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ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo
Administrativo Estadual
SISTEMA DE ENSINO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi
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Gabarito........................................................................................................................55
Gabarito Comentado. .....................................................................................................56
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Vejamos os conceitos que são trazidos, por meio do artigo 1º da Lei Estadual n. 5.427, como
forma de regular o processo administrativo no âmbito da administração pública estadual.
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Art. 1º Esta Lei estabelece normas sobre atos e processos administrativos no âmbito do Estado do
Rio de Janeiro, tendo por objetivo, em especial, a proteção dos direitos dos administrados e o melhor
cumprimento dos fins do Estado.
Nota-se que a diferença entre órgão e entidade está na personalidade jurídica conferida a
esta última.
Exemplo:
Quando a Secretaria da Fazenda cria repartições internas, estamos diante de um órgão públi-
co, não tendo este personalidade jurídica.
Quando o estado do Rio de Janeiro resolve criar uma autarquia, estamos diante de uma enti-
dade, dotada, por isso mesmo, de personalidade jurídica.
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2. Campo de Abrangência
Vigora em nosso ordenamento jurídico o princípio da autonomia entre os entes federativos,
de forma que cada um deles (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) possui capacidade
para legislar sobre assuntos de seu interesse.
Assim, quando um Estado edita uma lei disciplinando as normas funcionais dos seus ser-
vidores, tal norma é aplicável apenas aos agentes públicos do respectivo ente, e não aos servi-
dores municipais ou federais.
No âmbito da União, no entanto, temos que as normas por ela editadas podem ser de ca-
ráter nacional ou federal. Tratando-se de norma nacional, aplica-se indistintamente a todos os
entes federativos, que devem observar obrigatoriamente as suas disposições. No caso de uma
lei federal, o campo de observância se restringe aos órgãos e entidades federais.
A Lei n. 5.427 é considerada uma lei estadual, sendo de observância obrigatória, por isso
mesmo, por parte de toda a administração pública direta e indireta do estado do Rio de Janeiro
(estrutura do Poder Executivo).
Entretanto, importante salientar que os demais Poderes do Estado (Legislativo e Judiciá-
rio), quando estiverem fazendo uso da função atípica de administrar, devem observância às
disposições da norma em questão.
Art. 1º, § 2º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos poderes Legislativos, Judiciários, ao
Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado, quando no desempenho de
função administrativa.
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Exemplo:
Quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (órgão integrante do Poder Judiciário) realiza
concurso público para a admissão de servidores, está ele no exercício, atipicamente, da função
administrativa.
Neste caso, deverá ele observar, no que se refere ao processo administrativo, as normas e
prazos previstos na Lei Estadual n. 5.427.
Salienta-se que as regras da Lei Estadual n. 5.427 não possuem a finalidade de modificar a lei
que rege os processos administrativos específicos. Em tais situações, as disposições desta lei ape-
nas são aplicadas em caráter subsidiário, ou seja, quando houver lacuna da lei específica.
Exemplo:
Quando da instauração do processo administrativo disciplinar com vistas à investigação das
condutas dos servidores públicos estaduais, os procedimentos a serem observados para a
instauração e julgamento serão os previstos em norma específica (normalmente, no Estatuto
Funcional dos Servidores).
Neste caso, estamos diante de uma norma específica, de forma que as disposições da norma
em questão devem ser observadas quando da tramitação do PAD.
Em caso de omissão, ou então em caráter suplementar, poderão ser utilizadas as disposições
da Lei n. 5.427.
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No âmbito do processo administrativo estadual, diversos são os princípios que devem pau-
tar a atuação do Poder Público. Em seu artigo 2º, a norma elenca uma lista exemplificativa de
princípios que estão presentes em praticamente toda a atividade administrativa.
Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, legali-
dade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditó-
rio, segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, participação,
proteção da confiança legítima e interesse público.
Além dos princípios, a lei estadual apresenta uma lista igualmente exemplificativa de cri-
térios orientadores. Tais critérios, ainda que hierarquicamente inferiores às leis, possuem re-
lação direta com diversos princípios presentes na atividade estatal. Desta forma, relaciona-se
abaixo cada um dos critérios orientadores previstos na norma legal com os respectivos princí-
pios correlatos:
Art. 2º, § 1º Nos processos administrativos serão observadas, entre outras, as seguintes normas:
I – atuação conforme a lei e o direito; (Legalidade)
II – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades; (Impessoalidade)
III – atendimento afins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes, salvo auto-
rização em Lei; (Impessoalidade)
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; (Moralidade)
V – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
(Oficialidade)
VI – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; (Motivação)
VII – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição da República; (Publicidade)
VIII – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; (Razoabi-
lidade e Proporcionalidade)
IX – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; (Seguran-
ça Jurídica)
X – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados; (Informalismo)
XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; (Isonomia)
XII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim
público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação, desfavorável ao ad-
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ministrado, que se venha dar ao mesmo tema, ressalvada a hipótese de comprovada má-fé; (Segu-
rança Jurídica)
XIII – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de pro-
vas; à interposição de recursos, nos processos que possam resultar sanções e nas situações de
litígio. (Contraditório e Ampla Defesa)
Considerando que as questões de provas, neste ponto da matéria, tendem a exigir o conhe-
cimento da literalidade dos princípios e critérios orientadores, vamos sedimentar este entendi-
mento por meio do gráfico a seguir:
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Obs.: Como decorrência da publicidade, temos a previsão de que qualquer ato que implique
dispêndio ou concessão de direitos deverá ter seu respectivo extrato publicado na
imprensa oficial.
Direitos Deveres
a) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, a) expor os fatos conforme a verdade;
que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumpri- b) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
mento de suas obrigações; c) não agir de modo temerário;
b) ter ciência da tramitação dos processos administrati- d) prestar as informações que lhe forem solicita-
vos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos das e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
autos, obter cópias de documentos nele contidos, permitida
a cobrança pelos custos da reprodução, e conhecer as deci-
sões proferidas, na forma dos respectivos regulamentos, res-
salvadas as hipóteses de sigilo admitidas em direito;
c) formular alegações e apresentar documentos antes da
decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
competente;
d) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
quando obrigatória a representação.
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Neste caso, caso a norma municipal disponha sobre o processo a ser observado no âmbito
do PAD, deve ser levado em conta o entendimento do STF, consubstanciado por meio da Súmu-
la Vinculante n. 5, de seguinte teor:
Súmula Vinculante n. 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição.
Outra grande diferença entre os dois tipos de processo é que o judicial possui a caracte-
rística de transitar em julgado, de forma a não ser mais possível o seu questionamento. E isso
ocorre porque vigora em nosso ordenamento o princípio da inafastabilidade de jurisdição, es-
tabelecido no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal:
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Com os processos administrativos isso não ocorre. Assim, ainda que o processo seja ob-
jeto de reconsideração e de diversos recursos na órbita administrativa, poderá ele, a qualquer
tempo, ser levado ao conhecimento do Poder Judiciário.
