadual. Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no
C-a obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas de mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
âmbito nacional. pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
D-a subordinação a governos nacionais e internacionais. décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
E-o funcionamento parlamentar de acordo com a lei. II- Podem alistar-se como eleitores, durante o período do
serviço militar obrigatório, os conscritos.
12 - 2014 - Aroeira - PC-TO - Aroeira - 2014 - PC-TO - III- Partidos políticos que se propõem a disputar apenas
Delegado de Polícia eleições estaduais devem registrar os seus estatutos perante
o Tribunal Regional Eleitoral da correspondente unidade da
No caso de condenação criminal transitada em julgado, Federação.
enquanto durarem seus efeitos, o condenado terá seus IV- Domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária e
direitos políticos: idade mínima são condições de elegibilidade, previstas
expressamente no texto da atual Constituição da República.
A-mantidos. V- Condenação criminal transitada em julgado, enquanto
B-cassados. durarem os seus efeitos, e improbidade administrativa, nos
C-perdidos. termos do art. 37 § 4º da CR, são hipóteses de incidência de
D-suspensos. suspensão dos direitos políticos.
13 - 2013 - FUNCAB - PC-ES - FUNCAB - 2013 - PC-ES - Assinale a alternativa que corresponde à relação completa de
Delegado de Polícia pro- posições corretas:
Estão corretos apenas os itens: Considerando o que dispõem as normas a respeito dos
direitos-políticos e partidos políticos constantes da
A-I e II. Constituição Federal, julgue os seguintes itens.
B-II e III. Em nenhuma hipótese o cônjuge e os parentes
C-I e IV. consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção,
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Certo Certo
Errado Errado
Respostas14
14
1: B 2: C 3: E 4: C 5: B 6: C 7: E 8: C 9: D 10: E 11: E 12: D 13: C 14: A 15: E 16: C 17: E 18: E 19: C
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⦁ Art. 12 (leitura completa)
⦁ Art. 13 (leitura completa)
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
CF/88
⦁ Art. 12, I e II
⦁ Art. 12, §3º, §4º
1. NACIONALIDADE
É o vínculo político-jurídico que liga o indivíduo ao Estado, fazendo-o componente do seu povo e
sujeitando-o aos direitos e obrigações desta relação.
Ressalta-se que, no sistema interamericano, de proteção dos direitos humanos, há o pacto de São
José, da Costa Rica. No art. 20, o pacto fala que o direito à nacionalidade é direito fundamental do indivíduo.
“Direito à nacionalidade é direito fundamental do indivíduo”. Há também previsão no âmbito da ONU que
cuida do direito de nacionalidade que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos. No Art. 15, a
Declaração Universal fala que todo homem tem direito a uma nacionalidade. Então, todo homem, pelo
simples fato de ser humano, tem direito a uma nacionalidade. Esse mesmo homem, não pode ser privado de
sua nacionalidade sem que antes lhe seja ofertado o direito de mudar de nacionalidade.
A) ORIGINÁRIA:
Decorre de fato natural ou voluntário, adotada por cada Estado no exercício da sua soberania, e está
prevista no art. 12, I, da CF/88:
• CRITERIO TERRITORIAL (JUS SOLI OU “DIREITO DO SOLO”): É nacional quem nasce no território do
país;
• CRITERIO SANGUÍNEO (JUS SANGUINIS OU “DIREITO DO SANGUE”): O indivíduo adquire a
nacionalidade de seus ascendentes, independente de ter nascido no território de outro país.
• Brasil: Como regra, adota o critério do jus soli, embora existam hipóteses em que o critério sanguíneo
é aceito (art. 12, I, CF):
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∘ É brasileiro nato o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira
a serviço da República Federativa do Brasil (jus sanguinis + critério funcional) (CF, art. 12, I,
b).
∘ Aos nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente (jus sanguinis + registro) (CF, art. 12, I, c,
primeira parte).
∘ Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro e que não tenham sido registrados na repartição
brasileira competente. Nesta hipótese, caso venha a residir no Brasil, o indivíduo poderá
optar, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira
(jus sanguinis + critério residencial + opção confirmativa) (CF, art. 12, I, c, segunda parte).
∘ O ius soli, em regra, ele é oriundo, um critério oriundo, dos países de imigração. O ius
sanguinis é oriundo de países de emigração, com “E”.
B) SECUNDÁRIA:
ATENÇÃO – QUASE NACIONALIDADE: Aplicável aos portugueses, conforme Art. 12, § 1º da CF,
desde que haja reciprocidade em favor dos brasileiros. O português, sem precisar passar pelo processo de
naturalização, pode exercer os direitos inerentes aos brasileiros naturalizados, desde que resida
permanente no país.
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As hipóteses são enumeradas taxativamente pela CF/88, não sendo admitidos acréscimos ou
supressões por lei infraconstitucional, tampouco a renúncia à nacionalidade brasileira:
Embora a CF/88 vede que a lei diferencie brasileiros natos de naturalizados, existem algumas
exceções:
A. EXTRADIÇÃO:
Recentemente o STF decidiu que o brasileiro nato que vem a perder sua nacionalidade em razão da
aquisição de outra pode ser extraditado. No caso, uma brasileira, que já tinha o Green card, optou por
naturalizar-se americana. Entendeu o STF que a naturalização não era necessária para o regular exercício
de seus direitos civis, pois o Green card já lhe autorizava a permanecer licitamente em território americano.
Tratando-se de aquisição originária de outra nacionalidade, teve lugar a perda da nacionalidade brasileira
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por meio de procedimento administrativo no Ministério da Justiça, podendo a cidadã ser extraditada em caso
de cometimento de crime em outro país. Assim se posicionou o STF no RExt 1462/DF.
B. CARGOS PRIVATIVOS:
Art. 12, § 3º da CF: São cargos privativos de brasileiros natos, assim definidos em
razão da segurança nacional e da defesa da soberania, eis que estão na linha
sucessória do Presidente da República.
C. CONSELHO DA REPÚBLICA:
Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos brasileiros natos,
segundo o art. 89 da CF/88.
Somente o brasileiro naturalizado (nunca o nato) pode perder a condição de nacional, em virtude da
prática de atividade nociva ao interesse nacional.
O brasileiro naturalizado não pode ser proprietário e nem responsável editorial de seleção e direção
da programação de empresa de radiodifusão, salvo após 10 anos da naturalização.
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contraditório e a ampla defesa. Efeitos: ex nunc. Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, somente
é possível a reaquisição por ação rescisória. Desse modo, não é permitido a obtenção por meio de novo
procedimento de naturalização.
Aquisição de outra nacionalidade (art. 12, § 4.º, II). É a denominada “perda-mudança”. Ocorre por
meio de processo administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa, tramitando no Ministério da
Justiça. Efeitos: ex nunc. Pode atingir o brasileiro nato e naturalizado. Havendo a perda, sua reaquisição será
possível por meio de pedido dirigido ao Presidente da república, sendo o processo instruído no MJ. Caso seja
concedida, será feita por Decreto. Pergunta: neste caso, a pessoa readquire a nacionalidade como nata ou
naturalizada? MAJ – naturalizada. José Afonso da Silva – nata.
EXCEÇÕES:
OBS.: Cancelada a naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional
(art. 12, § 4.º, I), ou perdida a nacionalidade (primária ou secundária) em decorrência da aquisição de outra
nacionalidade fora dos permissivos constitucionais (art. 12, § 4.º, II), seria possível readquiri-las?
Cancelamento da naturalização: não poderá readquiri-la, a não ser mediante ação rescisória, nunca
por meio de um novo processo de naturalização, sob pena de contrariedade ao texto constitucional;
Aquisição de outra nacionalidade: o revogado art. 36 da Lei n. 818/49 pela Lei de Migração previa a
possibilidade de reaquisição por decreto presidencial, se o ex-brasileiro estivesse domiciliado no Brasil. Pedro
Lenza entende, contudo, que tal dispositivo só teria validade se a reaquisição não contrariasse os dispositivos
constitucionais e, ainda, se existissem elementos que atribuíssem nacionalidade ao interessado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza.
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QUESTÕES PROPOSTAS
1 - 2021 -FAPEC -PC-MS -FAPEC - 2021 - PC-MS - Delegado de e)a extradição de brasileiro naturalizado em caso de crime
Polícia comum, praticado depois da naturalização, mas o estrangeiro
não será extraditado por crime político ou de opinião.
Assinale a alternativa correta.
3 - 2018 - FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia
A-São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, ainda que nenhum deles NÃO constitui cargo privativo de brasileiro nato:
esteja a serviço da República Federativa do Brasil, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou a)Ministro de Estado da Defesa.
venham a residir em território nacional e optem, em qualquer b)Oficial das Forças Armadas.
tempo, pela nacionalidade brasileira. c)Presidente da Câmara dos Deputados.
B-São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer d)Senador da República.
nacionalidade, residentes no Brasil há mais de quinze anos,
ininterruptos ou não, desde que não contem com 4 - 2017 - CESPE - PJC-MT - Delegado de Polícia
condenação penal e desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. Em se tratando de originários de país de língua O boliviano Juan e a argentina Margarita são casados e
portuguesa, exige-se apenas residência por um ano residiram, por alguns anos, em território brasileiro. Durante
ininterrupto e idoneidade moral. esse período, nasceu, em território nacional, Pablo, o filho
C-Aos portugueses com residência permanente no País, serão deles.
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos na Constituição Federal. Nessa situação hipotética, de acordo com a CF, Pablo será
D-Os cargos de Ministro de Estado da Defesa e de oficial das considerado brasileiro
Forças Armadas é privativo de brasileiro nato.
E-Será decretada a perda da nacionalidade do brasileiro que a)naturalizado, não podendo vir a ser ministro de Estado da
tiver adquirido outra, salvo, exclusivamente, nos casos de Justiça.
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao b)nato e poderá vir a ser ministro de Estado da Defesa.
brasileiro residente em estado estrangeiro como condição c)nato, mas não poderá vir a ser presidente do Senado
para permanência em seu território ou para o exercício de Federal.
direitos civis. d)naturalizado, não podendo vir a ser presidente da Câmara
dos Deputados.
2 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia e)naturalizado e poderá vir a ocupar cargo da carreira
diplomática.
É possível, segundo a Constituição (CRFB) e o Supremo
Tribunal Federal (STF), 5 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - Delegado de Polícia
a)a prisão civil por dívida do depositário infiel. “Os elementos clássicos de um Estado são seu território, sua
b)a extradição de brasileiro naturalizado em caso de crime soberania e seu povo. Para a formação deste último, é
comum, praticado antes da naturalização, mas o brasileiro necessário que se estabeleça um vínculo político e pessoal
nato nunca poderá ser entregue pelo Brasil a outro país. entre o Estado e o indivíduo. É a nacionalidade que efetiva tal
c)o uso de algemas como regra, com vistas à proteção dos conexão e faz com que uma pessoa integre dada comunidade
agentes envolvidos e da autoridade policial. política. Portanto, é natural e necessário que o Estado
d)a manutenção provisória de condenado em regime distinga o nacional do estrangeiro para diversos fins".
prisional mais gravoso até o surgimento de vaga em (Mendes, 2016)
estabelecimento penal adequado à progressão de regime.
