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Livro Eletrônico

Aula 00

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PRF (Policial) -


Pós-Edital
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages

00358989337 - Patrick Leite Pinheiro Luz


Equipe Túlio Lages, Tulio Lages
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Princípios Da Administração
Apresentação ................................................................................................................... 1!
Introdução ........................................................................................................................ 2!
Análise Estatística ............................................................................................................. 2!
Análise das Questões ........................................................................................................ 3!
Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar ..................................................... 9!
Questionário de Revisão ................................................................................................. 12!
Anexo I – Lista de Questões ............................................................................................ 29!
721089
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 32!

APRESENTAÇÃO
Ol‡!
Meu nome Ž Tœlio Lages e, com imensa satisfa•‹o, serei o analista de Direito
Administrativo do Passo EstratŽgico!
Para conhecer um pouco sobre mim, segue um resumo da minha experi•ncia
profissional, acad•mica e como concurseiro:

Coordenador e Analista do Passo Estratégico - disciplinas: Direito Constitucional e


Administrativo.
Coach do Estratégia Concursos.
Auditor do TCU desde 2012, tendo sido aprovado e nomeado para o mesmo cargo nos
concursos de 2011 (14º lugar nacional) e 2013 (47º lugar nacional).
Ingressei na Administração Pública Federal como técnico do Serpro (38º lugar, concurso
de 2005). Em seguida, tomei posse em 2008 como Analista Judiciário do Tribunal
Superior do Trabalho (6º lugar, concurso de 2007), onde trabalhei até o início de 2012,
quando tomei posse no cargo de Auditor do TCU, que exerço atualmente.
Aprovado em inúmeros concursos de diversas bancas.
Graduado em Engenharia de Redes de Comunicação (Universidade de Brasília).
Graduando em Direito (American College of Brazilian Studies).
Pós-graduado em Auditoria Governamental (Universidade Gama Filho).
Pós-graduando em Direito Público (PUC-Minas).

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Estou extremamente feliz de ter a oportunidade de trabalhar na equipe do ÒPassoÓ,


porque tenho convic•‹o de que nossos relat—rios e simulados proporcionar‹o uma
prepara•‹o DIFERENCIADA aos nossos alunos!
...
Ser‡ uma honra ajudar voc•s a alcan•ar a aprova•‹o no concurso para o cargo de
Policial Rodovi‡rio Federal na PRF, que ter‡ seu concurso realizado pela banca
Cespe.
Ent‹o, sem mais delongas, vamos ao relat—rio propriamente dito?!

INTRODUÇÃO
Este relat—rio aborda o(s) assunto(s) Ò8 Regime jur’dico-administrativo. 8.1
Conceito. 8.2 Princ’pios expressos e impl’citos da Administra•‹o Pœblica.Ó
Com base na an‡lise estat’stica (t—pico a seguir), conclu’mos que o assunto possui
import‰ncia MŽdia.
Boa leitura!

ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para identificarmos estatisticamente quais assuntos s‹o os mais cobrados pela banca,
classificamos todas as quest›es cobradas em provas de n’vel superior, para cargos da
‡rea policial, realizadas pelo CESPE, desde 2012.
Com base na an‡lise estat’stica das quest›es colhidas (por volta de 350!), temos o
seguinte resultado para o(s) assunto(s) que ser‡(‹o) tratado(s) neste relat—rio:

Assunto % aproximado de cobran•a

Princ’pios da
Administra•‹o Pœblica 4,5%
Tabela 1
Com base na tabela acima, Ž poss’vel verificar que, no contexto das provas do CESPE
para cargos da ‡rea policial Ð ‡rea policial, que o assunto ÒPrinc’pios da Administra•‹o
PœblicaÓ possui import‰ncia MŽdia, j‡ que foi cobrado em 4,5% das quest›es.

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% de Cobran•a Import‰ncia do Assunto

AtŽ 2,9% Baixa a Mediana

De 3% a 6,9% MŽdia
De 7% a 9,9% Alta
10% ou mais Muito Alta
Tabela 2

ANÁLISE DAS QUESTÕES


O objetivo desta se•‹o Ž procurar identificar, por meio de uma amostra de quest›es
de prova, como a banca cobra o(s) assunto(s), de forma a orientar o estudo dos
temas.

1.(Cespe/2017/TCE-PE/Analista de Gest‹o/Julgamento) No que concerne


aos poderes e deveres da administra•‹o pœblica e aos princ’pios que regem
o regime jur’dico-administrativo, julgue o item que se segue.
Em raz‹o do princ’pio do interesse pœblico, n‹o Ž poss’vel que o poder pœblico
atenda aos interesses privados n‹o estatais.

Gabarito: Errado.
O princ’pio do interesse pœblico tambŽm Ž conhecido como princ’pio da finalidade.
A finalidade de todo ato administrativo Ž atender precipuamente os interesses
pœblicos, contudo, Ž plenamente poss’vel que com a realiza•‹o de um ato, alŽm de
se atender a um interesse pœblico, se atenda, tambŽm, a um interesse privado.
Assevera-se que o atendimento ao interesse privado jamais ser‡ a finalidade
principal da Administra•‹o Pœblica, mas, t‹o-somente, secund‡rio.
2.(Cespe/2017/SEDF) A respeito dos princ’pios da administra•‹o pœblica e
da organiza•‹o administrativa, julgue o item a seguir.
Se uma autoridade pœblica, ao dar publicidade a determinado programa de governo,

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fizer constar seu nome de modo a caracterizar promo•‹o pessoal, ent‹o, nesse
caso, haver‡, pela autoridade, viola•‹o de preceito relacionado ao princ’pio da
impessoalidade.

Gabarito: Certo.
A CF/88 determina de maneira expressa 5 princ’pios: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e efici•ncia.
A legalidade possui dupla acep•‹o a depender a quem a norma se dirija, aos
particulares ou ˆ Administra•‹o Pœblica.
A legalidade dos particulares Ž mais ampla e est‡ amparada no inciso II, do art.5¼,
da CF/88, em que ninguŽm Ž obrigado a fazer ou a deixar de fazer nada sen‹o em
virtude de lei. Em outras palavras, ao particular Ž l’cito fazer tudo o que a lei n‹o
pro’be.
A legalidade aplic‡vel ˆ Administra•‹o Pœblica possui menor extens‹o e est‡
prevista no art.37 da CF/88. Por ela, a Administra•‹o Pœblica somente poder‡ fazer
o que a lei permite ou ordena.
O princ’pio da impessoalidade determina que ao tratar dos administrados, a
Administra•‹o Pœblica n‹o pode deixar que paix›es pessoais deem lugar ˆ
objetividade do tratamento. Todos devem ser tratados de forma igual perante o
Estado.
A CF/88 ainda traz no ¤ 1¼, art.37, que a publicidade dos atos, programas, obras,
servi•os e campanhas dos —rg‹os pœblicos dever‡ ter car‡ter educativo, informativo
ou de orienta•‹o social, dela n‹o podendo constar nomes, s’mbolos ou imagens que
caracterizem promo•‹o pessoal de autoridades ou servidores pœblicos.
Algum tempo atr‡s na cidade de Santos-SP, o Prefeito mandou pintar todas as
reparti•›es pœblicas com as cores de seu partido. Ingressaram com uma a•‹o na
Justi•a e a decis‹o foi pela proibi•‹o por violar o princ’pio da impessoalidade, j‡ que
as cores identificavam o partido.
A moralidade est‡ relacionada com a Žtica, boa-fŽ, lealdade e probidade.
Importante ressaltar que a moralidade administrativa n‹o se confunde com a moral
comum.
A moralidade administrativa Ž a moral prevista em lei. Ainda que uma lei nos
pare•a, no senso comum, moralmente duvidosa, atŽ que ela n‹o seja declarada
inconstitucional, dever‡ ser cumprida.
A publicidade Ž condi•‹o de efic‡cia do ato administrativo. Este princ’pio est‡
relacionado ˆ transpar•ncia, mas nem tudo merece publicidade, como salienta o
inciso XXXIII, art.5¼, da CF/88 em que todos t•m direito a receber dos —rg‹os
pœblicos informa•›es de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que ser‹o prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado.
A efici•ncia Ž princ’pio que foi inserido na CF/88 por meio da Emenda Constitucional

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n¼ 19/98 e est‡ relacionado com a presteza e rendimento funcional.


3.(Cespe/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Acerca dos
servidores pœblicos, dos poderes da administra•‹o pœblica e do regime
jur’dico-administrativo, julgue o item que se segue.
A supremacia do interesse pœblico sobre o interesse particular, embora consista em
um princ’pio impl’cito na Constitui•‹o Federal de 1988, possui a mesma for•a dos
princ’pios que est‹o expl’citos no referido texto, como o princ’pio da moralidade e o
princ’pio da legalidade.

Gabarito: Certo.
ƒ verdade que os princ’pios da supremacia e da indisponibilidade n‹o est‹o
expressos na CF/88, sendo princ’pios impl’citos, o que n‹o os tornam menos
importantes, j‡ que n‹o existe hierarquia entre os princ’pios.
Como n‹o existe hierarquia entre eles, como saber qual deve prevalecer? A resposta
somente Ž poss’vel ao se analisar o caso em concreto.
Ao analisar um caso, faz-se o sopesamento de princ’pios e, ent‹o, Ž decidido qual
princ’pio deve prevalecer.
4.(Cespe/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Acerca de fun•‹o
administrativa e atos administrativos, julgue o item a seguir.
Em raz‹o do princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico, o Estado somente
poder‡ exercer sua fun•‹o administrativa sob o regime de direito pœblico.

