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ATIVIDADE

Hiperplasia
prostática
benigna (HPB)
PATOGÊNESE
∙ O componente glandular é sensível aos efeitos hormonais do eixo hipotálamo-hipófise-gônada. Desta
forma, a glândula será sensível aos efeitos da testosterona, e, principalmente o DHT, um subproduto
resultante da ação da 5-alfaredutase, com capacidade de formar complexos mais estáveis com os receptores
androgênicos na próstata. Há, consequente, intenso efeito trófico com estímulo mantido à divisão celular.
∙ O componente estromal apresenta muitos receptores alfa-adrenérgicos modulados pelo sistema autônomo
simpático. Esses receptores estarão em ainda maior quantidade nas fibras musculares hipertrofiadas. Há
consequente contração muscular com oclusão da uretra prostática e colo vesical. Proliferação de células do
epitélio e do estroma = adenoma.
∙ Crescimento volumétrico que literalmente, exerce efeito de massa, diminuindo calibre da uretra prostática,
dificultando esvaziamento vesical mais essas alterações que ocorrem na próstata produz efeitos na bexiga,
que pode se tornar hiperativa pelo esforço mantido de esvaziamento, ou hipoativa, por fadiga muscular.
Etiologia
∙ A etiologia da hiperplasia prostática benigna (HPB) é multifatorial e envolve
hiperplasia de músculo liso, aumento da próstata e disfunção vesical, bem como
estímulos do sistema nervoso central.
Os sintomas são divididos em três grupos:

∙ Sintomas de Armazenamento: aumento da frequência urinária


(polaciúria), noctúria (micção noturna), urgência/incontinência
urinária e enurese (vazamento involuntário) noturna.
∙ Sintomas de Esvaziamento: jato fraco, bífido ou intermitente,
hesitação, esforço miccional e gotejamento terminal.
∙ Sintomas Pós-miccionais: tenesmo vesical (sensação de esvaziamento
incompleto) e gotejamento pós-miccional.
SINTOMAS
SINTOMAS
Diagnóstico
Como realizar o diagnóstico de HPB
Avaliação inicial
∙ História clínica direcionada com o objetivo de identificar outras causas potencias
dos sintomas, ou comorbidades que possam complicar o tratamento.
∙ Exame físico que inclua toque retal e exame neurológico focal.
∙ Exame de urina para investigar microhematúria, infecção urinária e glicosúria.
∙ Avaliação do PSA deve ser oferecida a pacientes com pelo menos 10 anos de
expectativa de vida, nos quais a presença de câncer de próstata possa mudar a
conduta ou impacte o manejo das queixas miccionais
Exame digital da próstata (EDP) / Toque Retal:

∙ Realizado em homens com suspeita de HPB para avaliar o tamanho da próstata e a


presença de sinais de neoplasia (nódulo, endurecimento ou assimetria). A próstata é
percebida como uma saliência no assoalho do reto. Estima-se o peso prostático
através da palpação, sendo que uma calota palpável com 3 cm equivale a uma
próstata de aproximadamente 30 g. Também, nesse momento, avalia-se a contração
e a sensibilidade do esfíncter anal, o reflexo bulbo-cavernoso, e a parede retal.
∙ Próstata homogênea, sem nódulos ou áreas endurecidas não exclui a possibilidade
de HPB ou neoplasia.
PSA total sérico
∙ PSA total sérico: algumas instituições indicam quando a pessoa apresenta
expectativa de vida superior a 10 anos ou quando o diagnóstico do câncer pode
alterar o manejo dos sintomas. Deve-se conversar com o paciente sobre potenciais
benefícios e riscos na realização do exame, como resultados falsos positivos e/ou
complicações consequentes à possibilidade de biópsia após resultado do PSA.
∙ Homens saudáveis abaixo dos 65 anos costumam apresentar valores de PSA total
inferiores a 2,5 ng/ml. Acima dos 65 anos, esta taxa fica em torno de 4,0 ng/ml.
Valores de PSA alterados devem ser analisados por um médico urologista.
Função renal
∙ Função renal (Creatinina/Taxa de filtração glomerular): recomendada para pacientes
com história clínica sugestiva de doença renal, retenção urinária, hidronefrose, e/ou
candidatos a tratamento cirúrgico.
Ecografia das Vias Urinárias
Não é obrigatória na avaliação inicial. Recomendada em paciente com função renal
reduzida ou infecção urinária. Mostra o tamanho da próstata, lesão em trato urinário
superior (hidronefrose) ou lesão em trato urinário inferior (protrusão prostática
intravesical (lobo mediano) e espessamento da parede vesical (trabeculação vesical).
RNM
∙ O estudo permite não somente a localização e avaliação anatômica e de nódulos
suspeitos, mas também avalia invasão local e o comprometimento de estruturas
regionais e a distância, abrangendo as principais cadeias linfonodais e permitindo o
estadiamento local de forma mais eficaz do que outros métodos até o momento.
Recomendações de tratamento
∙ Watchful waiting (Espera vigilante)
• Indicado em pacientes com sintomatologia leve ou que não estejam incomodados,
nos quais a percepção geral de saúde não seja comprometida pela dinâmica de
funcionamento do trato urinário.
Referências
bibliográficas
Wein AJ, et al. Campbell Walsh Urologia. Rio de Janeiro: Elsevier. 2019.

Bellucci CHS, et al. Urologia MEDCEL. São Paulo: Medcel. 2019

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