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Gestão de Custos

e Faturamentos
Médico-Hospitalares
1. Auditoria em Contas Médicas 4

2. Funções da Agência Nacional de Saúde Suplementar 17

3. Faturamento Hospitalar 22

4. Prontuário Eletrônico 28

5. Referências Bibliográficas 40

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03
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

1. Auditoria em Contas Médicas

Fonte: Brasil Med1

A auditoria de contas médicas é a


divisão ou ação que visa anali-
sar, controlar e fiscalizar os procedi-
ramento. A auditoria das contas mé-
dicas, geralmente, ocorre em proce-
dimentos burocráticos e não no de-
mentos médicos de forma a assegu- senvolvimento do procedimento
rar a sua correta execução, especial- prático em si, ou seja, na documen-
mente na parte burocrática, respei- tação (MORAIS e BURMESTER,
tando a autonomia da função e do 2014).
profissional. Consiste, essencial- De acordo com Almeida
mente, na verificação do faturamen- (2017), os documentos com maior
to ou procedimento (documentação) probabilidade de auditoria incluem,
descrito pelo médico ou enfermeiro entre outros, prontuários médicos,
com o objetivo de corrigir erros e contratos, preenchimentos de docu-
perdas, estando sempre em primeiro mentos de convênios, auditoria em
plano um ganho técnico ou de fatu- materiais, preenchimento de guia

1 Retirado em https://brasilmed.com.br

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SADT. Por meio da auditoria das alto valor, procedimentos, correções


contas médicas, pretende-se prestar de formulários e reajustes de diárias
o melhor atendimento, redução de desnecessariamente pagas, além de
custos, organização e o correto rece- avaliar as variações solicitadas, que
bimento dos valores dos convênios, são aprovadas ou não, dependendo
consultas particulares e procedi- das condições clínicas do paciente.
mentos, evitando glosas. Em outras Na prática, o trabalho do auditor de
palavras, o objetivo é assegurar se a contas médicas concentrava-se prin-
fatura hospitalar/médica está cor- cipalmente na correção de formulá-
reta antes de enviá-la ao agente pa- rios e preenchimentos, analisando
gador. as especificações dos planos e convê-
Para o autor Longo (2017), em nios, evitando deduções e atrasos no
resumo, pode-se dizer que a função pagamento, e focava na conferência,
do auditor médico é aprovar e anali- liberação, e prestação de contas a
sar contas médicas como processos respeito da liberação de materiais
de internações, exames, procedi- excedentes, se houver necessidade
mentos, diagnósticos médicos, con- ou não, o que tem gera impacto di-
ferências de medicamentos e mate- reto na lucratividade e nos gastos da
riais e sua liberação, preenchimento unidade de saúde.
de documentos para evitar glosas e Em consonância com as auto-
identificação de possíveis irregulari- ras Oliveira e Romcy (2020), é cor-
dades. O auditor de contas médicas, reto afirmar que, para desempenhar
embora precise de conhecimento a sua função na auditoria de contas
técnico, desempenha essencialmen- médicas, o auditor utiliza e tem a sua
te funções administrativas. Irá inter- disposição as seguintes ferramentas:
vir no processo de análise, e será ca-  Relação de prestadores de ser-
paz de rever e opinar em vários as- viços;
pectos associados com a conta do cli-  Diagnósticos da doença em có-
ente, incluindo internações, proce- digo (CID);
dimentos, diagnósticos, exames,  Detalhes do contrato firmado
entre as partes;
materiais utilizados, relatórios,
 Tabelas de honorários médi-
equipa multifuncional, dentre ou- cos;
tros.  Tabela de negociação adotada;
Segundo Salu (2018), o Audi-  Tabela de órteses e próteses;
tor de Contas Médicas avalia, anali-  Tabela de materiais descartá-
sa e intervém de forma eficaz nas in- veis;
ternações, liberações de materiais de

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 Tabela dos valores BRASIN- materiais a serem realizados) não


DICE; foram cumpridas ou mesmo devido
 Conta hospitalar; ao preenchimento incorreto/incom-
 Dicionários de especialidades; pleto de documentos como prontuá-
 Prontuários clínicos com os rios, relatórios e outros (MARQUES,
devidos relatórios médicos e
2015).
de enfermagem;
De acordo com Morais e Bur-
 Boletins, fichas de atendimen-
tos e laudos. mester (2014), com a promulgação
do Código de Defesa do Consumidor
Conforme Marques (2015), a no Brasil em 1990, a qualidade da
auditoria de contas médicas gera prestação dos serviços de saúde pas-
uma série de benefícios para as em- sou a ser uma exigência de todos os
presas de saúde, seja em um hospi- interessados, sejam eles governos,
tal, clínica ou laboratório. Quando a instituições e a sociedade em geral.
auditoria de contas médicas é feita, é Levando em conta o conceito de
observada uma considerável econo- qualidade como uma relação de con-
mia, reduzindo os custos com mate- sumo, em que os exigências do cli-
riais hospitalares e realização de ci- ente/cidadão definem qualidade os
rurgias caras que são desnecessárias graus a serem entregues. Uma admi-
ou sem as devidas aplicabilidades. nistração verdadeira é, portanto, es-
Uma organização operacional mais sencial, cujo processo de adminis-
forte e controle na prestação de ser- tração passa a ser a força motriz des-
viços, também aumenta a qualidade, ta administração. Os processos da
e muitas vezes permite taxas mais administração são planejar, organi-
altas pelo serviço. zar, liderar, executar e controlar a
Vale ressaltar que ações corre- utilização dos recursos para atingir
tivas visando o cumprimento do os objetivos.
contrato entre as partes paciente x Para o autor Almeida (2017),
instituição x convênios/pagadoras no setor saúde, as entradas para o
possibilitam que a instituição con- processo administrativo são limita-
serve em dia os recebimentos dos das, principalmente no custeio, en-
pagamentos de procedimentos e quanto as saídas (serviços e produ-
exames em dia, para evitar as glosas. tos) são ilimitadas, e muitas vezes,
Isto se deve ao fato de muitos paga- com resíduos, como desperdícios,
mentos estarem faltando ou atrasa- desnecessários ou solicitações médi-
dos, justamente porque as disposi- cas sem cobertura legal ou contra-
ções do contrato (procedimento e tual. Os resíduos mencionados são

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indesejáveis e colocam em risco a não ser aceito pela operadora, que


continuidade da existência da uni- sempre é responsável pela decisão
dade, do sistema de saúde e, em par- final.
ticular, a saúde e a vida dos doentes. Em consonância com o autor
Este contexto exige, portanto, a in- Salu (2018), é correto afirmar que, o
trodução de um procedimento ad- processo administrativo é constituí-
ministrativo rigoroso e completo pa- do por subprocessos que foram ins-
ra uma gestão adequada dos proce- tituídos inicialmente por um dos in-
dimentos, nomeadamente com ên- tegrantes da escola clássica, o enge-
fase no controle/fiscalização, visto nheiro francês Henry Fayol. Fayol
que os desperdícios constituem uma mostrou cinco elementos como sub-
boa parte dos custos sociais e finan- processos administrativos: planeja-
ceiros inerentes ao processo. mento, organização, comando, con-
Segundo Longo (2017), nessa trole e coordenação. Para ele esses
concepção, emerge a figura do audi- subprocessos deveriam ser vistos
tor médico, que tem a função de como funções de um administrador.
acompanhar e controlar o processo Levando em consideração a existên-
administrativo do setor de saúde, cia de um conceito mais novo que in-
tanto nas instituições públicas como clui eficácia, quando os objetivos da
nas empresas privadas. Sua função organização são atingidos, e eficiên-
não é de investigar, mas apenas de cia, que é buscar os objetivos das
analisar a equivalência entre o que é melhores maneiras possíveis, agin-
exigido e a correta indicação técnica- do com produtividade. Essa visão
médica prevista na literatura. Além moderna da administração identifi-
disso, o auditor médico é responsá- ca cinco funções administrativas que
vel pela avaliação normativa. Em úl- são processos interconectados e in-
tima análise, a unidade de saúde po- terdependentes. Uma vez executa-
de ser responsabilizada apenas por das, essas funções formam o ciclo
procedimentos solicitados que pos- administrativo.
suam previamente cobertura legal Conforme Oliveira e Romcy
ou contratual. Durante a auditoria, (2020), são processos administrati-
qualquer não conformidade encon- vos:
trada leva à emissão de um parecer  Planejamento - é quando há a
sobre o indeferimento do procedi- esquematização do trabalho. É
mento ou do pagamento. Por se tra- feita a definição de objetivos e
tar de uma opinião, tem um caráter de que maneira realizá-los pa-
ra que se tenha maior eficiên-
bastante idiossincrático que pode ou
cia possível. Planejamentos