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Exemplo:
Isabella, entendendo que fazia jus a um direito, protocola pedido junto à repartição pública,
oportunidade em que será instaurado o processo administrativo.
Tendo seu pedido indeferido, Isabella interpõe pedido de reconsideração, que deverá ser deci-
dido pela mesma autoridade que decidiu anteriormente.
Caso esta não reconsidere o pedido, poderá ocorrer a interposição de recurso no âmbito admi-
nistrativo, de forma que o pedido será decidido pela autoridade superior.
Em qualquer momento, poderá Isabella interpor ação judicial, oportunidade em que os autos
do processo serão remetidos ao Poder Judiciário.
Com a decisão judicial, ocorre o trânsito em julgado, cabendo à administração cumprir a deter-
minação da sentença.
5.1. Instauração
Obs.: Especificamente em relação à proposição, temos que memorizar que esta será apre-
ciada conforme critérios de conveniência e oportunidade da administração, segundo
as prioridades definidas pelas autoridades competentes.
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Neste sentido, a norma estadual estabelece, em seu artigo 6º, os requisitos e condições
que devem ser observados pelo particular quando da petição inicial.
Art. 6º A petição inicial, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulada por
escrito e conter os seguintes elementos essenciais:
I – entidade, órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do requerente ou de quem o represente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV – formulação do pedido, da comunicação, ou da proposição, com exposição dos fatos e de seus
fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.
DICA:
Em caso de ausência de elementos essenciais para o proces-
so, será determinado o suprimento pelo requerente. Para isso,
será concedido o prazo não inferior a 24 horas úteis nem su-
perior a 10 dias úteis.
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Neste mesmo sentido, a norma apresenta uma importante regra que tem o objetivo de
evitar que a Administração Pública seja acionada em pedidos que já tenham decisão adminis-
trativa sobre a qual não caiba mais recurso. Caso isso ocorra, estaremos diante do abuso do
direito de petição, infração que ensejará a aplicação de multa ao particular infrator.
Art. 6º, § 4º, A renovação de pedidos já examinados, tendo como objeto decisão administrativa
sobre a qual não caiba mais recurso, caracterizando abuso do direito de petição, será apenada
com multa de 100 UFIR-RJ (cem unidades fiscais de referência do Rio de Janeiro) a 50.000 UFIR-RJ
(cinquenta mil unidades fiscais de referência do Rio de Janeiro), observando-se, na aplicação da
sanção, de competência do Secretário de Estado ou da autoridade máxima da entidade vinculada, a
capacidade econômica do infrator e as disposições desta Lei relativas ao processo administrativo
sancionatório.
De acordo com o artigo 9º da Lei Estadual n. 5.427, as seguintes pessoas podem figurar
como interessadas no processo administrativo:
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5.2. Instrução
Art. 26. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído
ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 33 desta Lei.
Parágrafo único. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.
Assim, ainda que todos os meios de provas sejam admitidos no curso do processo admi-
nistrativo, não poderá o particular fazer uso daquelas que sejam obtidas por meio ilícitos. Nes-
te caso, ainda que a prova possa comprovar algum fato narrado no pedido inicial, não poderá
ela ser utilizada, uma vez que todos os seus efeitos serão nulos.
Conforme destacado, é na instrução que são produzidas as provas e feitos os demais atos
necessários à solução do processo. Poderá o Poder Público, por exemplo, abrir prazo para a
realização de consultas e audiências públicas:
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Art. 27. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de ter-
ceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pes-
soas físicas ou jurídicas possam examinar os autos do processo, bem como a documentação posta
à disposição pelo órgão competente, fixando-se prazo para o oferecimento de alegações escritas,
que deverão ser consideradas pela Administração.
§ 2º O comparecimento de terceiro à consulta pública não confere, por si só, a condição de interes-
sado no processo, mas atribui-lhe o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que
poderá ser comum para todas as alegações substancialmente iguais.
Art. 28. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá
ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
Art. 29. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão valer-se de outros
meios de participação singular ou coletiva de administrados, diretamente ou por meio de organi-
zações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 30. Os resultados da consulta e audiência públicas e de outros instrumentos de participação
de administrados serão divulgados, preferencialmente, por meio eletrônico, com indicação sucinta
das suas conclusões e fundamentação.
Art. 31. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre-
sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada ao processo.
Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos exis-
tentes no próprio órgão responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, a autori-
dade competente para a instrução, verificada a procedência da declaração, proverá, de ofício, à
obtenção dos documentos ou das respectivas cópias, ou justificará a eventual impossibilidade
de realizar a medida.
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Como já mencionado, não há uma lista taxativa de meios hábeis para a produção das pro-
vas necessárias à correta solução do processo. Assim, caberá à autoridade administrativa de-
terminar as diligências que achar convenientes e necessárias para a solução do pedido. Neste
contexto, o administrado poderá solicitar a realização de diligências que entenda imprescindí-
veis para a comprovação de suas alegações. Em tais situações, a administração apenas recu-
sará as provas que entender ilícitas, impertinentes, desnecessárias e protelatórias.
Art. 34. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada de decisão, juntar documentos
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto
do processo.
Parágrafo único. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas pro-
postas pelos interessados quando sejam ilícitas ou manifestamente impertinentes, desnecessá-
rias ou protelatórias.
Art. 36. Quando os elementos ou atuações solicitados ao interessado forem imprescindíveis à apre-
ciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração implicará o
arquivamento do processo.
Outra regra importante da fase da instrução é a questão dos pareceres dos órgãos consul-
tivos, que se dividem em vinculantes e não vinculantes. Os pareceres podem ser entendidos
como manifestações sem caráter decisório e que possuem o objetivo de auxiliar a autoridade
competente na tomada de decisão. Um dos órgãos consultivos mais importantes de todo o
serviço público são as comissões de ética, que, ainda que não possam aplicar sanções disci-
plinares, podem emitir pareceres recomendando que determinado servidor seja punido.
Todos os pareceres dos órgãos consultivos devem ser elaborados no prazo máximo de 30
dias, salvo se houver comprovada necessidade de um prazo maior ou se estivermos diante de
norma especial.
Necessário se faz, neste ponto, diferenciarmos o resultado quando um parecer consultivo
obrigatório deve ser emitido. Para isso, deve-se analisar se o parecer é vinculante ou não vin-
culante.
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No primeiro caso, o processo não terá prosseguimento, de forma que aquele que deu causa
ao atraso deve ser responsabilizado. No caso de um parecer não vinculante, poderá o processo
ter seguimento e ser decidido sem a sua apresentação, podendo, da mesma forma, ocorrer a
responsabilização da autoridade que omitiu o atendimento.
Art. 38. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido
no prazo máximo de trinta dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de prorrogação.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não
terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de
quem se omitiu no atendimento.
