Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
QUESTÃO 89 Joana, moradora de uma comunidade quilombola, tem baixo grau de instrução e
trabalha na principal atividade de subsistência da sua comunidade, que é a pesca. Durante
uma pescaria, feita sempre aos domingos, no período noturno, ela capturou dois filhotes de
baleia-franca, espécie inserida na lista local de espécies ameaçadas de extinção. Depois desse
dia, Joana passou a fazer da pesca dessa espécie animal uma atividade econômica, com a
venda para o comércio da região. Somente após ter praticado reiteradamente a atividade
criminosa, ela descobriu que essa espécie de baleia era ameaçada de extinção. Arrependida,
Joana dirigiu-se a uma delegacia de polícia e informou, com antecedência, à autoridade policial
todos os locais em que havia instalado armadilhas de pesca. Além disso, passou a trabalhar em
um projeto social para reparar o dano causado e a colaborar com os agentes encarregados da
vigilância e do controle ambiental. Conforme as disposições da Lei n.º 9.605/1998, assinale a
opção que indica circunstâncias atenuantes de eventual pena criminal que possa ser imputada
a Joana.
A o baixo grau de instrução de Joana e o seu pertencimento a uma comunidade quilombola
art. 14 I
B o arrependimento de Joana, sua pretensão de reparar o dano e a periodicidade das pescas
(sempre aos domingos) art. 14 II
C a comunicação prévia de Joana do perigo iminente de degradação ambiental, em razão das
armadilhas de pesca instaladas, e a periodicidade das pescas (sempre aos domingos) art. 14 III
D o baixo grau de instrução de Joana e sua colaboração com os agentes encarregados da
vigilância e do controle ambiental 89=D. certo. Art. 14 III da Lei 9.605/1998
E o pertencimento de Joana a uma comunidade quilombola e a sua desistência voluntária não
consta estas previsões nos incisos do art. 14.
QUESTÃO 90 Laura tem uma propriedade com 100 hectares de vegetação nativa de campos
localizada na área urbana de Blumenau, no estado de Santa Catarina. Com referência a essa
situação hipotética, assinale a opção correta à luz do Código Florestal. *Questão ANULADA”
A Laura tem obrigação de preservar 20% da vegetação nativa do seu imóvel a título de reserva
legal. 20% para imóvel situado em área de campos gerais ou demais regiões do país. Art. 12 I
“c” e II da Lei 12.651/2012
B Laura tem obrigação de preservar 35% da vegetação nativa do seu imóvel a título de reserva
legal.
C Laura tem obrigação de preservar 50% da vegetação nativa do seu imóvel a título de reserva
legal.
D Laura tem obrigação de preservar 80% da vegetação nativa do seu imóvel a título de reserva
legal.
E Laura é dispensada de preservar a vegetação nativa do seu imóvel a título de reserva legal.
PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA Classe A Padrão I CESPE 2018, Nível superior
DIREITO AMBIENTAL
QUESTÃO 16
Roberto adquiriu, neste ano, uma propriedade de 10.000 hectares, localizada em área rural de
vegetação de floresta tropical em João Pessoa. Sabendo que a utilização do seu imóvel deverá
respeitar os limites do plano de manejo do local, por estar o bem situado dentro da Área de
Preservação Ambiental Federal da Onça Bonita, e observando a legislação pertinente, ele
pretende suprimir parte da vegetação de sua propriedade para atividade agropecuária.
Nessa situação hipotética, Roberto deverá pedir a autorização de supressão de vegetação de
sua propriedade
A ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
B ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
C ao Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente (SFB/MMA).
D ao órgão estadual da Paraíba de meio ambiente. 16=D Em relação ao órgão responsável, nos termos da Lei
Complementar n. 140/2011, tem-se que a supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo
ente federativo licenciador (art. 13, § 2º). Portanto, o pedido de autorização de supressão de vegetação deverá ser direcionado ao
mesmo órgão que conduz o processo de licenciamento do empreendimento ou atividade. Convém registrar que é na fase da
Licença de Instalação (LI), em que efetivamente se permite a instalação do empreendimento e início das obras, que a solicitação
será analisada pelo órgão competente, e na maioria dos casos a autorização é emitida como uma condicionante da licença ou
conjuntamente com a licença.
E ao órgão municipal de João Pessoa de meio ambiente.
