Você está na página 1de 73

DIREITO

ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo
Administrativo Estadual

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Processo Administrativo Estadual...................................................................................5


1. Introdução...................................................................................................................5
2. Campo de Abrangência. ............................................................................................... 7
3. Princípios e Critérios Orientadores..............................................................................9
4. Direitos e Deveres dos Administrados. . ...................................................................... 11
5. Fases do Processo Administrativo............................................................................ 12
5.1. Instauração............................................................................................................. 13
5.2. Instrução.. .............................................................................................................. 16
5.3. Relatório................................................................................................................23
5.4. Julgamento............................................................................................................23
6. Recurso e Revisão do Processo.................................................................................26
6.1. Recurso das Decisões Interlocutórias..................................................................... 27
6.2. Tramitação dos Recursos...................................................................................... 28
6.3. Revisão..................................................................................................................32
7. Prazos, Forma, Tempo e Lugar dos Atos Processuais.. ..............................................33
8. Competência.............................................................................................................36
9. Motivação.................................................................................................................39
9.1. Motivação Aliunde. ..................................................................................................39
10. Anulação, Revogação e Convalidação. . .................................................................... 40
10.1. Anulação e Revogação. ......................................................................................... 40
10.2. Convalidação.........................................................................................................43
11. Processo Administrativo Sancionatório....................................................................44
Questões de Concurso.................................................................................................. 48

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Gabarito........................................................................................................................55
Gabarito Comentado. .....................................................................................................56

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!


Na aula de hoje, veremos todos os detalhes acerca do Processo Administrativo do Estado
do Rio de Janeiro. Para isso, faremos uso das disposições da Lei Estadual n. 5.427/2009.
Considerando que não contamos com um grande número de questões anteriores sobre
esta norma, faremos uso das questões existente e, de forma complementar, de questões adap-
tadas.
Grande abraço e boa aula!
Diogo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

PROCESSO ADMINISTRATIVO ESTADUAL


1. Introdução

Diversos são os sentidos em que a expressão “processo” é utilizada no âmbito do Direito


Administrativo. De acordo com a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, quatro são os prin-
cipais sentidos encontrados em nosso ordenamento jurídico:

Em um primeiro sentido, designa o conjunto de papéis e documentos organizados numa pasta e


referentes a um dado assunto de interesse do funcionário ou da administração;
É ainda usado como sinônimo de processo disciplinar, pelo qual se apuram as infrações adminis-
trativas e se punem os infratores; nesse sentido é empregado no artigo 41, § 1º, da Constituição
Federal, quando diz que o servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judi-
cial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa. Esse tipo de processo é conhecido por “PAD” no meio jurídico.
Em sentido mais amplo, designa o conjunto de atos coordenados para a solução de uma controvér-
sia no âmbito administrativo;
Como nem todo processo administrativo envolve controvérsia, também se pode falar em sentido
ainda mais amplo, de modo a abranger a série de atos preparatórios de uma decisão final da Ad-
ministração.

Vejamos os conceitos que são trazidos, por meio do artigo 1º da Lei Estadual n. 5.427, como
forma de regular o processo administrativo no âmbito da administração pública estadual.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 1º Esta Lei estabelece normas sobre atos e processos administrativos no âmbito do Estado do
Rio de Janeiro, tendo por objetivo, em especial, a proteção dos direitos dos administrados e o melhor
cumprimento dos fins do Estado.

Como se percebe, o conceito de processo adotado pela lei estadual em questão é o de um


conjunto de atos com uma finalidade especial, que, conforme verificado, é o de garantir a pro-
teção aos administrados e o cumprimento dos fins da administração. Assim, as disposições
da norma em estudo representam uma garantia aos administrados, uma vez que traçam as
diretrizes gerais a serem observadas quando o particular desejar se valer de algum direito que
entende devido.
Importante salientar os conceitos iniciais trazidos pela norma estadual, conforme se ob-
serva no § 1º do já mencionado artigo 1º:

Art. 1º, § 1º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura de
uma entidade da Administração indireta;
II – entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III – autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

Nota-se que a diferença entre órgão e entidade está na personalidade jurídica conferida a
esta última.

Exemplo:
Quando a Secretaria da Fazenda cria repartições internas, estamos diante de um órgão públi-
co, não tendo este personalidade jurídica.
Quando o estado do Rio de Janeiro resolve criar uma autarquia, estamos diante de uma enti-
dade, dotada, por isso mesmo, de personalidade jurídica.

Já a definição de autoridade contempla todos os servidores ou agentes públicos que te-


nham, no desempenho de suas atribuições, poder de decisão para o exercício de suas compe-
tências.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

2. Campo de Abrangência
Vigora em nosso ordenamento jurídico o princípio da autonomia entre os entes federativos,
de forma que cada um deles (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) possui capacidade
para legislar sobre assuntos de seu interesse.
Assim, quando um Estado edita uma lei disciplinando as normas funcionais dos seus ser-
vidores, tal norma é aplicável apenas aos agentes públicos do respectivo ente, e não aos servi-
dores municipais ou federais.
No âmbito da União, no entanto, temos que as normas por ela editadas podem ser de ca-
ráter nacional ou federal. Tratando-se de norma nacional, aplica-se indistintamente a todos os
entes federativos, que devem observar obrigatoriamente as suas disposições. No caso de uma
lei federal, o campo de observância se restringe aos órgãos e entidades federais.

A Lei n. 5.427 é considerada uma lei estadual, sendo de observância obrigatória, por isso
mesmo, por parte de toda a administração pública direta e indireta do estado do Rio de Janeiro
(estrutura do Poder Executivo).
Entretanto, importante salientar que os demais Poderes do Estado (Legislativo e Judiciá-
rio), quando estiverem fazendo uso da função atípica de administrar, devem observância às
disposições da norma em questão.

Art. 1º, § 2º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos poderes Legislativos, Judiciários, ao
Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado, quando no desempenho de
função administrativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Exemplo:
Quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (órgão integrante do Poder Judiciário) realiza
concurso público para a admissão de servidores, está ele no exercício, atipicamente, da função
administrativa.
Neste caso, deverá ele observar, no que se refere ao processo administrativo, as normas e
prazos previstos na Lei Estadual n. 5.427.

Salienta-se que as regras da Lei Estadual n. 5.427 não possuem a finalidade de modificar a lei
que rege os processos administrativos específicos. Em tais situações, as disposições desta lei ape-
nas são aplicadas em caráter subsidiário, ou seja, quando houver lacuna da lei específica.

Exemplo:
Quando da instauração do processo administrativo disciplinar com vistas à investigação das
condutas dos servidores públicos estaduais, os procedimentos a serem observados para a
instauração e julgamento serão os previstos em norma específica (normalmente, no Estatuto
Funcional dos Servidores).
Neste caso, estamos diante de uma norma específica, de forma que as disposições da norma
em questão devem ser observadas quando da tramitação do PAD.
Em caso de omissão, ou então em caráter suplementar, poderão ser utilizadas as disposições
da Lei n. 5.427.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

3. Princípios e Critérios Orientadores

No âmbito do processo administrativo estadual, diversos são os princípios que devem pau-
tar a atuação do Poder Público. Em seu artigo 2º, a norma elenca uma lista exemplificativa de
princípios que estão presentes em praticamente toda a atividade administrativa.

Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, legali-
dade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditó-
rio, segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, participação,
proteção da confiança legítima e interesse público.

Além dos princípios, a lei estadual apresenta uma lista igualmente exemplificativa de cri-
térios orientadores. Tais critérios, ainda que hierarquicamente inferiores às leis, possuem re-
lação direta com diversos princípios presentes na atividade estatal. Desta forma, relaciona-se
abaixo cada um dos critérios orientadores previstos na norma legal com os respectivos princí-
pios correlatos:

Art. 2º, § 1º Nos processos administrativos serão observadas, entre outras, as seguintes normas:
I – atuação conforme a lei e o direito; (Legalidade)
II – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades; (Impessoalidade)
III – atendimento afins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes, salvo auto-
rização em Lei; (Impessoalidade)
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; (Moralidade)
V – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
(Oficialidade)
VI – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; (Motivação)
VII – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição da República; (Publicidade)
VIII – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; (Razoabi-
lidade e Proporcionalidade)
IX – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; (Seguran-
ça Jurídica)
X – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados; (Informalismo)
XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; (Isonomia)
XII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim
público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação, desfavorável ao ad-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

ministrado, que se venha dar ao mesmo tema, ressalvada a hipótese de comprovada má-fé; (Segu-
rança Jurídica)
XIII – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de pro-
vas; à interposição de recursos, nos processos que possam resultar sanções e nas situações de
litígio. (Contraditório e Ampla Defesa)

Considerando que as questões de provas, neste ponto da matéria, tendem a exigir o conhe-
cimento da literalidade dos princípios e critérios orientadores, vamos sedimentar este entendi-
mento por meio do gráfico a seguir:

Princípios Critérios Orientadores


a) transparência, a) atuação conforme a lei e o direito;
b) legalidade, b) objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção
c) finalidade, pessoal de agentes ou autoridades;
d) motivação, c) atendimento afins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial
e) razoabilidade, de poderes, salvo autorização em Lei;
f) proporcionalidade, d) atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
g) moralidade, e) impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atua-
h) ampla defesa, ção dos interessados;
i) contraditório, f) indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a
j) segurança jurídica, decisão;
k) impessoalidade, g) divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de
l) eficiência, sigilo previstas na Constituição da República;
m) celeridade, h) adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restri-
n) oficialidade, ções e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
o) publicidade, atendimento do interesse público;
p) participação, i) observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
q) proteção da confiança legítima administrados;
r) interesse público. j) adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
k) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previs-
tas em lei;
l) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa
de nova interpretação, desfavorável ao administrado, que se venha dar ao
mesmo tema, ressalvada a hipótese de comprovada má-fé;
m) garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações
finais, à produção de provas; à interposição de recursos, nos processos
que possam resultar sanções e nas situações de litígio.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

 Obs.: Como decorrência da publicidade, temos a previsão de que qualquer ato que implique
dispêndio ou concessão de direitos deverá ter seu respectivo extrato publicado na
imprensa oficial.

4. Direitos e Deveres dos Administrados


No que se refere aos direitos e deveres dos administrados, temos que saber que a lista
expressa norma em estudo é meramente exemplificativa, de forma que o particular não pode
alegar, a título de exemplo, que não cumpriu com uma determinada conduta por ela não estar
prevista na norma legal.
Vamos conhecer os direitos e deveres dos administrados:

Direitos Deveres
a) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, a) expor os fatos conforme a verdade;
que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumpri- b) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
mento de suas obrigações; c) não agir de modo temerário;
b) ter ciência da tramitação dos processos administrati- d) prestar as informações que lhe forem solicita-
vos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos das e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
autos, obter cópias de documentos nele contidos, permitida
a cobrança pelos custos da reprodução, e conhecer as deci-
sões proferidas, na forma dos respectivos regulamentos, res-
salvadas as hipóteses de sigilo admitidas em direito;
c) formular alegações e apresentar documentos antes da
decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
competente;
d) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
quando obrigatória a representação.

Merece destaque, dentre os deveres relacionados, o que estabelece que os administrador


podem “fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a represen-
tação, por força de lei”.
Como mencionado, o processo administrativo disciplinar é uma das espécies de processo
administrativo, sendo regido, em sua maior parte, pelos estatutos funcionais dos diversos en-
tes federativos. Pode ocorrer, no entanto, de entes federativos menores (Municípios com uma
organização administrativa menos estruturada) fazerem uso, por ausência de previsão legal
específica, de diversas disposições da Lei Estadual n. 5.427 (para tal, devem editar uma norma
com tal previsão).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Neste caso, caso a norma municipal disponha sobre o processo a ser observado no âmbito
do PAD, deve ser levado em conta o entendimento do STF, consubstanciado por meio da Súmu-
la Vinculante n. 5, de seguinte teor:

Súmula Vinculante n. 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição.

