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Aula 04

Passo Estratégico de Direito Administrativo p/ PRF (Policial) -


Pós-Edital
Equipe Túlio Lages, Tulio Lages

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Poderes administrativos

Introdução ........................................................................................................................ 1!
Análise Estatística ............................................................................................................. 1!
Análise das Questões ........................................................................................................ 2!
Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar ..................................................... 9!
Questionário de Revisão ..................................................................................................10!
Anexo I – Lista de Questões .............................................................................................23!
721089
Referências Bibliográficas ................................................................................................26!

INTRODUÇÃO
Ol‡!
Este relat—rio aborda o(s) assunto(s) Ò4 Poderes administrativos. 4.1
Hier‡rquico, disciplinar, regulamentar e de pol’cia. 4.2 Uso e abuso do
poder.Ó
Com base na an‡lise estat’stica (t—pico a seguir), conclu’mos ambos assuntos
possuem import‰ncia Alta.
Boa leitura!

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Assunto % aproximado de cobran•a

Poderes e Deveres da
Adm Pœblica 6,5%
Tabela 1
Com base na tabela acima, Ž poss’vel verificar que, no contexto das provas do CESPE
para cargos da ‡rea policial, que o assunto ÒPoderes e Deveres da Adm. PœblicaÓ
possui import‰ncia Alta, j‡ que foi cobrado em 6,5% das assertivas.
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ƒ importante destacar que os percentuais de cobran•a, para cada tema, podem variar
bastante. Sendo assim, adotaremos a seguinte classifica•‹o quanto ˆ import‰ncia dos
assuntos:

% de cobran•a Import‰ncia do assunto

AtŽ 2,9% Baixa a Mediana

De 3% a 4,9% MŽdia
De 5% a 9,9% Alta
10% ou mais Muito Alta
Tabela 2

ANÁLISE DAS QUESTÕES

1.(Cespe/2017/TCE-PE/Auditor de Controle Externo) Com rela•‹o a


agentes pœblicos, atos administrativos, poderes da administra•‹o pœblica e
responsabilidade civil do Estado, julgue o item subsequente.
Ainda que a lei ofere•a ao agente pœblico mais de uma alternativa para o exerc’cio
do poder de pol’cia, a autoridade ter‡ limita•›es quanto ao meio de a•‹o.

GABARITO: CERTO.
A quest‹o trata sobre o poder de pol’cia, que possui a finalidade de restringir ou
condicionar as atividades dos particulares, visando o interesse pœblico, tendo por
fundamento a supremacia do interesse pœblico sobre o privado.
Ele possui como atributos a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a
coercibilidade.
Embora ele possua como atributo a discricionariedade, Ž verdade que em
determinadas situa•›es, sua express‹o se d‡ por meio de atos vinculados, como Ž o
caso da licen•a para exercer algumas profiss›es.
Ent‹o, cuidado na hora da prova. O Poder de Pol’cia Ž discricion‡rio? Sim. Ele Ž

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sempre discricion‡rio? N‹o.


A autoexecutoriedade est‡ ligada ˆ ideia de que a Administra•‹o Pœblica poder‡
executar suas tarefas sem a necessidade prŽvia de consulta ao Poder Judici‡rio.
A autoexecutoriedade pode ser dividida em exigibilidade e em executoriedade.
A exigibilidade Ž o meio indireto de coa•‹o estatal, como por exemplo, as multas
aplicadas pela Administra•‹o. Aqui, a Administra•‹o toma suas decis›es sem
necessidade de ordem judicial.
A executoriedade Ž o meio direto de coa•‹o estatal e como exemplo, tem-se a
lacra•‹o de um posto de gasolina que est‡ vendendo combust’vel adulterado.
A coercibilidade Ž a caracter’stica que torna o ato obrigat—rio, ainda que o particular
n‹o concorde com ele. Voltando ao exemplo do posto de gasolina, ainda que o
particular n‹o concorde com a lacra•‹o de seu estabelecimento, ele Ž obrigado a
acatar a ordem administrativa atŽ que ela seja revogada, anulada ou cassada pelo
Judici‡rio.
Percebam que o poder de pol’cia concede muita for•a ˆ Administra•‹o Pœblica,
contudo, Ž importante dizer que ele encontra sua atua•‹o limitada, sobretudo, por
dois princ’pios: razoabilidade e proporcionalidade.
2.(Cespe/2017/SEDF) No que se refere aos poderes administrativos, aos
atos administrativos e ao controle da administra•‹o, julgue o item
seguinte.
A administra•‹o, ao editar atos normativos, como resolu•›es e portarias, que criam
normas estabelecedoras de limita•›es administrativas gerais, exerce o denominado
poder regulamentar.

GABARITO: ERRADO.
Aqui, Ž preciso tomar bastante cuidado para n‹o confundir o poder normativo com o
poder regulamentar.
O poder normativo Ž mais amplo e pode ser adotado por qualquer autoridade.
Por sua via, o poder regulamentar Ž privativo dos Chefes do Executivo para elaborar
decretos e regulamentos para a fiel execu•‹o das leis. Estes decretos s‹o chamados
Òdecretos executivosÓ e n‹o podem inaugurar na ordem jur’dica, devendo
simplesmente detalhar a lei, mas nunca ampliar seus conceitos ou restringir suas
ideias, sob pena de ofensa ao princ’pio da legalidade.
Veja a quest‹o abaixo dada como correta pela Cespe:
(CESPE/2017/PGM/Fortaleza-Procurador) Com rela•‹o a processo
administrativo, poderes da administra•‹o e servi•os pœblicos, julgue o item
subsecutivo.
O exerc’cio do poder regulamentar Ž privativo do chefe do Poder Executivo
da Uni‹o, dos estados, do DF e dos munic’pios.
Assim, a quest‹o comentada, (Cespe/2017/SEDF), est‡ errada, pois ao editar

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resolu•‹o e portaria, o Estado est‡ diante do poder normativo e n‹o regulamentar,


que edita regulamentos e decretos.
Mas, galera, veja a quest‹o abaixo, aplicada pela banca, para o mesmo concurso,
mas para cargos diferentes, cujo gabarito foi certo.
(Cespe/2017/SEDF/Cargos 27 a 35) JosŽ, chefe do setor de recursos
humanos de determinado —rg‹o pœblico, editou ato disciplinando as regras
para a participa•‹o de servidores em concurso de promo•‹o.
A respeito dessa situa•‹o hipotŽtica, julgue o item seguinte.
A edi•‹o do referido ato Ž exemplo de exerc’cio do poder regulamentar.
Nossa professor!!!! E agora? Por que isso ocorre? Isso acontece porque h‡
doutrinadores que entendem que poder normativo e regulamentar s‹o sin™nimos, o
que EU, n‹o concordo, e h‡ aqueles que pregam pela distin•‹o entre os dois, linha
que eu sigo.
E na hora da prova? Eu, particularmente, deixaria esta quest‹o em branco para n‹o
correr o risco de perder uma quest‹o certa (no caso de uma quest‹o respondida de
forma errada anular uma respondida corretamente).
Por fim, como o enunciado da quest‹o falou sobre atos normativos, tome cuidado
com o fato deles pertencerem ao exerc’cio do poder de pol’cia em sentido amplo,
Nesse sentido, trazemos a quest‹o a seguir, cujo gabarito foi certo.
(Cespe/2016/DPU/Analista) Acerca da organiza•‹o administrativa da
Uni‹o, da organiza•‹o e da responsabilidade civil do Estado, bem como do
exerc’cio do poder de pol’cia administrativa, julgue o item que se segue.
A edi•‹o de ato normativo constitui exemplo do exerc’cio do poder de
pol’cia pela administra•‹o pœblica.
3.(Cespe/2017/SEDF) No que se refere aos poderes administrativos, aos
atos administrativos e ao controle da administra•‹o, julgue o item
seguinte.
A avoca•‹o se verifica quando o superior chama para si a compet•ncia de um —rg‹o
ou agente pœblico que lhe seja subordinado. Esse movimento, que Ž excepcional e
tempor‡rio, decorre do poder administrativo hier‡rquico.