QUESTÃO 17
Foi requerido ao órgão ambiental do estado da Paraíba o licenciamento de um
empreendimento de mineração que envolve as cidades de João Pessoa e de Cabedelo. Na fase
dos estudos ambientais, percebeu-se que o plano diretor da cidade de João Pessoa não
permitia a instalação de empreendimentos desse porte para explorar mineração. Diante da
importância econômica do empreendimento para o estado, a Assembleia Legislativa da
Paraíba estuda a viabilidade de editar uma lei que autorize a mineração na área,
independentemente do porte do empreendimento.
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que, com a edição da lei estadual,
o empreendimento
A poderá tornar-se viável, não havendo impedimentos para a expedição de licença de
instalação.
B poderá vir a ser viável, não existindo óbices para a expedição de licença prévia.
C poderá ser viável, não restando empecilhos para a expedição da licença de operação.
D poderá ser inviabilizado, pois somente a edição de uma lei federal que alterasse o plano
diretor de João Pessoa superaria a dificuldade legal.
E poderá permanecer inviável, pois somente a edição de uma lei municipal que alterasse o
plano diretor de João Pessoa poderia superar o óbice. 17=E, art. 4 II “a” da Lei 10.257/2001
QUESTÃO 18
Carmen tem um imóvel de 10.000 hectares localizado na área rural de João Pessoa, com
vegetação caatinga e margem de um rio dentro da propriedade. Quando Carmen comprou o
terreno, em 2016, estava totalmente desmatada a vegetação da margem do rio situado em
seu imóvel, e, agora, ela pretende construir uma grande casa nesse local. O restante da
propriedade é um pomar, não havendo mais nenhuma área de vegetação nativa no imóvel.
Considerando-se essa situação hipotética e a legislação pertinente, é correto afirmar que a
construção da casa de Carmen
A poderá ser legalmente aprovada sem óbice nenhum, porque a área do imóvel está localizada
fora da Amazônia Legal.
B não poderá ser legalmente aprovada, visto que 50% da extensão do imóvel deve ser mantida
como área de preservação permanente e reserva legal.
C poderá ser legalmente aprovada, pois seriam exigidas de Carmen a recomposição da área de
preservação permanente e a reserva legal equivalente a 35% do imóvel.
D não poderá ser legalmente aprovada, porque 20% da extensão do imóvel deve ser mantida
como área de reserva legal e a margem de rio é área de preservação permanente a ser
recomposta. 18=D. arts. 3 II + art. 4 I “a” + art. 12 I “c” da Lei 12.651/2012
E poderá ser legalmente aprovada, porque a supressão da vegetação da área de preservação
permanente e da reserva legal foi realizada pelo proprietário anterior, e não por Carmen.
QUESTÃO 19
O governo da Paraíba editou uma lista de peixes em extinção diferente da estabelecida pelo
Ministério do Meio Ambiente. Para tanto, pautou-se em estudo técnico sobre o estoque de
peixes no estado e os impactos da exploração desses animais. Uma semana após a edição da
lista estadual paraibana, fiscais da Secretaria de Meio Ambiente Municipal de João Pessoa
abordaram um enorme barco pesqueiro com 16 toneladas de um dos peixes constantes da
lista editada, no Porto de Cabedelo, prestes a partir para outro país.
Nessa situação hipotética, os fiscais da Secretaria de Meio Ambiente Municipal de João Pessoa
A não devem atuar administrativamente, pois o estado não detém competência para editar
lista de espécies de peixes em extinção de modo a viabilizar uma operação fiscalizadora.
B devem atuar no âmbito administrativo com base no poder de polícia, tendo em vista que a
competência ambiental administrativa é concorrente entre os entes federados.
C devem atuar no âmbito administrativo com base no poder de polícia, tendo em vista que a
competência ambiental administrativa é comum entre os entes federados. 19=C, art. 1 da LC
140/2011 + art. 23 VI e VII
D não devem atuar administrativamente, porque a competência deve ser do órgão de
fiscalização estadual, por ter sido este o ente responsável pela edição da lista de espécies de
peixes em extinção.
E não devem atuar administrativamente, porque a competência deve ser do órgão de
fiscalização federal, em razão da quantidade de pescados apreendida.
QUESTÃO 20
Uma empresa estrangeira pretende instalar uma indústria que fabricará pilhas e baterias na
região industrial de João Pessoa. Considerando-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é
correto afirmar que, na avaliação dos custos do empreendimento, a obrigação de estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo
consumidor,
A não se aplica ao segmento de operação dessa empresa estrangeira.
B aplica-se ao segmento de operação dessa empresa estrangeira, mas os custos somente serão
exigidos após dez anos do início da atividade da indústria.
