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IDA - Exercícios Formativos

Introdução ao Direito Administrativo (Universidade Aberta)

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INTRODUÇÃO)AO)DIREITO)ADMINISTRATIVO)UAB)3)3º)ANO)LIC.CIÊNCIAS)SOCIAIS) 1)
)
TEMçTICA 1 Ð EXERCêCIO FORMATIVO 1

1. Diga quais s‹o de forma genŽrica, os grandes objectivos que visam alcan•ar os C—digos de
Procedimento Administrativo.
Os objectivos genŽricos dos C—digos dos Procedimentos Administrativos encontram-se
enumerados no pre‰mbulo do Dec. Lei n¼ 442/91 de 15 de Novembro que aprova o CPA,
destacando-se os seguintes:

- Disciplinar o funcionamento e organiza•‹o da Administra•‹o Pœblica, racionalizando a


actividade dos servi•os;
- Regular a forma•‹o de vontade da Administra•‹o, por forma a que sejam tomadas decis›es
justas, legais, œteis e oportunas;
- Assegurar a informa•‹o dos interessados e a sua participa•‹o na forma•‹o das decis›es que
lhes digam directamente respeito;
- Salvaguardar a geral transpar•ncia da ac•‹o administrativa e o respeito pelos direitos
leg’timos dos cidad‹os;
- Evitar a burocratiza•‹o e aproximar os servi•os pœblicos das pessoas;

2. Diga como est‡ estruturado o nosso C—digo de Procedimento Administrativo.


O CPA encontra-se organizado em Partes, as quais se subdividem em Cap’tulos. A Parte I ,
dedicada aos Princ’pios Gerais, comp›e-se de dois cap’tulos. O Cap’tulo I Ð Disposi•›es
Preliminares enquanto o Cap’tulo II Ð trata dos Princ’pios Gerais.
A Parte II Ð tem como ep’grafe Ð Dos Sujeitos. ƒ composta pelos Cap’tulos I Ð Dos —rg‹os
administrativos e o Cap’tulo II Ð Dos interessados.
A Parte III Ð tem como ep’grafe Ð Do procedimento administrativo e possui quatro cap’tulos. O
Cap’tulo I Ð Princ’pios Gerais; Cap’tulo II Ð Direto ˆ informa•‹o; O Cap’tulo III Ð Das notifica•›es e
prazos e o Cap’tulo IV Ð Da marcha do procedimento.
Finalmente a Parte IV- Da actividade administrativa, tem tr•s cap’tulos. O Cap’tulo I- Do
regulamento; O Cap’tulo II Ð Do acto administrativo e o Cap’tulo III Ð Do contrato administrativo.

3. Refira-se ao processo de elabora•‹o da Carta ƒtica da Administra•‹o Pœblica.


A primeira iniciativa de dotar a administra•‹o pœblica de um modelo de ac•‹o, um guia de conduta
moral que regulamentasse a actua•‹o e relacionamento dos —rg‹os administrativos e os cidad‹os,
aconteceu com a publica•‹o da Resolu•‹o de Conselho de Ministros n¼ 18/93 de 17 de Mar•o que
aprovou a Carta Deontol—gica do Servi•o Pœblico. Passados alguns anos, e por se entender que
n‹o deveria ser o Governo a aprovar a Carta Deontol—gica, a mesma veio a ser revoada pela
Resolu•‹o do Conselho de Ministros n¼ 47/97 de 22 de Mar•o.

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A actual Carta de ƒtica da Administra•‹o Pœblica, resultou da concorr•ncia de vontade das


associa•›es sindicais que acordaram o texto num pacto subscrito no acordo salarial de 1996. A
carta, surge assim como express‹o da vontade dos pr—prios funcion‡rios pœblicos portugueses
num compromisso assumido para a moderniza•‹o da Administra•‹o Pœblica Portuguesa, de forma
a que, a mesma possa funcionar de acordo com valores Žticos por todos aceites, crando novas
formas de responsabilidade pessoal dos titulares dos —rg‹os e dos agentes administrativos.