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têm como objetivo simular o organizado, esteja sendo exe-


futuro desejado e como se che- cutado de forma correta para a
gar até ele. obtenção de resultados.
 Organização - faz a integração
e avaliação de recursos. Ela é Em relação ao controle, pode-
também responsável pela divi- se dizer, em primeiro lugar, que a
são de tarefas, estabelecendo sua finalidade é garantir que os re-
funções, cargos e tarefas da
sultados desejados sejam alcança-
pessoas.
 Direção/Execução - é quando dos. Com o processo de controle, a
o plano, previamente decidido organização pode continuar a se ori-
pelo processo de planejamen- entar para o seu objetivo, orientação
to, é colocado em ação. Pode derivada das informações recebidas
ser dirigido, quando o patrão da função de controle, a saber: o de-
coordena a ação de terceiros sempenho da organização relacio-
para que haja a concretização
nado a seu objetivo, os possíveis ris-
eficaz e eficiente da ação; ou
pode ser executada pelo pró- cos e as melhores oportunidades que
prio patrão ou líder. surgem durante os processos de exe-
 Liderança - função desempe- cução e a necessidade resultante de
nhada pelo líder escolhido du- mudança de planos ou metas. Essas
rante o processo de organiza- informações tornam possível que a
ção. Tal representante tem empresa se aproxime do objetivo
função operacional e motivaci-
(OLIVEIRA e ROMCY, 2020).
onal. A liderança influencia o
modo com que os funcionários De acordo com Marques
desempenharão suas respecti- (2015), as informações de controle
vas tarefas e consequentemen- são adquiridas quando as fases de
te afetará o resultado a ser ob- controle são iniciadas, que são qua-
tido. O líder de uma organiza- tro fases diferentes e complementa-
ção é aquele que cumpre a ta- res:
refa de direção de uma ativi-
dade que será executada por  Padrões de Controle - repre-
seus subordinados. O objetivo senta o desempenho desejado,
de um líder é aquele que vai in- o resultado que é esperado da-
fluenciar seus funcionários quela ação que está sendo exe-
para que estes trabalhem efici- cutada. É aquilo que foi pen-
entemente e atinjam suas me- sado no planejamento, como a
tas. média de gastos financeiros,
maquinário que foi selecio-
 Controle - assegura que o que
nado e pessoal em serviço. É a
foi previamente planejado e
parte do controle que funcio-

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nará como grupo controle para corretiva para que em pro-


a fase de comparação. cesso futuro os resultados se-
 Aquisição de Informações - é a jam satisfatórios.
fase também conhecida como  Recomeço do Ciclo de Planeja-
monitoramento, acompanha- mento - o controle tem a fun-
mento ou observação do de- ção de alterar o planejamento
sempenho; quando as infor- de uma atividade pela aplica-
mações são coletadas para se- ção da ação corretiva. Infor-
rem comparadas aos padrões mações do processo de con-
de controle. São informações trole alimentam o processo de
acerca do desenvolvimento planejamento, reiniciando o
das atividades, que podem ser ciclo da administração.
obtidas antes, durante ou após
o processo de produção, ape- Para os autores Morais e Bur-
sar de que as informações con- mester (2014), assim como as de-
sideradas do final do processo
mais funções do processo adminis-
não terão influência para o
processo que acabou de ocor- trativo, o controle possui seus níveis
rer, tendo funcionalidade para hierárquicos, que se dividem em:
uma atividade a ser realizada  Controle estratégico - que cui-
no futuro. Informações adqui- da do todo da empresa e admi-
ridas durante o processo tra- nistra-a a nível global;
balham, por exemplo, com as  Controle administrativo - tam-
estatísticas, e se forem retira- bém chamado de tático ou de-
das informações antes da exe- partamental, praticado em
cução, essas compõem o con- áreas funcionais, tratando de
trole prévio. A auditoria é um cada departamento empresa-
exemplo de controle prévio. rial separadamente, como
 Comparação e Ação Corretiva marketing e recursos huma-
- é a comparação entre os pa- nos;
drões de controle e as informa-  Controle de nível operacional -
ções obtidas do monitora- que controla as operações in-
mento, entre o desempenho de dividualizadas de qualquer
uma ação com o que foi objeti- área.
vado. É também chamada de
fase de avaliação, e trata se o Segundo Almeida (2017), a au-
resultado foi maior, igual ou ditoria é uma das ferramentas de
menor do que previsto, poden-
controle mais eficientes, e pode ser
do com isso mudar os objeti-
vos e, em caso de o resultado feita previamente ou para fins corre-
ser menor, implantar a ação tivos à uma execução. Foi criada

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com a função principal de rever e “A auditoria interna é uma fun-


ção de avaliação independente,
identificar a real situação patrimo-
criada dentro da organização
nial e financeira de uma instituição. para examinar e avaliar suas
Contabilidade e auditoria andaram atividades, como um serviço a
essa mesma organização”.
juntas por muitos anos. A primeira
foi criada para controlar finanças e
A auditoria avalia a organiza-
ativos, já a auditoria foi criada para
ção, os negócios e a situação da ins-
assegurar a exatidão e confiabilida-
tituição investigada, para ajudar sua
de dessas informações. Como a au-
administração a melhorar os seus
ditoria estava intimamente ligada ao
processos e procedimentos, para as-
desempenho de resultados financei-
segurar a continuidade e a evolução
ros e contábeis, esse foco estava em
da empresa, para gerar lucros, tanto
muitos de seus conceitos até recen-
para os seus proprietários e colabo-
temente. Ao longo dos anos o con-
radores, quanto para a sociedade co-
ceito de auditoria evoluiu, afastan-
mo um todo. É um sistema de reava-
do-se da contabilidade e utilizando-
liação de controle, que gera informa-
se de uma concepção global e sistê-
ções para a administração a respeito
mica da organização.
da eficiência e eficácia dos progra-
Em consonância com o autor
mas em desenvolvimento, sua fun-
Longo (2017), é correto afirmar que,
ção não é somente apontar proble-
na modalidade de controle, a audito-
mas e falhas, mas também buscar
ria tem dispositivo constitucional -
sugestões e soluções, assumindo as-
Artigo 74, inciso I e II, que trata de
sim um caráter acima de tudo edu-
forma abrangente os aspectos de
cativo (SALU, 2018).
controle contábil, financeiro e orça-
De acordo com Oliveira e
mentário, uma vez que confiou aos
Romcy (2020), a auditoria em saúde
sistemas de controle interno dos Po-
é um gênero que inclui auditoria mé-
deres da República a tarefa de ava-
dica, odontológica, farmacológica,
liar o cumprimento de objetivos pre-
de enfermagem, dentre outras. Na
viamente traçados, e verificar a re-
prática, qualquer profissional de sa-
gularidade das contas, bem como a
úde pode auditar em sua especiali-
avaliação dos resultados em termos
dade. A característica do serviço de
da efetividade (eficácia + eficiência).
saúde determina a nomenclatura,
Conforme Salu (2018), segun-
atribuições e limites de cada auditor.
do o conceito elaborado pelo respei-
Para a autora Marques (2015),
tado Instituto de Auditoria Interna
em todo o mundo, a auditoria mé-
do Brasil - AUDIBRA:
dica teve seu primeiro marco com o

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relatório Flexner, que avaliou a qua- implementação e avaliação das in-


lidade das escolas médicas america- tervenções em saúde.
nas. No Brasil, a implantação dos Em consonância com o autor
processos de auditoria no Sistema Almeida (2017), é correto afirmar
Único de Saúde (SUS), teve como que, independentemente de suas di-
objetivo garantir a qualidade dos ferentes classificações, a auditoria
serviços profissionais e institucio- em saúde compreende um processo
nais, além de manter o uso adequa- administrativo sistemático, contro-
do dos recursos públicos que eram lado, crítico e contínuo, que examina
destinado à saúde. as diferentes ações e decisões das
Segundo Morais e Burmester pessoas físicas ou jurídicas que pres-
(2014), a Lei Nº 8.080, de 19 de se- tam serviços no setor de saúde. Tem
tembro de 1990, Lei do SUS, insti- por objetivo melhorar a gestão ad-
tuiu o Sistema Nacional de Auditoria ministrativa, verificando, monito-
(SNA), como mecanismo de controle rando e controlando os vários pro-
técnico e financeiro, de responsabi- cessos e seus respectivos resultados.
lidade do SUS e em cooperação com Numa oura visão, a auditoria em sa-
os Estados, Distrito Federal e muni- úde prima pela eficácia, ou seja, bus-
cípios. O Artigo 6º desta lei, no pa- ca garantir o máximo de benefício,
rágrafo 4, pressupõe a instituição do com menor risco e maior eficiência e
Departamento de Controle, Avalia- eficácia. É preciso lembrar que esses
ção e Auditoria como órgão central elementos devem obedecer estrita-
da SNA. Com esta norma, o SUS pro- mente às disposições legais e institu-
curou distanciar a saúde da condi- cionais em vigor.
ção de simples mercadoria, ao colo- Conforme Longo (2017), num
cá-la como um direito da cidadania. contexto mais amplo, pode-se carac-
Sua implantação e manutenção são terizar a auditoria em saúde como
baseadas no acesso, universalização um processo não contábil, que é
e qualidade dos serviços, além do feito por profissionais capacitados e
controle social. A proposta do SNA com experiência profissional, é uma
pretende complementar o controle e atividade estratégica de avaliação
a regulação, examinar as principais contínua e assessoria da administra-
necessidades de insumos e avaliar o ção de todos os serviços médico-hos-
impacto nos resultados. Seu objetivo pitalares, que avalia de acordo com
claro é identificar o perfil do uso dos os princípios éticos e legais, a renta-
serviços, a fim de propor mudanças bilidade, adequação e qualidade dos
adequadas no planejamento, gestão, serviços prestados.