Gabarito: Errado.
Vamos falar um pouco sobre a supremacia do interesse pœblico e sobre a
indisponibilidade.
A supremacia nada mais Ž do que concess‹o de determinados privilŽgios ao Estado
em face do particular.
Quando estudamos atos administrativos, a gente v• que eles gozam de presun•‹o
de veracidade e de legalidade, mas de onde Ž que elas surgem? Justamente do fato
de existir uma supremacia do interesse pœblico.
TambŽm Ž poss’vel verificar o princ’pio quando no instituo da requisi•‹o
administrativa e da desapropria•‹o.
Imagine que em um belo dia, voc• recebe uma carta dizendo que seu im—vel ser‡
desapropriado, pois ali ser‡ uma esta•‹o do Metr™. Ainda que este im—vel esteja
com a sua fam’lia h‡ 100 anos, a sua raz‹o particular Ž inferior ˆ raz‹o do interesse
pœblico e ele ser‡ desapropriado.
A indisponibilidade do interesse pœblico serve de limite ao princ’pio da supremacia,
j‡ que o interesse pœblico deve ser o alvo principal de toda atua•‹o do Estado.
Imagine a situa•‹o em que um Prefeito queira desapropriar o im—vel de um

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desafeto seu. A Prefeitura, sendo Governo, detŽm supremacia, contudo, este ato
n‹o atende ao interesse pœblico, n‹o atende ˆ indisponibilidade do interesse pœblico.
O interesse pœblico pode ser dividido em interesse pœblico prim‡rio e secund‡rio.
O prim‡rio Ž o interesse pœblico propriamente dito que ocorre quando o Estado
busca a consecu•‹o de suas finalidades e objetivos.
Por outro lado, o interesse pœblico secund‡rio ocorre quando o Estado age como se
fosse pessoa jur’dica, querendo satisfazer seus pr—prios interesses. ƒ vis’vel quando
o Estado deseja alugar um prŽdio ou comprar ve’culos para sua pol’cia. Ele age
como se fosse particular.
Importante ressaltar que o interesse secund‡rio jamais poder‡ se sobrepor ao
interesse prim‡rio.
5.(Cespe/2017/SERES-PE) Secret‡rio de justi•a e direitos humanos de
determinado estado da Federa•‹o que publicar uma portaria e, na semana
seguinte, revog‡-la, em nova publica•‹o, ter‡ praticado ato revogat—rio
com base no princ’pio da
a) indisponibilidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) efici•ncia.
e) supremacia do interesse pœblico.

Gabarito: ÒcÓ.
A revoga•‹o Ž uma forma de extin•‹o de um ato administrativo que se tornou
inconveniente ou inoportuno. Ela recai sobre um ato l’cito, legal, diferentemente da
anula•‹o que recai sobre um ato ilegal.
A revoga•‹o possui efeitos Òex-nuncÓ, ou seja, seus efeitos s‹o prospectivos e n‹o
retroativos como a anula•‹o.
Para expressar o princ’pio da autotutela, trago trecho de um julgado.
"O Supremo Tribunal j‡ assentou que diante de ind’cios de ilegalidade, a
Administra•‹o deve exercer seu poder-dever de anular seus pr—prios atos,
sem que isso importe em contrariedade ao princ’pio da seguran•a jur’dica.
Nesse sentido, as sœmulas 346 e 473 deste Supremo Tribunal: 'A
administra•‹o pœblica pode declarar a nulidade dos seus pr—prios atos'
(Sœmula 346).'A administra•‹o pode anular seus pr—prios atos, quando
eivados de v’cios que os tornam ilegais, porque deles n‹o se originam
direitos; ou revog‡-los, por motivo de conveni•ncia ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
aprecia•‹o judicial' (Sœmula 473)." (AO 1483, Relatora Ministra C‡rmen
Lœcia, Primeira Turma, julgamento em 20.5.2014, DJe de 3.6.2014).

Portanto, o que o enunciado da quest‹o traz, Ž o princ’pio da autotutela.


A supremacia do interesse pœblico Ž o que traz superioridade da Administra•‹o

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Pœblica frente ao particular. ƒ atravŽs dele que a Administra•‹o pode tomar medidas
coercitivas, como fechar um estabelecimento comercial que n‹o esteja atendendo
as normas prŽ-estabelecidas, ou ent‹o, tomar medidas como a desapropria•‹o.
Ocorre que para limitar este poder da Administra•‹o, existe outro princ’pio que Ž o
da indisponibilidade. Por ele, o Estado quando exerce o seu papel, deve buscar o
interesse pœblico de forma prec’pua, por isso, atos tomados tendo em base a
supremacia, mas que n‹o atendam aos interesses pœblicos, ser‹o nulos.
A moralidade est‡ relacionada com a boa-fŽ, com a lealdade e n‹o atende ao
comando do enunciado.
A efici•ncia significa presteza funcional e tambŽm n‹o atende o enunciado.
6.(Cespe/2017/TRE-PE/AJAA) O princ’pio da razoabilidade
a) se evidencia nos limites do que pode, ou n‹o, ser considerado aceit‡vel, e sua
inobserv‰ncia resulta em v’cio do ato administrativo.
b) incide apenas sobre a fun•‹o administrativa do Estado.
c) Ž aut™nomo em rela•‹o aos princ’pios da legalidade e da finalidade.
d) comporta significado un’voco, a despeito de sua amplitude, sendo sua
observa•‹o pelo administrador algo simples.
e) pode servir de fundamento para a atua•‹o do Poder Judici‡rio quanto ao mŽrito
administrativo.

Gabarito: ÒaÓ.
O princ’pio da razoabilidade Ž o grande limitador do pode estatal, sobretudo,
quando estamos diante do poder de pol’cia.
Imagine um fiscal sanit‡rio que tenha fiscalizado uma drogaria e que no banheiro
tenha encontrado uma barata morta e que por isso, lacra o estabelecimento.
O agente Ž competente para tanto, possui a discricionariedade do Poder de Pol’cia,
contudo, extrapola.
A medida tomada pelo fiscal sanit‡rio n‹o foi razo‡vel diante da situa•‹o f‡tica.
Sobre a letra ÒbÓ, a razoabilidade deve ser usada em todas as fun•›es do Estado e
n‹o somente na fun•‹o administrativa. Um juiz, por exemplo, n‹o pode determinar
pens‹o de R$ 1.000,00 para quem ganha R$1.100, pois Ž uma medida
desarrazoada. Assim, tal princ’pio deve ser aplicado em todas as fun•›es estatais e
n‹o somente na fun•‹o administrativa.
Comentando a ÒcÓ e a ÒeÓ. A razoabilidade est‡ relacionada com a legalidade e com
a finalidade, j‡ que um ato n‹o atenda tal princ’pio ser‡ nulo.

Comentando a ÒdÓ, a razoabilidade n‹o possui sentido un’voco, isso Ž, um œnico


sentido. Ela Ž bastante el‡stica, o que Ž razo‡vel para uma pessoa pode n‹o ser

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para a outra.
7.(Cespe/2016/PC-GO/Escriv‹o) Sem ter sido aprovado em concurso
pœblico, um indiv’duo foi contratado para exercer cargo em uma delegacia
de pol’cia de determinado munic’pio, por ter contribu’do na campanha
pol’tica do agente contratante.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, ocorreu, precipuamente, viola•‹o do princ’pio da
a) supremacia do interesse pœblico.
b) impessoalidade.
c) efici•ncia.
d) publicidade.
e) indisponibilidade.

Gabarito: ÒbÓ.
Na consecu•‹o de seus objetivos, a Administra•‹o Pœblica deve ser objetiva e n‹o
levar em conta a subjetividade dos seus agentes. Nomear, sem concurso, um
agente s— pelo fato dele ter ajudado na campanha eleitoral, faz com que a
objetividade seja deixada de lado, para dar lugar aos anseios pessoais, o que viola a
impessoalidade.
Professor, eu vejo viola•‹o de outros princ’pios tambŽm. Claro, eu sei disso, por
isso, Ž importante fazer quest‹o de prova, para que se consiga enxergar o que a
banca quer de n—s.
E, a bem da verdade, n‹o Ž entendimento espec’fico do Cespe: o desvio ˆ
impessoalidade se verifica quando n‹o se respeita a licita•‹o, quando n‹o se
respeitam as regras cronol—gicas dos precat—rios, quando n‹o se respeita a ordem
de classifica•‹o de um concurso pœblico.
Ainda, Ž corol‡rio da impessoalidade os institutos do impedimento e da suspei•‹o.
8.(Cespe/2016/TRT8/AJAA) A respeito dos princ’pios da administra•‹o
pœblica, assinale a op•‹o correta.
a) Decorre do princ’pio da hierarquia uma sŽrie de prerrogativas para a
administra•‹o, aplicando-se esse princ’pio, inclusive, ˆs fun•›es legislativa e
judicial.
b) Decorre do princ’pio da continuidade do servi•o pœblico a possibilidade de
preencher, mediante institutos como a delega•‹o e a substitui•‹o, as fun•›es
pœblicas temporariamente vagas.
c) O princ’pio do controle ou tutela autoriza a administra•‹o a realizar controle dos
seus atos, podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos,
independentemente de decis‹o do Poder Judici‡rio.
d) Dado o princ’pio da autotutela, a administra•‹o exerce controle sobre pessoa
jur’dica por ela institu’da, com o objetivo de garantir a observ‰ncia de suas

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finalidades institucionais.
e) Em decorr•ncia do princ’pio da publicidade, a administra•‹o pœblica deve indicar
os fundamentos de fato e de direito de suas decis›es.