PALESTRA SOBRE PRINCêPIOS GERAIS

EXERCêCIO FORMATIVO-2

Quais s‹o, na sua opini‹o, os princ’pios mais importantes que o legislador previu para
regula•‹o do procedimento administrativo?
O art¼ 3¼ n¼ 1 do CPA, enuncia desde logo o princ’pio da legalidade ao prever que, no ‰mbito do
procedimento administrativo, os —rg‹os da Administra•‹o Pœblica s— poder‹o agir obedecendo ˆ
lei e ao direito. Trata-se de uma norma que Ž, ao mesmo tempo, fundamento e limite da actua•‹o
dos —rg‹os da AP. Este constitui um princ’pio de grande import‰ncia para defesa e garantia dos
administrados, j‡ que, impede a arbitrariedade submetendo a pr—pria administra•‹o ao
cumprimento da lei. Para alŽm do princ’pio de prossecu•‹o do interesse pœblico e da protec•‹o
dos direitos e interesses dos cidad‹os previsto no art¼ 4¼ do CPA, s‹o de enorme import‰ncia os
princ’pios de igualdade e proporcionalidade consagrados no art¼ 5¼ do daquele diploma. Com o
princ’pio de igualdade pretende proibir a discrimina•‹o arbitr‡ria e preconceituosa em fun•‹o,
designadamente, da etnia, ra•a, sexo ou religi‹o, na fundamenta•‹o das decis›es, enquanto que,
o princ’pio da proporcionalidade pro’be o excesso, obrigando que as medidas administrativas
sejam as adequadas e necess‡rias cada situa•‹o. Muito importante Ž tambŽm o princ’pio da
imparcialidade previsto no art¼ 6¼, que procura garantir igualdade de tratamento, proibindo
favoritismos ou discrimina•›es que sejam contrarias ˆ lei. O princ’pio da colabora•‹o da
Administra•‹o com os particulares e o princ’pio da participa•‹o previstos, nomeadamente, nos art¼
7¼ e 8¼, materializam a pr‡tica de uma cidadania que se pretende activa conjugada com a pr‡tica
de uma administra•‹o aberta, cujo princ’pio vem consagrado no art¼ 65¼ do CPA, o qual,
possibilita o acesso dos cidad‹os aos arquivos e registos administrativos. Finalmente, importa
salientar o princ’pio de decis‹o, previsto no art¼ 9¼que se traduz no dever legal da administra•‹o
se pronunciar sobre todos os assuntos que lhe s‹o submetidos pelos particulares. Existem
contudo situa•›es em que poder‡ n‹o existir tal obriga•‹o.

D• exemplos de manifesta•‹o do princ’pio de participa•‹o.

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Existem diversos exemplos em que a decis‹o dos —rg‹os administrativos, sobretudo no caso de
serem desfavor‡veis ao cidad‹o, devem ser precedidas da audi•‹o prŽvia do interessado, sob
pena de, n‹o o fazendo, a decis‹o ser invalidada. Outras situa•›es h‡, em que uma determinada
decis‹o dos —rg‹os administrativos carecem de audi•‹o pœblica dos cidad‹os, ou de audi•‹o de
associa•›es de defesa de interesses difusos.

Diga quais as garantias procedimentais de imparcialidade.


As garantias procedimentais de imparcialidade previstas no CPA, visando impedir a pr‡tica de
favoritismos ou discrimina•›es arbitr‡rias e ilegais, designadamente, na Sec•‹o VI, artigos 44¼ a
51¼ s‹o essencialmente tr•s:
- o impedimento; a escusa; e a suspei•‹o.

Distinga impedimento, escusa e suspei•‹o.


O impedimento previsto no artigo 44¼ consiste numa proibi•‹o directa e imediata, de um titular ou
—rg‹o, participar no procedimento administrativo, em rela•‹o aos casos ali enumerados. O artigo
45¼ consagra o regime de argui•‹o e declara•‹o do impedimento, prevendo as formas como deve
proceder-se com vista a arguir e declarar o impedimento, referindo designadamente, que as
situa•›es de impedimento devem ser colocadas ao —rg‹o competente, tendo como efeito imediato
a suspens‹o da interven•‹o ou a pr‡tica apenas de actos de car‡cter urgente nos termos do
disposto no art¼ 46¼.
A escusa e suspei•‹o, cujos fundamentos encontram-se regulados no art¼ 48¼, diferem do
impedimento porque, nestes casos, n‹o existe uma proibi•‹o directa e imediata de participa•‹o do
titular no procedimento administrativo.
Qualquer destas figuras (escusa e suspei•‹o) t•m os mesmos fundamentos ( art¼ 48¼ n¼ 1), sendo
que o pedido de escusa diz respeito, ou melhor, Ž da iniciativa ou Ž formulado pelo pr—prio titular
ou agente administrativo, enquanto que a suspens‹o Ž oposta pelo particular, conforme os regime
estabelecidos no 49¼ e 50¼ do referido diploma.