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Com a crescente massificação prestação de serviços médicos é re-


da Medicina, o aumento da deman- gulamentada pela Lei 9.656/98.
da dos pacientes e o avanço tecnoló- Essa forma de prestação de serviços
gico, as instituições de saúde, as está sujeita não apenas a esta lei,
operadoras de saúde e o governo se mas também aos regulamentos ad-
encontraram em um mercado que, ministrativos dos órgãos da Autori-
era cumulativamente necessário pa- dade Nacional de Saúde (ANS), con-
ra a sua autossuficiência, aumentar selhos da classe, os contratos por ela
a receita, minimizar custos e melho- firmados e o código de defesa do
rar a qualidade da prestação de ser- consumidor (CDC), cada um com
viços. Quando se precisa fazer mais seus próprios recursos de monitora-
por menos, e a eficácia começou a mento e controle. Não haveria a ne-
ser perseguida incansavelmente. cessidade de nenhum plano, se to-
Nessa concepção, o sistema público dos os eventos clínicos ou cirúrgicos
de saúde brasileiro tornou-se capaz fossem cobertos por contratos, e to-
de responder às demandas da socie- dos os hospitais, clínicas e médicos
dade. O Estado não pode se desobri- atendessem seus clientes dentro de
gar do dever imposto pela atual um padrão ético e técnico totalmen-
Constituição. Na realidade, não con- te correto. Infelizmente, como isso
segue atender a demanda com qua- não acontece em nenhum dos dois
lidade, e gradualmente vem transfe- casos, a solidez financeira dos pla-
rido para o setor privado seu dever nos depende de controles eficazes.
constitucional de cuidar da saúde da Para as autoras Oliveira e
população, pois não consegue esta- Romcy (2020), a auditoria médica é
belecer princípios e regras funda- considerada um ato médico privado
mentais de atuação individual para precisamente porque requer um co-
regular nessa área. No caso dos ser- nhecimento técnico especializado,
viços públicos, tais procedimentos abrangente e integrado da profissão.
de controle por parte dos gestores Como médico com funções de audi-
são muito mais do que um direito, tor, está, obviamente, sujeito aos ex-
assumem um caráter de dever funci- tensos regulamentos legais e admi-
onal, na busca de cuidar bem da cor- nistrativos existentes. Acima de tu-
reta utilização dos recursos públi- do, busca um modelo de assistência
cos, e na busca da eficácia e eficiên- racional, eficaz e eficiente, que seja
cia administrativa (LONGO, 2017). também efetivo, capaz de avaliar cri-
De acordo com Salu (2018), ticamente as ações auditadas, longe
em relação aos serviços privados, a da pura ideia empresarial de aumen-

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tar os lucros. Como condição im- instituições que prestam assistência


prescindível, o médico auditor, na à saúde. Nesta perspectiva, a Audi-
qualidade de controlador, colocando toria Médica para o CFM desempe-
uma atitude de isenção absoluta. nha um papel fundamental e indis-
Segundo Marques (2015), na pensável no seu reconhecimento. Na
área médica, a terminologia audito- coleta de dados assistenciais, a audi-
ria se tornou conhecida pelos extin- toria operacional detecta situações
tos INPS e INAMPS. A partir da mu- fora do estado normal, como elevado
nicipalização do SUS, essa incum- número de solicitações de exames de
bência foi gradualmente passada pa- alto custo, valores de internação aci-
ra as Secretarias Municipais de Saú- ma dos parâmetros esperados, ocor-
de. Coincidentemente, essa transfe- rência de internação de procedimen-
rência não trouxe grandes preocupa- tos que são objeto de solução ambu-
ções quanto à qualidade do atendi- latorial, esquemas terapêuticos in-
mento prestado. Oposto ao se possa compatíveis com o diagnóstico esta-
superficialmente imaginar, o princi- belecido e diversas outras situações.
pal objetivo da auditoria é assegurar Conforme Almeida (2017), os
a qualidade da assistência médica e Processos-consulta N.º 5.544/95,
o cumprimento de normas técnicas, 5.566/96 e 3.305/98 - PC/CFM/Nº
éticas e administrativas pré-estabe- 11/1999 apresentam as finalidades
lecidas, incluindo aspectos de avali- da auditoria editadas em 1996, pelo
ação técnica para apuração de resul- Ministério da Saúde no Manual de
tados. Normas de Auditoria. Dentre essas,
Em consonância com os auto- destacam-se: “avaliar a qualidade, a
res Morais e Burmester (2014), é propriedade e a efetividade dos ser-
correto afirmar que, o Conselho Fe- viços de saúde prestados à popula-
deral de Medicina (CFM) entende ção, visando a melhoria progressiva
pacificamente que não pode tolerar da assistência de saúde”.
qualquer interferência de quem pos- De acordo com Longo (2017),
sa limitar ou restringir o trabalho de o Parecer do CFM - PC/CFM/Nº
assistência médica, sob pena de gra- 11/1999 - define Auditoria Médica:
ve violação do Código de Ética Mé-
dico (CEM), e dos princípios básicos “O conjunto de atividades e
ações de fiscalização, de contro-
que o norteiam. Por outro lado, re-
le e de avaliação dos processos
conhece que há preconceito, fraude e procedimentos adotados, as-
e desobediência às regras básicas co- sim como o atendimento pres-
tado, objetivando sua melhor
metidas por muitos profissionais e

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

adequação e qualidade, detec- de dos procedimentos de auditoria é


tando e saneando-lhes eventu-
alicerçado conforme descrito no Pa-
ais distorções e propondo medi-
das para seu melhor desempe- recer Consulta CREMESP nº
nho e resolubilidade.” 46.599/01:

No que se refere a auditoria “Auditoria de procedimentos


pública e com conceitos aplicáveis médicos, conforme a Resolução
acima mencionada, constitui-se
ao setor privado, o Parecer do CFM
em importante mecanismo de
Nº 17/97 afirma que a auditoria mé- controle e avaliação dos recur-
dica, para correção de deficiências sos adotados, visando sua reso-
lutividade e melhoria na quali-
ou preenchimento de lacunas, deve
dade da prestação dos serviços.
ter como único objetivo o levanta- Por conseguinte a auditoria é
mento da normas técnicas, adminis- caracterizada como ato médico,
por exigir conhecimento técni-
trativas e éticas dos profissionais da co, pleno e integrado da profis-
área, e a melhoria das condições são.”
hospitalares para, conjuntamente,
alcançarem um melhor atendimento Segundo Oliveira e Romcy
à população. Vista desta forma, é (2020), na prática, cabe ao auditor
uma necessidade reconhecida por médico verificar se o que é exigido
todos. Deve-se entender que esta está de acordo com o que é permiti-
não é uma técnica utilizada para mo- do na legislação e coberturas contra-
nitorar as atividades dos profissio- tuais específicas. Em caso de confor-
nais de saúde. Ao contrário, justifi- midade, é obrigado a certificar essa
ca-se como um incentivo à melhoria conformidade para que o procedi-
do padrão de atendimento e como mento seja efetuado (auditoria pre-
um sinal de respeito ao próximo liminar) ou remunerado (auditoria
(ALMEIDA, 2017). posterior). Se este requisito não
Para o autor Salu (2018), a au- existir, é necessário um relatório de-
ditoria médica se transformou em talhado em um formulário especí-
um mecanismo de controle de quali- fico, sugerindo o não pagamento ou
dade da assistência médica presta- a não aprovação. Este documento é
da, além de possui a finalidade de enviado a operadora de saúde ou ao
exercer o controle financeiro do sis- SUS, que o analisa e dá a palavra fi-
tema, e ainda possui a função insa- nal. A preocupação com a qualidade
lubre de manter o equilíbrio da rela- da assistência à saúde é antiga e
ção custo-benefício de todo o siste- cresce com o advento de novas prá-
ma. O entendimento da materialida- ticas e tecnologias. É preciso lem-

