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caso clínico

Próstata e tireoide

Med4 UC10 – 2 ENCONTRO


Paciente de 68 anos de idade, sexo masculino, portador de obesidade mórbida (IMC -
índice de massa corporal igual a 38 Kg/m2), hipertensão arterial sistêmica moderada, diabetes melitus
leve e apnéia do sono, tabagista, apresentou durante a realização de exames complementares pré-
operatórios para a colocação de balão intragástrico: 1) PSA (antígeno prostático específico) igual a
7,0ng/ml, e 2) alterações compatíveis com isquemia miocárdica no eletrocardiograma de esforço,
sendo encaminhado aos serviços de Urologia e Cardiologia, respectivamente.

O paciente não apresentava nenhuma queixa prostática e, no exame físico, o toque retal
identificou um endurecimento do lobo prostático esquerdo, cuja biópsia trans-retal guiada por
ultrasonografia revelou a presença de adenocarcinoma moderadamente diferenciado (escore de
Gleason: 4 + 3) em 4 de 12 fragmentos de biópsia. Cintilografia óssea e raios-X de tórax não
demonstraram metástases ósseas e pulmonares, respectivamente. Tomografia pélvica não
evidenciou invasão de estruturas adjacentes. O estadiamento final pré-operatório foi de um câncer de
próstata T2N0M0.

Foi submetido a cateterismo cardíaco que evidenciou estenose aterosclerótica de artéria


circunflexa necessitando de colocação de stent coronariano.

Decorrido o período de quatro semanas após o procedimento hemodinâmico e após a


suspensão do anticoagulante, o paciente foi submetido a prostatectomia radical videolaparoscópica
(Figuras 1 a 3). O tempo cirúrgico total foi de 210 minutos, com um sangramento estimado de 250ml.
Não houve necessidade de cuidados de terapia intensiva no pós-operatório imediato. A dieta foi
instituída já no primeiro dia de pós-operatório e a alta hospitalar se procedeu no terceiro dia após a
cirurgia. O paciente permaneceu com sondagem vesical (catéter de Foley 22Fr) durante 7 dias. O
exame anatomopatológico confirmou a presença de um adenocarcinoma de próstata Gleason 7
(4+3), comprometendo a cápsula bilateralmente junto à base prostática, com infiltração perineural.
Estádio pT2bN0M0.

Dois meses após o procedimento cirúrgico, o paciente encontra-se com PSA < 0,01ng/ml,
completamente continente e com função sexual inalterada. Antes de realizar a cirurgia o paciente
fazia uso de injeção intracavernosa e mantém este tipo de tratamento, sem déficit na função sexual.
Além disso, ele retornou ao protocolo de tratamento de obesidade mórbida.

Figura 2 - Posicionamento dos Figura 3 - Peça cirúrgica.


trocars.
1. Quais estruturas compões os órgãos genitais masculinos?

Os órgãos do sistema genital masculino são os testículos (gônadas masculinas), um sistema


de ductos (ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra), as glândulas sexuais acessórias
(próstata, glândula bulbouretral e vesículas seminais) e diversas estruturas de suporte,
incluindo o escroto e o pênis

2. Descreva as características anatômicas dos órgãos genitais masculinos seus trajetos,


irrigação e drenagem venosa.

3. Descreva os lobos da próstata e suas características.

Lobo anterior (ou istmo): compreende aproximadamente uma porção da ZT.


Lobo posterior: compreende quase que toda a ZP.
Lobos laterais: abrange todas as zonas.
Lobo mediano (ou lobo médio): compreende cerca de uma porção da ZC.
 Zona periférica (ZP): corresponde a aproximadamente 70% da próstata normal em indivíduos
jovens. É nesta região que se iniciam 70% dos cânceres de próstata.
 Zona central (ZC): corresponde a aproximadamente 25% da próstata normal,
compreendendo os ductos ejaculatórios. As neoplasias nessa região somam cerca de 25%
da totalidade dos cânceres de próstata.
 Zona transicional (ZT): esta região compreende em torno de 5% do volume prostático. Esta
região quase nunca está relacionada com câncer de próstata.
 Zona fibro-muscular anterior (ou estroma): esta zona corresponde a cerca de 5% da
totalidade da próstata e normalmente não possuiu elementos glandulares, sendo formada
apenas por músculo e tecido fibroso.
4. Descreva a inervação dos órgãos genitais masculinos.