Diga quais os pressupostos de um acto t‡cito.


O CPA prev• dois tipos de actos t‡citos, destinados a gerir Òos sil•nciosÓ da administra•‹o
procurando combater a inŽrcia e impedir que a administra•‹o possa desta forma furtar-se ao
controlo dos tribunais. Nesta perspectiva, est‹o previstos:
O acto t‡cito de indeferimento (negativo, que constitui a regra geral adoptada no CPA) e o acto
t‡cito de deferimento (positivo).
Os pressupostos para a verifica•‹o de um acto t‡cito, v•m elencados no art¼ 109¼ e s‹o de
verifica•‹o cumulativa:
- apresenta•‹o de uma requerimento com pedido para a pr‡tica de um acto administrativo que
defina a situa•‹o jur’dica do particular;

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- O requerimento deve ser dirigido ao —rg‹o competente, caso contrario, o sil•ncio n‹o tem
valor;
- Exist•ncia de dever legal de decis‹o por parte do referido —rg‹o, conforme a regra geral
prevista no artigo 9¼;
- Decurso de um lapso de tempo sem que o —rg‹o se haja pronunciado;
- A lei atribuir um significado ao sil•ncio.

PALESTRA SOBRE OS SUJEITOS PROCEDIMENTAIS


EXERCêCIO FORMATIVO-3

Diga o que entende por —rg‹o administrativo.


Existem v‡rios critŽrios para definir o conceito de —rg‹o administrativo, como s‹o tambŽm v‡rias
as defini•›es doutrin‡rias utilizadas para o efeito. Como realidade institucional podemos defini-lo
como centro organizado de compet•ncias com capacidade para expressar uma vontade que seja
imput‡vel juridicamente ˆ pessoa colectiva da qual faz parte integrante. O n¼ 2 do art¼ 2¼ do CPA
enumera como —rg‹os da AP:
¥ Os —rg‹os do Estado e das Regi›es Aut—nomas que exercem fun•›es administrativas.
¥ Os —rg‹os dos Institutos Pœblicos e das Associa•›es Pœblicas;
¥ Os —rg‹os das autarquias locais suas federa•›es e uni›es.
Os —rg‹os compostos por uma pluralidade de membros s‹o designados de îrg‹os Colegiais e
encontram-se sujeitos ˆs regras gerais previstas nos artigos 14¼ a 28¼ do CPA.

Refira-se ˆs caracter’sticas genŽricas das compet•ncias.


Designam-se por compet•ncias o conjunto de poderes funcionais atribu’dos a um —rg‹o
administrativo para cumprimento e execu•‹o das suas atribui•›es ou fins. As compet•ncias
encontram-se previstas na lei, como disp›e o artigo 29¼ do CPA, e caracterizam-se pela ,
irrenunciabilidade, inalienabilidade e imodificabilidade, isto, sem preju’zo do que se encontra
legalmente previsto para a delega•‹o de poderes.

Distinga qu—rum deliberativo de qu—rum de funcionamento.


O qu—rum de funcionamento diz respeito ao numero m’nimo de membros de um —rg‹o
administrativo para que ele possa funcionar, enquanto que o qu—rum deliberativo diz respeito ao
nœmero m’nimo de membros com direito a voto que t•m de estar presentes na reuni‹o para que o
—rg‹o as delibera•›es do —rg‹o possam ser juridicamente v‡lidas. O q—rum pode ser de maioria
simples, de maioria absoluta ou qualificada.

Enumere os elementos de uma delega•‹o de poderes.


S‹o quatro os requisitos para que possa haver uma delega•‹o de poderes, tais como;

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¥ Uma lei de habilita•‹o ou habilitante, ou seja, uma lei que preveja a possibilidade de
delega•‹o de poderes por parte do —rg‹o.
¥ Um delegante, ou seja o —rg‹o que procede ˆ delega•‹o.
¥ Um delegado, ou seja, aquele que recebe ou destinat‡rio do poder delegado.
¥ Um acto administrativo de delega•‹o de poderes, ao qual deve ser dada publicidade.