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

brar que o conceito de qualidade foi que é exigido e as normas legais. Ao


inicialmente associado à definição emitir parecer que sugere a recusa
de conformidade com determinadas de determinadas ações no setor de
especificações. Posteriormente de- saúde, o auditor regulamenta e sis-
senvolvido para a satisfação do cli- tematiza a aplicação desses recursos
ente. financeiros, retirando-os de um uso
Em consonância com a autora indevido e os realocando para outros
Marques (2015), é correto afirmar usos mais adequados. O auditor é
que, de acordo com a American So- responsável por sistematizar e agili-
ciety for Quality Control, qualidade zar os recursos de acesso a um pro-
é a totalidade dos aspectos e caracte- cesso administrativo, através de um
rísticas de um produto ou serviço controle e fiscalização rigorosos, pa-
que garantem a satisfação das neces- ra garantir uma utilização mais efe-
sidades declaradas e implícitas. tiva (eficaz e eficiente). Em busca da
Hoje em dia, a qualidade é sinônimo efetividade, o auditor atua introdu-
de busca da satisfação não só do cli- zindo a qualidade na prestação dos
ente, mas de toda a cadeia de empre- serviços de saúde, principalmente
sas envolvidas, com o objetivo de ra- no atendimento médico. Portanto,
cionalizar inputs e outputs, de forma seja o que for, os objetivos da audi-
a criar um posicionamento estraté- toria são sempre semelhantes: asse-
gico perante a competitividade do gurar a qualidade no atendimento
mercado. A qualidade há muito dei- ao usuário, evitar desperdícios e aju-
xou de ser um pré-requisito opcio- dar no controle de custos e na me-
nal, mas se tornou um imperativo lhoria do atendimento, sendo o con-
para a sobrevivência no mercado. trole/monitoramento a dimensão
Não é de se admirar que as unidades fundamental do processo adminis-
de saúde estejam procurando pro- trativo.
gramas de certificação e acreditação
institucional. Portanto, é um fato,
que os inputs envolvidos em um pro-
cedimento administrativo é limita-
do, o que é perceptível em termos de
recursos financeiros.
Conforme Morais e Burmester
(2014), baseado na justificativa con-
cisa de que o auditor é responsável
por analisar a concordância entre o

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2. Funções da Agência Nacional de Saúde Suple-


mentar

Fonte: Saúde Business2

A criação da Agência Nacional de


Saúde Suplementar (ANS) con-
duziram a profundas mudanças na
pitalares, a saída em massa de bene-
ficiários, entre outras variáveis ma-
croeconômicas, está impulsionando
estrutura das operadoras de planos muitos pares do setor desequilíbrios
de saúde, reivindicando do setor a econômicos e financeiros sem prece-
capacidade constante de se adequar dentes. O produto final das mudan-
às pressões regulamentares e de im- ças no ambiente externo tem sido o
plementar uma gestão de custos aumento de operadoras em liquida-
mais eficiente baseada, sobretudo, ção ou falência, por falhas de gestão
em tecnologia de ponta. Acontece e falta de adaptabilidade (PIETRO-
que a dificuldade de tornar menos BON, PRADO e CAETANO, 2009).
rígidos os processos internos com De acordo com Pereira (2007),
mais rapidez, e trazer Inteligência A criação da ANS foi resultado direto
Empresarial para diminuir os efeitos da regulamentação dos planos pri-
das mudanças normativas, além do vados de saúde, pela Lei 9.656/98.
aumentos nos custos médicos e hos- Desde a promulgação da Constitui-

2 Retirado em https://www.saudebusiness.com

17
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

ção, a precarização dos serviços pú- mentais que objetivam proteger o


blicos de saúde multiplicou a con- interesse público na assistência su-
corrência no mercado auxiliar de sa- plementar à saúde, e equilibrar as
úde, operado por empresas priva- relações não apenas entre operado-
das, entretanto, o Estado não tinha ras e consumidores, mas também
nenhum tipo de controle sobre a entre operadoras e prestadores (PE-
atuação dessas empresas e não havia REIRA, 2007).
um padrão de operação, com exce- De acordo com Pietrobon,
ção do seguro de assistência à saúde Prado e Caetano (2009), A ANS tem
e das seguradoras, que estavam sob sede no Rio de Janeiro e é composta
o controle econômico-financeiro da por 5 diretorias:
Superintendência de Seguros Priva-  Diretoria de Desenvolvimento
dos (SUSEP). Setorial;
Em consonância com as auto-  Diretoria de Gestão;
ras Ferreira e Cirillo (2015), é cor-  Diretoria de Normas e Habili-
reto afirmar que, com o objetivo de tação das Operadoras;
 Diretoria de Fiscalização;
padronizar procedimentos e reduzir
 Diretoria de Normas e Habili-
distorções no setor, minimizar abu-
tação dos Produtos.
sos, fortalecer a transparência das
operadoras com prestadores e con- Em consonância com o autor
sumidores, e definir mecanismos Pereira (2007), é correto afirmar
para manutenção do equilíbrio fi- que, seus gestores são selecionados
nanceiro entre as partes, foi criada a pelo Executivo e sabatinados pelo
Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/ Senado para mandatos de 3 anos,
98), que previa a existência de um com opção de recondução.
órgão regulador. Em janeiro do ano De acordo Ferreira e Cirillo
2000, foi finalmente promulgada a (2015), as principais Resoluções
Lei 9.961/2000, que criou a Agência Normativas/decisões da ANS ao
Nacional de Saúde Suplementar. longo de sua história, são:
A ANS é um órgão federal com  2002 - criadas regras para a
autonomia administrativa, financei- Declaração de Saúde, que trata
ra e patrimonial, ligada ao Ministé- da prestação de informações
rio da Saúde e responsável pela re- de doenças/lesões pré-exis-
gulação, normatização, controle e tentes, evitando prejuízos às
fiscalização da assistência suple- operadoras por fraudes/omis-
sões.
mentar à saúde. Regulação é uma sé-
 2003 - RN 24 que define nor-
rie de políticas e medidas governa-
mas para aplicação de sanções

18
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

(elevação em até 20 vezes o va-  2012 - RN 309: definição de


lor da multa em caso de infra- regras para reajuste de mensa-
ções que gerem prejuízos cole- lidades em planos coletivos
tivos. RN 42: normas para ce- com menos de 30 beneficiá-
lebração de contratos entre rios.
operadoras e prestadores de  2013 - obrigatoriedade de que
serviços hospitalares. Lança- as operadoras forneçam bolsas
mento do Índice de Reclama- de colostomia, ileostomia e
ções no site da ANS, que se tor- urostomia, sonda vesical de
nou fator crítico na imagem da demora e coletor de urina com
operadora. conector. RN 323: obrigatorie-
 2004 - criação do Programa de dade de criação de ouvidorias
Qualificação da Saúde Suple- nas operadoras. Obrigatorie-
mentar, com o intuito de men- dade de que as operadoras in-
surar a qualidade das opera- formem por escrito as razões
doras. da negativa de procedimentos.
 2005 - criação do Padrão  2014 - atualizado o Rol de Pro-
(TISS) Troca de Informação cedimentos e Eventos em Sa-
em Saúde Suplementar. úde.
 2007 - RN 160: ampliação da  2015 - ANS passa a cobrar das
obrigatoriedade das operado- operadoras o ressarcimento de
ras em apresentar garantias fi- procedimentos como exames e
nanceiras. terapias ambulatoriais de alta
 2009 - implantação da porta- e média complexidade realiza-
bilidade de carências. dos por beneficiários no SUS.
 2010 - lançamento da Notifi- RN 389: medidas para maior
cação de Investigação Prelimi- transparência das operadoras
nar (NIP), instrumento criado aos beneficiários.
com o objetivo de solucionar  2016 - RN 395: imposições
conflitos entre consumidores e para qualificação do atendi-
operadoras em caso de nega- mento. Inserção de exames
tiva de cobertura. para detecção do vírus zika no
 2011 - RN 259: define prazos Rol de Procedimentos e Even-
máximos de atendimento aos tos em Saúde. RN 398: impõe
beneficiários, impondo altera- que as operadoras e hospitais
ções na dinâmica estrutural tenham obstetrizes e enfer-
das operadoras. RN 275: insti- meiros obstétricos à sua rede
tuição do QUALISS, avaliando assistencial.
o desempenho da rede creden-
ciada. RN 277: instituição do A repercussão da ANS nas
programa de acreditação das operadoras é inegável e uma preocu-
operadoras. pação constante em suas gestões.