GABARITO: CERTO.
A avoca•‹o est‡ prevista no art.15 da Lei do Processo Administrativo Federal que
diz que ser‡ permitida, em car‡ter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avoca•‹o tempor‡ria de compet•ncia atribu’da a —rg‹o
hierarquicamente inferior.
Ok, professor, ent‹o avoca•‹o Ž permitida, mas ela Ž atribu’da a qual dos Poderes
administrativos? Ela se relaciona ao Poder Hier‡rquico, j‡ que avocar Ž chamar para
sim, temporariamente, determinadas compet•ncias.
A avoca•‹o Ž o movimento oposto da delega•‹o de compet•ncia que tambŽm faz
parte do poder hier‡rquico.

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Outro ponto poss’vel dentro do poder hier‡rquico Ž a revis‹o do trabalho do servidor


subordinado.
Muito cuidado! A aplica•‹o de penalidade administrativa a servidor est‡
intimamente ligada ao poder disciplinar e de maneira tangente ao hier‡rquico.
4.(Cespe/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos
poderes da administra•‹o pœblica e dos servi•os pœblicos, julgue o item que
se segue.
A prerrogativa da administra•‹o de impor san•›es a seus servidores,
independentemente de decis‹o judicial, decorre imediatamente do poder disciplinar
e mediatamente do poder hier‡rquico.

GABARITO: CERTO.
O poder disciplinar Ž aquele que confere a prerrogativa da Administra•‹o Pœblica de
punir seus agentes ou aqueles ligados de alguma forma a ela, como por exemplo,
concession‡rias de servi•o pœblico ou autorizat‡rios e permission‡rios, por isso a
assertiva da banca Cespe para a PC-GO, cargo de Agente de Pol’cia est‡ errada: O
poder disciplinar, mediante o qual a administra•‹o pœblica est‡ autorizada a apurar
e aplicar penalidades, alcan•a t‹o somente os servidores que comp›em o seu
quadro de pessoal.
O poder disciplinar n‹o alcan•a somente os servidores do quadro de pessoal, mas,
tambŽm, os que se ligam ˆ Administra•‹o por meio de contratos.
O poder hier‡rquico Ž aquele que possibilidade que o —rg‹o superior, distribua,
delegue ou avoque compet•ncias. AtravŽs dele tambŽm se tem a revis‹o de
trabalhos dos subordinados.
Quando se fala em puni•‹o do agente pœblico, primeiramente se v• o poder
disciplinar e de forma secund‡ria o poder hier‡rquico.
5.(Cespe/2017/TRT-7) Para garantir maior seguran•a ˆ coletividade, foi
determinada restri•‹o do acesso a certa ‡rea pœblica, que era utilizada
livremente por todos.
Nessa situa•‹o, com base nos poderes administrativos, essa determina•‹o Ž
a) irregular, porque extrapola o poder hier‡rquico exercido pela administra•‹o
pœblica em desfavor do particular.
b) irregular, tendo em vista que a administra•‹o n‹o pode restringir o acesso a bens
pœblicos por configurar isso abuso de poder.
c) v‡lida, em decorr•ncia do poder regulamentar conferido ao ente pœblico.
d) v‡lida, em decorr•ncia do poder de pol’cia que visa ao interesse da coletividade.

GABARITO: ÒDÓ.
A defini•‹o de Poder de Pol’cia trazida pelo C—digo Tribut‡rio Nacional Ž bem

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did‡tica.
Considera-se poder de pol’cia atividade da administra•‹o pœblica que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a pr‡tica
de ato ou absten•‹o de fato, em raz‹o de interesse pœblico concernente ˆ
seguran•a, ˆ higiene, ˆ ordem, aos costumes, ˆ disciplina da produ•‹o e do
mercado, ao exerc’cio de atividades econ™micas dependentes de concess‹o
ou autoriza•‹o do Poder Pœblico, ˆ tranquilidade pœblica ou ao respeito ˆ
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Pelo enunciado da quest‹o, est‡ ocorrendo verdadeira limita•‹o de direito, ao


restringir o acesso das pessoas a determinada ‡rea pœblica e isso Ž plenamente
poss’vel, por isso, a atitude Ž v‡lida, em decorr•ncia do poder de pol’cia que visa ao
interesse da coletividade.
6.(Cespe/2017/SARES-PE) Com rela•‹o ao poder de pol’cia, julgue os itens
a seguir.
I A coercibilidade caracteriza-se pela possibilidade de a administra•‹o
pœblica executar decis›es pelos pr—prios meios, sem recorrer previamente
ao Poder Judici‡rio.
II A autoexecutoriedade caracteriza-se pela obriga•‹o de os administrados
observarem os comandos emitidos por atos de pol’cia.
III Denomina-se origin‡rio o poder de pol’cia que abrange leis e atos
administrativos provenientes de pessoas pol’ticas da Federa•‹o.
IV O poder de pol’cia Ž discricion‡rio, mas limitado por lei.
Est‹o certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

GABARITO ÒEÓ.
I) A possibilidade de a administra•‹o pœblica executar decis›es pelos pr—prios
meios, sem recorrer previamente ao Poder Judici‡rio Ž o atributo da
autoexecutoriedade e n‹o da coercibilidade.
II) A obriga•‹o de os administrados observarem os comandos emitidos por atos de
pol’cia, ainda que n‹o concordem com ele, Ž atributo da coercibilidade. A banca
inverteu os conceitos no item I e II.
III) O Poder de Pol’cia pode ser origin‡rio quando exercido pelas pessoas pol’ticas
ou delegado, quando exercido pela Administra•‹o Indireta, estando correto o
enunciado da assertiva.

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IV) O Poder de Pol’cia discricion‡rio, indeleg‡vel, coercitivo e autoexecut—rio.


Alguns cuidados. Existe manifesta•‹o do Poder de Pol’cia de forma vinculada, como
no caso de licen•a para exercer algumas profiss›es ou no caso de licen•a para
dirigir.
Deve-se tomar cuidado, ainda, quando se fala em indelegabilidade. De fato, o poder
de pol’cia Ž indeleg‡vel, contudo, as atividades materiais de suporte podem ser
delegadas. ƒ o t’pico caso dos radares de multa. A multa somente pode ser aplicada
pelo Estado, pois est‡ dentro de seu Poder de Pol’cia administrativa, mas n‹o tem
qualquer problema a instala•‹o e a manuten•‹o dos radares sejam feitas por
empresas privadas, pois esta Ž uma atividade material, de suporte, podendo,
portanto, ser delegada.
7.(Cespe/2017/TRE-BA/AJAA) A aplica•‹o de advert•ncia a servidor
pœblico, em decorr•ncia do cometimento de infra•‹o funcional, demonstra
o exerc’cio do poder
a) regulamentar.
b) disciplinar.
c) hier‡rquico.
d) vinculado.
e) de pol’cia.