Distinga delega•‹o de poderes expressa de delega•‹o de podres t‡cita.


A delega•‹o de poderes expressa Ž aquela que reœne os 4 elementos atr‡s referidos, e necessita
portanto de acto administrativo delegat—rio, enquanto que, a delega•‹o t‡cita resulta directamente
da lei, dispensando qualquer acto administrativo de delega•‹o de poderes. Existe o delegante, o
delegado e a lei habilitadora, que procede ˆ delega•‹o directa e imediata via legis.

Elenque os poderes do delegante no ‰mbito da delega•‹o de poderes.


No ‰mbito da delega•‹o de poderes o delegante possui, nos termos do art¼ 39¼ do CPA,
¥ Os poderes de direc•‹o, que lhe permite dar ordens ou directrizes sobre a forma do
exerc’cio do poder por parte do delegado.
¥ O poder de avoca•‹o, que lhe permite chamar a si a resolu•‹o de um processo
administrativo no ‰mbito do procedimento.
¥ O poder revogat—rio, que lhe permite fazer cessar a delega•‹o de poderes e revogar actos
praticados ao abrigo desta.

PALESTRA SOBRE O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO


Exerc’cio Formativo n¼ 4

Diga quais s‹o as diferentes fases do procedimento administrativo.


S‹o as seguintes:
A fase da iniciativa ou abertura do procedimento que v•m reguladas nos artigos 74¼ a 83¼ do CPA.
Nesta fase deve o —rg‹o administrativo verificar da sua compet•ncia para a resolu•‹o da quest‹o
suscitada (art¼ 33¼ do CPA).
A fase de instru•‹o (art¼ 86¼ a 105¼) envolvendo a produ•‹o de prova e todas as dilig•ncias
entendidas como oportunas para sustentar a decis‹o, incluindo a obten•‹o de pareceres que
sendo obrigat—rios, poder‹o ser ou n‹o vinculativos para quem decide. A audi•ncia prŽvia dos
interessados prevista no art¼ 100¼ do CPA Ž o corol‡rio do princ’pio de participa•‹o podendo ser
oral ou escrita. Depois de elaborado o relat—rio pelo instrutor, cabe ao —rg‹o competente proferir a
decis‹o final de conformidade com o disposto no art¼ 105¼ do CPA.
Segue-se por œltimo, a fase complementar ou de integra•‹o da efic‡cia que consiste em levar ao
conhecimento dos interessados o conteœdo da decis‹o atravŽs da notifica•‹o ou da publicita•‹o
da decis‹o administrativa.

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Distinga procedimento administrativo de processo administrativo.


O processo administrativo, corresponde ao suporte f’sico onde s‹o reunidos documentos
necess‡rios ao desenvolvimentos normal do procedimento administrativo, este, entendido como
sendo, uma sucess‹o juridicamente ordenada por lei de um conjunto de actos e formalidades,
destinados a aferir a vontade da Administra•‹o Pœblica ou executar essa vontade, de acordo com
o que disp›es o art¼ 1¼ do CPA.

Elenque e explicite as diferentes formas de extin•‹o do procedimento administrativo.


Encontram-se previstas nos art¼s 106¼ a 113¼ do CPA, as v‡rias formas de extin•‹o do
procedimento administrativo, como:
A decis‹o final expressa, sendo que o —rg‹o decisor deve, nos termos do art¼ 107¼, resolver todas
as quest›es pertinentes. O acto t‡cito de deferimento, que consiste na atribui•‹o de valor positivo
ao sil•ncio da administra•‹o, conforme disp›e o art¼ 107¼ do CPA. O indeferimento t‡cito,
encontra-se previsto no art¼ 109¼ e consiste na atribui•‹o de valor negativo ao sil•ncio da
administra•‹o. A desist•ncia e renœncia (art¼ 110¼) acontece quando o interessado apresenta um
pedido de desist•ncia do procedimento ou renuncia aos direitos legalmente protegidos. Todavia,
pode n‹o prejudicar o prosseguimento do procedimento caso a Administra•‹o entenda estar em
causa o interesse pœblico.

Indique o prazo geral de conclus‹o do procedimento administrativo.


O prazo geral de conclus‹o do procedimento Ž de 90 dias (art¼ 58¼ CPA).