5. Fases do Processo Administrativo


Como regra, o termo processo é utilizado como uma relação em que duas ou mais partes
litigam com interesses opostos, cabendo ao juiz ou ao tribunal competente a decisão acerca
da lide. Nota-se, assim, que o processo, quando relacionado com a atividade jurisdicional, pos-
sui uma relação trilateral: parte autora, parte ré e juiz ou tribunal.
Nos processos administrativos, a regra é a formação de uma relação bilateral, de forma
que o particular, desejando fazer jus a algum direito, protocola pedido junto à administração.
Tal diferença pode ser mais bem visualizada da seguinte forma:

Processo Administrativo Processo Judicial


Opera-se no âmbito do Poder Executivo Opera-se no âmbito do Poder Judiciário
Trata-se de uma relação bilateral Trata-se de uma relação trilateral
Em qualquer momento, pode ser levado à análise do
Trata-se de decisão com caráter de definitividade
Poder Judiciário
Não transita em julgado Transita em julgado

Outra grande diferença entre os dois tipos de processo é que o judicial possui a caracte-
rística de transitar em julgado, de forma a não ser mais possível o seu questionamento. E isso
ocorre porque vigora em nosso ordenamento o princípio da inafastabilidade de jurisdição, es-
tabelecido no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal:

Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Com os processos administrativos isso não ocorre. Assim, ainda que o processo seja ob-
jeto de reconsideração e de diversos recursos na órbita administrativa, poderá ele, a qualquer
tempo, ser levado ao conhecimento do Poder Judiciário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Exemplo:
Isabella, entendendo que fazia jus a um direito, protocola pedido junto à repartição pública,
oportunidade em que será instaurado o processo administrativo.
Tendo seu pedido indeferido, Isabella interpõe pedido de reconsideração, que deverá ser deci-
dido pela mesma autoridade que decidiu anteriormente.
Caso esta não reconsidere o pedido, poderá ocorrer a interposição de recurso no âmbito admi-
nistrativo, de forma que o pedido será decidido pela autoridade superior.
Em qualquer momento, poderá Isabella interpor ação judicial, oportunidade em que os autos
do processo serão remetidos ao Poder Judiciário.
Com a decisão judicial, ocorre o trânsito em julgado, cabendo à administração cumprir a deter-
minação da sentença.

Os processos administrativos, em regra, desenvolvem-se em quatro grandes fases: instau-


ração, instrução, relatório e decisão, nesta sequência.

5.1. Instauração

A fase da instauração é aquela em que a Administração Pública é chamada a se manifestar


sobre determinada situação. Como o próprio nome sugere, é na instauração que o processo
passa a existir, de forma que o administrado deve atender a todos os requisitos previstos em
lei para que o seu pedido seja analisado pelo Poder Público.
A instauração do processo, em âmbito estadual, pode ocorrer das seguintes formas: de
ofício (iniciativa da Administração Pública) ou mediante requerimento, proposição ou comu-
nicação do administrado.

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício, a Requerimento, Proposição ou Comuni-


cação do administrado.

 Obs.: Especificamente em relação à proposição, temos que memorizar que esta será apre-
ciada conforme critérios de conveniência e oportunidade da administração, segundo
as prioridades definidas pelas autoridades competentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Neste sentido, a norma estadual estabelece, em seu artigo 6º, os requisitos e condições
que devem ser observados pelo particular quando da petição inicial.

Art. 6º A petição inicial, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulada por
escrito e conter os seguintes elementos essenciais:
I – entidade, órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do requerente ou de quem o represente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV – formulação do pedido, da comunicação, ou da proposição, com exposição dos fatos e de seus
fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Não poderá a administração recusar, sem motivo justificado, o recebimento de qualquer


tipo de documentos apresentados pelos administrados. Quando houver falhas nos documen-
tos apresentados, deverá o servidor responsável orientar os interessados quando à necessi-
dade de suprimento das irregularidades encontradas.
Sendo constatada a ausência de algum dos elementos essenciais do requerimento pela
autoridade competente para o julgamento ou para a instrução, será determinado o suprimento
da falta pelo requerente, concedendo-se, para tanto, prazo não inferior a 24 horas úteis nem
superior a 10 dias úteis, a contar da correspondente comunicação, sob pena de arquivamento,
salvo se a continuação do feito for de interesse público.

DICA:
Em caso de ausência de elementos essenciais para o proces-
so, será determinado o suprimento pelo requerente. Para isso,
será concedido o prazo não inferior a 24 horas úteis nem su-
perior a 10 dias úteis.

Como forma de melhorar o trâmite dos processos, e pautada no princípio da eficiência, a


Administração Pública poderá elaborar modelos e formulários padronizados para pedidos e
pretensões iguais ou assemelhadas.

Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padroniza-


dos, visando a atender hipóteses semelhantes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Ainda de acordo com a eficiência, quando os pedidos de uma pluralidade de interessados


tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimen-
to. A exceção fica por conta das situações em que houver determinação legal impedindo a
formulação em um único requerimento, ou então quando a aglutinação puder prejudicar a
celeridade do processamento.

Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos


idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo se houver preceito legal em
contrário ou se a aglutinação puder prejudicar a celeridade do processamento.

Neste mesmo sentido, a norma apresenta uma importante regra que tem o objetivo de
evitar que a Administração Pública seja acionada em pedidos que já tenham decisão adminis-
trativa sobre a qual não caiba mais recurso. Caso isso ocorra, estaremos diante do abuso do
direito de petição, infração que ensejará a aplicação de multa ao particular infrator.

Art. 6º, § 4º, A renovação de pedidos já examinados, tendo como objeto decisão administrativa
sobre a qual não caiba mais recurso, caracterizando abuso do direito de petição, será apenada
com multa de 100 UFIR-RJ (cem unidades fiscais de referência do Rio de Janeiro) a 50.000 UFIR-RJ
(cinquenta mil unidades fiscais de referência do Rio de Janeiro), observando-se, na aplicação da
sanção, de competência do Secretário de Estado ou da autoridade máxima da entidade vinculada, a
capacidade econômica do infrator e as disposições desta Lei relativas ao processo administrativo
sancionatório.

De acordo com o artigo 9º da Lei Estadual n. 5.427, as seguintes pessoas podem figurar
como interessadas no processo administrativo:

Art. 9º Poderão atuar no processo administrativo os interessados como tais designados:


I – as pessoas físicas ou jurídicas que se apresentem como titulares de direitos ou interesses indi-
viduais, ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem haverem iniciado o processo, tenham direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas físicas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.

Aqui, um importante entendimento: com relação às organizações e associações represen-


tativas (no tocante a direitos e interesses coletivos), e às pessoas físicas ou as associações

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

legalmente constituídas (quanto a direitos ou interesses difusos), a possibilidade de figurar


como legitimado depende da “pertinência temática”. Em outros termos, uma associação ape-
nas poderá constar como interessada em um processo administrativo em relação a direitos e
interesses coletivos que sejam pertinentes aos seus associados, ou seja, àqueles que façam
parte da categoria que a associação representa.

5.2. Instrução

A instrução trata-se da fase onde o Poder Público procede à necessária averiguação e


investigação com o objetivo de provar que os dados informados no requerimento inicial são
ou não verídicos. Por isso mesmo é que case ao administrado que postulou o requerimento
provar, por todos os meios de prova, as alegações por ele apresentadas.

Art. 25. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os elementos necessários


à tomada de decisão realizam-se de ofício, sem prejuízo do direito dos interessados de requerer a
produção de provas e a realização de diligências.
Parágrafo único. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do
modo que lhes seja menos oneroso.

No entanto, deve-se frisar a regra de todos os processos administrativos, que, no âmbito


estadual, está expressa no parágrafo único do artigo 30 da Lei n. 5.427:

Art. 26. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído
ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 33 desta Lei.
Parágrafo único. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

Assim, ainda que todos os meios de provas sejam admitidos no curso do processo admi-
nistrativo, não poderá o particular fazer uso daquelas que sejam obtidas por meio ilícitos. Nes-
te caso, ainda que a prova possa comprovar algum fato narrado no pedido inicial, não poderá
ela ser utilizada, uma vez que todos os seus efeitos serão nulos.
Conforme destacado, é na instrução que são produzidas as provas e feitos os demais atos
necessários à solução do processo. Poderá o Poder Público, por exemplo, abrir prazo para a
realização de consultas e audiências públicas:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 27. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de ter-
ceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pes-
soas físicas ou jurídicas possam examinar os autos do processo, bem como a documentação posta
à disposição pelo órgão competente, fixando-se prazo para o oferecimento de alegações escritas,
que deverão ser consideradas pela Administração.
§ 2º O comparecimento de terceiro à consulta pública não confere, por si só, a condição de interes-
sado no processo, mas atribui-lhe o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que
poderá ser comum para todas as alegações substancialmente iguais.
Art. 28. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá
ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
Art. 29. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão valer-se de outros
meios de participação singular ou coletiva de administrados, diretamente ou por meio de organi-
zações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 30. Os resultados da consulta e audiência públicas e de outros instrumentos de participação
de administrados serão divulgados, preferencialmente, por meio eletrônico, com indicação sucinta
das suas conclusões e fundamentação.
Art. 31. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre-
sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada ao processo.

A administração pública não conhecerá requerimentos ou requisições de informações,


documentos ou providências que:
• não contenham a devida especificação do objeto e finalidade do processo a que se des-
tinam;
• não sejam da competência do órgão requisitado;
• acarretem ônus desproporcionais ao funcionamento do serviço, ressalvada a possibili-
dade de colaboração da entidade ou órgão requisitante.

Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos exis-
tentes no próprio órgão responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, a autori-
dade competente para a instrução, verificada a procedência da declaração, proverá, de ofício, à
obtenção dos documentos ou das respectivas cópias, ou justificará a eventual impossibilidade
de realizar a medida.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Como já mencionado, não há uma lista taxativa de meios hábeis para a produção das pro-
vas necessárias à correta solução do processo. Assim, caberá à autoridade administrativa de-
terminar as diligências que achar convenientes e necessárias para a solução do pedido. Neste
contexto, o administrado poderá solicitar a realização de diligências que entenda imprescindí-
veis para a comprovação de suas alegações. Em tais situações, a administração apenas recu-
sará as provas que entender ilícitas, impertinentes, desnecessárias e protelatórias.

Art. 34. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada de decisão, juntar documentos
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto
do processo.
Parágrafo único. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas pro-
postas pelos interessados quando sejam ilícitas ou manifestamente impertinentes, desnecessá-
rias ou protelatórias.

Quando, no entanto, o administrado tiver solicitado a instauração de um processo adminis-


trativo, deve apresentar, no prazo estipulado pela administração, os documentos necessários
para a continuidade do processo, sob pena do mesmo ser arquivado pelo Poder Público.

Art. 36. Quando os elementos ou atuações solicitados ao interessado forem imprescindíveis à apre-
ciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração implicará o
arquivamento do processo.

Outra regra importante da fase da instrução é a questão dos pareceres dos órgãos consul-
tivos, que se dividem em vinculantes e não vinculantes. Os pareceres podem ser entendidos
como manifestações sem caráter decisório e que possuem o objetivo de auxiliar a autoridade
competente na tomada de decisão. Um dos órgãos consultivos mais importantes de todo o
serviço público são as comissões de ética, que, ainda que não possam aplicar sanções disci-
plinares, podem emitir pareceres recomendando que determinado servidor seja punido.
Todos os pareceres dos órgãos consultivos devem ser elaborados no prazo máximo de 30
dias, salvo se houver comprovada necessidade de um prazo maior ou se estivermos diante de
norma especial.
Necessário se faz, neste ponto, diferenciarmos o resultado quando um parecer consultivo
obrigatório deve ser emitido. Para isso, deve-se analisar se o parecer é vinculante ou não vin-
culante.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

No primeiro caso, o processo não terá prosseguimento, de forma que aquele que deu causa
ao atraso deve ser responsabilizado. No caso de um parecer não vinculante, poderá o processo
ter seguimento e ser decidido sem a sua apresentação, podendo, da mesma forma, ocorrer a
responsabilização da autoridade que omitiu o atendimento.