C aplica-se ao segmento de operação dessa empresa estrangeira, mas os custos somente serão
exigidos após serem firmados acordos setoriais e termos de compromisso entre o poder
público e o setor empresarial do ramo explorado.
D aplica-se ao segmento de operação dessa empresa estrangeira e ensejará novos custos,
como o dever de disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis. 20=D,
art. 33 II + § 3 II do art. 33 da Lei 12.305/2010 que institui a política nacional de resíduos
sólidos.
E não se aplica a essa empresa por ser ela estrangeira, sendo os novos custos suportados
somente por empreendimentos nacionais.
Policial Rodoviário Federal. Aplicação 3/2/2019 PRF CESPE superior
No que se refere à Lei dos Crimes contra o Meio Ambiente e à legislação nacional acerca do
tráfico de pessoas, julgue os próximos itens.
115 Situação hipotética: João foi autuado por policial rodoviário federal, por supostamente ter
praticado conduta prevista como crime contra a fauna. Assertiva: Nessa situação, João
necessariamente responderá pela conduta praticada. 115=Errado, art. 37 da Lei 9.605/1998
quando há disposição legal ou autorização pela autoridade competente.
QUESTÃO 90 Em uma área completamente preservada, com bioma intacto, localizada em sua
integralidade no bioma cerrado, existe uma propriedade particular de 100 ha, dos quais 40 ha
constituem reserva legal com a devida averbação na matrícula do imóvel e com o registro no
cadastro ambiental rural (CAR). Nessa situação, o limite máximo de hectares que o
proprietário poderá destinar para fins de instituição de servidão ambiental corresponde a
A 5 ha.
B 25 ha.
C 45 ha.
D 65 ha. 90=D § 2 do art. 15 12.651/2012 com art. 9 – A da Lei 6.938/1981, dúvida: a servidão
ambiental nãos e aplica às áreas de preservação permanente e reserva legal mínima exigida §
2 do art. 9-A Lei 6.938/1981. Em imóvel situado no cerrado a reserva legal é de 35%, logo 100
– 35 = 65 Observação: imóvel rural na Amazônia legal a reserva legal é de 80% várias
exceções: Imóveis que realizaram desmatamentos na Amazônia entre 1989 e 1996 obedecendo percentual mínimo de 50% de
Reserva Legal em vigor na época, estão desobrigados de recompor suas áreas ao percentual de 80%.
No caso da Amazônia Legal, em áreas de florestas, o poder público estadual, ouvido o Conselho Estadual do Meio Ambiente,
poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% para fins de regularização nos seguintes casos:
Quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e mais de 65% do seu território ser ocupado por unidades de
conservação da natureza de domínio público, devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas;
Quando o município tiver mais de 50% da área ocupada por unidades de conservação da natureza de domínio público e por terras
indígenas homologadas; imóvel
em área cerrado 35%; imóvel em área de Campos Gerais 20% ,
imóveis localizados nas demais regiões 20%.
JUIZ SUBSTITUTO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA CEARÁ aplicada 1 de julho de 2018 CESPE
QUESTÃO 81 Com relação ao SNMA, ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e ao zoneamento ambiental, assinale a opção correta.
A Uma vez que possuem representação no CONAMA, os estados, no âmbito do SNMA, não
têm competência para legislar sobre normas relacionadas ao meio ambiente e devem se ater
às estabelecidas pelo CONAMA. É competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal art. 14 VI e VIII CF/88
B O IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade são órgãos que têm
por finalidade executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente. 81=B art. 6 IV da Lei 6.938/1981
C As unidades de proteção integral visam à manutenção dos ecossistemas e dos hábitats
naturais livres de alterações causadas por interferência humana, sendo vedado o uso direto ou
indireto dos seus atributos naturais. Admite-se apenas o uso indireto, art. 20 VI com art. 70 § 10
da Lei 9.985/2000
D O zoneamento ecológico-econômico é o instrumento de organização do espaço urbano,
obrigatório na implantação de obras e atividades públicas, por meio do qual a cidade é dividida
em áreas sobre as quais incidem diretrizes para uso e ocupação do solo. Do território, a ser
implantado em planos, obras e atividades públicas e privadas art. 20 do decreto 4.297/2002
E Um parque nacional pode ser constituído por áreas particulares, caso em que a utilização da
terra pelos proprietários deve ser compatibilizada com os recursos naturais da unidade. É de
posse e domínio públicos, áreas particulares serão desapropriadas § 1 do art. 11 lei 9.985/2000
QUESTÃO 85 Com base no Código Florestal — Lei n.º 12.651/2012 —, assinale a opção correta.