O prazo para a reclama•‹o de uma decis‹o desfavor‡vel da administra•‹o Ž de 15 dias nos


termos do art¼ 162¼ CPA, enquanto o recurso hier‡rquico Ž de 30 dias, para o recurso necess‡rio,
como disp›e o n¼ 1 do referido artigo. Quanto ao prazo de interposi•‹o do recurso facultativo ele Ž
id•ntico ao do recurso contencioso, conforme o disposto no n¼ 2 respectivamente.

PALESTRA SOBRE ACTIVIDADE ADMINISTRATIVA


Exerc’cio Formativo n¼ 5

Diga quais s‹o as formas jur’dicas da actividade dos —rg‹os administrativos?


Regulamentos, actos administrativos e contratos administrativos.

Diga o que entende por regulamento administrativo e d• exemplos.


S‹o actos normativos, dotados de generalidade e abstrac•‹o, sendo por isso leis em sentido
material. S‹o emanados pelos —rg‹os administrativos e est‹o sujeitos ao princ’pio da legalidade.
Trata-se de uma manifesta•‹o unilateral da administra•‹o e comportam um tripla natureza, ou
seja, Ž normativo (conjunto de regras abstractas), Ž organicamente administrativo (pois resulta de

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estruturas que integram a AP, Ž materialmente administrativo, (s‹o emanados ao abrigo da fun•‹o
administrativa e Ž elaborado no exerc’cio da autoridade e da gest‹o pœblica). Podem ser internos
ou externos. S‹o exemplos, os Decretos Regulamentares, a resolu•‹o, portaria, despacho
normativo, decretos regulamentares regionais ou as posturas municipais.

Refira-se ao processo de elabora•‹o de regulamentos.


O processo de elabora•‹o dos regulamentos encontra-se previsto nos artigos 114¼ a 119¼ do CPA,
e pode ocorrer oficiosamente por iniciativa dos —rg‹os administrativos competentes ou na
sequencia do exerc’cio de direito de peti•‹o dirigido aos respectivos —rg‹os com compet•ncia
para o efeito. O direito de peti•‹o est‡ previsto no artigo 52¼ da CRP e Ž regulado pela Lei n¼
43/90 de 10 de Agosto, com as altera•›es das Leis n¼ 6/93 de 1 de Mar•o e 15/2003 de 4 de
Junho. A peti•‹o deve ser devidamente fundamentada sob pena da administra•‹o poder,
legalmente, n‹o tomar conhecimento. Todavia nesta situa•‹o, os interessados podem corrigir o
lapso formal, fundamentar a proposta e submet•-la de novo aos —rg‹os administrativos
competentes, os quais, nos termos do disposto no art¼ 115¼ n¼ 2 do CPA devem informar sobre o
destino dado ˆs peti•›es.

Distinga regulamento de acto administrativo.


Enquanto que o regulamento Ž uma norma, um conjunto de regras de orienta•‹o ou comando
abstracto, o acto administrativo, Ž uma decis‹o individual com aplica•‹o a um caso concreto
proferida pelos —rg‹os administrativos, com respeito e ao abrigo da lei, ou seja, das normas de
direito pœblico.

Defina acto administrativo e d• exemplos.


A defini•‹o de acto administrativo, consta do art¼ 120¼ do CPA . Segundo esta norma, s‹o actos
administrativos as decis›es dos —rg‹os da Administra•‹o Pœblica, os quais, em respeito pelas
normas de direito pœblico vigente, visam produzir efeitos jur’dicos na situa•‹o individual e
concreta. A classifica•‹o e tipologia de actos administrativos Ž bastante complexa, dada a
exist•ncia de inœmeros actos administrativos. No entanto, constituem exemplos de actos
administrativos, entre outros: as puni•›es ou san•›es, expropria•›es e requisi•›es, autoriza•›es.
Isen•›es, ou actos mais simples como, certid›es, certificados,atestados...etc. A revoga•‹o, a
aprova•‹o, a homologa•‹o, a ratifica•‹o... s‹o exemplos de alguns actos administrativos
secund‡rios, ou seja, actos sobre actos. As decis›es ou delibera•›es.

Diferen•a entre acto administrativo colectivo e acto normativo. O primeiro os destinat‡rios s‹o
determin‡veis, no segundo n‹o.

Diga quais s‹o as caracter’sticas comuns dos actos administrativos.


