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SUMÁRIO
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................................... 2
1. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE ............................................................................................................... 2
1.1 – SENTIDO ............................................................................................................................................ 2
1.2 – ASPECTOS RELEVANTES .................................................................................................................... 2
1.3 – O § 1º DO ART. 37 DA CF/88 ............................................................................................................. 3
1.4 – CONSEQUÊNCIAS RELEVANTES......................................................................................................... 3
2. PRINCÍPIO DA MORALIDADE...................................................................................................................... 3
2.1 – SENTIDO ............................................................................................................................................ 3
2.2 – CONCEITO ......................................................................................................................................... 4
2.3 – A MORALIDADE ADMINISTRATIVA É OBJETIVA E TEM NATUREZA JURÍDICA................................... 4
2.4 – INSTRUMENTOS DE CONTROLE DA MORALIDADE ........................................................................... 4
2.5 – A MORALIDADE E OS PODERES ADMINISTRATIVOS ......................................................................... 5
2.6 – APLICAÇÃO DA SÚMULA VINCULANTE 13 ........................................................................................ 5

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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
1. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
1.1 – SENTIDO
É impessoal aquilo que não pertence a uma pessoa em especial.
O princípio da impessoalidade traz o sentido de neutralidade, imparcialidade ou ausência
de subjetivismo.
Referido princípio estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público,
impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispensados pela Administração
Pública aos particulares administrados.
Trata-se de um princípio expresso no artigo 37 da Constituição Federal e no art. 2º,
parágrafo único, incisos II e III, da Lei nº 9.784/99 – Lei do Processo Administrativo Federal,
conforme ora transcreve-se:
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados,
entre outros, os critérios de:
I - ........................................................................................................................................;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou
parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a
promoção pessoal de agentes ou autoridades;

1.2 – ASPECTOS RELEVANTES


Atendimentos a fins de interesse geral. Este aspecto reflete a aplicação do princípio da
finalidade pública, segundo o qual o alvo a ser alcançado pela Administração Pública é somente
o interesse público, isto é, o interesse do povo em sua maioria. Por outro lado, a decisão
administrativa que busca alcançar interesses particulares ou de terceiros estará eivada de vício
configurado do denominado desvio de poder ou de finalidade. Ao agir visando a finalidade
pública prevista na lei, a Administração Pública imprime impessoalidade na atuação, evitando
tomar decisões baseadas em preferência pessoal ou sentimento de perseguição.
Objetividade no atendimento do interesse público. Aqui, objetiva-se a igualdade de
tratamento que a Administração Pública deve oferecer aos administrados que se encontrem em
idêntica situação jurídica. Em que pese a proximidade de conteúdo, o princípio da
impessoalidade é diferente do princípio da isonomia. Nesse aspecto, a professora Lucia do Valle
Figueiredo esclarece: “É possível haver tratamento igual a determinado grupo (que estaria
satisfazendo o princípio da igualdade); porém, se ditado por conveniências pessoais do grupo
e/ou do administrador, está infringindo a impessoalidade”.
Vedação à promoção pessoal de agentes ou autoridades. Neste terceiro aspecto,
veda-se ao administrador público a utilização da “máquina” administrativa para se promover
pessoalmente, proibindo o uso de nomes, símbolos ou imagens nos atos, programas, obras,
serviços e campanhas, conforme previsão constante no § 1º do art. 37 da Constituição Federal.
Assim, a atuação dos agentes públicos é imputada ao Estado, significando um agir impessoal da
Administração. Porquanto, as realizações não devem ser atribuídas à pessoa física do agente
público, mas a pessoa jurídica estatal a que estiver ligado.

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1.3 – O § 1º DO ART. 37 DA CF/88


Art. 37. .....................................................................................................................
§1° A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

1.4 – CONSEQUÊNCIAS RELEVANTES


I. Aplicação da teoria do órgão ou da imputação, por meio da qual a atuação dos agentes
públicos é imputada ao Estado;
II. Adoção da responsabilidade civil objetiva do Estado, conforme disposto no § 6º do art.
37, da CF/88;
III. Validade dos atos praticados por agentes públicos de fato (trata-se do agente investido
irregularmente no cargo por não atender a um dos requisitos para o seu devido provimento,
como, por exemplo, nível de escolaridade, idade mínima ou máxima, gozar de boa saúde
física e mental etc.); e
IV. Adoção dos institutos do impedimento e da suspeição nos processos administrativos,
que exigem dos agentes públicos uma atuação imparcial e objetiva.

2. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
2.1 – SENTIDO
Este princípio exige dos agentes públicos que atuem segundo padrões éticos de
probidade, decoro e boa-fé. Além disso, deve-se distinguir o que é honesto do que é desonesto,
o justo do injusto para o alcance verdadeiro do interesse público.
A moralidade administrativa exige do administrador público o cumprimento de regras
que assegurem a boa administração e a disciplina interna na Administração Pública.
O artigo 37 da Constituição Federal também se referiu expressamente ao princípio da
moralidade administrativa, determinando a necessidade de sua proteção e a responsabilização
do administrador público imoral.
O art. 2º, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 9.784/99 – Lei do Processo Administrativo
Federal – também fez menção ao referido princípio administrativo:
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados,
entre outros, os critérios de:
........................................................................................................................................;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

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2.2 – CONCEITO
Não é uma tarefa fácil definir o que vem a ser moralidade administrativa, pois, para muitos
trata-se de um conceito jurídico indeterminado, isto é, uma expressão de conteúdo vago não
definida pelo legislador.
Entretanto, costuma-se afirmar que a moralidade administrativa trata-se de um conjunto
de regras de condutas extraídas da boa e útil disciplina interna da Administração Pública. Na
verdade, há uma moral institucional, contida na lei, e há uma administrativa, que é imposta de
dentro e vigora no próprio ambiente institucional e condiciona a utilização de qualquer poder
jurídico.

2.3 – A MORALIDADE ADMINISTRATIVA É OBJETIVA E TEM NATUREZA


JURÍDICA
Afirma-se que a moralidade administrativa é objetiva porque o conceito de moral não é
extraído das convicções subjetivas dos agentes públicos. As lições do professor Alexandre
Mazza são claríssimas quanto a esse aspecto relevante do princípio da moralidade
administrativa:
“A moralidade administrativa difere da moralidade comum. O princípio jurídico
da moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à moral comum
vigente na sociedade, mas exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro,
lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de
boa administração. Certas formas de ação e modos de tratar com a coisa pública,
ainda que não impostos diretamente pela lei, passam a fazer parte dos
comportamentos socialmente esperados de um bom administrador público,
incorporando-se gradativamente ao conjunto de condutas que o Direito torna
exigíveis”.

Diferentemente da moralidade do sensu comum, a moralidade administrativa tem


natureza jurídica em virtude de ser passível de controle de legalidade pela própria
Administração Pública, assim como pelo Poder Judiciário. Assim, o ato administrativo imoral é
também ilegítimo, devendo, portanto, ser invalidado.
Diante disso, é possível afirmar que a moralidade administrativa constitui requisito de
validade do ato administrativo.

2.4 – INSTRUMENTOS DE CONTROLE DA MORALIDADE


Entre os instrumentos de controle da moralidade administrativa, é possível citar:
I. Lei nº 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa: que regulamentou o § 4º do
artigo 37 da CF/88, prevendo em seu contexto as espécies de ato de improbidade, como por
exemplo, os atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito; os que causam
prejuízo ao erário; os decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro
ou tributário e os atos de improbidade que atentam contra os princípio da Administração;
II. Lei nº 4.717/65 – Lei da Ação Popular: a ser proposta por qualquer cidadão contra
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural;

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III. Lei nº 7.347/85 – Lei da Ação Civil Pública: que trata das ações de responsabilidade
por danos morais e patrimoniais causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro
interesse difuso ou coletivo, por infração da ordem econômica, à ordem urbanística, à honra
e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio público e social.

2.5 – A MORALIDADE E OS PODERES ADMINISTRATIVOS


A moralidade administrativa condiciona o exercício de todos os poderes administrativos,
inclusive o poder discricionário, que confere certa margem de liberdade ao administrador
público, nos limites da lei e dos demais princípios administrativos.
De tal sorte, sendo os poderes administrativos verdadeiros instrumentos de atuação dos
agentes públicos para a consecução dos interesses públicos, a legitimidade para a utilização dos
referidos poderes encontra limites nos princípios jurídicos, incluindo o da moralidade
administrativa.

2.6 – APLICAÇÃO DA SÚMULA VINCULANTE 13


A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

A referida súmula vinculante 13 cristaliza em nosso ordenamento jurídico a proibição da


prática do famigerado nepotismo (nomeação do parente para ocupar cargo de confiança).
Na jurisprudência do STF, a referida prática por si só é violadora de, pelo menos, quatro
princípios que norteiam a Administração Pública, sendo eles, a moralidade, a impessoalidade,
a isonomia e a eficiência.
Veja o seguinte julgado do Pleno do STF proferido nos autos do RE 1133118 RG / SP - SÃO
PAULO, em 14/6/2018:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
ADMINISTRATIVO. LEI 4.627/2013, QUE MODIFICOU A LEI
3.809/1999 DO MUNICÍPIO DE TUPÃ SP. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE EM ÂMBITO ESTADUAL. PROVIMENTO
DE CARGOS PÚBLICOS. GRAU DE PARENTESCO. AGENTES
POLÍTICOS. NEPOTISMO. SÚMULA VINCULANTE 13. PRINCÍPIOS
REPUBLICANOS DA MORALIDADE, IMPESSOALIDADE, IGUALDADE
E EFICIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SEGURANÇA
JURÍDICA. MANIFESTAÇÃO PELA REPERCUSSÃO GERAL”.
Por outro lado, a Suprema Corte afastou a aplicação da mencionada súmula às nomeações
para os cargos de Ministro e Secretário de Estado, pelos chefes do Poder Executivo, por
entender que se tratam de cargos de natureza política e não foram objeto da Súmula Vinculante
13 (este entendimento foi proferido pelo STF no julgamento da Reclamação 6.650/PR, datado
de 3/8/2009).

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