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INTRODUÇÃO)AO)DIREITO)ADMINISTRATIVO)UAB)3)3º)ANO)LIC.CIÊNCIAS)SOCIAIS) 1)
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TEMçTICA 1 Ð EXERCêCIO FORMATIVO 1
1. Diga quais s‹o de forma genŽrica, os grandes objectivos que visam alcan•ar os C—digos de
Procedimento Administrativo.
Os objectivos genŽricos dos C—digos dos Procedimentos Administrativos encontram-se
enumerados no pre‰mbulo do Dec. Lei n¼ 442/91 de 15 de Novembro que aprova o CPA,
destacando-se os seguintes:
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EXERCêCIO FORMATIVO-2
Quais s‹o, na sua opini‹o, os princ’pios mais importantes que o legislador previu para
regula•‹o do procedimento administrativo?
O art¼ 3¼ n¼ 1 do CPA, enuncia desde logo o princ’pio da legalidade ao prever que, no ‰mbito do
procedimento administrativo, os —rg‹os da Administra•‹o Pœblica s— poder‹o agir obedecendo ˆ
lei e ao direito. Trata-se de uma norma que Ž, ao mesmo tempo, fundamento e limite da actua•‹o
dos —rg‹os da AP. Este constitui um princ’pio de grande import‰ncia para defesa e garantia dos
administrados, j‡ que, impede a arbitrariedade submetendo a pr—pria administra•‹o ao
cumprimento da lei. Para alŽm do princ’pio de prossecu•‹o do interesse pœblico e da protec•‹o
dos direitos e interesses dos cidad‹os previsto no art¼ 4¼ do CPA, s‹o de enorme import‰ncia os
princ’pios de igualdade e proporcionalidade consagrados no art¼ 5¼ do daquele diploma. Com o
princ’pio de igualdade pretende proibir a discrimina•‹o arbitr‡ria e preconceituosa em fun•‹o,
designadamente, da etnia, ra•a, sexo ou religi‹o, na fundamenta•‹o das decis›es, enquanto que,
o princ’pio da proporcionalidade pro’be o excesso, obrigando que as medidas administrativas
sejam as adequadas e necess‡rias cada situa•‹o. Muito importante Ž tambŽm o princ’pio da
imparcialidade previsto no art¼ 6¼, que procura garantir igualdade de tratamento, proibindo
favoritismos ou discrimina•›es que sejam contrarias ˆ lei. O princ’pio da colabora•‹o da
Administra•‹o com os particulares e o princ’pio da participa•‹o previstos, nomeadamente, nos art¼
7¼ e 8¼, materializam a pr‡tica de uma cidadania que se pretende activa conjugada com a pr‡tica
de uma administra•‹o aberta, cujo princ’pio vem consagrado no art¼ 65¼ do CPA, o qual,
possibilita o acesso dos cidad‹os aos arquivos e registos administrativos. Finalmente, importa
salientar o princ’pio de decis‹o, previsto no art¼ 9¼que se traduz no dever legal da administra•‹o
se pronunciar sobre todos os assuntos que lhe s‹o submetidos pelos particulares. Existem
contudo situa•›es em que poder‡ n‹o existir tal obriga•‹o.
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Existem diversos exemplos em que a decis‹o dos —rg‹os administrativos, sobretudo no caso de
serem desfavor‡veis ao cidad‹o, devem ser precedidas da audi•‹o prŽvia do interessado, sob
pena de, n‹o o fazendo, a decis‹o ser invalidada. Outras situa•›es h‡, em que uma determinada
decis‹o dos —rg‹os administrativos carecem de audi•‹o pœblica dos cidad‹os, ou de audi•‹o de
associa•›es de defesa de interesses difusos.
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- O requerimento deve ser dirigido ao —rg‹o competente, caso contrario, o sil•ncio n‹o tem
valor;
- Exist•ncia de dever legal de decis‹o por parte do referido —rg‹o, conforme a regra geral
prevista no artigo 9¼;
- Decurso de um lapso de tempo sem que o —rg‹o se haja pronunciado;
- A lei atribuir um significado ao sil•ncio.
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¥ Uma lei de habilita•‹o ou habilitante, ou seja, uma lei que preveja a possibilidade de
delega•‹o de poderes por parte do —rg‹o.
¥ Um delegante, ou seja o —rg‹o que procede ˆ delega•‹o.
¥ Um delegado, ou seja, aquele que recebe ou destinat‡rio do poder delegado.
¥ Um acto administrativo de delega•‹o de poderes, ao qual deve ser dada publicidade.
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estruturas que integram a AP, Ž materialmente administrativo, (s‹o emanados ao abrigo da fun•‹o
administrativa e Ž elaborado no exerc’cio da autoridade e da gest‹o pœblica). Podem ser internos
ou externos. S‹o exemplos, os Decretos Regulamentares, a resolu•‹o, portaria, despacho
normativo, decretos regulamentares regionais ou as posturas municipais.