GABARITO: ÒBÓ.
a) O poder regulamentar Ž aquele exclusivo dos chefes do Poder Executivo para que
possam fazer decretos e regulamentos.
Sobre os decretos, existem os decretos executivos que possuem a finalidade de
explicar, de detalhar, uma lei, sem ir alŽm do que a lei permite, sob ofensa ao
princ’pio da legalidade e existem os decretos aut™nomos.
Por meio destes, somente Ž poss’vel a organiza•‹o e funcionamento da
administra•‹o federal, quando n‹o implicar aumento de despesa nem cria•‹o ou
extin•‹o de —rg‹os pœblicos e a extin•‹o de fun•›es ou cargos pœblicos, quando
vagos, conforme art. 84, VI da CF.
Professor, mas outras autoridades n‹o podem emitir atos normativos tambŽm?
Claro que podem, contudo, nestes casos, a gente diz que est‹o no ‰mbito do Poder
Normativo.
- Chefe do Executivo: Poder Regulamentador
- Outras chefias: Poder Normativo
Este Ž o entendimento de boa parte da doutrina e o meu tambŽm ; ).
Mas, conforme explicado em quest‹o anterior, muito cuidado com a nossa banca
quanto a este tipo de quest‹o, j‡ que, ora ela aceita um pensamento e ora, outro.
b) O poder disciplinar Ž aquele atravŽs do qual a Administra•‹o Pœblica aplica

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san•›es aos seus agentes ou ˆqueles que de alguma forma est‹o ligados a ela,
como Ž o caso das concession‡rias, permission‡rias ou autorizat‡rias de servi•o
pœblico.
c) Pelo poder hier‡rquico, a Administra•‹o Pœblica organiza a sua estrutura, avoca e
delega compet•ncia e revisa o trabalho de subordinados.
d) Poder vinculado Ž o que ocorre quando todos os elementos est‹o de forma
regrada descritos na lei, sem que haja margem de discricionariedade ˆ
Administra•‹o.
e) Poder de pol’cia Ž atividade da administra•‹o pœblica que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a pr‡tica de ato ou absten•‹o de
fato, em raz‹o de interesse pœblico concernente ˆ seguran•a, ˆ higiene, ˆ ordem,
aos costumes, ˆ disciplina da produ•‹o e do mercado, ao exerc’cio de atividades
econ™micas dependentes de concess‹o ou autoriza•‹o do Poder Pœblico, ˆ
tranquilidade pœblica ou ao respeito ˆ propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
8.(Cespe/2016/PC-GO) Acerca dos poderes e deveres da administra•‹o
pœblica, assinale a op•‹o correta.
a) A autoexecutoriedade Ž considerada exemplo de abuso de poder: o agente
pœblico poder‡ impor medidas coativas a terceiros somente se autorizado pelo Poder
Judici‡rio.
b) Ë administra•‹o pœblica cabe o poder disciplinar para apurar infra•›es e aplicar
penalidades a pessoas sujeitas ˆ disciplina administrativa, mesmo que n‹o sejam
servidores pœblicos.
c) Poder vinculado Ž a prerrogativa do poder pœblico para escolher aspectos do ato
administrativo com base em critŽrios de conveni•ncia e oportunidade; n‹o Ž um
poder aut™nomo, devendo estar associado ao exerc’cio de outro poder.
d) Faz parte do poder regulamentar estabelecer uma rela•‹o de coordena•‹o e
subordina•‹o entre os v‡rios —rg‹os, incluindo o poder de delegar e avocar
atribui•›es.
e) O dever de prestar contas aos tribunais de contas Ž espec’fico dos servidores
pœblicos; n‹o Ž aplic‡vel a dirigente de entidade privada que receba recursos
pœblicos por conv•nio.

GABARITO: ÒBÓ.
a) Confesso que eu ri desta alternativa ; ). Nada a ver, nŽ? Dizer que a
autoexecutoriedade Ž abuso de poder, Ž viajar demais (rs). Ela Ž um atributo do ato
administrativo em que a Administra•‹o Pœblica n‹o necessita consultar o Poder
Judici‡rio para exercer sua fun•‹o.
b) O poder disciplinar alcance os servidores pœblicos, mas tambŽm os particulares
que, de alguma forma, estejam conectados com a Administra•‹o Pœblico, com Ž o
caso das concession‡rias, permission‡rias e autorizat‡rias.

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c) O poder descrito no enunciado Ž o discricion‡rio, em que existe a op•‹o de se


avaliar o mŽrito administrativo. No poder vinculado, inexiste a possibilidade de se
analisar o mŽrito, j‡ que todos os seus elementos est‹o de maneira regrada
descritos na lei.
d) A rela•‹o de coordena•‹o e subordina•‹o entre os v‡rios —rg‹os, incluindo o
poder de delegar e avocar atribui•›es est‡ relacionada ao poder hier‡rquico.
e) Todo aquele que arrecade, gerencie ou administre dinheiro pœblico, tem o dever
de prestar contas e n‹o somente o servidor, conforme art. 70, par‡grafo œnico da
CF:
Art. 70 (...)
Par‡grafo œnico. Prestar‡ contas qualquer pessoa f’sica ou jur’dica, pœblica
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores pœblicos ou pelos quais a Uni‹o responda, ou que, em nome
desta, assuma obriga•›es de natureza pecuni‡ria.

ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR

1.! O conceito de poderes administrativos, se atentando para a diferen•a entre eles


e os poderes estruturais;
2.! O conceito de poder vinculado;
3.! O conceito de poder discricion‡rio, se atentando para o fato de que o exerc’cio de
tal poder deve observar os limites legais e os princ’pios administrativos. Os
limites do controle judicial sobre os atos discricion‡rios;
4.! O conceito de poder hier‡rquico, se atentando para o fato de que est‡ presente
no ‰mbito de todos os poderes pol’ticos, bem como para as prerrogativas
decorrentes desse poder;
5.! O conceito de poder disciplinar e sua diferen•a do poder punitivo do Estado;
6.! O conceito de poder regulamentar. Diferen•a entre decretos de execu•‹o,
decretos aut™nomos e regulamentos autorizados, levando em conta o previsto
nos incisos IV e VI, bem como no par‡grafo œnico do art. 84 da CF. Controle do
Legislativo sobre o poder regulamentar do Executivo (inciso V do art. 49 da CF);
7.! O conceito de poder de pol’cia, se atendando para os seguintes fatos:
7.1)! compet•ncia para o exerc’cio do poder de policia, se atentando para a
reparti•‹o constitucional de compet•ncias baseada no princ’pio da
predomin‰ncia do interesse, bem como no disposto no art. 241 da CF;
7.2)! diferen•a entre poder de pol’cia e poder disciplinar;
7.3)! modalidades de poder de pol’cia;
7.4)! instrumentos que formalizam o poder de pol’cia;

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7.5)! ciclo de pol’cia (lembrar que nem todas as fases sempre est‹o presentes)
7.6)! diferen•a entre poder de pol’cia origin‡rio e delegado (levando em conta o
entendimento doutrin‡rio, do STF Ð ADI 1.717-DF Ð e do STJ Ð REsp
817.534/MG Ð sobre a possibilidade de delega•‹o do poder de pol’cia),
7.7)! atributos do poder de pol’cia;
7.8)! possibilidade de institui•‹o de taxas em raz‹o do exerc’cio do poder de
pol’cia (CF, art. 145, inciso II);
7.9)! diferen•a entre poder de pol’cia e presta•‹o de servi•os pœblicos;
7.10)! as tŽcnicas de atua•‹o do poder de pol’cia;
7.11)! o prazo de prescri•‹o da a•‹o punitiva da Administra•‹o Pœblica Federal
no exerc’cio do poder de pol’cia (caput do art. 1¼ da Lei 9.873/1999).
8.! Abuso de poder: conceito e espŽcies;
9.! Conceito de poder-dever de agir, levando em conta que a omiss‹o do agente
pode eventualmente ensejar sua responsabiliza•‹o e tambŽm do Estado;
10.! Conceito de dever de efici•ncia, levando em conta que a efici•ncia tambŽm Ž
um princ’pio de envergadura constitucional (art. 37, caput da CF);
11.! Conceito de dever de probidade, levando em conta o disposto tambŽm o
disposto no art. 37, ¤ 4¼ da CF;
12.! Conceito de dever de prestar contas, levando em conta que tal dever decorre
do princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico, se atentando, ainda, para o
disposto no art. 70, par‡grafo œnico da CF.