Art. 38. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido
no prazo máximo de trinta dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de prorrogação.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não
terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de
quem se omitiu no atendimento.
§ 3º A divergência de opiniões na atividade consultiva não acarretará a responsabilidade pessoal do
agente, ressalvada a hipótese de erro grosseiro ou má-fé.

Importante destacar que o interessado já qualificado no processo será intimado de prova


ou diligência ordenada com antecedência mínima de 3 dias úteis, mencionando-se, na intima-
ção, a data, hora e local de realização.
Como não poderia ser diferente, o interessado tem direito à obtenção de vista dos autos
e de certidões das peças que integram o processo ou cópias reprográficas dos autos. As ex-
ceções ficam por conta de informações protegidas por sigilo ou pelo direito à privacidade, à
honra e à imagem.

Art. 41. O interessado tem direito à obtenção de vista dos autos e de certidões das peças que in-
tegram o processo ou cópias reprográficas dos autos, para fazer prova de fatos de seu interesse,
ressalvados os casos de informações relativas a terceiros, protegidas por sigilo ou pelo direito à
privacidade, à honra e à imagem.

Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10


dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.

5.2.1. Suspeição e Impedimento

Merece destaque, no que se refere à instrução, a questão da suspeição e do impedimento


dos servidores ou autoridades.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

O impedimento tem caráter objetivo, ao passo que a suspeição tem relação com o subje-
tivismo, estando diretamente ligada com a imparcialidade.
No impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade da autoridade em
determinado processo por ela analisado, enquanto na suspeição há apenas presunção relativa
(juris tantum).
Vejamos as disposições da Lei Estadual n. 5.427 com relação às situações de impedimento:

Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na solução do processo;
II – seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro grau de qualquer dos interessados;
III – tenha dele participado ou dele venha a participar como perito, testemunha ou representante ou
se tais situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas indicadas no artigo anterior (interessa-
dos ou respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau).
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pes-
soas indicadas no artigo anterior (interessados ou respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau).

Observa-se que as situações que dão ensejo ao impedimento são casos incontestáveis, de
forma que não há margem para a análise do mérito.

Exemplo:
Caso um servidor esteja atuando no âmbito de um processo administrativo que exija a produ-
ção de laudo pericial, e sendo o perito responsável pela confecção seu tio (parente de terceiro
grau), deverá ocorrer o impedimento do servidor.

A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento tem o dever de comunicar o fato à


autoridade competente, abstendo-se de atuar. Eventual omissão na comunicação de impedi-
mento constitui, para fins disciplinares, falta grave.

Art. 18. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento tem o dever de comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão no dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos
disciplinares.

Com relação à suspeição, por outro lado, estamos diante de situações bastante subjetivas
e que, por isso mesmo, devem ser objeto de avaliação em cada caso concreto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.

Exemplo:
Supondo que, diante de um processo administrativo, seja declarada a “amizade íntima” ou a
“inimizade notória” entre o servidor e uma das partes do processo, deverá a autoridade compe-
tente analisar o caso concreto para verificar se há ou não amizade ou inimizade.
E isso ocorre uma vez que os conceitos de “amizade íntima” ou “inimizade notória” possuem
um alto grau de subjetivismo para a sua configuração. Assim, uma relação que é considerada
amizade íntima para alguns pode não restar configurada para outros.

5.2.2. Comunicação dos Atos

No curso da instrução, diversos são os atos que serão editados com o objetivo de informar
ou solicitar a realização de medidas e procedimentos por parte do particular. E esta comu-
nicação estabelecida entre a Administração Pública e os interessados ocorre por meio das
intimações.
De acordo com o artigo 24, “devem ser objeto de intimação os atos do processo que resul-
tem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de
direitos”.
Como não poderia deixar de ser, as intimações devem observar uma série de requisitos,
nos termos do artigo 22:

Art. 22. O órgão competente para a condução do processo determinará a intimação do interessado
para ciência de decisão ou efetivação de diligências.
§ 1º A intimação deverá conter:
I – identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II – finalidade da intimação;
III – data, local e hora em que deva comparecer;
IV – se o intimado deverá comparecer pessoalmente ou se poderá fazer-se representar;
V – informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de compareci-
mento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebi-
mento, por telegrama ou outro meio que assegure a ciência do interessado.
§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intima-
ção deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o com-
parecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.

O desatendimento da intimação não importa no reconhecimento da verdade dos fatos,


nem na renúncia a direito material pelo administrado. Em sentido oposto, o interessado pode-
rá atuar no processo a qualquer tempo, recebendo-o no estado em que se encontrar. Para isso,
deverá observar as seguintes diretrizes:
• nenhum ato será repetido em razão de sua inércia;
• no prosseguimento do processo será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

5.3. Relatório

O relatório nada mais é do que a descrição de tudo aquilo que a autoridade competente
apurou durante as investigações. Com o relatório, temos uma peça informativa-opinativa, ou
seja, que admite que a autoridade julgadora expresse posição em sentido divergente do adota-
do no relatório.
Ao elaborar o relatório, o servidor responsável deve informar todos os fatos e provas que
foram produzidas e opinar quanto à inocência ou culpa do indiciado. Tal opinião, no entanto,
não vincula a decisão da autoridade competente, que pode, desde que motivada, divergir do
relatório apresentado.
Importante destacar, em relação ao relatório, a previsão do artigo 42, que estabelece a obri-
gatoriedade de elaboração de relatório circunstanciado sempre que o órgão de instrução não
for o mesmo com competência para realizar o julgamento:

Art. 42. Quando o órgão de instrução não for o competente para emitir a decisão final, elaborará
relatório circunstanciado indicando a pretensão deduzida, o resumo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade
com competência decisória.

5.4. Julgamento

Concluída a fase do relatório, a administração possui o dever de decidir, devendo assim o


fazer no prazo de 30 dias, salvo prorrogação devidamente motivada por igual período.

Art. 44. A Administração tem o dever de emitir decisão conclusiva nos processos administrativos e
sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 45. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta
dias para decidir, salvo prorrogação, por igual período, expressamente motivada.

 Obs.: No exercício de sua função decisória, poderá a Administração Pública firmar acordos
com os interessados a fim de estabelecer o conteúdo discricionário do ato terminativo
do processo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

 Para isso, deverão ser observados os princípios que regem o processo administrativo,
bem como a informação de que a solução consensual, devidamente motivada, seja
compatível com o interesse público.

Vejamos agora a importante previsão do artigo 47 da norma estadual em estudo:

Art. 47. Quando a decisão proferida num determinado processo administrativo se caracterizar como
extensível a outros casos similares, poderá o Governador, após manifestação da Procuradoria-Ge-
ral do Estado, mediante ato devidamente motivado, atribuir-lhe eficácia vinculante e normativa, com
a devida publicação na imprensa oficial.
Parágrafo único. O efeito vinculante previsto neste artigo poderá ser revisto, a qualquer tempo, de
ofício ou por provocação, mediante edição de novo ato, mas dependerá de manifestação prévia da
Procuradoria Geral do Estado.

O artigo elencado estabelece a possibilidade do Governador do Estado atribuir eficácia


vinculante e normativa para as decisões proferidas nos processos administrativos que se ca-
racterizem como extensíveis a outros processos. No entanto, para que a atribuição da eficácia
vinculante e normativa seja possível, deverá o Governador editar ato administrativo motivado,
ouvindo, previamente, o Procurador-Geral do Estado.
Após a edição do ato, o efeito vinculante e normativo poderá ser revisto, a qualquer tempo,
de ofício ou por provocação. Para isso, outro ato deverá ser editado, sendo exigido, ainda, a
manifestação prévia da Procuradoria Geral do Estado.

5.4.1. Providências Acauteladoras

Em caso de perigo ou risco iminente de lesão ao interesse público ou à segurança de


bens, pessoas e serviços, a Administração Pública poderá, motivadamente, adotar providên-
cias acauteladoras.
Em linhas gerais, tais providências são destinadas a evitar que a demora no julgamento do
processo cause danos ou prejuízos à coletividade. Logo, as providências acauteladoras po-
dem ser entendidas como medidas destinadas a preservar o interesse das partes do processo
e, em última análise, dos administrados como um todo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 43. Em caso de perigo ou risco iminente de lesão ao interesse público ou à segurança de bens,
pessoas e serviços, a Administração Pública poderá, motivadamente, adotar providências acaute-
ladoras.

A implementação da medida acauteladora, como regra geral, será precedida de intimação


do interessado para se manifestar em prazo não inferior a 48 horas. No entanto, em determi-
nadas situações, a intimação, em prol da celeridade do processo, será dispensada. Assim, é
possível informar que a intimação será dispensada nas seguintes situações:
• quando o interessado for desconhecido ou estiver em local incerto e não sabido;
• quando o decurso do prazo de 48 horas da intimação puder causar danos irreversíveis
ou de difícil reparação.

5.4.2. Desistência e Extinção

Ainda que tenha dado início ao processo administrativo, nada impede que o interessado
desista, total ou parcialmente, do pedido formulado. Havendo vários interessados, a desistên-
cia ou renúncia, como não poderia ser diferente, atinge somente aqueles que formularam o
respectivo pedido. Em relação aos demais, o processo continua transcorrendo normalmente.

Art. 49. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pe-
dido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem as tenha formu-
lado.

E será que mesmo após o pedido de desistência do interessado, poderá a Administração


Pública, mediante sua iniciativa, continuar com o processo administrativo, professor?

A resposta é sim, aluno(a). Devemos nos lembrar que a principal função da Administração
Pública é garantir o bem-estar da coletividade. Logo, a desistência ou renúncia do interessado,
conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, desde que, para isso, a Admi-
nistração Pública considere que o interesse público assim o exige.
De igual forma, o órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida
sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato su-
perveniente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

6. Recurso e Revisão do Processo

Uma vez concluída a instrução, elaborado o relatório e tendo sido publicado o julgamen-
to, as decisões proferidas em processos administrativos e aquelas que adotem providências
acauteladoras poderão ser objeto de recurso. Para a interposição dos recursos, é dispensada
a exigência de caução, ou seja, o depósito prévio de valores.

Art. 54. Das decisões proferidas em processos administrativos e das decisões que adotem provi-
dências acauteladoras cabe recurso.
Parágrafo único. Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.

Neste mesmo sentido é o teor da Súmula Vinculante n. 21, de seguinte redação:

Súmula Vinculante n. 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.

Ainda que o já mencionado artigo 54 estabeleça que o recurso pode ser interposto em
razão das decisões proferidas em processos administrativos e das decisões que adotem provi-
dências acauteladoras, a medida também é possível em razão das decisões interlocutórias, ou
seja, aquelas proferidas no curso do processo, ainda que não relacionadas com a decisão final.
Sendo assim, podemos sistematizar que três são as situações ensejadoras de recurso no
âmbito do processo administrativo:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

O recurso administrativo será interposto por meio de requerimento endereçado ao órgão


ou autoridade prolatora da decisão impugnada, devendo ser expostos os fundamentos do pe-
dido de nova decisão, permitida a juntada de documentos.
Se o recorrente alegar violação ou não incidência de enunciado ou súmula vinculante, o
órgão ou autoridade competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade
ou inaplicabilidade do enunciado, conforme o caso.