§ 3º A divergência de opiniões na atividade consultiva não acarretará a responsabilidade pessoal do
agente, ressalvada a hipótese de erro grosseiro ou má-fé.
Art. 41. O interessado tem direito à obtenção de vista dos autos e de certidões das peças que in-
tegram o processo ou cópias reprográficas dos autos, para fazer prova de fatos de seu interesse,
ressalvados os casos de informações relativas a terceiros, protegidas por sigilo ou pelo direito à
privacidade, à honra e à imagem.
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O impedimento tem caráter objetivo, ao passo que a suspeição tem relação com o subje-
tivismo, estando diretamente ligada com a imparcialidade.
No impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade da autoridade em
determinado processo por ela analisado, enquanto na suspeição há apenas presunção relativa
(juris tantum).
Vejamos as disposições da Lei Estadual n. 5.427 com relação às situações de impedimento:
Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na solução do processo;
II – seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro grau de qualquer dos interessados;
III – tenha dele participado ou dele venha a participar como perito, testemunha ou representante ou
se tais situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas indicadas no artigo anterior (interessa-
dos ou respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau).
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pes-
soas indicadas no artigo anterior (interessados ou respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau).
Observa-se que as situações que dão ensejo ao impedimento são casos incontestáveis, de
forma que não há margem para a análise do mérito.
Exemplo:
Caso um servidor esteja atuando no âmbito de um processo administrativo que exija a produ-
ção de laudo pericial, e sendo o perito responsável pela confecção seu tio (parente de terceiro
grau), deverá ocorrer o impedimento do servidor.
Art. 18. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento tem o dever de comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão no dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos
disciplinares.
Com relação à suspeição, por outro lado, estamos diante de situações bastante subjetivas
e que, por isso mesmo, devem ser objeto de avaliação em cada caso concreto.
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Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.
Exemplo:
Supondo que, diante de um processo administrativo, seja declarada a “amizade íntima” ou a
“inimizade notória” entre o servidor e uma das partes do processo, deverá a autoridade compe-
tente analisar o caso concreto para verificar se há ou não amizade ou inimizade.
E isso ocorre uma vez que os conceitos de “amizade íntima” ou “inimizade notória” possuem
um alto grau de subjetivismo para a sua configuração. Assim, uma relação que é considerada
amizade íntima para alguns pode não restar configurada para outros.
No curso da instrução, diversos são os atos que serão editados com o objetivo de informar
ou solicitar a realização de medidas e procedimentos por parte do particular. E esta comu-
nicação estabelecida entre a Administração Pública e os interessados ocorre por meio das
intimações.
De acordo com o artigo 24, “devem ser objeto de intimação os atos do processo que resul-
tem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de
direitos”.
Como não poderia deixar de ser, as intimações devem observar uma série de requisitos,
nos termos do artigo 22:
Art. 22. O órgão competente para a condução do processo determinará a intimação do interessado
para ciência de decisão ou efetivação de diligências.
§ 1º A intimação deverá conter:
I – identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II – finalidade da intimação;
III – data, local e hora em que deva comparecer;
IV – se o intimado deverá comparecer pessoalmente ou se poderá fazer-se representar;
V – informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de compareci-
mento.
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§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebi-
mento, por telegrama ou outro meio que assegure a ciência do interessado.
§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intima-
ção deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o com-
parecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
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5.3. Relatório
O relatório nada mais é do que a descrição de tudo aquilo que a autoridade competente
apurou durante as investigações. Com o relatório, temos uma peça informativa-opinativa, ou
seja, que admite que a autoridade julgadora expresse posição em sentido divergente do adota-
do no relatório.
Ao elaborar o relatório, o servidor responsável deve informar todos os fatos e provas que
foram produzidas e opinar quanto à inocência ou culpa do indiciado. Tal opinião, no entanto,
não vincula a decisão da autoridade competente, que pode, desde que motivada, divergir do
relatório apresentado.
Importante destacar, em relação ao relatório, a previsão do artigo 42, que estabelece a obri-
gatoriedade de elaboração de relatório circunstanciado sempre que o órgão de instrução não
for o mesmo com competência para realizar o julgamento:
Art. 42. Quando o órgão de instrução não for o competente para emitir a decisão final, elaborará
relatório circunstanciado indicando a pretensão deduzida, o resumo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade
com competência decisória.
5.4. Julgamento
Art. 44. A Administração tem o dever de emitir decisão conclusiva nos processos administrativos e
sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 45. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta
dias para decidir, salvo prorrogação, por igual período, expressamente motivada.
Obs.: No exercício de sua função decisória, poderá a Administração Pública firmar acordos
com os interessados a fim de estabelecer o conteúdo discricionário do ato terminativo
do processo.
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Para isso, deverão ser observados os princípios que regem o processo administrativo,
bem como a informação de que a solução consensual, devidamente motivada, seja
compatível com o interesse público.
Art. 47. Quando a decisão proferida num determinado processo administrativo se caracterizar como
extensível a outros casos similares, poderá o Governador, após manifestação da Procuradoria-Ge-
ral do Estado, mediante ato devidamente motivado, atribuir-lhe eficácia vinculante e normativa, com
a devida publicação na imprensa oficial.
Parágrafo único. O efeito vinculante previsto neste artigo poderá ser revisto, a qualquer tempo, de
ofício ou por provocação, mediante edição de novo ato, mas dependerá de manifestação prévia da
Procuradoria Geral do Estado.
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Art. 43. Em caso de perigo ou risco iminente de lesão ao interesse público ou à segurança de bens,
pessoas e serviços, a Administração Pública poderá, motivadamente, adotar providências acaute-
ladoras.
Ainda que tenha dado início ao processo administrativo, nada impede que o interessado
desista, total ou parcialmente, do pedido formulado. Havendo vários interessados, a desistên-
cia ou renúncia, como não poderia ser diferente, atinge somente aqueles que formularam o
respectivo pedido. Em relação aos demais, o processo continua transcorrendo normalmente.
Art. 49. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pe-
dido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem as tenha formu-
lado.
A resposta é sim, aluno(a). Devemos nos lembrar que a principal função da Administração
Pública é garantir o bem-estar da coletividade. Logo, a desistência ou renúncia do interessado,
conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, desde que, para isso, a Admi-
nistração Pública considere que o interesse público assim o exige.
De igual forma, o órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida
sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato su-
perveniente.
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Uma vez concluída a instrução, elaborado o relatório e tendo sido publicado o julgamen-
to, as decisões proferidas em processos administrativos e aquelas que adotem providências
acauteladoras poderão ser objeto de recurso. Para a interposição dos recursos, é dispensada
a exigência de caução, ou seja, o depósito prévio de valores.
Art. 54. Das decisões proferidas em processos administrativos e das decisões que adotem provi-
dências acauteladoras cabe recurso.