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO
***Question‡rio - somente perguntas***

1) O que s‹o poderes administrativos? Tais poderes podem ser


considerados estruturais?
2) Em que consiste o poder vinculado?
3) Em que consiste o poder discricion‡rio?
4) Em que consiste o poder hier‡rquico?
5) Em que consiste o poder disciplinar?
6) O poder disciplinar se confunde com o poder punitivo do Estado?
7) Em que consiste o poder regulamentar?
8) Qual a diferen•a entre decretos de execu•‹o, decretos aut™nomos e

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regulamentos autorizados?
9) ƒ poss’vel o exerc’cio de controle por parte do Poder Legislativo
sobre o poder regulamentar do Poder Executivo?
10) Em que consiste o poder de pol’cia?
11) Como se d‡ a distribui•‹o de compet•ncia para o exerc’cio do poder
de pol’cia por parte dos entes federados?
12) A qual ente compete o poder de pol’cia na fiscaliza•‹o da seguran•a
vi‡ria?
13) Qual a diferen•a entre o poder de pol’cia e o poder disciplinar, no
que diz respeito ao destinat‡rio da san•‹o?
14) Quais as modalidades do poder de pol’cia?
15) Como se formaliza o exerc’cio do poder de pol’cia?
16) Qual a diferen•a entre licen•a e autoriza•‹o?
17) O que Ž um alvar‡?
18) Explique o ciclo de pol’cia.
19) Quais fases est‹o sempre presentes no ciclo de pol’cia?
20) Qual a diferen•a entre poder de pol’cia origin‡rio e delegado?
21) Quais os atributos do poder de pol’cia?
22) Qual tributo poder‡ ser institu’do em raz‹o do exerc’cio do poder
de pol’cia, de acordo com a Constitui•‹o?
23) Qual a diferen•a entre poder de pol’cia e a presta•‹o de servi•os
pœblicos?
24) Qual a diferen•a entre a pol’cia administrativa e a judici‡ria?
25) Como podem ser divididas as tŽcnicas de atua•‹o do poder de
pol’cia para ordenar as atividades privadas? Explique cada uma
delas.
26) Qual o prazo de prescri•‹o da a•‹o punitiva da Administra•‹o
Pœblica Federal no exerc’cio do poder de pol’cia?
27) Em que consiste o abuso de poder? Quais suas espŽcies?
28) Em que consiste o poder-dever de agir?
29) Em que consiste o dever de efici•ncia?
30) Em que consiste o dever de probidade?
31) Em que consiste o dever de prestar contas?

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***Question‡rio: perguntas com respostas***

1)! O que s‹o poderes administrativos? Tais poderes podem ser


considerados estruturais?
S‹o o conjunto de prerrogativas de direito pœblico que a ordem jur’dica confere
aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus
fins1.
N‹o s‹o considerados poderes estruturais, mas sim, instrumentais, porque s‹o
meios (ÒinstrumentosÓ) ˆ disposi•‹o da Administra•‹o Pœblica para que atinja
seus objetivos, cumpra suas finalidades.
S‹o considerados poderes estruturais, na verdade, os poderes pol’ticos Ð
Executivo, Legislativo e Judici‡rio Ð, que foram a estrutura do Estado.
2)! Em que consiste o poder vinculado?
ƒ o poder que habilita e, ao mesmo tempo, obriga o agente pœblico a executar
os atos vinculados, na estrita conformidade como os par‰metros legais.
AlŽm disso, o poder vinculado fundamenta a pr‡tica de atos discricion‡rios no
que diz respeito aos seus aspectos vinculados: compet•ncia, forma e finalidade.
3)! Em que consiste o poder discricion‡rio?
ƒ o poder que confere ˆ Administra•‹o a prerrogativa de praticar e revogar atos
discricion‡rios, segundo a valora•‹o dos critŽrios de conveni•ncia e
oportunidade.
Cumpre destacar que o poder discricion‡rio n‹o dispensa que a Administra•‹o
observe os limites impostos pela lei e respeite os princ’pios administrativos,
notadamente os da razoabilidade e da proporcionalidade, sob pena de a conduta
ser considerada ilegal, sendo, por conseguinte, pass’vel de anula•‹o pela pr—pria
Administra•‹o ou pelo Poder Judici‡rio.
Vale lembrar, ainda, que no controle judicial dos atos discricion‡rios, a atua•‹o
do Poder Judici‡rio deve se restringir aos aspectos vinculados do ato e se furtar
de avaliar os critŽrios de conveni•ncia e oportunidade, respeitando a
discricionariedade administrativa nos limites em que ela Ž assegurada ˆ
Administra•‹o Pœblica pela lei.
4)! Em que consiste o poder hier‡rquico?
ƒ o poder que disp›e o Executivo (e a Administra•‹o dos demais poderes Ð ou
seja, est‡ presente no ‰mbito da fun•‹o administrativa, mas n‹o nas fun•›es
pr—prias do Poder Legislativo e do Poder Judici‡rio) para distribuir e escalonar as
fun•›es de seus —rg‹os, ordenar e rever a atua•‹o de seus agentes,
estabelecendo a rela•‹o de hierarquia. Diz respeito a atividades estritamente
internas da Administra•‹o Pœblica (n‹o invade a esfera de particulares sem

1
Carvalho Filho, 2016, p. 53.

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qualquer v’nculo com a Administra•‹o).


Tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades
administrativas, conferindo ao superior hier‡rquico, em rela•‹o a seus
subordinados, a prerrogativa de dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar
san•›es, bem como delegar e avocar compet•ncias, independentemente de que
haja sua previs‹o expressa em lei, uma vez que possui car‡ter irrestrito,
permanente e autom‡tico, por ser inerente ˆ organiza•‹o administrativa
hier‡rquica, presente n‹o somente no Poder Executivo, mas em todos os
poderes (s— n‹o h‡ hierarquia no Judici‡rio e no Legislativo no que tange ˆs
suas fun•›es pr—prias Ð no primeiro prevalece o princ’pio da livre convic•‹o do
juiz e, no segundo, vigora o principio da partilha das compet•ncias
constitucionais).
Com rela•‹o especificamente ˆ prerrogativa de o superior hier‡rquico dar ordens
aos seus subordinados, cabe a estes, por outro lado, o dever de obedi•ncia,
exceto quando a ordem for manifestamente ilegal. Isso porque a CF estipula que
ÒninguŽm ser‡ obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sen‹o
em virtude de leiÓ (art. 5¼, inciso II) Ð ou seja, o subordinado n‹o Ž obrigado
a fazer algo que desobede•a a lei. AlŽm disso, no que tange aos servidores
pœblicos federais, h‡ previs‹o expressa nesse sentido no inciso IV do art. 116 da
Lei 8.112/90:
Art. 116. S‹o deveres do servidor:
(...)
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
Com rela•‹o especificamente ao poder de fiscalizar, destacamos que se trata, na
verdade, de um verdadeiro poder-dever, j‡ que o superior deve acompanhar de
modo permanente a atua•‹o de seus subordinados.
Por sua vez, a prerrogativa de controlar (poder de controle) permite ao superior
hier‡rquico, de of’cio ou por provoca•‹o, adotar medidas concretas sobre a
atividade de seus subordinados, compreendendo a possibilidade de manter,
convalidar, anular e atŽ mesmo revogar atos por eles praticados, a depender do
caso concreto. Perceba, portanto, que o controle hier‡rquico pode incidir sobre
todos os aspectos dos atos praticados pelos subordinados, adentrando inclusive
no mŽrito, n‹o somente em quest›es de legalidade.
A prerrogativa de aplicar san•›es decorrente do poder hier‡rquico diz respeito
somente ˆs san•›es disciplinares, aplicadas sobre servidores pœblicos que
eventualmente venham a cometer infra•›es funcionais, n‹o se confundindo,
portanto, com as san•›es aplicadas a particulares por parte da Administra•‹o,
que decorrem do poder disciplinar ou do poder de pol’cia (a depender da
situa•‹o), j‡ que n‹o h‡ hierarquia entre a Administra•‹o e os administrados.
Por sua vez, o poder de delegar compet•ncias Ž a prerrogativa do agente
pœblico transferir, de forma discricion‡ria, revog‡vel a qualquer tempo e nos
limites estipulados pela lei, o exerc’cio de parcela de suas atribui•›es a um outro
agente ou —rg‹o (mesmo que n‹o subordinado), por motivos de natureza