A Para que uma área protegida seja considerada área de preservação permanente é necessário
que ela seja totalmente coberta de vegetação nativa e que esteja localizada no interior de uma
propriedade ou de uma posse rural. Cobertas ou não, e pode ser área rural ou urbana, arts. 30 II + art. 40 da Lei
12.651/2012
B A exploração econômica de recursos naturais em área de reserva legal é expressamente
proibida. É admitida, § 10 do art. 17
C Os projetos de reforma agrária não estão contemplados no conceito de pequena
propriedade rural familiar, caracterizada pela exploração da terra mediante o trabalho pessoal
do agricultor familiar. Estão. art. 30 V
D Todo imóvel rural localizado na Amazônia Legal deve manter área correspondente a 80% da
extensão total do imóvel, com cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal. Amazônia
Legal: a) 80% em área de florestas; b) 35% em áreas de cerrado e d) 20% em área de campos gerais, art. 12 inciso I
E Uma área coberta de florestas e que exerce a função de proteger várzeas pode ser
considerada de preservação permanente se declarada de interesse social por ato do chefe do
Poder Executivo. 85=E, art. 60 III Lei 12.651/2012
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia Juiz Substituto aplicada em 13 de janeiro de 2019
Cespe. Aplicação: 13/1/2019
QUESTÃO 86 Em 2006, um imóvel rural localizado no bioma caatinga e fora da Amazônia Legal
foi completamente desmatado por seu proprietário, que, em decorrência disso, foi autuado,
no mesmo ano, pelo órgão ambiental federal competente e penalizado com multa. Nessa
situação hipotética, para eximir-se do pagamento da multa, basta ao proprietário
“Segundo a nova norma, para pedir a suspensão das multas, será necessário que o produtor rural registre suas terras no Cadastro
Ambiental Rural (CAR), o banco de dados que deverá armazenar informações ambientais sobre as mais de cinco milhões de
propriedades rurais do País. Também será necessário que o proprietário tenha formalmente aderido aos Programas de
Regularização Ambiental (PRA), que deverão estipular quando e como será feita a recuperação ou compensação da área
desmatada. Apesar de ambos os instrumentos terem sido previstos pela nova lei, sua implantação avança a passos lentos.
Se cumprir os requisitos, o produtor rural deverá firmar um termo de compromisso para aderir ao PRA, que será implantado e
gerido pelo órgão ambiental estadual. Ele detalhará as exigências que deverão ser cumpridas pelo produtor rural para viabilizar a
recuperação da área desmatada. Depois disso, o produtor rural poderá requerer a suspensão das multas. Nesse caso, enquanto o
termo de compromisso estiver valendo, as multas ficarão suspensas. A instrução determina que, cumprido o termo, as multas
serão consideradas convertidas em “serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente”. Ainda de
acordo com a instrução normativa, se for detectado descumprimento de alguma dessas exigências, as multas poderão voltar a
valer.”
QUESTÃO 87 Por equívoco de um de seus empregados, uma empresa alimentícia deixou vazar
acidentalmente parte de seu insumo em um rio, o que causou a morte de 5 t de peixes. Nessa
situação hipotética, relativamente à responsabilidade civil ambiental, a empresa
A não responderá pelo dano ambiental, por ser uma pessoa jurídica.
B não responderá pelo dano, visto que não houve dolo na morte dos peixes.
C responderá pelo dano, uma vez que a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada
na teoria do risco administrativo, não sendo admitida a responsabilização do empregado para
responder culposamente pelo dano.
Habeas corpus. Responsabilidade penal objetiva. Crime ambiental previsto no art. 2º da Lei 9.605/1998. Evento
danoso: vazamento em um oleoduto da Petrobras. Ausência de nexo causal. Responsabilidade pelo dano ao meio
ambiente não atribuível diretamente ao dirigente da Petrobras. Existência de instâncias gerenciais e de operação para
fiscalizar o estado de conservação dos 14 mil quilômetros de oleodutos. Não configuração de relação de causalidade
entre o fato imputado e o suposto agente criminoso. Diferenças entre conduta dos dirigentes da empresa e atividades
da própria empresa. Problema da assinalagmaticidade em uma sociedade de risco. Impossibilidade de se atribuir ao
indivíduo e à pessoa jurídica os mesmos riscos. [HC 83.554, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-8-2005, 2ª T, DJ de
28-10-2005.]