O pênis é suprido por ramos da artéria pudenda interna, enquanto o sangue venoso
é conduzido pela veia pudenda externa superficial. A inervação do pênis é
oferecida por três nervos principais:

 Nervo pudendo - fornece informações sensoriais e simpáticas


 Nervos esplâncnicos pélvicos - fornecem inervação parassimpática envolvida na
função erétil através do plexo prostático
 Nervo Ilioinguinal - inerva a pele da raiz peniana
5. Descreva a topografia e características anatômicas da glândula tireoide.

A glândula tireoide tem um formato de borboleta e, por ser altamente vascularizada, uma
coloração vermelho-acastanhada. É uma glândula endócrina localizada no centro da região
cervical anterior. Em circunstâncias normais, estende-se entre os níveis da quinta vértebra
cervical (C5) e da primeira vértebra torácica (T1), e pesa, aproximadamente, 15 a 25 gramas,
sendo considerada, portanto, a maior glândula endócrina do organismo

6. Descreva a vascularização, drenagem venosa e linfática da glândula tireoide e


paratireoide.

A artéria tireóidea superior (ramo da artéria carótida externa) e a artéria tireóidea inferior
(proveniente do tronco tireocervical da artéria subclávia) trazem sangue oxigenado e rico em
nutrientes à glândula. De forma inconstante, também pode existir uma artéria tireóidea ima,
que se origina diretamente do tronco braquiocefálico e também irriga a glândula.

As veias tributárias da tireoide se unem para formar as veias tireóideas superior, média e
inferior. A veia tireóidea superior surge na região superior da glândula e segue
acompanhando a artéria de mesmo nome. Ela passa pela bainha carotídea e, em seguida,
drena para a veia jugular interna. A veia tireóidea média surge do aspecto lateral da glândula,
carregando sangue desoxigenado da parte inferior da glândula, e também drena para a veia
jugular interna.

O plexo linfático que surge na glândula tireoide se comunica com o plexo linfático traqueal.
Ambos drenam para os linfonodos pré-laríngeos, localizados abaixo do istmo da glândula. Há
uma drenagem adicional para os linfonodos paratraqueais e pré-traqueais.

7. Descreva a inervação da glândula tireoide.

A inervação da tireoide é derivada dos gânglios simpáticos cervicais superiores, médios e


inferiores. Estes que atingem a glândula tireoide pelo plexo cardíaco e periarteriais tireóideos
superior e inferior e seguem o trajeto das artérias tireóideas. Qual papel dessas fibras
nervosas? Elas são vasomotoras, ou seja, causam constrição dos vasos sanguíneos.

8. Descreva a topografia e característica anatômicas das glândulas paratireioide.

As paratireoides são formadas por um conjunto de quatro pequenas glândulas do corpo


humano que medem aproximadamente 6 mm x 4 mm x 2 mm. Com coloração amarelada,
seu peso é de cerca de 40 mg.

Cada paratireoide é revestida por uma espécie de cápsula de tecido conjuntivo, que trazem
como função sustentar os grupos de células secretoras.

9. Descreva a vascularização, drenagem venosa e linfática da glândula paratireoide.

A irrigação sanguínea das paratiroides é feita sobretudo pelas artérias tiroideias inferiores,
pela sua proximidade; no entanto, podem também receber irrigação das artérias tiroideias
superiores, ou ainda das artérias tiroideia ima, laríngeas, traqueais ou esofágicas. A
drenagem venosa faz-se para o plexo tiroideu. A drenagem linfática é feita para os gânglios
cervicais profundos e para os paratraqueais.

Vascularização artéria tireóidea superior, artéria tireóidea inferior,

Drenagem venosa: veia tireóidea superior, veia tireóidea média, veia tireóidea inferior

10. Descreva a inervação da glândula paratireoide.

Inervação: gânglio cervical médio, gânglio cervical inferior

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