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tŽcnica, econ™mica, jur’dica ou territorial, permanecendo a titularidade da


compet•ncia com a autoridade delegante.
ƒ preciso destacar que h‡ compet•ncias indeleg‡veis, como os atos pol’ticos e
as fun•›es t’picas de cada Poder (salvo nos casos expressamente previstos na
CF, como, por exemplo, o caso das leis delegadas, bem como na legisla•‹o).
Por fim, o poder de avocar Ž prerrogativa do superior hier‡rquico tomar para si,
de forma discricion‡ria e excepcional, o exerc’cio tempor‡rio de determinada
compet•ncia de um subordinado.
5)! Em que consiste o poder disciplinar?
ƒ a prerrogativa de a Administra•‹o (de qualquer dos poderes) aplicar san•›es
aos seus servidores, em decorr•ncia de infra•›es funcionais por eles cometidas,
bem como aos particulares a ela ligados mediante vinculo jur’dico espec’fico (via
contrato, conv•nio etc.) que eventualmente venham a cometer infra•›es
administrativas. Guarda correla•‹o, mas n‹o se confunde, com o poder
hier‡rquico. Assim como este œltimo poder, o poder disciplinar diz respeito a
atividades estritamente internas da Administra•‹o Pœblica (n‹o invade a esfera
de particulares sem qualquer v’nculo com a Administra•‹o).
6)! O poder disciplinar se confunde com o poder punitivo do Estado?
N‹o. O poder punitivo do Estado Ž exercido pelo Poder Judici‡rio sobre qualquer
pessoa, em raz‹o de afronta ˆ legisla•‹o penal (crimes, contraven•›es e
infra•›es penais) e c’vel.
Por sua vez, no poder disciplinar, a san•‹o, de natureza administrativa-
funcional, pode ser aplicada somente ˆqueles que possuem v’nculo jur’dico
espec’fico com a Administra•‹o, como os servidores e empregados pœblicos (que
possuem v’nculo funcional), as empresas contratadas para prestar algum servi•o
(v’nculo contratual) etc.
7)! Em que consiste o poder regulamentar?
ƒ a prerrogativa do chefe do Poder Executivo de editar privativamente certos
atos administrativos normativos, sendo materializada mediante decretos e
regulamentos de execu•‹o e decretos aut™nomos.
8)! Qual a diferen•a entre decretos de execu•‹o, decretos aut™nomos e
regulamentos autorizados?
Os decretos de execu•‹o ou regulamentares s‹o atos normativos secund‡rios
(porque derivam da lei), editados com fulcro no inciso IV do art. 84 da CF, para
possibilitar a execu•‹o fiel de leis que envolvam a Administra•‹o Pœblica Ð ou
seja, i) n‹o podem inovar no ordenamento jur’dico e ii) n‹o podem
regulamentar leis que n‹o envolvam a Adm. Pœblica Ð, sendo uma compet•ncia
privativa do chefe do Poder Executivo e n‹o pass’vel de delega•‹o, conforme
par‡grafo œnico do mesmo art. 84 da CF. Vejamos o teor desses dispositivos:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica:

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(...)
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execu•‹o;
(...)
Par‡grafo œnico. O Presidente da Repœblica poder‡ delegar as atribui•›es
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de
Estado, ao Procurador-Geral da Repœblica ou ao Advogado-Geral da Uni‹o,
que observar‹o os limites tra•ados nas respectivas delega•›es [perceba que o
inciso IV n‹o se encontra no rol de atribui•›es deleg‡veis]

Por sua vez, os decretos aut™nomos s‹o atos normativos prim‡rios (porque
derivam diretamente da Constitui•‹o) que se prestam a normatizar as matŽrias
expressamente elencadas nas al’neas ÒaÓ e ÒbÓ do inciso VI do art. 84 da CF,
sendo uma compet•ncia privativa do chefe do Poder Executivo, pass’vel de
delega•‹o ˆs autoridades previstas no par‡grafo œnico do mesmo art. 84 da CF
(j‡ transcrito na resposta da quest‹o anterior). Vejamos as matŽrias que podem
ser tratadas por decretos aut™nomos:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica:
(...)
VI Ð dispor, mediante decreto, sobre:
a) organiza•‹o e funcionamento da administra•‹o federal, quando n‹o
implicar aumento de despesa nem cria•‹o ou extin•‹o de —rg‹os pœblicos;
b) extin•‹o de fun•›es ou cargos pœblicos, quando vagos;

Por œltimo, os regulamentos autorizados s‹o atos normativos que


complementam a lei, especialmente em matŽrias de natureza tŽcnica, n‹o se
limitando apenas a regulament‡-la, a lhe dar fiel execu•‹o. Dependem de prŽvia
autoriza•‹o legal para que sejam editados. Como exemplo desse ato normativo,
mencionamos os regulamentos de natureza estritamente tŽcnica expedidos
pelas ag•ncias reguladoras.
Ao contr‡rio dos decretos de execu•‹o e regulamentares, bem como dos
decretos aut™nomos, que derivam do poder regulamentar da Administra•‹o, os
regulamentos autorizados s‹o uma manifesta•‹o do poder normativo.
Cumpre destacar, por fim, que essa possibilidade de se transferir do Poder
Legislativo, mediante autoriza•‹o legislativa, a fun•‹o normativa de
determinadas matŽrias espec’ficas para a Administra•‹o, consiste no instituto da
deslegaliza•‹o2. Nessa situa•‹o, o pr—prio legislador retira certas matŽrias do
dom’nio da lei.3

2
Gostar’amos de destacar, tambŽm, para fins de fixa•‹o da ideia de deslegaliza•‹o, o conceito da lavra
de Mar•al Justen Filho (2014): Òtransfer•ncia, por meio de lei, de compet•ncia normativa prim‡ria para
a Administra•‹o PœblicaÓ.

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9)! ƒ poss’vel o exerc’cio de controle por parte do Poder Legislativo sobre o


poder regulamentar do Poder Executivo?
Sim, o Congresso Nacional poder‡ sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar, conforme inciso V do art. 49 da CF:
Art. 49. ƒ da compet•ncia exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delega•‹o legislativa;

10)! Em que consiste o poder de pol’cia?