6.1. Recurso das Decisões Interlocutórias

Conforme anteriormente explicado, as decisões interlocutórias são aquelas proferidas no


curso do processo, mas que não são destinadas especificamente com a solução do processo.
Como exemplo de decisões interlocutórias, podemos citar as determinações no sentido do
interessado cumprir com alguma obrigação, ou então a decisão que fundamenta a realização
de consulta ou audiência pública.
Em relação aos recursos das decisões interlocutórias, temos a peculiaridade de que estes,
como regra geral, ficarão retidos nos autos para apreciação em conjunto dos eventuais recur-
sos proferidos da decisão final. Após a interposição deste recurso, a autoridade ou órgão que
proferiu a decisão interlocutória poderá se retratar no prazo de 5 dias úteis.
No entanto, ainda que a regra geral seja a de que ambos os recursos sejam julgados em um
mesmo momento, a norma estadual estabelece a possibilidade do processamento do recurso
em autos específicos e, ainda, da atribuição de efeito suspensivo. Caso isso ocorra, o processo
ficará suspenso até que a decisão proferida em razão do recurso da decisão interlocutória seja
proferida.

Art. 56. O recurso interposto contra decisão interlocutória ficará retido nos autos para apreciação
em conjunto com o recurso interposto contra a decisão final, admitida a retratação pelo órgão ou
autoridade administrativa, em cinco dias úteis.
Parágrafo único. Demonstrada a possibilidade de ocorrência de prejuízo de difícil ou incerta repara-
ção, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, determinar o
processamento do recurso em autos específicos e, em sendo o caso, atribuir-lhe efeito suspensivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

6.2. Tramitação dos Recursos

No artigo 57, encontramos a forma como irá ocorrer a tramitação dos recursos interpostos
em razão de decisões administrativas:

Art. 57. O julgamento do recurso administrativo caberá à autoridade ou órgão imediatamente su-
perior àquela que houver proferido a decisão recorrida, salvo expressa disposição legal ou regula-
mentar em sentido diverso.
§ 1º Apresentado o recurso, o órgão ou autoridade administrativa poderá modificar, fundamentada-
mente, a sua decisão no prazo de cinco dias úteis. Não o fazendo, deverá encaminhar o processo
ao órgão ou autoridade competente para julgamento do recurso.
§ 2º Não sendo encaminhado o recurso ao órgão ou autoridade no prazo previsto no caput deste
artigo, o interessado poderá reclamar diretamente contra o retardo ou negativa de seguimento, por
qualquer meio, inclusive eletrônico, desde que documentado.
§ 3º Não havendo justo motivo, a autoridade que der causa ao atraso será responsabilizada admi-
nistrativamente, sem prejuízo das sanções civis e criminais aplicáveis.

Inicialmente, o recurso será destinado à autoridade que foi responsável pela primeira de-
cisão, que terá o prazo de 5 dias úteis para reconsiderar ou, caso opte por manter a decisão,
para encaminhar os autos à autoridade superior. Caso o recurso não seja remetido à autori-
dade superior no prazo de 5 dias úteis, o interessado poderá reclamar diretamente contra o
retardo ou negativa de seguimento.
No que se refere aos efeitos dos recursos administrativos, duas são as possibilidades. Des-
sa forma, poderemos ter recursos com efeitos suspensivos (situação em que toda a execução
do processo fica paralisada até a decisão do recurso) ou então com efeitos devolutivos (onde
o processo, ainda que tenha sido objeto de recurso, continua com o seu trâmite legal).
No âmbito estadual, a regra é que os recursos não possuam efeito suspensivo. Caso, no en-
tanto, haja receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a autoridade poderá dar ao recurso
efeito suspensivo, conforme entendimento do artigo 58:

Art. 58. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, atribuir
efeito suspensivo ao recurso.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Como regra geral, é de 15 dias o prazo para interposição de recurso administrativo dirigido
contra decisão final, e de 5 dias o prazo para interposição de recurso administrativo dirigido
contra decisão interlocutória ou decisão que adotar providência acauteladora, contados a par-
tir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
Assim, caso uma norma regulamente um assunto e fixe prazos distintos para a interposi-
ção de recurso, prevalece esta ante as disposições da Lei Estadual n. 5.427, que deverá ser
aplicada em caráter subsidiário.

No âmbito do processo administrativo das licitações, o artigo 109 da Lei n. 8.666 (norma que
rege as disposições acerca das licitações e contratos administrativos) estabelece o prazo de 5
dias úteis para a interposição de recursos. Neste caso, como estamos diante de uma lei espe-
cífica, tal prazo é o que deve ser observado quando da realização das licitações.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Recebido o recurso, o órgão ou autoridade competente para dele conhecer e julgar deverá
intimar os demais interessados já qualificados no processo para apresentar razões no prazo
de 5 dias. Após o término deste prazo, a autoridade terá o prazo de 30 dias para julgar o recur-
so, prazo este que pode, em caso de necessidade, ser prorrogado.

Art. 61. Recebido o recurso, o órgão ou autoridade competente para dele conhecer e julgar deverá
intimar os demais interessados já qualificados no processo para apresentar razões no prazo de cin-
co dias, na forma do art. 22, § 3º, desta Lei.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo
máximo de trinta dias, a partir do encerramento do prazo previsto no caput.
§ 2º O prazo mencionado no dispositivo anterior poderá ser prorrogado por igual período, mediante
justificativa explícita.

A norma estadual elenca, em seu artigo 59, as pessoas que possuem legitimidade para a
interposição dos recursos administrativos. Nota-se, da lista a seguir apresentada, que a possi-
bilidade de recurso não é restrita às partes do processo, podendo, por exemplo, ser proposta
por terceiros que apenas tenham direito e interesses afetados pela demanda, desde que seja
observado, quando for o caso, a pertinência temática.

Art. 59. Podem interpor recurso administrativo:


I – os titulares de direitos e interesses que tenham integrado o processo;
II – todos aqueles cujos direitos ou interesses individuais, coletivos ou difusos, forem indiretamente
afetados pela decisão recorrida, observado o parágrafo único do art. 9º desta Lei.
Art. 9º Poderão atuar no processo administrativo os interessados como tais designados:
I – as pessoas físicas ou jurídicas que se apresentem como titulares de direitos ou interesses indi-
viduais, ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem haverem iniciado o processo, tenham direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas físicas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
Parágrafo único. A atuação no processo administrativo, nos casos dos incisos III e IV deste artigo,
dependerá de comprovação de pertinência temática por parte das pessoas neles indicadas.

A regra é que todos os recursos sejam conhecidos e apreciados pela autoridade adminis-
trativa. Em caráter de exceção, a norma elenca situações em que não será possível o conheci-
mento do recurso (art. 62):

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 62. O recurso não será conhecido quando interposto:


I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não tenha legitimidade ou interesse em recorrer;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
§ 1º Na hipótese do inciso II, o processo administrativo será remetido ao órgão ou autoridade com-
petente.
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal,
desde que não ocorrida a preclusão administrativa.

O órgão ou autoridade competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anu-
lar ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida.
Se o órgão ou autoridade administrativa com competência para julgar o recurso concluir
pelo agravamento da situação do recorrente, deverá, antes do julgamento definitivo, notificá-lo
para que formule alegações, sem prejuízo da adoção de medidas de eficácia imediata, nos
casos de urgência e interesse público relevante.
Por fim, é importante que tenhamos conhecimento com as regras dos recursos adminis-
trativos decorrentes de decisões finais produzidas no âmbito das entidades da administração
indireta.

Art. 66. Das decisões finais produzidas no âmbito das entidades da administração indireta caberá
recurso administrativo, por motivo de ilegalidade, nas mesmas condições estabelecidas neste capí-
tulo, para o titular da Secretaria de Estado à qual se vinculem.
§ 1º O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Secre-
tário de Estado, a existência da repercussão geral.
§ 2º Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos
do caso específico em exame.
§ 3º O recurso não será conhecido quando a questão jurídica nele versada não oferecer repercussão
geral, nos termos deste artigo.
§ 4º A decisão do recurso será precedida de manifestação do órgão de assessoramento jurídico da
Secretaria de Estado.
§ 5º A decisão do recurso limitar-se-á à declaração da ilegalidade da decisão e, em sendo o caso,
devolverá o processo à entidade de origem para prolação de nova decisão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

6.3. Revisão
As disposições concernentes aos recursos não podem ser confundidas com as referentes
à revisão do processo. Desta forma, a previsão para a revisão dos processos administrativos
consta nos artigos 64 e 65 da lei objeto de estudo:

Art. 64. A Administração poderá rever suas decisões, desde que apoiada em fatos novos ou desco-
nhecidos à época do julgamento que guardem pertinência com o objeto da decisão:
I – de ofício, observado o disposto no art. 53 desta Lei;
II – por provocação do interessado, independentemente de prazo.
Art. 65. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de sanção eventualmente aplicada.
Parágrafo único. Admitir-se-á, todavia, a aplicação ou o agravamento de sanção em revisão adminis-
trativa, no prazo e nas condições previstas no art. 53 desta Lei, quando fundada a revisão em fatos
ou circunstâncias desconhecidas pela Administração na época do julgamento.

Nota-se, assim, que o fundamento para a interposição de recursos e para o pedido de revi-
são são distintos.
Nos recursos, o administrado objetiva alcançar uma nova decisão que seja favorável para
ele, ainda que sob o mesmo fundamento de pedir.
Na revisão, obrigatoriamente faz-se necessário a apresentação de fatos novos, não conhe-
cidos quando da tomada de decisão inicial. Ocorre, nesta última hipótese, uma mudança nos
fundamentos de pedir.

Exemplo:
Manuella, insatisfeita com a decisão de um processo administrativo, interpõe reconsideração
e recurso para a autoridade superior. Nestas hipóteses, o fundamento de pedir de Manuella é o
mesmo para as duas autoridades, de forma que, com o recurso, o que ela espera é uma opinião
em sentido oposto por parte da autoridade superior.
Caso, após algum tempo, Manuella descubra fatos novos sobre o a situação anteriormente
apresentada, e que, se conhecidos quando da tomada da decisão inicial, poderiam modificar
esta, poderá solicitar a revisão do processo administrativo.

Uma das principais características da revisão do processo é a impossibilidade de termos


uma decisão que “piore” a anteriormente proferida. Em outras palavras, costuma-se dizer que
não existe “reformatio in pejus” no âmbito da revisão. No entanto, não podemos dizer o mesmo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

no que se refere aos recursos, uma vez que uma decisão pode perfeitamente ser agravada em
sede recursal.
De acordo com a lei que rege o processo administrativo estadual, temos uma relativização
da regra da impossibilidade do reformatio em pejus.
Assim, como regra geral, as decisões em sede de revisão não podem ser objeto de agrava-
mento. No entanto, quando a revisão for fundada em fatos ou circunstâncias desconhecidas
pela Administração na época do julgamento. Para isso, a revisão deverá ser realizada no prazo
de até 5 anos.

7. Prazos, Forma, Tempo e Lugar dos Atos Processuais

Além de regras tipicamente materiais, a Lei Estadual n. 5.427 apresenta, disposições de ca-
ráter processual, que estabelecem a maneira (tempo, forma e lugar) como os atos necessários
ao deslinde do processo administrativo devem ser praticados:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 19 Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a
lei expressamente a exigir.
§ 1º Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de
sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida
de autenticidade.
§ 3º A autenticação de documentos produzidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administra-
tivo.
§ 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
§ 5º A Administração Pública poderá disciplinar, mediante decreto, a prática e a comunica-
ção oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos técnicos exigi-
dos na legislação específica, em especial os de autenticidade, integridade e validade jurídica.
Art. 20. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento
da repartição pela qual tramitar, salvo nos casos de urgência e interesse público relevante.
§ 1º Poderão ser concluídos após o horário normal de expediente os atos já iniciados, cuja eventual
interrupção possa causar dano ao interessado ou à Administração.
§ 2º Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se
o interessado se outro for o local de realização.
Art. 21. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo proces-
so e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de quinze dias úteis,
salvo justo motivo.