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Assinale a assertiva correta de acordo com o direito de No que se refere a direitos e garantias fundamentais, assinale
nacionalidade. a alternativa correta com base na interpretação dada pelo
STF.
a)O brasileiro nato nunca poderá perder a nacionalidade.
b)A nacionalidade pode ser adquirida de forma originária ou a)O cargo de ministro das Relações Exteriores é privativo de
secundária. brasileiro nato.
c)Os estrangeiros dispõem de direitos políticos. b)Suponha-se que Carlos, brasileiro nato, resida há muitos
d)O brasileiro nato pode se extraditado caso pratique tráfico anos no estrangeiro e precise adquirir a nacionalidade
internacional de entorpecentes e drogas afins. estrangeira como condição de permanência naquele
e)Pelo critério de determinação jus sanguinis, o indivíduo é território. Nesse caso, se ele obtiver a referida nacionalidade,
nacional se nascido em território específico. perderá a nacionalidade brasileira.
c)Suponha-se que Pedro seja brasileiro nato e também
6 - 2016 - CESPE - PC-PE - Delegado de Polícia possua outra nacionalidade originária de um país X (dupla
nacionalidade). Nesse caso, Pedro poderá ser extraditado se
Assinale a opção correta acerca dos direitos sociais, dos praticar algum crime no país X.
remédios ou garantias constitucionais e dos direitos de d)Suponha-se que Antônio tenha nascido no estrangeiro,
nacionalidade. sendo filho de pai brasileiro e mãe estrangeira. Nesse caso,
Antônio poderá optar, em qualquer tempo, depois de atingir
a)Será considerado brasileiro nato o indivíduo nascido no dezoito anos de idade, pela nacionalidade brasileira
estrangeiro, filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que originária, desde que venha residir no Brasil.
for registrado em repartição brasileira competente ou que e)Suponha-se que Afonso tenha nascido em Portugal e
venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois pretenda se naturalizar brasileiro. Nesse caso, a CF autoriza a
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. opção, mas exige a residência por quinze anos ininterruptos e
b)A duração da jornada normal de trabalho, de, no máximo, a ausência de condenação penal.
oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, não
comporta exceções, no entanto a CF admite a compensação 8 - 2014 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia
de horários mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho. É privativo de brasileiro nato o cargo de
c)De acordo com o STF, o habeas data é ação que permite ao
indivíduo o direito de obter informações relativas à sua a)Ministro do Supremo Tribunal Federal.
pessoa, inseridas em repartições públicas ou privadas, b)Senador.
podendo ser utilizado para a obtenção de acesso a autos de c)Juiz de Direito.
processos administrativos, como aqueles que tramitam no d)Delegado de Polícia.
TCU. e)Deputado Federal.
d)A sentença em mandado de injunção gera efeitos erga
omnes, alcançando, de maneira indistinta, todos aqueles 9 - 2013 - CESPE - PC-BA - Delegado de Polícia
privados de exercer quaisquer direitos e liberdades
constitucionais por falta de norma regulamentadora. Em relação aos direitos e deveres fundamentais expressos na
e)O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item subsecutivo.
sindicatos, entidades de classe e associações, mas não por
partidos políticos, pois se destinam à defesa de interesses O brasileiro nato que cometer crime no exterior, quaisquer
coletivos comuns a determinada coletividade de pessoas. que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, não pode
ser extraditado pelo Brasil a pedido de governo estrangeiro.
7 - 2015 - FUNIVERSA - PC-DF - Delegado de Polícia ( ) Certo( ) Errado
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Respostas15
15
1: D 2: B 3: D 4: B 5: B 6: A 7: D 8: A 9: C 10: B 11: C 12: C 13: D 14: B
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TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 5º, inc. LXVIII a LXXIII,
⦁ Art. 5, inc. LXXVII,
⦁ Art. 102, inc. I, “d”, “i” e “q”
⦁ Art. 102, inc. II, “a”
⦁ Art. 105, inc. I, “b”, “c” e “h”
⦁ Art. 105, inc. II, “a”
⦁ Art. 108, inc. I, “c” e “d”
⦁ Art. 108, inc. VII e VIII
⦁ Art. 121, §3º e §4º, inc. V
⦁ Art. 142, §2º
CPP
⦁ Art. 3-B, inc. XII
⦁ Art. 574, I
⦁ Art. 581, X
⦁ Art. 612
⦁ Arts. 647 a 667
CPP
⦁ Art. 3º-B, inc. XXII
⦁ Arts. 647, 648, 651
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1. HABEAS CORPUS
Art. 5º LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
b) Introdução
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Típico de direito de primeira geração, o HC visa a garantir o direito individual de locomoção, por meio
de ordem exarada por órgão do Poder Judiciário, para que seja cessada a ameaça ou coação à liberdade de
locomoção do indivíduo.
No direito inglês, surgiu primeiramente na Magna Charta Libertatum, de 1215 e, no direito brasileiro,
surgiu pela 1ª vez na Constituição Federal de 1891, permanecendo nas demais constituições subsequentes.
Ressalta-se, contudo, que, inicialmente, e o HC visava proteger outros direitos distintos - e não
apenas a locomoção, por meio da chamada Teoria Brasileira do habeas corpus*. Porém, com a EC n° 1 de
1926, restringiu-se o HC apenas à liberdade de locomoção. Ensina o professor Marcelo Novelino:
c) Características do HC:
∘ O HC possui natureza dúplice: Ação de natureza penal não condenatória e remédio
constitucional.
∘ Possui autonomia própria
∘ Pode ser impetrado sem que exista processo
∘ Isento de custas
∘ Não exige capacidade postulatória
∘ Admite concessão de pedido liminar
∘ Exige violência ou coação + ilegalidade ou abuso de poder
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Maria, gestante de feto anencéfalo, pretende a obtenção de autorização judicial para realização de aborto.
O Juízo de primeiro grau julgou improcedente o pedido. Pretende, agora, manejar um remédio constitucional
para evitar o cometimento de crime. Para tanto, deverá demandar por meio do seguinte instrumento:
a) ação popular.
b) habeas corpus
c) habeas data
d) mandado de segurança
e) mandado de injunção
Resposta: Letra B
Conforme já definido pelo STJ (HC 56572), a via do habeas corpus é adequada para pleitear a interrupção de
gravidez fora das hipóteses previstas no Código Penal (art. 128, incs. I e II), tendo em vista a real ameaça de
constrição à liberdade ambulatorial, caso a gestante venha a interromper a gravidez sem autorização judicial.
Observação: a questão foi utilizada como um exemplo para o estudo do cabimento do HC preventivo. É
necessário ressaltar que, no julgamento da ADPF nº 54, por 8 votos a 2, os Ministros do STF entenderam que
não é crime interromper a gravidez de fetos anencéfalos.
Obs.2: Não exige capacidade postulatória do impetrante, de modo que a ação pode ser formulada
sem advogado.
STF: A pessoa jurídica NÃO pode figurar como paciente de HC, pois jamais estará
em jogo a liberdade de locomoção, ainda que se trate da possibilidade de apenação
da pessoa jurídica por crimes ambientais.
Obs.:É possível impetrar HC contra ato do sujeito coator, que tanto poderá ser autoridade pública
quanto agente privado (ex: agente de hospital que ilegalmente impede a saída do paciente).
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g) HC e ofensa indireta
STF: Será cabível o HC não só contra ofensa direta, mas também contra ofensa indireta, reflexa ou
potencial ou direito de locomoção, a exemplo do uso do HC para atacar a quebra de sigilo bancário em
procedimento que possa resultar prisão => Se a quebra de sigilo for determinada por autoridade fiscal, no
curso de procedimento administrativo tributário, é incabível HC, pois em processo administrativo NÃO
implica ofensa ao direito de locomoção.
Uma vez conhecido o habeas corpus somente deverá ser concedido em caso de réu preso ou na
iminência de sê-lo, presentes as seguintes condições:
(1) Violação à jurisprudência consolidada do STF;
(2) Violação clara à Constituição; ou
(3) Teratologia na decisão impugnada, caracterizadora de absurdo jurídico.
Cabe habeas corpus contra a decisão que não homologa ou que homologa apenas
parcialmente o acordo de colaboração premiada. Atualmente, não existe previsão
legal de recurso cabível em face de não homologação ou de homologação parcial
de acordo. Logo, deve ser possível a impetração de habeas corpus. A homologação
do acordo de colaboração premiada é etapa fundamental da sistemática negocial
regulada pela Lei nº 12.850/2013, estando diretamente relacionada com o
exercício do poder punitivo estatal, considerando que nesse acordo estão
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Cabe habeas corpus para questionar a decisão do magistrado que não permite que
os réus delatados apresentem alegações finais somente após os réus colaboradores
(Info 949)
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A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas corpus em que se busca
o trancamento da ação penal? Com a celebração da transação penal, o habeas corpus que estava
pendente fica prejudicado ou o TJ deverá julgá-lo mesmo assim?
• STJ: SIM. Fica prejudicado. A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de
habeas corpus em que se busca o trancamento da ação penal. STJ. 6ª Turma. HC 495148-DF, Rel.
Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 24/09/2019 (Info 657).
• STF: NÃO. Não impede e o TJ deverá julgar o mérito do habeas corpus. A realização de acordo de
transação penal não enseja a perda de objeto de habeas corpus anteriormente impetrado. A
aceitação do acordo de transação penal não impede o exame de habeas corpus para questionar a
legitimidade da persecução penal. Embora o sistema negocial possa trazer aprimoramentos positivos
em casos de delitos de menor gravidade, a barganha no processo penal pode levar a riscos
consideráveis aos direitos fundamentais do acusado. Assim, o controle judicial é fundamental para a
proteção efetiva dos direitos fundamentais do imputado e para evitar possíveis abusos que
comprometam a decisão voluntária de aceitar a transação. Não há qualquer disposição em lei que
imponha a desistência de recursos ou ações em andamento ou determine a renúncia ao direito de
acesso à Justiça. STF. 2ª Turma. HC 176785/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/12/2019
(Info 964).
Com a concessão da suspensão condicional do processo, o habeas corpus que estava pendente fica
prejudicado ou o TRF deverá julgá-lo mesmo assim?
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ATENÇÃO PARA A SÚMULA 648 DO STJ: A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido
de trancamento da ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus.
Vamos entendê-la?
Não é cabível examinar a inépcia da inicial acusatória, bem como a justa causa para
ação penal, após a prolação de sentença condenatória, porquanto todos os
elementos da exordial acusatória, bem como da conduta criminosa, foram
amplamente debatidos pelas instâncias ordinárias, em cognição vertical e
exauriente.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 463.788/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
13/11/2018.
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E se a sentença tivesse sido absolutória? Se o juiz tivesse absolvido João, o HC também ficaria
prejudicado?
R.: SIM. Com maior razão, o habeas corpus estaria prejudicado, mas agora por outro motivo: falta de
interesse processual já que a providência buscada pela defesa foi alcançada em 1ª instância. Nesse sentido:
A superveniência de sentença absolutória, na linha da orientação firmada nesta Corte, torna prejudicado o
pedido que buscava o trancamento da ação penal sob a alegação de falta de justa causa. STJ. 6ª Turma. AgInt
no RHC 31.478/SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 26/03/2019.
Atenção: Ainda em 2021, poucos meses depois do enunciado ser aprovado, o STJ proferiu a seguinte
decisão que pode ser encarada como se fosse uma exceção à Súmula 648:
Veja a explicação:
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j) Competência
Competência do STF, quando: art. 102, CF/88.
a. O paciente for: Presidente da República, Vice-Presidente da República, membros do Congresso
Nacional, Ministros do STF e Procurador Geral da República (art. 102, I, “b”);
b. O paciente for: Ministros de Estado, Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, membros dos
Tribunais Superiores, do TCU e chefes de missão diplomática de caráter permanente (art. 102, I, “c”);
c. O coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou paciente for autoridade ou funcionário cujos
atos estejam diretamente sujeitos à jurisdição do STF, ou se trate de crime sujeito à única instância
(STF) – art. 102, I, “i”;
d. O HC for decidido em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão (Nesse
caso o STF julga em recurso ordinário) – art. 102, II, “a”.
