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Legislação

Aplicada ao MPU
LC n. 75/1993 – Parte I
Professora: Cristiane Capita
FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
2672023799

TIPO DE MATERIAL:
E-book

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
8/2023
Sumário
Apresentação............................................................................................................................ 5

Introdução.................................................................................................................................. 9

Breve Contexto Histórico do MP.................................................................................................. 10

Definição.................................................................................................................................... 15

Princípios....................................................................................................................................... 17

Princípios Expressos................................................................................................................ 18

Princípio da Unidade................................................................................................................ 18

Princípio da Indivisibilidade..................................................................................................... 18

Princípio da Independência Funcional................................................................................... 19

Princípios Não Expressos........................................................................................................ 19

Princípio do Promotor Natural................................................................................................. 19

Princípio da Irresponsabilidade............................................................................................... 20

Funções Institucionais do Ministério Público da União............................................................ 21

Dos Instrumentos de Atuação...................................................................................................... 29

Do Controle Externo da Atividade Policial.................................................................................. 36

Defesa dos Direitos Constitucionais........................................................................................... 38

Garantias e Prerrogativas............................................................................................................. 39

Autonomia do Ministério Público................................................................................................ 42

Estrutura........................................................................................................................................ 43

Procurador-Geral da República................................................................................................... 43

Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União (CASMPU)............. 49

Serviços Auxiliares....................................................................................................................... 52

Dos Ramos do Ministério Público da União............................................................................... 52

Ministério Público Federal............................................................................................................ 54

Competências do MPF – Atribuições do MPF............................................................................ 54

Chefia do Ministério Público Federal.......................................................................................... 57

Colégio de Procuradores da República...................................................................................... 62

Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF)..................................................... 63

Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal....................................... 68


Corregedoria do Ministério Público Federal............................................................................... 69

Funções Eleitorais do Ministério Público Federal..................................................................... 73

Unidades de Lotação e de Administração.................................................................................. 76

Considerações Finais................................................................................................................... 76

Referências.................................................................................................................................... 77
LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU – LC N. 75/1993 – PARTE I

PROF. CRISTIANE CAPITA

Apresentação

A prof. Cristiane Capita é servidora do Ministério Público da União, lotada no Conselho


Nacional do Ministério Público-CNMP, bacharela em Direito e Especialista em Direito Proces-
sual Civil.
Aprovada nos concursos do Ministério do Planejamento (MPOG), Secretaria de Estado
de Educação do DF (SEE-DF), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Minis-
tério da Educação (MEC).
É professora do Gran e integrante dos GranXperts, que é a equipe de especialistas em
planejamento de estudos e mentoria do Gran.
Em 2004, ela deu início à sua trajetória nos concursos públicos e, desde então, tem se
dedicado incansavelmente a aprimorar um método de estudos, sempre ressaltando que a
consistência é um fundamento para alcançar a aprovação.
Depois de acumular uma experiência valiosa ao longo de sua trajetória, ela optou por
compartilhar seu conhecimento e auxiliar outros estudantes em sua jornada em busca do
sucesso. No ano de 2018, com o intuito de expandir seu alcance e impactar um número
ainda maior de pessoas, criou o perfil @cris_capita/Probatus Mentoria para concursos no
Instagram. Nesse perfil, disponibiliza uma série de informações, dicas e técnicas de estudo
altamente eficientes, adquiridas por meio de sua própria vivência e também em colaboração
com pessoas experientes na área.
Como mentora de estudos, ela se dedica a auxiliar concurseiros em todas as etapas
do processo preparatório. Com sessões personalizadas de mentoria, ela ajuda os alunos a
estabelecer metas claras e realistas, identificar suas áreas de maior dificuldade e criar um
planejamento para otimizar seu tempo de estudo e maximizar seu desempenho.
Além disso, oferece orientação individualizada sobre as melhores técnicas de estudo,
métodos de organização eficientes e táticas de resolução de exercícios, fornecendo fer-
ramentas e recursos valiosos para que seus clientes alcancem uma preparação sólida e
consistente.
Com um compromisso permanente com o sucesso de seus orientados, ela se esforça
para cultivar um ambiente de apoio e motivação, encorajando seus alunos a persistirem
diante dos desafios e acreditarem em seu potencial para conquistar seus objetivos.
Por meio de seu trabalho como mentora e planejadora de estudos, busca capacitar e
inspirar os estudantes, ajudando-os a trilhar um caminho mais eficaz rumo à aprovação em
concursos e, assim, alcançar suas aspirações de carreira no serviço público.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

PROGRAMAÇÃO
AULAS CONTEÚDO

DA DEFINIÇÃO, DOS PRINCÍPIOS E DAS FUNÇÕES INSTITUCIONAIS


DOS INSTRUMENTOS DE ATUAÇÃO
DO CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL
DA DEFESA DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS
DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS
DA AUTONOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
DA ESTRUTURA
DO PROCURADOR–GERAL DA REPÚBLICA
DO CONSELHO DE ASSESSORAMENTO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA
UNIÃO
DAS CARREIRAS
DOS SERVIÇOS AUXILIARES
1 DOS RAMOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Da Competência, dos Órgãos e da Carreira
Da Chefia do Ministério Público Federal
Do Colégio de Procuradores da República
Do Conselho Superior do Ministério Público Federal
Das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal
Da Corregedoria do Ministério Público Federal
Dos Subprocuradores-Gerais da República
Dos Procuradores Regionais da República
Dos Procuradores da República
Das Funções Eleitorais do Ministério Público Federal
Das Unidades de Lotação e de Administração

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Do Ministério Público do Trabalho


Da Competência, dos Órgãos e da Carreira
Do Procurador-Geral do Trabalho
Do Colégio de Procuradores do Trabalho
Do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho
Da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho
Da Corregedoria do Ministério Público do Trabalho
Dos Subprocuradores-Gerais do Trabalho
Dos Procuradores Regionais do Trabalho
Dos Procuradores do Trabalho
Das Unidades de Lotação e de Administração
2
Do Ministério Público Militar
Da Competência, dos Órgãos e da Carreira
Do Procurador-Geral da Justiça Militar
Do Colégio de Procuradores da Justiça Militar
Do Conselho Superior do Ministério Público Militar
Da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar
Da Corregedoria do Ministério Público Militar
Dos Subprocuradores-Gerais da Justiça Militar
Dos Procuradores da Justiça Militar
Dos Promotores da Justiça Militar
Das Unidades de Lotação e de Administração

Do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios


Da Competência, dos Órgãos e da Carreira
Do Procurador-Geral de Justiça
Do Colégio de Procuradores e Promotores de Justiça
Do Conselho Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios
Da Corregedoria do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Dos Procuradores de Justiça
Dos Promotores de Justiça
Dos Promotores de Justiça Adjuntos
Das Unidades de Lotação e de Administração
3 Das Disposições Estatutárias Especiais / Da Carreira
Do Provimento
Do Concurso
Da Posse e do Exercício
Do Estágio Probatório
Das Promoções
Dos Afastamentos
Da Reintegração
Da Reversão e da Readmissão
Da Vitaliciedade e da Inamovibilidade
Dos Direitos
Da Vitaliciedade e da Inamovibilidade
Das Designações

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Das Férias e Licenças


Dos Vencimentos e Vantagens
Da Aposentadoria e da Pensão
Da Disciplina
Dos Deveres e Vedações
Dos Impedimentos e Suspeições
4 Das Sanções
Da Prescrição
Da Sindicância
Do Inquérito Administrativo
Do Processo Administrativo
Da Revisão do Processo Administrativo
Das Disposições Finais e Transitórias

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Introdução

Olá, prezado aluno! Vamos iniciar nosso estudo sobre a Lei Complementar n. 75/1993,
que dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União.
Embora a Lei seja um pouco extensa, ela pode ser compreendida de maneira acessível
se abordada de forma adequada. Para uma melhor compreensão, é importante entender, no
primeiro momento, a estrutura da lei, que se divide em dois grandes blocos: a primeira parte
aborda a estrutura do Ministério Público da União (MPU), os seus ramos, princípios e fun-
ções, enquanto a segunda parte trata das disposições estatutárias dos membros do MP, dos
seus direitos, deveres e vedações.
Ao analisar a primeira parte da lei, é possível compreender a organização do MPU e
de seus ramos específicos. Ele é composto por quatro ramos autônomos e independentes:
o Ministério Público Federal (MPF), que atua em casos federais, regulamentados pela Cons-
tituição e pelas leis federais, sempre que a questão envolver interesse público; o Ministério
Público do Trabalho (MPT), encarregado da proteção aos direitos fundamentais e sociais do
cidadão combatendo ilegalidades no âmbito trabalhista; o Ministério Público Militar (MPM),
com atuação nas esferas militares; e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT), responsável por fiscalizar as leis e defender os interesses da sociedade do Distrito
Federal e dos Territórios.
No que diz respeito aos princípios que regem o MPU, destaca-se a independência fun-
cional, que assegura aos membros a liberdade de agir e a imparcialidade na defesa dos
interesses públicos. Além disso, a unidade institucional é um princípio importante, que visa
à harmonia entre os ramos do MPU, evitando conflitos e garantindo a eficácia de sua atua-
ção. A indivisibilidade das atribuições é outro princípio relevante e estabelece que é o próprio
MP quem atua no processo e o faz por intermédio de seus membros. Pode-se compreender
que eles possam, sem prejuízos ao bom andamento do processo, ser substituídos uns pelos
outros nos casos legalmente previstos. Na segunda parte da lei, como dito, são observadas
as disposições relativas aos membros do MPU, no que concerne a seus direitos, deveres e
vedações. Os membros do MPU são promotores e procuradores da República, pertencentes
às carreiras do MPF, MPT, MPM e MPDFT. A lei estabelece os requisitos para ingresso na
carreira, as prerrogativas, a remuneração, as garantias e as vedações aos membros, asse-
gurando-lhes a autonomia necessária para o desempenho de suas funções. Vamos estudar
como funciona cada uma das carreiras.
Dessa forma, entender a estrutura do MPU, as suas atribuições e a posição de seus
membros como órgãos do Ministério Público é essencial para compreender a abrangência e
a importância dessa instituição no ordenamento jurídico brasileiro. O MPU desempenha um
papel fundamental na defesa dos interesses da sociedade, na promoção da justiça e no com-
bate à corrupção e demais ilícitos, garantindo a aplicação das leis e a proteção dos direitos
dos cidadãos.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Por fim, quando, de forma ampla, fala-se em Ministério Público, podemos estar nos
referindo ao Ministério Público brasileiro, que é composto pelos Ministérios Públicos dos
estados (atuam perante a Justiça estadual) e pelo Ministério Público da União (MPU), que,
por sua vez, possui quatro ramos.
Devemos considerar que nosso objeto de estudo é a Lei n. 75/1993, que regula o Minis-
tério Público da União. A título de curiosidade, cada MP estadual é organizado e mantido
pelos respectivos estados, mediante normas gerais da Constituição Federal, da Constituição
Estadual, da Lei Federal n. 8.625/1993 e da lei complementar estadual. Desse modo, cada
Estado elabora lei complementar estadual para organizar o seu Ministério Público.

Breve Contexto Histórico do MP

Ao analisar o contexto histórico do Ministério Público, observamos que os conflitos de


sua criação e evolução estão intimamente ligados ao fortalecimento do Estado de Direito no
Brasil. A instituição do Ministério Público ocorreu em um momento de transição democrática,
após o fim do regime militar, visando promover a independência e a atuação imparcial do
MP, assegurando sua autonomia diante dos demais poderes. Essa autonomia é fundamen-
tal para que o órgão exerça suas funções de forma imparcial, defendendo os interesses da
sociedade e permanecendo como fiscal da lei.
Antes da promulgação da Constituição de 1988, o Ministério Público não possuía uma
estrutura unificada para atuar em âmbito federal. Com a promulgação da Constituição, reco-
nheceu-se a importância do Ministério Público como instituição essencial à função jurisdicio-
nal do Estado, garantindo-lhe a autonomia administrativa, financeira e funcional.
A Lei Complementar n. 75/1993, por sua vez, veio consolidar as disposições consti-
tucionais referentes ao MPU e estabelecer as diretrizes para seu funcionamento. Através
dessa lei, foram delineadas as competências específicas de cada ramo do MPU, bem como
os princípios que norteiam sua atuação.

O MP da Constituição Federal de 1988

O Ministério Público da União (MPU) possui base constitucional assegurada pela Cons-
tituição Federal de 1988. Ele é classificado como uma das funções essenciais à Justiça,
juntamente com outras instituições como a Advocacia, a Advocacia Pública e a Defensoria
Pública. Essas funções estão dispostas no Capítulo IV da Constituição, que trata da Organi-
zação dos Poderes e estabelece a importância dessas instituições para a garantia dos direi-
tos e a busca pela justiça.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

O MP, como uma função essencial à Justiça, desempenha um papel de destaque no


sistema jurídico brasileiro. Ele atua na defesa da ordem jurídica, dos interesses sociais e indi-
viduais indisponíveis, buscando assegurar a efetivação dos direitos e a promoção da justiça
em nome da sociedade.
Essa posição constitucional evidencia a relevância do Ministério Público como uma ins-
tituição autônoma e independente, responsável por promover a defesa da sociedade, atuar
como fiscal da lei e zelar pelos princípios fundamentais estabelecidos pela Constituição.
Dessa forma, ao lado da Advocacia, Advocacia Pública e Defensoria Pública, o MP inte-
gra o conjunto de instituições que são essenciais para o bom funcionamento do sistema jurí-
dico brasileiro, cada uma com suas atribuições específicas, mas todas com o objetivo comum
de garantir a justiça e a proteção dos direitos dos cidadãos.
Nos termos da Constituição:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdi-


cional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrá-
tico e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Visão Panorâmica do MP

Inicialmente, é importante obtermos uma compreensão abrangente sobre o Ministé-


rio Público.
O Ministério Público Brasileiro abrange o Ministério Público da União e o Ministério
Público dos Estados. Vejamos como dispõe a CF/88:

Art. 128. O Ministério Público abrange:


I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os Ministérios Públicos dos Estados.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Vamos observar graficamente a estrutura do MP brasileiro.

O Ministério Público da União (MPU) é regulamentado pela Lei Complementar n.


75/1993, enquanto o Ministério Público Estadual (MPE) é regido pela Lei n. 8.625/1993.

É válido destacar as principais distinções entre o MPU e o MP dos Estados:

Ministério Público da União

Organização
MPU: Organizado e mantido pela União, regido pela própria Constituição Federal e pela
Lei Complementar n. 75/1993.
MP Estados: Organizado e mantido pelos respectivos estados, mediante normas gerais
da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da lei complementar estadual e da Lei
Federal n. 8.625/1993.

Chefe
MPU: Tem como chefe o Procurador-Geral da República (PGR), nomeado pelo presi-
dente da República.
MP Estados: Tem como chefe o Procurador-Geral de Justiça do Estado (PGJ), nome-
ado pelo governador do estado.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Área de atuação
MPU: A área de atuação pode ser observada na leitura dos arts. 109, 114 e 124 da
Constituição Federal, que dispõem sobre as competências da justiça federal, do trabalho,
militar e eleitoral, bem como as competências dos Tribunais Superiores do Supremo Tribu-
nal Federal.
MP Estados: Os demais interesses sociais e individuais indisponíveis, não abrangi-
dos pelo Ministério Público da União, são atribuições do Ministério Público do Estado. Têm
atuação, em regra, na justiça comum dos estados (juízes de 1º grau e Tribunal de Justiça
dos Estados).