Forma a) Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, exceto quando a lei
expressamente a exigir.
b) Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo (língua portuguesa), com a
data e o local de sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.
c) O reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
d) O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
e) A autenticação de documentos produzidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
a) Como regra geral, os atos do processo devem ser realizados em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição pela qual tramitar. A exceção fica por conta dos casos de urgência e
interesse público relevante.
b) Poderão ser concluídos após o horário normal de expediente os atos já iniciados, cuja eventual
Tempo
interrupção possa causar dano ao interessado ou à Administração Pública.
c) Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e
dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 15 dias úteis, salvo justo
motivo.
Lugar a) Os atos do processo devem ser realizados, preferencialmente, na sede do órgão, cientificando-se
o interessado se outro for o local de realização.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

No que se refere aos prazos processuais, a norma estadual apresenta, como regra geral,
que eles começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Caso o vencimento do prazo caia em dia que
não haja expediente forense ou em que este for encerrado antes do horário regularmente pre-
visto, os prazos serão prorrogados para o primeiro dia útil subsequente.

Digamos que uma intimação ou citação seja feita ao particular no dia 04, com o prazo de 5
dias, e que tal data se trate de uma terça-feira.
De acordo com a lei, despreza-se o dia da cientificação (início), de forma que o prazo começa
a contar na quarta, dia 05.
Contando cinco dias, vemos que o prazo acaba no Domingo, dia 09. Como o término do prazo
cai em dia que não é útil (domingo), o prazo é prorrogado para o dia útil subsequente (segunda
feita, dia 10).

Tal regra se aplica aos prazos expressos em dias, de modo contínuo, conforme demons-
trado no exemplo anterior. Situação diferente ocorre com os prazos fixados em meses ou em
anos, quando ocorre a contagem na forma “data a data”:

Art. 67. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da conta-
gem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte, se o vencimento ocorrer em dia
em que não haja expediente ou se este houver sido encerrado antes da hora normal.
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data.
§ 4º Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como
termo o último dia do mês.
Art. 68. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se sus-
pendem.

Suponhamos que um determinado prazo seja de três meses, bem como que o início seja o dia
30 de Novembro. Teremos o final de Dezembro (1 mês), de Janeiro (2 meses) e de Fevereiro (3
meses).
Mas percebam que o mês de Fevereiro não possui o dia 30, tal como ocorreu no mês de Novem-
bro, que é o termo inicial. Assim, temos como término do prazo o último dia do mês de Fevereiro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

8. Competência

A competência pode ser conceituada como o poder, definido em lei, para que os agentes
públicos possam realizar todos os atos administrativos necessários à resolução do processo
administrativo.

DICA
Inexistindo competência legal específica, o processo adminis-
trativo terá início perante a autoridade de menor grau hierár-
quico para decidir.

Nos termos do artigo 10:

Art. 10. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que for atribuída
como própria, ressalvadas as hipóteses de delegação e avocação previstas nesta Lei ou em Leis
específicas.

Assim, ainda que a competência seja atribuída, por lei, aos agentes públicos, poderá ela,
em determinadas situações, ser delegada ou avocada.
Na delegação, temos o exercício da competência por agente ou autoridade de mesma ou
inferior hierarquia. Na avocação, por sua vez, temos o exercício da competência por autorida-
de hierarquicamente superior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Importante salientar que não é toda a competência atribuída ao agente que poderá ser
delegada, mas sim apenas parte da mesma, conforme se observa do inteiro teor do artigo 12
da Lei n. 9.784:

Art. 11. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte de sua competência a outros órgãos ou titulares, quando for conveniente, em razão de circuns-
tâncias de natureza técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos res-
pectivos presidentes.

Ainda que apenas parte da competência seja possível de delegação, o ato editado por meio
de delegação deverá mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas
pelo delegante. Por se tratar a delegação de um instituto precário, poderá ser revogada, a qual-
quer tempo, pelo autoridade delegante.
Não são todas as matérias que poderão ser exercidas por meio de delegação. Neste sen-
tido, o § 2º do artigo 11 determina que “Não podem ser objeto de delegação as matérias de
competência exclusiva do órgão ou autoridade”.
As regras relacionadas com a delegação, e bastante exigidas em provas de concurso públi-
co, estão expressas no artigo 12 da lei estadual.

Art. 12. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e os poderes transferidos, os limites da atuação
do delegado, os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva do exercício
da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e consi-
derar-se-ão editadas pelo delegante.
§ 4º A delegação poderá ser admitida por meio de convênio ou outros atos multilaterais assemelhados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Enquanto a delegação, como regra, sempre é permitida, salvo nas hipóteses em que a lei
veda a sua utilização, a avocação da competência, em sentido oposto, apenas poderá ocorrer
em caráter excepcional e por motivos devidamente fundamentados, conforme expressão do
artigo 13:

Art. 13. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, observados os
princípios previstos no art. 2º desta Lei.

Com base no mencionado artigo, consegue-se identificar as características da avocação,


quais sejam: caráter excepcional (apenas nas hipóteses legalmente previstas), temporário
(exercida por um breve período de tempo) e pautada em motivos relevantes (situações em
que realmente se faz necessário a utilização do instituto).
As diferenças entre a avocação e a delegação podem ser mais bem visualizadas no quadro
abaixo:

Delegação Avocação

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Exercício de competência por órgão de mesma hierar- Exercício de competência por órgão de hierarquia supe-
quia ou inferior rior
Em regra, sempre pode haver a delegação Em regra, não pode haver avocação
Possui as características da precariedade e da possibi- Possui as características da excepcionalidade, do cará-
lidade de revogação ter temporário e de ser pautada em motivos relevantes

9. Motivação

No âmbito do processo administrativo, a motivação pode ser entendida como a exposição


dos motivos que levaram o administrador à prática dos atos administrativos. A motivação,
desta forma, é obrigatória no âmbito dos atos administrativos vinculados e a regra no tocante
aos atos discricionários.
Alguns atos, no entanto, conforme previsão no artigo 48 da Lei Estadual n. 5.427, obrigato-
riamente terão que ser motivados:

Art. 48. As decisões proferidas em processo administrativo deverão ser motivadas, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem, modifiquem ou extingam direitos;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
IV – julguem recursos administrativos;
V – decorram de reexame de ofício;
VI – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão, ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VII – importem em anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo;
VIII – acatem ou recusem a produção de provas requeridas pelos interessados;
IX – tenham conteúdo decisório relevante;
X – extingam o processo.

9.1. Motivação Aliunde


Conforme previsão legal, “a motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo con-
sistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informa-
ções, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato e deverão compor
a instrução do processo”. (Art. 48, § 1º).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Do mencionado artigo, temos a possibilidade de utilização da motivação aliunde no âmbito


do processo administrativo, que é aquela que faz uso, na fundamentação, de pareceres, deci-
sões ou propostas anteriores.
Assim, a motivação poderá ser, basicamente, de duas formas:
• contextual (em que ocorre a produção de um texto mencionando os pressupostos de
fato e de direito daquele ato).
• aliunde (em que não há a produção de um texto, mas sim a utilização de uma fundamen-
tação já utilizada).

Outras duas importantes regras merecem ser destacadas em relação à motivação, a saber:
• Na solução de vários assuntos da mesma natureza, poderão ser utilizados recursos de
tecnologia que reproduzam os fundamentos das decisões, desde que este procedimen-
to não prejudique direito ou garantia dos interessados e individualize o caso que se está
decidindo.
• A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões, proferidas oralmente,
constará da respectiva ata, de acórdão ou de termo escrito.

10. Anulação, Revogação e Convalidação

10.1. Anulação e Revogação

A anulação, a revogação e a convalidação são três das principais formas de desfazimento


dos atos administrativos. O motivo de estarem previstas na lei que rege os processos adminis-
trativos é que os atos são o meio através do qual a administração consegue instaurar, instruir
e julgar os processos que chegam ao seu conhecimento.
Com a anulação, temos a extinção do ato administrativo, por motivo de ilegalidade, com
eficácia retroativa e efeitos ex-tunc. Na revogação, em sentido contrário, temos a extinção do
ato pautada na conveniência na oportunidade, com eficácia prospectiva e efeitos em-nunc.
No texto da Lei Estadual n. 5.427, as possibilidades de anulação e de revogação estão pre-
vistas no artigo 51:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 51. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode, respeitados os direitos adquiridos, revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade.
Parágrafo único. Ao beneficiário do ato deverá ser assegurada a oportunidade para se manifestar
previamente à anulação ou revogação do ato.

Importante salientar que a possibilidade da administração pública anular ou revogar seus


próprios atos decorre do princípio da autotutela, consubstanciado na Súmula n. 473 do STF:

Súmula n. 473 do STF


A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

No âmbito da revogação, a doutrina identifica uma série de atos que não são passíveis de
aplicação de tal forma de extinção, sendo eles:
• Atos que se exauriram seus efeitos: são aqueles que já produziram os efeitos para os
quais foram produzidos, como, por exemplo, o ato de concessão de uma licença já usu-
fruída.
• Atos vinculados: como a revogação adentra no mérito administrativo, não há hipótese
de utilização de tal instituto nos atos vinculados, uma vez que, nestes, todos os requisi-
tos são previstos em lei, sem possibilidade de atuação do particular.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

• Atos que geram direitos adquiridos: são aqueles que já se incorporaram ao patrimônio
do particular. Como exemplo, temos a concessão de aposentadoria, após o preenchi-
mento dos requisitos legais.
• Atos que integram procedimento administrativo: neste caso, a edição de um ato poste-
rior acarreta a preclusão do ato anterior, impossibilitando a sua revogação. Como exem-
plo, temos, no âmbito da licitação, a impossibilidade de revogação da adjudicação com-
pulsória após a celebração do contrato administrativo.
• Meros atos administrativos: são aqueles que não produzem efeitos jurídicos, apenas
atestando uma situação já existente. Tal situação ocorre com os atestados, pareceres
e atestados.

No que se refere à anulação, a lei estadual apresenta um prazo decadencial para a atuação
da administração pública. Não ocorrendo a anulação no prazo previsto, salvo comprovada má
fé, teremos a convalidação do ato administrativo.

Art. 53. A Administração tem o prazo de cinco anos, a contar da data da publicação da decisão
final proferida no processo administrativo, para anular os atos administrativos dos quais decorram
efeitos favoráveis para os administrados, ressalvado o caso de comprovada má-fé.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção


do primeiro pagamento.
§ 2º Sem prejuízo da ponderação de outros fatores, considera-se de má-fé o indivíduo que, analisa-
das as circunstâncias do caso, tinha ou devia ter consciência da ilegalidade do ato praticado.
§ 3º Os Poderes do Estado e os demais órgãos dotados de autonomia constitucional poderão, no
exercício de função administrativa, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, restringir os efeitos da declaração de nulidade de ato administrativo ou decidir que
ela só tenha eficácia a partir de determinado momento que venha a ser fixado.

Exemplo:
Béverli apresenta uma certidão em uma repartição pública com a finalidade de obter algum
benefício. Uma vez atendidas as condições, o benefício é concedido. Neste caso, caso o Poder
Público deseje anular o ato de concessão do benefício, deverá assim o fazer no prazo de 5
anos.
Após o prazo de 5 anos, o ato é convalidado tacitamente, ainda que sem a manifestação escri-
ta da administração pública. Neste caso, tendo ocorrido a convalidação, não poderá mais a
administração anular o ato.
No entanto, caso seja comprovado, posteriormente, que Béverli apresentou uma certidão falsa
para a obtenção do benefício (agindo, dessa forma, com má-fé), a anulação poderá ocorrer
mesmo após o prazo decadencial de 5 anos.