Parágrafo único. Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.
Súmula Vinculante n. 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
Ainda que o já mencionado artigo 54 estabeleça que o recurso pode ser interposto em
razão das decisões proferidas em processos administrativos e das decisões que adotem provi-
dências acauteladoras, a medida também é possível em razão das decisões interlocutórias, ou
seja, aquelas proferidas no curso do processo, ainda que não relacionadas com a decisão final.
Sendo assim, podemos sistematizar que três são as situações ensejadoras de recurso no
âmbito do processo administrativo:
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Art. 56. O recurso interposto contra decisão interlocutória ficará retido nos autos para apreciação
em conjunto com o recurso interposto contra a decisão final, admitida a retratação pelo órgão ou
autoridade administrativa, em cinco dias úteis.
Parágrafo único. Demonstrada a possibilidade de ocorrência de prejuízo de difícil ou incerta repara-
ção, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, determinar o
processamento do recurso em autos específicos e, em sendo o caso, atribuir-lhe efeito suspensivo.
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No artigo 57, encontramos a forma como irá ocorrer a tramitação dos recursos interpostos
em razão de decisões administrativas:
Art. 57. O julgamento do recurso administrativo caberá à autoridade ou órgão imediatamente su-
perior àquela que houver proferido a decisão recorrida, salvo expressa disposição legal ou regula-
mentar em sentido diverso.
§ 1º Apresentado o recurso, o órgão ou autoridade administrativa poderá modificar, fundamentada-
mente, a sua decisão no prazo de cinco dias úteis. Não o fazendo, deverá encaminhar o processo
ao órgão ou autoridade competente para julgamento do recurso.
§ 2º Não sendo encaminhado o recurso ao órgão ou autoridade no prazo previsto no caput deste
artigo, o interessado poderá reclamar diretamente contra o retardo ou negativa de seguimento, por
qualquer meio, inclusive eletrônico, desde que documentado.
§ 3º Não havendo justo motivo, a autoridade que der causa ao atraso será responsabilizada admi-
nistrativamente, sem prejuízo das sanções civis e criminais aplicáveis.
Inicialmente, o recurso será destinado à autoridade que foi responsável pela primeira de-
cisão, que terá o prazo de 5 dias úteis para reconsiderar ou, caso opte por manter a decisão,
para encaminhar os autos à autoridade superior. Caso o recurso não seja remetido à autori-
dade superior no prazo de 5 dias úteis, o interessado poderá reclamar diretamente contra o
retardo ou negativa de seguimento.
No que se refere aos efeitos dos recursos administrativos, duas são as possibilidades. Des-
sa forma, poderemos ter recursos com efeitos suspensivos (situação em que toda a execução
do processo fica paralisada até a decisão do recurso) ou então com efeitos devolutivos (onde
o processo, ainda que tenha sido objeto de recurso, continua com o seu trâmite legal).
No âmbito estadual, a regra é que os recursos não possuam efeito suspensivo. Caso, no en-
tanto, haja receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a autoridade poderá dar ao recurso
efeito suspensivo, conforme entendimento do artigo 58:
Art. 58. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, atribuir
efeito suspensivo ao recurso.
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Como regra geral, é de 15 dias o prazo para interposição de recurso administrativo dirigido
contra decisão final, e de 5 dias o prazo para interposição de recurso administrativo dirigido
contra decisão interlocutória ou decisão que adotar providência acauteladora, contados a par-
tir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
Assim, caso uma norma regulamente um assunto e fixe prazos distintos para a interposi-
ção de recurso, prevalece esta ante as disposições da Lei Estadual n. 5.427, que deverá ser
aplicada em caráter subsidiário.
No âmbito do processo administrativo das licitações, o artigo 109 da Lei n. 8.666 (norma que
rege as disposições acerca das licitações e contratos administrativos) estabelece o prazo de 5
dias úteis para a interposição de recursos. Neste caso, como estamos diante de uma lei espe-
cífica, tal prazo é o que deve ser observado quando da realização das licitações.
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Recebido o recurso, o órgão ou autoridade competente para dele conhecer e julgar deverá
intimar os demais interessados já qualificados no processo para apresentar razões no prazo
de 5 dias. Após o término deste prazo, a autoridade terá o prazo de 30 dias para julgar o recur-
so, prazo este que pode, em caso de necessidade, ser prorrogado.
Art. 61. Recebido o recurso, o órgão ou autoridade competente para dele conhecer e julgar deverá
intimar os demais interessados já qualificados no processo para apresentar razões no prazo de cin-
co dias, na forma do art. 22, § 3º, desta Lei.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo
máximo de trinta dias, a partir do encerramento do prazo previsto no caput.
§ 2º O prazo mencionado no dispositivo anterior poderá ser prorrogado por igual período, mediante
justificativa explícita.
A norma estadual elenca, em seu artigo 59, as pessoas que possuem legitimidade para a
interposição dos recursos administrativos. Nota-se, da lista a seguir apresentada, que a possi-
bilidade de recurso não é restrita às partes do processo, podendo, por exemplo, ser proposta
por terceiros que apenas tenham direito e interesses afetados pela demanda, desde que seja
observado, quando for o caso, a pertinência temática.
A regra é que todos os recursos sejam conhecidos e apreciados pela autoridade adminis-
trativa. Em caráter de exceção, a norma elenca situações em que não será possível o conheci-
mento do recurso (art. 62):
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O órgão ou autoridade competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anu-
lar ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida.
Se o órgão ou autoridade administrativa com competência para julgar o recurso concluir
pelo agravamento da situação do recorrente, deverá, antes do julgamento definitivo, notificá-lo
para que formule alegações, sem prejuízo da adoção de medidas de eficácia imediata, nos
casos de urgência e interesse público relevante.
Por fim, é importante que tenhamos conhecimento com as regras dos recursos adminis-
trativos decorrentes de decisões finais produzidas no âmbito das entidades da administração
indireta.
Art. 66. Das decisões finais produzidas no âmbito das entidades da administração indireta caberá
recurso administrativo, por motivo de ilegalidade, nas mesmas condições estabelecidas neste capí-
tulo, para o titular da Secretaria de Estado à qual se vinculem.
§ 1º O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Secre-
tário de Estado, a existência da repercussão geral.
§ 2º Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos
do caso específico em exame.
§ 3º O recurso não será conhecido quando a questão jurídica nele versada não oferecer repercussão
geral, nos termos deste artigo.
§ 4º A decisão do recurso será precedida de manifestação do órgão de assessoramento jurídico da
Secretaria de Estado.
§ 5º A decisão do recurso limitar-se-á à declaração da ilegalidade da decisão e, em sendo o caso,
devolverá o processo à entidade de origem para prolação de nova decisão.