Diferen•a entre acto administrativo colectivo e acto normativo. O primeiro os destinat‡rios s‹o
determin‡veis, no segundo n‹o.
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- A subordina•‹o ˆ lei, tem a ver com o respeito pela, compet•ncia do autor, formas e
formalidades a cumprir, procedimento, estatui•‹o e fim e em caso de viola•‹o da lei s‹o ilegais
e inv‡lidos .
- A presun•‹o de legalidade, todos gozam desta presun•‹o que pode ser afastada por decis‹o
jurisdicional atravŽs da declara•‹o de nulidade ou anula•‹o do acto. TambŽm pode ser
afastada por declara•‹o graciosa de nulidade ou da revoga•‹o, por decis‹o da entidade
administrativa com fundamento em ilegalidade se o acto for anul‡vel.
- A imperatividade, Ž obrigat—rio para os seus destinat‡rios.
- A revogabilidade, ou seja, a possibilidade de serem revogados mediante ˆ modifica•‹o do
interesse pœblico, sem preju’zo de existirem actos que s‹o irrevog‡veis por lei (art¼ 139¼ a 141¼
do CPA.
- A sanabilidade, em princ’pio a invalidade Ž San‡vel pela administra•‹o, salvo se, ger
inexist•ncia jur’dica ou nulidade.
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CPA) . ƒ um vicio org‰nico, podendo ser considerado incompet•ncia agravada e qualificada
conforme a natureza da norma violada.
- Incompet•ncia absoluta, quando um —rg‹o de uma pessoa colectiva de Direito Pœblico, pratica
um acto da compet•ncia de um —rg‹o diferente de outro MinistŽrio. Gera a nulidade do acto.
(art¼ 133¼ n¼ 2 al. b) do CPA.
- Incompet•ncia relativa, quando um —rg‹o de uma pessoa colectiva de Direito Pœblico, pratica
um acto da compet•ncia de um —rg‹o diferente do mesmo MinistŽrio. Gera apenas a
anulabilidade do acto. (art¼ 135¼ do CPA). A incompet•ncia pode ser analisada em raz‹o da
matŽria, da hierarquia, do territ—rio e em raz‹o do tempo.
- V’cio de forma, gera-se sempre que existe preteri•‹o de formalidades legais ou car•ncia de
forma legal. Gera anulabilidade do acto, em regra. (art¼ 135¼ do CPA). Mas pode gerar tb
nulidade (art¼ 133¼ n¼ 2 al. f) do CPA.
- Viola•‹o da lei, desconformidade entre o conteœdo e o bloco legal. V’cio residual mas dos mais
importantes. Gera anulabilidade do acto. (art¼ 135¼ do CPA).
- Desvio do poder, os motivos determinantes para a pr‡tica do acto n‹o coincidem com os fins
previstos na lei, e ao abrigo do qual, determinado —rg‹o disp›e de compet•ncia para actuar ao
abrigo dos poderes de autoridade. Acontece no ‰mbito dos poderes discricion‡rios e gera
anulabilidade nos termos do art¼ 135¼ do CPA.
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Mas existe tambŽm a possibilidade de impugnar, junto da pr—pria administra•‹o, os actos
administrativos que possam afectar os interesses particulares, fazendo uso de um conjunto de
garantias graciosas ou administrativas que est‹o reguladas no CPA.
Existe ainda um outro tipo de garantias n‹o contenciosas, como sejam as garantias politicas,
como; o acesso ao direito de peti•‹o, o recurso ao provedor de justi•a.
As garantias graciosas podem ser petit—rias (queixas, de denœncia de oposi•‹o administrativa.
As garantias impugnat—rias, s‹o as reclama•›es e os recurso graciosos, atravŽs dos quais os
particulares podem solicitar a revoga•‹o ou modifica•‹o dos actos administrativos.
verifica se est‹o reunidas todas as condi•›es legais, conforme o disposto no art¼ 173¼ e depois
notifica os contra-interessados, os quais poder‹o vir ao processo alegar o que tiverem por
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conveniente (art¼ 171). Nos termos do art¼ 172¼ do CPA Ž promovida a interven•‹o do autor do
acto (art¼ 172¼) e outras dilig•ncias entendidas como necess‡rias. Finalmente, dever‡ ser proferida
a decis‹o final do recurso. Esta pode ser de, rejei•‹o , de nega•‹o do provimento, o que significa a
manuten•‹o do acto administrativo, ou reformatio in pejus quando o acto Ž alterado para pior,
desde que a lei o permita, por fim, a concess‹o de provimento, o que significa que o acto recorrido
Ž anulado total ou parcialmente.
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