19
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

Além das multas e da proibição de


venda de planos por descumprimen-
to das normas, a jurisprudência do
setor também cresce exponencial-
mente. Mas a maior pressão sobre a
indústria vem das cargas regulató-
rias constantes. Por exemplo, ape-
nas a RN 167 resultou na inclusão de
100 novos procedimentos médicos
exigidos pelas operadoras, o que ge-
rou um impacto nos custos assisten-
ciais da ordem de 4% (FERREIRA e
CIRILLO, 2015).
Em consonância com os auto-
res Pietrobon, Prado e Caetano
(2009), é correto afirmar que, Algu-
mas das sanções passíveis de serem
aplicadas pela ANS, são:
 Advertência;
 Multas;
 Cancelamento da autorização
de funcionamento e alienação
da carteira da operadora;
 Suspensão de exercício do car-
go (controladores);
 Inabilitação permanente dos
gestores para exercício de car-
gos de direção ou em conse-
lhos de qualquer operadora,
bem como em entidades de
previdência privada, segura-
doras, corretoras e instituições
financeiras.

20
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

3. Faturamento Hospitalar

Fonte: Gesthor Hospitalar3

A tualmente, para se manter ali-


nhada ao competitivo mercado,
mesmo as organizações hospitalares
vendo uma visão empresarial para
sobreviver à crescente demanda por
serviços de qualidade do mercado
sem fins lucrativos, devem atuar de (SILVA, 2015).
forma a manter o equilíbrio econô- De acordo com Salu (2018), a
mico financeiro de suas contas e cultura da qualidade total tem se fir-
buscar associar baixos custos com a mado como uma importante técnica
mais alta qualidade total para seus de medir a produtividade, e também
processos internos e de atendimento os resultados econômicos e financei-
ao paciente. Como resultado, este ros, com foco na qualidade do aten-
tipo de organização hospitalar sem dimento ao paciente e o foco no ca-
fins lucrativos, mas que também dastramento para cobrança dos va-
presta serviços comercialmente re- riados serviços assistenciais no aten-
munerados, tem aplicado cada vez dimento ao paciente que são cada
mais técnicas do setor privado na vez mais praticado em hospitais e
área da sua gestão interna, organi- instalações de saúde.
zando-se como empresa e desenvol-

3 Retirado em http://gesthorhospitalar.com.br/project/gesthor-pack-faturamento/

22
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

Para as autoras Oliveira e de fabricação. A transição da produ-


Romcy (2019), a principal ideia da ção artesanal para a linha de monta-
qualidade total é: assegurar zero de- gem industrial e a produção em
feitos de qualidade, mantendo as grande escala, que resultou na clás-
condições ideais de materiais, equi- sica divisão do trabalho em tempos e
pamentos, métodos e pessoas; já a movimentos visando padronizar o
sua segunda premissa, é a Melhoria produto final e dar-lhe uma quali-
Específica: conhecer e eliminar as dade total superior, no início do sé-
perdas de todo o processo produtivo culo XX.
por meio de técnicas analíticas. Sen- Conforme Oliveira e Romcy
do assim, o conceito de qualidade to- (2019), na década de 1950 houve um
tal aplicado na cadeia de fatura- grande desenvolvimento na gestão
mento hospitalar é uma importante da qualidade total nas organizações,
ferramenta na busca pela melhoria principalmente no Japão, ocasiona-
financeira. da pela necessidade de reconstrução
Segundo Silva (2015), quali- da economia japonesa, destruída pe-
dade é uma série de características la Segunda Grande Guerra. Nessa
de um produto ou serviço, com o ob- época, desenvolveram-se quatro ele-
jetivo de atender as necessidades do mentos básicos no processo de evo-
cliente ou de outra pessoa envolvida. lução da qualidade total:
Para o mundo administrativo, quali-  Quantificação dos Custos da
dade total, além do significado pri- Qualidade;
mário, é sinônimo de melhoria con-  Controle Total da Qualidade;
tínua, e também pode ser classifica-  Engenharia da Confiabilidade;
da como um recurso valioso. A qua-  Programa de Zero Defeito.
lidade total como fator significativo
nos processos de produção leva ao Assim, iniciou-se a era da Ga-
início da atividade fabril, ainda na rantia da Qualidade, cujo objetivo
época em que predominava a produ- era a prevenção de problemas, usan-
ção em casa e de forma artesanal. do mais do que técnicas estatísticas
Em consonância com o autor para esse fim. Da mesma forma, pa-
ra a identificação preventiva de não
Salu (2018), é correto afirmar que, o
ensino e a supervisão do trabalho conformidades, ao invés de iniciar o
dos mestres-artesãos nos aprendizes trabalho após a falha do processo,
era a principal forma de controlar a essa tecnologia tem sido aplicada em
qualidade, que tinha a função de pa- empresas japonesas desde a década
dronizar e evitar erros no processo de 1950, e consolidada na década de

23
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

1960, o que pode representar uma Joint Commission), até uma inicia-
grande economia de custos financei- tiva interna, que se limita a um de-
ros (OLIVEIRA e ROMCY, 2019). terminado campo.
De acordo com Silva (2015), Em consonância com o autor
atualmente, a qualidade total tor- Silva (2015), é correto afirmar que, a
nou-se o objetivo estratégico das caracterização do conceito de glosas
empresas, seja no setor de produção está relacionada à exclusão total ou
industrial, seja no setor de serviços. parcial de um valor averbado por es-
Hoje em dia, a qualidade total é con- crito ou em conta, ou ao cancela-
siderada um recurso crucial para a mento ou rejeição parcial ou total de
sobrevivência das organizações em um orçamento, conta por motivos
um mercado altamente competitivo. ilegais ou inadmissíveis. As glosas
Os programas de qualidade total não hospitalares como o não pagamento,
são mais um diferencial das institui- por parte das operadoras do plano
ções, não só do setor da saúde, mas de saúde do valor da fatura, encami-
também para as empresas de qual- nhamento pelo prestador de serviço,
quer setor de atividade econômica, e e esse não pagamento, ou glosa,
se tornaram obrigatórios. pode ser total ou parcial.
Para o autor Salu (2018), a Conforme Salu (2018), os mo-
qualidade total é um movimento que tivos mais comuns que levam a glo-
começou no início do século XX, e sas hospitalares são:
nos dias de hoje envolve também ou-  Falta de assinatura do pacien-
tros fatores, como responsabilidade te na guia/autorização;
social, responsabilidade ambiental  Falta de justificativa do médi-
corporativa, fortalecer sua utilização co para a realização do proce-
dimento;
não apenas para melhorar os produ-
 Falta do CID (Código Interna-
tos e serviços, mas também para me-
cional de Doenças) que justifi-
lhorar qualidade total de vida da so- que o procedimento;
ciedade.  Valor cobrado incorreto, ge-
Segundo Oliveira e Romcy ralmente maior do que o nego-
(2019), no âmbito hospitalar, há ciado entre o hospital e a ope-
muitas opções de como implemen- radora de saúde.
tar um plano ou programa de quali-
dade total, desde modelos comple- Em geral, a glosa é usada pelas
xos e avançados, como modelos de operadoras de planos de saúde para
avaliação externa para acreditação não autorizar o pagamento de um
hospitalar (Família ISO-9000, ONA, procedimento médico específico.

24
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

Ocorre quando há indícios de erros terial Especial), que é mais encon-


no preenchimento dos formulários, trada em hospitais ortopédicos, co-
ou porque as particularidades exigi- loca sérias dificuldades para os esta-
das pelas operadoras de saúde não belecimentos de saúde, por causa da
são atendidas. Em suma, a glosa é o quantidade de contas de valor alto
descompasso entre o que está des- que são glosadas, seja porque os
crito no formulário de atendimento itens que podem ser usados não são
e o que é exigido pela operadora de aprovados para emergências no mo-
saúde. As glosas também podem ser mento da cirurgia, e que não esta-
decorrentes da falta de conhecimen- vam autorizadas previamente, ou
to nas anotações sobre a evolução de por não estarem com códigos que
enfermagem, que muitas vezes re- conferem com aqueles que foram
sulta da superficialidade do ensino autorizados.
de alguns procedimentos, em que as Segundo Salu (2018), os hos-
anotações de enfermagem na prática pitais costumam fazer uma auditoria
diferem muito da teoria. A efetuação prévia das contas médicas, com foco
dos procedimentos não segue o mes- em escapar da utilização de glosas
mo rigor da teoria (SALU, 2018). pelas operadoras, e também recupe-
De acordo com Oliveira e rar glosas recorrendo contra as ope-
Romcy (2019), as glosas possuem radoras. Esta atividade tem como
nomenclaturas e conceitos diversos, objetivo examinar as características
e suas rubricas são regulamentados dos processos de pagamentos, anali-
pela ANS (Agência Nacional de Sa- sar estatísticas, indicadores operaci-
úde Suplementar). No entanto, elas onais e rever sistemas de faturamen-
podem ser basicamente divididas to das contas médicas, bem como
em administrativas e técnicas. Por rastrear e resolução de glosas. A au-
questões didáticas, a glosa adminis- ditoria de contas médicas é uma ati-
trativa acontece por falta ou desvio vidade essencial para evitar possí-
de informações do contrato entre as veis erros de registros, fundamen-
partes, e a glosa técnica, por dados tais para a geração de glosas. Identi-
de procedimentos assistenciais, mé- ficar e reduzir custos que podem ser
dicos, de enfermagem e de adminis- evitados seria o mapa da mina das
tração de medicamentos, que são re- organizações, pois poderia evitar
futados pelas operadoras. perdas financeiras e melhorar a
Para o autor Silva (2015), a competitividade da empresa no
glosa da OPME (Órtese Prótese Ma- mercado.