Gabarito: ÒbÓ.

a) O princ’pio da hierarquia se verifica nas fun•›es administrativas, n‹o havendo


que se falar nele nas fun•›es judiciais ou legislativas.
b) A continuidade do servi•o pœblico Ž fundamental para a busca dos objetivos do
Estado. Quando fun•›es pœblicas estiverem vagas, Ž poss’vel a sua ocupa•‹o por
meio de substitui•‹o. ƒ o caso de chefe da reparti•‹o que sai em fŽrias, ele ter‡ um
substituto para que o servi•o pœblico n‹o seja prejudicado.
c) O controle de seus pr—prios atos se d‡ pelo chamado princ’pio da autotutela e
n‹o da tutela.
Pela autotutela, a Administra•‹o deve anular seus pr—prios atos quando eivados de
ilegalidade e pode revoga-los quando forem inconvenientes ou inoportunos.
A tutela ou controle Ž a supervis‹o que a Administra•‹o Direta exerce sobre a
Indireta, sem que haja rela•‹o de subordina•‹o, mas t‹o-somente de vincula•‹o.
d) Aqui Ž o princ’pio da tutela e n‹o da autotutela. Quando a Administra•‹o Direta
fiscaliza a Indireta para saber se seus objetivos institucionais est‹o sendo
cumpridos, isso significa controle.
e) Indicar os fundamentos de fato e de direito est‹o relacionados com o princ’pio da
motiva•‹o. Cuidado! Motiva•‹o n‹o Ž elemento do ato administrativo. Motivo Ž
elemento, motiva•‹o Ž princ’pio.

ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR


A ideia desta se•‹o Ž apresentar uma espŽcie de checklist para o estudo da matŽria,
de forma que o candidato n‹o deixe nada importante de fora em sua prepara•‹o.
Assim, se voc• nunca estudou os assuntos ora tratados, recomendamos que ˆ medida
que for lendo seu curso te—rico, concomitantemente observe se prestou a devida
aten•‹o aos pontos elencados aqui no checklist, de forma que o estudo inicial j‡ seja
realizado de maneira bem completa.
Por outro lado, se voc• j‡ estudou os assuntos, pode utilizar o checklist para verificar
se eventualmente n‹o h‡ nenhum ponto que tenha passado despercebido no estudo.
Se isso acontecer, realize o estudo complementar do assunto.

Com base na an‡lise das quest›es sobre o(s) assunto(s) deste relat—rio, para
um bom desempenho na sua prova, recomendamos que sejam

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compreendidos e memorizados, pelo menos, os seguintes pontos:

1.! O rol dos princ’pios da Administra•‹o Pœblica expressos no caput do art. 37 da


CF/88, bem como aqueles que devem observ‡-los;
2.! Princ’pio da Legalidade: conceito. Diferen•a entre legalidade administrativa e
reserva legal prevista no CF/88, art. 5¼, inciso II. Diferen•a entre legalidade e
legitimidade.
3.! Princ’pio da impessoalidade: conceito. Diferen•a entre interesse pœblico e
privado. Enfoques do princ’pio da impessoalidade: imputa•‹o dos atos praticados
pelos agentes pœblicos diretamente ˆs pessoas jur’dicas em que atuam; veda•‹o ˆ
promo•‹o pessoal de autoridades e servidores pœblicos. Rela•‹o entre o princ’pio da
impessoalidade e o da isonomia (previsto na CF/88, arts. 5¼, inciso I, e 19, inciso
III).
4.! Princ’pio da moralidade: conceito. Pessoas que devem observar o princ’pio da
moralidade. A quest‹o da prescindibilidade de normas positivadas para a
observ‰ncia do princ’pio da moralidade. Sœmula vinculante 13 (veda•‹o ao
nepotismo).
4.1 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem alguma base em
direito administrativo e direito constitucional: a rela•‹o entre moralidade
administrativa e probidade administrativa. As espŽcies de penalidades
decorrentes dos atos de improbidade administrativa, conforme CF/88,
art. 37, ¤ 4¼, com aten•‹o para a impossibilidade de pena de cassa•‹o de
direitos pol’ticos, consoante CF, art. 15, caput.
4.2 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem alguma base em
direito administrativo e direito constitucional: a possibilidade de atua•‹o
do MinistŽrio Pœblico na defesa da moralidade administrativa mediante
a•‹o civil pœblica, consoante CF/88, art. 129, inciso III c/c Lei 8.625/93,
art. 25, inciso IV, al’nea ÒbÓ).
5.! Princ’pio da publicidade: conceito. A quest‹o da n‹o considera•‹o da
publicidade como elemento para a forma•‹o do ato administrativo. A transpar•ncia
como regra na Administra•‹o Pœblica, com fulcro no direito fundamental ˆ
informa•‹o previsto na CF, art. 5¼, inciso XXXIII, bem como no previsto na CF, art.
5¼, inciso LX. A concretiza•‹o do princ’pio da publicidade por meio dos direitos
constitucionais de peti•‹o (CF, art. 5¼, inciso XXXIV, al’nea ÒaÓ) e de certid‹o (CF,
art. 5¼, inciso XXXIV, al’nea ÒbÓ). Diferen•a entre publicidade e publica•‹o.
Precedente importante:
5.1.1.! a divulga•‹o da remunera•‹o bruta dos cargos e fun•›es titularizados
por servidores pœblicos, com seu nome e lota•‹o, consubstancia informa•‹o de
interesse coletivo ou geral, Òsem que a intimidade deles, vida privada e

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seguran•a pessoal e familiar se encaixem nas exce•›es de que trata a parte


derradeira do mesmo dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5¼)Ó1.

6.! Princ’pio da efici•ncia: conceito. Desdobramentos constitucionais do princ’pio


da efici•ncia na CF, art. 37, ¤3¼, incisos I a III, ¤8¼, incisos I a III, art. 39, ¤¤ 2¼ e
7¼, art. 41, ¤ 1¼, inciso III e ¤4¼. O controle da efici•ncia da Administra•‹o Pœblica:
controle externo (CF, art. 70, caput e art. 71, caput), sistema de controle interno
(art. 70, caput e art. 74, inciso II) e controle judicial.
7.! Princ’pios impl’citos da Administra•‹o Pœblica: conceito. Relev‰ncia dos
princ’pios impl’citos frente aos princ’pios expressos.
8.! Princ’pio da supremacia do interesse pœblico: conceito. N‹o incid•ncia direta
nos casos de atua•‹o interna ou na condi•‹o de agente econ™mico (CF, art. 173,
¤1¼, inciso II).
9.! Princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico: conceito. Car‡ter de poder-
dever dos poderes conferidos ˆ Administra•‹o. Conceito de interesse pœblico
prim‡rio e secund‡rio.
10.! Princ’pio da presun•‹o de legitimidade e veracidade: conceito e relatividade.
10.1 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ possuem alguma base
em direito administrativo e direito constitucional: a veda•‹o ˆ recusa a
documentos pœblicos por parte dos entes federativos, consoante CF, art.
19, inciso II, como decorr•ncia do princ’pio da presun•‹o de
legitimidade.
11.! Princ’pio da autotutela: conceito. Sœmulas 473 e 346 do STF. Rela•‹o com o
princ’pio do contradit—rio e ampla defesa. Diferen•a entre autotutela e tutela.
12.! Princ’pio da continuidade dos servi•os pœblicos: conceito. Consequ•ncias
decorrentes: proibi•‹o relativa de greve nos servi•os pœblicos, consoante CF, art.
37, inciso VII; institutos da supl•ncia, delega•‹o e substitui•‹o; impossibilidade de
invoca•‹o do contrato n‹o cumprido; faculdade de utiliza•‹o de equipamentos e
instala•›es da empresa contratada, bem como a possibilidade de encampa•‹o da
concess‹o de servi•o pœblico. Precedentes importantes:
12.1.! ÒA administra•‹o pœblica deve proceder ao desconto dos dias de
paralisa•‹o decorrentes do exerc’cio do direito de greve pelos servidores
pœblicos, em virtude da suspens‹o do v’nculo funcional que dela decorre,
permitida a compensa•‹o em caso de acordo. O desconto ser‡, contudo,
incab’vel se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta il’cita do
Poder PœblicoÓ2
12.2.! ÒO exerc’cio do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, Ž
vedado aos policiais civis e a todos os servidores pœblicos que atuem
diretamente na ‡rea de seguran•a pœblicaÓ3.