S‹ as seguintes:

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- A subordina•‹o ˆ lei, tem a ver com o respeito pela, compet•ncia do autor, formas e
formalidades a cumprir, procedimento, estatui•‹o e fim e em caso de viola•‹o da lei s‹o ilegais
e inv‡lidos .
- A presun•‹o de legalidade, todos gozam desta presun•‹o que pode ser afastada por decis‹o
jurisdicional atravŽs da declara•‹o de nulidade ou anula•‹o do acto. TambŽm pode ser
afastada por declara•‹o graciosa de nulidade ou da revoga•‹o, por decis‹o da entidade
administrativa com fundamento em ilegalidade se o acto for anul‡vel.
- A imperatividade, Ž obrigat—rio para os seus destinat‡rios.
- A revogabilidade, ou seja, a possibilidade de serem revogados mediante ˆ modifica•‹o do
interesse pœblico, sem preju’zo de existirem actos que s‹o irrevog‡veis por lei (art¼ 139¼ a 141¼
do CPA.
- A sanabilidade, em princ’pio a invalidade Ž San‡vel pela administra•‹o, salvo se, ger
inexist•ncia jur’dica ou nulidade.

Diga a partir de que momento um acto administrativo Ž definitivo.


Um acto administrativo torna-se definitivo quando traduz a Òœltima palavra da administra•‹oÓ, ou
seja, n‹o Ž poss’vel sofrer altera•‹o ou modifica•‹o. Os autores falam de 3 tipos de definitividade:
- A definitividade vertical que exige a pr‡tica do acto pelo —rg‹o de topo da hierarquia
administrativa, por exemplo, os Ministros.
- A definitividade horizontal, traduz-se na exig•ncia do respectivo acto por fim ao procedimento
administrativo ou a um incidente procedimental aut—nomo.
- A definitividade material, representa a defini•‹o da situa•‹o jur’dica do particular face ˆ
Administra•‹o Pœblica. (Actos meramente opinativos ou internos).

O que entende por privilŽgio de execu•‹o prŽvia?


Est‡ relacionado com a imperatividade dos actos administrativos. Neste sentido, a execu•‹o
prŽvia consiste na faculdade de ser aplicado coercivamente sem necessidade de qualquer decis‹o
judicial prŽvia que o determine ou, sem necessidade de concord‰ncia do particular visado. (Vide
art¼ 149¼ do CPA). Nem todos os actos administrativos gozam do privilegio de execu•‹o prŽvia. S—
os que s‹o eficazes.
NB. Ver art¼ 151¼ n¼ 1 do CPA s/ autotutela declarativa de legalidade.

Indique e distinga os v’cios do acto administrativo.


S‹o seis os v’cios dos actos administrativos. A saber:
- usurpa•‹o de poderes, sempre que um —rg‹o administrativo pratica um acto integrado na
fun•‹o legislativa ou na fun•‹o jurisdicional, pois tal viola o princ’pio da separa•‹o de poderes
constante da CRP. Trata-se de um v’cio que gera nulidade do acto. (art¼ 133¼ n¼ 2 al. a) do

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)
CPA) . ƒ um vicio org‰nico, podendo ser considerado incompet•ncia agravada e qualificada
conforme a natureza da norma violada.
- Incompet•ncia absoluta, quando um —rg‹o de uma pessoa colectiva de Direito Pœblico, pratica
um acto da compet•ncia de um —rg‹o diferente de outro MinistŽrio. Gera a nulidade do acto.
(art¼ 133¼ n¼ 2 al. b) do CPA.
- Incompet•ncia relativa, quando um —rg‹o de uma pessoa colectiva de Direito Pœblico, pratica
um acto da compet•ncia de um —rg‹o diferente do mesmo MinistŽrio. Gera apenas a
anulabilidade do acto. (art¼ 135¼ do CPA). A incompet•ncia pode ser analisada em raz‹o da
matŽria, da hierarquia, do territ—rio e em raz‹o do tempo.
- V’cio de forma, gera-se sempre que existe preteri•‹o de formalidades legais ou car•ncia de
forma legal. Gera anulabilidade do acto, em regra. (art¼ 135¼ do CPA). Mas pode gerar tb
nulidade (art¼ 133¼ n¼ 2 al. f) do CPA.
- Viola•‹o da lei, desconformidade entre o conteœdo e o bloco legal. V’cio residual mas dos mais
importantes. Gera anulabilidade do acto. (art¼ 135¼ do CPA).
- Desvio do poder, os motivos determinantes para a pr‡tica do acto n‹o coincidem com os fins
previstos na lei, e ao abrigo do qual, determinado —rg‹o disp›e de compet•ncia para actuar ao
abrigo dos poderes de autoridade. Acontece no ‰mbito dos poderes discricion‡rios e gera
anulabilidade nos termos do art¼ 135¼ do CPA.