25
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

Em consonância com as auto-


ras Oliveira e Romcy (2019), é cor-
reto afirmar que, a qualidade nos
hospitais deve ter um visão multi-
disciplinar e, principalmente no que
se refere ao faturamento, visar mini-
mizar as diferenças de informação
nos prontuários e as incompatibili-
dades nas anotações dos atendimen-
tos de enfermagem. Além de ser sig-
nificativo para a organização, a re-
dução do prejuízo financeiro encon-
tra apoio na credibilidade dos servi-
ços de saúde prestados pelas unida-
des hospitalares ao público interno e
externo.
Conforme Silva (2015), em-
presas que se comprometem com a
implantação de programas de quali-
dade total alcançam resultados que
não só garantem a satisfação do cli-
ente, mas também reduzem custos
operacionais, minimizam perdas,
reduzem significativamente os cus-
tos e maximizam a utilização dos re-
cursos existentes. A redução das glo-
sas utilizadas pelas operadoras de
saúde é um dos fatores que mais co-
laboram para o aumento das vendas,
e as medidas de gestão e controle
dessa nomenclatura, e resultam no
fortalecimento econômico e finan-
ceiro dos hospitais.

26
27
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

4. Prontuário Eletrônico

Fonte: Doctor Max4

O Ministério da Saúde informou


que os municípios brasileiras
devem adotar o prontuário eletrô-
um software no qual todas as infor-
mações clínicas e administrativas do
paciente são armazenadas, no con-
nico em todos os serviços de Atenção texto da Unidade Básica de Saúde
Básica, seja no sistema e-SUS Aten- (UBS), com o objetivo principal de
ção Básica com Prontuário Eletrôni- informatizar o fluxo do atendimento
co do Cidadão ou algum tipo de sof- ao cidadão feita pelos profissionais
tware próprio que atenda as mesmas de saúde. O Prontuário Eletrônico
exigências (BARAÚNA JUNIOR, do Cidadão é uma solução gratuita,
2019). desenvolvida pelo Ministério da Sa-
De acordo com Souza (2021), o úde em cooperação com a Universi-
Prontuário Eletrônico do Cidadão dade Federal de Santa Catarina e
(PEC) do Sistema Único de Saúde é disponibilizada aos cidadãos pelas

4 Retirado em https://www.doctormax.com.br

28
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

Unidades Básicas de Saúde, que integrado ao cartão nacional de saú-


além de apoiar o processo de coor- de, o que favorece o arquivamento
denação de atendimento ao cidadão desses cadastros para os cidadãos que
realizado pelas Equipes de Atenção posteriormente são visitados na UBS,
Básica, também pode otimizar o bem como para os cidadãos acompa-
fluxo de atendimento à saúde das nhados pelos técnicos da equipe.
Unidades Básicas de Saúde. Conforme Baraúna Junior
Para os autores Massad, Marin (2019), no arquivo eletrônico do ci-
e Azevedo Neto (2021), a informati- dadão, existe a possibilidade de or-
zação desses processos nas Unida- ganizar a agenda dos especialistas
des Básicas de Saúde pode trazer be- da Atenção Básica, e organizar e
nefícios importantes como: controlar o fluxo de atendimento aos
 Acesso rápido às informações requerimentos planejados e deman-
de saúde e intervenções reali- das espontâneas dos cidadãos, bem
zadas; como registrar seu atendimento ou
 Melhoria na efetividade do sanar as necessidades dos cidadãos
cuidado e possível redução de da melhor que puder.
custos com otimização dos re- Com novas tecnologias de ge-
cursos;
renciamento e atualização de dados,
 Aprimoramento e automatiza-
ção do processo de envio de in- o setor de saúde está se tornando ca-
formações da Atenção Básica da vez mais moderno e eficiente. Sis-
para o Ministério da Saúde, temas como o prontuário eletrônico
impactando na qualificação mudaram a vida cotidiana de muitos
dos sistemas de informações. hospitais, clínicas e consultórios
médicos. Motivo pelo qual, a tecno-
Segundo Silva, Rodrigues Fi- logia é vista como um dos principais
lho e Alves (2015), a introdução do motores da inovação na área de saú-
prontuário eletrônico também traz de. Os prontuários médicos eletrôni-
benefícios para gestores, profissio- cos estão mudando a cara da saúde
nais de saúde e cidadãos. digital no mundo. Essa ferramenta
Em consonância com a autor oferece aos profissionais da área
Galvão (2021), é correto afirmar uma imagem mais completa e global
que, um dos grandes obstáculos da do histórico de saúde do paciente,
atenção básica é o cadastramento que permite a realização de diagnós-
dos cidadãos sob a responsabilidade ticos mais claros e adequados relaci-
das equipes de atenção básica. O Ca- onados ao tratamento (GALVÃO,
dastro Eletrônico de Cidadão possui 2012).
um módulo do cidadão totalmente

29
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

De acordo com Baraúna Ju- forma que podem ser acessadas com
nior (2019), o que muitos adminis- facilidade. Um prontuário eletrônico
tradores de hospitais e clínicas não de qualidade contém uma conexão
possuem conhecimento é que exis- intuitiva, com recursos e apenas al-
tem ótimas alternativas no mercado, guns cliques de distância, e funcio-
com muitos recursos e preços aces- nalidades inovadoras, como integra-
síveis. O prontuário eletrônico do ção de dados.
paciente (conhecido como PEP) é Segundo Massad, Marin e Aze-
uma ferramenta moderna que faci- vedo Neto (2021), existem dois tipos
lita o acesso às informações e ao his- de prontuários eletrônicos:
tórico de saúde do paciente. Baseia-  PEC - implementado em toda
se na definição do prontuário do a rede pública de saúde, nas
Conselho Federal de Medicina, que o Unidades Básicas de Saúde.
define como um documento com to- Conta com as informações
mais básicas do paciente;
dos os dados clínicos de uma pessoa.
 PEP - usado no atendimento
O prontuário é muito mais que um público e privado, com mais
mero material escrito. Na realidade, funcionalidades e informações
contém anotações, exames, imagens que o primeiro. Pode integrar
e todos os tipos de documentos que dados da rede pública, sem ne-
constituem os fatos médicos sobre a cessidade de migração para a
saúde da pessoa. É como um guia plataforma do SUS.
para estruturar a compreensão da
Em consonância com os auto-
condição médica do paciente.
res Silva, Rodrigues Filho e Alves
Para o autor Souza (2021), é
(2015), é correto afirmar que, no
claro que, até alguns anos atrás, os
Brasil, existem regulamentações so-
prontuários médicos eram mantidos
bre o assunto que definem o uso do
apenas em um único formato: no pa-
prontuário eletrônico como obriga-
pel. Um arquivo complexo, frágil e
tório. Afim de traçar uma linha do
difícil de armazenar. Mas, devido a
tempo, é mais fácil voltar alguns
evolução da tecnologia, o papel deu
anos. Em 2002, a resolução 1638 do
lugar ao formato digital, e o prontu-
CFM, criou o primeiro regulamento
ário eletrônico foi criado com uma
sobre a solução para instalações mé-
ferramenta que armazena e disponi-
dicas. Era uma norma muito mais
biliza os dados do paciente. É um
preocupada em estabelecer paradig-
sistema que permite ao profissional
mas e regras técnicas de utilização
de saúde registrar informações
destes sistemas, e estabelecer dire-
(anotações, exames, prescrições) de