1
STF Ð SS 3.902 AgR.
2
STF Ð RE 693.456.
3
STF Ð ARE 654.432.

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13.! Princ’pio da razoabilidade e proporcionalidade: conceito. Aspectos que d‹o


fundamento ˆ proporcionalidade. Utiliza•‹o de tais princ’pios no controle da
discricionariedade da Administra•‹o.
14.! Princ’pio da motiva•‹o: conceito. Casos de dispensa de motiva•‹o. Previs‹o
constitucional da motiva•‹o (CF, art. 93, inciso X, e art. 129, ¤4¼).
15.! Princ’pio da seguran•a jur’dica: conceito. Principais concretiza•›es do princ’pio
da seguran•a jur’dica: prescri•‹o e decad•ncia; sœmula vinculante (CF, art. 103-A);
prote•‹o ao ato jur’dico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5¼, inciso
XXXVI).
16.! Princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a: conceito.
17.! Princ’pio da sindicabilidade: conceito

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO
A seguir, apresentamos um question‡rio por meio do qual Ž poss’vel realizar uma
revis‹o dos principais pontos da matŽria. Faremos isso para todos os t—picos do
edital, um pouquinho a cada relat—rio!
ƒ poss’vel utilizar o question‡rio de revis‹o de diversas maneiras. O leitor pode, por
exemplo:
1.! ler cada pergunta e realizar uma autoexplica•‹o mental da resposta;
2.! ler as perguntas e respostas em sequ•ncia, para realizar uma revis‹o mais r‡pida;
3.! eleger algumas perguntas para respond•-las de maneira discursiva.

***Question‡rio - somente perguntas***

1)! Quais s‹o os princ’pios da Administra•‹o Pœblica expressamente


previstos na CF?
2)! Quais entes devem observam os princ’pios expressos da Administra•‹o
Pœblica? Quais Poderes?
3)! O que disp›e o princ’pio da legalidade?
4)! Qual a diferen•a do princ’pio da legalidade administrativa do princ’pio da
reserva legal aplic‡vel aos particulares?
5)! Legalidade Ž o mesmo que legitimidade? Comente.
6)! O que preceitua o princ’pio da impessoalidade?
7)! O interesse pœblico pode coincidir com o privado? Comente.
8)! Comente a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o enfoque
da imputa•‹o dos atos praticados pelos agentes pœblicos diretamente ˆs

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pessoas jur’dicas em que atuam.


9)! ƒ poss’vel a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o viŽs da
veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridades e servidores pœblicos?
10)! Comente a rela•‹o entre o princ’pio da impessoalidade e o da isonomia.
11)! O que preceitua o princ’pio da moralidade?
12)! Quem deve observar a moralidade administrativa?
13)! Existem normas infraconstitucionais estabelecendo regras relativas ˆ
moralidade administrativa? ƒ imprescind’vel que existam regras
versando sobre a moralidade para que a conduta do administrador seja
pautada e avaliada sob tal —tica?
14)! ƒ poss’vel o controle da moralidade administrativa pelos cidad‹os? Se
sim, por meio de qual instrumento?
15)! H‡ rela•‹o entre moralidade administrativa e probidade administrativa?
Comente.
16)! O MinistŽrio Pœblico pode atuar na defesa da moralidade administrativa?
17)! O que preceitua o princ’pio da publicidade?
18)! A publicidade Ž considerada elemento de forma•‹o do ato
administrativo?
19)! A transpar•ncia deve ser vista como regra ou exce•‹o na Administra•‹o
Pœblica? O sigilo da informa•‹o ou restri•‹o da publicidade s‹o
poss’veis?
20)! Como os direitos constitucionais de peti•‹o e de certid‹o concretizam o
princ’pio da publicidade?
21)! O princ’pio da publicidade se confunde com a publica•‹o de atos?
22)! O STF considera l’cita a divulga•‹o nominal da remunera•‹o de
autoridades e servidores pœblicos em s’tio eletr™nico?
23)! O que preceitua o princ’pio da efici•ncia?
24)! Qual a outra denomina•‹o do princ’pio da efici•ncia?
25)! Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princ’pio da
efici•ncia?
26)! Como se d‡ o controle da efici•ncia da Administra•‹o Pœblica?
27)! O que s‹o os princ’pios impl’citos da Administra•‹o Pœblica? Eles
possuem menos relev‰ncia que os expressos no caput do art. 37 da CF?
28)! O que preceitua o princ’pio da supremacia do interesse pœblico?
29)! O que preceitua o princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico?
Qual suas implica•›es?
30)! Qual o conceito de interesse pœblico? O que Ž interesse pœblico prim‡rio?

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E o interesse pœblico secund‡rio?


31)! O que preceitua o princ’pio da presun•‹o de legitimidade e de
veracidade? Essa presun•‹o Ž absoluta?
32)! O que preceitua o princ’pio da autotutela?
33)! Qual a rela•‹o do princ’pio da autotutela com o princ’pio do contradit—rio
e ampla defesa?
34)! O poder de tutela Ž o mesmo que autotutela? Explique.
35)! O que preceitua o princ’pio da continuidade dos servi•os pœblicos?
36)! O que preceitua o princ’pio da razoabilidade e proporcionalidade?
37)! O que preceitua o princ’pio da motiva•‹o?
38)! O que preceitua o princ’pio da seguran•a jur’dica?
39)! O que preceitua o princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a?
40)! O que preceitua o princ’pio da sindicabilidade?

***Question‡rio: perguntas com respostas***

1)! Quais s‹o os princ’pios da Administra•‹o Pœblica expressamente


previstos na CF?
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efici•ncia. Para facilitar a
memoriza•‹o dos princ’pios expressos: acr™nimo LIMPE (L = legalidade, I =
impessoalidade, M = moralidade, P = publicidade, E = efici•ncia).
2)! Quais entes devem observam os princ’pios expressos da Administra•‹o
Pœblica? Quais Poderes?
S‹o de observa•‹o obrigat—ria para TODA a Administra•‹o Pœblica Ð Direta e
Indireta Ð de TODOS os Poderes, de TODAS as esferas de governo Ð Uni‹o,
Estados, DF e Munic’pios, consoante art. 37, caput, da CF:
Art. 37. A administra•‹o pœblica direta e indireta de qualquer dos Poderes
da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios obedecer‡ aos
princ’pios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
efici•ncia e, tambŽm, ao seguinte:

3)! O que disp›e o princ’pio da legalidade?


O princ’pio da legalidade prescreve que a Administra•‹o s— pode agir quando h‡
imposi•‹o ou permiss‹o da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a
atividade administrativa deve se dar no mesmo sentido (e n‹o contra) e nos
exatos limites (nunca alŽm) de tal determina•‹o ou autoriza•‹o legal.
4)! Qual a diferen•a do princ’pio da legalidade administrativa do princ’pio
da reserva legal aplic‡vel aos particulares?
O princ’pio da legalidade administrativa Ž caracterizado pela restri•‹o da
vontade dos agentes administrativos pela lei, o que se diferencia, portanto, da

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conduta que prevalece no setor privado, onde h‡ predomin‰ncia da autonomia


da vontade dos particulares, em que se pode fazer tudo aquilo que a lei permite
e n‹o pro’be, em decorr•ncia do princ’pio da reserva legal - CF/88, art. 5¼,
inciso II:
II - ninguŽm ser‡ obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sen‹o
em virtude de lei;

5)! Legalidade Ž o mesmo que legitimidade? Comente.


N‹o, a legitimidade Ž mais abrangente que a legalidade, j‡ que significa n‹o
somente agir conforme o texto da lei, mas tambŽm obedecer aos demais
princ’pios administrativos.
6)! O que preceitua o princ’pio da impessoalidade?
O princ’pio da impessoalidade imp›e que a a•‹o da Administra•‹o deve estar
voltada para a atingir o objetivo previsto (expressamente ou virtualmente) em
lei, o qual visar‡ atender sempre a uma finalidade: o interesse pœblico.
Assim, o administrador n‹o pode atuar para atender a objetivo diverso do
estabelecido em lei Ð que ser‡ sempre o interesse pœblico Ð, ou de pratic‡-lo em
benef’cio pr—prio ou de terceiros.
7)! O interesse pœblico pode coincidir com o privado? Comente.
Em algumas situa•›es, o interesse pœblico pode coincidir com o privado, ent‹o a
atua•‹o da Administra•‹o pode, licitamente, acabar atendendo, alŽm do
interesse pœblico, ao interesse particular de certa pessoa ou grupo de pessoas.
O que Ž vedado pelo princ’pio da impessoalidade Ž que a•‹o do administrador
n‹o atinja o interesse pœblico previsto na lei como objetivo de tal atua•‹o, ou
seja, que se busque atender a outra finalidade ou somente ao interesse pr—prio
ou de terceiros.
8)! Comente a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o enfoque
da imputa•‹o dos atos praticados pelos agentes pœblicos diretamente ˆs
pessoas jur’dicas em que atuam.
O princ’pio da impessoalidade tambŽm deve ser compreendido sob o enfoque da
imputa•‹o dos atos praticados pelos agentes pœblicos diretamente ˆs pessoas
jur’dicas em que atuam. Decorre de tal preceito que, como os atos n‹o devem
ser entendidos como praticados pelo agente pœblico A ou agente pœblico B, mas
sim pela Administra•‹o Pœblica, esse viŽs do princ’pio da impessoalidade acaba
por retirar dos agentes pœblicos a responsabilidade pessoal, perante terceiros,
pelos atos que praticam.
9)! ƒ poss’vel a compreens‹o do princ’pio da impessoalidade sob o viŽs da
veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridades e servidores pœblicos?
Sim, o princ’pio da impessoalidade pode ser compreendido sob o viŽs da
veda•‹o ˆ promo•‹o pessoal de autoridade e servidores pœblicos conforme
CF/88, art. 37, ¤ 1¼ disp›e:
¤ 1¼ A publicidade dos atos, programas, obras, servi•os e campanhas dos
—rg‹os pœblicos dever‡ ter car‡ter educativo, informativo ou de orienta•‹o

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social, dela n‹o podendo constar nomes, s’mbolos ou imagens que


caracterizem promo•‹o pessoal de autoridades ou servidores pœblicos.

