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contra
II) ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, pessoa jurídica de direito público interno,
com sede na Av. Borges de Medeiros, n.º 1555 - 18º andar, CEP 90110-150, Porto
Alegre – RS;
I. DO OBJETO DA AÇÃO
A presente ação civil pública ambiental tem como finalidade a condenação dos
réus à elaboração e à execução de um projeto de recuperação das Áreas de Preservação
Permanente (APP) na margem do Rio Uruguai nos municípios da área de abrangência de atuação
da Procuradoria da República em Santa Rosa 1, a partir do exercício do poder de polícia
ambiental, nos termos do que dispõe o art. 72 da Lei nº 9.605/98, combinado com o art. 19 do
Decreto Presidencial nº 6.514/2008 e a Lei Estadual nº 9.519/92.
1 Municípios de Porto Lucena, Porto Vera Cruz, Alecrim, Porto Mauá, Novo Machado, Doutor Maurício Cardoso,
Crissiumal, Tiradentes do Sul.
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Cumpre asseverar, por oportuno, que tal poder-dever é comum a todos os entes
federativos , sendo disciplinado, ainda, pela Lei Complementar nº 140/2011, pela Lei n.º
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2 Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI- proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
3 Nesse sentido: AMBIENTAL. PROCESSUAL CIVIL. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LICENCIAMENTO
AMBIENTAL. ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE NACIONAL DE JERICOACOARA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Em se tratando de proteção ao meio ambiente, não há falar em competência
exclusiva de um ente da federação para promover medidas protetivas. Impõe-se amplo aparato de fiscalização a
ser exercido pelos quatro entes federados, independentemente do local onde a ameaça ou o dano estejam
ocorrendo, bem como da competência para o licenciamento. 2. O domínio da área em que o dano ou o risco de
dano se manifesta é apenas um dos critérios definidores da legitimidade para agir do parquet federal. Ademais, o
poder-dever de fiscalização dos outros entes deve ser exercido quando a atividade esteja, sem o devido
acompanhamento do órgão competente, causando danos ao meio ambiente. 3. A atividade fiscalizatória das
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6.938/81, pela Lei n.º 9.605/98 e pelas Leis Estaduais (RS) n.º 9.077/90 e n.º 10.330/94.
VI – DOS FATOS
atividades nocivas ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer seu poder de
polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado em área cuja competência para o licenciamento seja do
município ou do estado. (…) Agravo regimental provido. (STJ, AgRg no REsp 1373302/CE, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 19/06/2013)
4 Porto Lucena, Porto Vera Cruz, Alecrim, Porto Mauá, Novo Machado, Doutor Maurício Cardoso, Crissiumal, Tiradentes
do Sul, Esperança do Sul, Derrubadas, Barra do Guarita e Pinheirinho do Vale.
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com sede em Santa Rosa/RS declara que existem inúmeras residências situadas a
menos de 50 metros das margens do Rio Uruguai. QUE também as ilhas que
pertencem aos municípios de Porto Lucena, Porto Xavier e Porto Vera Cruz também
são exploradas por pessoas que praticam a agricultura e a pecuária. QUE não há
residência nessas ilhas, somente a prática daquelas atividades. QUE o Código
Florestal declara que são Áreas de Preservação Permanente APA, aquelas situadas
até 500 metros das margens do Rio Uruguai. Informa ainda, que foram firmados
vários TAC's com os moradores dessas áreas, nos quais constou a obrigação de que
fosse isolada a faixa de 50 metros a partir da margem do rio, esclarece que se havia
construções, essas foram mantidas, todavia, foram impedidas as construções de
novas casas. QUE decidiram fazer o isolamento da área em várias etapas,
começando pelos 50 metros. O objetivo era evitar problemas sociais, tendo em
vista que se tratava, na sua maioria, de pequenos agricultores. Assevera, contudo,
que existem grandes casas de veraneio de bom nível. QUE a SEMA e a PATRULHA
AMBIENTAL é que fazem a fiscalização desses 50 metros. QUE em alguns casos
em que houve descumprimento, foi ajuizada ACP. Informa que o CONAMA elaborou
a resolução nº 369, de MARÇO de 2006, a qual prevê a possibilidade da
regularização de obras consolidadas em Área de Preservação Permanente/APA, e
que ainda se está estudando a forma de aplicação do referido estatuto normativo.
