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1. Epidemiologia............................................................... 3
2. Revisão de anatomia................................................. 3
3. Fatores de risco........................................................... 5
4. Etiologia ......................................................................... 7
5. Manifestações clínicas.............................................. 7
6. Detecção precoce versus rastreamento............ 9
7. Como realizar a detecção precoce.....................10
8. Diagnóstico.................................................................13
9. Estadiamento.............................................................14
10. Estratificação de risco...........................................19
11. Exames adicionais.................................................20
12. Abordagem geral...................................................20
13. Tratamento...............................................................24
14. Tratamento direcionado.......................................29
Referências bibliográficas .........................................33
CÂNCER DE PRÓSTATA 3
Uretra prostática
Figura 2. DISPONÍVEIS
EM: Voll, 2014 e http://
www2.ebserh.gov.br/docu- A- Zona central
ments/1322127/4918693/ B- Zona
Cintilografia+%C3%93s-
fibromuscular
sea+-+Ca+de+pr%-
C3%B3stata..pdf/ C- Zona de transição
abba9bc4-0b60-4923-b- Ducto D- Zona periférica
896-e23242c7c97d ejaculatório
E- Região de glândula periuretral
CÂNCER DE PRÓSTATA 5
Figura 3. DISPONÍVEIS EM: Moore, Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 4ed e https://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842009000300012
MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS
SAIBA MAIS!
CARACTERÍSTiCAS DE UM
RASTREAMENTO ADEQUADO
PSA SÉRICO
RISCO DE CAP
RISCO DE CAP não teriam se tornado clinicamen-
(NG/ML) GLEASON > 7 te evidentes durante a vida do
0 – 0,5 7% 0,8% paciente. O teste de PSA não vai,
0,6 – 1 10% 1,0%
por si só, distinguir entre tumores
1,1 – 2 17% 2,0%
agressivos que estejam em fase
2,1 – 3 24% 4,6%
inicial (e que se desenvolverão ra-
3,1 – 4 27% 67%
pidamente) e aqueles que não são
agressivos.
O teste de PSA pode identificar o
câncer de próstata localizado. Porém SE LIGA! Acredita-se que a partir de 75
existem limitações que dificultam a anos os pacientes não devem ser sub-
sua utilização como marcador des- metidos a detecção precoce, já que não
se beneficiarão das intervenções. O exa-
se câncer. Suas principais limitações me de toque retal adiciona sensibilidade
são: ao uso do PSA e deve ser oferecido aos
pacientes acima de 40 anos. A biópsia
• O PSA ser tecido-específico, mas transretal da próstata será solicita com
não tumor-específico; assim, con- base no valor do PSA, alterações nodu-
dições como aumento benigno da lares de endurecimento no exame do to-
que retal ou alterações em ambos.
próstata, prostatite e infecções do
trato urinário inferior podem elevar
o nível de PSA. Cerca de 2/3 dos Outros métodos também são utiliza-
homens com PSA elevado NÃO dos para aumentar o valor preditivo
apresentam câncer de próstata na investigação:
detectado em biópsia.
• Até 20% de todos os homens com Relação PSA livre/total
câncer de próstata clinicamente
significativo têm PSA normal; Tem sido útil na diferenciação entre
câncer de próstata e hiperplasia pros-
• O valor preditivo positivo desse tática benigna. Caso está relação es-
teste está em torno de 33%, o que teja acima de 25%, o risco de câncer
significa que 67% dos homens na biópsia é de apenas 8%, porém se
com PSA positivo serão submeti- a relação estiver abaixo de 10% o ris-
dos desnecessariamente à biópsia co poderá chegar em até 56%, espe-
para confirmação do diagnóstico; cialmente em homens com PSA entre
• O teste de PSA leva à identifica- 4 e 10 ng/ml.
ção de cânceres de próstata que
CÂNCER DE PRÓSTATA 13
SAIBA MAIS!
Pacientes com crescimento prostático benigno podem possuir um PSA total grande o sufi-
ciente para diluir o valor do PSA livre, dificultando o diagnóstico de câncer de próstata. Por-
tanto, pacientes com PSA acima de 10 ng/ml, não se deve levar em consideração a relação
PSA livre/total.
Estadiamento clínico T
Esse estadiamento fornece a base para decisões iniciais sobre ex-
tensão das opções de avaliação e tratamento. É classificado em:
Estadiamento patológico T
É uma avaliação mais precisa da extensão da doença em pacien-
tes submetidos a prostatectomia radical. É classificado em:
Estadiamento N Estadiamento M
Determinação do acometimento lin- Determinação de metástases à dis-
fonodal. Classificado em três tipos: tância. Classificado em:
Tumor Próstata
Próstat
a
GRAU 4 GRAU 5
SAIBA MAIS!
O sistema NCNN é outra forma de categorizar todos esses homens com base nas infor-
mações obtidas como exame de toque retal, PSA, grupo histológico, número e extensão do
envolvimento do câncer no núcleo das biópsias. Essa categorização foi definida pela National
Comprehensive Cancer Network (NCNN). Esse é um sistema importante para a definição de
uma abordagem para cada paciente. Apresenta 6 categorias de grupos de risco: muito baixo,
baixo, intermediário favorável, intermediário desfavorável, alto e muito alto.
SAIBA MAIS!
As biópsias de linfonodos sentinelas não são indicadas devido à alta variabilidade na drena-
gem linfática primária da próstata.