Diga o que entende por contrato administrativo?


O contrato administrativo surge na rela•‹o bilateral entre a Administra•‹o e os particulares,
visando o acordo de vontades que visa atingir e conciliar interesses distintos. Tal como Ž definido
no art¼ 178¼ do CPA, o contrato administrativo consiste num acordo de vontades pelo qual Ž
constitu’da, modificada ou extinta a rela•‹o jur’dica e administrativa. Estes contratos t•m algumas
especificidades porque podem:
- conferir poderes de autoridade a um particular;
- atribuir direitos ou impor deveres,
- impor restri•›es de interesse pœblico aos particulares.
No contrato administrativo, a matŽria do mesmo deve ser de Direito Publico e deve ser celebrado
ao abrigo da gest‹o pœblica.

Elenque os contratos administrativos previstos no CPA.


Constam do art¼ 178 n¼ 2 do CPA os seguintes:
- empreitadas de obras pœblicas (o particular fica encarregado de executar a obra mediante uma
retribui•‹o a pagar pela administra•‹o.)
- concess‹o de obras pœblicas, (aqui a retribui•‹o Ž feita pelos utentes dos servi•os. A entidade
privada fica com a explora•‹o de uma obra pœblica.)

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- concess‹o de servi•os pœblicos (A AP encarrega um particular de explorar um servi•o pœblico


sendo retribu’do pelos particulares.)
- concess‹o de explora•‹o do dom’nio pœblico. (A AP transfere para o particular o poder de
gest‹o de uma parcela do dom’nio pœblico.)
- concess‹o do uso privativo do dom’nio pœblico (A AP permite o dom’nio privativo de parcelas
do dom’nio pœblico).
- Concess‹o da explora•‹o de jogos de fortuna ou azar ( A AP encarrega um particular de
instalar um estabelecimento de jogos, casinos, bingos, sendo retribu’da pelas receitas do jogo).
- Fornecimento cont’nuo (Encarrega o particular de fornecer continuamente ˆ Administra•‹o
bens necess‡rios).
- Presta•‹o de servi•os para fins de imediata utilidade pœblica (encarrega o particular de prestar
uma tarefa ou de um servi•o espec’fico).

Refira-se aos poderes da Administra•‹o Pœblica no ‰mbito dos contratos administrativos.


As estruturas administrativas assume uma posi•‹o de predom’nio e superioridade em rela•‹o ao
outro(s) contratantes, no ‰mbito dos contratos administrativos. O art¼ 180¼ do CPA, refere
designadamente os seguintes poderes da administra•‹o:
- O poder de modifica•‹o unilateral das presta•›es (possibilidade de modificar as presta•›es
acordadas desde que respeitando o equil’brio financeiro do contrato).
- Poder de direc•‹o ( direito de emanar ordens, elaborar instru•›es, dirigir comandos
vinculativos, entre outros)
- Poder de rescis‹o unilateral (rescis‹o unilateral do contrato, independentemente da vontade do
co-contratante).
- Poder de fiscaliza•‹o e de controlo (possibilidade de acompanhamento da execu•‹o do
contrato).
- Poder sancionat—rio (faculdade de aplica•‹o de san•›es em caso de incumprimento por parte
do privado).
PALESTRA SOBRE AS GARANTIAS GRACIOSAS
Exerc’cio Formativo 6

Diga que tipo de garantias dos administrados conhece.


Para defesa dos seus direitos face ˆ administra•‹o pœblica, os particulares pode lan•ar m‹o das
garantias jurisdicionais que lhes permitem recorrer para os tribunais administrativos para tutela
dos seus interesses, atravŽs da impugna•‹o dos actos administrativos que os possam afectar.