Como mencionado anteriormente, nosso objeto de estudo é o Ministério Público da


União. Este curso está direcionado, então, ao estudo e ao conhecimento da Lei Comple-
mentar n. 75/1993, que é a lei que organiza e estrutura o Ministério Público da União, o qual
compreende os seguintes ramos:
a) Ministério Público Federal;
b) Ministério Público do Trabalho;
c) Ministério Público Militar;
d) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Antes de adentrarmos à Lei, iniciando pela definição, princípios e funções institucionais


do MP, farei breve adendo acerca do MP Eleitoral, do MP nos municípios e do MP de Contas.

Ministério Público Eleitoral

Não existe MP Eleitoral com estrutura própria, ele é composto por membros do Ministé-
rio Público Federal e do Ministério Público Estadual.

Mas o que é o MP Eleitoral, para que ele serve?

Ele é um órgão de fiscalização da regularidade e da lisura do processo eleitoral e deve


zelar pela correta aplicação das leis eleitorais.
Representa a sociedade perante a Justiça Eleitoral, buscando o fiel cumprimento da lei
e a imparcialidade na condução dos atos judiciais eleitorais, atuando, assim, em nome da
coletividade em assuntos relacionados à Justiça Eleitoral.
É importante destacar ainda que o Ministério Público Eleitoral atua ininterruptamente, e
não só durante as eleições, e, além de acompanhar o andamento das ações que tramitam na
Justiça Eleitoral, ele pode, por exemplo, propor ações por inelegibilidades supervenientes às
eleições ou fiscalizar, a qualquer tempo, a regularidade das inscrições eleitorais.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
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ATENÇÃO

Inexiste Ministério Público Eleitoral enquanto instituição, o que há são funções eleitorais
que devem ser atribuídas pela lei ao MP Federal ou dos Estados.

E o MP nos municípios?

Os municípios não possuem autonomia para estabelecer, organizar e manter seu pró-
prio Ministério Público. Isso significa que não existe um Ministério Público específico para os
municípios, uma vez que esses entes da Federação não têm a competência de criar e prover
um órgão ministerial próprio.

Ministério Público de Contas

O Ministério Público de Contas é chamado Ministério Público especial, ele acompanha


a estrutura do tribunal de contas a que ele pertence, não é, portanto, dotado de autonomia.
O MP de Contas da União integra a estrutura do Tribunal de Contas da União; o MP de
contas dos estados, a dos tribunais de contas dos estados.

ATENÇÃO

Não devemos confundir a falta de autonomia do MP de Contas com a independência dos


membros, pois eles são titulares dos mesmos direitos atribuídos aos membros do MP co-
mum e sujeitos às mesmas vedações a que esses se submetem. Isso é importante! Cai
demais em prova!

A CF/88 trata do MP de contas em seu artigo 130. Vejamos:

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas
aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e for-
ma de investidura.

Para resumir: o MP de Contas não integra a estrutura do MP brasileiro (MP comum),


e as carreiras dos membros será regida pelos tribunais respectivos. Os seus membros são
titulares dos mesmos direitos atribuídos aos membros do MP comum e sujeitos às mesmas
vedações a que eles se submetem assim como forma de investidura.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Definição

Art. 1º O Ministério Público da União, organizado por esta lei Complementar, é


instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e dos
interesses individuais indisponíveis.

Definição – Perfil Constitucional do Ministério Público

O Ministério Público é uma instituição permanente e essencial à função jurisdicional do


Estado. Sua principal função é defender os interesses da coletividade, manter a ordem jurídica,
preservar o regime democrático e proteger os interesses sociais e individuais indisponíveis.

Na Constituição, o conceito de Ministério Público está disposto no capítulo IV, “Das fun-
ções essenciais à justiça”, do artigo 127, que traz:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdi-


cional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrá-
tico e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

O Ministério Público exerce uma função essencial à Justiça, desenvolvendo ativida-


des intimamente relacionadas à função jurisdicional do Estado. Ele atua em conjunto com o
Poder Judiciário para garantir a ordem jurídica e defender os interesses da sociedade.

Art. 2º Incumbem ao Ministério Público as medidas necessárias para garantir o


respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos
assegurados pela Constituição Federal.

Essa atribuição confere ao Ministério Público a responsabilidade de agir em defesa


dos direitos fundamentais e de garantir que as instituições públicas e os serviços de impor-
tância para a sociedade cumpram com as disposições constitucionais. O Ministério Público
pode tomar medidas legais, como ações judiciais, para garantir o respeito e a proteção
desses direitos.

Essa função do Ministério Público é essencial para a manutenção do Estado de Direito,


pois visa assegurar que os Poderes Públicos e os serviços de relevância pública atuem em
conformidade com a Constituição, respeitando os direitos e garantias individuais e coletivos
dos cidadãos.

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LC n. 75/1993 – Parte I

Art. 3º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade po-


licial tendo em vista:
a) o respeito aos fundamentos do Estado Democrático de Direito, aos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, aos princípios informadores das
relações internacionais, bem como aos direitos assegurados na Constituição Fe-
deral e na lei;
b) a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimô-
nio público;
c) a prevenção e a correção de ilegalidade ou de abuso de poder;
d) a indisponibilidade da persecução penal;
e) a competência dos órgãos incumbidos da segurança pública.

O controle externo da atividade policial pelo MP tem como objetivos principais:


a) Garantir o respeito aos fundamentos do Estado Democrático de Direito, aos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, aos princípios das relações internacionais,
bem como aos direitos assegurados na Constituição Federal e na lei.
Em outras palavras, o Ministério Público deve assegurar que a atividade policial seja
cumprida com base nos princípios democráticos, respeitando os direitos prescritos na Consti-
tuição e nas leis, assim como os objetivos fundamentais estabelecidos pela República Fede-
rativa do Brasil.
b) Preservar a ordem pública, a integridade das pessoas e o patrimônio público.
O Ministério Público deve atuar para manter a ordem pública, proteger a segurança das
pessoas e resguardar o patrimônio público. Isso implica adotar medidas para prevenir e com-
bater as práticas criminosas, visando a segurança e o bem-estar da sociedade.
c) Prevenir e corrigir ilegalidades ou abusos de poder.
Uma das responsabilidades do Ministério Público é evitar e corrigir a ocorrência de
ações ilegais ou abusos de poder por parte das autoridades policiais. Isso significa que o
Ministério Público tem o papel de fiscalizar a atuação policial, assegurando que ela seja pau-
tada pela legalidade e pelo respeito aos direitos individuais.
d) Garantir a indisponibilidade da persecução penal.
O Ministério Público deve assegurar que a persecução penal (processo criminal) não
seja disponibilizada ou negociada, ou seja, que não haja interferências incompatíveis ou
influências que possam comprometer a imparcialidade e a integridade do sistema de jus-
tiça criminal.
e) Respeitar a competência dos órgãos responsáveis ​​pela segurança pública.
O Ministério Público deve atuar em harmonia com os órgãos responsáveis ​​pela segu-
rança pública, respeitando suas competências e atribuições. Isso envolve uma cooperação
adequada para garantir a eficiência e seguir as ações relacionadas à segurança.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Esses são os principais pontos estabelecidos pelo artigo 3º da Lei n. 75/1993. O con-
trole externo da atividade policial pelo Ministério Público objetiva garantir o respeito aos direi-
tos, a legalidade e a integridade na atuação policial, buscando a promoção de uma sociedade
segura e justa.

Princípios

Art. 4º São princípios institucionais do Ministério Público da União a unidade, a


indivisibilidade e a independência funcional.

Princípios podem ser conceituados como um conjunto de padrões de conduta presen-


tes de forma explícita ou implícita no ordenamento jurídico. A noção de princípio se relaciona
sempre a causas, alicerces e orientações de caráter geral.
O § 1º do artigo 127 da CF e o artigo 4º da LC n. 75/1993 dispõem: “São princípios institu-
cionais do Ministério Público da União a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.”

Os princípios institucionais do MP traduzem-se, então, no conjunto de normas de con-


dutas que, de forma exclusiva, direcionam-se aos membros e integrantes da carreira do MP.

Antes de continuar, vamos pontuar algo importante:


Caber ressaltar que duas categorias de agentes atuam no âmbito do MP e se dife-
renciam em razão da natureza do seu perfil de atuação, a saber: os membros do
MP e servidores do MP, que, embora pertençam à mesma instituição, possuem
competências diversas. Nesse sentido, os membros são responsáveis por exerce-
rem as funções próprias do Ministério Público, e aos servidores cabe auxiliar direta
ou indiretamente os membros no cumprimento das funções institucionais.
Importante se faz essa distinção, uma vez que os princípios institucionais se
aplicam aos membros do Ministério Público.
Considerando ainda que, além dos princípios codificados, aplicam-se também ao
MP alguns princípios não expressos, mas considerados relevantes pela doutrina e
pela jurisprudência, a saber: princípio do promotor natural e princípio da irres-
ponsabilidade. Falaremos sobre eles!

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
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Princípios Expressos

Princípio da Unidade

Segundo esse princípio, os membros não devem ser identificados na sua individuali-
dade, pois são integrantes de um mesmo organismo, atuam, assim, em nome da instituição,
retratando-a como um todo. Dessa maneira, tal princípio repousa na premissa de que os
membros do Ministério Público integram um só órgão, sob a direção de um só chefe.
Isso significa que divisões internas não afetam o caráter uno da instituição: o MPU é um
só, ainda que seja dividido internamente em quatro ramos. Essas divisões internas, portanto,
não o desnaturam como instituição.
Contudo, não significa que os membros possam atuar sem regras de competência, pelo
contrário, eles as têm muito bem definidas pelas leis que os regem.
Há, por exemplo, divisões por matérias (criminal, patrimônio público etc.), cujas atribui-
ções não podem ser invadidas uns pelos outros, observando-se os princípios da legalidade
e da especialização de funções.
Um detalhe que precisa ser dito no que diz respeito ao Princípio da Unidade é em rela-
ção às carreiras no MP: a carreira dos servidores (serviços auxiliares), por exemplo, é uma
só. Nós, servidores, não fazemos concursos para o MPT ou para o MPDFT, fazemos para o
MPU. O concurso é para servidor do MPU (você, portanto, poderá ser lotado em qualquer um
dos quatro ramos). A carreira de membros, por outro lado, é separada e independente, com
concursos diferentes e provimento autônomo. Sobre o assunto, o artigo 32 da nossa lei em
estudo diz o seguinte:

Art. 32. As carreiras dos diferentes ramos do Ministério Público da União são in-
dependentes entre si, tendo cada uma delas organização própria, na forma desta
lei complementar.

Por fim, embora cada membro seja o próprio MP e o represente, o MP é apenas um.
Dessa maneira, o pronunciamento de um membro no processo representa a vontade do próprio
Ministério Público, visto que aquele age em nome deste. Quem pede, por exemplo, a conde-
nação de um réu em um determinado processo não é o membro, mas a própria instituição MP.

Princípio da Indivisibilidade

De acordo com o Princípio da Indivisibilidade, o Ministério Público atua no processo


por meio de seus membros, e isso permite que eles sejam substituídos uns pelos outros nos
casos previstos em lei, como férias, licenças, impedimentos, suspeições, promoção, remo-
ção, aposentadoria, morte, entre outros. Essa substituição ocorre sem prejuízo para o anda-
mento dos processos, garantindo a continuidade das atividades do Ministério Público.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
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ATENÇÃO

Para não confundir o Princípio da Unidade com o Princípio da Indivisibilidade, sempre as-
socie o da Indivisibilidade ao termo substituição.

Princípio da Independência Funcional

O Princípio da Independência Funcional estabelece que os membros do Ministério


Público não estão subordinados a nenhum órgão ou Poder durante o exercício de suas ati-
vidades. Eles possuem total liberdade para atuar de acordo com suas convicções, agindo
vinculados apenas à sua consciência e à lei.
Ao contrário da administração pública, em que existe o poder hierárquico e um dever
geral de obedecer às autoridades superiores, no Ministério Público, os membros não estão
sujeitos à autoridade entre si no exercício de suas funções. Eles não obedecem uns aos
outros, mas sim agem de acordo com o seu próprio entendimento e a lei.
No entanto, é importante ressaltar que a independência funcional não significa agir com
arbitrariedade. Os membros do Ministério Público devem tomar decisões dentro dos limites da lei.
É crucial não confundir a independência funcional com autonomia funcional. A autono-
mia funcional é a liberdade que cada Ministério Público tem para tomar decisões específicas,
sem se subordinar a outros órgãos, mas sempre observando as leis e a Constituição. A auto-
nomia funcional será abordada posteriormente.
Portanto, o Princípio da Independência Funcional no Ministério Público assegura a liber-
dade de decisão dos membros, desde que respeitem os limites legais e não comprometam
a unidade da instituição.

ATENÇÃO

O Princípio da Independência Funcional não isenta o membro do Ministério Público do


cumprimento de seus deveres funcionais estabelecidos na lei. Em caso de cometimento de
ilícitos, o membro pode ser sujeitado a punições administrativas.

Princípios Não Expressos

Princípio do Promotor Natural

O Princípio do Promotor Natural, assim como o Princípio do Juiz Natural, estabelece


que ninguém pode ser acusado por uma autoridade escolhida de forma arbitrária. No âmbito
do Ministério Público, isso significa que nenhuma pessoa pode ser acusada por um promo-
tor designado de maneira casuística ou por indicação, sendo nomeado e destituído a qual-
quer momento.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Essa situação é incompatível com a configuração atual do Ministério Público como uma
instituição forte, independente e livre. Portanto, a única forma de designação permitida é
aquela prevista em lei, proibindo-se a nomeação de promotores ou procuradores ad hoc, ou
seja, designada para uma situação específica.
É importante ressaltar que esse princípio visa evitar a figura do "acusador de exceção",
que pode ocorrer por meio de designações casuísticas com propósitos que não buscam o
interesse público. Assim, o Princípio do Promotor Natural assegura que o membro do Minis-
tério Público receba o processo e atue nele de forma imparcial, sem interferências externas
ou internas, como aquelas realizadas pela chefia da instituição.
Esse princípio é de extrema importância para o nosso ordenamento jurídico, garantindo
a imparcialidade e a independência do Ministério Público no exercício de suas funções.
Até o ano de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) não aplicava o Princípio do Pro-
motor Natural, pois entendia que não fazia parte do ordenamento jurídico e exigia previsão
legal específica para ser aplicado. No entanto, houve uma mudança de posicionamento por
parte do STF no habeas corpus (HC) n. 103.038.
Nesse julgamento, foi decidido que o Princípio do Promotor Natural tem como objetivo
evitar que as chefias institucionais do Ministério Público deem designações casuísticas e
injustificadas. Com essa decisão, conclui-se que tanto o STF quanto o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) tendem a aplicar o Princípio do Promotor Natural atualmente.
Essa mudança de entendimento por parte do STF fortaleceu a importância desse prin-
cípio para garantir a imparcialidade e a independência dos membros do Ministério Público no
exercício de suas funções.

Princípio da Irresponsabilidade

Conforme previsto na Constituição, as pessoas jurídicas de direito público e as presta-


doras de serviço público são responsáveis ​​pelos atos causados ​​por seus agentes a terceiros.
No entanto, essa condição não se aplica aos membros do Ministério Público devido à natu-
reza de sua atuação funcional. Os membros do MP não são civilmente responsáveis ​​por seus
atos quando exercem suas funções institucionais, o que é conhecido como o Princípio Não
Expresso da Irresponsabilidade.
No entanto, assim como outros princípios, este não é absoluto. Se um membro do
Ministério Público agir com dolo, fraudar ou recusar, omitir ou retardar, sem motivo justificado,
providências que devem ser tomadas de ofício e isso causar danos a terceiros, ele poderá
ser responsabilizado.
É importante ressaltar que os membros do MP não responderão temporariamente por
conduta culposa, ou seja, quando agem sem intenção de causar danos. A responsabilidade
será exigida apenas em casos específicos de conduta dolosa, fraudulenta ou negligente que
cause prejuízos a terceiros.