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Obs.1: O HC impetrado contra decisão de Turma Recursal dos Juizados Especiais será julgado pelo Tribunal
de Justiça Estadual. O STF superou a Sumula 690!
Obs.2:Relator pode determinar, de forma discricionária, que HC seja julgado pelo Plenário do STF (e não pela
Turma)
A competência para julgar determinados habeas corpus é de uma das duas Turmas
do STF (e não do Plenário). Ex: HC contra decisão do STJ, em regra, é de
competência de uma das Turmas do STF. O Ministro Relator do HC no STF, em vez
de submetê-lo à Turma, pode levá-lo para ser julgado pelo Plenário? SIM. Essa
possibilidade encontra-se prevista no art. 6º, II, “c” e no art. 21, XI, do RI/STF. Para
fazer isso, o Relator precisa fundamentar essa remessa? É necessário que o Relator
apresente uma justificativa para que o caso seja levado ao Plenário? NÃO. É possível
a remessa de habeas corpus ao Plenário do STF, pelo relator, de forma
discricionária, com fundamento no art. 6º, II, “c” e no art. 21, XI, do RI/STF. STF.
Plenário. HC 143333/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11 e 12/4/2018 (Info
897).
k) HC coletivo
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O STF admitiu a possibilidade de habeas corpus coletivo. O habeas corpus se presta a salvaguardar
a liberdade. Assim, se o bem jurídico ofendido é o direito de ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo
determinado de pessoas, o instrumento processual para resgatá-lo é o habeas corpus, individual ou coletivo.
A ideia de admitir a existência de habeas corpus coletivo está de acordo com a tradição jurídica nacional de
conferir a maior amplitude possível ao remédio heroico (doutrina brasileira do habeas corpus). Apesar de
não haver uma previsão expressa no ordenamento jurídico, existem dois dispositivos legais que,
indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art. 654, § 2º e do art. 580,
ambos do CPP.
O art. 654, § 2º estabelece que compete aos juízes e tribunais expedir ordem de habeas corpus de
ofício.
O art. 580 do CPP, por sua vez, permite que a ordem concedida em determinado habeas corpus seja
estendida para todos que se encontram na mesma situação. Assim, conclui-se que os juízes ou Tribunais
podem estender para todos que se encontrem na mesma situação a ordem de habeas corpus concedida
individualmente em favor de uma pessoa. Existem mais de 100 milhões de processos no Poder Judiciário, a
cargo de pouco mais de 16 mil juízes, exigindo do STF que prestigie remédios processuais de natureza coletiva
com o objetivo de emprestar a máxima eficácia ao mandamento constitucional da razoável duração do
processo e ao princípio universal da efetividade da prestação jurisdicional.
Diante da inexistência de regramento legal, o STF entendeu que se deve aplicar, por analogia, o art.
12 da Lei nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados para propor mandado de injunção coletivo.
Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo:
1) o Ministério Público;
2) o partido político com representação no Congresso Nacional;
3) a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano;
4) a Defensoria Pública. STF. 2ª Turma.HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
20/2/2018 (Info 891).
Obs.: O STJ confirmou decisão que mandou soltar todos os presos do país que tiveram liberdade
condicionada à fiança. No habeas corpus coletivo, a DP do Espírito Santo sustentou que, diante do cenário
de pandemia da Covid-19, deveria ser superada a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal e, nos termos da
Recomendação 62/2020 do CNJ, determinada a soltura imediata de todos os presos do estado que tiveram
o deferimento da liberdade provisória condicionado ao pagamento de fiança. O ministro Sebastião Reis
Júnior votou pela concessão do habeas corpus por reconhecer a plausibilidade jurídica das alegações e a
flagrante ilegalidade da situação desses presos.
Jurisprudência em teses do STJ sobre HC:
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2. MANDADO DE SEGURANÇA
Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público;
b) Natureza Jurídica: Ação judicial de natureza residual, subsidiária, civil, cabível quando o direito líquido e
certo protegido não for amparado por outros remédios constitucionais.
c) Cabimento: Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, sempre que, ilegalmente ou
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
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▪ Proteção de direito líquido e certo contra ilegalidade ou abuso de poder por parte de autoridade.
▪ Esse direito líquido e certo não é amparado por HC ou HD
Entenda: Trata-se de uma restrição legítima pelo fato de que os atos de gestão
comercial são atos estranhos à ideia da delegação do serviço público em si. Esses
atos se destinam à satisfação de interesses privados na exploração de atividade
econômica, submetendo-se a regime jurídico próprio das empresas
privadas,motive pelo qual não cabe mandado de segurança por força da própria
previsão constitucional – que admite o ajuizamento do mandado de segurança
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• O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo
disciplinar (Info 933)
• Para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (súmula 460 do STJ).
Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada
pelo contribuinte
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à
compensação tributária.
- STJ: O mandado de segurança não pode ser utilizado com o intuito de obter
provimento genérico aplicável a todos os casos futuros de mesma espécie.
CESPE/2019 - É cabível mandado de segurança para proteger direito líquido e certo contra ilegalidade
praticada por diretor de sociedade de economia mista em decisão que homologa o resultado de licitação ou
em atos de gestão comercial. Item incorreto.
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OBS: A exigência de liquidez e certeza recai sobre a matéria de fato, as quais necessitam de
comprovação de plano. A matéria de direito, por mais complexa que se apresente, pode ser apreciada em
MS.
Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança.
e) Legitimidade Ativa
• Pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil;
• Universalidades reconhecidas por lei;
• Órgãos públicos de grau superior, na defesa de suas prerrogativas e atribuições;
• Agentes políticos na defesa de suas atribuições e prerrogativas;
• MP, quando o ato emanar de juiz de primeiro grau de jurisdição.
STF (Info 848): O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica
própria, detém legitimidade autônoma para ajuizar mandado de segurança contra
ato do Governador do Estado em defesa de sua autonomia institucional. Ex:
mandado de segurança contra ato do Governador que está atrasando o repasse dos
duodécimos devidos ao Poder Judiciário.
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o qual atua. STF. Plenário virtual. RE 1178617 RG, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 25/04/2019 (repercussão geral).
Ingresso de litisconsorte ativo: pode ocorrer até o despacho da petição inicial (art. 10, §2º, da Lei nº
12.016/09).
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-CESPE/2018: O parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança em defesa de
prerrogativa do Congresso Nacional. Item incorreto. Cabe destacar, contudo, que o parlamentar
individualmente tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança contra ato de processo
legislativo, em controle concreto. (STF MS-24642/DF) (STF -Inform711)
f) Legitimação Passiva
É a pessoa jurídica a qual pertence a autoridade coatora, responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Lei 12.016/09
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.
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I- Primeira corrente: defende que a própria autoridade coatora deve ocupar o polo
passivo da demanda, tendo em vista que é quem prestará informações e deverá
cumprir a determinação judicial.
II- Segunda corrente: considera que haverá a formação de litisconsórcio passivo
entre a autoridade e a pessoa jurídica de direito público. Entretanto, essa corrente
não tem aceitação jurisprudencial, já que a autoridade apenas presenta a pessoa
jurídica, não constituindo parte autônoma.
III- Terceira corrente: majoritária na doutrina e na jurisprudência, defende que é a
pessoa jurídica a que pertence a autoridade coatora que detém legitimidade
passiva, tendo em vista que é quem suportará as consequências financeiras da
demanda e contra quem será formada a coisa julgada, de modo que se a autoridade
indicada for subsittuída, não haverá prejuízo para o processo.
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Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa
vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
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Art. 7o § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação
de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a
extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Antigamente, entendia-se que não era possível conceder liminar em mandado de segurança para a
compensação de créditos tributários, entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior.
No entanto, em 2021, o STF considerou inconstitucional impedir ou condicionar a concessão de
medida liminar, o que caracteriza verdadeiro obstáculo à efetiva prestação jurisdicional e à defesa do direito
líquido e certo do impetrante. A Corte concluiu que:
Em virtude dessa decisão do STF, fica SUPERADA a Súmula 212 do STJ: Súmula 212-STJ: A
compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar
ou antecipatória. (entendimento superado)
Obs.: nos casos em que se veda a concessão da liminar, eventual sentença que conceda o MS não
poderá ser executada provisoriamente (art. 14, §3º):
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i) Apresentação de informações
Nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique
o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos
documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações.
Natureza jurídica: segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, em razão da adoção do entendimento
de que a autoridade coatora não é propriamente ré no mandado de segurança, suas informações não têm a
natureza jurídica de contestação.
Prazo: 120 dias, a contar, em regra, da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato
a ser impugnado.
Assim, depois que uma autoridade praticar um ato ilegal ou abusivo, a pessoa prejudicada terá o
prazo de até 120 dias para impugná-lo por meio de mandado de segurança. Ultrapassado este período, o
interessado continua com o direito de questionar o ato, mas deverá fazer isso mediante ação ordinária.
Caso a decisão que negar a segurança não tiver apreciado o mérito, será possível impetrar um novo
mandado de segurança, desde que não ultrapassado o período de 120 dias.
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Art. 6º, §6º, da Lei n. 12.016/09: O pedido de mandado de segurança poderá ser
renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver
apreciado o mérito.
Se o ato impugnado é de trato sucessivo, o prazo de 120 dias renova-se a cada ato.
Mandado de segurança preventivo: NÃO se pode falar em prazo decadencial para a sua impetração,
pois NÃO há ato coator a marcar a contagem.
STF (Info 1021): É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo
decadencial de 120 dias para a impetração de mandado de segurança.
STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021
STJ (Info 578): O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra
redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de
servidor público renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão de
vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do
próprio fundo de direito. Assim, o prazo decadencial para se impetrar a ação
mandamental renova-se mês a mês.
- Ato que SUPRIME vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data
em que o prejudicado tomou ciência do ato).
- Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo
para o MS renova-se mês a mês).
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k) Competência
A competência no MS é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional.
STJ: A competência para o mandado de segurança é absoluta. No caso dos
tribunais, é funcional; no caso do juízo de primeiro grau, é territorial e absoluta
ou em razão da pessoa.
Ensina Leonardo Carneiro da Cunha: “Se a autoridade coatora desempenha função estadual ou
municipal, e a matéria envolvida não for trabalhista, nem eleitoral, a competência será da Justiça Estadual.
Caso a autoridade exerça função federal, e, de igual modo, não haja matéria trabalhista ou eleitoral
envolvida, a competência será da Justiça Federal.” (CUNHA, 2016, p. 552)
Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, se a competência para o julgamento do MS for do juízo
de primeiro grau, tanto na Justiça Estadual como na Federal, a competência territorial será determinada
pelo local em que a autoridade exerce suas funções. Caso haja vara privativa da Fazenda Pública, a
competência será absoluta dentro da comarca.
• Competência originária do STF:MS contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal.
• Competência recursal do STF:recurso ordinário contra decisão denegatória de mandado de segurança
proferida em única instância pelos Tribunais Superiores
• Competência originária do STJ:MS contra atos de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal
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#DDEXPLICA
O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS impetrado
contra ato de outros Tribunais judiciários, ainda que se trate do STJ. Compete ao
próprio STJ julgar os mandados de segurança impetrados contra seus atos ou
omissões.
Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar
e julgar, originariamente mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou
dos respectivos órgãos.
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STF: NÃO lhe cabe julgar, originariamente, MS contra atos praticados por outros
Tribunais e seus Órgãos. Os próprios Tribunais é que têm competência para julgar,
originalmente, MS contra seus atos, dos respectivos presidentes, câmaras e seções.