Consiste na prerrogativa de a Administra•‹o condicionar ou restringir a
liberdade e a propriedade (ou seja, o uso de bens, o exerc’cio de direitos e a
pr‡tica de atividades privadas, ou, simplesmente, a autonomia privada), com o
objetivo de ajust‡-los ao interesse geral da coletividade (interesse pœblico),
pautada nos princ’pios da legalidade e da proporcionalidade.
11)! Como se d‡ a distribui•‹o de compet•ncia para o exerc’cio do poder de
pol’cia por parte dos entes federados?
Se n‹o houver regra espec’fica, a compet•ncia para exercer o poder de pol’cia Ž
do ente ao qual a CF conferiu o poder de regulamentar a matŽria. Nesse
sentido, considerando a reparti•‹o constitucional de matŽrias pelo princ’pio da
predomin‰ncia do interesse, temos:
a)! os assuntos de interesse nacional, que envolvem eventos que transcendem
os limites de um œnico estado-membro, ficam sujeitos ˆ regulamenta•‹o e ˆ
pol’cia administrativa exercida pela Uni‹o;
b)! as matŽrias de interesse regional, que envolvem eventos que ultrapassam os
limites de um munic’pio, sujeitam-se ˆs normas e ˆ pol’cia administrativa
exercida pelo estado;
c)! e os assuntos de interesse local, que envolvem eventos cuja repercuss‹o se
limite ao ‰mbito do munic’pio, subordinam-se ˆ regulamenta•‹o e poder de
pol’cia exercido pelo munic’pio.
Por outro lado, vale lembrar que nas hip—teses de compet•ncia concorrente, o
exerc’cio do poder de pol’cia ser‡ realizado de forma conjunta por entes
federados diversos. Nesse cen‡rio, Ž poss’vel que os entes se valham da
execu•‹o cooperada do poder de pol’cia, em regime de gest‹o associada,
conforme art. 241 da CF:
Art. 241. A Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic’pios disciplinar‹o
por meio de lei os cons—rcios pœblicos e os conv•nios de coopera•‹o entre os
entes federados, autorizando a gest‹o associada de servi•os pœblicos, bem
como a transfer•ncia total ou parcial de encargos, servi•os, pessoal e bens

3
LIMA, 2013, p. 182.

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essenciais ˆ continuidade dos servi•os transferidos.

12)! A qual ente compete o poder de pol’cia na fiscaliza•‹o da seguran•a


vi‡ria?
Especificamente no que toca ˆ seguran•a vi‡ria, compete aos estados-membros,
Distrito Federal e munic’pios, por meio de seus —rg‹os ou entidades executivos e
seus agentes de tr‰nsito, conforme inciso II do ¤ 10 do art. 144 da CF:
¤ 10. A seguran•a vi‡ria, exercida para a preserva•‹o da ordem pœblica e da
incolumidade das pessoas e do seu patrim™nio nas vias pœblicas:
(..)
II - compete, no ‰mbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios,
aos respectivos —rg‹os ou entidades executivos e seus agentes de tr‰nsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei.

13)! Qual a diferen•a entre o poder de pol’cia e o poder disciplinar, no que


diz respeito ao destinat‡rio da san•‹o?
No poder disciplinar, a san•‹o pode ser aplicada somente ˆqueles que possuem
v’nculo jur’dico espec’fico com a Administra•‹o, como os servidores e
empregados pœblicos (que possuem v’nculo funcional), as empresas contratadas
para prestar algum servi•o (v’nculo contratual) etc.
Por sua vez, no poder de pol’cia, a san•‹o pode ser aplicada a quaisquer
pessoas que exer•am atividade que possa vir a acarretar risco ou transtorno ˆ
sociedade (por isso diz-se que tais pessoas possuem v’nculo geral com a
Administra•‹o).
14)! Quais as modalidades do poder de pol’cia?
Poder de pol’cia preventivo ou repressivo.
O poder de pol’cia preventivo ocorre quando o particular necessita de anu•ncia
prŽvia (formalizada por uma licen•a ou uma autoriza•‹o, por exemplo) da
Administra•‹o para exercer determinada atividade.
J‡ no poder de pol’cia repressivo, ocorre a aplica•‹o de san•›es administrativas
a particulares em raz‹o de infra•›es a normas de ordem pœblica (ex: multas
administrativas, interdi•‹o de estabelecimentos comerciais, apreens‹o de
mercadorias piratas etc.).
15)! Como se formaliza o exerc’cio do poder de pol’cia?
Basicamente, por meio de atos normativos (genŽricos, abstratos e impessoais),
como decretos, regulamentos, portarias etc., em que s‹o impostas restri•›es
aos particulares, bem como de atos concretos (direcionados a certos indiv’duos),
tanto de natureza sancionat—ria (ex: multa), quanto de consentimento (ex:
licen•as e autoriza•›es).
16)! Qual a diferen•a entre licen•a e autoriza•‹o?
A licen•a Ž um ato vinculado e, como regra, definitivo. J‡ a autoriza•‹o Ž um ato
discricion‡rio e prec‡rio.

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17)! O que Ž um alvar‡?


ƒ um instrumento que geralmente formaliza as licen•as e as autoriza•›es
(lembrar que esses œltimos s‹o verdadeiros atos administrativos em si). Assim
temos o Òalvar‡ de licen•aÓ e o Òalvar‡ de autoriza•‹oÓ.
ƒ poss’vel que as licen•as e as autoriza•›es sejam formalizadas, tambŽm, por
carteiras, declara•›es, certificados etc.
18)! Explique o ciclo de pol’cia.
O ciclo de pol’cia compreende a sequ•ncia de atividades que integram o
exerc’cio do poder de pol’cia. As atividades s‹o i) legisla•‹o, ii) consentimento,
iii) fiscaliza•‹o e iv) san•‹o.
A legisla•‹o (ou ordem de pol’cia) Ž a fase inicial que institui os limites ao
exerc’cio de atividades privadas e ao uso de bens, dependendo de previs‹o em
lei em raz‹o do princ’pio da legalidade.
O consentimento de pol’cia diz respeito ˆ anu•ncia prŽvia da Administra•‹o
(formalizada geralmente por meio de licen•as e autoriza•›es) para a realiza•‹o
de determinadas atividades ou frui•‹o de determinados direitos. Tal anu•ncia
tambŽm deve estar prevista em lei para ser exigida.
A fiscaliza•‹o de pol’cia Ž a verifica•‹o, por parte da Administra•‹o, quanto o
cumprimento, pelo particular, das regras e condi•›es da ordem de pol’cia
(legisla•‹o) e, se for o caso, da licen•a/autoriza•‹o (consentimento).
Por fim, a san•‹o de pol’cia decorre da constata•‹o de infra•‹o ˆs regras e
condi•›es da ordem de pol’cia ou da licen•a/autoriza•‹o, resultando na
aplica•‹o de alguma medida repressiva ao particular (como uma multa ou outra
san•‹o prevista na lei de reg•ncia).
19)! Quais fases est‹o sempre presentes no ciclo de pol’cia?
Fases de legisla•‹o e de fiscaliza•‹o, j‡ que a fase de consentimento ocorre
somente se a lei estipular a necessidade de licen•a/autoriza•‹o para a realiza•‹o
de determinadas atividades ou uso de bens, e a fase de san•‹o ocorre somente
se alguma irregularidade Ž encontrada no caso concreto, o que nem sempre
pode ocorrer.
Assim, Ž perfeitamente poss’vel que um ciclo de pol’cia se complete apenas com
as fases de legisla•‹o e fiscaliza•‹o.
20)! Qual a diferen•a entre poder de pol’cia origin‡rio e delegado?
O poder de pol’cia origin‡rio Ž o exerc’cio pela Administra•‹o Direta, enquanto o
poder de pol’cia delegado Ž exercido pelas entidades de direito pœblico
pertencentes ˆ Administra•‹o Indireta (autarquias e funda•›es pœblicas de
direito pœblico).
A doutrina majorit‡ria entende que n‹o Ž poss’vel a delega•‹o do poder de
pol’cia a entidades da Administra•‹o Indireta de direito privado.
Por outro lado, o STJ entende que as fases de consentimento e de fiscaliza•‹o