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LC n. 75/1993 – Parte I

Dessa forma, o Princípio da Irresponsabilidade dos membros do Ministério Público em


sua atuação funcional é a regra, mas existem continuamente casos de condutas ilícitas inten-
cionais ou negligentes que causam danos a terceiros.

Funções Institucionais do Ministério Público da União

Art. 5º São funções institucionais do Ministério Público da União:


I – a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e
dos interesses individuais indisponíveis, considerados, dentre outros, os seguintes
fundamentos e princípios:
a) a soberania e a representatividade popular;
b) os direitos políticos;
c) os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil;
d) a indissolubilidade da União;
e) a independência e a harmonia dos Poderes da União;
f) a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
g) as vedações impostas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
h) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a publicidade, relativas à admi-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União;
II – zelar pela observância dos princípios constitucionais relativos:
a) ao sistema tributário, às limitações do poder de tributar, à repartição do poder
impositivo e das receitas tributárias e aos direitos do contribuinte;
b) às finanças públicas;
c) à atividade econômica, à política urbana, agrícola, fundiária e de reforma agrá-
ria e ao sistema financeiro nacional;
d) à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, à ciência e à tecnolo-
gia, à comunicação social e ao meio ambiente;
e) à segurança pública;
III – a defesa dos seguintes bens e interesses:
a) o patrimônio nacional;
b) o patrimônio público e social;
c) o patrimônio cultural brasileiro;
d) o meio ambiente;
e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das comunidades indígenas,
da família, da criança, do adolescente e do idoso;
IV – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União, dos serviços de
relevância pública e dos meios de comunicação social aos princípios, garantias,
condições, direitos, deveres e vedações previstos na Constituição Federal e na lei,
relativos à comunicação social;

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LC n. 75/1993 – Parte I

V – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União e dos serviços de
relevância pública quanto:
a) aos direitos assegurados na Constituição Federal relativos às ações e aos ser-
viços de saúde e à educação;
b) aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade;
VI – exercer outras funções previstas na Constituição Federal e na lei.
§ 1º Os órgãos do Ministério Público da União devem zelar pela observância
dos princípios e competências da Instituição, bem como pelo livre exercício de
suas funções.
§ 2º Somente a lei poderá especificar as funções atribuídas pela Constituição Fe-
deral e por esta Lei Complementar ao Ministério Público da União, observados os
princípios e normas nelas estabelecidos.

A Constituição Federal de 1988 define as funções institucionais do Ministério Público


em seu artigo 129, enquanto a Lei Complementar n. 75/1993, em seu artigo 5º, complementa
e amplia essas competências.
É importante destacar que não há conflito entre o rol estabelecido pela Constituição e
a Lei n. 75/1993. O dispositivo constitucional serve como referência e direcionamento para
as demais competências do Ministério Público, e ambos coexistem harmoniosamente. O
artigo 129 da Constituição se aplica ao Ministério Público de forma geral, sem fazer distinção
em relação aos ramos de atuação, enquanto a Lei n. 75/1993 é específica para o Ministério
Público da União.
Assim, a Lei n. 75/1993 amplia o rol de competências constitucionais do MPU. O seu
artigo 5º estabelece diversas funções institucionais do Ministério Público da União. É impor-
tante ressaltar que todas essas funções estão relacionadas a direitos de natureza coletiva,
como meio ambiente, educação, patrimônio cultural, entre outros, que alcançaram a coletivi-
dade como um todo, e não apenas um indivíduo.
Portanto, a Lei n. 75/1993 desempenha um papel fundamental ao estabelecer e ampliar
as competências institucionais do Ministério Público da União, complementando o disposto
na Constituição, com foco na defesa dos direitos coletivos.

ATENÇÃO

É fundamental ter em mente que o rol das funções institucionais do Ministério Público é
exemplificativo, ou seja, não se limita apenas ao que está previsto de forma taxativa na
Constituição e na Lei Complementar n. 75/1993. As competências do MP não estão restri-
tas apenas aos textos dessas normas.

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LC n. 75/1993 – Parte I

É possível atribuir outras funções institucionais ao Ministério Público por meio de lei, des-
de que essas atribuições sejam compatíveis com a natureza da instituição. Vale ressaltar
que essa atribuição deve ser feita por meio de lei específica, e não por meio de decreto ou
regulamento.
Portanto, o Ministério Público possui a possibilidade de exercer funções além daquelas
expressamente mencionadas na Constituição e na Lei n. 75/1993, desde que haja uma
lei que as estabeleça e que sejam coerentes com a essência e a finalidade da instituição.

O artigo 5º da nossa Lei n. 75/1993 traz um rol de funções institucionais do MPU. Faça a
leitura de cada uma delas. São muitas, mas isso não é motivo para desespero, não há neces-
sidade de decorar uma a uma, até mesmo porque seria complicado.O importante é entender
a natureza dessas funções.

Vejamos agora como a CF/88 traz as funções institucionais do MP em seu artigo 129:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas ne-
cessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de inter-
venção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei comple-
mentar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, in-
dicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica
de entidades públicas.

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Destaca-se que são variadas as funções do MP e, em razão disso, tratam de diversas


matérias. Teremos, assim, o cuidado para não invadir seara alheia e nos atermos ao nosso
objeto de estudo, tratando de outros assuntos no limite do necessário ao entendimento de
nosso conteúdo, ok? Vamos...

I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimô-
nio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

Vamos lá, promover o inquérito civil e a ação civil pública para:

• a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos


de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Primeiramente, vamos entender ou relembrar o que é Inquérito Civil e Ação


Civil Pública?

Inquérito Civil Público (IPC)

Inquérito Civil Público (IPC) é um procedimento de atribuição exclusiva do Minis-


tério Público, de natureza inquisitiva, administrativa e informal, o que possibilita uma
prévia investigação de fatos denunciados com indícios fortes de que um direito coletivo, um
direito social ou individual indisponível (relativo a meio ambiente, saúde, patrimônio público,
por exemplo) foi lesado ou sofre risco de lesão.
O ICP tem a finalidade de investigar se, de fato, há ou não a violação, podendo o
fato narrado ensejar futura propositura de ação civil pública.
Se não houver violação, o Inquérito Civil Público (ICP) será arquivado; se por outro
lado, houver violação, as provas colhidas servirão para a instrução da Ação Civil Pública
que será ajuizada pelo MP.

ATENÇÃO

O ICP não é obrigatório, o membro do MP pode ou não instaurar e é de atribuição exclu-


siva do Ministério Público.

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Ação Civil Pública (ACP)

A Ação Civil Pública é “a ação que visa proteger a coletividade, responsabilizando


o infrator por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística,
a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qual-
quer outro interesse, bem como a direito difuso ou coletivo”.
Então, a Ação Civil Pública (ACP) serve para proteger a coletividade, responsabili-
zando o infrator por danos causados em diversas áreas.
Existe a Lei da Ação Civil Pública, a Lei n. 7.347/1985. Ela traz legitimidade para
propô-la, e são vários os bens tutelados por ela.

Sobre a ACP, precisamos saber ainda que ela tem como objeto dois instituto básicos:

• uma condenação em dinheiro;


• uma obrigação de fazer/não fazer.

Assim, quando o MP entra com uma ACP requerendo uma condenação em dinheiro
significa que quem está no polo passivo praticou algum dano gerador de prejuízo de
alguma ordem que deverá ser compensada por meio de uma indenização.
Dessa forma, se houve algum dano ao patrimônio público, por exemplo, o MP ajuíza
Ação Civil Pública para haver uma indenização em dinheiro ou gerar uma obriga-
ção de fazer.

A Ação Civil Pública não trata de fins criminais. Para isso existe a ação penal, o seu
fim é a condenar ao pagamento de uma indenização ou gerar uma obrigação de
fazer ou não fazer.

Por fim, havendo algum dano ao patrimônio público e social, do meio ambiente, bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, o MP promove Ação Civil
Pública para essa reparação, para solicitar uma indenização.

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ATENÇÃO

INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Privativo do MP Não há exclusividade do MP

ATENÇÃO

A legitimação do MP para as ações civis não impede a de terceiros, nas mesmas hipóte-
ses, segundo o disposto na CF e na lei.

Importante O MP, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente


como fiscal da lei (Custus Legis).

E o que é ser fiscal da lei?

O Ministério Público é responsável por acompanhar o desenvolvimento do processo


para garantir o cumprimento adequado de todas as disposições legais.

Ação Popular e Ação Civil Pública

Gostaria, de forma breve, de diferenciar a ação civil pública da ação popular. São
basicamente duas as diferenças: o objeto e a legitimidade.

Quanto ao objeto:
Ação popular: defende apenas quatro interesses difusos – patrimônio público, patrimô-
nio histórico e cultural, meio ambiente e moralidade administrativa.
Ação civil pública: possui campo de ação mais amplo, pois pode defender quaisquer
interesses difusos e coletivos.

Quanto à legitimidade:
Ação popular: apenas o cidadão pode ingressar com a ação popular (cidadão: brasi-
leiro em pleno gozo dos direitos políticos).
Ação civil pública: pode ser ajuizada pelo MP, DP, entidades da administração direta
ou indireta ou associações.

IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de


intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

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• Promover a ação direta de inconstitucionalidade;

Exemplo: Se uma lei relacionada à atividade econômica fere flagrantemente a Consti-


tuição Federal, o Ministério Público pode fazer uma defesa por meio de seu instrumento de
atuação (no caso, uma ação direta de constitucionalidade), a fim de que seja declarada a
inconstitucionalidade da lei.

• Promover a representação para intervenção federal nos estados e no Distrito Federal:

A Constituição trata de alguns princípios denominados “princípios sensíveis”. Se, por


exemplo, o governador desrespeitar algum princípio sensível, como os direitos humanos, o
Ministério Público poderá solicitar a intervenção federal no estado. Nessa hipótese, o STF
declara a intervenção, e a gestão é feita pela União.

V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

O Ministério Público não defende o interesse de um indígena individualmente, não pode


atuar na defesa dos interesses individuais de um integrante da comunidade indígena, mas
das populações indígenas, de forma difusa e coletiva.

VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competên-


cia, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei comple-
mentar respectiva;

É dado ao MP o poder de requisitar documentos e informações e expedir notifica-


ções para que ele possa instruir seus processos administrativos e ICPs.
Essa requisição de informações, entenda-se como uma ordem, não é uma mera
solicitação do MP, seu cumprimento não é facultativo por parte de quem é demandado e o
não atendimento pode gerar as penalidades previstas em lei.
Da mesma maneira se dão as notificações, o cumprimento é obrigatório, como, por
exemplo, uma pessoa que é notificada a comparecer. A sua negativa, sem justificativa
gera uma condução coercitiva, “condução debaixo de vara”, além de o infrator poder ser
responsabilizado judicialmente segundo penalidades previstas legalmente.

VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar;

A atividade de polícia está sujeita um controle interno realizado pelas próprias Corre-
gedorias e a um controle externo realizado pelo MP.

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LC n. 75/1993 – Parte I

Por ora, cabe dizer que a CF permite ao MP exercer o controle externo da atividade
de polícia, e o primeiro aspecto a que se deve atentar é para o fato de não haver subordi-
nação entre as instituições. Não se deve, de nenhuma forma, relacionar o controle exer-
cido pelo MP sobre a polícia com qualquer relação de subordinação desta para com aquele.

VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,


indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

O MP não instaura o inquérito policial uma vez que essa é uma atribuição exclusiva
da polícia, na figura do delegado; o que ele faz é determinar que se instaure. A autoridade
policial, portanto, deve acatar.
A partir disso, vamos pontuar algumas questões importantes acerca desse assunto: há
o inquérito policial cuja autoridade é o delegado de polícia e a investigação criminal do
MP dirigido pelo membro do MP.

Se ambas as peças têm o mesmo objetivo, que é o de investigar, qual a razão


de ser delas? Por que existir a investigação do MP se já existe o inquérito policial?

O MP, titular da ação penal que é, detém o poder de realizar investigações, e esse
poder de investigar do MP decorre, segundo entendimento do STJ, do fato de não se
poder feudalizar o instituto da investigação que foi entregue à polícia, mas nem por isso
é afastada a possibilidade de o MP também realizar quando achar necessário.
Assim, pelo fato de não haver hierarquia funcional ao investigar, o MP está livre de
qualquer represália.
Como o delegado está dentro de uma estrutura com poder hierárquico, pode estar,
eventualmente, submetido a determinada situação que o impeça de agir livremente, havendo
algum tipo de coação.
Cabe lembrar que a investigação do MP se dará nos mesmos moldes que a do IP,
não sendo tolerados abusos ou arbitrariedades, devendo o seu condutor agir dentro dos
estritos ditames da legalidade.

ATENÇÃO
O chefe/presidente do IP não é o membro do MP, é o delegado!

IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de
entidades públicas.

Lembrem-se de que, para a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades


públicas, existe órgão próprio designar tal atividade, sendo vedado ao MP fazê-lo.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Dos Instrumentos de Atuação

Para cumprir com suas funções institucionais e para que elas se efetivem, são utiliza-
dos instrumentos que estão dispostos nos artigos 6º, 7º e 8º da Lei n. 75/1993.
São muitos os mecanismos, e não há a necessidade de se memorizar um a um, mas
entender a lógica de atuação, conforme segue:

Exemplo:
Função: Defender o patrimônio.
Instrumento: Promover a ação civil pública.
Como instrumento que é, a ação civil servirá para defender também outros interesses,
como, por exemplo, defesa do consumidor, meio ambiente, patrimônio público, cultura etc.
O artigo 6º da LC n. 75/1993 traz vários dispositivos que são instrumentos utilizados
pelo MP na sua atuação. Vamos pontuar alguns para que entendam a sistemática. Após isso,
colocarei todos os dispositivos que estão na lei, para que, após o entendimento, seja feita a
leitura. Vejamos:

• Promover a ação direta de inconstitucionalidade

Promover a ação direta de inconstitucionalidade é uma atribuição do Ministério Público,


por meio da qual ele pode questionar perante o Poder Judiciário a validade de leis ou atos
normativos que estejam em desacordo com a Constituição. Essa ação busca preservar a
supremacia da Constituição Federal e garantir a harmonia e a obediência às normas em rela-
ção aos princípios constitucionais. O Ministério Público desempenha um papel fundamental
na defesa da constitucionalidade e na salvaguarda dos direitos fundamentais dos cidadãos.

• Promover a representação para intervenção federal nos estados e no Dis-


trito Federal

Com dito anteriormente, isso ocorre quando há uma grave violação à Constituição ou
quando é necessário restabelecer a ordem constitucional. A representação visa preservar
a integridade da Federação e garantir o cumprimento das normas constitucionais em nível
estadual ou distrital. É uma medida excepcional, utilizada quando os mecanismos locais se
mostram insuficientes para solucionar a situação.

• Defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas, inclu-


ídos os relativos às terras por elas tradicionalmente habitadas, propondo as
ações cabíveis

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

O objetivo é garantir o respeito aos direitos constitucionais dos povos indígenas e pre-
servar suas terras e modo de vida, propondo as medidas legais cabíveis para assegurar
sua proteção.

Não se pode tratar de um direito de um único indígena isoladamente, mas de todos,


no âmbito coletivo.

Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei

O Ministério Público possui a atribuição exclusiva de promover a ação penal pública, ou


seja, é responsável por iniciar o processo criminal perante o Poder Judiciário. (Vale a pena
relembrar os detalhes do conteúdo de ação penal no seu conteúdo de Penal).
As ações penais públicas são de dois tipos: ação penal pública incondicionada à repre-
sentação da vítima e ação penal pública condicionada à representação da vítima, ambas são
promovidas pelo Ministério Público, conforme dispõe o art. 129, I, da Constituição Federal:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei.