∘ 2ª corrente: SIM. A doutrina defende que, com o novo CPC, é possível a intervenção de amicus
curiae em processo de mandado de segurança (Enunciado nº 249 do Fórum Permanente de
Processualistas Civis).
No mesmo sentido:
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m) Reexame necessário:
Art. 14, §1º, da Lei n. 12.016/09: Concedida a segurança, a sentença estará sujeita
obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.
STJ: As hipóteses de dispensa de remessa necessária previstas no art. 496 do CPC NÃO se aplicam ao
mandado de segurança, em razão da especialidade da norma contida na Lei n. 12.016/09.
Obs.: O entendimento exposto acima foi firmado em relação ao CPC/73 e em relação à Lei n.
1.533/51, que regia o MS. Contudo, segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, a doutrina majoritária
considera que o entendimento se manterá inalterado em face do novo CPC e da Lei n. 12.016/09
n) Recursos
Agravo de instrumento: cabível da decisão que conceder ou denegar a liminar;
Apelação: Indeferimento da inicial pelo juiz, e da sentença que concede ou denega o mandado.
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de evitar o fim da discussão com a constituição de coisa julgada. Com isso, ele
poderia propor uma ação ordinária em 1ª instância e, assim, perpetuar a
controvérsia, ganhando tempo antes do desfecho definitivo contrário. Assim, com
base nessas peculiaridades, a 2ª Turma do STF indeferiu o pedido de desistência.
STF. 2ª Turma. MS 29093 ED-ED-AgR/DF, MS 29129 ED-ED-AgR/DF, MS 29189 ED-
ED-AgR/DF, MS 29128 ED-ED-AgR/DF, MS 29130 ED-ED-AgR/DF, MS 29186 ED-ED-
AgR/DF, MS 29101 ED-ED-AgR/DF, MS 29146 ED-ED-AgR/DF, Rel. Min. Teori
Zavascki, julgados em 14/4/2015 (Info 781).
Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político
com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há,
pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou
de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
• Partido político com representação no CN, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus
integrantes ou à finalidade partidária.
Obs.1: Basta 1 único representante na CD ou SF, filiado ao partido.
Obs.2: STJ vem entendendo que PP somente poderá impetrar MS coletivo para a defesa de seus
filiados e em questões políticas, ou seja, criou uma pertinência temática.
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A legitimidade é extraordinária, sendo o caso de substituição processual, razão pela qual NÃO se
exige autorização expressa dos titulares do direito.
CESPE/2019 - Entidade sindical constituída há menos de um ano e sediada em município da Federação tem
legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo a fim de garantir direito líquido e certo de seus
filiados que tenha sido lesado por ato de autoridade da administração fazendária federal. Item correto
CESPE/2018 - O mandado de segurança coletivo caracteriza-se por ter dois ou mais impetrantes, que sejam
pessoas físicas ou jurídicas, no polo ativo. Item incorreto.
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Os direitos defendidos por organização sindical NÃO precisam ser o mesmo direito para todos os
seus membros, podendo ser um direito de apenas parte dos membros da entidade.
Centenas de delegados civis do Estado ZW reuniram-se na sede do Sindicato dos Delegados local,
representante dos interesses dessa categoria. O sindicato está legalmente constituído e em funcionamento
há três anos. Depois de longo período sem reajustes na sua remuneração, em assembleia geral convocada
especialmente para deliberar a respeito das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados, decidiram
adotar providências concernentes a manifestações de rua, em frente à Assembleia Legislativa, de maneira
pacífica e organizada. Ao ser comunicado sobre as reuniões acima, o Governador de Estado respondeu ao
Sindicato dos Delegados que as estava indeferindo, dando ordem expressa para que elas não fossem
realizadas. Dentre os remédios constitucionais abaixo, o adequado à iniciativa do Sindicato, para assegurar
os direitos dos filiados, sem necessidade de dilação e instrução probatórias, é:
A) Ação Popular.
B) Mandado de Injunção coletivo.
C) Mandado de Segurança coletivo.
D) Mandado de Segurança individual.
GABARITO: LETRA C
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qual seus dirigentes têm legitimidade passiva para figurar como autoridades
coatoras em ação mandamental.
12) Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários
advocatícios. (Súmula n. 105/STJ)
13) A impetração de mandado de segurança interrompe o prazo prescricional em
relação à ação de repetição do indébito tributário, de modo que somente a partir
do trânsito em julgado do mandamus se inicia a contagem do prazo em relação à
ação ordinária para a cobrança dos créditos indevidamente recolhidos.
14) A impetração de mandado de segurança interrompe a fluência do prazo
prescricional no tocante à ação ordinária, o qual somente tornará a correr após o
trânsito em julgado da decisão.
3. MANDADO DE INJUNÇÃO16
a) Introdução
Trata-se de remédio constitucional introduzido pelo PCO de 1988.
A Lei nº 13.300/16 disciplina o processo e julgamento do mandado de injunção individual e
coletivo.
Art. 5º, LXXI, CF/88 - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
Art. 2º, Lei 13.300/2016 - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
Remédio à disposição de qualquer um que se sinta prejudicado pela falta de norma regulamentadora,
sem a qual resulte inviabilizado o exercício dos direitos, liberdades e garantias constitucionais. => Caso de
inércia governamental (“violação negativa do texto constitucional”).
Ensina Dirley da Cunha Jr.:
16
Para aprofundamento, sugerimos: http://www.dizerodireito.com.br/2016/06/primeiros-comentarios-lei-
133002016-lei.html
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(1) Trata-se de instrumento para combater a Síndrome de Inefetividade das Normas Constitucionais. Ao
lado da ADO, atacam a inefetividade das normas constitucionais de eficácia limitada, ante a ausência de
lei infraconstitucional integrativa para propiciar à norma constitucional a produção de todos os seus
efeitos.
(2) Trata-se de instrumento de controle concreto/incidental das inconstitucionalidades por omissão, sendo
voltado, portanto, para a tutela dos direitos subjetivos, garantia individual.
(3) Pressuposto: inviabilização dos exercícios de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania, pela ausência da norma regulamentadora.
Vamos esquematizar?
Mandado de Injunção ADO
Intentado por qualquer Legitimação restrita aos
pessoa física ou jurídica, que entes do art. 103 CF.
Legitimação se veja impossibilitada de
exercer determinado direito
constitucional.
Busca-se solução para o caso O controle da omissão é
concreto, individualmente realizado em tese, sem a
Objeto considerado, diante da necessidade de estar
inércia do legislador. configurada uma
violação concreta a um
direito individual.
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b) Cabimento
Partindo do texto constitucional, o art. 2.º da Lei n. 13.300/2016 estabelece que será concedido
mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania. A omissão é total quando a inércia é absoluta, ou seja, o preceito constitucional de
eficácia limitada não foi disciplinado. Por sua vez, considera-se parcial a regulamentação quando forem
insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.
Em outras palavras: haverá MI quando a existência de direito ou liberdade constitucional, ou de
prerrogativa inerente à nacionalidade, soberania, cidadania, cujo exercício seja inviabilizado pela ausência
de norma infraconstitucional regulamentadora.
Note que NÃO é qualquer omissão do Poder Público que enseja o ajuizamento do MI, mas apenas
as omissões relacionadas às normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, ou seja,
normas constitucionais que devem ter a sua plena aplicabilidade assegurada.
Portanto, normas constitucionais definidoras de princípios institutivos ou organizativos de natureza
facultativa, por outorgarem mera faculdade ao legislador, NÃO autorizam o ajuizamento do MI.
SEMANA 02/30
Cabe mandado de injunção, neste caso? Ele pode ser impetrado contra o
Presidente da República?
SIM. Cabe mandado de injunção em face da ausência de fixação do valor da renda
básica de cidadania, instituída pela Lei nº 10.835/2004, cuja omissão é atribuída ao
Presidente da República.
A ausência de fixação do valor é forma de esvaziar o mandamento constitucional
de combate à pobreza, além de fazer letra morta ao disposto no referido diploma
legal.
O STF afirmou que esse mandado de injunção ajuizado pelo Defensor Público-Geral
deveria ser parcialmente conhecido. Para o STF, o mandado de injunção somente
deveria ser conhecido no que tange à implementação do benefício para pessoas
em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Em outras palavras, o STF afirmou
que só iria analisar e determinar providências para garantir o benefício em favor
das pessoas em vulnerabilidade socioeconômica. Qual foi o argumento jurídico do
STF para isso?
A assistência aos desamparados é direito social básico (art. 6º). Assim, existem
direitos constitucionais das pessoas em situação de vulnerabilidade que não estão
sendo desempenhados pela falta da norma regulamentadora. Esse direito,
contudo, não existe para as pessoas com boa situação econômica. Não se pode
extrair, da Constituição Federal, o dever do Estado de pagar um benefício social
para as pessoas com boa situação econômica. O Estado não pode ser segurador
universal e distribuir renda a todos os brasileiros, independentemente de critério
socioeconômico. Na CF/88, não há qualquer determinação de atuação estatal nesse
sentido.
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Descabimento
• Diante de falta de norma regulamentadora de direito previsto em normas infraconstitucionais => o
MI se destina a falta de normas regulamentadoras na CF.
• Diante da falta de regulamentação dos efeitos de MP não convertida em lei pelo CN;
• Se a CF outorga mera faculdade do legislador para regulamentar direito previsto em algum de seus
dispositivos.
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: Não será cabível o mandado de
injunção quando houver regulamentação da matéria por normas editadas pelo órgão legislador competente,
ainda que insuficientes.
Gabarito: literalidade do art. 2º, §único da Lei 13.300/2016. Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Parágrafo
único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão
legislador competente.
Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguinte alternativa: Não existindo lacuna que torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais, não há necessidade de mandado de injunção; portanto,
o mandado de injunção não pode ser concedido verificando-se a existência de norma anterior à Constituição
devidamente recepcionada.
Gabarito: "I. Mandado de injunção: ocorrência de legitimação "ad causam" e ausência de interesse
processual. 1. Associação profissional detem legitimidade "ad causam" para
impetrar mandado de injunção tendente a colmatação de lacuna da disciplina legislativa alegadamente
necessaria ao exercício da liberdade de converter-se em sindicato (CF, art. 8.). 2. Não há interesse processual
necessário a impetração de mandado de injunção, se o exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa
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constitucional da requerente não esta inviabilizado pela falta de norma infraconstitucional, dada
a recepção de direito ordinário anterior. (...)" (MI 144, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal
Pleno, julgado em 03/08/1992, DJ 28-05-1993 PP-10381 EMENT VOL-01705-01 PP-00013 RTJ VOL-00147-03
PP-00868)
- CESPE/2015: Após a impetração de mandado de injunção, pendente de julgamento, o diploma legal objeto
da reclamação foi promulgado. Nessa situação, a ação não estará prejudicada por ser possível, na via
processual, discutir pretensão do interessado de sanar a lacuna normativa no período pretérito à edição da
lei regulamentadora. ASSERTIVA INCORRETA
Obs.1: Para o conhecimento do MI, o impetrante deve comprovar a titularidade direta do direito
constitucional em questão.
Obs.2: Em caso de normas de iniciativa reservada, o MI deverá ser impetrado também em face do
titular da referida iniciativa reservada (ex. iniciativa reservada do Presidente da República), pois é ele quem
deverá deflagrar o processo legislativo, não podendo o CN atuar sem a sua provocação.