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(somente essas fases) podem ser delegadas a entidades de direito privado


integrantes da Administra•‹o Pœblica4.
Com rela•‹o ˆ possibilidade de delega•‹o do poder de pol’cia a pessoas privadas
n‹o integrantes da Administra•‹o Pœblica (formal), tanto a doutrina majorit‡ria
quanto o STF5 entendem que n‹o Ž poss’vel, mesmo que a delega•‹o seja
realizada por meio de lei.
Entretanto, isso n‹o impede o Poder Pœblico de contratar com particulares o
desempenho de atividades de apoio, acess—rias ao exerc’cio do poder de pol’cia,
como a operacionaliza•‹o de m‡quinas e equipamentos em atividades de
fiscaliza•‹o (o que n‹o caracteriza delega•‹o do poder de pol’cia).
21)! Quais os atributos do poder de pol’cia?
Discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
Discricionariedade: a Administra•‹o possui certa liberdade de atua•‹o, podendo
determinar quais atividades ir‡ fiscalizar e quais san•›es ser‹o aplicadas, bem
como sua grada•‹o, observando sempre os limites legalmente impostos. ƒ
importante frisar, por outro lado, que a exist•ncia do atributo da
discricionariedade n‹o impede que a lei vincule a pr‡tica de determinados atos
de pol’cia administrativa.
Autoexecutoriedade: possibilita que certos atos administrativos (n‹o todos)
praticados no exerc’cio do poder de pol’cia sejam executados de forma imediata
e direta pela Administra•‹o, sem necessidade de prŽvia autoriza•‹o judicial.
Coercibilidade: possibilidade de imposi•‹o coativa, inclusive mediante o
emprego da for•a, das medidas adotadas no exerc’cio do poder de pol’cia.
ConvŽm destacar, por fim, que nem todos os atos de pol’cia administrativa s‹o
dotados dos atributos da autoexecutoriedade e da coercibilidade, como a
concess‹o de licen•as e a cobran•a de multa n‹o paga espontaneamente pelo
particular.
22)! Qual tributo poder‡ ser institu’do em raz‹o do exerc’cio do poder de
pol’cia, de acordo com a Constitui•‹o?
Taxa, consoante inciso II do art. 145:
Art. 145. A Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic’pios poder‹o instituir os
seguintes tributos:
(...)
II - taxas, em raz‹o do exerc’cio do poder de pol’cia ou pela utiliza•‹o, efetiva
ou potencial, de servi•os pœblicos espec’ficos e divis’veis, prestados ao contribuinte
ou postos a sua disposi•‹o;

23)! Qual a diferen•a entre poder de pol’cia e a presta•‹o de servi•os

4
EDcl no REsp 817.534/MG, 2» T.
5
ADI 1.717-DF.

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pœblicos?
A pol’cia administrativa Ž uma considerada atividade negativa (porque restringe
direitos) e integra o rol das atividades jur’dicas do Estado (porque se funda no
poder de impŽrio), j‡ a presta•‹o de servi•os pœblicos Ž uma considerada
atividade positiva (oferece comodidades e utilidades aos seus usu‡rios) e
integra as atividades sociais do Estado (incrementam o bem-estar social, n‹o
decorrendo do poder de impŽrio).
AlŽm disso, ao contr‡rio dos servi•os pœblicos, o poder de pol’cia Ž indeleg‡vel a
particulares.
24)! Qual a diferen•a entre a pol’cia administrativa e a judici‡ria?
A pol’cia administrativa diz respeito a infra•›es de natureza administrativa, Ž
exercida por —rg‹os administrativos integrantes dos mais diversos setores de
toda a Administra•‹o Pœblica, geralmente sobre atividades, bens e direitos,
tendo car‡ter notadamente preventivo Ð atua antes da ocorr•ncia do il’cito,
buscando sua preven•‹o (embora medidas repressivas possam ser adotadas).
Por sua vez, a pol’cia judici‡ria diz respeito ˆ apura•‹o de il’citos de natureza
penal, Ž exercida por corpora•›es especializadas (Pol’cia Civil, Pol’cia Federal e
Pol’cia Militar Ð esta œltima tambŽm desempenha atividade de pol’cia
administrativa) diretamente sobre pessoas, tendo car‡ter notadamente
repressivo Ð geralmente intervŽm quando o il’cito j‡ foi praticado, se prestando
a realizar sua apura•‹o.
ConvŽm mencionar que a atua•‹o das duas pol’cias n‹o Ž excludente6.
25)! Como podem ser divididas as tŽcnicas de atua•‹o do poder de pol’cia
para ordenar as atividades privadas? Explique cada uma delas.
TŽcnicas de informa•‹o, de condicionamento e sancionat—ria.
As tŽcnicas de informa•‹o s‹o aquelas que exigem dos cidad‹os a presta•‹o de
informa•‹o sobre a pr—pria exist•ncia das pessoas f’sicas e jur’dicas e sobre
atividades por ela desenvolvidas, incluindo a comunica•‹o de ocorr•ncia de
determinados fatos (ex: dever imposto aos mŽdicos de comunicar a ocorr•ncia
de certas doen•as contagiosas).
J‡ as tŽcnicas de condicionamento s‹o aquelas que imp›em aos particulares o
cumprimento de exig•ncias (ou requisitos) para desempenhem determinadas
atividades (ex: autoriza•›es).
Por fim, as tŽcnicas sancionat—rias est‹o consubstanciadas na imposi•‹o de
san•›es aos particulares que violem regras necess‡rias ao desempenho de
certas atividades privadas (ex: multas de tr‰nsito).
26)! Qual o prazo de prescri•‹o da a•‹o punitiva da Administra•‹o Pœblica
Federal no exerc’cio do poder de pol’cia?

6
Furtado, 2016, p. 582.

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5 anos, contados da data contados da data da pr‡tica do ato ou, no caso de


infra•‹o permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado, consoante
caput do art. 1¼ da Lei 9.873/1999:
Art. 1¼ Prescreve em cinco anos a a•‹o punitiva da Administra•‹o Pœblica Federal,
direta e indireta, no exerc’cio do poder de pol’cia, objetivando apurar infra•‹o ˆ
legisla•‹o em vigor, contados da data da pr‡tica do ato ou, no caso de infra•‹o
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

27)! Em que consiste o abuso de poder? Quais suas espŽcies?