10)! Comente a rela•‹o entre o princ’pio da impessoalidade e o da isonomia.


O princ’pio da impessoalidade encontra-se relacionado ao princ’pio constitucional
da isonomia (CF/88, arts. 5¼, inciso I, e 19, inciso III), obrigando a
Administra•‹o a conferir tratamento igualit‡rio aos administrados que se
encontrem na mesma situa•‹o f‡tica e jur’dica. Decorrem do dever de isonomia
da Administra•‹o a necessidade da ado•‹o de procedimentos como o concurso
pœblico para provimento de cargos efetivos, a licita•‹o para a contrata•‹o de
obras, servi•os, fornecimentos , o regime de precat—rios para pagamento de
d’vidas da Fazenda Pœblica em decorr•ncia de decis‹o judicial etc.
O teor dos dispositivos que consagram a isonomia Ž o seguinte:
Art. 5¼ (...)
I Ð homens e mulheres s‹o iguais em direitos e obriga•›es, nos termos
desta Constitui•‹o;
(...)
Art. 19. ƒ vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic’pios:
(...)
III Ð criar distin•›es entre brasileiros ou prefer•ncias entre si.

11)! Que preceitua o princ’pio da moralidade?


O princ’pio da moralidade preceitua que os agentes pœblicos atuem com Žtica,
honestidade, probidade, boa-fŽ, decoro, lealdade, fidelidade funcional.
A moralidade administrativa est‡ ligada ˆ ideia do Òbom administradorÓ Ð aquele
que atua n‹o somente com respeito aos preceitos vigentes, mas tambŽm ˆ
moral Ð e n‹o se confunde com a moralidade comum. Esta ÒŽ imposta ao
homem para sua conduta externa;Ó aquela ÒŽ imposta ao agente pœblico para
sua conduta interna, seguindo as exig•ncias da institui•‹o a que serve e a
finalidade de sua a•‹o: o bem comumÓ4.
AlŽm disso, a moralidade administrativa diz respeito a uma moral jur’dica,
consubstanciada em regras de conduta extra’das da disciplina interior da
Administra•‹o5. Ou seja, deve ser compreendida de modo objetivo,
independente da no•‹o subjetiva do agente sobre o que Ž certo ou errado em
termos Žticos Ð moral comum.
Embora tenha sido previsto na CF como um princ’pio aut™nomo, Ž poss’vel
entender a moralidade administrativa como fator de legalidade. Nesse sentido, o
TJSP j‡ decidiu que Òo controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade
do ato administrativo; mas por legalidade ou legitimidade se entende n‹o s— a

4
Maurice Hauriou, PrŽcis Elementaires de Droit Administratif, Paris, 1926, pp. 197 e ss apud Meirelles,
2014, p. 92.
5
Meirelles, 2014, p. 92.

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conforma•‹o do ato com a lei, como tambŽm com a moral administrativa e com
o interesse coletivo Ó.6
12)! Quem deve observar a moralidade administrativa?
A moralidade administrativa deve ser observada tanto pelos agentes pœblicos
quanto pelo particular ao se relacionar com a Administra•‹o.
13)! Existem normas infraconstitucionais estabelecendo regras relativas ˆ
moralidade administrativa? ƒ imprescind’vel que existam regras
versando sobre a moralidade para que a conduta do administrador seja
pautada e avaliada sob tal —tica?
Existem diversas normas infraconstitucionais que estabelecem regras relativas ˆ
moralidade, como, no ‰mbito federal, a Lei 12.813/2013 (Lei de Conflito de
Interesses), o Decreto 6.029/2007 (institui o Sistema de Gest‹o da ƒtica do
Poder Executivo Federal), alŽm de alguns dispositivos da Lei 9.784/99 (Lei do
Processo Administrativo Federal) e da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores
Pœblicos Federais).
Outro exemplo importante Ž a Lei 8.429/1992, de aplica•‹o nacional e
conhecida como ÓLei de Improbidade AdministrativaÓ, que Òdisp›e sobre as
san•›es aplic‡veis aos agentes pœblicos nos casos de enriquecimento il’cito no
exerc’cio de mandato, cargo, emprego ou fun•‹o na administra•‹o pœblica
direta, indireta ou fundacional e d‡ outras provid•nciasÓ.
Vale esclarecer, entretanto, que a conduta do administrador deve estar pautada
pela moralidade mesmo que n‹o haja norma positivada proibindo tal conduta,
sob pena de anula•‹o do ato imoral por parte do Judici‡rio (caso provocado) ou
pela pr—pria Administra•‹o, em decorr•ncia de seu poder de autotutela.
Inclusive a sœmula vinculante 13 foi editada a partir do entendimento do STF de
que a veda•‹o ao nepotismo decorre da interpreta•‹o direta de diversos
princ’pios constitucionais, dentre eles, o da moralidade, embora n‹o haja
proibi•‹o espec’fica e expressa de tal pr‡tica na Constitui•‹o. Vejamos o teor da
sœmula:
Sœmula Vinculante 13:
A nomea•‹o de c™njuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, atŽ o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jur’dica investido em cargo de dire•‹o, chefia ou
assessoramento, para o exerc’cio de cargo em comiss‹o ou de confian•a ou,
ainda, de fun•‹o gratificada na administra•‹o pœblica direta e indireta em
qualquer dos Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Munic’pios, compreendido o ajuste mediante designa•›es rec’procas, viola a
Constitui•‹o Federal.

ƒ importante destacar que Òajuste mediante designa•›es rec’procasÓ diz respeito


ao nepotismo transverso (ou nepotismo cruzado).

6
TJSP, RDA 89/134 apud Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. S‹o Paulo,
Malheiros Editores: 2005, p. 91.

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AlŽm disso, cumpre esclarecer que ficaram de fora da proibi•‹o estabelecida na


sœmula as nomea•›es de parente para a ocupa•‹o de cargos de natureza
eminentemente pol’tica Ð como os de Ministro ou Secret‡rio Estadual ou
Municipal Ð, ao contr‡rio dos cargos e fun•›es de confian•a em geral, que
possuem natureza precipuamente administrativa.
14)! ƒ poss’vel o controle da moralidade administrativa pelos cidad‹os? Se
sim, por meio de qual instrumento?
Sim, mediante o instrumento da a•‹o popular, para que qualquer cidad‹o
busque a anula•‹o de ato lesivo ˆ moralidade administrativa Ð CF, art. 5¼, inciso
LXXIII:
LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular que
vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o
Estado participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrim™nio hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ,
isento de custas judiciais e do ™nus da sucumb•ncia;
15)! H‡ rela•‹o entre moralidade administrativa e probidade administrativa?
Comente.
Relacionada ˆ moralidade administrativa temos a probidade administrativa, que
tambŽm deve nortear a conduta do gestor. A conduta imoral do administrador
poder‡ ser enquadrada como ato de improbidade.
Sobre o tema, a CF estabelece que os atos de improbidade administrativa, alŽm
de importarem a a•‹o penal cab’vel, resultar‹o na suspens‹o dos direitos
pol’ticos, na perda da fun•‹o pœblica, na indisponibilidade de bens e no
ressarcimento ao er‡rio (art. 37, ¤ 4¼):
¤ 4¼ Os atos de improbidade administrativa importar‹o a suspens‹o dos
direitos pol’ticos, a perda da fun•‹o pœblica, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao er‡rio, na forma e grada•‹o previstas em lei, sem preju’zo
da a•‹o penal cab’vel.

Regulamentando esse dispositivo Ž que foi editada a Lei 8.429/1992.


ƒ importante notar, ainda, que o dispositivo fala em Òsuspens‹oÓ dos direitos
pol’ticos, e n‹o ÒperdaÓ de tais direitos, sendo conveniente lembrar, alŽm disso,
que a Òcassa•‹oÓ de direitos pol’ticos Ž vedada pela CF, art. 15, caput:
Art. 15. ƒ vedada a cassa•‹o de direitos pol’ticos, cuja perda ou suspens‹o
s— se dar‡ nos casos de:

16)! O MinistŽrio Pœblico pode atuar na defesa da moralidade


administrativa?
O MinistŽrio Pœblico atua na defesa da moralidade administrativa mediante a•‹o
civil pœblica. Embora a CF n‹o fale expressamente em Òmoralidade
administrativaÓ ao tratar de tal instrumento (CF/88, art. 129, III Ð ÒS‹o fun•›es
institucionais do MinistŽrio Pœblico: (...) promover o inquŽrito civil e a a•‹o civil
pœblica, para a prote•‹o do patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivosÓ), a Lei Org‰nica do MinistŽrio Pœblico
disp›e que incube ao Parquet Òpromover o inquŽrito civil e a a•‹o civil pœblica,