Essa atribuição garante que o Ministério Público tenha o poder de investigar e acusar
aqueles que cometem crimes, atuando em defesa da sociedade e buscando a punição ade-
quada para os infratores, de acordo com a legislação vigente.

• Promover o inquérito civil e a ação civil pública para

... a proteção dos direitos constitucionais; a proteção do patrimônio público e social, do


meio ambiente, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
São vários os instrumentos. Leia com atenção cada dispositivo da Lei, como segue:

CAPÍTULO II
Dos Instrumentos de Atuação
Art. 6º Compete ao Ministério Público da União:
I – promover a ação direta de inconstitucionalidade e o respectivo pedido de me-
dida cautelar;
II – promover a ação direta de inconstitucionalidade por omissão;
III – promover a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente
da Constituição Federal;

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IV – promover a representação para intervenção federal nos Estados e no Distri-


to Federal;
V – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
VI – impetrar habeas corpus e mandado de segurança;
VII – promover o inquérito civil e a ação civil pública para:
a) a proteção dos direitos constitucionais;
b) a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
c) a proteção dos interesses individuais indisponíveis, difusos e coletivos, relativos
às comunidades indígenas, à família, à criança, ao adolescente, ao idoso, às mi-
norias étnicas e ao consumidor;
d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e
coletivos;
VIII – promover outras ações, nelas incluído o mandado de injunção sempre que
a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberda-
des constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania, quando difusos os interesses a serem protegidos;
IX – promover ação visando ao cancelamento de naturalização, em virtude de ati-
vidade nociva ao interesse nacional;
X – promover a responsabilidade dos executores ou agentes do estado de defesa
ou do estado de sítio, pelos ilícitos cometidos no período de sua duração;
XI – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas,
incluídos os relativos às terras por elas tradicionalmente habitadas, propondo as
ações cabíveis;
XII – propor ação civil coletiva para defesa de interesses individuais homogêneos;
XIII – propor ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços;
XIV – promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções institucio-
nais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais
e individuais indisponíveis, especialmente quanto:
a) ao Estado de Direito e às instituições democráticas;
b) à ordem econômica e financeira;
c) à ordem social;
d) ao patrimônio cultural brasileiro;
e) à manifestação de pensamento, de criação, de expressão ou de informação;
f) à probidade administrativa;
g) ao meio ambiente;

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XV – manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo solicitação do juiz


ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse em causa que justifique
a intervenção;
XVI – (Vetado);
XVII – propor as ações cabíveis para:
a) perda ou suspensão de direitos políticos, nos casos previstos na Constitui-
ção Federal;
b) declaração de nulidade de atos ou contratos geradores do endividamento exter-
no da União, de suas autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo
Poder Público Federal, ou com repercussão direta ou indireta em suas finanças;
c) dissolução compulsória de associações, inclusive de partidos políticos, nos ca-
sos previstos na Constituição Federal;
d) cancelamento de concessão ou de permissão, nos casos previstos na Consti-
tuição Federal;
e) declaração de nulidade de cláusula contratual que contrarie direito do consumidor;
XVIII – representar;
a) ao órgão judicial competente para quebra de sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal, bem como manifestar-se
sobre representação a ele dirigida para os mesmos fins;
b) ao Congresso Nacional, visando ao exercício das competências deste ou de
qualquer de suas Casas ou comissões;
c) ao Tribunal de Contas da União, visando ao exercício das competências deste;
d) ao órgão judicial competente, visando à aplicação de penalidade por infrações
cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da
promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XIX – promover a responsabilidade:
a) da autoridade competente, pelo não exercício das incumbências, constitucional
e legalmente impostas ao Poder Público da União, em defesa do meio ambiente,
de sua preservação e de sua recuperação;
b) de pessoas físicas ou jurídicas, em razão da prática de atividade lesiva ao meio
ambiente, tendo em vista a aplicação de sanções penais e a reparação dos da-
nos causados;
XX – expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja
defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providên-
cias cabíveis.

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§ 1º Será assegurada a participação do Ministério Público da União, como insti-


tuição observadora, na forma e nas condições estabelecidas em ato do Procura-
dor-Geral da República, em qualquer órgão da administração pública direta, in-
direta ou fundacional da União, que tenha atribuições correlatas às funções da
Instituição.
§ 2º A lei assegurará a participação do Ministério Público da União nos órgãos
colegiados estatais, federais ou do Distrito Federal, constituídos para defesa de
direitos e interesses relacionados com as funções da Instituição.

O parágrafo 1º estabelece que o Ministério Público da União tem o direito de partici-


par como observador em órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional da
União, desde que esses órgãos tenham atribuições relacionadas às funções da Instituição.
Essa participação ocorrerá de acordo com as condições e procedimentos estabelecidos pelo
procurador-geral da República em um ato normativo específico.
Já o parágrafo 2º determina que a lei assegurará a participação do Ministério Público
da União em órgãos colegiados estatais, federais ou do Distrito Federal que tenham como
finalidade a defesa de direitos e interesses relacionados com as funções da Instituição. Isso
significa que o Ministério Público terá o direito de integrar esses órgãos colegiados, contri-
buindo para a defesa desses direitos e interesses.
Essas disposições garantem a participação do Ministério Público da União em diferen-
tes instâncias e órgãos, permitindo que exerça sua função de defesa dos direitos e interesses
públicos de forma mais ampla e abrangente.

Art. 7º Incumbe ao Ministério Público da União, sempre que necessário ao exercí-


cio de suas funções institucionais:
I – instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos correlatos;
II – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial e de
inquérito policial militar, podendo acompanhá-los e apresentar provas;
III – requisitar à autoridade competente a instauração de procedimentos adminis-
trativos, ressalvados os de natureza disciplinar, podendo acompanhá-los e produ-
zir provas.

As atribuições conferidas ao Ministério Público da União, no artigo 7º, são fundamentais


para o desempenho de suas funções institucionais, permitindo que o MPU exerça um papel
de fiscalização, investigação e promoção dos direitos e fundos da sociedade.
Como disposto no inciso I, o Ministério Público da União pode instaurar inquérito civil e
outros procedimentos administrativos relacionados às suas atribuições. Isso significa que o
MPU tem o poder de iniciar inquérito e procedimentos para apurar irregularidades ou violação
de direitos. Pode requisitar diligências, inquérito policial e inquérito policial militar.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

O Ministério Público da União pode solicitar a realização de diligências e a abertura de


inquérito, tanto no âmbito civil quanto no militar, acompanhando tais inquéritos e apresen-
tando provas. Atenção! O MPU pode requisitar a instauração do inquérito, e não o ins-
taurar por si só. Caberá à autoridade policial fazê-lo.
Por fim, o MPU pode requisitar a instauração de procedimentos administrativos, com
exceção dos de natureza disciplinar. Isso significa que o Ministério Público da União pode
pedir a abertura de procedimentos administrativos, como sindicâncias e processos de natu-
reza não disciplinar, e acompanhar esses procedimentos e produção de provas.
Essas atribuições conferidas ao Ministério Público da União são importantes para que
ele exerça suas funções de fiscalização, investigação e proteção dos direitos e interesses da
sociedade.

Outros instrumentos de atuação:

Art. 8º Para o exercício de suas atribuições, o Ministério Público da União poderá,


nos procedimentos de sua competência:
I – notificar testemunhas e requisitar sua condução coercitiva, no caso de ausên-
cia injustificada;
II – requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades da Ad-
ministração Pública direta ou indireta;
III – requisitar da Administração Pública serviços temporários de seus servidores e
meios materiais necessários para a realização de atividades específicas;
IV – requisitar informações e documentos a entidades privadas;
V – realizar inspeções e diligências investigatórias;
VI – ter livre acesso a qualquer local público ou privado, respeitadas as normas
constitucionais pertinentes à inviolabilidade do domicílio;
VII – expedir notificações e intimações necessárias aos procedimentos e inquéri-
tos que instaurar;
VIII – ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de caráter público ou
relativo a serviço de relevância pública;
IX – requisitar o auxílio de força policial.
§ 1º O membro do Ministério Público será civil e criminalmente responsável pelo
uso indevido das informações e documentos que requisitar; a ação penal, na hipó-
tese, poderá ser proposta também pelo ofendido, subsidiariamente, na forma da
lei processual penal.
§ 2º Nenhuma autoridade poderá opor ao Ministério Público, sob qualquer pretex-
to, a exceção de sigilo, sem prejuízo da subsistência do caráter sigiloso da infor-
mação, do registro, do dado ou do documento que lhe seja fornecido.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

§ 3º A falta injustificada e o retardamento indevido do cumprimento das requisi-


ções do Ministério Público implicarão a responsabilidade de quem lhe der causa.
§ 4º As correspondências, notificações, requisições e intimações do Ministério Pú-
blico quando tiverem como destinatário o Presidente da República, o Vice-Presi-
dente da República, membro do Congresso Nacional, Ministro do Supremo Tribu-
nal Federal, Ministro de Estado, Ministro de Tribunal Superior, Ministro do Tribunal
de Contas da União ou chefe de missão diplomática de caráter permanente serão
encaminhadas e levadas a efeito pelo Procurador-Geral da República ou outro
órgão do Ministério Público a quem essa atribuição seja delegada, cabendo às
autoridades mencionadas fixar data, hora e local em que puderem ser ouvidas, se
for o caso.
§ 5º As requisições do Ministério Público serão feitas fixando-se prazo razoável de
até dez dias úteis para atendimento, prorrogável mediante solicitação justificada.

Esses instrumentos de atuação são de extrema importância para o Ministério Público


no exercício de suas atribuições. Eles conferem poderes e instrumentos necessários para
realizar investigações, obter informações relevantes, garantir a presença de testemunhas,
realizar diligências e inspeções, ter acesso a locais e bancos de dados relevantes, além de
requisitar auxílio policial quando necessário.
Essas prerrogativas fortalecem a atuação do Ministério Público na defesa da ordem
jurídica, dos interesses da sociedade e no combate a irregularidades, contribuindo para a
promoção da justiça e do bem comum.
Por sua vez, o parágrafo 1º estabelece que o membro do Ministério Público é respon-
sável civil e criminalmente pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar.
Nesse caso, a vítima também poderá propor ação penal subsidiária, conforme previsto na lei
processual penal.
O parágrafo 2º determina que nenhuma autoridade poderá recusar o fornecimento de
informações ao Ministério Público sob a alegação de sigilo, mantendo-se, no entanto, o cará-
ter sigiloso das informações, registros, dados ou documentos que foram fornecidos.
O parágrafo 3º estabelece que a falta injustificada e o atraso indevido no cumprimento
das requisições do Ministério Público implicam responsabilidade para aqueles que derem
causa a essa situação.
O parágrafo 4º define que as correspondências, notificações, requisições e intimações
do Ministério Público dirigidas a autoridades como o presidente da República, o vice-presi-
dente da República, membros do Congresso Nacional, ministros do Supremo Tribunal Fede-
ral, ministros de Estado, ministros de Tribunais Superiores, ministros do Tribunal de Contas
da União ou chefes de missões diplomáticas permanentes serão encaminhados e executa-
dos pelo procurador-geral da República ou outro órgão do Ministério Público designado para

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LC n. 75/1993 – Parte I

essa função. As autoridades mencionadas podem definir data, hora e local para serem ouvi-
das, se necessário.
Por fim, o parágrafo 5º estabelece que as requisições do Ministério Público devem esta-
belecer um prazo razoável de até dez dias úteis para serem atendidos. Esse prazo pode ser
prorrogado mediante solicitação justificada.

CAPÍTULO III
Do Controle Externo da Atividade Policial
Art. 9º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade po-
licial por meio de medidas judiciais e extrajudiciais podendo:
I – ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais;
II – ter acesso a quaisquer documentos relativos à atividade-fim policial;
III – representar à autoridade competente pela adoção de providências para sanar
a omissão indevida, ou para prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;
IV – requisitar à autoridade competente para instauração de inquérito policial so-
bre a omissão ou fato ilícito ocorrido no exercício da atividade policial;
V – promover a ação penal por abuso de poder.
Art. 10. A prisão de qualquer pessoa, por parte de autoridade federal ou do Distrito
Federal e Territórios, deverá ser comunicada imediatamente ao Ministério Público
competente, com indicação do lugar onde se encontra o preso e cópia dos docu-
mentos comprobatórios da legalidade da prisão.

Do Controle Externo da Atividade Policial

Há dois tipos de controle a que a polícia está submetida:

• controle interno, realizado pelas corregedorias de polícia respectivas;


• controle externo, realizado pelo MP.

Em se tratando do objeto de nosso estudo, que é o controle externo, o primeiro aspecto


a nos atentarmos é o fato de não haver subordinação entre as instituições. Não se deve,
de nenhuma forma, relacionar o controle exercido pelo MP sobre a polícia com qualquer
relação de subordinação desta para com aquele. Ninguém é chefe de ninguém.
O MP tem por atribuição fiscalizar o exercício da atividade policial, caso seja cons-
tatada alguma irregularidade. O MP pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais
cabíveis para sanar o problema, seja ajuizando ação penal contra os infratores, seja
requisitando a abertura de inquérito para apurar os fatos.
Falando de uma forma simples, o controle externo serve para evitar excessos que
eventualmente possam ocorrer dentro da instituição (no controle interno) e garantir a não
violação de direitos fundamentais do acusado.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Devemos ter em mente que esse controle externo significa que o MP acompanhará
a investigação para se certificar que o titular do IP, que é o delegado, está respeitando
os ditames legais na investigação, como, por exemplo, os direitos humanos.

ATENÇÃO
O controle externo pode ser exercido tanto na fase pré-processual, ou seja, na investiga-
ção, quanto na fase de execução penal.

Dessa maneira, podem ser destacados os objetivos:

• manter a regularidade e a adequação dos procedimentos na execução da ativi-


dade policial;
• integrar as funções do MP e policiais;
• prevenir ou corrigir quaisquer eventuais irregularidades, ilegalidades ou abuso de
poder relacionadas à atividade de investigação criminal.

Função:

• Realizar visitas periódicas em repartições policiais para conhecer a situação dos presos;
• Examinar inquérito policial, autos de prisão em flagrante – pode identificar qualquer situ-
ação, mas cabe ao delegado conduzir;
• Fiscalizar a destinação de armas, veículos e objetos apreendidos;
• Fiscalizar o cumprimento dos mandados de prisão.

A CF, em seu artigo 129, VII, permite ao MP exercer o controle externo da atividade
policial, e o art. 3º da Lei n. 75/1993 traz os fundamentos para que exista esse controle.
Na verdade, o artigo da LC vem disciplinar o que está disposto no artigo 129 da CF/88.
Vamos a ele:

Art. 3º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade po-


licial tendo em vista:
a) o respeito aos fundamentos do Estado Democrático de Direito, aos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, aos princípios informadores das
relações internacionais, bem como aos direitos assegurados na Constituição Fe-
deral e na lei;
b) a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimô-
nio público;
c) a prevenção e a correção de ilegalidade ou de abuso de poder;
d) a indisponibilidade da persecução penal;
e) a competência dos órgãos incumbidos da segurança pública.