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INTRODUÇÃO)AO)DIREITO)ADMINISTRATIVO)UAB)3)3º)ANO)LIC.CIÊNCIAS)SOCIAIS) 1
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Mas existe tambŽm a possibilidade de impugnar, junto da pr—pria administra•‹o, os actos
administrativos que possam afectar os interesses particulares, fazendo uso de um conjunto de
garantias graciosas ou administrativas que est‹o reguladas no CPA.
Existe ainda um outro tipo de garantias n‹o contenciosas, como sejam as garantias politicas,
como; o acesso ao direito de peti•‹o, o recurso ao provedor de justi•a.
As garantias graciosas podem ser petit—rias (queixas, de denœncia de oposi•‹o administrativa.
As garantias impugnat—rias, s‹o as reclama•›es e os recurso graciosos, atravŽs dos quais os
particulares podem solicitar a revoga•‹o ou modifica•‹o dos actos administrativos.

Distinga reclama•‹o de recurso.


A reclama•‹o Ž uma forma de impugna•‹o do acto administrativo que Ž deduzida perante o
pr—prio autor do acto, enquanto que o recurso gracioso Ž interposto junto de um —rg‹o diferente,
normalmente hierarquicamente superior, daquele que proferiu a decis‹o contestada, ou seja o acto
administrativo que se pretende ver corrigido ou revogado.

Elenque as espŽcies de recursos graciosos previstos no CPA


O art¼ 167 do CPA refere duas espŽcie de recurso, o necess‡rio e o facultativo.

Distinga recurso hier‡rquico necess‡rio de recurso hier‡rquico facultativo.


Estamos perante o recurso necess‡rio, quando o acto administrativo n‹o Ž definitivo, o que torna
necess‡ria a apresenta•‹o do recurso para obten•‹o da definitividade do acto e poder abrir assim,
a via contenciosa judicial. O recurso Ž facultativo, quando incide sobre um acto administrativo j‡
definitivo. Todavia, com a reforma do contencioso administrativo j‡ Ž poss’vel o recurso
contencioso de actos administrativos n‹o definitivos, ao contr‡rio do que estava previsto no art¼ 25
n1 da Lei de Processo dos Tribunais Administrativos.

Refira-se ˆ tramita•‹o do recurso hier‡rquico.


Quanto ˆ tramita•‹o do recurso hier‡rquico, inicia-se com a apresenta•‹o o requerimento
impugnat—rio inicial que deve ser formulado nos termos do art¼ 74¼ do CPA, o qual Ž dirigido ao
mais elevado superior hier‡rquico do autor do acto administrativo (art¼ 169 n¼ 2) e poder‡ ser
apresentado quer ao autor do acto ou directamente ˆ entidade a quem Ž dirigido (art¼ 169¼ n¼3).
Quando se trate de recurso hier‡rquico necess‡rio suspende-se a efic‡cia do acto recorrido de
acordo e com a excep•‹o prevista no art¼ 170¼ n¼1 CPA. Quando facultativo, n‹o tem efeito
suspensivo.
De seguida tem lugar a instru•‹o do recurso, pelo que o —rg‹o ad quem (aquele perante o qual se recorre)

verifica se est‹o reunidas todas as condi•›es legais, conforme o disposto no art¼ 173¼ e depois
notifica os contra-interessados, os quais poder‹o vir ao processo alegar o que tiverem por

Jo‹o Carreiro)3)ANO)2011/2012) 11

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conveniente (art¼ 171). Nos termos do art¼ 172¼ do CPA Ž promovida a interven•‹o do autor do
acto (art¼ 172¼) e outras dilig•ncias entendidas como necess‡rias. Finalmente, dever‡ ser proferida
a decis‹o final do recurso. Esta pode ser de, rejei•‹o , de nega•‹o do provimento, o que significa a
manuten•‹o do acto administrativo, ou reformatio in pejus quando o acto Ž alterado para pior,
desde que a lei o permita, por fim, a concess‹o de provimento, o que significa que o acto recorrido
Ž anulado total ou parcialmente.

Indique em que situa•›es pode utilizar o recurso hier‡rquico impr—prio.


Sempre que se pretenda recorrer de actos administrativos praticados por —rg‹os de uma pessoa
colectiva, para outros —rg‹os da mesma pessoa colectiva com poder de supervis‹o, mas fora da
hierarquia administrativa. Ou, nas situa•›es previstas na lei, em que se recorre para um —rg‹o
colegial, dos actos praticados por algum dos seus membros. (art¼ 176¼ do CPA).

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