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6.3. Revisão
As disposições concernentes aos recursos não podem ser confundidas com as referentes
à revisão do processo. Desta forma, a previsão para a revisão dos processos administrativos
consta nos artigos 64 e 65 da lei objeto de estudo:
Art. 64. A Administração poderá rever suas decisões, desde que apoiada em fatos novos ou desco-
nhecidos à época do julgamento que guardem pertinência com o objeto da decisão:
I – de ofício, observado o disposto no art. 53 desta Lei;
II – por provocação do interessado, independentemente de prazo.
Art. 65. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de sanção eventualmente aplicada.
Parágrafo único. Admitir-se-á, todavia, a aplicação ou o agravamento de sanção em revisão adminis-
trativa, no prazo e nas condições previstas no art. 53 desta Lei, quando fundada a revisão em fatos
ou circunstâncias desconhecidas pela Administração na época do julgamento.
Nota-se, assim, que o fundamento para a interposição de recursos e para o pedido de revi-
são são distintos.
Nos recursos, o administrado objetiva alcançar uma nova decisão que seja favorável para
ele, ainda que sob o mesmo fundamento de pedir.
Na revisão, obrigatoriamente faz-se necessário a apresentação de fatos novos, não conhe-
cidos quando da tomada de decisão inicial. Ocorre, nesta última hipótese, uma mudança nos
fundamentos de pedir.
Exemplo:
Manuella, insatisfeita com a decisão de um processo administrativo, interpõe reconsideração
e recurso para a autoridade superior. Nestas hipóteses, o fundamento de pedir de Manuella é o
mesmo para as duas autoridades, de forma que, com o recurso, o que ela espera é uma opinião
em sentido oposto por parte da autoridade superior.
Caso, após algum tempo, Manuella descubra fatos novos sobre o a situação anteriormente
apresentada, e que, se conhecidos quando da tomada da decisão inicial, poderiam modificar
esta, poderá solicitar a revisão do processo administrativo.
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no que se refere aos recursos, uma vez que uma decisão pode perfeitamente ser agravada em
sede recursal.
De acordo com a lei que rege o processo administrativo estadual, temos uma relativização
da regra da impossibilidade do reformatio em pejus.
Assim, como regra geral, as decisões em sede de revisão não podem ser objeto de agrava-
mento. No entanto, quando a revisão for fundada em fatos ou circunstâncias desconhecidas
pela Administração na época do julgamento. Para isso, a revisão deverá ser realizada no prazo
de até 5 anos.
Além de regras tipicamente materiais, a Lei Estadual n. 5.427 apresenta, disposições de ca-
ráter processual, que estabelecem a maneira (tempo, forma e lugar) como os atos necessários
ao deslinde do processo administrativo devem ser praticados:
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Art. 19 Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a
lei expressamente a exigir.
§ 1º Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de
sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida
de autenticidade.
§ 3º A autenticação de documentos produzidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administra-
tivo.
§ 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
§ 5º A Administração Pública poderá disciplinar, mediante decreto, a prática e a comunica-
ção oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos técnicos exigi-
dos na legislação específica, em especial os de autenticidade, integridade e validade jurídica.
Art. 20. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento
da repartição pela qual tramitar, salvo nos casos de urgência e interesse público relevante.
§ 1º Poderão ser concluídos após o horário normal de expediente os atos já iniciados, cuja eventual
interrupção possa causar dano ao interessado ou à Administração.
§ 2º Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se
o interessado se outro for o local de realização.
Art. 21. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo proces-
so e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de quinze dias úteis,
salvo justo motivo.
Forma a) Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, exceto quando a lei
expressamente a exigir.
b) Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo (língua portuguesa), com a
data e o local de sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.
c) O reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
d) O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
e) A autenticação de documentos produzidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
a) Como regra geral, os atos do processo devem ser realizados em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição pela qual tramitar. A exceção fica por conta dos casos de urgência e
interesse público relevante.
b) Poderão ser concluídos após o horário normal de expediente os atos já iniciados, cuja eventual
Tempo
interrupção possa causar dano ao interessado ou à Administração Pública.
c) Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e
dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 15 dias úteis, salvo justo
motivo.
Lugar a) Os atos do processo devem ser realizados, preferencialmente, na sede do órgão, cientificando-se
o interessado se outro for o local de realização.
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No que se refere aos prazos processuais, a norma estadual apresenta, como regra geral,
que eles começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Caso o vencimento do prazo caia em dia que
não haja expediente forense ou em que este for encerrado antes do horário regularmente pre-
visto, os prazos serão prorrogados para o primeiro dia útil subsequente.
Digamos que uma intimação ou citação seja feita ao particular no dia 04, com o prazo de 5
dias, e que tal data se trate de uma terça-feira.
De acordo com a lei, despreza-se o dia da cientificação (início), de forma que o prazo começa
a contar na quarta, dia 05.
Contando cinco dias, vemos que o prazo acaba no Domingo, dia 09. Como o término do prazo
cai em dia que não é útil (domingo), o prazo é prorrogado para o dia útil subsequente (segunda
feita, dia 10).
Tal regra se aplica aos prazos expressos em dias, de modo contínuo, conforme demons-
trado no exemplo anterior. Situação diferente ocorre com os prazos fixados em meses ou em
anos, quando ocorre a contagem na forma “data a data”:
Art. 67. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da conta-
gem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte, se o vencimento ocorrer em dia
em que não haja expediente ou se este houver sido encerrado antes da hora normal.
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data.
§ 4º Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como
termo o último dia do mês.
Art. 68. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se sus-
pendem.
Suponhamos que um determinado prazo seja de três meses, bem como que o início seja o dia
30 de Novembro. Teremos o final de Dezembro (1 mês), de Janeiro (2 meses) e de Fevereiro (3
meses).
Mas percebam que o mês de Fevereiro não possui o dia 30, tal como ocorreu no mês de Novem-
bro, que é o termo inicial. Assim, temos como término do prazo o último dia do mês de Fevereiro.
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8. Competência
A competência pode ser conceituada como o poder, definido em lei, para que os agentes
públicos possam realizar todos os atos administrativos necessários à resolução do processo
administrativo.
DICA
Inexistindo competência legal específica, o processo adminis-
trativo terá início perante a autoridade de menor grau hierár-
quico para decidir.
Art. 10. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que for atribuída
como própria, ressalvadas as hipóteses de delegação e avocação previstas nesta Lei ou em Leis
específicas.
Assim, ainda que a competência seja atribuída, por lei, aos agentes públicos, poderá ela,
em determinadas situações, ser delegada ou avocada.
Na delegação, temos o exercício da competência por agente ou autoridade de mesma ou
inferior hierarquia. Na avocação, por sua vez, temos o exercício da competência por autorida-
de hierarquicamente superior.
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Importante salientar que não é toda a competência atribuída ao agente que poderá ser
delegada, mas sim apenas parte da mesma, conforme se observa do inteiro teor do artigo 12
da Lei n. 9.784:
Art. 11. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte de sua competência a outros órgãos ou titulares, quando for conveniente, em razão de circuns-
tâncias de natureza técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos res-
pectivos presidentes.