De acordo com o artigo anteriormente mencionado, temos a previsão de que “No caso de
efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento”.
Um exemplo de efeitos patrimoniais contínuos é o pagamento de uma pensão, que ocorre
todos os meses. Em tal situação, o prazo para a administração anular tais atos é contado a
partir da data de recebimento do primeiro pagamento.

10.2. Convalidação

A convalidação, por fim, está prevista no artigo 52 da norma estadual. Tal forma de desfa-
zimento dos atos administrativos representa um juízo de legalidade, com eficácia retroativa e
efeitos ex-tunc, assemelhando-se, em muitos aspectos, à anulação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

As diferenças entre os dois institutos é que a anulação aplica-se, indistintamente, sobre


todos os atos administrativos ilegais, ao passo que a convalidação apenas pode incidir sobre
determinados elementos do ato, desde que observados os demais requisitos legais.

Art. 52. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
Parágrafo único. Admite-se convalidação voluntária, em especial, nas seguintes hipóteses:
I – vícios de competência, mediante ratificação da autoridade competente;
II – vício de objeto, quando plúrimo, mediante conversão ou reforma;
III – quando, independentemente do vício apurado, se constatar que a invalidação do ato trará mais
prejuízos ao interesse público do que a sua manutenção, conforme decisão plenamente motivada.

A convalidação voluntária poderá ocorrer, em especial, nas seguintes situações:


• em caso de vícios de competência, mediante ratificação da autoridade competente;
• em caso de vícios de objeto, quando plúrimo, mediante conversão ou reforma;
• quando, independentemente do vício apurado, se constatar que a invalidação do ato
trará mais prejuízos ao interesse público do que a sua manutenção, conforme decisão
plenamente motivada.

11. Processo Administrativo Sancionatório

Dentre as diversas situações que dão ensejo à instauração do processo administrativo,


merece destaque aquelas relacionadas com a aplicação de sanções aos particulares. E isso
ocorre na medida em que, nas sanções, o particular passa a ter uma obrigação perante o Po-
der Público. Logo, nada mais natural do que a instauração do processo, possibilitando que o
acusado saiba aquilo que contra ele está sendo afirmado e exerça os direitos do contraditório
e da ampla defesa.
Neste sentido, nenhuma sanção administrativa será aplicada à pessoa física ou jurídica
pela administração, sem que lhe seja assegurada ampla e prévia defesa, em procedimento
sancionatório.
Além disso, uma série de circunstâncias deverão ser levadas em conta no momento da
aplicação das sanções administrativas, conforme previsão do artigo 70:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 70. Sem prejuízo das circunstâncias atenuantes e agravantes previstas em legislação especí-
fica, para imposição e gradação de sanções administrativas, a autoridade competente observará:
I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências;
II – os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação violada;
III – a situação econômica do infrator.

A aplicação das sanções irá considerar, sempre, as circunstâncias agravantes (que fazem
com que a sanção seja mais grave) e atenuantes (que reduzem a sanção administrativa). Logo,
é essencial que tenhamos conhecimento de cada uma destas circunstâncias, conforme pode
ser observado no gráfico a seguir:

São circunstâncias que sempre atenuam a São circunstâncias que sempre agravam a penalidade, quando
penalidade: não constituem ou qualificam a infração:
a) o baixo grau de instrução ou escolaridade 1) reincidência nas infrações;
do infrator; 2) ausência de comunicação, pelo infrator, do risco de danos a
b) a reparação espontânea do dano, ou sua bens, pessoas e serviços;
limitação significativa; 3) ter o infrator cometido a infração:
c) a comunicação prévia, pelo infrator, do risco a) para obter vantagem pecuniária ou por outro motivo torpe;
de danos a bens, pessoas e serviços; b) coagindo outrem para a execução material da infração;
d) a colaboração com os agentes encarrega- c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
dos da vigilância e da fiscalização da atividade. pública ou o meio ambiente;
d) causando danos à propriedade alheia;
e) à noite;
f) mediante fraude ou abuso de confiança;
g) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autori-
zação;
h) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcial-
mente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fis-
cais.

Especificamente quando estivermos diante da aplicação de multas, serão observadas as


seguintes regras:
• se o infrator, cumulativamente, não for reincidente na prática de infrações administrati-
vas, não tiver agido com dolo e não tiverem ocorrido circunstâncias agravantes, o valor
da multa não poderá ultrapassar um terço do valor máximo previsto para a respectiva
infração, não podendo, em qualquer caso, ser inferior ao mínimo previsto;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

• se, além dos elementos previstos no inciso anterior, a infração for cometida por pessoa
física, microempresa ou empresa de pequeno porte, o valor da multa não poderá ultra-
passar um quarto do valor máximo previsto para a respectiva infração, não podendo,
em qualquer caso, ser inferior ao mínimo previsto.

E como estamos diante de um procedimento destinado a sancionar o particular, as me-


didas adotadas pela Administração Pública com este objetivo devem ser realizadas em um
período de tempo, após o qual ocorrerá a prescrição da ação punitiva do Estado.

Art. 74. Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Estadual, direta e in-
direta, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no
caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
§ 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, penden-
te de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da
parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisa-
ção, se for o caso.
§ 2º Interrompe-se a prescrição:
I – pela notificação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital;
II – por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato;
III – pela decisão condenatória recorrível.
§ 3º Suspende-se a prescrição durante a vigência de termo de ajustamento de conduta ou outro
instrumento congênere.
§ 4º A prescrição da ação punitiva não afeta a pretensão da administração de obter a reparação dos
danos causados pelo infrator.

Professor, o que temos que memorizar em relação a este artigo?

Para fins de prova, devemos memorizar as seguintes informações:


• a ação punitiva do Estado deve ocorrer no prazo de 5 anos, após o qual ocorrerá a pres-
crição.
• a prescrição será contada da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente
ou continuada, do dia em que tiver cessado.
• incide a prescrição, também, no procedimento administrativo paralisado por mais de 3
anos, pendente de julgamento ou despacho.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

• ainda que ocorra a prescrição, poderá a Administração Pública, mesmo assim, obter a
reparação dos danos causados pelo infrator.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VUNESP/TJ-RJ/JE/2019) De acordo com a Lei do Processo Administrativo do
Estado do Rio de Janeiro (Lei no 5.427/2009), uma decisão proferida em processo administra-
tivo poderá ter efeito normativo e vinculante para os órgãos e entidades da Administração Pú-
blica estadual se assim determinar o Governador do Estado em despacho motivado, publicado
no Diário Oficial, após oitiva da Procuradoria Geral do Estado.
Referida disposição legal é
a) exemplo de exercício de competência vinculada da autoridade administrativa.
b) decorrência do poder hierárquico do Chefe do Poder Executivo.
c) concretização do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
d) manifestação do poder regulamentar do legislador constitucional.
e) expressão do poder disciplinar do Chefe do Poder Executivo.

Questão 2 (FCC/SEFAZ-RJ/AFRE/2014/ADAPTADA) Poderão atuar no processo adminis-


trativo os interessados, como tais designados, entre outros, aqueles que, sem haverem ini-
ciado o processo, tenham direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser
adotada.

Questão 3 (FCC/SEFAZ-RJ/AFRE/2014/ADAPTADA) O ato de delegação de competência


é revogável pela autoridade delegante, salvo se a autoridade delegada já houver iniciado a exe-
cução da medida objeto da delegação.

Questão 4 (FCC/SEFAZ-RJ/AFRE/2014/ADAPTADA) Quando a matéria do processo en-


volver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado,
abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido,
se não houver prejuízo para a parte interessada.

Questão 5 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014) Nos termos da Lei n.. 5.427, de


2009, do Estado do Rio de Janeiro, em caso de comunicação oficial escrita, constatada a au-
sência de algum dos elementos essenciais do requerimento pela autoridade competente para

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

o julgamento ou para a instrução, será determinado o suprimento da falta pelo requerente,


concedendo-se, para tanto, prazo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas úteis nem superior a:
a) cinco dias
b) dez dias
c) vinte dias
d) trinta dias
e) sessenta dias

Questão 6 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014) De acordo com a Lei n.. 5.427,


de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, é considerada situação de suspeição a relação com al-
gum dos interessados que caracterizar:
a) amizade íntima
b) interesse direto na matéria
c) litígio em curso
d) participação como testemunha no processo
e) atuação anterior como perito

Questão 7 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a autenticação de documentos por notário público.

Questão 8 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja o reconhecimento de firmas nas assinaturas.

Questão 9 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a apresentação dos atos em vernáculo.

Questão 10 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a indicação de data e local no verso dos atos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 11 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a numeração digital nas folhas do processo.

Questão 12 (FEMPERJ/TCE-RJ/TÉCNICO DE NOTIFICAÇÕES/2012) Sobre as normas gerais


do processo administrativo no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, a Lei Estadual n. 5.427/09
estabelece que o administrado tem direito a ter ciência da tramitação dos processos administra-
tivos:
a) em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
nele contidos, permitida a cobrança pelos custos da reprodução, e conhecer as decisões pro-
feridas, na forma dos respectivos regulamentos, ressalvadas as hipóteses de sigilo admitidas
em direito;
b) em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
nele contidos, de forma gratuita, e conhecer as decisões proferidas, na forma dos respectivos
regulamentos, não lhe sendo aplicadas as hipóteses de sigilo quando figurar como investiga-
do, pelos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa;
c) independentemente de ostentar ou não a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos nele contidos, de forma gratuita, e conhecer as decisões proferidas, na
forma dos respectivos regulamentos, com base no princípio da publicidade;
d) independentemente de ostentar ou não a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos nele contidos, permitida a cobrança pelos custos da reprodução, e co-
nhecer as decisões proferidas, não sendo aplicado sigilo, com base no princípio da publicidade;
e) e vista desses processos, independentemente de ostentar ou não a condição de interessa-
do, sendo que somente pode obter cópias de documentos nele contidos, de forma gratuita, a
pessoa que figurar como investigada, pois o princípio da publicidade é limitado pelo princípio
da intimidade.

Questão 13 (FGV/SEFAZ-RJ/AFRE/2011) O presidente de uma autarquia do Estado do Rio de


Janeiro, após auditoria realizada na folha de pagamento da entidade, detectou irregularidades

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

na concessão de vantagens pecuniárias a algumas categorias de servidores públicos e preten-


de rever os atos administrativos concessivos de tais benefícios.
Considerando que os atos administrativos foram praticados há mais de doze anos e que vêm
produzindo, desde então, efeitos jurídicos favoráveis aos seus destinatários de boa-fé, o Presi-
dente da autarquia indaga se existe algum limite temporal para a anulação de tais atos. Nessa
situação hipotética, de acordo com a lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janei-
ro (Lei 5.427/2009), é correto afirmar que o direito de a Administração Pública anular tais atos
a) não se submete a prazo decadencial, em decorrência do princípio da legalidade.
b) prescreve em dez anos, contados da data da ciência do vício de legalidade, salvo compro-
vada má-fé.
c) prescreve em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
d) decai em cinco anos, contados da data de percepção do primeiro pagamento.
e) decai em cinco anos após o término do exercício de mandato, cargo em comissão ou função
de confiança.

Questão 14 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, o ato de delegação e sua revogação
deverão ser publicados no portal da transparência.

Questão 15 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, a delegação não poderá ser admitida
por meio de convênio ou outros atos multilaterais.

Questão 16 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, as decisões adotadas por delegação
devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegante.

Questão 17 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, o ato de delegação é revogável em até
30 dias de sua edição por qualquer autoridade pública estadual.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 18 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, a delegação será admitida por tempo
determinado somente nas situações previstas em lei específica.