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Obs3: Para o STF, os particulares – ainda que estejam se beneficiando pela falta da norma
regulamentadora, NÃO se revestem de legitimidade passiva ad causam para o processo em MI, pois somente
ao Poder Público é imputável o dever constitucional de produção legislativa para dar efetividade aos direitos,
liberdades e prerrogativas constitucionais.
e) Competência:
As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são disciplinadas na própria
Constituição Federal e variam de acordo com o órgão ou a autoridade responsável pela edição da norma
regulamentadora. Confira:
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Antes da edição da Lei 13.300/06, havia muita controvérsia na doutrina e jurisprudência a respeito
dos efeitos da decisão em sede de mandado de injunção. De forma bem sucinta:
a) Corrente não concretista – a decisão em MI apenas podia declarar em mora o legislador, não
podendo concretizar o direito cujo gozo encontrava-se impedido em apreço a separação de poderes.
(STF já adotou essa posição há muitos anos, até 2007).
b) Corrente concretista – a decisão em MI deve ir além da declaração em mora do legislador, sob pena
de tornar o remédio constitucional inócuo. A decisão em MI deve concretizar o direito discutido na
ação, através da edição de norma aplicável ao caso. (Posição da doutrina majoritária e o STF desde
2007 até os dias atuais).
Além disso, havia discussão sobre o alcance dos efeitos da decisão: seria limitado aso partes do
processo – inter partes - ou alcançaria todos com eficácia erga omnes?
1º. o órgão julgador determina prazo razoável para que o ente em mora supra a falta normativa.
2º. Se ultrapassado prazo estabelecido sem a edição da norma regulamentadora, o órgão julgador irá
suprir a falta normativa estabelecendo “as condições em que se dará o exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o
interessado promover ação própria visando a exercê-los.”
A doutrina diz que a Lei 13.300/2016 optou por adotar uma posição concretista intermediária, isto
é: ao julgar procedente o mandado de injunção, o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá dar uma
oportunidade ao órgão omisso para que este possa elaborar a norma regulamentadora. Assim, a decisão
judicial fixa um prazo para que o Poder, órgão, entidade ou autoridade edite a norma que está faltando. Caso
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esta determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder Judiciário poderá viabilizar o direito,
liberdade ou prerrogativa.
Mas não pode esquecer o § único do art. 8º! A lei dispensa a exigência de prévia fixação de prazo
razoável para a edição da norma regulamentadora nos casos em que ficar comprovado que o impetrado
deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. Essa
exceção se filia à tese concretista direta:
Por fim, o art. 9º da Lei disciplina os efeitos subjetivos da decisão que concede o mandado de injunção.
▪ Efeitos subjetivos = quem deve ser atingido pelos efeitos dessa decisão?
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até
o advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando
isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da
prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos
casos análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a
renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.
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Como regra geral, a eficácia subjetiva da decisão está limitada as partes (inter partes) e somente
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. É o que a doutrina denomina de eficácia
individual.
Excepcionalmente, a eficácia subjetiva da decisão poderá ser ultra partes ou erga omnes, quando for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. A
doutrina chama de eficácia geral.
Vamos esquematizar?
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Adoção da tese concretista direta (art. 8º, § Adoção da tese da eficácia geral
único) A eficácia subjetiva da decisão poderá
o Judiciário deverá implementar uma solução ser ultra partes ou erga omnes, quando
para viabilizar o direito do autor e isso deverá for inerente ou indispensável ao
EXCEÇÃO ocorrer imediatamente (diretamente), não exercício do direito, da liberdade ou da
sendo necessária nenhuma outra providência, prerrogativa objeto da impetração.
a não ser a publicação do dispositivo da
decisão.
f) MI coletivo
Embora não haja previsão na CF, cabe o MI coletivo, nos mesmos termos do MS coletivo. Inclusive, a
própria Lei 13.300/2016 regula os termos do MI coletivo a partir do artigo 12 e seguintes.
No MI coletivo, os direitos, liberdades e prerrogativas protegidos são os pertencentes,
indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou
categoria.
Dessa forma, deve ser proposto por legitimados previstos na Lei, em nome próprio, mas defendendo
interesses alheios. São legitimados para impetrar MI coletivo:
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Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte alternativa: O Ministério Público tem legitimidade para
impetrar mandado de injunção coletivo quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa
da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis. (2021)
Obs.1: Conforme entendimento do STF, não cabe a impetração de mandado de injunção coletivo
para proceder à revisão geral anual dos vencimentos dos servidores públicos.
Obs.2: A coisa julgada gerará efeitos apenas em relação aos substituídos pelo legitimado coletivo.
Contudo, também é possível a concessão de efeitos erga omnes na mesma situação tratada acima, ou seja,
desde que seja inerente ou indispensável ao exercício do direito ou liberdade.
Obs.3: O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
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4. HABEAS DATA
STJ: Só pode pedir a retificação de dados o sujeito que tem conhecimento desses
dados. Portanto, não cabe cumular pedidos de prestação de informações e
correções de dados.
Obs.1:Possibilidade de se obter dados do contribuinte que constem dos sistemas dos órgãos
fazendários
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Obs.2:Cuidado para não confundir o habeas data com o direito geral de informação, protegido por
mandado de segurança e previsto no inc. XXXIII da CF/88. Veja:
c) Legitimidade ativa:
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Pode ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira, bem como por pessoa jurídica
e órgãos despersonalizados.
Trata-se de uma ação personalíssima, que só pode ser ajuizada pelo titular do direito, salvo se houver
a morte do agente, hipótese em que poderá ser impetrado, excepcionalmente, pelo cônjuge e herdeiros.
e) Jurisdição condicionada
O HD é um processo de jurisdição condicionada. Isso porque, para impetrá-lo, deve ter ocorrido o
prévio requerimento administrativo e a negativa ou omissão pela autoridade administrativa. (Trata-se de
uma “exceção” ao princípio da inafastabilidade da jurisdição).
Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra "a") se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa
Lei 9507/97. Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts.
282 a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os
documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
f) Características gerais do HD
✓ Procedimento gratuito e não há ônus de sucumbência, mas se exige advogado para impetrar HD.
✓ Tem prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto HC e MS
✓ NÃO se sujeita a prazo prescricional ou decadencial.
✓ O pedido do HC pode ser renovado caso a decisão denegatória não tenha apreciado o mérito
✓ A lei não fala em medida liminar, mas a doutrina vem entendendo pela admissibilidade
✓ Não cabe reexame necessário
✓ Não admite atividade probatória
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Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguinte afirmativa: O Habeas Data, assim como o Mandado
de Segurança, não prevê fase probatória e, portanto, não pode ser impetrado quando controversa a matéria.
g) Prazos na lei:
∘ Requerimento: art. 2º
48 h para decidir o requerimento;
24h para comunicar a decisão ao requerente;
h) Recursos
∘ Do despacho que indeferir liminarmente a petição inicial – apelação
∘ Da decisão que conceder ou negar o HD – apelação
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de habeas data,
ou se lhe faltar algum dos requisitos previstos nesta Lei.
Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso previsto no art. 15.
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação.
Parágrafo único. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito
meramente devolutivo.
i) Competência:
• Art. 102, I, d: STF possui competência originária para processar e julgar HD contra atos do Presidente
da República, das Mesas da CD e do SF, do TCU, do PGR e do próprio STF.
• Art. 102, II, a: STF julga em recurso ordinário o HD decidido em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão.
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• Art. 105, I, b: STJ processa e julga originariamente habeas data contra ato do Ministro de Estado,
Comandantes das Forças Armadas ou do próprio tribunal.(Caiu na prova de Delegado de Polícia
Federal de 2021!)
• Art. 108, I, c: TRFs processam e julgam habeas data contra ato do próprio tribunal e ou dos juízes
federais.
• Art. 109, VIII: juízes federais processam e julgam habeas data contra ato de autoridade federal.
• Art. 121, §4º, V: TSE processa e julga em grau de recurso habeas data denegado pelo TRE.
• Art. 125, §1º: no plano estadual, a competência será definida pela Constituição Estadual.
CESPE/2020: As ações de habeas corpus e habeas data são gratuitas e consideradas necessárias ao exercício
da cidadania, asseguradas como cláusulas pétreas na CF, de modo que é dever do Estado a garantia desses
direitos, sendo-lhe vedado suprimi-los. Item correto
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência
Lei 4717/65
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a
declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal,
dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia
mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a
União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais
autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro
público haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União,
do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas
ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
A doutrina entende que a ação popular vigorou no período imperial e no início da República, durante
a vigência das Ordenações do Reino. Para alguns, a Constituição de 1824 já consagrava a ação. Com o advento
do CC de 1916, a doutrina majoritária passou a entender que o ordenamento jurídico não mais admitia a
ação popular.
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A ação popular foi incluída expressamente na Constituição de 1934 e foi suprimida na Constituição
de 1937, tendo sido restabelecido na de 1946 e mantida nas seguintes.
As normas sobre a ação popular limitavam sua utilização para a tutela do patrimônio público
material. Com a lei 6.513/77 e a CF/88, o objeto da ação foi ampliado para incluir os bens imateriais que
fazem parte do patrimônio público (meio ambiente, moralidade administrativa e patrimônio
histórico/cultural).
NÃO é destinada à defesa de interesse subjetivo individual, mas de natureza coletiva, para anular ato
lesivo ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural.
Assim, podemos extrair os seguintes requisitos: Deve haver lesividade aos direitos difusos específicos
elencados:
1. Ato lesivo ao patrimônio público;
2. Ato lesivo ao patrimônio de entidade de que o Estado participe;
3. Ato lesivo à moralidade administrativa;
4. Ato lesivo ao meio ambiente;
5. Ato lesivo ao patrimônio histórico e cultural.
Considerações importantes:
∘ Pode ser utilizada de modo preventivo ou repressivo
∘ A CF isenta o autor da ação popular de custas e ônus da sucumbência, SALVO comprovada má-fé
∘ A gratuidade beneficia o autor da ação, mas os réus, se condenados, deverão ressarcir as despesas
havidas pelo autor da ação.
a) Legitimidade ativa:
• Somente o cidadão pode propor ação popular.
• Exige-se capacidade postulatória: o cidadão que não tiver, deverá constituir advogado.
• Súmula 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
• Há decisões do STJ que estendem ao MP a legitimidade ativa para a ação popular (AREsp 746.846).
A doutrina majoritária entende que a legitimidade ativa do cidadão para propor ação popular é
extraordinária, uma vez que defende direito difuso, cujo titular é a coletividade. (NEVES, 2017, p. 307)
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Art. 1º, §3º, da Lei n. 4.717/65: A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será
feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.
Segundo o STJ (Resp 1.242.800), a condição de eleitor não é condição de legitimidade, e o título de
eleitor é utilizado apenas como prova documental da cidadania. Dessa forma, é irrelevante o domicílio
eleitoral do autor, que poderá litigar contra ato praticado em local diverso de onde exerce seu direito de
voto.
Em regra, o autor pode ajuizar a ação popular no foro de seu domicílio, mesmo
que o dano tenha ocorrido em outro local; contudo, diante das peculiaridades, as
ações envolvendo o rompimento da barragem de Brumadinho devem ser julgadas
pelo juízo do local do fato
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Art. 6º, §5º, da Lei n. 4.717/65: É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como
litisconsorte ou assistente do autor da ação popular.
b) Legitimidade passiva:
A Lei da Ação Popular prevê que "qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado,
cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de proferida a sentença final
de primeira instância, deverá ser citada para a integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para
contestação e produção de provas" (inciso III do art. 7º da Lei 4.717/65).
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A autorização legal da ampliação posterior do polo passivo da ação popular, no curso do processo e
antes da sentença, tem o objetivo de abarcar todas as pessoas físicas e/ou jurídicas que supostamente foram
beneficiadas ou são responsáveis pelo ato impugnado pelo autor popular. Assim, os réus poderão exercer o
contraditório pleno e, por conseguinte, irão se sujeitar aos efeitos da coisa julgada material.