Ainda que apenas parte da competência seja possível de delegação, o ato editado por meio
de delegação deverá mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas
pelo delegante. Por se tratar a delegação de um instituto precário, poderá ser revogada, a qual-
quer tempo, pelo autoridade delegante.
Não são todas as matérias que poderão ser exercidas por meio de delegação. Neste sen-
tido, o § 2º do artigo 11 determina que “Não podem ser objeto de delegação as matérias de
competência exclusiva do órgão ou autoridade”.
As regras relacionadas com a delegação, e bastante exigidas em provas de concurso públi-
co, estão expressas no artigo 12 da lei estadual.
Art. 12. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e os poderes transferidos, os limites da atuação
do delegado, os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva do exercício
da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e consi-
derar-se-ão editadas pelo delegante.
§ 4º A delegação poderá ser admitida por meio de convênio ou outros atos multilaterais assemelhados.
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Enquanto a delegação, como regra, sempre é permitida, salvo nas hipóteses em que a lei
veda a sua utilização, a avocação da competência, em sentido oposto, apenas poderá ocorrer
em caráter excepcional e por motivos devidamente fundamentados, conforme expressão do
artigo 13:
Art. 13. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, observados os
princípios previstos no art. 2º desta Lei.
Delegação Avocação
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Exercício de competência por órgão de mesma hierar- Exercício de competência por órgão de hierarquia supe-
quia ou inferior rior
Em regra, sempre pode haver a delegação Em regra, não pode haver avocação
Possui as características da precariedade e da possibi- Possui as características da excepcionalidade, do cará-
lidade de revogação ter temporário e de ser pautada em motivos relevantes
9. Motivação
Art. 48. As decisões proferidas em processo administrativo deverão ser motivadas, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem, modifiquem ou extingam direitos;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
IV – julguem recursos administrativos;
V – decorram de reexame de ofício;
VI – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão, ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VII – importem em anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo;
VIII – acatem ou recusem a produção de provas requeridas pelos interessados;
IX – tenham conteúdo decisório relevante;
X – extingam o processo.
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Outras duas importantes regras merecem ser destacadas em relação à motivação, a saber:
• Na solução de vários assuntos da mesma natureza, poderão ser utilizados recursos de
tecnologia que reproduzam os fundamentos das decisões, desde que este procedimen-
to não prejudique direito ou garantia dos interessados e individualize o caso que se está
decidindo.
• A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões, proferidas oralmente,
constará da respectiva ata, de acórdão ou de termo escrito.
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Art. 51. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode, respeitados os direitos adquiridos, revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade.
Parágrafo único. Ao beneficiário do ato deverá ser assegurada a oportunidade para se manifestar
previamente à anulação ou revogação do ato.
No âmbito da revogação, a doutrina identifica uma série de atos que não são passíveis de
aplicação de tal forma de extinção, sendo eles:
• Atos que se exauriram seus efeitos: são aqueles que já produziram os efeitos para os
quais foram produzidos, como, por exemplo, o ato de concessão de uma licença já usu-
fruída.
• Atos vinculados: como a revogação adentra no mérito administrativo, não há hipótese
de utilização de tal instituto nos atos vinculados, uma vez que, nestes, todos os requisi-
tos são previstos em lei, sem possibilidade de atuação do particular.
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• Atos que geram direitos adquiridos: são aqueles que já se incorporaram ao patrimônio
do particular. Como exemplo, temos a concessão de aposentadoria, após o preenchi-
mento dos requisitos legais.
• Atos que integram procedimento administrativo: neste caso, a edição de um ato poste-
rior acarreta a preclusão do ato anterior, impossibilitando a sua revogação. Como exem-
plo, temos, no âmbito da licitação, a impossibilidade de revogação da adjudicação com-
pulsória após a celebração do contrato administrativo.
• Meros atos administrativos: são aqueles que não produzem efeitos jurídicos, apenas
atestando uma situação já existente. Tal situação ocorre com os atestados, pareceres
e atestados.
No que se refere à anulação, a lei estadual apresenta um prazo decadencial para a atuação
da administração pública. Não ocorrendo a anulação no prazo previsto, salvo comprovada má
fé, teremos a convalidação do ato administrativo.
Art. 53. A Administração tem o prazo de cinco anos, a contar da data da publicação da decisão
final proferida no processo administrativo, para anular os atos administrativos dos quais decorram
efeitos favoráveis para os administrados, ressalvado o caso de comprovada má-fé.
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Exemplo:
Béverli apresenta uma certidão em uma repartição pública com a finalidade de obter algum
benefício. Uma vez atendidas as condições, o benefício é concedido. Neste caso, caso o Poder
Público deseje anular o ato de concessão do benefício, deverá assim o fazer no prazo de 5
anos.
Após o prazo de 5 anos, o ato é convalidado tacitamente, ainda que sem a manifestação escri-
ta da administração pública. Neste caso, tendo ocorrido a convalidação, não poderá mais a
administração anular o ato.
No entanto, caso seja comprovado, posteriormente, que Béverli apresentou uma certidão falsa
para a obtenção do benefício (agindo, dessa forma, com má-fé), a anulação poderá ocorrer
mesmo após o prazo decadencial de 5 anos.
De acordo com o artigo anteriormente mencionado, temos a previsão de que “No caso de
efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento”.
Um exemplo de efeitos patrimoniais contínuos é o pagamento de uma pensão, que ocorre
todos os meses. Em tal situação, o prazo para a administração anular tais atos é contado a
partir da data de recebimento do primeiro pagamento.
10.2. Convalidação
A convalidação, por fim, está prevista no artigo 52 da norma estadual. Tal forma de desfa-
zimento dos atos administrativos representa um juízo de legalidade, com eficácia retroativa e
efeitos ex-tunc, assemelhando-se, em muitos aspectos, à anulação.
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Art. 52. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
Parágrafo único. Admite-se convalidação voluntária, em especial, nas seguintes hipóteses:
I – vícios de competência, mediante ratificação da autoridade competente;
II – vício de objeto, quando plúrimo, mediante conversão ou reforma;
III – quando, independentemente do vício apurado, se constatar que a invalidação do ato trará mais
prejuízos ao interesse público do que a sua manutenção, conforme decisão plenamente motivada.
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Art. 70. Sem prejuízo das circunstâncias atenuantes e agravantes previstas em legislação especí-
fica, para imposição e gradação de sanções administrativas, a autoridade competente observará:
I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências;
II – os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação violada;
III – a situação econômica do infrator.