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na forma da lei (...) para a anula•‹o ou declara•‹o de nulidade de atos lesivos


ao patrim™nio pœblico ou ˆ moralidade administrativa do Estado ou de Munic’pio,
de suas administra•›es indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de
que participemÓ (Lei 8.625/93, art. 25, inciso IV, al’nea ÒbÓ).
17)! O que preceitua o princ’pio da publicidade?
Imp›e que a Administra•‹o confira a mais ampla divulga•‹o de seus atos aos
interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes, assim, controlar a
conduta dos agentes administrativos.
18)! A publicidade Ž considerada elemento de forma•‹o do ato
administrativo?
A publicidade n‹o Ž considerada elemento de forma•‹o do ato administrativo
(ou seja, um elemento que lhe confere validade), mas somente requisito de
efic‡cia (ou seja, um requisito que lhe permite produzir seus efeitos).
19)! A transpar•ncia deve ser vista como regra ou exce•‹o na Administra•‹o
Pœblica? O sigilo da informa•‹o ou restri•‹o da publicidade s‹o
poss’veis?
Inicialmente, cumpre esclarecer que se alinha ao princ’pio da publicidade o
direito fundamental ˆ informa•‹o previsto na CF, art. 5¼, inciso XXXIII:
XXXIII - todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que ser‹o prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado;

TambŽm alinha-se ao princ’pio da publicidade o disposto na CF, art. 5¼, inciso


LX:
LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Com base nesses dois dispositivos, verifica-se que a regra geral deve ser a
transpar•ncia na Administra•‹o Pœblica e, somente em situa•›es excepcionais, a
lei (necessariamente, n‹o pode ser ato infralegal) pode estabelecer situa•›es
em que o sigilo Ž justific‡vel Ð quando imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade
e do Estado (CF/88, art. 5¼, inciso XXXIII - j‡) ou quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem (CF, art. 5¼, inciso LX).
20)! Como os direitos constitucionais de peti•‹o e de certid‹o concretizam o
princ’pio da publicidade?
De acordo com Carvalho Filho7, o direito de peti•‹o, previsto na CF, art. 5¼,
inciso XXXIV, al’nea ÒaÓ, concretiza o mencionado princ’pio na medida em que,
por meio das peti•›es, os indiv’duos podem dirigir-se aos —rg‹os administrativos
para formular qualquer tipo de postula•‹o.
Por sua vez, o autor esclarece que as certid›es (CF, art. 5¼, inciso XXXIV, al’nea

7
Carvalho Filho, 2016, p. 27.

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ÒbÓ), expedidas pela Administra•‹o, registram a verdade dos fatos


administrativos, cuja publicidade permite aos administrados a defesa de seus
direitos ou o esclarecimento de certas situa•›es.
Para fins de fixa•‹o, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
XXXIV - s‹o a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de peti•‹o aos Poderes Pœblicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal;

21)! O princ’pio da publicidade se confunde com a publica•‹o de atos?


N‹o se confunde o princ’pio da publicidade com a simples publica•‹o de atos.
Enquanto aquele exige uma atua•‹o transparente por parte da Administra•‹o,
esta Ž apenas uma forma de se dar publicidade aos atos administrativos (por
exemplo, publica•‹o no di‡rio oficial do ente federativo).
22)! O STF considera l’cita a divulga•‹o nominal da remunera•‹o de
autoridades e servidores pœblicos em s’tio eletr™nico?
O Supremo Tribunal Federal entende que a divulga•‹o nominal da remunera•‹o
de autoridades e servidores pœblicos em s’tio eletr™nico da internet n‹o viola sua
intimidade, vida privada e seguran•a pessoal e familiar a ponto de ser
considerada il’cita. Cumpre destacar que a Corte considerou l’cita a divulga•‹o
do nome e da remunera•‹o do agente pœblico, mas n‹o de seu CPF, identidade
e endere•o residencial (STF, SS 3.902 AgR)8.
23)! O que preceitua o princ’pio da efici•ncia?
Imp›e que a Administra•‹o exer•a sua atividade com presteza, perfei•‹o,
rendimento funcional, produtividade, qualidade, desburocratiza•‹o, de forma a
obter o melhor resultado poss’vel no atendimento do interesse pœblico. Preceitua
a adequa•‹o dos meios empregados aos fins vislumbrados, a pondera•‹o da
rela•‹o custo/benef’cio da a•‹o.
O princ’pio da efici•ncia est‡ relacionado ao modelo de administra•‹o pœblica
gerencial e alcan•a n‹o somente os servi•os pœblicos prestados diretamente ˆ
coletividade, mas tambŽm os servi•os administrativos internos da
Administra•‹o.
24)! Qual a outra denomina•‹o do princ’pio da efici•ncia?
Princ’pio da qualidade dos servi•os pœblicos.
25)! Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princ’pio da
efici•ncia?

8
STF, SS 3.902 AgR segundo, rel. min. Ayres Britto, j. 9/6/2011, P, DJE de 3/10/2011; = RE 586.424
ED, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2015, 2» T, DJE de 12-3-2015.

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Alguns desdobramentos constitucionais do princ’pio da efici•ncia:


a) a possibilidade de reclama•‹o relativa a presta•‹o dos servi•os pœblicos e de
avalia•‹o peri—dica, interna e externa, da qualidade dos servi•os, consoante art.
37, ¤3¼, incisos I a III:
¤ 3¼ A lei disciplinar‡ as formas de participa•‹o do usu‡rio na administra•‹o
pœblica direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclama•›es relativas ˆ presta•‹o dos servi•os pœblicos em geral,
asseguradas a manuten•‹o de servi•os de atendimento ao usu‡rio e a
avalia•‹o peri—dica, externa e interna, da qualidade dos servi•os;
II - o acesso dos usu‡rios a registros administrativos e a informa•›es sobre
atos de governo, observado o disposto no art. 5¼, X e XXXIII;
III - a disciplina da representa•‹o contra o exerc’cio negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou fun•‹o na administra•‹o pœblica.

b) a possibilidade de celebra•‹o de contratos de gest‹o como forma de ampliar


a autonomia gerencial, or•ament‡ria e financeira de —rg‹os e entidades da
administra•‹o direta e indireta, com fixa•‹o de metas de desempenho e
controles e critŽrios para sua avalia•‹o, consoante art. 37, ¤8¼, incisos I a III:
¤ 8¼ A autonomia gerencial, or•ament‡ria e financeira dos —rg‹os e
entidades da administra•‹o direta e indireta poder‡ ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder pœblico, que
tenha por objeto a fixa•‹o de metas de desempenho para o —rg‹o ou
entidade, cabendo ˆ lei dispor sobre:
I - o prazo de dura•‹o do contrato;
II - os controles e critŽrios de avalia•‹o de desempenho, direitos,
obriga•›es e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remunera•‹o do pessoal.

c) a determina•‹o aos entes federados que mantenham escolas de governo para


a forma•‹o e o aperfei•oamento dos servidores pœblicos, bem como a exig•ncia
de que estes participem de cursos de aperfei•oamento com condi•‹o de
promo•‹o na carreira, consoante art. 39, ¤2¼:
¤ 2¼ A Uni‹o, os Estados e o Distrito Federal manter‹o escolas de governo
para a forma•‹o e o aperfei•oamento dos servidores pœblicos, constituindo-
se a participa•‹o nos cursos um dos requisitos para a promo•‹o na carreira,
facultada, para isso, a celebra•‹o de conv•nios ou contratos entre os entes
federados.

d) a possibilidade de aplica•‹o de recursos or•ament‡rios provenientes da


economia com despesas correntes em cada —rg‹o, autarquia e funda•‹o, para
aplica•‹o no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
treinamento e desenvolvimento, moderniza•‹o, reaparelhamento e
racionaliza•‹o do servi•o pœblico, inclusive sob a forma de adicional ou pr•mio
de produtividade, a ser disciplinada em lei da Uni‹o, dos Estados, do DF e dos
Munic’pios, consoante art. 39, ¤7¼:
¤ 7¼ Lei da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios
disciplinar‡ a aplica•‹o de recursos or•ament‡rios provenientes da
economia com despesas correntes em cada —rg‹o, autarquia e funda•‹o,

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para aplica•‹o no desenvolvimento de programas de qualidade e


produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderniza•‹o,
reaparelhamento e racionaliza•‹o do servi•o pœblico, inclusive sob a forma
de adicional ou pr•mio de produtividade.

e) possibilidade de perda do cargo do servidor est‡vel por insufici•ncia de


desempenho aferido em avalia•‹o peri—dica, consoante art. 41, ¤ 1¼, inciso III:
¤ 1¼ O servidor pœblico est‡vel s— perder‡ o cargo:
(...)
III - mediante procedimento de avalia•‹o peri—dica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

f) necessidade de avalia•‹o especial de desempenho para aquisi•‹o de


estabilidade por parte do servidor pœblico, consoante art. 41, ¤4¼:
¤ 4¼ Como condi•‹o para a aquisi•‹o da estabilidade, Ž obrigat—ria a
avalia•‹o especial de desempenho por comiss‹o institu’da para essa
finalidade.

26)! Como se d‡ o controle da efici•ncia da Administra•‹o Pœblica?


a) controle externo Ð Poder Legislativo e tribunais de Contas (art. 70, caput e
art. 71, caput);
b) sistema de controle interno (art. 70, caput e art. 74, inciso II);
c) controle judicial Ð JosŽ dos Santos Carvalho Filho entende que ocorrer desde
que haja comprovada ilegalidade9.
Para fins de fixa•‹o, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
Art. 70. A fiscaliza•‹o cont‡bil, financeira, or•ament‡ria, operacional e
patrimonial da Uni‹o e das entidades da administra•‹o direta e indireta,
quanto ˆ legalidade, legitimidade, economicidade, aplica•‹o das subven•›es
e renœncia de receitas, ser‡ exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
(...)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser‡ exercido
com o aux’lio do Tribunal de Contas da Uni‹o, ao qual compete:
(...)
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judici‡rio manter‹o, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
(...)
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto ˆ efic‡cia e
efici•ncia, da gest‹o or•ament‡ria, financeira e patrimonial nos —rg‹os e
entidades da administra•‹o federal, bem como da aplica•‹o de recursos
pœblicos por entidades de direito privado;
27)! O que s‹o os princ’pios impl’citos da Administra•‹o Pœblica? Eles
possuem menos relev‰ncia que os expressos no caput do art. 37 da CF?