Legitimação Bifronte: O art. 6º, §3º, da Lei n. 4.717/64 prevê que a pessoa jurídica de direito público
ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá
atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante
legal ou dirigente. Dessa forma, a pessoa jurídica poderá passar a atuar ao lado do autor, criando uma espécie
sui generis de litisconsórcio ativo ulterior (NEVES, 2017, p. 317). Legitimação bifronte significa que a pessoa
jurídica de direito público ou privado possui legitimidade para atuar em ambos os polos da demanda, de
acordo com o interesse público.
O STF não admite que Estado-membro componha o polo ativo de ação popular
originariamente.
STJ (AgRg no Resp 1.333.168): O Ministério Público como fiscal da ordem jurídica
detém legitimidade para a juntada de documentos e para formular pedidos de
produção de provas que entender necessárias.
Legitimidade ativa superveniente (art. 9º da Lei n. 4.717/65): Se o autor desistir da ação ou der
motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso
II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do
prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.
Art. 9º: Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão
publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando
assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o
prosseguimento da ação.
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d) Objeto
A sentença possui natureza cível, e se julgada improcedente, se sujeita ao duplo grau de jurisdição.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com
efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
O cabimento da ação popular NÃO exige a comprovação de efetivo dano material, pecuniário.
Entende o STF que a lesividade decorre da ilegalidade, e a ilegalidade do comportamento, por si só, causa
dano.
Além da motivação dos atos lesivos, o próprio mérito do ato pode ser objeto de análise em sede de
ação popular, já que a discricionariedade não permite a contrariedade ao ordenamento jurídico, tampouco
o desatendimento ao interesse público específico do ato praticado (NEVES, 2017, p. 301).
STJ:É cabível ação civil pública proposta por Ministério Público Estadual para
pleitear que Município proíba máquinas agrícolas e veículos pesados de trafegarem
em perímetro urbano deste e torne transitável o anel viário da região. STJ. 2ª
Turma. REsp 1294451-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/9/2016 (Info
591).
STF: NÃO cabe AP contra ato de conteúdo jurisdicional, praticado por membro do
Judiciário no desempenho de sua função típica.
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STJ possui firme orientação de que um dos pressupostos da Ação Popular é a lesão
ao patrimônio público. Ocorre que a Lei nº 4.717/65 deve ser interpretada de forma
a possibilitar, por meio de Ação Popular, a mais ampla proteção aos bens e direitos
associados ao patrimônio público, em suas várias dimensões (cofres públicos, meio
ambiente, moralidade administrativa, patrimônio artístico, estético, histórico e
turístico). Para o cabimento da Ação Popular, basta a ilegalidade do ato
administrativo por ofensa a normas específicas ou desvios dos princípios da
Administração Pública, dispensando-se a demonstração de prejuízo material. STJ.
2ª Turma. AgInt no AREsp 949.377/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
09/03/2017.
e) Competência
Definida pela origem do ato a ser anulado.Ex.: patrimônio lesado da União – competência da Justiça
Federal.
▪ Regra: A competência do juízo de 1º grau para processar e julgar ação popular contra ato de qualquer
autoridade, inclusive presidente da república.
O juízo da Ação Popular é universal, impondo-se a reunião de todas as ações conexas, com
fundamentos jurídicos iguais ou assemelhados.
STF: O foro especial por prerrogativa de função NÃO alcança ações populares ajuizadas contra
autoridades detentoras dessa prerrogativa.
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O STF não possui competência originária para processar e julgar ação popular,
ainda que ajuizada contra atos e/ou omissões do Presidente da República. A
competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até
mesmo do Presidente da República, é, via de regra, do juízo de 1º grau. STF.
Plenário. Pet 5856 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/11/2015 (Info 811).
l) Contestação:
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a) Conceito
A ação civil pública consiste em uma garantia constitucional prevista em lei própria (lei nº 7.347/85),
que busca proteger direitos de 3ª geração. A ACP tutela, portanto, direitos difusos e coletivos, bem como
direitos individuais indisponíveis.
ATENÇÃO: A ACP NÃO pode substituir a ADI, embora a inconstitucionalidade possa ser questão
prejudicial. Logo, a ACP é cabível apenas como meio de controle difuso.
b) Objeto
Tem por objeto a tutela preventiva ou ressarcitória dos seguintes bens ou direitos metaindividuais:
• Meio-ambiente;
• Consumidor;
• Bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
• Qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
• Infração da ordem econômica;
• Ordem urbanística;
• Honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos;
• Patrimônio público e social.
Art. 1º, Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular
pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional
cujos beneficiários podem ser individualmente determinados
** Em relação ao FGTS, tenha cuidado com o recente julgado do STF: O Ministério Público possui
legitimidade para propor ACP em defesa de direitos sociais relacionados com o FGTS
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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CUIDADO: Se for cobrada a mera transcrição literal deste dispositivo em uma prova
objetiva, provavelmente, esta será a alternativa correta.
c) Legitimidade Ativa
Trata-se de legitimidade:
✓ AUTÔNOMA: NÃO depende de participação ou autorização do titular do direito material;
✓ CONCORRENTE: Há mais de um legitimado;
✓ DISJUNTIVA: Um legitimado NÃO depende de autorização do outro para ajuizar a ação.
• Quando se tratar da tutela de direitos difusos e coletivos - o autor da ação age com legitimação
autônoma para a condução do processo, pois não decorre do direito material, mas da lei, que
conferiu aos legitimados a possibilidade de defender aquele direito;
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA
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À luz do art. 5º, §5º, é possível a formação de litisconsórcio facultativo entre os autores coletivos.
Entretanto, para o STF, o litisconsórcio facultativo entre o MPF e o MPF exige a devida justificativa.
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2) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública visando
tutelar direitos dos consumidores relativos a serviços públicos.
3) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública com o
objetivo de assegurar os interesses individuais indisponíveis, difusos ou coletivos
em relação à infância, à adolescência e aos idosos, mesmo quando a ação vise à
tutela de pessoa individualmente considerada.
4) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública com o
objetivo de assegurar assistência médica e odontológica à comunidade indígena,
em razão da natureza indisponível dos bens jurídicos salvaguardados e o status
de hipervulnerabilidade dos sujeitos tutelados.
5) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública com o
objetivo de assegurar os interesses individuais indisponíveis, difusos ou coletivos
em relação às pessoas desprovidas de recursos financeiros, mesmo quando a ação
vise à tutela de pessoa individualmente considerada.
6) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa
de interesses e direitos individuais homogêneos pertencentes a consumidores
decorrentes de contratos de cessão e concessão do uso de jazigos em cemitérios.
7) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública com o fim
de impedir a cobrança abusiva de mensalidades escolares.
Súmula 643-STF: O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil
pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades
escolares.
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8) O Ministério Público Estadual não tem legitimidade para ajuizar ação civil
pública objetivando defesa de bem da União, por se tratar de atribuição do
Ministério Público Federal.
10) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em
defesa do patrimônio público. (Súmula n. 329/STJ)
11) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública
objetivando o fornecimento de medicamentos e tratamentos médicos, a fim de
tutelar o direito à saúde e à vida.
12) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em
defesa dos interesses de mutuários do Sistema Financeiro da Habitação, visto que
presente o relevante interesse social da matéria.
14) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública com o
objetivo de anular concurso realizado sem a observância dos princípios
estabelecidos na Constituição Federal.
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa de
interesses individuais homogêneos de consumidores idosos que tiveram plano de
saúde reajustado em razão da mudança de faixa etária, ainda que os titulares não
sejam carentes de recursos econômicos. A atuação primordial da Defensoria
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No caso de ação civil pública proposta por ente político, a pertinência temática ou
representatividade adequada são presumidas.
Isso porque não há dúvidas de que os entes políticos possuem, dentre suas finalidades institucionais,
a defesa coletiva dos consumidores. Trata-se, inclusive, de um comando constitucional:
Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa
de direitos consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias. Em
relação ao Ministério Público e aos entes políticos, que têm como finalidades
institucionais a proteção de valores fundamentais, como a defesa coletiva dos
consumidores, não se exige pertinência temática e representatividade adequada.
STJ. 3ª Turma. REsp 1509586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018
(Info 626).
(6) ASSOCIAÇÃO:
As associações possuem legitimidade para defesa dos direitos e dos interesses coletivos ou
individuais homogêneos, independentemente de autorização expressa dos associados. Isso porque, no
caso, estamos diante de umregime de substituição processual, em que a autorização para a defesa do
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interesse coletivo em sentido amplo é estabelecida na definição dos objetivos institucionais, no próprio ato
de criação da associação, sendo, portanto, desnecessária, nova autorização ou deliberação assemblear.
Apesar de não exigir a autorização expressa dos associados, para ajuizar ACP, as associações devem
preencher os seguintes requisitos:
1) Deve estar constituída há pelo menos 01 (um) ano;
2) Pertinência temática.
A necessidade de a associação estar constituída há pelo menos 1 ano é flexibilizada pela própria lei,
que dispensa tal requisito em caso de manifesto interesse social ou diante da relevância do bem jurídico
protegido.
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou
pela relevância do bem jurídico a ser protegido
Mesmo sem 1 ano de constituição, associação poderá ajuizar ACP para que
fornecedor preste informações ao consumidor sobre produtos com glúten. Como
regra, para que uma associação possa propor ACP, ela deverá estar constituída há
pelo menos 1 ano. Exceção. Este requisito da pré-constituição poderá ser
dispensado pelo juiz quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser
protegido (§ 4º do art. 5º da Lei nº 7.347/85). Neste caso, a ACP, mesmo tendo sido
proposta por uma associação com menos de 1 ano, poderá ser conhecida e julgada.
Como exemplo da situação descrita no § 4º do art. 5º, o STJ decidiu que: É
dispensável o requisito temporal (pré-constituição há mais de um ano) para
associação ajuizar ação civil pública quando o bem jurídico tutelado for a prestação
de informações ao consumidor sobre a existência de glúten em alimentos. STJ. 2ª
Turma. REsp 1600172-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info
591).
Caso ocorra dissolução da associação que ajuizou ação civil pública, é possível sua
substituição no polo ativo por outra associação que possua a mesma finalidade
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Segundo o STJ, pode uma associação defender interesses transindividuais que ultrapassem os de seus
próprios associados, ainda que estes interesses sejam individuais homogêneos.
d) Legitimidade Passiva
A Lei de Ação Popular é omissa quanto à legitimidade passiva, razão pela qual o STJ e a doutrina
entendem pela aplicação do regramento geral do CPC.
e) Competência
• Critério Funcional - NÃO há prerrogativa de foro na Ação Civil Pública, razão pela qual o julgamento
é sempre em primeira instância.
• Critério Material:
⦁ Justiça eleitoral: É competente para questões relacionadas à sufrágio e questões político-
partidárias;
⦁ Justiça do trabalho: relação de trabalho;direito sindical;proteção ao meio ambiente do trabalho.
⦁ Justiça comum: Pode ser ajuizada na Justiça Federal, se presente uma das hipóteses do art. 109,
I, da CF/88.
• Critério Territorial
Em relação às ações civis públicas cujo objeto seja de âmbito local, deve-se aplicar o art. 2º da Lei nº
7.347/85, que prevê o foro do local onde tiver ocorrido o dano:
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer
o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
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Em relação às ações civis públicas cujo objeto seja de âmbito nacional ou regional, a lei é omissa,
motivo pelo qual deve-se recorrer ao art. 93, II, do CDC, com base na noção de microssistema processual (art.
21 da LACP).
Portanto, em se tratando de ação civil pública com abrangência nacional ou regional, sua propositura
deve ocorrer no foro, ou na circunscrição judiciária, de capital de Estado ou no Distrito Federal. E, uma vez
fixada essa competência, o primeiro que conhecer da matéria, entre os competentes, ficará prevento.