A aplicação das sanções irá considerar, sempre, as circunstâncias agravantes (que fazem
com que a sanção seja mais grave) e atenuantes (que reduzem a sanção administrativa). Logo,
é essencial que tenhamos conhecimento de cada uma destas circunstâncias, conforme pode
ser observado no gráfico a seguir:
São circunstâncias que sempre atenuam a São circunstâncias que sempre agravam a penalidade, quando
penalidade: não constituem ou qualificam a infração:
a) o baixo grau de instrução ou escolaridade 1) reincidência nas infrações;
do infrator; 2) ausência de comunicação, pelo infrator, do risco de danos a
b) a reparação espontânea do dano, ou sua bens, pessoas e serviços;
limitação significativa; 3) ter o infrator cometido a infração:
c) a comunicação prévia, pelo infrator, do risco a) para obter vantagem pecuniária ou por outro motivo torpe;
de danos a bens, pessoas e serviços; b) coagindo outrem para a execução material da infração;
d) a colaboração com os agentes encarrega- c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
dos da vigilância e da fiscalização da atividade. pública ou o meio ambiente;
d) causando danos à propriedade alheia;
e) à noite;
f) mediante fraude ou abuso de confiança;
g) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autori-
zação;
h) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcial-
mente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fis-
cais.
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• se, além dos elementos previstos no inciso anterior, a infração for cometida por pessoa
física, microempresa ou empresa de pequeno porte, o valor da multa não poderá ultra-
passar um quarto do valor máximo previsto para a respectiva infração, não podendo,
em qualquer caso, ser inferior ao mínimo previsto.
Art. 74. Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Estadual, direta e in-
direta, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no
caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
§ 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, penden-
te de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da
parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisa-
ção, se for o caso.
§ 2º Interrompe-se a prescrição:
I – pela notificação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital;
II – por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato;
III – pela decisão condenatória recorrível.
§ 3º Suspende-se a prescrição durante a vigência de termo de ajustamento de conduta ou outro
instrumento congênere.
§ 4º A prescrição da ação punitiva não afeta a pretensão da administração de obter a reparação dos
danos causados pelo infrator.
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• ainda que ocorra a prescrição, poderá a Administração Pública, mesmo assim, obter a
reparação dos danos causados pelo infrator.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VUNESP/TJ-RJ/JE/2019) De acordo com a Lei do Processo Administrativo do
Estado do Rio de Janeiro (Lei no 5.427/2009), uma decisão proferida em processo administra-
tivo poderá ter efeito normativo e vinculante para os órgãos e entidades da Administração Pú-
blica estadual se assim determinar o Governador do Estado em despacho motivado, publicado
no Diário Oficial, após oitiva da Procuradoria Geral do Estado.
Referida disposição legal é
a) exemplo de exercício de competência vinculada da autoridade administrativa.
b) decorrência do poder hierárquico do Chefe do Poder Executivo.
c) concretização do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
d) manifestação do poder regulamentar do legislador constitucional.
e) expressão do poder disciplinar do Chefe do Poder Executivo.
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GABARITO
1. b 28. d
2. C 29. a
3. E 30. C
4. C
5. b
6. a
7. E
8. E
9. C
10. E
11. E
12. a
13. d
14. E
15. E
16. C
17. E
18. E
19. d
20. E
21. C
22. E
23. C
24. E
25. C
26. E
27. E
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VUNESP/TJ-RJ/JE/2019) De acordo com a Lei do Processo Administrativo do
Estado do Rio de Janeiro (Lei no 5.427/2009), uma decisão proferida em processo administra-
tivo poderá ter efeito normativo e vinculante para os órgãos e entidades da Administração Pú-
blica estadual se assim determinar o Governador do Estado em despacho motivado, publicado
no Diário Oficial, após oitiva da Procuradoria Geral do Estado.
Referida disposição legal é
a) exemplo de exercício de competência vinculada da autoridade administrativa.
b) decorrência do poder hierárquico do Chefe do Poder Executivo.
c) concretização do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
d) manifestação do poder regulamentar do legislador constitucional.
e) expressão do poder disciplinar do Chefe do Poder Executivo.
Letra b.
A questão exige o conhecimento da previsão do artigo 47 da legislação estadual:
Art. 47. Quando a decisão proferida num determinado processo administrativo se caracterizar como
extensível a outros casos similares, poderá o Governador, após manifestação da Procuradoria-Ge-
ral do Estado, mediante ato devidamente motivado, atribuir-lhe eficácia vinculante e normativa,
com a devida publicação na imprensa oficial.
Parágrafo único. O efeito vinculante previsto neste artigo poderá ser revisto, a qualquer tempo, de
ofício ou por provocação, mediante edição de novo ato, mas dependerá de manifestação prévia da
Procuradoria Geral do Estado.
E se o Chefe do Poder Executivo quer que a decisão tenha efeito normativo e vinculante para
todos os demais processos, estamos, no caso, diante de uma manifestação decorrente do
poder hierárquico. O poder hierárquico, em linhas gerais, é aquele que possibilita que as autori-
dades de maior hierarquia apliquem decisões à organização como um todo.
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Certo.
Trata-se de uma das situações elencadas no artigo 9º da norma estadual:
Errado.
O ato de delegação de competência sempre poderá ser revogado, a qualquer tempo, pela auto-
ridade delegante, ou seja, por aquela que realizou a delegação.
Art. 12, § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
Certo.
A questão exige o conhecimento das disposições do artigo 27 da norma estadual, de seguinte
teor:
Art. 27. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de ter-
ceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
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Letra b.
De acordo com a Lei Estadual n. 5.427, o prazo para o suprimento da ausência de algum dos
elementos essenciais será não inferior a 24 horas úteis, nem superior a 10 dias úteis.
Art. 6º, § 2º Constatada a ausência de algum dos elementos essenciais do requerimento pela auto-
ridade competente para o julgamento ou para a instrução, será determinado o suprimento da falta
pelo requerente, concedendo-se, para tanto, prazo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas úteis nem
superior a 10 (dez) dias úteis, a contar da correspondente comunicação, sob pena de arquivamento,
salvo se a continuação do feito for de interesse público.
Letra a.
A suspeição encontra previsão no artigo 16 da norma em estudo, de seguinte redação:
Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.
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Logo, a resposta é a Letra “a”. Todas as demais alternativas são hipóteses de impedimento, e
não de suspeição.
Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na solução do processo;
II – seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro grau de qualquer dos interessados;
III – tenha dele participado ou dele venha a participar como perito, testemunha ou representan-
te ou se tais situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas indicadas no artigo anterior;
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pesso-
as indicadas no artigo anterior.
Errado.
De acordo com o § 3º do artigo 19, “A autenticação de documentos produzidos em cópia po-
derá ser feita pelo órgão administrativo”.
Errado.
Como regra geral, não será exigido o reconhecimento de firma, medida que apenas ocorrerá
quando houver dúvida de autenticidade.
Art. 19, § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver
dúvida de autenticidade.
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Certo.
De acordo com o § 1º do artigo 19, “Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito,
em vernáculo, com a data e o local de sua realização, a identificação e a assinatura da autori-
dade responsável”.
