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Extra*Rim em corcova de dromedário: o rim em “corcova de dromedário” caracteriza-se por ser uma
alteração da forma e do contorno da face posterolateral do rim esquerdo consequente a uma
proeminência focal do parênquima renal, provavelmente devido a uma impressão do baço durante a vida
embrionária.
São variantes normais do contorno renal, causadas pela impressão esplênica no rim esquerdo
superolateral. As corcovas dromedárias são importantes porque podem mimetizar uma massa renal e,
como tal, é considerado um pseudotumor renal.
b. Defeito juncional cortical: Resulta da fusão embrionária incompleta de renúnculos.
(E) ilustra um defeito hipoecoico de forma triangular no terço superior / médio do rim chamado de fissura
inter-renuncular, que representa a linha de fusão dos pólos superior e inferior do rim fetal; isso não deve
ser confundido com uma cicatriz. Uma imagem TC coronal pós-contraste (F) demonstra que a fi gura é
contínua com a gordura do seio renal.
Hipertrofia do septo de Bertin. Imagens de TCMD axial (A), coronal (B) e sagital (C) demonstrando a hipertrofia dos septos.
Questão 02 Conhecer as principais alterações congênitas do trato urinário superior e suas
consequências:
a- Rim em ferradura
É o tipo mais comum de anomalia de fusão. Nesses casos, em sua migração para a região lombar, os
rins fundem-se por seus polos inferiores. Estes apresentam-se ligados por uma faixa de tecido mole, o
istmo, que varia de massa parenquimatosa espessa, com a mesma largura dos próprios rins, a uma faixa
de tecido fibroso. Os polos superiores raramente são envolvidos.
Nesta anomalia, o eixo longo do rim está invertido, de modo que o polo inferior situa-se mais
próximo da linha média do que o polo superior.
Os ureteres tendem a mostrar-se um tanto estirados sobre o istmo.
Obstrução parcial em 1 ou nos 2 lados não é rara, provocando dilatação das pelves renais e dos
cálices, podendo ocasionar doença inflamatória crônica, estase e formação de cálculos (tríade de
Randall).
O suprimento sanguíneo para os rins em ferradura é variável. Um vaso para cada metade é visto
em 30% dos rins em ferradura, mas vasos anômalos múltiplos são comuns; o istmo pode ser suprido por
um vaso direto da aorta ou de ramos da artéria mesentérica inferior, da artéria ilíaca comum ou da artéria
ilíaca externa. Em vista desta anatomia arterial variável, angiografia ou imagem por TC com reconstrução
vascular é muito útil quando se planeja uma cirurgia renal em rins em ferradura.
Vasos anômalos que cruzam o ureter e o curso anormal do ureter quando passa sobre a substância
renal podem também causar obstrução. Rins em ferradura têm um aumento na incidência de cálculos
renais, provavelmente como uma consequência de áreas de drenagem insuficiente.
b. Ectopia Renal
O rim ectópico resulta da falha na migração deste da cavidade pélvica para a fossa renal e
comumente está relacionado a má rotação. Observa-se leve predileção pelo lado esquerdo e 10% dos
casos podem ser bilaterais.
A ectopia cranial é usualmente intratorácica e a ectopia caudal pode ser classificada em abdominal, ilíaca
(lombar) ou pélvica (sacral), sendo esta a mais comum, além da associação com malformações genitais.
Na ectopia renal congênita, a posição mais baixa do rim é acompanhada de um ureter mais curto,
de vasos renais com origem ectópica (vasos sanguíneos próximos a ele, podendo ser irrigado por vasos
múltiplos) e algum grau de malformação do sistema coletor, que torna esta condição mais suscetível a
refluxo, infecções, litíase e quadros obstrutivos.
Na ectopia simples o rim está do mesmo lado em que se originou.
A localização pélvica, a mais comum, está associada a ausência de sua morfologia habitual,
pois o rim é frequentemente mal rotacionado e tem sua imagem superposta aos ossos da bacia,
dificultando a sua identificação
A ectopia renal cruzada se dá quando um dos rins se encontra contralateral à inserção de seu ureter na
bexiga urinária.
O rim ectópico quase sempre tem ureter mais curto, e, portanto, situação mais baixa em relação ao rim
normal, que pode exibir grau variado de ptose e de vício de rotação.
O rim normal pode manter-se separado do rim ectópico ou formar massa única com ele
Quando em fusão, 85% dos casos, pode ser identificada em diversas formas de apresentação, sendo mais
comum a fusão do polo superior do rim ectópico com o polo inferior do outro
Refere-se a um ureter anormal por apresentar dilatação e eventual tortuosidade. Associa-se a essa
condição algum fator obstrutivo funcional ou mecânico ao fluxo de urina. Conceitualmente, pode se dizer
que ureteres com calibre de 7 mm ou mais são considerados dilatados. Megaureter pode ser primário,
relacionado a alterações congênitas do próprio ureter, ou secundário, relacionado a anormalidades
obstrutivas da bexiga ou da uretra.
Diagnóstico: Quando há diagnóstico antenatal de dilatação do trato urinário, deve-se realizar US de
controle no segundo ou no terceiro dia de vida. Se for normal, repete-se após um mês. Contudo, caso haja
evidências de dilatação em qualquer um dos exames, recomenda-se a prescrição de antibióticos
profiláticos, realiza-se uretrocistografia miccional (UCM) e estudo dinâmico com radioisótopos (DTPA)
após um mês de vida. Quando o diagnóstico não foi antenatal, o megaureter pode se manifestar com
episódios de infecção urinária, dor abdominal, hematúria, litíase urinária, massas abdominais palpáveis
ou, em situações mais severas, com uremia. US serve para iniciar a investigação, mas também deve
obrigatoriamente ser complementada com UCM e estudo cintilográfico renal.
A maior parte das anomalias da pelve renal e do ureter apresenta-se como duplicidade do sistema
coletor, causa comum de assimetria de dimensões entre os rins durante a infância. Esta duplicação pode
ser completa ou incompleta, com a forma unilateral mais comum que a bilateral, e frequentemente está
associada a várias complicações. O rim com duplo sistema coletor tem maior tamanho, sobretudo em seu
eixo longitudinal, e maior volume do parênquima (complicação). Na duplicidade incompleta há dois
sistemas coletores e dois ureteres que se fundem, em qualquer nível, entre o rim e a bexiga (normalmente
entre no terço inferior do trajeto), para originar um ureter único que desemboca normalmente na base
vesical. Enquanto na duplicidade completa há dois sistemas coletores para um único rim e dois ureteres
de um mesmo lado, que desembocam em orifícios separados.
Complicações:
Refluxo vesicoureteral;
Complicações da duplicação completa incluem infecções, refluxo vesicoureteral e obstrução da junção
ureteropélvica