Art. 2º, Parágrafo único - A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para
todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir
ou o mesmo objeto.
(...). Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional, firma-
se a prevenção do juízo que primeiro conheceu de uma delas, para o julgamento
de todas as demandas conexas. STF. Plenário. RE 1101937/SP, Rel. Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012).
Vamos esquematizar?
f) Sucumbência na ACP
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Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação
da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas
e despesas processuais.
• Nas ações da Lei da ação civil pública não haverá adiantamento de custas;
• Se o autor vencido for o MP, defensoria ou associação, será isento do pagamento dos ônus de
sucumbência, salvo má-fé:
• Se o MP for vencedor, o réu vencido será isento de custas de sucumbência, em razão do princípio da
simetria.
Em regra, o demandado que for sucumbente na ACP não tem o dever de pagar
honorários advocatícios. A parte que foi vencida em ação civil pública não tem o
dever de pagar honorários advocatícios em favor do autor da ação. A justificativa
para isso está no princípio da simetria. Isso porque se o autor da ACP perder a
demanda, ele não irá pagar honorários advocatícios, salvo se estiver de má-fé
(art. 18 da Lei nº 7.347/85). Logo, pelo princípio da simetria, se o autor vencer a
ação, também não deve ter direito de receber a verba. Desse modo, em razão da
simetria, descabe a condenação em honorários advocatícios da parte requerida em
ação civil pública, quando inexistente má-fé, de igual sorte como ocorre com a
parte autora. STJ. Corte Especial. EAREsp 962250/SP, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 15/08/2018.
OBS.: Existe precedente do STJ que faz uma ressalva: se a ação tiver sido proposta
associações e fundações privadas e a demanda tiver sido julgada procedente, neste
caso, o demandado terá sim que pagar honorários advocatícios. Assim, o
entendimento do STJ manifestado no EAREsp 962.250/SP "não se deve aplicar a
demandas propostas por associações e fundações privadas, pois, do contrário,
barrado de fato estaria um dos objetivos mais nobres e festejados da Lei
7.347/1985, ou seja, viabilizar e ampliar o acesso à justiça para a sociedade civil
organizada." (STJ. 2ª Turma. REsp 1796436/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado
em 09/05/2019).
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Art. 5º, §6º - Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante
cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
A associação privada autora de uma ação civil pública pode fazer transação com o
réu e pedir a extinção do processo, nos termos do art. 487, III, “b”, do CPC. O art.
5º, § 6º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) prevê que os órgãos públicos
podem fazer acordos nas ações civis públicas em curso, não mencionando as
associações privadas. Apesar disso, a ausência de disposição normativa expressa no
que concerne a associações privadas não afasta a viabilidade do acordo. Isso
porque a existência de previsão explícita unicamente quanto aos entes públicos diz
respeito ao fato de que somente podem fazer o que a lei determina, ao passo que
aos entes privados é dado fazer tudo que a lei não proíbe. STF. Plenário. ADPF
165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 1º/3/2018 (Info 892).
• EFEITO SUSPENSIVO DA APELAÇÃO: Quem define que efeito terá a apelação é o próprio juiz da causa
(art. 14 LACP).
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano
irreparável à parte
• ABRANGÊNCIA DA SENTENÇA:
O art. 16 da Lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85), com redação dada pela Lei nº 9.494/97,
estabelece o seguinte:
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por
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Esse artigo foi alterado pela Lei nº 9.494/97 com o objetivo de restringir a eficácia subjetiva da coisa
julgada, ou seja, ele determinou que a coisa julgada na ACP deveria produzir efeitos apenas dentro
dos limites territoriais do juízo que prolatou a sentença.
Em outras palavras, o que o art. 16 quis dizer foi o seguinte: a decisão do juiz na ação civil pública
não produz efeitos no Brasil todo. Ela irá produzir efeitos apenas na comarca (se for Justiça Estadual) ou na
seção ou subseção judiciária (se for Justiça Federal) do juiz prolator.
A doutrina criticou bastante essa alteração promovida no art. 16 e afirmou que a regra ali prevista
não deveria ser aplicada por ser inconstitucional, impertinente e ineficaz. Como ficou então a posição da
jurisprudência?
• STJ –“A eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas NÃO deve ficar limitada
ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou a decisão”. STJ. Corte Especial.
EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016.
• STF –“É INCONSTITUCIONAL a delimitação dos efeitos da sentença proferida em sede de ação civil
pública aos limites da competência territorial de seu órgão prolator. STF. Plenário. RE 1101937/SP,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012).
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7. INQUÉRITO CIVIL
É uma investigação administrativa a cargo do MP, destinada a colher elementos para eventual
propositura de ACP, podendo servir de base para o oferecimento de denúncia criminal.
a) Características
• Procedimento preparatório;
• Procedimento meramente administrativo;
• Procedimento informativo;
• Não obrigatório;
• É público;
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• Privativo do MP;
• Inquisitorial (não há contraditório).
I) INSTAURAÇÃO:
Ocorre através de portaria, que deve indicar o objeto da investigação. A portaria pode ser baixada
das seguintes formas:
• De ofício;
• Por representação;
• Por requisição do procurador geral.
O fato de o promotor ter presidido o inquérito civil NÃO gera a suspeição para o ajuizamento de ACP;
Doutrina majoritária entende não ser possível a instauração de inquérito civil por denúncia anônima.
II) INSTRUÇÃO:
• Abrange o poder de vistoria e inspeção em qualquer órgão público;
• Poder de intimação de qualquer pessoa para depoimento, sob pena de condução coercitiva;
• Poder de requisição de documentos e informações a qualquer entidade pública ou privada.
III) CONCLUSÃO:
A LACP NÃO estipula prazo para a conclusão do inquérito civil. Ao final, o promotor tem duas opções:
• Promover a ACP;
• Promover o arquivamento fundamentado: ao propor o arquivamento, o promotor encaminha ao
órgão superior do MP, no prazo de 3 dias, sob pena de responsabilidade penal. Os órgãos superiores
designam uma sessão de julgamento, e podem ser tomadas as seguintes providências:
∘ Homologação do arquivamento;
∘ Conversão do julgamento em diligência;
∘ Rejeição da promoção do arquivamento, hipótese em que será nomeado outro promotor
para a propositura da ACP.
Ocorre quando a pessoa assume a responsabilidade pelo evento e se compromete a alterar a sua
conduta. Uma vez celebrado, possui a eficácia de título executivo extrajudicial:
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Art. 5º, § 6° LACP. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante
cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
ATENÇÃO A nova redação do art. 17, § 1º, da Lei de Improbidade Administrativa, passou a permitir a
celebração de acordos de não persecução cível:
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não
persecução cível, nos termos desta Lei.
Migalhas – 30/12/2019
Foi publicada no último dia 24/12/19 lei que autoriza a formalização de acordos no âmbito das
ações de improbidade administrativa. Referida lei também autoriza que, havendo possibilidade de solução
consensual, as partes requeiram ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, não superior a 90
(noventa) dias, possibilitando que essa negociação aconteça no trâmite do processo.
Referida previsão legal tem como intenção acabar com a controvérsia acerca da possibilidade ou
não de formalização de acordos envolvendo atos de improbidade administrativa, posto que a redação
antiga do §1º do artigo 17 vedava expressamente a possibilidade de qualquer tipo de transação.
Primeiramente é importante destacar que já existia um consenso nos meios judicantes acerca da
possibilidade de acordo envolvendo os tipos previstos na lei de Improbidade em sede de acordos de
colaboração premiada, acordos de leniência e termos de ajustes de conduta (TAC) e desde que houvesse
devolução de valores de enriquecimento ilícito ou reparação dos danos causados ao erário. Como
exemplos podemos citar a Resolução 179 de 26/07/17 do CNMP – Conselho Nacional do Ministério
Público, que autoriza compromissos de ajustamento de condutas em hipóteses configuradoras de
improbidade administrativa2 e a Resolução 01/2017 do CSMPPR – Conselho Superior do Ministério Público
do Estado do Paraná, que admite a realização de composição em matérias que envolvam a prática de atos
de improbidade administrativa3.
De qualquer sorte, uma pequena parcela do Ministério Público e das procuradorias vinculadas aos órgãos
executivos permanecia resistente a essa possibilidade, o que vinha comprometendo a segurança jurídica
e a eficácia de acordos de colaboração premiada e de leniência.
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Com essa alteração legislativa, o uso da solução consensual em sede de ações de improbidade para fins de
não persecução cível passa a ser autorizado, não apenas no âmbito dos acordos de colaboração premiada
ou de leniência, como também em sede de negociação direta do acusado com a pessoa jurídica interessada
e/ou lesada, cabendo aos órgãos competentes a regulamentação dos procedimentos neste sentido.
..........................................................................................................
Fonte: https://www.migalhas.com.br/depeso/317671/publicada-lei-que-autoriza-a-celebracao-de-
acordos-em-acoes-de-improbidade-administrativa
b) Legitimados
De todos os legitimados para ajuizar ACP, somente as associações NÃO podem celebrar TAC, pois o
art. 5º, §6º da LACP alude apenas aos órgãos públicos.
Qualquer legitimado pode celebrar TAC, sem necessidade de autorização dos demais.
TAC homologado judicialmente também só pode ser rescindido judicialmente, por ação anulatória.
c) Responsabilidade
d) Eficácia
O TAC tem eficácia de título executivo extrajudicial, e sua eficácia ocorre a partir do momento em que
é celebrado.
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e) Compromisso preliminar
É um TAC parcial, em que se consegue apenas parte do acordo. A sua realização NÃO impede a
propositura da ACP contra outros investigados, ou para alcançar outros pedidos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:
- Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
- Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
- Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.
- Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direitos Constitucional Descomplicado
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QUESTÕES PROPOSTAS
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C-Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de B-O Supremo Tribunal Federal manteve seu entendimento,
habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em segundo a maioria dos Ministros, de não se conceder a ordem
habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a injuncional, afirmando que compete ao Judiciário apenas
liminar. cientificar o órgão competente para a elaboração da norma
D-Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a regulamentadora, sem obrigá-lo.
pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração C-O Supremo Tribunal Federal passou a aplicar, no
penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. entendimento da maioria dos Ministros, a teoria concretista,
E-Compete subsidiariamente ao Supremo Tribunal Federal o afirmando a competência do Judiciário para regulamentar, no
julgamento de habeas corpus contra decisão de Juizados caso concreto, a falta da norma regulamentadora.
Especiais Criminais. D-O Supremo Tribunal Federal passou a aplicar, no
entendimento da maioria dos Ministros, a teoria não
5 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / concretista, afirmando a impossibilidade de o Judiciário
CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia regulamentar, no caso concreto, a falta da norma
Federal regulamentadora.
Com base no disposto na Constituição Federal de 1988 (CF),
julgue o item subsequente. 8 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - NUCEPE - 2018 - PC-PI - Delegado
Cumpre ao STF julgar o recurso ordinário de habeas corpus de Polícia Civil
decidido em única instância pelo Tribunal Superior Eleitoral Sabe-se que o Mandado de Segurança é uma ação judicial
(TSE). capaz de proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
Certo ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
Errado agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público. Pode-se afirmar, ainda acerca deste
6 - 2021 - CESPE / CEBRASPE - Polícia Federal - CESPE / importante remédio constitucional:
CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia
Federal A-O Mandado de Segurança, diferentemente, do Habeas
Com base no disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), Corpus, que prevê a impetração de forma preventiva e
julgue o item subsequente. repressiva, somente ocorre depois da prática do ato ou da
Cabe originariamente ao STF processar e julgar habeas data omissão da autoridade que se pretende impugnar.
contra ato de ministro de estado. B-Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos
legais, impetrar mandado de segurança por telegrama,
Certo radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade
Errado comprovada, devendo o texto original da petição inicial ser
apresentado nos 3 (três) dias úteis seguintes.