ƒ o exerc’cio, comissivo ou omissivo, dos poderes e prerrogativas conferidas ˆ
Administra•‹o fora dos limites impostos pelo ordenamento jur’dico.
As espŽcies de abuso de poder s‹o o excesso de poder e o desvio de poder.
O excesso de poder ocorre quando o agente atua fora dos limites das suas
compet•ncias (v’cio do elemento compet•ncia) ou tambŽm quando o agente,
embora possua a compet•ncia para agir, atua a de forma desproporcional
(atua•‹o desproporcional).
O desvio de poder (ou desvio de finalidade) ocorre quando o agente pratica ato
contr‡rio a finalidade expl’cita ou impl’cita na lei que respalda sua atua•‹o (v’cio
do elemento finalidade).
28)! Em que consiste o poder-dever de agir?
Consiste no dever do agente pœblico de exercer efetivamente os poderes
administrativos a ele conferidos, vedando-lhe a inŽrcia em situa•›es que exigem
sua atua•‹o, o que poder‡ caracterizar abuso de poder e ensejar sua
responsabiliza•‹o nas esferas c’vel, penal e administrativa, bem como
responsabilidade civil da Administra•‹o Pœblica pelos danos eventualmente
causados pela omiss‹o ilegal.
29)! Em que consiste o dever de efici•ncia?
Consiste no dever do agente pœblico de atuar com celeridade, perfei•‹o tŽcnica,
rendimento funcional, se valendo da boa administra•‹o.
Devido a sua import‰ncia, o dever de efici•ncia foi elevado a princ’pio
constitucional (art. 37, caput da CF).
30)! Em que consiste o dever de probidade?
Consiste no dever do agente pœblico de atuar com legitimidade, honestidade,
Žtica, boa-fŽ, n‹o sendo suficiente observar a lei formal, mas tambŽm se pautar
pela moralidade e sempre com vistas ao atendimento da finalidade pœblica.
Inclusive, a Lei 8.429/1992 tipifica e sanciona os atos de improbidade
administrativa, regulamentando o art. 37, ¤ 4¼ da CF, que assim disp›e:
¤ 4¼ - Os atos de improbidade administrativa importar‹o a suspens‹o dos
direitos pol’ticos, a perda da fun•‹o pœblica, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao er‡rio, na forma e grada•‹o previstas em lei, sem preju’zo
da a•‹o penal cab’vel.

31)! Em que consiste o dever de prestar contas?

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Decorrente do princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico, o dever de


prestar contas consiste na necessidade de transpar•ncia dos atos estatais e da
aplica•‹o dos recursos pœblicos Ð inclusive quando feita por particulares,
conforme disp›e o art. 70, par‡grafo œnico da CF:
Par‡grafo œnico. Prestar‡ contas qualquer pessoa f’sica ou jur’dica,
pœblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores pœblicos ou pelos quais a Uni‹o responda, ou
que, em nome desta, assuma obriga•›es de natureza pecuni‡ria.

...
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ANEXO I – LISTA DE QUESTÕES

1.(Cespe/2017/TCE-PE/Auditor de Controle Externo) Com rela•‹o a agentes


pœblicos, atos administrativos, poderes da administra•‹o pœblica e
responsabilidade civil do Estado, julgue o item subsequente.
Ainda que a lei ofere•a ao agente pœblico mais de uma alternativa para o exerc’cio do
poder de pol’cia, a autoridade ter‡ limita•›es quanto ao meio de a•‹o.
2.(Cespe/2017/SEDF) No que se refere aos poderes administrativos, aos
atos administrativos e ao controle da administra•‹o, julgue o item seguinte.
A administra•‹o, ao editar atos normativos, como resolu•›es e portarias, que criam
normas estabelecedoras de limita•›es administrativas gerais, exerce o denominado
poder regulamentar.
3.(Cespe/2017/SEDF) No que se refere aos poderes administrativos, aos
atos administrativos e ao controle da administra•‹o, julgue o item seguinte.
A avoca•‹o se verifica quando o superior chama para si a compet•ncia de um —rg‹o
ou agente pœblico que lhe seja subordinado. Esse movimento, que Ž excepcional e
tempor‡rio, decorre do poder administrativo hier‡rquico.
4.(Cespe/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos poderes
da administra•‹o pœblica e dos servi•os pœblicos, julgue o item que se segue.
A prerrogativa da administra•‹o de impor san•›es a seus servidores,
independentemente de decis‹o judicial, decorre imediatamente do poder disciplinar e
mediatamente do poder hier‡rquico.
5.(Cespe/2017/TRT-7) Para garantir maior seguran•a ˆ coletividade, foi
determinada restri•‹o do acesso a certa ‡rea pœblica, que era utilizada
livremente por todos.
Nessa situa•‹o, com base nos poderes administrativos, essa determina•‹o Ž
a) irregular, porque extrapola o poder hier‡rquico exercido pela administra•‹o pœblica
em desfavor do particular.
b) irregular, tendo em vista que a administra•‹o n‹o pode restringir o acesso a bens
pœblicos por configurar isso abuso de poder.
c) v‡lida, em decorr•ncia do poder regulamentar conferido ao ente pœblico.
d) v‡lida, em decorr•ncia do poder de pol’cia que visa ao interesse da coletividade.
6.(Cespe/2017/SARES-PE) Com rela•‹o ao poder de pol’cia, julgue os itens a
seguir.
I A coercibilidade caracteriza-se pela possibilidade de a administra•‹o
pœblica executar decis›es pelos pr—prios meios, sem recorrer previamente ao
Poder Judici‡rio.

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II A autoexecutoriedade caracteriza-se pela obriga•‹o de os administrados


observarem os comandos emitidos por atos de pol’cia.
III Denomina-se origin‡rio o poder de pol’cia que abrange leis e atos
administrativos provenientes de pessoas pol’ticas da Federa•‹o.
IV O poder de pol’cia Ž discricion‡rio, mas limitado por lei.
Est‹o certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
7.(Cespe/2017/TRE-BA/AJAA) A aplica•‹o de advert•ncia a servidor pœblico,
em decorr•ncia do cometimento de infra•‹o funcional, demonstra o exerc’cio
do poder
a) regulamentar.
b) disciplinar.
c) hier‡rquico.
d) vinculado.
e) de pol’cia.
8.(Cespe/2016/PC-GO) Acerca dos poderes e deveres da administra•‹o
pœblica, assinale a op•‹o correta.
a) A autoexecutoriedade Ž considerada exemplo de abuso de poder: o agente pœblico
poder‡ impor medidas coativas a terceiros somente se autorizado pelo Poder
Judici‡rio.
b) Ë administra•‹o pœblica cabe o poder disciplinar para apurar infra•›es e aplicar
penalidades a pessoas sujeitas ˆ disciplina administrativa, mesmo que n‹o sejam
servidores pœblicos.
c) Poder vinculado Ž a prerrogativa do poder pœblico para escolher aspectos do ato
administrativo com base em critŽrios de conveni•ncia e oportunidade; n‹o Ž um poder
aut™nomo, devendo estar associado ao exerc’cio de outro poder.
d) Faz parte do poder regulamentar estabelecer uma rela•‹o de coordena•‹o e
subordina•‹o entre os v‡rios —rg‹os, incluindo o poder de delegar e avocar
atribui•›es.
e) O dever de prestar contas aos tribunais de contas Ž espec’fico dos servidores
pœblicos; n‹o Ž aplic‡vel a dirigente de entidade privada que receba recursos pœblicos
por conv•nio.
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GABARITO QUESTÍES OBJETIVAS

1.C 2.E 3.C

4.C 5.D 6.E

7.B 8.B
!
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito
constitucional para concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; S‹o Paulo: MƒTODO,
2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constitui•‹o e o Supremo. 5. ed. Bras’lia:
STF, Secretaria de Documenta•‹o, 2016.
CARVALHO FILHO, JosŽ dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. S‹o
Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte:
F—rum, 2016.
JUSTEN FILHO, Mar•al. Curso de direito administrativo. 10. ed. S‹o Paulo: Revista
dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Ag•ncias reguladoras e o poder normativo. 1. ed. S‹o
Paulo: Baraœna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. S‹o Paulo: Saraiva,
2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. S‹o Paulo:
Malheiros, 2014.
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