30
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

trizes de segurança, confidenciali- guarda o registro médico vitalício de


dade e proteção de dados. No en- uma pessoa, com informações desde
tanto, a popularização do prontuário o nascimento até a morte. Um dos
eletrônico só foi aprovada alguns requisitos do CFM é a disponibiliza-
anos depois. ção destes dados quando forem soli-
Conforme Galvão (2021), Por citados pelo paciente ou por seu re-
volta de 2017, o Ministério da Saúde presentante legal. Os antigos pron-
decidiu que todas as Unidades Bási- tuários eram feitos de papel, o que
cas de Saúde deveriam adotar o sis- dificultava o monitoramento, e tam-
tema de prontuário eletrônico. Essa bém aumentava os danos físicos co-
é uma das etapas do que se conhece mo apagar, rasgar, queimar ou mo-
como e-Saúde, estratégia lançada lhar os documentos e comprometer
em 2017 que visa a modernização dados importantes dos pacientes.
dos ambientes de saúde e hospitala- Além disso, atualizá-lo novamente a
res no Brasil. cada consulta muitas vezes leva a in-
O prontuário eletrônico do pa- formações ausentes ou incompletas
ciente é usado para facilitar a rotina que poderiam ser úteis em futuros
das unidades de saúde, no que diz diagnósticos, exames ou mesmo re-
respeito ao manuseio das informa- ações alérgicas no paciente.
ções de seus pacientes, e para tornar Para o autor Baraúna Junior
o acesso aos dados mais flexível e fá- (2019), de acordo com o CREMESP
cil. É uma ferramenta moderna, que (Conselho Regional de Medicina do
pretende aproximar o setor hospita- Estado de São Paulo) existem seis
lar e clínico da mudança digital. Por itens obrigatórios que devem cons-
possuir dados digitais, é fácil de in- tar em um prontuário médico. São
tegrar com outros sistemas e trans- eles:
feri-los, para que os pacientes que  Identificação do paciente;
iniciaram o tratamento em uma clí-  Anamnese - histórico de sinto-
nica ou UBS possa dar continuidade mas descritos pelo paciente no
em outra, que possam acessar seus começo da consulta;
dados mais rapidamente. Ou seja,  Exame físico;
 Hipóteses diagnósticas;
facilita o acesso do médico, da equi-
 Diagnósticos definitivos;
pe profissional e do paciente às in-
 Tratamentos efetuados.
formações (SILVA, RODRIGUES
FILHO e ALVES, 2015). Segundo Souza (2021), o pron-
De acordo com Galvão (2021), tuário eletrônico desempenha um
o Prontuário Eletrônico do Paciente papel fundamental no dia a dia dos

31
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

profissionais que trabalham na área Conforme Silva, Rodrigues Fi-


de saúde. É um sistema que facilita o lho e Alves (2015), o prontuário ele-
manuseio das informações de cada trônico oferece uma série de vanta-
paciente e evita que erros humanos gens que o papel simplesmente não
corrompam os registros. Como em pode oferecer. Em termos de custos,
qualquer sistema de gestão, o arqui- agilidade na busca de informações,
vo eletrônico aumenta a produtivi- segurança contra violações ou ação
dade da equipe. O que possibilita do tempo e armazenamento, portan-
prever um fluxo maior (e melhor) de to, o papel não traz nenhuma vanta-
pacientes. No entanto, também vale gem. É um reflexo direto da moder-
lembrar do papel financeiro desem- nização que levou a gestão de docu-
penhado pelo prontuário eletrônico. mentos para o ambiente digital. Em
É fato que instalar e treinar funcio- outras palavras, permite maior po-
nários exige investimento, mas o re- der organizacional, assim como pro-
torno sobre o investimento pode ser teção de dados, principalmente
grande. quando se trata de informações mé-
Em consonância com os auto- dicas, que muitas vezes são confi-
res Massad, Marin e Azevedo Neto denciais.
(2021), é correto afirmar que, não Os documentos originais de-
existe apenas um único setor da me- vem ser armazenados pelos médicos
dicina que possa se beneficiar da uti- e instituições de saúde, por pelo me-
lização de um sistema eletrônico nos dez anos a partir da data do úl-
para gestão dos prontuários. Todos timo registro de atendimento ao pa-
podem utilizá-lo, e essa é uma gran- ciente. Após esse período, os docu-
de vantagem. Geralmente, eles faci- mentos originais podem ser destruí-
litam o registro de documentos co- dos, desde que as informações sejam
mo: registradas em outro local. O pron-
 Resumos de alta; tuário eletrônico facilita o armaze-
 Boletins médicos; namento desses documentos, com
 Conduta terapêutica; fácil acesso e em tempo real. Isso
 Prescrições médicas; permite uma melhor organização e
 Descrições cirúrgicas; economia de papel e espaço, em hos-
 Registros anestésicos; pitais e clínicas (MASSAD, MARIN e
 Registros de observação am- AZEVEDO NETO, 2021).
bulatorial;
De acordo com Silva, Rodri-
 Fichas de atendimento ambu-
latorial e/ou em regime de ur- gues Filho e Alves (2015), as princi-
gência.

32
GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

pais vantagens do uso do prontuário terno, o que traz velocidade no


eletrônico são: atendimento e diagnóstico dos
 Redução do uso de papel - exa- pacientes. Todos os exames e
mes, prescrições, anotações, medicamentos já se encon-
tudo isso era impresso em pa- tram previamente cadastra-
pel, armazenado por anos em dos, o que proporciona uma
arquivos que, muitas vezes, prescrição rápida e eficiente
não possuíam a segurança ne- de acordo com a doença e as
cessária. Com um prontuário necessidades do usuário, com
eletrônico, os estabelecimen- poucos cliques para se alcan-
tos de saúde se livram dos cus- çar o resultado desejado.
tos (e dos riscos, claro) para  Segurança dos dados - as in-
modernizar o acesso e o arma- formações dispostas em cada
zenamento dos documentos, prontuário médico eletrônico
aumentando sua vida útil. são mais seguras, já que os er-
 Integração das informações - ros humanos são menores e o
se as informações são acessí- sistema tem mecanismos de
veis, elas podem integrar di- defesa modernos e atuais.
versas áreas e equipes. Assim,
os diagnósticos são feitos com Para a autora Galvão (2021),
base no histórico do usuário e não existe requisito mínimo para
podem levar em consideração que uma clínica, clínica ou hospital
fatores como alergias, trata- invista em um prontuário eletrô-
mentos bem-sucedidos e ne- nico. A base para a implementação é
cessidades constantes. Como
que a instalação seja informatizada e
os dados se tornam mais dinâ-
micos, a instituição consegue possua acesso à internet. Existem
ter atualizações em tempo real muitas empresas que oferecem fer-
também na sua gestão, com a ramentas de qualidade, portanto é
interoperabilidade entre os preciso avaliar o todo. Em outras pa-
sistemas disponíveis. Portan- lavras, não adianta confiar em uma
to, a organização dos dados em ferramenta limitada.
cada processo faz com que o
controle de custos e a parte Segundo Baraúna Junior
operacional seja mais efici- (2019), uma solução completa for-
ente. nece diversas funcionalidades, mas
 Facilidade do acesso aos dados também possui uma infraestrutura
do paciente - com as informa- de plataforma que assegura a segu-
ções dispostas também no rança dos dados. O software tem que
meio virtual, é possível acessá- ser intuitivo e o desenvolvedor tem
las de qualquer lugar, seja na
que fazer parte da rotina da institui-
nuvem ou em um sistema in-

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

ção, para acompanhar suas necessi- integrar a essas soluções lega-


dades. das, facilitando o trânsito de
Em consonância com o autor dados.
Souza (2021), é correto afirmar que,  Suporte eficiente - uma solu-
ção digital completa só é válida
acima de tudo, é preciso considerar
para quando a fornecedora
os seguintes pontos: dispõe de um suporte técnico
 Segurança das informações do de qualidade. É preciso que a
paciente - os dados médicos empresa apresente níveis sa-
são informações extremamen- tisfatórios de atendimento,
te sensíveis e sigilosas. Por is- mantendo-se ao lado e a par de
so, a plataforma escolhida de- todas as situações que envol-
ve oferecer uma arquitetura de vem o sistema. Assim, a reso-
segurança robusta para prote- lução de problemas é feita de
ger as informações. Essa é forma rápida, fomentando a
uma premissa obrigatória e estabilidade das operações.
que deve fazer parte das suas  Possibilidade de personaliza-
diretrizes para adoção do sis- ção - cada estabelecimento
tema eletrônico. Um exemplo conta com sua própria rotina e
é a hierarquização do acesso tarefas. Muito embora o pron-
aos dados, possibilitando que tuário siga um padrão deter-
apenas usuários autorizados minado pela CFM, é necessá-
acessem os registros, conser- rio respeitar as particularida-
vando sua privacidade. des de cada ambulatório ou
 Facilidade de uso - hoje, não é clínica. É uma funcionalidade
aceitável que profissionais que agrega produtividade, evi-
percam tempo se enrolando tando erros básicos e man-
nas arestas de uma solução di- tendo a rotina original do local
gital que não é responsiva e e da equipe.
otimizada. O sistema deve fa-  Anexo de documentos - o
cilitar o trabalho da equipe, prontuário eletrônico deve tra-
com layout intuitivo e design zer uma opção robusta de ane-
que ajude na tomada de deci- xação de documentos. Seu
são e na procura pelas funcio- upload, organização, hierar-
nalidades necessárias. quia de acesso e possibilidade
 Praticidade de integração com de download ou impressão são
outros sistemas - se o estabele- essenciais para agilizar as de-
cimento já é informatizado, mandas do dia a dia.
provavelmente possui alguns
outros sistemas rodando. O Conforme Massad, Marin e
prontuário eletrônico deve de- Azevedo Neto (2021), a moderniza-
monstrar flexibilidade para se
ção do setor de saúde é uma das