7 - 2018 - FUMARC - PC-MG - FUMARC - 2018 - PC-MG - C-Considera-se autoridade coatora aquela que tenha
Delegado de Polícia Substituto praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a
A partir de julgamentos de mandados de injunção coletivos, sua prática, assim como o agente subordinado que cumpre a
em 2007, entre eles o MI 708, o Supremo Tribunal Federal ordem por dever hierárquico.
alterou seu entendimento acerca dos efeitos e da D-Incabível o Mandado de Segurança contra os atos de gestão
abrangência da decisão. Corresponde a essa mudança: comercial praticados pelos administradores de empresas
públicas, de sociedade de economia mista e de
A-O Supremo Tribunal Federal manteve seu entendimento, concessionárias de serviço público.
consolidado desde a promulgação da Constituição Federal, de E-Sempre que possível, havendo direito líquido e certo, o juiz
se conceder a ordem injuncional, afirmando a competência concederá a medida liminar no Mandado de Segurança, que
do Judiciário para regulamentar, no caso concreto, a falta da tenha por objeto a compensação de créditos tributários ou
norma regulamentadora. entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior.
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10 - 2017 - CESPE / CEBRASPE - PJC-MT - CESPE - 2017 - PJC- A-o Supremo Tribunal Federal não admite habeas corpus para
MT - Delegado de Polícia Substituto questionamento de razoável duração do processo.
Com referência ao habeas corpus e ao mandado de B-é cabível mesmo que não haja, nem por via reflexa,
segurança, julgue os itens seguintes, de acordo com o constrangimento à liberdade de locomoção.
entendimento do STF. C-cabe habeas corpus contra a aplicação de pena de multa.
D-segundo o Supremo Tribunal Federal, cabe habeas corpus
I Não caberá habeas corpus nem contra decisão que condene contra pena pecuniária passível de conversão em privativa de
a multa nem em processo penal em curso no qual a pena liberdade.
pecuniária seja a única imposta ao infrator. E-segundo a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal,
II O habeas corpus é o remédio processual adequado para aplicada rigorosamente pela Corte, o habeas corpus não é
garantir a proteção do direito de visita a menor cuja guarda cabível contra decisão de relator em tribunal superior que
se encontre sob disputa judicial. indefere a liminar.
III Nos casos em que a pena privativa de liberdade já estiver
extinta, não será possível ajuizar ação de habeas corpus. 12 - 2016 - CESPE / CEBRASPE - PC-GO
IV O mandado de segurança impetrado por entidade de classe Considerando a jurisprudência do STF, assinale a opção
não terá legitimidade se a pretensão nele veiculada interessar correta com relação aos remédios do direito constitucional.
a apenas parte dos membros da categoria profissional
representada por essa entidade. A-É cabível habeas corpus contra decisão monocrática de
ministro de tribunal.
Estão certos apenas os itens B-Em habeas corpus é inadmissível a alegação do princípio da
insignificância no caso de delito de lesão corporal cometido
A-I e II. em âmbito de violência doméstica contra a mulher.
B-I e III. C-No mandado de segurança coletivo, o fato de haver o
C-II e IV. envolvimento de direito apenas de certa parte do quadro
D-I, III e IV. social afasta a legitimação da associação.
E-II, III e IV. D-O prazo para impetração do mandado de segurança é de
cento e vinte dias, a contar da data em que o interessado tiver
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conhecimento oficial do ato a ser impugnado, havendo D-O texto constitucional atribui expressamente ao Ministério
decadência se o mandado tiver sido protocolado a tempo Público legitimidade para a impetração de mandado de
perante juízo incompetente. segurança coletivo.
E-O habeas corpus é o instrumento adequado para pleitear E-São direitos sociais expressamente previstos na
trancamento de processo de impeachment. Constituição Federal o transporte, o lazer, a segurança, a
seguridade social, a proteção à velhice e a assistência aos
13 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - desamparados.
Delegado de Policia Civil - Reaplicação
Maria, gestante de feto anencéfalo, pretende a obtenção de 15 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA -
autorização judicial para realização de aborto. O Juízo de Delegado de Polícia Civil - Prova Anulada
primeiro grau julgou improcedente o pedido. Pretende, Assinale a alternativa correta em relação ao mandado de
agora, manejar um remédio constitucional para evitar o injunção, recentemente regulamentado pela Lei n°
cometimento de crime. Para tanto, deverá demandar por 13.300/2016.
meio do seguinte instrumento:
A-Findo o prazo para as informações do impetrado, o
A-ação popular. Ministério Público opinará em 10 (dez) dias e, como parecer,
B-habeas corpus. os autos serão conclusos para decisão.
C-habeas data. B-O mandado de injunção coletivo, pode ser impetrado por
D-mandado de segurança. organização sindical legalmente constituída e em
E-mandado de injunção. funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
14 - 2016 - FUNCAB - PC-PA - FUNCAB - 2016 - PC-PA - membros, mediante autorização especial obtida em
Delegado de Polícia Civil - Prova Anulada assembleia geral.
Em relação aos direitos e garantias fundamentais previstos na C-A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos
Constituição Federal, assinale a alternativa correta. ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada
em julgado em sede de mandado de injunção, salvo se a
A-São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o aplicação da norma editada lhes for mais favorável.
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o terceiro D-Transitada em julgado e decisão do mandato de injunção,
grau ou por adoção, do Presidente da República, de seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos,
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de desde que por decisão fundamentada do órgão colegiado
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis competente.
meses anteriores ao pleito, mesmo que já titular de mandato E-Da decisão de relator que indeferir a petição inicial do
eletivo e candidato à reeleição. mandado de injunção, caberá apelação, em 10(dez) dias, para
B-Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação o órgão colegiado competente para o julgamento da
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou impetração.
de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 16 - 2014 - ACAFE - PC-SC - ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado
cultural, ficando o autor, em qualquer hipótese, isento de de Polícia
custas judiciais e do ônus da sucumbência. Observando a Constituição da República Federativa do Brasil
C-É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos (CRFB/88), no que se refere as Garantias dos Direitos
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime Fundamentais, analise as afirmações a seguir.
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana, sendo vedado o recebimento de recursos l Conceder-se-á "habeas-data" para assegurar o
financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de conhecimento de informações relativas à pessoa do
subordinação a estes. impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público.
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ll Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de E-Importante instrumento democrático de participação na
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos vida pública, a ação popular pode ser ajuizada por qualquer
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas cidadão, assim considerado o brasileiro nato ou naturalizado,
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. desde que comprove estar em pleno gozo de seus direitos
lll O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por políticos.
partido político com representação no Congresso Nacional.
lV Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer 18 - 2013 - CESPE / CEBRASPE - DPF - CESPE / CEBRASPE -
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 2013 - Polícia Federal - Delegado
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. No que se refere ao habeas data e ao habeas corpus, julgue o
V Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito item seguinte.
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou
"habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou De acordo com o STJ, o habeas data é instrumento idôneo
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa para a obtenção de acesso aos critérios utilizados em
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. correção de prova discursiva aplicada em concursos públicos.
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Respostas17
17
1: C 2: B 3: C 4: E 5: C 6: E 7: C 8: D 9: C 10: B 11: D 12: B 13: B 14: C 15: C 16: B 17: E 18: E 19: E 20: E
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TODOS OS ARTIGOS
⦁ Art. 5º, XLVI da CF
⦁ Art. 5º, XLII, CF/88
⦁ Art. 5º, LI, CF/88
⦁ Art. 144, §1º, II, CF/88
⦁ Art. 243, §único, CF/88
⦁ Art. 10, CPP (análise comparativa com o art. 51 da Lei de Drogas)
⦁ Art. 159, §1º, CPP (análise comparativa com o art. 50, §1º da Lei de Drogas)
⦁ Art. 323, II, CPP
⦁ Portaria nº 433/98, Anvisa
⦁ Lei 11.343/06 inteira!
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CF/88
⦁ Art. 5º, LIV, LV e LVI
⦁ Art. 5º, LVII
⦁ Art. 5º, LX a LVVII
⦁ Art. 5º, LXVIII e LXIX da CF/88
⦁ Art. 129, VIII
CPP:
⦁ Art. 3-A, CPP
⦁ Art. 3-B, CPP
⦁ Arts. 4º a 23, CPP
⦁ Art. 28, CPP
⦁ Art. 39, §§3º, 4º e 5º, CPP
⦁ Art. 67, I, CPP
⦁ Art. 107, CPP
⦁ Art. 149, §1º, CPP
⦁ Art. 155 e 158, CP
⦁ Art. 304, §1º, CP
⦁ Art. 311, CPP
⦁ Art. 378, II, CPP
⦁ Art. 395 e 397 do CPP
⦁ Art. 405, §1º, CPP
⦁ Art. 549, CPP
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TODOS OS ARTIGOS
⦁ LINDB – leitura inteira
⦁ Art. 1º ao Art. 78, CC
⦁ Art. 5º, XXX e XXXI, CF/88
⦁ Art. 5º, XXXVI, CF/88
⦁ Art. 37, §6º, CF/88
⦁ Art. 173, §1º, CF/88
⦁ Art. 133 a 137, CPC
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
LINDB:
⦁ Art. 1º, 2º e 4º
⦁ Art. 6º
⦁ Art. 7º, §§ 3º, 4º, 6º
⦁ Arts. 8º a 10º.
⦁ Art. 12
⦁ Arts. 20 a 30 (alteração legislativa recente!)
CÓDIGO CIVIL:
⦁ Arts. 1º a 4º
⦁ Art. 7, 11, 13 e 16
⦁ Arts. 22, 23 e 25
⦁ Arts. 26 a 28
⦁ Arts. 37 a 39
⦁ Art. 43 a 45
⦁ Arts. 50 a 52
⦁ Arts. 53 e 57
⦁ Arts. 62, 64, 66 e 69
⦁ Arts. 70 a 76.
CF/88
⦁ Art. 5º, XXX, CF/88
⦁ Art. 37, §6º, CF/88
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TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 14 a 17
⦁ Art. 37, §4º
⦁ Art. 55, IV
⦁ Art. 62, §1º, “a”,
⦁ Art. 68, §1º, II
⦁ Art. 85, III
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
CF/88
⦁ Art. 14 e 15 (leitura completa! Importantíssimo!)
⦁ Art. 37, §4º
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TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 12 (leitura completa)
⦁ Art. 13 (leitura completa)
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO PODEM DEIXAR DE LER
CF/88
⦁ Art. 12, I e II
⦁ Art. 12, §3º, §4º
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TODOS OS ARTIGOS
CF/88
⦁ Art. 5º, inc. LXVIII a LXXIII,
⦁ Art. 5, inc. LXXVII,
⦁ Art. 102, inc. I, “d”, “i” e “q”
⦁ Art. 102, inc. II, “a”
⦁ Art. 105, inc. I, “b”, “c” e “h”
⦁ Art. 105, inc. II, “a”
⦁ Art. 108, inc. I, “c” e “d”
⦁ Art. 108, inc. VII e VIII
⦁ Art. 121, §3º e §4º, inc. V
⦁ Art. 142, §2º
CPP
⦁ Art. 3-B, inc. XII
⦁ Art. 574, I
⦁ Art. 581, X
⦁ Art. 612
⦁ Arts. 647 a 667
CPP
⦁ Art. 3º-B, inc. XXII
⦁ Arts. 647, 648, 651
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