9
Carvalho Filho, 2016, p. 33.

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Os princ’pios impl’citos s‹o aqueles reconhecidos pela doutrina e jurisprud•ncia.


Possuem a MESMA relev‰ncia que os princ’pios expressos.
28)! O que preceitua o princ’pio da supremacia do interesse pœblico?
Preceitua que o interesse pœblico deve prevalecer sobre o privado sempre que
houver conflito entre eles nas rela•›es verticais (rela•‹o entre Administra•‹o e
administrado), com vistas ao benef’cio da coletividade, respeitando-se sempre,
por —bvio, os direitos e garantias individuais.
Como se manifesta precipuamente nas rela•›es verticais, n‹o incide
diretamente quando a Administra•‹o atua internamente (porque n‹o h‡ rela•‹o
com administrado criando obriga•›es ou restri•›es) ou na condi•‹o de agente
econ™mico Ð porque nesse caso tal atua•‹o Ž regida eminentemente pelo direito
privado, consoante CF, art. 173, ¤1¼, inciso II:
==b00c1==

¤ 1¼ A lei estabelecer‡ o estatuto jur’dico da empresa pœblica, da sociedade


de economia mista e de suas subsidi‡rias que explorem atividade econ™mica
de produ•‹o ou comercializa•‹o de bens ou de presta•‹o de servi•os,
dispondo sobre:
(...)
II - a sujei•‹o ao regime jur’dico pr—prio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obriga•›es civis, comerciais, trabalhistas e tribut‡rios;

ƒ importante destacar que, indiretamente, a supremacia do interesse pœblico


est‡ presente em toda atividade estatal.
29)! O que preceitua o princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico?
Qual suas implica•›es?
Que as pessoas administrativas n‹o possuem a disponibilidade dos interesses
pœblicos confiados ˆ sua guarda e realiza•‹o, exatamente porque os bens e
interesse pœblicos n‹o pertencem ˆ Administra•‹o nem a seus agentes (cabe-
lhes apenas geri-los, conserv‡-los e por eles velar em prol da coletividade, que Ž
sua verdadeira titular).
O princ’pio da indisponibilidade implica que os poderes atribu’dos ˆ
Administra•‹o possuem o car‡ter de poder-dever, ou seja, que ela n‹o pode
deixar de exercer, sob pena de responder por omiss‹o (por exemplo, a
autoridade n‹o pode renunciar ao exerc’cio das compet•ncias que lhe s‹o
outorgadas por lei; n‹o pode deixar de punir quando constate a pr‡tica de il’cito
administrativo etc.).
30)! Qual o conceito de interesse pœblico? O que Ž interesse pœblico
prim‡rio? E o interesse pœblico secund‡rio?
ÒInteresse pœblicoÓ n‹o possui um conceito exato, por isso a doutrina, em geral,
o identifica como um conceito jur’dico indeterminado. Pode ser entendido como
o conjunto de interesses dos indiv’duos enquanto membros da sociedade.
Interesses pœblicos prim‡rios s‹o os interesses imediatos, os interesses diretos
de toda a sociedade, sintetizados nos fins para os quais o Estado foi concebido,
como, por exemplo, entregar justi•a, seguran•a e bem-estar social.

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Por sua vez, o interesse pœblico secund‡rio Ž o interesse do Estado enquanto


pessoa jur’dica figurando como parte em uma rela•‹o jur’dica no atendimento
de suas conveni•ncias internas. Possui car‡ter eminentemente patrimonial
(maximizar as receitas e minimizar os gastos), de interesse do er‡rio.
O interesse pœblico prim‡rio n‹o coincide, necessariamente, com o interesse
secund‡rio do Estado, de modo que o interesse pœblico secund‡rio s— Ž leg’timo
quando n‹o Ž contr‡rio ao interesse pœblico prim‡rio.
31)! O que preceitua o princ’pio da presun•‹o de legitimidade e de
veracidade? Essa presun•‹o Ž absoluta?
O princ’pio da presun•‹o de legitimidade e de veracidade preceitua que os atos
da Administra•‹o Pœblica devem ser considerados leg’timos, verdadeiros e legais
atŽ que se prove ao contr‡rio (essa presun•‹o n‹o Ž absoluta, portanto, mas
relativa ou juris tantum).
Pode-se apontar como decorr•ncia da presun•‹o de legitimidade a regra
insculpida na CF, art. 19, inciso II:
II - ƒ vedado ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic’pios (...)
recusar fŽ aos documentos pœblicos.

32)! O que preceitua o princ’pio da autotutela?


Imp›e que a Administra•‹o Pœblica tem o poder-dever de controlar seus
pr—prios atos, inclusive de of’cio, e abrange o poder de anular, convalidar e
revogar seus atos administrativos, podendo envolver, portanto, aspectos tanto
de legalidade quanto de mŽrito ato.
A autotutela est‡ consagrada nas sœmulas 473 e 346 do STF:
Sœmula 473:
A Administra•‹o pode anular seus pr—prios atos, quando eivados de v’cios
que os tornam ilegais, porque deles n‹o se originam direitos; ou revog‡-los,
por motivo de conveni•ncia ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a aprecia•‹o judicial.
Sœmula 346:
A administra•‹o pœblica pode declarar a nulidade dos seus pr—prios atos.
33)! Qual a rela•‹o do princ’pio da autotutela com o princ’pio do
contradit—rio e ampla defesa?
No exerc’cio da autotutela, a Administra•‹o deve assegurar prŽvio contradit—rio
e ampla defesa ao administrado que venha a ser prejudicado pela anula•‹o ou
revoga•‹o do ato administrativo.
34)! O poder de tutela Ž o mesmo que autotutela? Explique.
N‹o. O poder de tutela Ž caracterizado pela supervis‹o (controle de natureza
final’stica, tambŽm chamado de Òsupervis‹o ministerialÓ) realizada pela
administra•‹o direta sobre as entidades da administra•‹o indireta. J‡ a
autotutela preceitua que a Administra•‹o Pœblica tem o poder-dever de controlar
seus pr—prios atos.

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35)! O que preceitua o princ’pio da continuidade dos servi•os pœblicos?


Imp›e que a presta•‹o de servi•os pœblicos (tanto a realizada diretamente pela
Administra•‹o, quanto a delegada a particulares) n‹o deve ser interrompida ou
paralisada, j‡ que consubstancia atividades essenciais ˆ coletividade.
Desse princ’pio decorrem consequ•ncias importantes10:
a)! a proibi•‹o relativa de greve nos servi•os pœblicos, j‡ que o art. 37,
inciso VII da CF determina que tal direito ser‡ exercido Ònos termos e nos
limites definidos em lei espec’ficaÓ. Vejamos o teor do dispositivo, pra fins de
fixa•‹o:
VII - o direito de greve ser‡ exercido nos termos e nos limites definidos em
lei espec’fica;

Inclusive, sobre o direito de greve dos servidores, convŽm destacar que o STF
proferiu recente entendimento no sentido de que os dias parados por greve de
servidor devem ser descontados, exceto se houver acordo de compensa•‹o11.
b)! necessidade de institutos como a supl•ncia, a delega•‹o e a substitui•‹o
para preencher as fun•›es pœblicas temporariamente vagas;
c)! a impossibilidade da invoca•‹o, por parte de quem contrata com a
Administra•‹o Pœblica, da exce•‹o do contrato n‹o cumprido nos contratos que
tenham por objeto a execu•‹o de servi•o pœblico;
d)! a faculdade da Administra•‹o de utilizar os equipamentos e instala•›es
da empresa que com ela contrata, para assegurar a continuidade dos servi•os
pœblicos, bem como a possibilidade de encampa•‹o da concess‹o de servi•o
pœblico, para atingir a mesma finalidade.
36)! O que preceitua o princ’pio da razoabilidade e proporcionalidade?
Razoabilidade: imp›e que haja compatibilidade entre os meios empregados e os
fins visados na atua•‹o da Administra•‹o, a fim de evitar excessos, abusos,
arbitrariedades.
Proporcionalidade: imp›e que os agentes pœblicos n‹o ultrapassem os limites
adequados ao fim pretendido, de maneira a evitar o excesso de poder. ƒ
fundamentado em tr•s aspectos:
a)!Adequa•‹o: compatibilidade entre o meio empregado e o fim vislumbrado;
b)!Exigibilidade ou necessidade: a conduta deve ser necess‡ria e a que cause
menos preju’zo aos indiv’duos;
c)!Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem alcan•adas
devem superar as desvantagens.
ƒ importante destacar que razoabilidade e proporcionalidade s‹o conceitos
muito parecidos, de modo que alguns autores entendem que esta seria uma das

10
Di Pietro, 2016, p. 102.
11
STF, RE 693.456.

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vertentes daquela.
Esses princ’pios s‹o muito utilizados no controle da discricionariedade da
Administra•‹o. Trata-se de controle de legalidade ou legitimidade, n‹o de mŽrito
(o ato desarrazoado ou desproporcional deve ser anulado, e n‹o revogado).
37)! O que preceitua o princ’pio da motiva•‹o?
O princ’pio da motiva•‹o preceitua que, como regra, todos os atos da
Administra•‹o devem ser justificados (tanto os vinculados como os
discricion‡rios), devendo ser expressamente indicados os pressupostos de fato e
de direito que o motivam, permitindo, assim, o controle da legalidade e da
moralidade de tais atos, bem como o exerc’cio do contradit—rio e da ampla
defesa por parte do administrado.
H‡ casos em que a motiva•‹o do ato Ž dispensada. Ex: Exonera•‹o de servidor
ocupante de cargo em comiss‹o de livre nomea•‹o e exonera•‹o.
Embora n‹o expressamente prevista no art. 37 da Carta Magna, a motiva•‹o Ž
mencionada na CF, art. 93, inciso X, que prescreve que
X - as decis›es administrativas dos tribunais ser‹o motivadas e em sess‹o
pœblica, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de
seus membros

Tal regra tambŽm Ž aplic‡vel ao MinistŽrio Pœblico por for•a do art. 129, ¤4¼ da
CF:
¤ 4¼ - aplica-se ao MinistŽrio Pœblico, no que couber, o disposto no art. 93.