Questão 19 (CEPERJ/FSC/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRA-


ÇÃO/2014) Segundo a Lei Estadual n. 5.427/2009, fica impedido de atuar em processo admi-
nistrativo o servidor ou autoridade que:
a) mantiver relação íntima com uma das partes interessadas
b) for primo da parte interessada
c) tenha participado do processo, exceto se na condição de perito
d) esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado
e) for cônjuge ou companheiro do chefe da repartição competente para examinar o pedido

Questão 20 (CESPE/TCU/AUFC/CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/


2013/ADAPTADA) Com relação à Lei Estadual n. 5.427, que regula o processo administrativo
no âmbito da administração pública estadual, julgue o item a seguir.
As disposições da referida lei aplicam-se aos órgãos e às entidades que integram o Poder
Executivo, mas não aos órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, que dispõem de disciplina
própria relativamente aos processos de natureza administrativa.

Questão 21 (CESPE/TCE-RS/AUDITOR DE CONTROLE/2013/ADAPTADA) No que se refere


ao processo administrativo, julgue os itens a seguir, com base na Lei Estadual n. 5.427 e res-
pectivas alterações.
Caso seja interposto recurso de decisão decorrente de processo administrativo, a autoridade
recorrida pode, de ofício, dar efeito suspensivo ao recurso interposto, caso se configure o justo
receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução.

Questão 22 (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR/2014/ADAPTADA) Considerando o disposto


na Lei Estadual n. 5.427, julgue os itens subsequentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

A autoridade superior, verificando a morosidade na adoção de decisões pelo órgão hierarqui-


camente inferior, poderá, desde que motivadamente, avocar definitivamente a competência a
ele atribuída.

Questão 23 (CESPE/TRE-GO/AJ JUDICIÁRIA/2015/ADAPTADA) Acerca dos atos adminis-


trativos e do processo administrativo sob o regime da Lei Estadual n. 5.427, julgue o item a
seguir.
Conforme expressa disposição da Lei Estadual n. 5.427, se ocorrer equivocada interposição de
recurso administrativo perante autoridade incompetente, será indicada ao recorrente a autori-
dade competente e devolvido o prazo recursal.

Questão 24 (CESPE/FUB/ASS ADM/2015/ADAPTADA) Julgue o próximo item, a respeito


de processo administrativo.
Em um processo administrativo, a fase de instrução é o momento em que se conclui o pro-
cesso e se passam as orientações finais que deverão ser consideradas pela administração
pública.

Questão 25 (CESPE/FUB/ADM/2015) No que tange à improbidade administrativa e ao pro-


cesso administrativo, julgue o seguinte item.
O servidor que estiver litigando judicialmente com o titular de algum direito em processo admi-
nistrativo ficará impedido de atuar no feito.

Questão 26 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROC MUN/2017/ADAPTADA) O item


a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a res-
peito da organização administrativa e dos atos administrativos.
O prefeito de um município brasileiro delegou determinada competência a um secretário mu-
nicipal. No exercício da função delegada, o secretário emitiu um ato ilegal. Nessa situação, a
responsabilidade pela ilegalidade do ato deverá recair apenas sobre a autoridade delegada.

Questão 27 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROC MUN/2017) Com relação a pro-


cesso administrativo, poderes da administração e serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Nos termos da jurisprudência do STF, caso um particular interponha recurso administrativo


contra uma multa de trânsito, por se tratar do exercício do poder de polícia pela administração,
a admissibilidade do recurso administrativo dependerá de depósito prévio a ser efetuado pelo
administrado.

Questão 28 (CESPE/TRE-PI/AJ ADMINISTRATIVA/2016) No curso de um processo admi-


nistrativo, poderá ser arguida a suspeição de servidor que
a) tiver participado como perito.
b) estiver litigando administrativamente com o companheiro do interessado.
c) estiver litigando judicialmente com o interessado.
d) tiver amizade íntima com o cônjuge do interessado.
e) tiver interesse indireto na matéria.

Questão 29 (CESPE/PC-PE/AUX PER/2016/ADAPTADA) O princípio que está expressa-


mente previsto na lei que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública
estadual, dispondo que a administração pública deverá obedecê-lo, é o princípio da
a) razoabilidade.
b) economicidade.
c) juridicidade.
d) disponibilidade.
e) precaução.

Questão 30 (CESPE/TCU/TEFC APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO/TÉCNICA ADMI-


NISTRATIVA/2012/ADAPTADA) O interessado pode desistir do processo. Nesses casos, a
administração poderá dar prosseguimento ao feito caso considere que o interesse público
assim o exige.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

GABARITO
1. b 28. d
2. C 29. a
3. E 30. C
4. C
5. b
6. a
7. E
8. E
9. C
10. E
11. E
12. a
13. d
14. E
15. E
16. C
17. E
18. E
19. d
20. E
21. C
22. E
23. C
24. E
25. C
26. E
27. E

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VUNESP/TJ-RJ/JE/2019) De acordo com a Lei do Processo Administrativo do
Estado do Rio de Janeiro (Lei no 5.427/2009), uma decisão proferida em processo administra-
tivo poderá ter efeito normativo e vinculante para os órgãos e entidades da Administração Pú-
blica estadual se assim determinar o Governador do Estado em despacho motivado, publicado
no Diário Oficial, após oitiva da Procuradoria Geral do Estado.
Referida disposição legal é
a) exemplo de exercício de competência vinculada da autoridade administrativa.
b) decorrência do poder hierárquico do Chefe do Poder Executivo.
c) concretização do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
d) manifestação do poder regulamentar do legislador constitucional.
e) expressão do poder disciplinar do Chefe do Poder Executivo.

Letra b.
A questão exige o conhecimento da previsão do artigo 47 da legislação estadual:

Art. 47. Quando a decisão proferida num determinado processo administrativo se caracterizar como
extensível a outros casos similares, poderá o Governador, após manifestação da Procuradoria-Ge-
ral do Estado, mediante ato devidamente motivado, atribuir-lhe eficácia vinculante e normativa,
com a devida publicação na imprensa oficial.
Parágrafo único. O efeito vinculante previsto neste artigo poderá ser revisto, a qualquer tempo, de
ofício ou por provocação, mediante edição de novo ato, mas dependerá de manifestação prévia da
Procuradoria Geral do Estado.

E se o Chefe do Poder Executivo quer que a decisão tenha efeito normativo e vinculante para
todos os demais processos, estamos, no caso, diante de uma manifestação decorrente do
poder hierárquico. O poder hierárquico, em linhas gerais, é aquele que possibilita que as autori-
dades de maior hierarquia apliquem decisões à organização como um todo.

Questão 2 (FCC/SEFAZ-RJ/AFRE/2014/ADAPTADA) Poderão atuar no processo adminis-


trativo os interessados, como tais designados, entre outros, aqueles que, sem haverem ini-
ciado o processo, tenham direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser
adotada.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Certo.
Trata-se de uma das situações elencadas no artigo 9º da norma estadual:

Art. 9º Poderão atuar no processo administrativo os interessados como tais designados:


II – aqueles que, sem haverem iniciado o processo, tenham direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;

Questão 3 (FCC/SEFAZ-RJ/AFRE/2014/ADAPTADA) O ato de delegação de competência


é revogável pela autoridade delegante, salvo se a autoridade delegada já houver iniciado a exe-
cução da medida objeto da delegação.

Errado.
O ato de delegação de competência sempre poderá ser revogado, a qualquer tempo, pela auto-
ridade delegante, ou seja, por aquela que realizou a delegação.

Art. 12, § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

Questão 4 (FCC/SEFAZ-RJ/AFRE/2014/ADAPTADA) Quando a matéria do processo en-


volver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado,
abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido,
se não houver prejuízo para a parte interessada.

Certo.
A questão exige o conhecimento das disposições do artigo 27 da norma estadual, de seguinte
teor:

Art. 27. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de ter-
ceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

Questão 5 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014) Nos termos da Lei n.. 5.427, de


2009, do Estado do Rio de Janeiro, em caso de comunicação oficial escrita, constatada a au-
sência de algum dos elementos essenciais do requerimento pela autoridade competente para

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

o julgamento ou para a instrução, será determinado o suprimento da falta pelo requerente,


concedendo-se, para tanto, prazo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas úteis nem superior a:
a) cinco dias
b) dez dias
c) vinte dias
d) trinta dias
e) sessenta dias

Letra b.
De acordo com a Lei Estadual n. 5.427, o prazo para o suprimento da ausência de algum dos
elementos essenciais será não inferior a 24 horas úteis, nem superior a 10 dias úteis.

Art. 6º, § 2º Constatada a ausência de algum dos elementos essenciais do requerimento pela auto-
ridade competente para o julgamento ou para a instrução, será determinado o suprimento da falta
pelo requerente, concedendo-se, para tanto, prazo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas úteis nem
superior a 10 (dez) dias úteis, a contar da correspondente comunicação, sob pena de arquivamento,
salvo se a continuação do feito for de interesse público.

Questão 6 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014) De acordo com a Lei n.. 5.427,


de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, é considerada situação de suspeição a relação com al-
gum dos interessados que caracterizar:
a) amizade íntima
b) interesse direto na matéria
c) litígio em curso
d) participação como testemunha no processo
e) atuação anterior como perito

Letra a.
A suspeição encontra previsão no artigo 16 da norma em estudo, de seguinte redação:

Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Logo, a resposta é a Letra “a”. Todas as demais alternativas são hipóteses de impedimento, e
não de suspeição.

Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na solução do processo;
II – seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro grau de qualquer dos interessados;
III – tenha dele participado ou dele venha a participar como perito, testemunha ou representan-
te ou se tais situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas indicadas no artigo anterior;
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pesso-
as indicadas no artigo anterior.

Questão 7 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a autenticação de documentos por notário público.

Errado.
De acordo com o § 3º do artigo 19, “A autenticação de documentos produzidos em cópia po-
derá ser feita pelo órgão administrativo”.

Questão 8 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja o reconhecimento de firmas nas assinaturas.

Errado.
Como regra geral, não será exigido o reconhecimento de firma, medida que apenas ocorrerá
quando houver dúvida de autenticidade.

Art. 19, § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver
dúvida de autenticidade.

Questão 9 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a apresentação dos atos em vernáculo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Certo.
De acordo com o § 1º do artigo 19, “Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito,
em vernáculo, com a data e o local de sua realização, a identificação e a assinatura da autori-
dade responsável”.

Questão 10 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a indicação de data e local no verso dos atos.

Errado.
Não há qualquer fundamento na obrigatoriedade de indicação da data e local da realização dos
atos no verso do documento. O que a lei determina, apenas, é que os atos sejam produzidos
com a data e o local de sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.

Art. 19, § 1º Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o
local de sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.

Questão 11 (CEPERJ/RIOPREVIDÊNCIA/ASS PREV/2014/ADAPTADA) Consoante o dis-


posto na Lei n.. 5.427, de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, quanto ao procedimento adotado
é necessário que haja a numeração digital nas folhas do processo.

Errado.
A numeração não será digital. O que a norma estabelece é que, nos termos do artigo 19, § 4º,
“O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas”.

Questão 12 (FEMPERJ/TCE-RJ/TÉCNICO DE NOTIFICAÇÕES/2012) Sobre as normas


gerais do processo administrativo no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, a Lei Estadual n.
5.427/09 estabelece que o administrado tem direito a ter ciência da tramitação dos processos
administrativos:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

a) em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
nele contidos, permitida a cobrança pelos custos da reprodução, e conhecer as decisões pro-
feridas, na forma dos respectivos regulamentos, ressalvadas as hipóteses de sigilo admitidas
em direito;
b) em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
nele contidos, de forma gratuita, e conhecer as decisões proferidas, na forma dos respectivos
regulamentos, não lhe sendo aplicadas as hipóteses de sigilo quando figurar como investiga-
do, pelos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa;
c) independentemente de ostentar ou não a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos nele contidos, de forma gratuita, e conhecer as decisões proferidas, na
forma dos respectivos regulamentos, com base no princípio da publicidade;
d) independentemente de ostentar ou não a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos nele contidos, permitida a cobrança pelos custos da reprodução, e co-
nhecer as decisões proferidas, não sendo aplicado sigilo, com base no princípio da publicidade;
e) e vista desses processos, independentemente de ostentar ou não a condição de interessa-
do, sendo que somente pode obter cópias de documentos nele contidos, de forma gratuita, a
pessoa que figurar como investigada, pois o princípio da publicidade é limitado pelo princípio
da intimidade.