QUE o IBAMA não tem participado dessa fiscalização. QUE se preocupa com o
dilema criado ao longo dos anos, entre a necessidade de preservação ambiental e o
problema social que causaria uma eventual desocupação daquela área.
Registre-se, como dito acima, que a mata ciliar tutelada nesta ação encontra-
se localizada em apenas oito dos Municípios citados (Porto Lucena, Porto Vera Cruz, Alecrim,
Porto Mauá, Novo Machado, Doutor Maurício Cardoso, Crissiumal, Tiradentes do Sul).
Concedida a prorrogação para a realização dos estudos (fl. 190), mesmo após
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diversas vezes intimado, e transcorrido mais de 5 meses desde a solicitação de dilação de prazo,
o IBAMA não mais se pronunciou (fl. 192).
A relação das pessoas que assinaram o TAC, pelo que se pôde apurar (fls.
65/68/, 98/105, 156/166, 170/176 e 180/187), contém aproximadamente 500 (quinhentos)
proprietários de habitações existentes sobre a área da mata ciliar, o que demonstra a gravidade
da degradação ambiental na margem do Rio Uruguai.
do Rio Uruguai, objetivando a reconstrução da vegetação típica de cada localidade, ainda que
contendo casos de desobediência contumaz, estava sendo bem sucedida. Apesar disso, o
representante da polícia ambiental apontou a existência de um grave problema no âmbito do Rio
Uruguai, qual seja, a presença de inúmeros portos clandestinos que são utilizados para (i) o
tráfico internacional de animais domésticos e silvestres, de drogas e armas, (ii) contrabando e
descaminho de mercadorias oriundas da Argentina e Paraguai (cigarros, pneus, combustíveis,
palanques de cerca, defensivos agrícolas, bebidas alcoólicas e carne bovina); bem como para
(iii) o transporte de mercadorias brasileiras furtadas para a República da Argentina (fls.
193/195).
(fls. 209/213).
“(...) no caso específico da mata ciliar do rio Uruguai, não há, portanto, como
convalidar as obras, construções, descaracterizações de vegetação e demais
alterações promovidas por particulares, com fins privativos, nas terras que
estão inseridas no interior das Áreas de Preservação Permanente daquele
Importante manancial de domínio federal. Cabe, sim, determinar a retirada física
de tais obras, quando implantadas, e o abandono (não utilização do solo) das áreas
sob tais condições no caso da utilização não regulamentar destas áreas por
atividades agrícolas ou outras que se descaracterizem.(...)”
“(...) Ainda no caso específico da mata ciliar do rio Uruguai, deve ser salientado
que, do ponto de vista da recuperação do ambiente alterado, após a desocupação
das Áreas de Preservação Permanente, é salutar que se promova o mínimo possível
de intervenções humanas naquelas áreas, sendo desejável a recomposição do
ambiente a partir da sua própria capacidade de auto-regeneração. No entanto, tal
situação não prescinde de acompanhamento técnico, que avaliará regularmente
se o ambiente não atingiu um grau de descaracterização tal que necessite do
acréscimo de ações indutoras - neste caso a intervenção humana controlada -
visando acrescer meios para que a regeneração efetivamente ocorra (é o caso dos
plantios de enriquecimento); e, em decorrência, se restabeleça o fluxo gênico da
fauna e da flora, e se materialize o equilíbrio dinâmico do ambiente ora alterado.
(...)”
“(...) Apesar de estar muito alterada em sua configuração vegetal original, nem por
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rio Uruguai é condição básica para que, por um lado, sejam mantidos incólumes
os raros locais em que a ação humana ainda não alterou e comprometeu a
funcionalidade do ambiente; e, por outro, garanta que, através de ações
saneadoras — que incluem a demolição ou desfazimento das obras, a cessação
das atividades que estejam colocando em risco aqueles locais, e a
implementação de medidas regeneradoras, definidas com base em critérios
técnicos adequados — sejam restaurados e mantidos os benefícios sócio-
ambientais deles decorrentes. Estes benefícios serão usufruídos tanto pelos
proprietários das áreas quanto pelos demais proprietários de outras áreas
localizadas na bacia hidrográfica do rio Uruguai - e, em cadeia, também pelos
membros das comunidades vizinhas, e pela sociedade como um todo.”
Ambiental – FEPAM, solicitando que informasse se, nos anos de 2007 e 2008, houve pedidos de
licenciamento junto ao órgão ambiental quanto às edificações realizadas na mata ciliar do Rio
Uruguai, nos municípios da área de abrangência desta Procuradoria da República (fl. 579). A
FEPAM pronunciou-se encaminhando a Informação nº 1004/2008 – DEQAMB – Departamento de
Qualidade Ambiental, esclarecendo que não faz o licenciamento de edificações. Não obstante,
frisou que “Não poderiam ser entendidas como regulares atividades em área de APP, s.m.j.,
além das excepcionalidades previstas em legislação e regulamentos, quais sejam certas
tipologias listadas como utilidade pública, interesse social e supressão de vegetação de
baixo impacto (fl. 634).
609/622).
O IBAMA acostou aos autos o parecer técnico de fls. 707/716, no qual afirma
que a “intensidade e os efeitos dos danos ambientais em andamento na bacia hidrográfica do
rio Uruguai devem ser estancados pela priorização de ações saneadoras; estas devem ser
impostas pelo poder público, em nome da sociedade, às minorias que, por suas formas de agir e
de se apropriar do bem comum que é o meio ambiente, causam tais danos.”
Em razão dos fatos aqui narrados e das inúmeras tentativas realizadas com o
objetivo de solucionar o grave problema ambiental no Rio Uruguai, as quais se mostraram
infrutíferas devido ao descaso do Poder Público, não restou outra alternativa ao Ministério
Público Federal senão ajuizar a presente Ação Civil Pública.
Relatório 07 e 08-06 – foto 039 Relatório 054-06 - foto 031 Relatório 054-06 - foto 030
Vistoria 089 – foto 1 Vistoria 089 – foto 2 Relatório 005-06 – foto 004
Além dessas fotos, fazem parte do Inquérito Civil Público outros Cds (fls. 198,
201, 208 e 225) contendo imagens de construções irregulares na Área de Preservação
Permanente do Rio Uruguai, registradas pelo MPF, pelo MP Estadual e pela 3ª Companhia
Ambiental da Brigada Militar.
As matas ciliares são formações florestais que ocorrem ao longo dos cursos
d'água e no entorno de lagos e nascentes, sendo sua preservação indispensável, não só pelas suas
funções locais, mas também para garantir a qualidade de vida da população que está sob a
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5 A questão da segurança da área da mata ciliar do Rio Uruguai, local de constante prática de ilícitos na região,
propiciados, não raras vezes, em razão da existência de galpões ilegais construídos e escondidos na mata, foi assunto
tratado em reunião ocorrida na sede da Procuradoria da República em Santa Rosa, em 16 de outubro de 2008, na qual
participaram o Procurador da República Dr. Flávio Pavlov, o General Geraldo Gomes de Mattos Filho, Comandante da
Artilharia Divisionária 3ª DE, o General Haroldo Assad Carneiro, Comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, o
Capitão Jeferson Meneses da Silva, representante do 19º Regimento de Cavalaria Mecanizado, o Major Manoel Ricardo
Santos Barros, do Comando da Artilharia Divisionária/3ª DE de Cruz Alta, o Major Hélcio Miranda Duque Botelho do
Comando da 6ºª Brigada e o Aspirante José Alex Bento, Capelão Militar da Artilharia Divisionária/3ª DE.
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Permanente.
A Área de Preservação Permanente, nos termos do que dispõe o art. 3º, do novo
Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos,
a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Por sua vez, o seu artigo 3º, incisos VIII, IX e X, dispõem sobre os conceitos de
utilidade pública, interesse social e atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental:
IX - interesse social:
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Diante do exposto, verifica-se que todas aquelas construções que existem nas
margens do Rio Uruguai em uma distância de até 500 metros da margem encontram-se
irregularmente edificadas em Área de Preservação Permanente (mata ciliar), especialmente
se considerarmos suas finalidades.
Por sua vez, a Lei n° 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
6 A Lei Federal n° 6.938/81 no Art. 6º dispõe: Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e
melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA.
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A Lei Complementar nº 140/2012, por sua vez, em seu art. 3º, inciso I, prevê
que constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, no exercício da competência comum, proteger, defender e conservar o meio
ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e
eficiente.
E, mais adiante, essa mesma norma, no art. 17, § 3º, estabelece que qualquer
um dos entes federativos, no exercício da atribuição comum, pode realizar “a fiscalização da
conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou
utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor (...)”.
Nesse sentido, o art. 72, da Lei n° 9.605/98, que dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, elenca
um conjunto de medidas administrativas a serem aplicadas por ocasião do exercício do poder de
polícia ambiental. Veja-se:
Importante destacar, ainda, ao contrário do que quer fazer crer o IBAMA, que
no caso em análise a responsabilidade pela fiscalização da Área de Preservação Permanente do
Rio Uruguai pertence a todos os órgãos que compõem o Sistema Nacional do Meio Ambiente,
independentemente da eventual atribuição para a realização de licenciamento ambiental ou de
projetos para a recuperação da área degradada.
Art. 26 - A Polícia Ostensiva de Proteção Ambiental será exercida pela Brigada Militar
nos estritos limites da Lei.
Parágrafo único - As ações da Brigada Militar deverão, de preferência, atender ao
princípio da prevenção, objetivando impedir possíveis infrações relacionadas com o
meio ambiente.
8 “Enchente volta a atingir Porto Mauá – Hoje pela manhã o nível estava 14.95 metros acima do normal.
Às oito horas da manhã desta quarta-feira, 01, o Rio Uruguai em Porto Mauá atingiu o nível de 14,95 metros acima do
normal, média de 55% superior ao registrado em Itapiranga/SC, que atingiu 9,5 metros, às 4 horas da madrugada,
percentual jamais registrado desde 199-p, o máximo de diferença havia sido de 46%.
Vilson Winkler, assessor de comunicação da Prefeitura de Porto Mauá, estima que o nível das águas possa chegar aos 16
metros, pois deverá estabilizar o crescimento por volta das 20 horas. Comerciantes iniciaram na tarde de ontem a
retirada dos mobiliários. Até o momento a Defesa Ciovil não divulgou o número de atingidos. Em porto vera cruz o
nível chegou a 9 metros acima do nível normal. Em ambos os municípios a travessia de barca está cancelada.”
<Disponível na internet via http://www.jornalnoroeste.com.br/noticias/porto-maua/enchente-volta-a-atingir-porto-maua .
Em 02 de set. 2014>
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anexo, bem como dos fundamentos jurídicos acima delineados, não há dúvida acerca da
necessidade de o Poder Judiciário compelir os réus a exercerem concretamente o poder de
polícia ambiental de forma eficiente, com a utilização dos instrumentos previstos no art. 72 da
Lei 9.605/98, preservando a higidez ambiental da mata ciliar do Rio Uruguai e garantindo a
todos, inclusive às futuras gerações, um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Dessa forma, nos termos do que dispõem os dispositivos legais citados, bem
como o art. 273, do CPC, o MPF requer sejam antecipados os efeitos da tutela pretendida,
porquanto presentes os requisitos necessários ao seu deferimento. Veja-se.
Assim, nos termos do que dispõem os arts. 12, da Lei nº 7.347/85 e os arts. 273 e
461, §§3º e 4º do CPC, o MPF requer a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, nos termos
abaixo delineados, a fim de se evitar a ocorrência de novos e maiores danos ao meio ambiente.
XI - DOS PEDIDOS
inaudita altera parte, o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, determinando-se aos réus:
iii) interromper toda e qualquer atividade que não estiver autorizada nos
termos da legislação ambiental, realizando, para tanto, interdições, embargos
e demolições, bem como aplicando multas (art. 72, incisos II, III, VII, VIII e IX,
da Lei nº 9.605/98), após regular trâmite de procedimento administrativo;
iii) interromper toda e qualquer atividade que não estiver autorizada nos
termos da legislação ambiental, realizando, para tanto, interdições, embargos
e demolições, bem como aplicando multas (art. 72, incisos II, III, VII, VIII e IX,
da Lei nº 9.605/98), após regular trâmite de procedimento administrativo;
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Documento eletrônico assinado digitalmente por LETICIA CARAPETO BENRDT, Procurador(a) da
República, em 14/12/2014 às 16h33min.
Este documento é certificado conforme a MP 2200-2/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas
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