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LC n. 75/1993 – Parte I

CAPÍTULO IV
Da Defesa dos Direitos Constitucionais
Art. 11. A defesa dos direitos constitucionais do cidadão visa à garantia do seu
efetivo respeito pelos Poderes Públicos e pelos prestadores de serviços de rele-
vância pública.
Art. 12. O Procurador dos Direitos do Cidadão agirá de ofício ou mediante repre-
sentação, notificando a autoridade questionada para que preste informação, no
prazo que assinar.
Art. 13. Recebidas ou não as informações e instruído o caso, se o Procurador
dos Direitos do Cidadão concluir que direitos constitucionais foram ou estão sen-
do desrespeitados, deverá notificar o responsável para que tome as providências
necessárias a prevenir a repetição ou que determine a cessação do desrespeito
verificado.
Art. 14. Não atendida, no prazo devido, a notificação prevista no artigo anterior, a
Procuradoria dos Direitos do Cidadão representará ao poder ou autoridade com-
petente para promover a responsabilidade pela ação ou omissão inconstitucionais.
Art. 15. É vedado aos órgãos de defesa dos direitos constitucionais do cidadão
promover em juízo a defesa de direitos individuais lesados.
§ 1º Quando a legitimidade para a ação decorrente da inobservância da Consti-
tuição Federal, verificada pela Procuradoria, couber a outro órgão do Ministério
Público, os elementos de informação ser-lhe-ão remetidos.
§ 2º Sempre que o titular do direito lesado não puder constituir advogado e a ação
cabível não incumbir ao Ministério Público, o caso, com os elementos colhidos,
será encaminhado à Defensoria Pública competente.
Art. 16. A lei regulará os procedimentos da atuação do Ministério Público na defe-
sa dos direitos constitucionais do cidadão.

Defesa dos Direitos Constitucionais

O MP atua na defesa dos direitos constitucionais do cidadão, que visa garantir seu
efetivo respeito pelos Poderes Públicos e pelos prestadores de serviços de relevân-
cia pública.
O MPU não atua em defesa de direitos individuais disponíveis. Caso seja esse o
pleito, a pessoa deve ser encaminhada às defensorias públicas de cada esfera, a depen-
der do caso.

Atuam na defesa dos direitos do cidadão:

• Procurador Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC);

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LC n. 75/1993 – Parte I

• Procurador Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC).

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão é chefiada pelo Procurador Fede-


ral dos Direitos do Cidadão e tem sede em Brasília, na PGR.

Como é procedimento na Procuradoria?

O Procurador dos Direitos do Cidadão poderá agir de ofício ou mediante representação,


notificando a autoridade questionada para que preste informação, no prazo que assinar.

ATENÇÃO

É vedado aos órgãos de defesa dos direitos constitucionais do cidadão promover em juízo
a defesa de direitos individuais lesados.

Garantias e Prerrogativas

Art. 17. Os membros do Ministério Público da União gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, após dois anos de efetivo exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do
Conselho Superior, por voto de dois terços de seus membros, assegurada am-
pla defesa;
III – (Vetado).

Para que os membros do MP possam desenvolver suas atividades com base no prin-
cípio da independência funcional, necessitam de garantias e prerrogativas para exercerem
suas funções com total isenção.

São três as garantias:

• Vitaliciedade;
• Inamovibilidade;
• Irredutibilidade de subsídios.

Elas estão previstas na Constituição, no artigo 128:

Art. 128. (...)


§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o
estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo se-
não por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do
órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o
disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I.

Na LC n. 75/1993, a vitaliciedade e inamovibilidade estão previstas nos arti-


gos 17 e 208.

Prerrogativas

Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União:


I – institucionais:
a) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou
presidentes dos órgãos judiciários perante os quais oficiem;
b) usar vestes talares;
c) ter ingresso e trânsito livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público
ou privado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;
d) a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou pri-
vado, no território nacional, quando em serviço de caráter urgente;
e) o porte de arma, independentemente de autorização;
f) carteira de identidade especial, de acordo com modelo aprovado pelo Procura-
dor-Geral da República e por ele expedida, nela se consignando as prerrogativas
constantes do inciso I, alíneas c, d e e do inciso II, alíneas d, e e f, deste artigo;
II – processuais:
a) do Procurador-Geral da República, ser processado e julgado, nos crimes co-
muns, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Senado Federal, nos crimes de res-
ponsabilidade;
b) do membro do Ministério Público da União que oficie perante tribunais, ser
processado e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelo Superior
Tribunal de Justiça;
c) do membro do Ministério Público da União que oficie perante juízos de primeira
instância, ser processado e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade,
pelos Tribunais Regionais Federais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

d) ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em


razão de flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata
comunicação àquele tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob pena de
responsabilidade;
e) ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado-Maior, com direito
a privacidade e à disposição do tribunal competente para o julgamento, quando
sujeito a prisão antes da decisão final; e a dependência separada no estabeleci-
mento em que tiver de ser cumprida a pena;
f) não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único
deste artigo;
g) ser ouvido, como testemunhas, em dia, hora e local previamente ajustados com
o magistrado ou a autoridade competente;
h) receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e grau de
jurisdição nos feitos em que tiver que oficiar.
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de
infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial,
civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da Repúbli-
ca, que designará membro do Ministério Público para prosseguimento da apura-
ção do fato.
Art. 19. O Procurador-Geral da República terá as mesmas honras e tratamento
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; e os demais membros da instituição,
as que forem reservadas aos magistrados perante os quais oficiem.
Art. 20. Os órgãos do Ministério Público da União terão presença e palavra asse-
guradas em todas as sessões dos colegiados em que oficiem.
Art. 21. As garantias e prerrogativas dos membros do Ministério Público da União
são inerentes ao exercício de suas funções e irrenunciáveis.
Parágrafo único. As garantias e prerrogativas previstas nesta Lei Complementar
não excluem as que sejam estabelecidas em outras leis.

Os membros do Ministério Público dispõem de prerrogativas e instrumentos específicos


para exercer suas funções junto ao Poder Judiciário e garantir sua independência. Essas
prerrogativas são divididas em dois tipos, estão previstas nos artigos 18 a 21 da Lei Comple-
mentar n. 75/1993 e visam evitar a subordinação dos membros e assegurar sua atuação livre
e autônoma na defesa dos interesses da sociedade. São elas:

• Institucionais: A prerrogativa institucional é direcionada à instituição, como represen-


tante do MP que é, ela está relacionada a:
- Funcionalidade do MP.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

• Processuais: Responsabilidade processual


- Quando um membro do Ministério Público comete uma conduta que configura
crime de acordo com o ordenamento jurídico.

Autonomia do Ministério Público

São três as autonomias conferidas pela LC n. 75/1993 e pela CF/88 ao Ministério


Público, a saber: autonomia funcional, administrativa e financeira.

Dispõe a LC n. 75/1993:

CAPÍTULO VI
Da Autonomia do Ministério Público
Art. 22. Ao Ministério Público da União é assegurada autonomia funcional, admi-
nistrativa e financeira, cabendo-lhe:
I – propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, bem como a fixação dos vencimentos de seus membros e servidores;
II – prover os cargos de suas carreiras e dos serviços auxiliares;
III – organizar os serviços auxiliares;
IV – praticar atos próprios de gestão.
Art. 23. O Ministério Público da União elaborará sua proposta orçamentária dentro
dos limites da lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º Os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias, compreen-
didos os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte
de cada mês.
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
do Ministério Público da União será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, segundo o dispos-
to no Título IV, Capítulo I, Seção IX, da Constituição Federal, e por sistema próprio
de controle interno.
§ 3º As contas referentes ao exercício anterior serão prestadas, anualmente, den-
tro de sessenta dias da abertura da sessão legislativa do Congresso Nacional.

O Ministério Público da União possui autonomia funcional, administrativa e financeira,


conforme estabelecido no artigo 22. Isso significa que o MP tem a capacidade de:

• propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de cargos e serviços auxiliares, além


de fixar os vencimentos de seus membros e servidores;
• prover os cargos de suas carreiras e serviços auxiliares;
• organizar os serviços auxiliares;

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

• praticar atos próprios de gestão.

Essa autonomia confere ao Ministério Público a independência necessária para exercer


suas funções de forma eficiente e imparcial, garantindo a defesa dos interesses públicos e o
cumprimento de suas responsabilidades. A autonomia permite que o MP tenha controle sobre
sua estrutura, recursos humanos e atividades administrativas, contribuindo para a efetividade
de sua atuação em prol da sociedade.
A CF/88 traz o seguinte:

Art. 127. (...)


§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa,
podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a cria-
ção e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concur-
so público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os
planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

Estrutura

Art. 24. O Ministério Público da União compreende:


I – O Ministério Público Federal;
II – o Ministério Público do Trabalho;
III – o Ministério Público Militar;
IV – o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Parágrafo único. A estrutura básica do Ministério Público da União será organiza-
da por regulamento, nos termos da lei.

O MPU é dividido em quatro ramos: Ministério Público Federal, Ministério Público do


Trabalho, Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O
MPDFT, apesar de ser uma unidade da federação, faz parte do MPU, pois o Poder Judiciário
do Distrito Federal também é organizado e mantido pela União.
Não existe um ministério público municipal, pois os municípios não possuem autono-
mia para criar e gerir seu próprio MP. O Ministério Público de Contas faz parte da carreira do
respectivo Tribunal de Contas, embora seus membros gozem dos mesmos direitos e estejam
sujeitos aos mesmos deveres do MP comum.

Procurador-Geral da República

CAPÍTULO VIII
Do Procurador-Geral da República

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Art. 25. O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União,


nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de
trinta e cinco anos, permitida a recondução precedida de nova decisão do Sena-
do Federal.
Parágrafo único. A exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República,
por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da
maioria absoluta do Senado Federal, em votação secreta.
Art. 26. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do Minis-
tério Público da União:
I – representar a instituição;
II – propor ao Poder Legislativo os projetos de lei sobre o Ministério Público da União;
III – apresentar a proposta de orçamento do Ministério Público da União, compa-
tibilizando os anteprojetos dos diferentes ramos da Instituição, na forma da lei de
diretrizes orçamentárias;
IV – nomear e dar posse ao Vice-Procurador-Geral da República, ao Procurador-
-Geral do Trabalho, ao Procurador-Geral da Justiça Militar, bem como dar posse
ao Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios;
V – encaminhar ao Presidente da República a lista tríplice para nomeação do Pro-
curador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios;
VI – encaminhar aos respectivos Presidentes as listas sêxtuplas para composição
dos Tribunais Regionais Federais, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Ter-
ritórios, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do Trabalho e dos
Tribunais Regionais do Trabalho;
VII – dirimir conflitos de atribuição entre integrantes de ramos diferentes do Minis-
tério Público da União;
VIII – praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;
IX – prover e desprover os cargos das carreiras do Ministério Público da União e
de seus serviços auxiliares;
X – arbitrar o valor das vantagens devidas aos membros do Ministério Público da
União, nos casos previstos nesta Lei Complementar;
XI – fixar o valor das bolsas devidas aos estagiários;
XII – exercer outras atribuições previstas em lei;
XIII – exercer o poder regulamentar, no âmbito do Ministério Público da União,
ressalvadas as competências estabelecidas nesta Lei Complementar para outros
órgãos nela instituídos.
§ 1º O Procurador-Geral da República poderá delegar aos Procuradores-Gerais
as atribuições previstas nos incisos VII e VIII deste artigo.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

§ 2º A delegação também poderá ser feita ao Diretor-Geral da Secretaria do Minis-


tério Público da União para a prática de atos de gestão administrativa, financeira e
de pessoal, estes apenas em relação aos servidores e serviços auxiliares.
Art. 27. O Procurador-Geral da República designará, dentre os integrantes da
carreira, maiores de trinta e cinco anos, o Vice-Procurador-Geral da República,
que o substituirá em seus impedimentos. No caso de vacância, exercerá o cargo
o Vice-Presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, até o pro-
vimento definitivo do cargo.

O Chefe do MPU e do MPF figura na mesma pessoa do PGR.


Para organizar as ideias na sua cabeça: os ramos possuem, cada qual, um chefe, con-
forme se segue:

• MPF: tem como chefe o Procurador-Geral da República (PGR);


• MPT: tem como chefe o Procurador-Geral do Trabalho (PGT);
• MPM: tem como chefe o Procurador-Geral de Justiça Militar (PGJM);
• MPDFT: tem como chefe o Procurador-Geral de Justiça do DF (PGJ).

Cabe destacar que o MPU não possui uma sede física, o MPU é uma abstração.
Quem possui sede são os quatro ramos.

O PGR, como dito, é chefe do MPU e chefe do MPF. Ele acumula as seguintes funções:

• Chefe do MPU;
• Chefe do MPF;
• Presidente do CNMP (art. 130-A).

Requisitos para ser PGR

• Ser nomeado pelo presidente da República;


• Ter mais de 35 anos dentre integrantes da carreira (do MPU);
• Obter aprovação pela maioria absoluta do Senado.

Mandato: Dois anos.

Não há lista tríplice.

Nomeação do PGR
O procurador-geral da República é o chefe do Ministério Público da União, nomeado
pelo presidente da República dentre integrantes da carreira.

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ATENÇÃO

Não há lista tríplice na escolha do PGR!

Mandato do PGR

Prazo:

• O mandato do PGR será de 2 (dois) anos, e a função de PGR não é um cargo vitalício,
mas político.

O que se quer dizer com isso? Embora o ocupante, membro do MP, detenha vitalicie-
dade, o cargo de PGR que ocupa não é vitalício, ou seja, é um cargo político com um man-
dato de duração de dois anos.

Recondução:

• A recondução é possível (mas não automática). Pode acontecer desde que seja obser-
vado o mesmo trâmite da nomeação (nomeação pelo presidente da República e apro-
vação pela maioria absoluta do Senado Federal);
• Na Constituição, o dispositivo afirma que é possível a recondução. Assim, infere-se que
pode ocorrer mais de uma vez a recondução para o PGR.

Destituição do PGR

• Requisitos para destituição: Art. 25, parágrafo único, da LC n. 75/1993. São eles:
– Iniciativa única do presidente da República. Somente o PR pode propor a des-
tituição do PGR;
– Autorização da maioria absoluta do Senado.

Veja o que a CF diz:

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

A LC n. 75/1993 traz o seguinte:

Vice-Procurador-Geral da República (Vice-PGR)

O vice-PGR é escolhido pelo PGR, dentre integrantes da carreira com mais de 35 anos.
Para ser vice-PGR, então, devem ser atendidos alguns requisitos:

• ser subprocurador-geral da República (último nível da carreira);


• ser maior de 35 anos de idade;
• ser nomeado pelo procurador-geral da República.

Esses requisitos estão estabelecidos no art. 27 da Lei n. 75/1993:

Competências do PGR

Vamos agora abordar as competências do Procurador-Geral da República (PGR) como


chefe do Ministério Público da União (MPU). Vale ressaltar que o PGR também é o chefe do
Ministério Público Federal (MPF), mas essas atribuições serão estudadas posteriormente,
quando tratarmos do MPF de forma mais detalhada.

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LC n. 75/1993 – Parte I

As competências do PGR são semelhantes às de qualquer chefe de instituição, incluindo


a representação do MPU, a proposição de projetos de lei e outras atividades pertinentes ao
cargo. O PGR exerce um papel fundamental na condução e coordenação das atividades do
MPU, assegurando a unidade e a efetividade das ações em prol da defesa da ordem jurídica,
do regime democrático e dos interesses sociais.

Funções do PGR (como chefe do MPU)

Podemos resumir as atribuições do Procurador-Geral da República (PGR) em palavras-


-chave importantes: representar, regulamentar, resolver conflitos e ter iniciativa legislativa.
Essas funções englobam a representação do Ministério Público da União, a elaboração de
normas e regulamentos, a busca por soluções de conflitos e a capacidade de propor proje-
tos de lei.