Letra a.
Para responder à questão, façamos uso das disposições do artigo 3º, de seguinte teor:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros
que lhe sejam assegurados:
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interes-
sado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos nele contidos, permitida a cobrança pelos
custos da reprodução, e conhecer as decisões proferidas, na forma dos respectivos regulamentos,
ressalvadas as hipóteses de sigilo admitidas em direito;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de con-
sideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 13 (FGV/SEFAZ-RJ/AFRE/2011) O presidente de uma autarquia do Estado do Rio


de Janeiro, após auditoria realizada na folha de pagamento da entidade, detectou irregularida-
des na concessão de vantagens pecuniárias a algumas categorias de servidores públicos e
pretende rever os atos administrativos concessivos de tais benefícios.
Considerando que os atos administrativos foram praticados há mais de doze anos e que vêm
produzindo, desde então, efeitos jurídicos favoráveis aos seus destinatários de boa-fé, o Presi-
dente da autarquia indaga se existe algum limite temporal para a anulação de tais atos. Nessa
situação hipotética, de acordo com a lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janei-
ro (Lei 5.427/2009), é correto afirmar que o direito de a Administração Pública anular tais atos
a) não se submete a prazo decadencial, em decorrência do princípio da legalidade.
b) prescreve em dez anos, contados da data da ciência do vício de legalidade, salvo compro-
vada má-fé.
c) prescreve em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
d) decai em cinco anos, contados da data de percepção do primeiro pagamento.
e) decai em cinco anos após o término do exercício de mandato, cargo em comissão ou função
de confiança.

Letra d.
A questão exige o conhecimento das disposições do artigo 53 da norma estadual:

Art. 53. A Administração tem o prazo de cinco anos, a contar da data da publicação da decisão final
proferida no processo administrativo, para anular os atos administrativos dos quais decorram efei-
tos favoráveis para os administrados, ressalvado o caso de comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção
do primeiro pagamento.

No caso, estamos diante de efeitos patrimoniais contínuos, ou seja, valores que são recebidos
todos os meses. Logo, o prazo decadencial de 5 anos é contado a partir da data de recebimen-
to do primeiro pagamento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 14 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, o ato de delegação e sua revogação
deverão ser publicados no portal da transparência.

Errado.
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados na imprensa oficial, e não no por-
tal da transparência.

Art. 12. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.

Questão 15 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, a delegação não poderá ser admitida
por meio de convênio ou outros atos multilaterais.

Errado.
Especificamente no caso do processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro, temos a
previsão em sentido contrário ao que afirmado.

Art. 11, § 4º A delegação poderá ser admitida por meio de convênio ou outros atos multilaterais
assemelhados.

Assim, a delegação, diferente do que informado, poderá ser admitida por meio de convênio ou
outros atos multilaterais assemelhados.

Questão 16 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, as decisões adotadas por delegação
devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegante.

Certo.
Trata-se de previsão do artigo 11, § 3º, da norma estadual, de seguinte redação:

Art. 11, § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegante.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 17 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, o ato de delegação é revogável em até
30 dias de sua edição por qualquer autoridade pública estadual.

Errado.
Não há um prazo dentro do qual a delegação poderá ser revogável. Em sentido contrário, a nor-
ma estabelece, em seu artigo 11, § 2º, que “O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
pela autoridade delegante”.

Questão 18 (CEPERJ/SEAP-RJ/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ADMINISTRAÇÃO/2014/


ADAPTADA) Nos termos da Lei Estadual n. 5.427/2009, a delegação será admitida por tempo
determinado somente nas situações previstas em lei específica.

Errado.
A delegação sempre será realizada por tempo determinado, não havendo possibilidade de re-
alização do procedimento por tempo indeterminado. E isso ocorre na medida em que o ato
de delegação implica na transferência temporária do exercício de parte da competência do
agente estatal.

Questão 19 (CEPERJ/FSC/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRA-


ÇÃO/2014) Segundo a Lei Estadual n. 5.427/2009, fica impedido de atuar em processo admi-
nistrativo o servidor ou autoridade que:
a) mantiver relação íntima com uma das partes interessadas
b) for primo da parte interessada
c) tenha participado do processo, exceto se na condição de perito
d) esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado
e) for cônjuge ou companheiro do chefe da repartição competente para examinar o pedido

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Letra d.
As situações de impedimento estão expressas no artigo 17 da norma estadual, de seguinte
redação:

Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na solução do processo;
II – seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro grau de qualquer dos interessados;
III – tenha dele participado ou dele venha a participar como perito, testemunha ou representante ou
se tais situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas indicadas no artigo anterior;
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pes-
soas indicadas no artigo anterior.

Questão 20 (CESPE/TCU/AUFC/CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/


2013/ADAPTADA) Com relação à Lei Estadual n. 5.427, que regula o processo administrativo
no âmbito da administração pública estadual, julgue o item a seguir.
As disposições da referida lei aplicam-se aos órgãos e às entidades que integram o Poder
Executivo, mas não aos órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, que dispõem de disciplina
própria relativamente aos processos de natureza administrativa.

Errado.
Ao contrário do que afirma a questão, as regras relacionadas com o processo administrativo
também devem ser observadas pelos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado do Rio de
Janeiro.

Art. 1º, § 2º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos poderes Legislativos, Judiciários, ao
Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado, quando no desempenho de
função administrativa.

Questão 21 (CESPE/TCE-RS/AUDITOR DE CONTROLE/2013/ADAPTADA) No que se refere


ao processo administrativo, julgue os itens a seguir, com base na Lei Estadual n. 5.427 e res-
pectivas alterações.
Caso seja interposto recurso de decisão decorrente de processo administrativo, a autoridade
recorrida pode, de ofício, dar efeito suspensivo ao recurso interposto, caso se configure o justo
receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Certo.
Ainda que a regra geral seja o recurso administrativo não possuir efeito suspensivo, poderá a
autoridade recorrida, de ofício e em caso de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta repa-
ração, atribuir efeito suspensivo ao recurso.

Art. 58. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da exe-
cução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, atribuir
efeito suspensivo ao recurso.

Questão 22 (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR/2014/ADAPTADA) Considerando o disposto


na Lei Estadual n. 5.427, julgue os itens subsequentes.
A autoridade superior, verificando a morosidade na adoção de decisões pelo órgão hierarqui-
camente inferior, poderá, desde que motivadamente, avocar definitivamente a competência a
ele atribuída.

Errado.
A avocação trata-se de medida excepcional e temporária, não podendo, diferente do que infor-
ma a questão, ser adotada em caráter definitivo.

Art. 13. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, observados os
princípios previstos no art. 2º desta Lei.

Questão 23 (CESPE/TRE-GO/AJ JUDICIÁRIA/2015/ADAPTADA) Acerca dos atos adminis-


trativos e do processo administrativo sob o regime da Lei Estadual n. 5.427, julgue o item a
seguir.
Conforme expressa disposição da Lei Estadual n. 5.427, se ocorrer equivocada interposição de
recurso administrativo perante autoridade incompetente, será indicada ao recorrente a autori-
dade competente e devolvido o prazo recursal.

Certo.
Trata-se da previsão expressa no artigo 62 da norma estadual em estudo, de seguinte teor:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Art. 62. O recurso não será conhecido quando interposto:


I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não tenha legitimidade ou interesse em recorrer;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
§ 1º Na hipótese do inciso II, o processo administrativo será remetido ao órgão ou autoridade com-
petente.

Questão 24 (CESPE/FUB/ASS ADM/2015/ADAPTADA) Julgue o próximo item, a respeito


de processo administrativo.
Em um processo administrativo, a fase de instrução é o momento em que se conclui o pro-
cesso e se passam as orientações finais que deverão ser consideradas pela administração
pública.

Errado.
A instrução trata-se da fase onde o Poder Público procede à necessária averiguação e inves-
tigação com o objetivo de comprovar que os dados informados no requerimento inicial são
ou não verídicos. Por isso mesmo é que cabe ao administrado que postulou o requerimento
provar, por todos os meios de prova, as alegações por ele apresentadas.

Questão 25 (CESPE/FUB/ADM/2015) No que tange à improbidade administrativa e ao pro-


cesso administrativo, julgue o seguinte item.
O servidor que estiver litigando judicialmente com o titular de algum direito em processo admi-
nistrativo ficará impedido de atuar no feito.

Certo.
A questão apresenta uma das situações de impedimento legalmente previstas.

Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pesso-
as indicadas no artigo anterior.
Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 26 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROC MUN/2017/ADAPTADA) O item


a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a res-
peito da organização administrativa e dos atos administrativos.
O prefeito de um município brasileiro delegou determinada competência a um secretário mu-
nicipal. No exercício da função delegada, o secretário emitiu um ato ilegal. Nessa situação, a
responsabilidade pela ilegalidade do ato deverá recair apenas sobre a autoridade delegada.

Errado.
Ao contrário do que ocorre com a imensa maioria das leis que versam sobre o processo admi-
nistrativo, a legislação carioca estabelece que os atos decorrentes de delegação são conside-
rados como editados pelo delegante, ou seja, quem delegou o exercício da competência.

Art. 12, § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegante.

Questão 27 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROC MUN/2017) Com relação a pro-


cesso administrativo, poderes da administração e serviços públicos, julgue o item subsecutivo.
Nos termos da jurisprudência do STF, caso um particular interponha recurso administrativo
contra uma multa de trânsito, por se tratar do exercício do poder de polícia pela administração,
a admissibilidade do recurso administrativo dependerá de depósito prévio a ser efetuado pelo
administrado.

Errado.
Devemos responder à questão com base no entendimento do STF, expresso por meio da Sú-
mula Vinculante n. 21, de seguinte redação:

Súmula Vinculante n. 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 28 (CESPE/TRE-PI/AJ ADMINISTRATIVA/2016) No curso de um processo admi-


nistrativo, poderá ser arguida a suspeição de servidor que
a) tiver participado como perito.
b) estiver litigando administrativamente com o companheiro do interessado.
c) estiver litigando judicialmente com o interessado.
d) tiver amizade íntima com o cônjuge do interessado.
e) tiver interesse indireto na matéria.

Letra d.
De acordo com o artigo 16:

Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.

Questão 29 (CESPE/PC-PE/AUX PER/2016/ADAPTADA) O princípio que está expressa-


mente previsto na lei que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública
estadual, dispondo que a administração pública deverá obedecê-lo, é o princípio da
a) razoabilidade.
b) economicidade.
c) juridicidade.
d) disponibilidade.
e) precaução.

Letra a.
Dentre as opções elencadas, apenas a letra “a” trata-se de um princípio expressamente previs-
to no texto da norma estadual.

Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, legali-
dade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditó-
rio, segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, participação,
proteção da confiança legítima e interesse público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 73
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi

Questão 30 (CESPE/TCU/TEFC APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO/TÉCNICA ADMI-


NISTRATIVA/2012/ADAPTADA) O interessado pode desistir do processo. Nesses casos, a
administração poderá dar prosseguimento ao feito caso considere que o interesse público
assim o exige.

Certo.
Ainda que o interessado possa, mediante manifestação escrita, desistir do processo, a Ad-
ministração Pública, levando em conta o interesse da coletividade, poderá prosseguir com a
demanda.

Art. 49. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pe-
dido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do
processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 73
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 73
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 73
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para BRUNO DOS SANTOS SILVA - 61212272307, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar