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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3
3 EMPRESA ............................................................................................ 14
7 REFERÊNCIAS .................................................................................... 49
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
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2 O QUE É A ADMINISTRAÇÃO
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Observamos que, em um primeiro momento, a Administração era tratada
como trabalho racional. Posteriormente, foi estendida aos princípios da
Administração, o que considerava a redução de custos, a ociosidade do trabalhador,
entre outros fatores. Neste momento, então, fez-se necessário cativar o trabalhador
a colaborar com a organização, gerando lucro e beneficiando-o financeiramente.
Neste momento, ainda, o trabalhador era associado ao processo de trabalhar
somente pelo retorno financeiro.
É neste momento que ocorre o primeiro passo da Teoria Administrativa,
apesar das dificuldades encontradas no decorrer do processo. Assim, enquanto
Taylor desenvolvia a sua Teoria, nos Estados Unidos, sobre a Administração
Científica (1903), a Teoria Burocrática (1909) evidenciava a organização,
adequando-se exclusivamente à racionalidade e à eficiência. Muitos dos aspectos
burocráticos podem ser reconhecidos nos modelos de Taylor e Fayol. Jules Henri
Fayol, engenheiro francês, grande precursor da Administração Clássica e autor da
Administração Industrial, divulgava o desenvolvimento, abordando a Administração
como Gestão Administrativa.
A Teoria Burocrática também defende que cada funcionário deve agir dentro
da organização, sendo possível que suas emoções possam interferir no
desempenho de suas funções. Um modelo de administração o qual administradores
resistiram a adotar.
Enquanto isso, na França, crescia rapidamente a Teoria Clássica da
Administração (1916), liderada por Fayol. Nesse momento, o que se destaca é a
realização de tarefas, por parte da Administração Científica, em contrapartida à
construção da organização para ser eficiente, por parte da Teoria Clássica.
Identificada como um movimento contrário à Teoria Clássica, a Teoria das
Relações Humanas (1932) foi criada pelas ideias de Elton Mayo, combatendo o
formalismo na Administração.
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Desenvolvimento Organizacional (1962) surge atuando no desenvolvimento das
organizações, com pessoas diferentes trabalhando em prol de um mesmo objetivo.
Na Teoria da Contingência (1972), apresenta-se que nada é definitivo, tudo
é relativo. Nesta Teoria, também se olha de dentro para fora da organização.
A Era Clássica (1900-1950) representava o início da Industrialização,
momento de regularidades e certezas, onde não eram previstas mudanças, e sim o
foco na industrialização. Já nas Novas Abordagens (1990), apresentam-se novas
modalidades de Administração, cada uma com suas contribuições para o
desenvolvimento e a evolução da própria Administração.
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Teoria Clássica (1916)
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para um novo processo de abordagem. Como principais características, podemos
citar:
• Prática administrativa: aliar a prática à teoria, fazendo sentido.
• Postulados clássicos: Teoria Clássica versus Teoria
Comportamental.
• Princípios gerais da Administração: buscar soluções mais práticas.
• Busca de objetivos e resultados: para que a empresa se torne
eficiente.
• continuidade (contínuo);
• dinamicidade (pode se alterar/ flexível);
• iteratividade (segue o itinerário).
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Teoria, as atitudes do trabalhador se tornam importantes para que a empresa seja
bem-sucedida.
No início do século XX, Elton Mayo identifica que somente retorno financeiro
não tornava o trabalhador mais motivado a desenvolver suas funções dentro da
organização. O autor identifica, também, que a satisfação e a produção do
trabalhador estavam voltadas a fatores sociais. Com experiências empíricas, os
psicólogos identificaram que os trabalhadores, ao serem observados, produziam
surpreendentemente mais do que o normal.
• estima;
• relacionamento;
• segurança;
• fisiologia.
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desenvolvido. Maslow aborda, também, que estas necessidades são sequenciais,
ou seja, o indivíduo somente vai suprir uma determinada necessidade se a anterior
estiver sanada. O que acontece, muitas vezes, é que o trabalhador ainda está em
um estágio não suprido, e pode se frustrar se a empresa não conseguir identificar
isso. Enquanto gestora, cabe à empresa adotar técnicas gerenciais que possam
identificar em que estágio o colaborador se encontra para que as necessidades da
pirâmide sejam todas supridas.
A Pirâmide de Maslow foi criada para as pessoas de forma geral, e não para
as organizações. Entretanto, as organizações a utilizam como uma ferramenta
colaborativa de gestão para auxiliar no desenvolvimento de seus colaboradores.
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• Instável: não tem estabilidade; varia, muda. Sendo as organizações
de natureza sistêmica, elas estão todas ligadas ao ambiente externo, assim se
dando a importância da Teoria Contingencial.
Eficiência e efetividade
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processo de aperfeiçoamento na busca dos melhores resultados a serem atingidos.
Como estamos dentro de um meio organizacional, é a busca constante por
qualidade no desenvolvimento das ações que esta resulta.
A eficiência se acentua normalmente nas áreas onde as ações necessitam
dar resultados específicos e controlados, como, por exemplo, no caso áreas
empresariais. Com isso, a efetividade da ação busca primeiramente ter acesso aos
recursos e procedimentos apropriados que tragam os melhores resultados para a
atividade desenvolvida. Nestas áreas, concretizar resultados é crucial, pois isto
garante o seu sucesso no negócio.
Segundo Maximiano (2017), para que um trabalhador desenvolva, com
motivação, seu trabalho, independentemente do grau hierárquico que este ocupe
dentro da organização, é necessário considerarmos os três “e’s”: eficiência,
efetividade e eficácia.
Em um primeiro momento, podemos pensar que já sabemos o significado
destas três palavras, porém muitos misturam os conceitos e podem interpretar a
eficiência, a eficácia e a efetividade em um mesmo bloco de significados. Por
exemplo, ao falarmos de indicadores de eficiência, estamos nos referindo ao modo,
à forma que utilizamos mínimos recursos para atingirmos os objetivos, fazendo as
coisas certas. Ao concluirmos que atingimos estes objetivos, dizemos que tivemos
eficiência na realização desta atividade.
Ao falarmos de eficácia, não nos referimos à utilização de recursos, e sim ao
fato de atingir o resultado que havia se proposto, independente da qualidade.
Quanto mais eficaz, melhor o resultado, denotando a questão de tempo, qualidade
e avaliação desta atividade. O que importa, na eficácia, é realizar a tarefa com o
melhor esforço possível.
Na efetividade, o conceito é macro, pois nele é descrito se, de alguma forma,
o seu objetivo interferiu positivamente, mudando o meio, e qual o seu impacto. Tem
a ver com qualidade e satisfação. Está ligado ao que aconteceu depois do processo
e em como podemos medir e analisar este processo no ambiente externo.
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3 EMPRESA
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• Empresa de setor primário — são as empresas que trabalham com
a exploração dos recursos da natureza, que são a agricultura, a
mineração, a pecuária, o extrativismo vegetal e a pesca;
• Empresa de setor secundário — são as empresas que trabalham
transformando a matéria-prima, normalmente produzida pelas
empresas do setor primário, em produtos industrializados como
roupas, máquinas, eletrônicos, construções, alimentos
industrializados, automóveis, etc.;
• Empresa de setor terciário — são as empresas que trabalham com
prestação de serviços, que são produtos não materiais que
satisfazem às necessidades de pessoas ou outras empresas. Como
exemplo, você pode considerar o comércio, a educação, a saúde, o
turismo, os transportes e os serviços de limpeza.
Pela sua forma jurídica, as empresas podem ser:
• Sociedade simples — é o tipo de empresa não empresária (também
chamada de sociedade simples) que realiza atividade intelectual ou
presta serviços unindo profissionais da mesma área, como
advogados, médicos, engenheiros, arquitetos, contadores;
• Sociedade limitada — é o tipo de empresa formada por um número
conhecido de sócios, que possuem cotas da empresa. A
responsabilidade de cada um é conhecida e limitada ao valor
investido na empresa, mas, apesar disso, todos eles respondem de
forma solidária pelo capital social integral;
• Sociedade cooperativa — é o tipo de empresa não empresária
(sociedade simples) formada por um número ilimitado de pessoas,
com o objetivo de prestar um serviço à sociedade. O seu controle é
democrático, e cada cooperado tem direito a voto. Pode ser formada
por profissionais que desejam melhorar suas condições de trabalho,
ou mesmo por pessoas em desvantagem no mercado de trabalho,
como os empregados domésticos, os recicladores de lixo, entre
outros;
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• Microempreendedor individual (MEI) — é o tipo de empresa em que
a pessoa trabalha sozinha, por conta própria, de forma regularizada.
O MEI não pode ser sócio ou titular de outra empresa, e só pode ter
um empregado contratado, desde que ele receba somente o salário
mínimo ou o piso da categoria;
• Sociedade limitada unipessoal — formato jurídico sancionado pela
medida provisória 881/2019. Tem semelhanças com a EIRELI, mas
não tem a obrigatoriedade da integralização do capital social. É
constituída somente por uma pessoa e mantém a descrição de
“limitada”;
• EIRELI — é uma sigla que significa Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada. Formato que admite um único sócio,
que necessita incluir no nome empresarial a expressão EIRELI.
Também é obrigatória a integralização do capital social no momento
do registro de pelo menos 100 vezes o valor do salário mínimo;
• Sociedade anônima de capital aberto — é o tipo de empresa na qual
o capital social é formado por ações que são negociadas na bolsa
de valores. Normalmente é uma empresa grande que objetiva
grandes retornos financeiros com as operações de compra e venda
de ações;
• Sociedade anônima de capital fechado — é o tipo de empresa que
não pode ter suas ações negociadas na bolsa de valores, pois é de
menor porte e possui restrição na aceitação de novos sócios.
Pelo seu porte, as empresas podem ser: microempresa, pequena empresa,
média empresa e grande empresa. Não existe um consenso para a definição desses
tipos de empresas. O que existem são critérios, estipulados por lei específica ou
órgãos ligados ao Governo Federal, que auxiliam na definição das empresas pelo
seu porte, levando em conta seu faturamento anual ou sua quantidade de
funcionários. É importante você notar que são as microempresas e as pequenas
empresas que predominam na economia brasileira, cada uma com suas
características próprias. Elas são muito importantes para o sistema econômico,
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principalmente por gerarem emprego e formarem especialistas para atuar, mais
tarde, no mercado de trabalho.
A empresa não é considerada um sujeito de direitos. Logo, quem exerce os
direitos e contrai as obrigações em nome da empresa é o empresário, não a própria
organização. A empresa é a atividade que o empresário executa. Em outras
palavras, a empresa não pode ser confundida com quem exerce a atividade
empresária, que pode ser o empresário individual ou a sociedade empresária.
Uma das principais características da empresa é o seu fim econômico, ou
seja, a empresa visa à obtenção de lucros por meio da atividade exercida pelo
empresário. Não se pode confundir o empresário, que é o sujeito da empresa, com
o estabelecimento empresarial, que é o objeto. Uma empresa é uma entidade que
tem como obrigação principal a de apresentar lucro. Tal lucro deve ser suficiente
para permitir que a empresa arque com o atendimento de suas despesas e com
todas as suas necessidades, bem como deve permitir a expansão do negócio.
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Já a atividade não empresarial é aquela em que os empresários, ou sócios
da sociedade empresária, apesar de visarem ao lucro com a sua atividade, não
possuem uma meta de produção ou de vendas para atingir em determinado período
de tempo. Na atividade não empresarial, existem tipicamente serviços prestados
com qualidade por um profissional liberal, mas não necessariamente a venda deles.
O Código Civil brasileiro define quem é empresário e quem não é empresário, ou
seja, quem são os titulares de atividades empresárias e não empresárias:
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Todos os profissionais que trabalham com atividades não empresárias têm
como elemento principal a qualidade do serviço prestado nas profissões nas quais
são especializados, visando ao lucro. Esses profissionais podem ser autônomos,
quando trabalham sozinhos, ou sócios de sociedade empresária, mas sempre
profissionais liberais, como o médico, o advogado, o contador, o engenheiro, o
arquiteto, o escritor, o artista, entre outros (PASSARELI, 2010).
Para todas as profissões citadas, não há como estipular uma meta de
produção para a atividade desempenhada. Não é possível estipular, para um
médico, uma meta de atender uma quantidade definida de pacientes por mês. É
praticamente impossível exigir que um artista pinte um quadro em um dia de serviço,
ou ainda é inconcebível exigir de um advogado uma quantidade certa de causas
ganhas em um mês de trabalho.
É importante ressaltar que o elemento que caracteriza se uma atividade é
empresária ou não empresária é tão somente a forma de exploração da atividade
de quem trabalha, ou seja, a produção. Quando se juntam trabalhadores dentro de
uma fábrica, uma indústria, uma concessionária de veículos, eles precisam trabalhar
para que sua produção atinja metas predefinidas, visando à obtenção de lucro. Já
em um escritório de advocacia, de arquitetura, de contabilidade, de engenharia, em
um consultório médico ou em um atelier de um artista plástico, todos os
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trabalhadores vão estar envolvidos em prestar suas atividades oferecendo
qualidade para os clientes, visando também à obtenção de lucro. O lucro é requerido
para a manutenção e a expansão do negócio.
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essa sociedade deverá ser empresária, e não simples (SIMÃO FILHO; MEDEIROS
NETO, 2015).
O Código Civil brasileiro estabelece, nos seus arts. 981 e 982, o que são as
sociedades. Além disso, também conceitua a sociedade empresária e a simples:
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empresária o valor entregue ao cliente é um produto ou serviço produzido pela
empresa, e não diretamente pelos seus sócios.
Existem vários tipos de sociedade empresária e vários formatos que as
empresas podem ter, como já visto (PASSARELI, 2010):
• Microempreendedor individual: aplica-se quando o empreendedor
quer trabalhar sozinho, pois não admite sócios.
• Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI): é
interessante para o empreendedor que não quer ter sócios, mas
envolve algumas exigências, como o fato de uma pessoa física só
poder ter uma EIRELI e dever ter um capital social de pelo menos
cem vezes o valor do salário mínimo vigente no Brasil.
• Sociedade limitada: é um dos tipos de sociedade mais utilizados,
quando há mais de um sócio. É mais flexível com relação às
exigências e possui um custo reduzido. Uma das suas vantagens é
que é possível optar pela tributação pelo Simples Nacional, muitas
vezes mais favorável para a longevidade do negócio.
• Sociedade anônima: é indicada para as empresas que já possuem
uma estrutura mais consolidada no mercado, mas que desejam
captar investimentos.
A constituição da sociedade envolve os tipos societários possíveis.
Basicamente, os tipos de sociedades empresárias são:
• Sociedade em nome coletivo;
• Sociedade limitada;
• Sociedade em comandita simples;
• Sociedade por ações.
E as sociedades simples podem ser, tipicamente:
• Sociedade simples pura;
• Sociedade em nome coletivo;
• Sociedade limitada;
• Sociedade em comandita simples;
• Cooperativa.
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Uma sociedade empresária pode se diferenciar de uma sociedade não
empresária pela maneira como a atividade econômica é exercida. Na primeira, ela
é exercida pela empresa; na segunda, pelos sócios. Além disso, há diferença com
relação ao órgão em que deve ser feito o registro da sociedade. Outra distinção
muito importante diz respeito à falência. A sociedade empresária pode entrar em
processo de falência, sendo que, nesse caso, o empreendedor tem a opção de abrir
mão da sua recuperação. No entanto, a sociedade simples não pode sofrer falência,
ou seja, os sócios não podem abrir mão da sua recuperação.
Não negamos que o mundo empresarial está cada vez mais competitivo e as
pessoas estão mais confusas na hora de escolher produtos e serviços. As
alternativas e modificações são tantas que atrapalham a escolha, quando deveria
ser o contrário.
Também é fato que esse excesso ocasiona um dano — às vezes, irreparável
— para muitas empresas, que pressionadas e sem diferenciais percebidos acabam
ingressando na pior das guerras mercadológicas: a guerra de preços. O resultado
final do que pode ocorrer é triste.
Topamos sempre na tecla da diferenciação. Empresas de sucesso escolhem
pelo melhor de dois caminhos prováveis: ou têm o menor preço ou se distinguem.
Diferenciar-se significa ter mais qualidade, não só técnica, mas uma qualidade que
todos abrangem antes mesmo de se tornarem clientes. Significa oferecer valor
superior e ser excelente em tudo o que faz. Não essencialmente ser líder, mas sim
ser reconhecida como a melhor. Ao final, tornam-se mais rentáveis e com os
melhores e mais qualificados clientes.
Sonho? De forma alguma! Empresas Pequenas Gigantes são assim. Sempre
que discorremos delas em nosso grupo aqui no Brasil, todos nos questionam como
transformar uma empresa "normal" em uma Small Giant.
O caminho é de escolhas, mas escolhas que colocam a organização num
patamar diferenciado de resultados e percepção, além de tornar tudo ao seu redor
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muito alinhado e coeso para atingir os resultados. Os profissionais passam a vestir
a camisa da empresa em busca dos resultados esperados, os fornecedores querem
se relacionar com ela e os clientes não só a adotam, indicam-na exatamente por
sua excelência.
Porém, tudo tem um início e, às vezes, esquecemo-nos dele. Todas as
empresas têm uma história surpreendente para contar. Começaram do nada, com
muito ou pouco dinheiro. Todas elas deram início da mesma maneira e com um
ideal. Seus fundadores tinham uma razão sempre um propósito para criar essa
empresa.
Pode ser até que todos pensem que o propósito era ganhar muito dinheiro,
apenas. Mas vemos que nunca era só isso. Todas tinham uma razão de ser, um
ideal distinto e um propósito maior a cumprir. Não confunda missão ou
posicionamento.
Empresas que foram criadas pelas garras de alguém em querer modificar
sua vida, entregar às pessoas algo que verdadeiramente as amparassem no dia a
dia, algo nunca imaginado pelo mercado e com uma proposta de valor altamente
superior. Falo da Nike!
Também têm empresas que foram criadas com o propósito pessoal de
auxiliar mães e pais que sofrem com crianças que não se alimentam de forma
adequada quando são bebês. Essas empresas sentem-se na obrigação e resolver
isso, criando receitas saudáveis, que alimentem e que as crianças gostem. Falo da
Farinha Láctea.
Compreenda que são empresas que ganhem muito dinheiro, lideram em
preços, concorrem em mercados altamente competitivos e ainda prosseguem a
praticar seu propósito: fazer com que todos os profissionais envolvidos em seu dia
a dia perpetrem os valores delas e os consumidores acreditem e compartilhem do
mesmo propósito e as adotem como referência.
Todas incluem uma história de Pequena Gigante. Todas são empresas com
personalidade, com um traço marcante e quase que individual. São como os seres
humanos, cada qual com a sua personalidade.
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O mundo empresarial está cheio de empresas, das quais rapidamente
conseguimos notar a sua personalidade. Existem empresas sérias, há empresas
comprometidas com causas, empresas justas, honestas. A lista é grande.
E a sua empresa, qual a personalidade dela? O que verdadeiramente tem de
diferente? Empresas diferentes são realmente únicas, têm uma identidade.
Negócios assim e que conseguem sempre se reforçar isso se tornam cada vez mais
únicos, lucrativos, preferidos e sustentáveis.
Costumo dizer no nosso grupo Small Giants que é simples o primeiro passo
para saber se a empresa que foi fundada com tanto carinho, garra, determinação,
que entregou desde seu início produtos e serviços de qualidade superior, se
aproximou dos clientes de maneira única e ainda trouxe colaboradores que
confiavam naquele propósito, continua da mesma maneira: ‘’ Líder, escreva em um
papel quais são as duas coisas únicas que apenas na sua empresa tem. Qual é o
propósito dela?‘’.
Naturalmente você, chegará as duas coisas que reforçam a sua existência
superior e de diferenciação. Hoje, busque saber se as pessoas da sua empresa
praticam diariamente esse propósito. Façam a mesma pergunta para todos
(individualmente) e depois leia a resposta. Às vezes nos assustamos, mas
infelizmente é a pura realidade.
Dentro da metodologia do Small Giants, de transformar empresas ‘’normais’’
em Pequenas Gigantes, trabalha-se de maneira muito completa os dez
mandamentos que fazem uma organização produzir seguidores, admiradores e
propagadores dos seus diferenciais, enquanto que empresas comuns criam
‘’somente’’ clientes.
Para relembrar, os dez mandamentos (ou Decálogo do cliente) são:
1. Confiança: quer confiar que estou comprando algo que realmente vai
resolver meu problema
2. Valor – Quero pagar um preço justo e correto sem sentir prazer ao
comprar
3. Descoberta – Quero ser surpreendido positivamente
4. Agilidade – Quero ser atendido prontamente e sem demoras
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5. Significado – Quero que você entenda que o produto ou o serviço que
estou adquirindo é realmente importante pra mim
6. Atenção – Quero que você me valorize e me faça sentir especial.
7. Conexão – Quero fazer parte de um grupo de pessoas com ética,
valores e princípios iguais aos meus
8. Atendimento – Quero ser atendido por profissionais que entendem do
assunto, gostam do que fazem e demonstram prazer em me atender
9. Encantamento – Quero poder indicar sua empresa pra minha família,
amigos e colegas
10. Contribuição – Quero que você contribua com causas que me
importem.
Se a empresa tem uma identidade formatada e alinhada, obter a excelência
nos dez mandamentos é um objetivo natural e factível. Para ilustrar como se
implementa cada um dos itens do decálogo, conduzimos workshops de dois dias
para trabalhar dois quesitos.
Em cada um deles, trabalhando em grupos multidisciplinares, que pode ser
uma pessoa de cada área ou pessoas que não trabalham como pares, ou até
mesmo a empresa toda, a depender de seu porte, discute-se como esse item sem
localiza organização. Ou seja, faz uma avaliação técnica.
Para este artigo, escolhemos o mandamento 6 para elucidar: Atenção.
Avaliamos se esse item está bem ou mal e aí criamos indicadores reais para que
ele seja implementado e monitorado diariamente na procura pela excelência.
Para esse caso, os indicadores de excelência seriam:
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• Tempo investido por cliente
• Número de pós-vendas realizadas x total de vendas.
• Tempo de número de contatos necessários para ser
atendidos/resolver um problema
• Criação de experiências emocionais para os clientes
• Testemunhais.
• Indicações
• Índice de recompra.
5 ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA
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Uma segunda forma de resolver isso, percebera Follet, é por meio de uma
negociação constante. Toda ordem possibilitaria, assim, uma barganha. Não se
diria “faça isso ou lhe demito”, mas sim “o que você quer para fazer isso dessa
forma?”. Essa alternativa gera duas consequências: a primeira é de que o
funcionário tende a ficar satisfeito, já que recebe algo em retorno de seu esforço
adicional; a segunda é que isso acrescenta custo às operações, pois nem sempre
o requisitado pelo trabalhador é alheio à custos tangíveis.
Por isso, conclui Follet (2003), o ideal é uma forma que possibilite ao
funcionário um bem-estar psicológico ao passo que não gere custos à organização.
Para isso, o autor cria o que chama de método de integração. Trata-se da ideia de
atribuir ao funcionário os problemas da organização e, assim, possibilitar que ele
encontre as soluções. Ao contrário do método da barganha, isso responsabiliza o
funcionário de modo que ele não exigirá recompensas adicionais pelo seu trabalho.
Dessa forma, o funcionário se compromete mais com o trabalho, pois ele ajudou a
construir o método no qual sua rotina diária de trabalho se dá.
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No método de integração, você pode observar o princípio do que se chama
de administração participativa. Trata-se da ideia trazer o funcionário para perto da
gerência, ouvi-lo e, com sua participação, decidir implementar ou não as suas
propostas. Perceba, entretanto, que tal método não dá o caráter deliberativo ao
funcionário; ele não se torna gerente ou chefe — ou mesmo autônomo, no sentido
pleno da palavra. O trabalhador é uma espécie de consultor do seu chefe, que é
ouvido em tomadas de decisões relevantes. Assim, não confunda administração
participativa ou método de integração com autogestão. Conforme Mayo (2010)
percebera, de fato há um “efeito catártico” nas participações e entrevistas dos
funcionários. O simples fato de poder reclamar de algo torna o ambiente mais
tolerável e faz com que os funcionários acreditem que suas opiniões estão sendo
consideradas — mesmo que, na prática, se faça precisamente o oposto.
Dessa forma, a gestão participativa nasce como uma forma de transformar o
ambiente organizacional em um ambiente mais eficiente, mais harmônico e com
menos conflitos. Entretanto, isso não significa que a organização seja mais
democrática em relação aos métodos clássicos de administrar, como as visões
tayloristas e fayolistas. De acordo com Bruce e Nyland (2011), muito daquilo que se
supõe ter nascido como um esforço democrático foi, na verdade, uma tentativa de
maior controle psicológico sobre os funcionários. Os autores demonstram que a
participação nas tomadas de decisões nas empresas modernas não nasceu de uma
vitória da classe trabalhadora, mas sim da percepção de que essas ferramentas
tornam os funcionários mais engajados com a produção. Note que até o momento,
o trabalho era visto como uma mera troca entre valores monetários e esforço físico,
no qual se descartava o engajamento psicológico e motivacional como aspectos
centrais no trabalho. O ponto histórico de inflexão, nesse sentido foi o experimento
de Hawthorne, ponto de partida para o que hoje consideramos como técnicas da
gestão de recursos humanos.
Saiba Mais
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A Experiência (ou Estudo) de Hawthorne, que serviu de base para aquilo
que hoje chamamos de gestão dos recursos humanos ou de gestão de
pessoas, foi um longo estudo conduzido por Elton Mayo e colaboradores entre
1928 e 1933 em Chicago, nos Estados Unidos. O estudo se deu em uma fábrica
de relés telefônicos da Western Electric, onde dezenas de milhares de mulheres
trabalhavam na produção.
O estudo se desenvolveu em várias fases ao longo dos anos, mudando
seu foco e seus métodos conforme novas conclusões eram adquiridas. Pode-se
dizer que o Experimento iniciou com uma questão profundamente taylorista (“Mais
luz faria os funcionários enxergarem melhor e, assim, produzirem mais?”) e
finalizou com a problematização da integração social dos funcionários. Ao final,
Mayo percebeu que a aceitação social e o sentimento de pertencimento das
funcionárias estudadas eram mais relevantes do que os aspectos funcionais da
fábrica, como iluminação, remuneração e tempo de descanso. Percebeu também
que quando eram ouvidas, mesmo que para questões sem solução ou de pouca
relevância, elas se sentiam mais pertencentes ao meio organizacional, doando-
se mais à empresa.
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Por outro lado, uma vez incluídos nos arcabouços organizacionais, os
aspectos psicológicos se tornaram instrumentos para a melhoria produtiva. Se a
visão de homem econômico de Taylor (2012) restringia a relação patrão- -
funcionário a uma mera relação comercial econômica, uma relação que tenta
valorizar a opinião do funcionário acaba por substituir as recompensas financeiras
por recompensas simbólicas. Você já deve ter visto que algumas empresas
destacam um “funcionário do mês”; essa é uma forma de demonstrar
reconhecimento pelo trabalho do funcionário sem que, para isso, seja necessário
ter um custo financeiro. Dessa forma, o controle psicológico é incorporado sem que
seja necessário onerar a empresa.
A Escola de Relações Humanas institui, assim, os dois pilares necessários
para a administração participativa: o método de integração de Mary Parker Follet e
as dinâmicas de grupo de Elton Mayo. Já durante a Segunda Guerra Mundial,
surgiam nos Estados Unidos comitês de participação dos funcionários. Esses
comitês se reuniam quinzenalmente, juntando delegados dos funcionários e
administração, para discutir os problemas produtivos. A prática se tornou tão
difundida que se estima que, na década de 1960, os comitês já contassem com a
participação de dois milhões de funcionários americanos (TRAGTENBERG, 2004).
Um ponto interessante é que, embora esses funcionários normalmente
fossem remunerados adicionalmente com participação nos lucros, o salário ao final
acabava por ser menor do que aqueles que não estavam inseridos em empresas
com tais práticas. No entanto, apesar disso, esses funcionários não se mostravam
menos contentes com sua situação laboral (TRAGTENBERG, 2004).
Embora a administração participativa tenha nascido das estratégias de
controle psicológico por meio do método de integração da Escola de Relações
Humanas, há outras formas de tornar a gestão democrática, antiautoritária ou mais
autônoma, como você vai ver a seguir.
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5.2 Da heterogestão à autogestão: administração participativa e suas formas
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Sob o ponto de vista social, emancipatório e autonomizante, o grande desafio
organizacional é saber como seria possível as pessoas se organizarem alheias à
autoridade. Afinal, toda relação de poder estabelece uma relação de dominação,
sujeitando o dominado às vontades do dominador. Certamente, essa discussão não
é nova, e autores tão antigos quanto Fourier (1996) já demonstravam uma visão
utópica de sociedade autogerida. É importante que você perceba que, para uma
sociedade ser autogerida plenamente, é necessário que suas organizações
produtivas também o sejam. Dessa forma, a organização utópica passa longe de
ser a empresa heterogerida: ela é uma organização de semelhantes, onde as
decisões são tomadas por todos.
Inúmeros casos de organizações assim no mundo são visíveis. Sejam
comunas, zonas autônomas, kibutz, movimentos sociais, empresas autogeridas,
comunidades autônomas ou zonas autônomas, a ideia por trás desses casos é a
busca por justiça social, liberdade e igualdade. É verdade que muitas dessas
experiências não são particularmente eficientes do ponto de vista de produção
econômica, quando elas são comparadas com empresas heterogeridas, mas note
que isso nem sempre é um objetivo.
Além disso, é bom salientar que autogestão é um conceito em constante
discussão. Afinal, se há uma negação das autoridades e da dominação, é aceitável
ter líderes situacionais? Ou então, é aceitável ter representantes externos? Como
seria a divisão do trabalho em uma organização onde todos querem trabalhar de
forma criativa? O processo de tomada de decisão é por votação majoritária, por
consenso ou por comitês? Todas essas questões admitem múltiplas respostas, de
forma que uma organização autogerida é um desafio para o futuro. Como não
sabemos como o futuro vai ser, sua forma não é clara ainda.
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Enquanto este futuro não chega, inúmeras tentativas de mesclar elementos
da autogestão com da heterogestão ocorrem. Alguns, como você viu na seção
anterior, são só ferramentas da heterogestão para a legitimação da autoridade.
Outras são conquistas sociais e trabalhistas. Entre as formas organizativas,
destaca-se a cogestão. Na cogestão, a autoridade não é ignorada, nem a hierarquia
é excluída, mas se supõe que a gestão deve andar em consonância com as outras
partes da organização. Assim, a cogestão é um meio-termo entre autogestão e
heterogestão, no qual não se exclui os elementos da heterogestão, mas se agrega
elementos que visem a maior participação, autonomia e democracia.
Essa discussão certamente se dá, também, em um âmbito social. Afinal, se
socialmente não aceitamos mais ser regrados nem governados por tiranos, porque
aceitaríamos que o mesmo ocorresse nas organizações produtivas? Qual o sentido
de uma sociedade que tem a pretensão de ser democrática, mas na qual as pessoas
passam boa parte de suas vidas dentro de subsistemas sociais em que não há
qualquer tipo de democracia, participação social ou autonomia dos integrantes?
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Assim, como resultante da reinvindicação de vários sindicatos e
organizações trabalhistas mundo afora, várias organizações — privadas, estatais
ou do terceiro setor — passaram a incorporar ideias de cogestão. A ideia básica da
cogestão, conforme salienta Tragtenberg (2004) é a do equilíbrio de poderes com
vistas ao bom funcionamento da organização.
Um elemento comum à cogestão é que, se por um lado há uma consulta e
uma formação de consenso com os funcionários, por outro eles recebem uma
recompensa por isso em espécie. Normalmente, isso se dá por participação nos
lucros da empresa ou, opcionalmente, pelo aumento de seus salários
(TRAGTENBERG, 2004).
O caso mais emblemático de cogestão clara é o especificado em lei na
Alemanha a partir da década de 1950, sendo aprofundado paulatinamente por meio
de diversas leis desde então. Os princípios norteadores desse tipo de administração
participativa passam pela criação de um conselho, que se situa acima dos diretores
e presidentes das empresas, composto equitativamente por acionistas e
funcionários. Dessa forma, os trabalhadores não possuem representação só nas
decisões cotidianas, mas também votam para indicar os altos cargos dentro das
empresas (FARIA, 2009).
Além da participação dos funcionários, esse tipo de dispositivo impossibilita
que grandes executivos ganhem salários ou bônus exagerados pelo seu trabalho.
Melhor ainda, tal tipo de comprometimento dificulta que as empresas terceirizem
suas atividades ou fechem suas plantas fabris em território nacional para realocação
em países com mão de obra mais barata. Perceba que esse não é um problema
pequeno, especialmente quando se trata de grandes empresas. A cogestão, nesse
sentido, possibilita frear anseios de lucratividade alheia ao compromisso social.
Assim, muito embora a cogestão seja uma ferramenta limitada de
horizontalização e de participação organizacional, ela pode ser vista como um
avanço social e trabalhista. Por esses motivos, Faria (2009) nota que o
empresariado tende a ser avesso à cogestão. Afinal, uma vez que os funcionários
podem inviabilizar a nomeação de direções, processos de precarização do trabalho
tendem a se dificultar.
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A cogestão, conceitualmente falando, é a gestão compartilhada de fato entre
funcionários e acionistas (ou donos). Não se trata de uma administração
participativa conselheira, tampouco se trata de métodos de entrevistas, pesquisa de
opinião ou inquéritos de satisfação internos. Trata-se de uma estrutura
organizacional de administração participativa deliberativa. No entanto, note que,
muito frequentemente, o termo cogestão é utilizado no sentido de uma
administração participativa consultiva que, como você já viu, não passa de uma
ferramenta de controle psicológico e produtivo.
Outra estrutura organizacional que promove uma participação mais plena dos
funcionários é a estrutura cooperativa. O movimento cooperativista surge na
Inglaterra junto à Revolução Industrial. Originalmente, o movimento cooperativista
era ligado aos setores políticos mais progressistas e contestadores, colocando-se
como opção ao capitalismo. Com o passar do tempo, o movimento foi se tornando
menos radical, e hoje se coloca como uma ferramenta de justiça social dentro da
sociedade capitalista (FARIA, 2009).
No entanto, muito do que hoje se intitula “cooperativa” não é de fato
cooperativa conforme os princípios básicos que norteiam o conceito. De acordo com
o destacado no Congresso do Centenário da Aliança Cooperativa Internacional,
ocorrido em 1995 em Manchester, Inglaterra, esses princípios são (FARIA, 2009):
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cooperativização plena objetiva uma horizontalidade de relações e uma democracia
plena.
Note que uma diferença essencial entre a cooperativa e a empresa
heterogerida está no modo como se dá o voto. Enquanto na cooperativa,
idealmente, cada cooperado possui um voto, em uma empresa, o voto é
proporcional ao percentual da empresa que o acionista ou dono possui. Dessa
forma, a organização cooperativa rompe com um imperativo capitalista: ao menos
ali dentro, o capital não é necessariamente traduzido em poder.
https://regnumchristi.com.br
Para iniciar essa discussão, pense no conceito de poder. Poder não é igual
a dominação ou autoridade, como às vezes se difunde no senso comum. A palavra
“poder” é derivada do conceito de potentia, que significa a possibilidade real de um
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ser se manifestar. Dito de outro modo, poder é o que se pode fazer. Nesse sentido,
o prisioneiro que é liberto adquire poder — mas o rico empresário que se torna
governador também adquire.
Empoderar, assim, é atribuir poder. No momento em que organizações são
geridas a partir da decisão de seus funcionários, eles estão empoderados. No
entanto, a criação de conselhos de funcionários para a coleta de informações e o
aconselhamento não é, de fato, empoderamento. Como você já viu, muitas das
ferramentas que os recursos humanos empregam — e que retomam Mary Parker
Follet (2003) e Elton Mayo (2010) — são nada mais que instrumentos de controle.
Com tais instrumentos, é possível dar a impressão de estar empoderando o
funcionário, mas, na verdade, estar manipulando-o psicologicamente.
Mas há outras formas de se organizar. Mesmo que utopias autogestionárias
não ocorram no cotidiano, algumas formas de empoderamento paulatino ocorrem.
A cogestão alemã, por exemplo, possibilita que os funcionários das indústrias do
país tenham representatividade mesmo no mais alto escalão da empresa,
diminuindo riscos de terceirizações, demissões em massa, realocações e
downsizing. Embora isso seja um grande avanço, o empoderamento do dia a dia é
relativamente restrito, já que a representatividade se dá em nível de conselhos
superiores (que elegem o alto escalão).
Outra visão de empoderamento a se considerar é a do movimento
cooperativizado. Apesar de muitas cooperativas atuais não serem cooperativas
plenas, a busca por uma democracia plena dentro do ambiente de trabalho é um
objetivo louvável. Tais ambientes de trabalho proporcionam um empoderamento
mais realista aos seus trabalhadores, já que as decisões são cotidianamente dadas
em nível mais horizontalizado, no qual a participação de todos interessados é
possível.
As formas de se organizar e as estruturas organizacionais não são modelos
únicos, tampouco são explorados à exaustão. A autogestão, como objetivo de
horizontalidade plena entre os integrantes de uma organização, é um objetivo de
empoderamento, emancipação e libertação. Assim, finalizamos com uma questão
para reflexão: como seria possível uma organização plenamente democrática, na
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qual seus integrantes façam parte de forma equânime da organização? Como seria
uma organização na qual todos os seus integrantes estão empoderados de fato?
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Sanchez e Gialluca (2013) e Aquino (2017) destacam que a importância do
ponto empresarial varia de acordo com a atividade exercida pelo empresário. Ainda
que haja um enorme avanço dos negócios digitais, continua importante para o
comércio o estabelecimento de ao menos uma parte das operações em uma base
física estável. Deste modo, o imóvel no qual a atividade empresarial é executada
representa uma parte importante do estabelecimento empresarial.
Aquino (2017) explica que a localização pode influenciar no resultado positivo
ou negativo dos negócios, uma vez que o cliente está cada vez mais exigente e
ciente das qualidades dos estabelecimentos. As ferramentas de busca e as redes
sociais possibilitam a obtenção de informações precisas quanto à reputação das
empresas, e o cliente informado automaticamente se dirige ao local ou ao site mais
adequado e confiável, a fim de se abastecer dos produtos e serviços de que
necessita.
Em alguns casos, Ramos (2017) salienta que pode ocorrer a valorização
patrimonial do estabelecimento, por exemplo, se a atividade praticada tem na
localização fator de grande importância, no sentido de atração da clientela. Porém,
se esse fator for indiferente, o ponto terá valor reduzido ou até mesmo inexistente.
De acordo com Sanchez e Gialluca (2013), Negrão (2014), Requião (2015) e
Coelho (2016), a proteção ao ponto de negócio e à propriedade empresarial foi
desenvolvida dentro do Direito brasileiro por meio do Decreto-Lei nº 24.150, de 20
de abril de 1934, a partir do apelo dos comerciantes inquilinos. Uma vez que o
sucesso da atividade econômica influencia diretamente a valorização da
propriedade imobiliária, os locadores cobravam premiações para renovar o contrato,
denominadas “luvas”, uma forma injusta de negociar. O Decreto-Lei nº 24.150/34
recebeu o nome de Lei de Luvas.
Negrão (2014), Requião (2015) e Ramos (2017) destacam que, nos dias
atuais, não se deve entender o ponto de negócio apenas como local físico, em
função da proliferação dos negócios via internet. Assim, o ponto pode ter existência
física ou virtual. Esta última corresponde ao site, ou seja, o endereço eletrônico por
meio do qual os clientes acessam a empresa. Em suma: o site de determinado
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empresário individual ou sociedade empresária é o seu ponto empresarial virtual ou
ponto de negócio virtual
Entretanto, percebe-se que mais importante que o espaço físico
propriamente dito é o que liga esse espaço. A base fixa de operações pode ser mais
ou menos favorável para o dono do negócio conforme sua localização. Um exemplo
claro disso: um local de fácil acesso a caminhões é vital para empresários que
comercializam bens corpóreos de maior porte e que dependem de entregas de
fornecedores por esse meio de transporte. Outro cenário: um proprietário de
determinado ramo lojista pode ter mais exposição a clientes se estabelecer-se em
um local de grande movimentação de pedestres e/ou que seja reconhecido como
tradicional área de negociação daquele tipo de produto ou serviço, ou até mesmo
em shoppings, que são grandes concentrações de lojas. É possível identificar,
dentro do cotidiano das organizações, outras inúmeras possibilidades do quanto a
localização de certas operações empresariais pode ajudar ou prejudicar um
empresário.
https://suelemdepaula.jusbrasil.com.br
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Coelho (2016) e Requião (2015) salientam que o ponto empresarial é
demasiadamente importante, a ponto de gerar direitos adicionais e autônomos. A
Figura 1 mostra as ações que envolvem a proteção ao ponto empresarial.
Por exemplo, caso um proprietário faça a um empresário bem-sucedido uma
proposta para doar-lhe um bem imóvel mal localizado, talvez até de valor maior do
que o do imóvel que ele vinha utilizando, exigindo em troca apenas a renúncia ao
seu ponto empresarial atual, este empresário não deverá aceitar. Para este
proprietário, uma base fixa bem localizada é mais importante do que um imóvel de
alto valor, visto que seus clientes estão habituados a este local, o que possibilita
mantê-los e valorizá-los, uma vez que são de extrema importância para as
atividades comerciais.
Destaca-se que o ponto empresarial pertence à pessoa que explora a
atividade, e não ao proprietário do imóvel, sendo que ambos são considerados
distintos. Nesse sentido, é evidente que o ponto empresarial não existe de forma
isolada; há a necessidade do exercício e da exploração da empresa, sendo o ponto
o resultado dela, ou seja, uma consequência do trabalho desenvolvido pelo
proprietário.
Neste contexto, o empresário poderá exercer o seu direito ao ponto mesmo
contra o proprietário do imóvel, conforme o que Coelho (2016) denomina Direito de
Inerência ao Ponto. Isto se dá quando o imóvel é utilizado pelo empresário conforme
descrito no contrato de locação e é propriedade do locador, um terceiro em relação
à empresa desenvolvida.
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Sanchez e Gialluca (2013) destacam que, para tratar da locação empresarial
como fator de proteção do ponto, é preciso descrever o ponto de negócio como
elemento do estabelecimento empresarial para a exploração de determinada
atividade. Nesse sentido, a proteção do estabelecimento empresarial pode ser
dividida em dois tipos, conforme Aquino (2017): a proteção quanto à alienação e
quanto à locação.
Com relação à alienação, o imóvel em que se encontra o estabelecimento
empresarial pode sofrer desapropriação pelo poder público. Neste caso, o locatário
sofre com o encerramento do contrato, antecipado e forçado, o que ocasiona
prejuízo. Aquino (2017) explica que, como medida de proteção para esse tipo de
situação, o Estado, à medida em que desapropria o proprietário do imóvel em
decorrência de uma obra pública, deve antecipar ao titular do estabelecimento
empresarial o seu ressarcimento, independentemente da indenização devida ao
proprietário do imóvel.
Quanto à locação, Souza, Bartel e Rodrigues (2014) destacam que o
locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos lucros cessantes e dos
prejuízos que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do
fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro,
em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do
imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder
Público ou que declarou pretender realizar.
Além desses casos estabelecidos em lei, Souza, Bartel e Rodrigues (2014)
afirmam que é possível o recebimento de uma indenização pela perda do ponto
quando decorrer alguma violação da boa-fé contratual, seja ela subjetiva ou mesmo
objetiva, como aconteceria se o locador passasse a explorar a mesma atividade do
locatário, aproveitando-se do nome já formado por aquele para captar clientes.
Destaca-se que, para a renovação do contrato do ponto empresarial, é
necessário embasar-se na Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991, denominada Lei
do Inquilinato, que diz respeito à ação renovatória, ao locatário, ao ponto
empresarial e ao fundo de comércio que se aplica (BRASIL, 1991).
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Autores como Negrão (2014), Requião (2015) e Coelho (2016) esclarecem
ainda que, mesmo que o locatário ajuíze uma ação renovatória, a Lei do Inquilinato
prevê algumas situações em que o locador não está obrigado a renovar o pacto
locatício. São elas:
• quando, por determinação do Poder Público, tiver que realizar no
imóvel obras que importarem na sua radical transformação ou para fazer
modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
• quando o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para
transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor
da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.
Ainda nesta mesma lei compreende-se que o contrato não será renovado
quando o locador apresentar uma proposta melhor de terceiro. No entanto, na
réplica, o locatário poderá aceitar pagar o que foi ofertado. Neste caso, o contrato
será renovado nas bases propostas pelo terceiro.
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Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades
da sociedade de que faz parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio,
o direito à renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade, segundo
Aquino (2017).
Percebe-se que, no Brasil, em períodos de pleitos eleitorais, as obras
públicas aumentam desproporcionalmente e, simultaneamente, cresce o número de
desapropriações, cujas consequências afetam não só os proprietários, mas também
os locatários dos imóveis desapropriados.
Negrão (2014) e Requião (2015) destacam que, assim como os proprietários,
os locatários também possuem, na forma estabelecida pela Constituição Federal, o
direito à justa e integral indenização por todos os prejuízos que as desapropriações
lhes causarem. Evidencia-se que estes prejuízos são mais comuns nas locações
para fins comerciais, nas quais o estabelecimento empresarial (fundo de comércio)
constituído no imóvel locado é afetado diretamente pela desapropriação.
Sob essa perspectiva, entende-se que não é justo, nem razoável, que o
locatário seja privado do seu ponto empresarial, sem que, para tanto, tenha o Poder
Expropriante (o Estado) o dever de depositar, antes mesmo da imissão na posse do
imóvel desapropriado, o valor provisoriamente estimado dos seus prejuízos.
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• é fundamental uma busca prévia de localização junto à prefeitura para
verificar possíveis impedimentos para a montagem do negócio;
• compare diferentes opções de pontos comerciais;
• conheça proprietários de estabelecimentos vizinhos para maiores
informações;
• prefira pontos que tenham o mesmo nível da rua e sem recuo,
estratégias de maior visibilidade.
Detalhes importantes:
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUCE, K.; NYLAND, C. Elton Mayo and the deification of human relations.
Organization Studies, v. 32, n. 3, p. 383-405, 2011.
COELHO, F. U. Manual de direito comercial: direito de empresa. 28. ed. São Paulo:
Saraiva, 2016.
FASCIONI, L. Gestão, Pessoas & Atitudes Liderança. Ano VII, nº 77, Abril 2011.
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FOLLET, M. P. Dynamic administration: the collected papers of Mary Parker Follet.
London: Routledge, 2003.
NEGRÃO, R. Direito empresarial: estudo unificado. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
REQUIÃO, E. R. Curso de direito comercial. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. v. 1.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 2017. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/index.php. Acesso em: 14 jul. 2021.
SIMÃO FILHO, A.; MEDEIROS NETO, E. M. Direito dos negócios aplicado. São
Paulo: Almedina, 2015.
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