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

principais necessidades da atualida- rio Eletrônico do Paciente deve con-


de. As soluções tecnológicas fluem ter:
para o setor todos os dias. E o motivo  Módulos que facilitam a inte-
é justo, pois aumentam a precisão de ração com o usuário - em ge-
qualquer procedimento que é reali- ral, existem dois módulos do
zado. prontuário eletrônico. O pri-
meiro deles é o Módulo Con-
Mas eles são quase tão impor-
sultório Médico. Ele é utiliza-
tantes no campo administrativo, do para o atendimento ambu-
quanto no setor de saúde. Isso ocor- latorial, consultas, exames e
re porque a gestão de uma organiza- diagnósticos, em hospitais e
ção hospitalar necessita do mesmo clínicas. O outro módulo é o de
nível de tecnologia da sala de cirur- Assistência Médica e de Enfer-
gia. Portanto, é necessário criar uma magem, utilizado para inter-
nações, pois está focado no
harmonia entre as soluções para que leito.
todos os dados qualificados sejam  Subdivisão em abas - o Pron-
preservados. Sendo assim, é possí- tuário Eletrônico do Paciente é
vel, com base nas informações e hi- subdividido em abas, para or-
póteses já discutidas, desenvolver ganizar cada processo feito
rotinas de atendimento e tratamen- com o paciente. Há diversas
to mais abrangentes, para o alcance abas dentro do sistema que se-
param cada etapa do trata-
dos melhores resultados (SOUZA,
mento. Dessa forma, separa-se
2021). desde o preenchimento de da-
De acordo com Massad, Marin dos demográficos, à prescrição
e Azevedo Neto (2021), segundo as do tratamento. Por exemplo,
diretrizes e estipulações da Resolu- há uma aba de prescrição de
ção CFM Nº 1638/2002, o prontuá- medicação para o paciente,
outra de diagnóstico, outra de
rio eletrônico deve seguir uma estru-
registros clínicos e assim su-
tura uniforme que define todos os cessivamente. Essa subdivisão
documentos do mesmo modelo. é importante para organizar o
Hoje em dia, o uso da Tecnologia da histórico e o tratamento do pa-
Informação e Comunicação em Sa- ciente. E ainda facilitar o en-
úde (TICS) não são raras, e trazem tendimento de toda a equipe
consigo diversos recursos, possibili- envolvida no tratamento de
cada paciente.
dades e vantagens para o dia a dia
 Medicamentos pré-cadastra-
das instituições. dos - o sistema permite o pré-
Para os autores Silva, Rodri- cadastramento de medica-
gues Filho e Alves (2015), o Prontuá- mentos de acordo com cada

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

caso específico. Por exemplo, médicos e receitas. Esses do-


se um paciente chega à clínica cumentos são totalmente edi-
com gripe, é possível cadastrar táveis de acordo com as prefe-
tipos de medicamentos dife- rências do médico.
rentes para tratar os sintomas.  Comunicação dinâmica - o
Desta forma, pode-se fazer a PEP pode tornar o contato
busca de um medicamento e com a recepção muito mais di-
criar a prescrição com poucos nâmico, pois o médico conse-
cliques. gue visualizar o cadastro do
 Doenças catalogadas - a parte paciente no momento em que
de diagnóstico do sistema pro- ele é realizado na recepção.
porciona várias facilidades Isso otimiza o fluxo de traba-
para o médico. Esta aba traz lho dele e o processo de aten-
todas as doenças catalogadas dimento do paciente.
com base no Classificação In-  Continuidade no atendimento
ternacional de Doenças (CID). ambulatorial - no prontuário,
Esse catálogo otimiza muito a o médico faz todo o registro do
busca de patologias do paci- paciente, preenchendo infor-
ente, por exemplo. mações como tipo sanguíneo,
 Todo histórico do paciente em pressão arterial e temperatura
uma única tela - na aba de re- no momento do atendimento e
gistros clínicos, o médico é ca- outros dados importantes. Es-
paz de visualizar todo o histó- ses dados ficam guardados no
rico clínico do paciente naque- sistema e, caso o paciente
la instituição. Este é um re- volte, é muito mais simples ter
curso que pode auxiliar muito acesso às informações no
no tratamento do paciente. É prontuário eletrônico. Isso fa-
possível entender, por quais cilita na continuidade do trata-
procedimentos ele já foi sub- mento dele e auxilia no próxi-
metido e quais medicamentos mo atendimento, colaborando
foram administrados em outra para o histórico do paciente.
ocasião. Então, é possível ali-  Acesso remoto - uma das faci-
nhar um tratamento mais as- lidades do Prontuário Eletrô-
sertivo. nico do Paciente é que ele per-
 Modelos de laudo, atestado e mite o acesso remoto de qual-
receita - modelos de documen- quer lugar do mundo. Isso
tos agilizam o atendimento e pode facilitar o diagnóstico ou
podem economizar um tempo a análise de um prontuário em
precioso do médico. O sistema casos urgentes. Com isso é
é capaz de armazenar vários possível dar ao médico mais
modelos de laudo, atestados flexibilidade e facilidade no
tratamento de seus pacientes.

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

 Equipe integrada no trata- otimizando a rotina destes


mento - além do médico, a profissionais. Ressalta-se esse
equipe de enfermagem e fisio- processo na passagem de plan-
terapeuta também têm acesso tão e na organização dos medi-
ao Prontuário Eletrônico do camentos de cada paciente.
Paciente, registrando todos os  Pedidos de exames - podem
procedimentos e tipos de evo- ser agrupados por tipo, o que
lução, facilitando assim, o di- facilita a busca do médico den-
agnóstico. Todos os prestado- tro do PEP. Assim, é muito
res de serviço podem utilizar o mais simples solicitar apenas
mesmo prontuário simultane- os exames necessários para
amente. aquele paciente. O médico po-
 Alertas do paciente - quando o de agrupar os exames da ma-
paciente faz a primeira consul- neira que fizer mais sentido
ta, o médico registra no PEP, para o tratamento de cada pa-
por exemplo, suas alergias a ciente.
medicamentos ou substâncias.
Quando este mesmo paciente Segundo Galvão (2021), uma
for atendido por qualquer ou- das tendências mais importantes do
tro profissional nessa mesma Prontuário Eletrônico do Paciente
instituição e tentar prescrever
em todo o mundo é o uso multidisci-
a substância a qual ele tem
alergia, o sistema não permite. plinar, um modelo que facilita e ace-
Isso evita erros médicos e co- lera o acesso às informações médi-
labora para o melhor atendi- cas, e torna o diagnóstico mais pre-
mento do paciente. ciso, rápido e seguro. Com o uso do
 Assinatura eletrônica - os mé- Prontuário Eletrônico do Paciente
dicos, biomédicos e outros existe uma maior satisfação dos usu-
profissionais envolvidos no
ários e melhor comunicação entre
tratamento e diagnóstico do
paciente podem ter sua assina- médicos e pacientes, fator que traz
tura digital cadastrada e au- benefícios imensuráveis para a insti-
tenticada no sistema. Isso agi- tuição que se caracteriza por seu tra-
liza o processo de autenticação balho mais humanizado e seguro.
do médico, uma vez que a sua Em consonância com o autor
assinatura digital está ligada Baraúna Junior (2019), é correto
ao CRM do profissional.
afirmar que, o uso de Prontuário
 Aplicação do medicamento - a
enfermagem pode registrar no Eletrônico do Paciente também é es-
sistema a administração de sencial para conseguir a certificação
medicamentos ao paciente. HIMSS, Health Information and
Isso elimina o uso do papel, Management Systems Society, que

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

revela o nível de digitalização da


unidade de saúde. Ao eliminar a uti-
lização de prontuários físicos, o
Prontuário Eletrônico do Paciente
minimiza o risco de perda de dados,
atrasos ou erros internos que podem
prejudicar os pacientes. A sua utili-
zação, em conjunto com outras tec-
nologias, assegura melhor qualifica-
ção dos serviços médicos e proteção
dos usuários.
Conforme Souza (2021), com o
desenvolvimento contínuo do Pron-
tuário Eletrônico do Paciente, e a
consolidação das tecnologias de sa-
úde do futuro, o setor de saúde se
encontra diante de uma verdadeira
virada, com pacientes e médicos en-
trando na era do compartilhamento,
que já chegou em outros segmentos
e, finalmente, chega ao campo mé-
dico.

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GESTÃO DE CUSTOS E FATURAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

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