Errado.
Não há qualquer fundamento na obrigatoriedade de indicação da data e local da realização dos
atos no verso do documento. O que a lei determina, apenas, é que os atos sejam produzidos
com a data e o local de sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.
Art. 19, § 1º Os atos do processo deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o
local de sua realização, a identificação e a assinatura da autoridade responsável.
Errado.
A numeração não será digital. O que a norma estabelece é que, nos termos do artigo 19, § 4º,
“O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas”.
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a) em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
nele contidos, permitida a cobrança pelos custos da reprodução, e conhecer as decisões pro-
feridas, na forma dos respectivos regulamentos, ressalvadas as hipóteses de sigilo admitidas
em direito;
b) em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
nele contidos, de forma gratuita, e conhecer as decisões proferidas, na forma dos respectivos
regulamentos, não lhe sendo aplicadas as hipóteses de sigilo quando figurar como investiga-
do, pelos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa;
c) independentemente de ostentar ou não a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos nele contidos, de forma gratuita, e conhecer as decisões proferidas, na
forma dos respectivos regulamentos, com base no princípio da publicidade;
d) independentemente de ostentar ou não a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos nele contidos, permitida a cobrança pelos custos da reprodução, e co-
nhecer as decisões proferidas, não sendo aplicado sigilo, com base no princípio da publicidade;
e) e vista desses processos, independentemente de ostentar ou não a condição de interessa-
do, sendo que somente pode obter cópias de documentos nele contidos, de forma gratuita, a
pessoa que figurar como investigada, pois o princípio da publicidade é limitado pelo princípio
da intimidade.
Letra a.
Para responder à questão, façamos uso das disposições do artigo 3º, de seguinte teor:
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros
que lhe sejam assegurados:
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interes-
sado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos nele contidos, permitida a cobrança pelos
custos da reprodução, e conhecer as decisões proferidas, na forma dos respectivos regulamentos,
ressalvadas as hipóteses de sigilo admitidas em direito;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de con-
sideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação.
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Letra d.
A questão exige o conhecimento das disposições do artigo 53 da norma estadual:
Art. 53. A Administração tem o prazo de cinco anos, a contar da data da publicação da decisão final
proferida no processo administrativo, para anular os atos administrativos dos quais decorram efei-
tos favoráveis para os administrados, ressalvado o caso de comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção
do primeiro pagamento.
No caso, estamos diante de efeitos patrimoniais contínuos, ou seja, valores que são recebidos
todos os meses. Logo, o prazo decadencial de 5 anos é contado a partir da data de recebimen-
to do primeiro pagamento.
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Errado.
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados na imprensa oficial, e não no por-
tal da transparência.
Art. 12. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
Errado.
Especificamente no caso do processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro, temos a
previsão em sentido contrário ao que afirmado.
Art. 11, § 4º A delegação poderá ser admitida por meio de convênio ou outros atos multilaterais
assemelhados.
Assim, a delegação, diferente do que informado, poderá ser admitida por meio de convênio ou
outros atos multilaterais assemelhados.
Certo.
Trata-se de previsão do artigo 11, § 3º, da norma estadual, de seguinte redação:
Art. 11, § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegante.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
Diogo Surdi
Errado.
Não há um prazo dentro do qual a delegação poderá ser revogável. Em sentido contrário, a nor-
ma estabelece, em seu artigo 11, § 2º, que “O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
pela autoridade delegante”.
Errado.
A delegação sempre será realizada por tempo determinado, não havendo possibilidade de re-
alização do procedimento por tempo indeterminado. E isso ocorre na medida em que o ato
de delegação implica na transferência temporária do exercício de parte da competência do
agente estatal.
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Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
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Letra d.
As situações de impedimento estão expressas no artigo 17 da norma estadual, de seguinte
redação:
Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria ou na solução do processo;
II – seja cônjuge, companheiro, parente ou afim até o terceiro grau de qualquer dos interessados;
III – tenha dele participado ou dele venha a participar como perito, testemunha ou representante ou
se tais situações ocorrerem quanto a qualquer das pessoas indicadas no artigo anterior;
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pes-
soas indicadas no artigo anterior.
Errado.
Ao contrário do que afirma a questão, as regras relacionadas com o processo administrativo
também devem ser observadas pelos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado do Rio de
Janeiro.
Art. 1º, § 2º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos poderes Legislativos, Judiciários, ao
Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado, quando no desempenho de
função administrativa.
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Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
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Certo.
Ainda que a regra geral seja o recurso administrativo não possuir efeito suspensivo, poderá a
autoridade recorrida, de ofício e em caso de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta repa-
ração, atribuir efeito suspensivo ao recurso.
Art. 58. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da exe-
cução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, atribuir
efeito suspensivo ao recurso.
Errado.
A avocação trata-se de medida excepcional e temporária, não podendo, diferente do que infor-
ma a questão, ser adotada em caráter definitivo.
Art. 13. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, observados os
princípios previstos no art. 2º desta Lei.
Certo.
Trata-se da previsão expressa no artigo 62 da norma estadual em estudo, de seguinte teor:
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Lei n. 5.427/2009 – Processo Administrativo Estadual
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Errado.
A instrução trata-se da fase onde o Poder Público procede à necessária averiguação e inves-
tigação com o objetivo de comprovar que os dados informados no requerimento inicial são
ou não verídicos. Por isso mesmo é que cabe ao administrado que postulou o requerimento
provar, por todos os meios de prova, as alegações por ele apresentadas.
Certo.
A questão apresenta uma das situações de impedimento legalmente previstas.
Art. 17. Fica impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
IV – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou com qualquer das pesso-
as indicadas no artigo anterior.
Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.
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Errado.
Ao contrário do que ocorre com a imensa maioria das leis que versam sobre o processo admi-
nistrativo, a legislação carioca estabelece que os atos decorrentes de delegação são conside-
rados como editados pelo delegante, ou seja, quem delegou o exercício da competência.
Art. 12, § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegante.
Errado.
Devemos responder à questão com base no entendimento do STF, expresso por meio da Sú-
mula Vinculante n. 21, de seguinte redação:
Súmula Vinculante n. 21
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
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Letra d.
De acordo com o artigo 16:
Art. 16. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou agente que tenha amizade íntima ou inimi-
zade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.
Letra a.
Dentre as opções elencadas, apenas a letra “a” trata-se de um princípio expressamente previs-
to no texto da norma estadual.
Art. 2º O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência, legali-
dade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditó-
rio, segurança jurídica, impessoalidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, participação,
proteção da confiança legítima e interesse público.
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Certo.
Ainda que o interessado possa, mediante manifestação escrita, desistir do processo, a Ad-
ministração Pública, levando em conta o interesse da coletividade, poderá prosseguir com a
demanda.
Art. 49. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pe-
dido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do
processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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