38)! O que preceitua o princ’pio da seguran•a jur’dica?


O postulado da seguran•a jur’dica imp›e que a Administra•‹o deve buscar
respeitar situa•›es consolidadas no tempo, as rela•›es jur’dicas constitu’das,
amparadas pela boa-fŽ do cidad‹o.
Exemplos de concretiza•‹o do princ’pio da seguran•a jur’dica:
a) Institutos da prescri•‹o e decad•ncia;
b) Sœmula vinculante (CF, art. 103-A);
c) Prote•‹o ao ato jur’dico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5¼,
inciso XXXVI).
Para fins de fixa•‹o, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:
Art. 5¼ (...)
XXXVI - a lei n‹o prejudicar‡ o direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a
coisa julgada;
(...)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poder‡, de of’cio ou por provoca•‹o,
mediante decis‹o de dois ter•os dos seus membros, ap—s reiteradas
decis›es sobre matŽria constitucional, aprovar sœmula que, a partir de sua
publica•‹o na imprensa oficial, ter‡ efeito vinculante em rela•‹o aos demais
—rg‹os do Poder Judici‡rio e ˆ administra•‹o pœblica direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder ˆ sua revis‹o ou

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cancelamento, na forma estabelecida em lei.


¤ 1¼ A sœmula ter‡ por objetivo a validade, a interpreta•‹o e a efic‡cia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvŽrsia atual entre —rg‹os
judici‡rios ou entre esses e a administra•‹o pœblica que acarrete grave
inseguran•a jur’dica e relevante multiplica•‹o de processos sobre quest‹o
id•ntica.
¤ 2¼ Sem preju’zo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprova•‹o,
revis‹o ou cancelamento de sœmula poder‡ ser provocada por aqueles que
podem propor a a•‹o direta de inconstitucionalidade.
¤ 3¼ Do ato administrativo ou decis‹o judicial que contrariar a sœmula
aplic‡vel ou que indevidamente a aplicar, caber‡ reclama•‹o ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anular‡ o ato administrativo
ou cassar‡ a decis‹o judicial reclamada, e determinar‡ que outra seja
proferida com ou sem a aplica•‹o da sœmula, conforme o caso.
39)! O que preceitua o princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a?
O princ’pio da prote•‹o ˆ confian•a leva em conta a boa-fŽ do cidad‹o, que
acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Pœblico sejam l’citos e,
nessa qualidade, ser‹o mantidos e respeitados pela pr—pria Administra•‹o e por
terceiros12.
Trata-se, assim, de princ’pio que corresponde ao aspecto subjetivo da seguran•a
jur’dica.
40)! O que preceitua o princ’pio da sindicabilidade?
Preceitua que os atos da Administra•‹o podem ser controlados Ð via controle
judicial, controle externo (Poder Legislativo + Tribunal de Contas) e/ou
controle interno Ð, englobando, ainda, o poder de autotutela, por meio do qual
a Administra•‹o anula (em caso de ilegalidade) ou revoga (por raz›es de
conveni•ncia e oportunidade) seus pr—prios atos.
...
Grande abra•o e bons estudos!

ÒA satisfa•‹o reside no esfor•o, n‹o no resultado obtido. O


esfor•o total Ž a plena vit—ria.Ó
(Mahatma Gandhi)
!

12
Di Pietro, 2016, p. 117-118.

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ANEXO I – LISTA DE QUESTÕES

1.(Cespe/2017/TCE-PE/Analista de Gest‹o/Julgamento) No que


concerne aos poderes e deveres da administra•‹o pœblica e aos
princ’pios que regem o regime jur’dico-administrativo, julgue o item
que se segue.
Em raz‹o do princ’pio do interesse pœblico, n‹o Ž poss’vel que o poder pœblico
atenda aos interesses privados n‹o estatais.
2.(Cespe/2017/SEDF) A respeito dos princ’pios da administra•‹o
pœblica e da organiza•‹o administrativa, julgue o item a seguir.
Se uma autoridade pœblica, ao dar publicidade a determinado programa de
governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promo•‹o pessoal,
ent‹o, nesse caso, haver‡, pela autoridade, viola•‹o de preceito relacionado ao
princ’pio da impessoalidade.
3.(Cespe/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Acerca dos
servidores pœblicos, dos poderes da administra•‹o pœblica e do regime
jur’dico-administrativo, julgue o item que se segue.
A supremacia do interesse pœblico sobre o interesse particular, embora consista
em um princ’pio impl’cito na Constitui•‹o Federal de 1988, possui a mesma
for•a dos princ’pios que est‹o expl’citos no referido texto, como o princ’pio da
moralidade e o princ’pio da legalidade.
4.(Cespe/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Acerca de fun•‹o
administrativa e atos administrativos, julgue o item a seguir.
Em raz‹o do princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico, o Estado
somente poder‡ exercer sua fun•‹o administrativa sob o regime de direito
pœblico.
5.(Cespe/2017/SERES-PE) Secret‡rio de justi•a e direitos humanos de
determinado estado da Federa•‹o que publicar uma portaria e, na
semana seguinte, revog‡-la, em nova publica•‹o, ter‡ praticado ato
revogat—rio com base no princ’pio da
a) indisponibilidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) efici•ncia.
e) supremacia do interesse pœblico.

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6.(Cespe/2017/TRE-PE/AJAA) O princ’pio da razoabilidade


a) se evidencia nos limites do que pode, ou n‹o, ser considerado aceit‡vel, e
sua inobserv‰ncia resulta em v’cio do ato administrativo.
b) incide apenas sobre a fun•‹o administrativa do Estado.
c) Ž aut™nomo em rela•‹o aos princ’pios da legalidade e da finalidade.
d) comporta significado un’voco, a despeito de sua amplitude, sendo sua
observa•‹o pelo administrador algo simples.
e) pode servir de fundamento para a atua•‹o do Poder Judici‡rio quanto ao
mŽrito administrativo.
7.(Cespe/2016/PC-GO/Escriv‹o) Sem ter sido aprovado em concurso
pœblico, um indiv’duo foi contratado para exercer cargo em uma
delegacia de pol’cia de determinado munic’pio, por ter contribu’do na
campanha pol’tica do agente contratante.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, ocorreu, precipuamente, viola•‹o do
princ’pio da
a) supremacia do interesse pœblico.
b) impessoalidade.
c) efici•ncia.
d) publicidade.
e) indisponibilidade.
8.(Cespe/2016/TRT8/AJAA) A respeito dos princ’pios da administra•‹o
pœblica, assinale a op•‹o correta.
a) Decorre do princ’pio da hierarquia uma sŽrie de prerrogativas para a
administra•‹o, aplicando-se esse princ’pio, inclusive, ˆs fun•›es legislativa e
judicial.
b) Decorre do princ’pio da continuidade do servi•o pœblico a possibilidade de
preencher, mediante institutos como a delega•‹o e a substitui•‹o, as fun•›es
pœblicas temporariamente vagas.
c) O princ’pio do controle ou tutela autoriza a administra•‹o a realizar controle
dos seus atos, podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou
inoportunos, independentemente de decis‹o do Poder Judici‡rio.
d) Dado o princ’pio da autotutela, a administra•‹o exerce controle sobre pessoa
jur’dica por ela institu’da, com o objetivo de garantir a observ‰ncia de suas
finalidades institucionais.
e) Em decorr•ncia do princ’pio da publicidade, a administra•‹o pœblica deve
indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decis›es.

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GABARITO QUESTÍES OBJETIVAS

1.E. 2. C 3. C

4. E 5. C 6.A

7.B 8.B

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito
constitucional para concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; S‹o Paulo: MƒTODO,
2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constitui•‹o e o Supremo. 5. ed. Bras’lia:
STF, Secretaria de Documenta•‹o, 2016.
CARVALHO FILHO, JosŽ dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. S‹o
Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte:
F—rum, 2016.
JUSTEN FILHO, Mar•al. Curso de direito administrativo. 10. ed. S‹o Paulo: Revista
dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Ag•ncias reguladoras e o poder normativo. 1. ed. S‹o
Paulo: Baraœna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. S‹o Paulo: Saraiva,
2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. S‹o Paulo:
Malheiros, 2014.

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