Então, cabe ao PGR:

• representar a instituição (MPU): é uma função delegável;


• propor ao Poder Legislativo os projetos de lei sobre o Ministério Público da União;
decorre da autonomia de que o MP dispõe e trata-se da iniciativa de projeto de lei,
previsto no art. 61 da CF/88;
• apresentar a proposta de orçamento do Ministério Público da União, compatibi-
lizando os anteprojetos dos diferentes ramos da Instituição: o MPU é autônomo,
competente para elaborar sua proposta orçamentária. Então cada ramo elabora sua
proposta (micro propostas), que é consolidada em uma proposta do MPU e encami-
nhada pelo PGR ao chefe de Poder Executivo;
• nomear e dar posse ao vice-procurador-geral da República, ao procurador-geral
do Trabalho, ao procurador-geral da Justiça Militar, bem como dar posse ao pro-
curador-geral de Justiça do MPDFT;

O PGR nomeia e dá posse ao:

• Vice-PGR;
• PGT;
• PGJM.

ATENÇÃO

Ele não nomeia o PGJ do MPDFT, ele apenas dá posse! Quem escolhe e nomeia o PGJ
do MPDFT é o presidente da República mediante uma listra tríplice.
O PGR apenas dá posse ao PGJ do MPDFT!

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• encaminhar ao presidente da república a lista tríplice para nomeação do procura-


dor-geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios: quem nomeia o procurador-
-geral de Justiça é o presidente da República. Quem escolhe também é o PR, por
meio de lista tríplice feita pelo MPDFT, mas quem encaminha a lista ao PR é o PGR;
• encaminhar aos respectivos presidentes as listas sêxtuplas para composição dos
TRFs, TJDFT, STJ, TST e TRTs: aqui se trata da regra do quinto constitucional. Segue
a sistemática:
• dirimir conflitos de atribuições entre integrantes de ramos diferentes do MPU:
exemplo conflito entre MPT e MPF.

Se o conflito for de órgãos dentro mesmo ramo, a competência é das CCRs (Câmara de
Coordenação e de Revisão), com recurso para o respectivo chefe.

Segundo decisão do STF, quando houver conflito de atribuição entre o MPU e o MPE,
a resolução ficará com o CNMP.

• praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal: o procurador-geral


da República poderá delegar aos procuradores-gerais, e a delegação também poderá
ser feita ao diretor-geral da Secretaria do Ministério Público da União apenas em rela-
ção aos servidores e serviços auxiliares;
• prover e desprover cargos do MPU: cabe ao PGR nomear, exonerar ou declarar
vacância de cargo de membros e servidores; (delegável ao secretário-geral do
MPU, no caso dos servidores);
• arbitrar o valor das vantagens devidas aos membros do Ministério Público da
União: são verbas indenizatórias cujo valor deverá ser estipulado por ato do PGR;
• exercer outras atribuições previstas em lei: o rol de atribuições descritas não é taxa-
tivo, mas exemplificativo;
• exercer o Poder Regulamentar: o Conselho Superior estipula regras para cada um
dos ramos, mas quem exerce a normatização do MPU de forma geral é o PGR.

Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União (CASMPU)

CAPÍTULO IX
Do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União
Art. 28. O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União,
sob a presidência do Procurador-Geral da República será integrado pelo Vice-Pro-
curador-Geral da República, pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo Procurador-
-Geral da Justiça Militar e pelo Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e
Territórios.

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Art. 29. As reuniões do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Pú-


blico da União serão convocadas pelo Procurador-Geral da República, podendo
solicitá-las qualquer de seus membros.
Art. 30. O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União
deverá opinar sobre as matérias de interesse geral da Instituição, e em espe-
cial sobre:
I – projetos de lei de interesse comum do Ministério Público da União, neles
incluídos:
a) os que visem a alterar normas gerais da Lei Orgânica do Ministério Públi-
co da União;
b) a proposta de orçamento do Ministério Público da União;
c) os que proponham a fixação dos vencimentos nas carreiras e nos serviços
auxiliares;
II – a organização e o funcionamento da Diretoria-Geral e dos Serviços da Secre-
taria do Ministério Público da União.
Art. 31. O Conselho de Assessoramento Superior poderá propor aos Conselhos
Superiores dos diferentes ramos do Ministério Público da União medidas para uni-
formizar os atos decorrentes de seu poder normativo.

Cada ramo do Ministério Público da União (MPU) possui seu próprio órgão de asses-
soramento superior. Além disso, o MPU conta com o Conselho de Assessoramento Superior
do Ministério Público da União (CASMPU), que é um colegiado consultivo. O CASMPU tem
como principal função emitir pareceres e oferecer orientações sobre assuntos de interesse
geral da instituição para a tomada de decisões e o aprimoramento das atividades do MPU.
O CASMPU é um órgão colegiado consultivo cuja principal atribuição é opinar sobre
assuntos de interesse geral da instituição.

O que é um órgão consultivo?

É um órgão que profere opinião, parecer, sem poder vinculante.

Composição
Presidido pelo PGR, é composto por cinco integrantes, como dispõe o artigo 28 da LC
n. 75/1993:

• Procurador-geral da República (Presidente);


• Vice-procurador-geral da República;
• Procurador-geral do Trabalho;
• Procurador-geral da Justiça Militar;
• Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

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ATENÇÃO

O CASMPU não tem poder de veto, é um órgão consultivo!


Ele deve se manifestar sobre determinado assunto, mas a consulta realizada não tem ca-
ráter vinculativo, ou seja, não é obrigatório que seja acatada.

O parecer emitido pelo CASMPU é de caráter obrigatório, ou seja, deve se manifes-


tar, mas não é vinculante!

Atribuições
O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União deverá
opinar sobre as matérias de interesse geral da Instituição, e em especial sobre:

I – projetos de lei de interesse comum do Ministério Público da União, neles


incluídos:
a) os que visem a alterar normas gerais da Lei Orgânica do Ministério Públi-
co da União;
b) a proposta de orçamento do Ministério Público da União;
c) os que proponham a fixação dos vencimentos nas carreiras e nos serviços
auxiliares;
II – a organização e o funcionamento da Diretoria-Geral e dos Serviços da Secre-
taria do Ministério Público da União.

As atribuições vêm determinadas pelo artigo 30 da Lei n. 75/1993, como descrito a seguir:

• Opinar sobre projetos de lei de interesse comum do MPU;


• Opinar sobre a proposta orçamentária do MPU;
• Opinar sobre os projetos de lei de fixação dos vencimentos;
• Assessorar, propor e dar sugestão para assuntos de interesses gerais e comuns do MPU.

Reuniões
O Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União (CASMPU) é
convocado pelo procurador-geral da República, mas qualquer membro do MPU pode solicitar
a sua realização.
Não há um local fixo ou datas preestabelecidas para as reuniões do CASMPU, que
ocorrem de acordo com as demandas de interesse geral da instituição. Embora seja comum
que as reuniões aconteçam na Procuradoria-Geral da República, elas podem ocorrer em
diferentes locais, conforme necessário.

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CAPÍTULO X
Das Carreiras
Art. 32. As carreiras dos diferentes ramos do Ministério Público da União são in-
dependentes entre si, tendo cada uma delas organização própria, na forma desta
lei complementar.
Art. 33. As funções do Ministério Público da União só podem ser exercidas por
integrantes da respectiva carreira, que deverão residir onde estiverem lotados.
Art. 34. A lei estabelecerá o número de cargos das carreiras do Ministério Público
da União e os ofícios em que serão exercidas suas funções.

Como já mencionamos anteriormente, ao falarmos sobre as carreiras no âmbito do


Ministério Público da União (MPU), estamos nos referindo exclusivamente aos seus mem-
bros, e não aos servidores que compõem os serviços auxiliares. Cada ramo do MPU possui
uma carreira independente, com organização própria. Temos a carreira do Ministério Público
Federal (MPF), a carreira do Ministério Público do Trabalho (MPT), a carreira do Ministé-
rio Público Militar (MPM) e a carreira do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT). É importante ressaltar que as funções específicas de cada ramo do MPU só podem
ser exercidas por membros da respectiva carreira. Portanto, um membro do MPF não pode
desempenhar funções no MPT e vice-versa.

Serviços Auxiliares

O tema "dos serviços auxiliares" aborda os servidores do Ministério Público da União


(MPU). O pessoal dos serviços auxiliares é organizado em um quadro próprio de carreira,
regido por regime estatutário, com o objetivo de fornecer suporte técnico-administrativo ade-
quado às atividades específicas da instituição. Ao contrário dos membros, não existem carrei-
ras independentes para servidores do Ministério Público do Trabalho (MPT) ou do Ministério
Público Federal (MPF), pois a carreira é do MPU como um todo. Dessa forma, os concursos
públicos são realizados para ingresso no MPU, e não em um ramo específico.

Dos Ramos do Ministério Público da União

O Ministério Público da União é composto por quatro ramos, conforme dispõem o artigo
128, I, da CF, e o artigo 24 da Lei n. 75/1993:

O Ministério Público da União compreende:


a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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Estrutura dos Ramos


Os ramos têm sua estrutura dividida em órgãos, cada um com suas competências.
Observe abaixo cada um deles:
Ramo

MPF MPT MPM MPDFT

Procurador-Geral Procurador-Geral
Chefe

Procurador-Geral Procurador-
da do
da Justiça Militar Geral de Justiça
República Trabalho

Colégio de
Colégio de Colégio de Colégio de
Procuradores e
Procuradores da Procuradores do Procuradores da
Promotores de
República Trabalho Justiça Militar
Justiça

Conselho
Conselho Conselho Conselho
Superior do
Superior do MPF Superior do MPT Superior do MPM
MPDFT

Câmaras de
Câmaras de Câmara de Câmara de
Coordenação
Coordenação e Coordenação e Coordenação e
e Revisão do
Revisão do MPF Revisão do MPT Revisão do MPM
MPDFT
Órgãos

Corregedoria do Corregedoria do Corregedoria do Corregedoria


MPF MPT MPM do MPDFT

Subprocuradores- Subprocuradores- Subprocuradores-


Procuradores
Gerais da Gerais do Gerais da Justiça
de Justiça
República Trabalho Militar

Procuradores Procuradores
Procuradores da Promotores de
Regionais da Regionais do
Justiça Militar Justiça
República Trabalho

Procuradores da Procuradores do Promotores da Promotores de


República Trabalho Justiça Militar Justiça Adjuntos

Pode surgir a seguinte dúvida: “Nós estamos estudando a estrutura do MPU, seus
órgãos, e na tabela acima estão incluídos procuradores, promotores etc.” Sim, é isso mesmo,
os membros do MP são considerados órgãos da instituição. Observe como a Lei trata:

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Art. 43. São órgãos do Ministério Público Federal:


I – o Procurador-Geral da República;
II – o Colégio de Procuradores da República;
III – o Conselho Superior do Ministério Público Federal;
IV – as Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;
V – a Corregedoria do Ministério Público Federal;
VI – os Subprocuradores-Gerais da República;
VII – os Procuradores Regionais da República;
VIII – os Procuradores da República.

Ministério Público Federal

O Ministério Público Federal (MPF) é um dos ramos do Ministério Público da União,


sendo chefiado pelo procurador-geral da República, conforme previsto no artigo 37 da Lei
Complementar n. 75/1993.

COMPETÊNCIAS DO MPF – ATRIBUIÇÕES DO MPF

O Ministério Público Federal (MPF) atua na justiça comum federal, ou seja, nas causas
de competência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais
Regionais Federais, Juízes Federais e Tribunais e Juízes Eleitorais. A atuação nos Tribunais
refere-se ao segundo grau de jurisdição da Justiça Eleitoral, enquanto a atuação nos Juízos
Eleitorais ocorre no primeiro grau de jurisdição da Justiça Eleitoral. Vale destacar que o
Poder Judiciário é composto pela justiça comum (Estadual e Federal) e pela justiça especia-
lizada (Trabalho, Eleitoral e Militar).
A Lei n. 75/1993 dispõe ainda que o Ministério Público Federal será parte legítima para
interpor recurso extraordinário das decisões da Justiça dos Estados nas representações de
inconstitucionalidade.

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Competência do MPF

Funções do MPF

O artigo 38 da Lei n. 75/1993 estabelece as funções institucionais do Ministério Público


Federal, que vão além das previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I. Além das funções
gerais do Ministério Público da União que já estudamos na aula 1, o MPF tem atribuições
específicas, sendo incumbido principalmente de:

I – instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos correlatos;


II – requisitar diligências investigatórias e instauração de inquérito policial, poden-
do acompanhá-los e apresentar provas;
III – requisitar à autoridade competente a instauração de procedimentos adminis-
trativos, ressalvados os de natureza disciplinar, podendo acompanhá-los e produ-
zir provas;
IV – exercer o controle externo da atividade das polícias federais, na forma
do art. 9º;
V – participar dos Conselhos Penitenciários;
VI – integrar os órgãos colegiados previstos no § 2º do art. 6º, quando componen-
tes da estrutura administrativa da União;
VII – fiscalizar a execução da pena, nos processos de competência da Justiça
Federal e da Justiça Eleitoral.

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LC n. 75/1993 – Parte I

Defesa dos Direitos Constitucionais do Cidadão


O MPF exerce a defesa dos direitos constitucionais do cidadão. Isto é o que dispõe o
artigo 39 da Lei n. 75/1993:

Art. 39. Cabe ao Ministério Público Federal exercer a defesa dos direitos constitu-
cionais do cidadão, sempre que se cuidar de garantir-lhes o respeito:
I – pelos Poderes Públicos Federais;
II – pelos órgãos da administração pública federal direta ou indireta;
III – pelos concessionários e permissionários de serviço público federal;
IV – por entidades que exerçam outra função delegada da União.

Na atuação para defesa dos direitos constitucionais do cidadão, o MPF tem um Procu-
rador Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), que é designado pelo PGR dentre subprocu-
radores-gerais da República.

Procurador Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC)

Nomeação: O Procurador Federal dos Direitos do Cidadão será designado pelo


PGR, mas mediante prévia aprovação do nome pelo Conselho Superior do MPF (CSMPF).
Mandato: O Procurador Federal dos Direitos do Cidadão exercerá as funções pelo
prazo de dois anos, permitida uma recondução, precedida de nova decisão do Conselho
Superior e, sempre que possível, não acumulará o exercício de suas funções com outras
do Ministério Público Federal.

O Procurador somente será dispensado, antes do término de sua investidura, por


iniciativa Do Procurador-Geral da República, com a aprovação da maioria absoluta do
Conselho Superior.
Em cada estado e no Distrito Federal, será designado órgão do Ministério Público
Federal para exercer as funções do ofício de Procurador Regional dos Direitos do Cida-
dão (PRDC).
Se o Procurador dos Direitos do Cidadão concluir que direitos constitucionais
foram ou estão sendo desrespeitados, deverá notificar o responsável para que tome as
providências necessárias a prevenir a repetição ou que determine a cessação do des-
respeito verificado.
No caso de não ser atendida a notificação, no prazo devido, a Procuradoria dos
Direitos do Cidadão representará ao poder ou autoridade competente para promover a
responsabilidade pela ação ou omissão inconstitucionais.

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LC n. 75/1993 – Parte I

ATENÇÃO

O Procurador Federal dos Direitos do Cidadão não defende direito individual, ainda que
seja indisponível! Defende somente direitos sociais, difusos e coletivos.

Órgãos do MPF

São órgãos do Ministério Público Federal:


a) o procurador-geral da República;
b) o Colégio de Procuradores da República;
c) o Conselho Superior do Ministério Público Federal;
d) as Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;
e) a Corregedoria do Ministério Público Federal;
f)os subprocuradores-gerais da República;
g) os procuradores regionais da República;
h) os procuradores da República.

Carreira do MPF

A carreira do Ministério Público Federal é composta pelos cargos de subprocurador-ge-


ral da República, procurador regional da República e procurador da República.
O cargo inicial da carreira é o de procurador da República, e o cargo de maior hierarquia
é o de subprocurador-geral da República.
As formas de ascensão na carreira se dão por critérios de promoção por merecimento
e/ou antiguidade, as quais serão estudadas mais adiante.