E responderá pelo dano, pois a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria
do risco administrativo, admitindo-se, ainda, a responsabilização do empregado para
responder culposamente pelo dano.
QUESTÃO 61 Por ordem exclusiva do representante legal de uma empresa madeireira, foram
extraídas e vendidas pela empresa diversas toras de madeira de uma estação ecológica que
havia sido criada por decreto federal. Em razão disso, foi proposta ação penal contra a pessoa
jurídica e a pessoa física. Durante o curso da ação, a segunda foi excluída da lide. Nessa
situação hipotética, a ação penal
A não poderá prosseguir sem a presença da pessoa física, sendo da justiça federal a
competência para o julgamento.
B poderá prosseguir sem a presença da pessoa física, sendo da justiça federal a competência
para o julgamento. 61=B art. 30 da Lei 9.605/1998 com art. 109 I CF/88 decreto federal é de interesse da União.
C prosseguirá, desde que a pessoa física seja novamente incluída no polo passivo,
independentemente do foro.
D poderá prosseguir sem a presença da pessoa física, sendo da justiça comum a competência
para o julgamento.
E não poderá prosseguir sem a presença da pessoa física, sendo da justiça comum a
competência para o julgamento.
QUESTÃO 64 Várias pesquisas científicas apontam no sentido de que o uso de sacolas plásticas
é um dos grandes vilões contra a preservação do meio ambiente. A justificativa consiste no
fato de que o plástico leva vários anos para se decompor. Leis foram aprovadas para que os
consumidores fossem obrigados a pagar por esse tipo de sacola. À luz do direito ambiental, a
referida obrigatoriedade de compra de sacolas plásticas é um exemplo de aplicação do
princípio
A da participação. Garantia da participação popular em assuntos ambientais. Ex. audiências públicas em licenciamento
ambientais complexos, consulta pública na criação de unidades de conservação, direito petição ao Poder Público, propor ação
popular
B da precaução. O empreendedor na ausência de dados científicos sobre a ocorrência do dano, deve precaver com medidas
para reduzir os riscos e danos ambientais irreversíveis. Ao estado cabe retardar o licenciamento ou não liberá-lo, não é possível
arriscar. A incerteza milita em prol do meio ambiente (in dúbio pro natura ou salute)
C da ubiquidade. O meio ambiente está presente em toda parte, deve-se pensá-lo ao redigir novas leis ou propostas de
construções, não apenas no aspecto geral (global) mas também local. O meio ambiente abriga e rege a vida em todas suas formas
(art. 30 I Lei 6.938/1981). O bem ambiental não possui fronteiras, não se prende a situações geográficas ou referências históricas,
extrapolam os limites impostos pelo homem. A natureza desconhece fronteiras políticas (STJ, 1T primeira turma, REsp 588.022/SC
Ministro Relator José Delgado DJe 5/04/2004
D do poluidor pagador. 64=D o poluidor deve responder pelos custos sociais da degradação
causada por atividade impactante (internalização dos prejuízos ambientais)
E da prevenção. Visa mitigar os prejuízos já comprovados cientificamente,os impactos ambientais negativos, impõe
condições para empreender através do licenciamento ambiental
109 Em razão da captura das duas jandaias amarelas, Rafaela responderá por crime contra a
fauna e poderá cumprir pena de detenção. 109=Certo, art. 29 da Lei 9.605/1998
110 Por se tratar de hipótese de guarda doméstica de espécie silvestre, o juiz poderá,
considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena em desfavor de Rafaela. 110=Errado, é
crime contra a fauna, art. 29 da lei 9.605/1998.
111 De acordo com o referido decreto, Rafaela responderá por infração administrativa contra
a fauna e deverá ser condenada ao pagamento de multa com valor a ser fixado em dobro por
ter capturado duas jandaias amarelas. 111=Errado, valor é por indivíduo art. 24 II da Lei 6.514/2008; a multa
em dobro é quando visa obter vantagem econômica § 1 do art. 24 da Lei 6.514/2008
112 O Ministério Público poderá propor ação civil pública em desfavor de Rafaela e do
município de Boa Vista, ante a omissão da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente,
que não atuou para evitar o dano, apesar da ciência da conduta de Rafaela. 112=Certo, art. 1 I
com art. 5 I da Lei 7.347/1985;
113 João, o fiscal que teve conhecimento da captura irregular dos pássaros, mas não impediu
a conduta, responderá solidariamente com Rafaela. 113=Certo, para o STJ a responsabilidade por dano
ambiental é objetiva e solidária ( Informativos: 0211, 0320, 0404, 0433)
114 O município de Boa Vista não tem competência para fiscalizar a captura das duas jandaias
amarelas, pois as espécies constam na lista federal de fauna ameaçada de extinção, devendo,
então, ser protegidas pelo IBAMA, que poderia oferecer a denúncia criminal em desfavor de
Rafaela. 114=Errado, art. 9 XIII da Lei Complementar 140/2011
Homero tem, desde 1998, em área urbana central de Boa Vista – RR , um terreno, no qual
pretende construir, em 2025, um hotel. Na área do imóvel, que é de cinco hectares, há duas
nascentes do Rio Branco. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.
115 Por pretender esperar até 2025 para construir o hotel, Homero poderá ser notificado pelo
governo do estado e pelo do município para efetivar o parcelamento, a edificação ou a
utilização compulsória da sua propriedade. 115=Errado, parcelamento, edificação e utilização
compulsório serão realizados por lei municipal, art. 50 lei 10.257/2001 Estatuto das Cidades
116 Em razão da postergação de Homero para a edificação de seu imóvel, a prefeitura de Boa
Vista poderia determinar a aplicação de IPTU progressivo no tempo na propriedade, por meio
da majoração da alíquota, com incidência desde 1998 e pelo prazo de dez anos consecutivos.
116=Errado, o IPTU progressivo no tempo é pelo prazo de 5 anos consecutivos, quando
descumpre a ordem do parcelamento, edificação e utilização compulsório, art. 70 da Lei
10.257/2001 Estatuto das Cidades
117 Na hipótese de Homero arrendar o terreno a uma empresa que construa o hotel, seu ato
não excluirá a sua responsabilidade civil por eventuais danos ambientais causados pela obra.
117=Certo,
118 Com a aprovação da autoridade competente, Homero poderá construir o hotel seguindo
um projeto arquitetônico que utilize as nascentes do Rio Branco, uma vez que elas são
passíveis de exploração por interesse social. 118=Errado, considerada área de preservação permanente, art.
4 0 IV da Lei 12.651/2012
119 As áreas no entorno das nascentes localizadas no terreno de Homero são legalmente
caracterizadas como áreas de preservação permanente. 119=Certo, art. 4 0 IV da Lei 12.651/2012
120 A pretensão de Homero de construir um hotel em imóvel de sua propriedade está em
conformidade com a diretriz do Estatuto da Cidade, que busca, em atendimento ao interesse
social, a cooperação entre o governo, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no
processo de urbanização. 120=Certo, parágrafo único do art. 10 + art. 30 III da Lei 10.257/2001
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE. Procurador Municipal do
Quadro Permanente da Prefeitura de Campo Grande. Aplicação: 16/06/2019.
PROVA OBJETIVA
Considerando os aspectos constitucionais relacionados ao direito ambiental, a Lei n.º
6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei n.º 12.651/2012,
que estabelece prescrições acerca do Código Florestal e as resoluções do CONAMA, julgue os
itens a seguir.
25 À União compete legislar privativamente sobre águas, jazidas e outros recursos minerais;
porém, é competência concorrente da União, dos estados e do Distrito Federal legislar acerca
de florestas, caça, conservação da natureza e defesa dos recursos naturais. 25=Certo, art. 22 IV
e XII com art. 24 VI CF/88
26 A função social da propriedade rural pode ser verificada pela existência de área de reserva
legal em seu interior. 26=Anulado, art. 170 II com art. 186 da CF/88 a propriedade para
cumprir sua função social deve cumprir simultaneamente os requisitos do art. 186 CF/88
27 A proteção da integridade do patrimônio genético do país é uma incumbência do poder
público e da coletividade. 27=Errado, § 1 II do art. 225 CF/88 incumbe ao poder público.
28 São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente o licenciamento, o zoneamento, a
instituição de relatório de qualidade do meio ambiente e a concessão florestal. 28=Certo, art.
90 IV, II, X e XIII da Lei 6.938/1981
29 O estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto ambiental são documentos
ambientais obrigatórios para a realização do procedimento administrativo de licenciamento
ambiental. 29=Errado, o estudo de impacto ambiental não é documento, art. 50 da Resolução 01/1986 IBAMA,
caractetriza-se por ser um diagnóstico (art. 60 Resolução 1/1986 IBAMA)
30 Poluição é a alteração adversa das características do meio ambiente mediante o
lançamento de matérias ou energia em desacordo com padrões ambientais estabelecidos.
30=Certo, Art. 30 III “e’ da Lei 6.938/1981