ATENÇÃO

O cargo de PGR não é parte da carreira, é um cargo político.

Chefia do Ministério Público Federal

O Procurador-Geral da República (PGR), como chefe do Ministério Público Federal


(MPF), exerce diversas atribuições. Além de representar o MPF em questões administrativas,
o PGR também desempenha funções relacionadas à atividade jurídica do Ministério Público
junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), opinando pre-
viamente em todos os processos de competência dessas instâncias. O PGR tem o poder de
propor ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra atos normativos federais ou estadu-
ais, bem como pedir medidas cautelares, além de representar para intervenção federal nos
estados e no Distrito Federal, e propor ações cíveis e penais cabíveis.

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LC n. 75/1993 – Parte I

Outra competência do PGR é designar os subprocuradores-gerais da República.

ATENÇÃO

O PGR só delega a subprocurador-geral da República.

O PGR atuará ainda perante o STJ, onde lhe cabe propor:

• a representação para intervenção federal nos estados e no DF, no caso de recusa à


execução de lei federal;
• a ação penal, nos casos previstos no art. 105, I, "a", da CF/88.

Atribuições do Procurador-Geral da República como Chefe do MPF


As funções do PGR como Chefe do MPF não são taxativas, ou seja, é um rol exem-
plificativo, pois o PGR pode ter outras competências e atribuições criadas por lei além das
dispostas na Lei n. 75/1993, no art. 49.
Quero que vocês tenham em mente que trarei algumas atribuições como destaque, mas
é preciso que vocês façam a leitura do rol de funções do PGR no texto da lei, ok? São elas:

Como funções institucionais do Chefe do MPF, temos:

• representar o MPF: pode ser delegada;


• exercer as funções do Ministério Público junto ao STF, independentemente da matéria;

Como funções administrativas do Chefe do MPF, temos:

• integrar o Colégio de Procuradores e o Conselho Superior do MPF como membro nato;


• designar o procurador federal dos Direitos do Cidadão e os titulares da Procuradoria
nos estados e no Distrito Federal: em cada estado, deve haver um PRDC – Procurador
Regional dos Direitos do Cidadão;
• designar um dos membros e o coordenador de cada uma das Câmaras de Coordena-
ção e Revisão do Ministério Público Federal:
• nomear o corregedor-geral do MPF (subprocurador-geral da República pode ser nome-
ado para esse cargo);
• decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuições entre órgãos do Ministério Público
Federal: decidir em grau de recurso, pois originariamente a decisão cabe às Câmaras
de Coordenação e Revisão ou Conselho Institucional;
• decidir sobre processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos serviços
auxiliares, aplicando as sanções cabíveis;

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• elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público Federal, submetendo-a, para


aprovação, ao Conselho Superior;
• dar posse aos membros do Ministério Público Federal;
• praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;
• determinar a abertura de correição, sindicância ou inquérito administrativo;
• autorizar o afastamento de membros do Ministério Público Federal, depois de ouvido o
Conselho Superior, nas hipóteses previstas em lei: o Conselho Superior, nesse caso,
funciona como um órgão consultivo, a decisão efetiva sobre o afastamento cabe ao
PGR. Lembre-se de que o afastamento pode se dar por diversos motivos, como, por
exemplo, para estudos fora do país.

De forma integral, são atribuições do Procurador-Geral da República (PGR), como


chefe do Ministério Público Federal:

I – representar o Ministério Público Federal;


II – integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de Procuradores da Repúbli-
ca, o Conselho Superior do Ministério Federal e a Comissão de Concurso;
III – designar o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão e os titulares da Pro-
curadoria nos Estados e no Distrito Federal;
IV – designar um dos membros e o Coordenador de cada uma das Câmaras de
Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;
V – nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público Federal, segundo lista for-
mada pelo Conselho Superior;
VI – designar, observados os critérios da lei e os estabelecidos pelo Conselho
Superior, os ofícios em que exercerão suas funções os membros do Ministério
Público Federal;
VII – designar:
a) o Chefe da Procuradoria Regional da República, dentre os Procuradores Regio-
nais da República lotados na respectiva Procuradoria Regional;
b) o Chefe da Procuradoria da República nos Estados e no Distrito Federal, dentre
os Procuradores da República lotados na respectiva unidade;
VIII – decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuições entre órgãos do Mi-
nistério Público Federal;
IX – determinar a abertura de correção, sindicância ou inquérito administrativo; (o
termo correto deveria ser correição, trata-se de erro material, ok?)
X – determinar instauração de inquérito ou processo administrativo contra servido-
res dos serviços auxiliares;
XI – decidir processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos servi-
ços auxiliares, aplicando as sanções cabíveis;

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XII – decidir, atendendo à necessidade do serviço, sobre:


a) remoção a pedido ou por permuta;
b) alteração parcial da lista bienal de designações;
XIII – autorizar o afastamento de membros do Ministério Público Federal, depois
de ouvido o Conselho Superior, nas hipóteses previstas em lei;
XIV – dar posse aos membros do Ministério Público Federal;
XV – designar membro do Ministério Público Federal para:
a) funcionar nos órgãos em que a participação da Instituição seja legalmente pre-
vista, ouvido o Conselho Superior;
b) integrar comissões técnicas ou científicas, relacionadas às funções da Institui-
ção, ouvido o Conselho Superior;
c) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de vacância, afastamento tem-
porário, ausência, impedimento ou suspensão do titular, na inexistência ou falta do
substituto designado;
d) funcionar perante juízos que não os previstos no inciso I, do art. 37, desta lei
complementar;
e) acompanhar procedimentos administrativos e inquéritos policiais instaurados
em áreas estranhas à sua competência específica, desde que relacionados a fatos
de interesse da Instituição.
XVI – homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado do concurso para in-
gresso na carreira;
XVII – fazer publicar aviso de existência de vaga na lotação e na relação bienal de
designações;
XVIII – elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público Federal, submeten-
do-a, para aprovação, ao Conselho Superior;
XIX – organizar a prestação de contas do exercício anterior;
XX – praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;
XXI – elaborar o relatório das atividades do Ministério Público Federal;
XXII – coordenar as atividades do Ministério Público Federal;
XXIII – exercer outras atividades previstas em lei.

Delegação de Atribuições

O PGR exerce muitas funções, dessa forma, é natural que ele possa delegar algumas
delas como forma de desonerar um pouco as atividades a serem realizadas.
Por consequência, as seguintes atribuições do procurador-geral da República como
chefe do MPF poderão ser delegadas, e serão da seguinte maneira:

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• Ao coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão:


– designar membro do Ministério Público Federal para assegurar a continuidade dos
serviços, em caso de vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou
suspensão do titular, na inexistência ou falta do substituto designado;
– coordenar as atividades do Ministério Público Federal.

• Aos chefes das Procuradorias Regionais da República e aos chefes das Procura-
dorias da República nos Estados e no DF:
– representar o Ministério Público Federal;
– designar membro do Ministério Público Federal para assegurar a continuidade dos
serviços, em caso de vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou
suspensão do titular, na inexistência ou falta do substituto designado;
– praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;
– coordenar as atividades do Ministério Público Federal.

Ação Penal contra o Procurador-Geral da República


O procurador-geral da República possui foro por prerrogativa de função, ou seja,
somente pode ser processado e julgado por crimes comuns perante o STF.
Ocorre que somente o PGR atua como chefe do MPF perante o STF.

O que ocorrerá então quando o próprio PGR é o acusado?

Nesse caso, o Conselho Superior do MPF (CSMPF) deverá designar um subprocu-


rador-geral da República para então oferecer a denúncia contra o PGR perante o STF.
A Lei n. 75/1993 assim traz em seu texto:

Ministério Público Federal

Estudamos sobre a chefia do MPF, e, a partir de agora, falaremos sobre os demais


órgãos. Como dito, de forma geral, a estrutura dentro de cada ramo meio que se repetirá,
obviamente de acordo com as suas especificidades.
Sendo assim, vamos estudar e compreender bem essa estrutura. Isso vai ajudar muito
no entendimento do conteúdo, não apenas em relação ao MPF, mas aos demais ramos.

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Colégio de Procuradores da República

O Colégio de Procuradores é um órgão colegiado presidido pelo procurador-geral


da República e é integrado por todos os membros da carreira em atividade no Ministério
Público Federal.
O colégio é composto por todos os membros em atividade, portanto, os membros inati-
vos não o integram.

Competências do Colégio de Procuradores do MPF

• Elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para


a composição do Superior Tribunal de Justiça, sendo elegíveis os membros do
Ministério Público Federal, com mais de dez anos na carreira, tendo mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
• Elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para
a composição dos Tribunais Regionais Federais, sendo elegíveis os membros do
Ministério Público Federal, com mais de dez anos de carreira, que contém mais de
trinta e menos de sessenta e cinco anos de idade, sempre que possível lotados
na respectiva região;
• Eleger, dentre os subprocuradores-gerais da República e mediante voto plurino-
minal, facultativo e secreto, quatro membros do Conselho Superior do Ministério
Público Federal;
• Opinar sobre assuntos gerais de interesse da instituição.

ATENÇÃO

Quando da elaboração das listas sêxtuplas, serão elegíveis os membros do Ministério Pú-
blico Federal com os seguintes requisitos:
STJ: mais de dez anos na carreira, que possuam mais de trinta e cinco e menos de ses-
senta e cinco anos de idade;
TRF: mais de dez anos de carreira, que possuam mais de trinta e menos de sessenta e
cinco anos de idade.

Para a composição do STJ e TRF, somente o voto será secreto,c e não a sessão!

O que é voto plurinominal?

É um sistema de votação que possui vários nomes para listar os eleitos através
desse procedimento, ou seja, é votar em mais de uma pessoa; significa, por exemplo, a
composição de lista tríplice ou sêxtupla.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Reuniões do Colégio de Procuradores do MPF


A elaboração das listas sêxtuplas e a eleição dos subprocuradores-gerais não requerem
necessariamente uma reunião presencial do Colégio de Procuradores. Os membros podem
votar a distância, de onde estiverem. No entanto, se houver um interesse relevante da Insti-
tuição, o Colégio de Procuradores poderá ser convocado pelo procurador-geral da República
ou pela maioria de seus membros para uma reunião presencial em local designado.

Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF)

O Conselho Superior também é órgão colegiado do MPF. É o órgão deliberativo máximo


do CSMPF, composto por dez membros e presidido pelo procurador-geral da República.

Composição do Conselho Superior do MPF

O Conselho Superior do Ministério Público Federal, presidido pelo procurador-geral da


República tem a seguinte composição:
I – o procurador-geral da República e o vice-procurador-geral da República, que o inte-
gram como membros natos;
II – quatro subprocuradores-gerais da República eleitos pelo Colégio de Procuradores,
para mandato de dois anos, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma
reeleição;
III – quatro subprocuradores-gerais da República eleitos, para mandato de dois anos,
por seus pares, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma reeleição.

Resumo
Composição (artigo 54 da Lei n. 75/1993):

• PGR (Presidente) – membro nato;


• Vice-PGR – membro nato;
• Quatro SubProcGerais: escolhidos pelos pares (próprios Subs);
• Quatro SubProcGerais: escolhidos pelo Colégio de Procuradores do MPF.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

ATENÇÃO

O procurador-geral da República e o vice-procurador geral da República são os dois mem-


bros natos do CSMPF.

Os subprocuradores-gerais da República eleitos terão como suplentes os demais vota-


dos, em ordem decrescente, observados os critérios gerais de desempate.

ATENÇÃO

Para ser eleito membro do Conselho Superior, é necessário estar, obrigatoriamente, no


último nível da carreira, ou seja, ocupar o cargo de subprocurador-geral da República.

Mandato dos Membros do CSMPF


Os membros do Conselho possuem mandato de dois anos, permitida uma recondução,
à exceção do PGR e Vice-PGR, que são membros natos.

Vice-Presidente do Conselho Superior do MPF


O vice-presidente do CSMPF não é o Vice-PGR, mas um membro eleito pelo próprio
Conselho Superior que substituirá o presidente (que é o PGR) em casos de impedimentos
e vacância.

ATENÇÃO

O vice-presidente do Conselho Superior não é o vice-PGR.

Reuniões do Conselho Superior do MPF


O Conselho Superior do MPF realiza tanto reuniões ordinárias como extraordinárias.
As reuniões ordinárias ocorrem mensalmente em um dia previamente estabelecido. Já as
reuniões extraordinárias podem ser convocadas pelo procurador-geral da República ou por
proposta da maioria dos membros do Conselho Superior.

As reuniões acontecerão então com seguinte periodicidade:

• Ordinária: uma vez por mês, em dia previamente fixado;


• Extraordinária: quando convocado pelo PGR ou por proposta da maioria de
seus membros.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Deliberações do Conselho Superior do MPF (CSMPF)


Em regra, as deliberações do Conselho Superior serão tomadas por maioria de votos,
presente a maioria absoluta dos seus membros, e, em caso de empate, prevalecerá o voto
do presidente, exceto em matéria de sanções, caso em que prevalecerá a solução mais favo-
rável ao acusado.
Maioria absoluta dos seus membros: significa que devam estar presentes 50% + 1 de
seus membros.

ATENÇÃO

Em caso de empate na votação, prevalecerá o voto do presidente, que se chama Voto de


Minerva ou Voto de Qualidade, mas lembre-se de que, quando se tratar de matéria discipli-
nar, ou seja, matéria de sanções, prevalecerá a solução mais favorável ao acusado, e não
o voto do presidente.

Publicidade das Decisões do CSMPF

Suspeição e impedimento

O procurador-geral e os demais membros do Conselho Superior estarão impedidos de


participar das decisões quando houver casos de impedimento e suspeita previstos nas leis
processuais. O impedimento ocorre até o terceiro grau de parentesco, tanto consanguíneo
como afim, em linha reta ou colateral.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Competências do Conselho Superior do MPF

O Conselho Superior é um órgão colegiado com poder normativo e funções adminis-


trativas importantes dentro do MPF. Ele é responsável por elaborar listas tríplices, estabele-
cer regras para designações e promoções, realizar indicações, abrir concursos, entre outras
atribuições. O Conselho atua tanto no âmbito normativo, editando normas gerais e abstratas
para aplicação interna, quanto no âmbito deliberativo, decidindo sobre questões funcionais e
disciplinares. É o órgão máximo de deliberação e normatização do MPF.

Art. 57. Compete ao Conselho Superior do Ministério Público Federal:


I – exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público Federal, observados
os princípios desta Lei Complementar, especialmente para elaborar e aprovar:
a) o seu regimento interno, o do Colégio de Procuradores da República e os das
Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;
b) as normas e as instruções para o concurso de ingresso na carreira;
c) as normas sobre as designações para os diferentes ofícios do Ministério Públi-
co Federal;
d) os critérios para distribuição de inquéritos, procedimentos administrativos e
quaisquer outros feitos, no Ministério Público Federal;
e) os critérios de promoção por merecimento, na carreira;
f) o procedimento para avaliar o cumprimento das condições do estágio probatório;
II – aprovar o nome do Procurador Federal dos Direitos do Cidadão;
III – indicar integrantes das Câmaras de Coordenação e Revisão;
IV – aprovar a destituição do Procurador Regional Eleitoral;
V – destituir, por iniciativa do Procurador-Geral da República e pelo voto de dois
terços de seus membros, antes do término do mandato, o Corregedor-Geral;
VI – elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do Ministério Público Federal;
VII – elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento;
VIII – aprovar a lista de antiguidade dos membros do Ministério Público Federal e
decidir sobre as reclamações a ela concernentes;
IX – indicar o membro do Ministério Público Federal para promoção por antiguida-
de, observado o disposto no art. 93, II, alínea d, da Constituição Federal;
X – designar o Subprocurador-Geral da República para conhecer de inquérito,
peças de informação ou representação sobre crime comum atribuível ao Procura-
dor-Geral da República e, sendo o caso, promover a ação penal;
XI – opinar sobre a designação de membro do Ministério Público Federal para:
a) funcionar nos órgãos em que a participação da instituição seja legalmen-
te prevista;
b) integrar comissões técnicas ou científicas relacionadas às funções da instituição;

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

XII – opinar sobre o afastamento temporário de membro do Ministério Públi-


co Federal;
XIII – autorizar a designação, em caráter excepcional, de membros do Ministério
Público Federal, para exercício de atribuições processuais perante juízos, tribu-
nais ou ofícios diferentes dos estabelecidos para cada categoria;
XIV – determinar a realização de correições e sindicâncias e apreciar os relatórios
correspondentes;
XV – determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado
seja membro do Ministério Público Federal, apreciar seus relatórios e propor as
medidas cabíveis;
XVI – determinar o afastamento preventivo do exercício de suas funções, do mem-
bro do Ministério Público Federal, indiciado ou acusado em processo disciplinar,
e o seu retorno;
XVII – designar a comissão de processo administrativo em que o acusado seja
membro do Ministério Público Federal;
XVIII – decidir sobre o cumprimento do estágio probatório por membro do Minis-
tério Público Federal, encaminhando cópia da decisão ao Procurador-Geral da
República, quando for o caso, para ser efetivada sua exoneração;
XIX – decidir sobre remoção e disponibilidade de membro do Ministério Público
Federal, por motivo de interesse público;
XX – autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Procurador-Geral
da República ajuíze a ação de perda de cargo contra membro vitalício do Ministé-
rio Público Federal, nos casos previstos nesta lei;
XXI – opinar sobre os pedidos de reversão de membro da carreira;
XXII – opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei de aumento do número
de cargos da carreira;
XXIII – deliberar sobre a realização de concurso para o ingresso na carreira, de-
signar os membros da Comissão de Concurso e opinar sobre a homologação dos
resultados;
XXIV – aprovar a proposta orçamentária que integrará o projeto de orçamento do
Ministério Público da União;
XXV – exercer outras funções estabelecidas em lei.
§ 1º O Procurador-Geral e qualquer membro do Conselho Superior estão impe-
didos de participar das decisões deste nos casos previstos nas leis processuais
para o impedimento e a suspeição de membro do Ministério Público.
§ 2º As deliberações relativas aos incisos I, alíneas a e e, IV, XIII, XV, XVI, XVII,
XIX e XXI somente poderão ser tomadas com o voto favorável de dois terços dos
membros do Conselho Superior.

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LC n. 75/1993 – Parte I

Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal

As Câmaras de Coordenação e Revisão (CCRs) são órgãos setoriais do MPF respon-


sáveis ​​por integrar, coordenar e revisar a atuação dos membros da instituição. Elas têm como
função principal organizar e coordenar a atuação dos membros em áreas específicas, esta-
belecendo regras para atuação conjunta e funcionamento de Grupos de Trabalho.
Além disso, as CCRs têm o poder de revisar decisões tomadas pelos membros da pri-
meira instância em determinadas situações, como o arquivamento de procedimentos rela-
cionados ao patrimônio público. As Câmaras são organizadas por matéria, garantindo uma
atuação especializada em cada área de atuação do MPF.

Composição das Câmaras de Coordenação e Revisão

As Câmaras de Coordenação e Revisão serão compostas por três membros, sendo um


indicado pelo procurador-geral da República e dois pelo Conselho Superior.

Mandato dos Membros


Os membros componentes das Câmaras, juntamente com seus suplentes, exercerão
mandato de dois anos.

ATENÇÃO

Os membros componentes das Câmaras serão integrantes do último grau da carreira


(subprocuradores-gerais da República) sempre que possível.

ATENÇÃO

Dentre os integrantes da Câmara de Coordenação e Revisão, um deles será designado


pelo procurador-geral para a função de coordenador e deve ser, necessariamente, um
subprocurador-geral da República.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Competências das Câmaras de Coordenação e Revisão

• Promover a integração e a coordenação dos órgãos institucionais que atuem em ofí-


cios ligados ao setor de sua competência, observado o Princípio da Independência
Funcional;
• Manter intercâmbio com órgãos ou entidades que atuem em áreas afins;
• Encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos institucionais que atuem em
seu setor;
• Manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito policial, inquérito parlamentar ou peças
de informação, exceto nos casos de competência originária do procurador-geral;
• Resolver sobre a distribuição especial de feitos que, por sua contínua reiteração, devam
receber tratamento uniforme;
• Resolver sobre a distribuição especial de inquéritos, feitos e procedimentos, quando a
matéria, por sua natureza ou relevância, assim o exigir;
• Decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal.

ATENÇÃO

No caso de arquivamento de inquéritos: a Câmara não decide, apenas opina, a deci-


são cabe ao PGR.
Nos conflitos de atribuição entre membros do MPF: a Câmara decide, e, após to-
mada a decisão, cabe recurso ao PGR, que funciona, nesse caso, como uma segunda
instância.

Corregedoria do Ministério Público Federal

É responsável por fiscalizar as atividades e a conduta dos membros do Ministério Público.

Escolha do Corregedor

O corregedor-geral será nomeado pelo procurador-geral da República dentre os subpro-


curadores-gerais da República, integrantes de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior.
Não poderão integrar a lista tríplice os membros do Conselho Superior.
Serão suplentes do corregedor-geral os demais integrantes da lista tríplice, na ordem
em que os designar o procurador-geral.
Então, a lista é elaborada pelo Conselho Superior e é enviada ao PGR, que escolherá
um desses membros para o cargo de corregedor-geral, os outros dois serão suplentes, na
ordem em que o PGR indicar, e não na ordem de votação.
Mandato: O mandato será de dois anos, renovável uma vez.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Destituição: O Corregedor poderá ser destituído antes do término do mandato, por deci-
são do Conselho Superior, desde que por iniciativa do PGR.

Atribuições do Corregedor-Geral do Ministério Público Federal


I – participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior;
II – realizar, de ofício, ou por determinação do procurador-geral ou do Conselho Supe-
rior, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios;
III – instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Superior a
instauração do processo administrativo consequente;
IV – acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público Federal;
V – propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do Ministério Público Fede-
ral que não cumprir as condições do estágio probatório.

ATENÇÃO

A Corregedoria do MPF apenas fiscaliza a conduta funcional dos membros; a resolução


de conflitos entre eles cabe às Câmaras de Coordenação e Revisão e/ou Conselho Ins-
titucional.

O corregedor-geral não é membro do Conselho Superior. Ele poderá participar das reu-
niões, mas sem direito a voto.
É competência do corregedor-geral propor ao Conselho a exoneração de membro que
não cumprir as condições do estágio probatório durante dois anos, ou seja, aquele conside-
rado inapto.
A exoneração não é punição, é o desfazimento do vínculo jurídico sem caráter punitivo;
a demissão, sim, possui caráter punitivo.

Carreiras do MPF

A carreira do Ministério Público Federal (MPF) é composta pelos cargos de subprocu-


radores-gerais da República, procuradores regionais da República e procuradores da Repú-
blica, organizados em três níveis.

Subprocurador-geral da República

Procurador regional da República MPF

Procurador da República

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

ATENÇÃO

Lembre-se de que o procurador-geral da República não faz parte da carreira do MPF, pois
trata-se de um cargo político.

Procurador da República – 1º Nível: São os membros designados para atuar junto


aos juízes federais, ou seja, atuam na 1ª instância da Justiça Federal e perante os TREs,
onde não tiver sede a Procuradoria Regional da República.

Lotação: Os Procuradores da República serão lotados nas Procuradorias da Repú-


blica nos estados e no Distrito Federal.

ATENÇÃO

A designação de procurador da república para oficiar em órgãos jurisdicionais diferentes


dos previstos para a categoria dependerá de autorização do Conselho Superior.

Procurador Regional da República – 2º Nível: São os membros designados para atuar


junto à 2ª instância da Justiça Federal, que são os Tribunais Regionais Federais (5 TRFs).

Lotação: Os Procuradores regionais da República serão lotados nos ofícios das


Procuradorias Regionais da República.
Os Procuradores regionais da República podem substituir os SubPGRs quando afas-
tados por mais de 30 dias.

ATENÇÃO

A designação de procurador regional da República para oficiar em órgãos jurisdicionais


diferentes dos previstos para a categoria dependerá de autorização do Conselho Superior.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Subprocurador-Geral da República – 3º Nível: Atuam originariamente perante o


Superior Tribunal de Justiça, mas também perante as turmas do STF por delegação do PGR,
no TSE e nas Câmaras de Coordenação e Revisão.

Lotação: Os Subprocuradores-gerais da República são lotados na PGR – Procura-


doria Geral da República.

ATENÇÃO

A designação de subprocurador-geral da República para oficiar em órgãos jurisdicionais


diferentes dos previstos para a categoria dependerá de autorização do Conselho Superior.

Há algumas funções que são privativas do cargo subprocurador-geral da Repú-


blica, ou seja, somente ele pode exercer. São as seguintes:

• Vice-procurador-geral da República;
• Vice-procurador-geral Eleitoral;
• Corregedor-geral do Ministério Público Federal;
• Procurador federal dos Direitos do Cidadão;
• Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão (apenas a função de coordenador.
Membro de CCR não é privativo de Subproc. Geral da República).

Substituição de Subprocurador-Geral da República: Quando houver vacância ou


impedimento (temporário) de um subprocurador-geral da República por prazo superior
a trinta dias, será convocado um procurador regional da República para substituição, por
escolha do Conselho Superior e designação do PGR.
Essa designação será pelo prazo de 30 dias. A cada 30 dias, deverá ser designado
um novo procurador, mas esse prazo inicial poder ser prorrogado por mais dois períodos
(pode ficar até 90 dias).

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Lembre-se de que o procurador regional da República convocado receberá a dife-


rença de vencimento correspondente ao cargo de subprocurador-geral da República,
inclusive diárias e transporte, se for o caso.

Funções Eleitorais do Ministério Público Federal

Não existe Ministério Público Eleitoral como instituição, como um ramo do MPU. O que
há são funções eleitorais exercidas por um ramo do MPU, que é o MPF. Observe como a Lei
n. 75/1993 disciplina:

Assim, o Ministério Público Federal tem legitimação para propor, perante o juízo com-
petente, as ações para declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da
administração pública, infringentes de vedações legais destinadas a proteger a normalidade
e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder econômico ou o abuso do poder
político ou administrativo.

No exercício de tais atribuições, há as figuras do:

• Procurador-Geral Eleitoral (PGE);


• Procurador Regional Eleitoral (PRE);
• Promotor Eleitoral.

Vamos falar com calma sobre cada um deles:

Procurador-Geral Eleitoral (PGE)

O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República (PGR), ele desig-


nará, dentre os subprocuradores-gerais da República, o vice-procurador-geral eleitoral, que o
substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento
definitivo.

ATENÇÃO

O cargo de vice-procurador-geral eleitoral é privativo de subprocurador-geral da República.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Competências do Procurador-Geral Eleitoral (PGE)

Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas


causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral. Além do vice-procurador-geral eleito-
ral, o procurador-geral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do Ministé-
rio Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleitoral.

ATENÇÃO

O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do


Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior
Eleitoral.

Incumbe ainda ao procurador-geral eleitoral:


I – designar o procurador regional eleitoral em cada estado e no Distrito Federal;
II – acompanhar os procedimentos do corregedor-geral eleitoral;
III – dirimir conflitos de atribuições;
IV – requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade
do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos
ou empregos.

Procurador Regional Eleitoral (PRE)

O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo
procurador-geral eleitoral, dentre os procuradores regionais da República no estado e no Dis-
trito Federal, ou, onde não houver, dentre os procuradores da República vitalícios, para um
mandato de dois anos.
Então, o PRE será designado pelo PGE dentre os procuradores regionais da república
nos Estados e DF, mas, onde não houver procuradores da República para tal função, o PGE
poderá convocar os membros do 1º nível da carreira, que são os procuradores da República,
que devem ser vitalícios, ok?

Mandato do PRE

O procurador regional eleitoral exercerá mandato de dois anos e poderá ser recondu-
zido uma vez.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Destituição do PRE

O procurador regional eleitoral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por
iniciativa do procurador-geral eleitoral, após aprovação maioria absoluta do Conselho Supe-
rior do Ministério Público Federal.

Competências do Procurador Regional Eleitoral

Compete ao procurador regional eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas


causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado,
as atividades do setor.
O procurador-geral eleitoral poderá ainda designar, por necessidade de serviço, outros
membros do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do procurador regio-
nal, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.

ATENÇÃO

O procurador-geral eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros


do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do procurador regional, pe-
rante os Tribunais Regionais Eleitorais.

Promotor Eleitoral

O promotor eleitoral exerce as funções eleitorais do MPF perante os juízes e Juntas


Eleitorais. Ele será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incum-
bido do serviço eleitoral de cada zona eleitoral. Em resumo, ele não é membro do MPF, ele é
um promotor de justiça do MP local, e o MP local é o MP estadual.
Na inexistência de promotor que oficie perante a zona eleitoral, ou havendo impedi-
mento ou recusa justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao procurador regio-
nal eleitoral o substituto a ser designado.

ATENÇÃO

A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por membro do Minis-
tério Público até dois anos do seu cancelamento.

Lembre-se de que essa disposição só se aplica àquele membro do MP que ingressou


antes da CF 88 e optou pelo regime antigo.

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Unidades de Lotação e de Administração

Os ofícios na Procuradoria-Geral da República, nas Procuradorias Regionais da Repú-


blica e nas Procuradorias da República nos Estados e no Distrito Federal são unidades de
lotação e administração do Ministério Público Federal. Em municípios do interior com juízos
federais, serão criadas unidades da Procuradoria da República pelo respectivo Estado. Essas
unidades são responsáveis pela atuação dos membros do MPF e possuem certa autonomia
administrativa.
Unidade de lotação: É o ofício perante o qual o membro vai atuar. Os ofícios na PGR,
nas Procuradorias Regionais da República (PRR) e nas Procuradorias da República (PR)
dos Estados e DF são unidades de lotação e administração do MPF.
Unidade de administração: Significa que a PGR, PRR e PR dos Estados e DF detêm
certa autonomia.

Considerações Finais

Nesta primeira aula, abordamos diversos aspectos do MP e da n. Lei n. 75/1993, nosso


objeto de estudo. Discutimos sobre sua natureza, funções e estrutura, destacando a impor-
tância do Ministério Público como instituição essencial à Justiça. Exploramos o princípio da
independência funcional dos membros, que lhes confere liberdade para atuar de acordo com
suas convicções, dentro dos limites da lei. Também enfatizamos a atuação do Ministério
Público da União, suas competências e a autonomia conferida a essa instituição.
Além disso, discutimos as carreiras do MPU, tanto dos membros quanto dos servidores
dos serviços auxiliares. Por fim, destacamos a importância dos órgãos colegiados, como o
Conselho Superior e as Câmaras de Coordenação e Revisão, na coordenação e revisão das
atividades funcionais dos membros.
Esta primeira aula nos proporcionou uma visão abrangente sobre o Ministério Público,
seus princípios, atribuições e estrutura, preparando-nos para aprofundar nosso conheci-
mento sobre cada um dos ramos do MPU nas aulas subsequentes.

Até a próxima aula!


Bons estudos!!

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU
LC n. 75/1993 – Parte I

Referências

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República

CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional. Coimbra: Almedina.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Ed. Revista
dos Tribunais.

Links:

Disponível em: https://www.mpu.mp.br/. Acesso em: 31 jul. 2023.

Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp75.htm. Acesso em: 31


jul. 2023.

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