PET/TC é outro método que pode ser tipo de metástase é indicada para
utilizado para avaliação de linfono- doenças de risco intermediário, alto
dos, em conjunto com radionuclídeos e muito alto e para qualquer paciente
mais novos e mais sensíveis. A fluo- com sintomas sugestivos de metás-
rodeoxiglucose (FDG) é o radiotraça- tases ósseas. A varredura óssea por
dor usual para PET, sendo excretado radionuclídeos é o exame para ava-
pelo rim. Entretanto, seu acumulo na liação inicial.
bexiga impede a visualização do lei-
to prostático e pelve. Radiotraçado-
res como fluciclovina (F-18) e colina Teste de linha germinativa
(F-18/C-11) podem ser melhores Homens com risco muito baixo, baixo
para uso em câncer de próstata, em- e intermediário, com história familiar
bora a sensibilidade varie de acordo positiva para uma síndrome de pre-
com o nível de PSA. Para avaliação disposição ao câncer hereditário ou
dos linfonodos pélvicos, o uso de flu- se o tumor da próstata mostrar his-
ciclovina apresenta alta especificida- tologia intraductal, o teste de linha
de, mas baixa sensibilidade para de- germinativa pode ser realizado. A
tecção de metástases linfonodais em histologia intraductal é enriquecida
câncer de próstata. para mutações nos genes de reparo
do DNA de recombinação homóloga
(por exemplo o BRCA2). Os resulta-
Avaliação de metástases à
dos genéticos podem influenciar o
distância
tratamento de homens com câncer
Metástases ósseas são as mais co- de próstata em estágio inicial.
muns, porém uma busca por esse
CÂNCER DE PRÓSTATA 23
SAIBA MAIS!
Mutações nas linhas germinativas em BRCA1, BRCA2, ATM e CHEK2 têm sido associadas
ao câncer de próstata letal;
Homens com mutações BRCA ou ATM apresentam maior risco de reclassificação de grau
entre homens submetidos à vigilância ativa.
ABORDAGEM
GERAL
+
PI-RADS
junto com a próstata. O maior risco guiada por imagem (IGRT) é o padrão
desse procedimento é que os ner- ouro de terapia de radiação com fei-
vos cavernosos passam pelas pontas xes externos (EBRT). A radioterapia
das vesículas seminais e uma dissec- por feixe externo com arco volumé-
ção indiscriminada pode levar a uma trico (VMAT) possui como vantagem
disfunção erétil. Assim, em casos de acima do IMRT o menor tempo de
baixo risco de envolvimento das ve- tratamento, geralmente de 2 a 3 mi-
sículas seminais, pode-se realizar a nutos. A radioterapia quando combi-
dissecção da estrutura com preserva- nada com a terapia de privação an-
ção das pontas. Quanto a técnica de drogênica mostrou uma superioridade
anastomose vesicouretral, após a re- quando comparada com a RT isolada.
moção da próstata, o colo da bexiga é Para riscos intermediários é ideal uma
anastomosado na uretra membrano- curta duração de cerca de 6 meses,
sa. O objetivo é criar uma anastomo- enquanto uma longa de cerca de 3
se precisamente alinhada, estanque, anos é necessária para pacientes de
livre de tensão e livre de estenoses alto risco.
que preserve a integridade do meca- A braquiterapia de baixa dose é uma
nismo do esfíncter intrínseco. Duran- radioterapia que utiliza sementes
te a PR, rotineiramente coloca-se um radioativas permanentemente im-
cateter urinário por, cerca de, 1 sema- plantadas na próstata e as doses de
na de pós-operatório, a fim de permi- radiação são administradas duran-
tir o repouso da bexiga e a drenagem te semanas e meses. Há também a
da urina enquanto a anastomose ve- braquiterapia de alta dose, em que
sico-uretral se estabelece. são introduzidas temporariamente na
próstata e são administradas doses
Radioterapia (RT) de radiações em minutos. A braquite-
rapia pode ser realizada em monote-
A radioterapia com intensidade modu- rapia em pacientes de baixo e médio
lada (IMRT), com ou sem radioterapia risco de forma isolada.
CÂNCER DE PRÓSTATA 27
TRATAMENTO
Curativa Paliativa
Dissecção de linfonodos? *
RADIOTERAPIA (RT)
Braquiterapia
se submeter a ADT, utilizar dose es- EBRT deve ser utilizado em pacien-
calonada de EBRT ou combinação tes com doença localizada de alto
com braquiterapia. Outras opções te- risco em combinação com terapia
rapêuticas como terapia ablativa da de privação androgênica de longo
glândula inteira por meio crioterapia prazo 2 a 3 anos. Uma outra opção
ou ultrassom focalizada de alta in- radioterápica com evidência mais fra-
tensidade, quando em um cenário de ca é a utilização de EBRT com bra-
estudo bem projetado também pode quiterapia (em dose alta ou baixa) em
ser utilizadas. Não oferecer ADT em combinação com ADT de longo prazo
monoterapia para homens assinto- (2 a 3 anos). Opções fora da cirurgia e
máticos de risco intermediário que da radioterapia não devem ser ofere-
não possam receber tratamento local. cidas a esses pacientes de alto risco.
TRATAMENTO
DIRECIONADO
1. Prostatectomia radical +
1. Vigilância ativa + rebiópsias 1. Vigilância ativa + rebiópsias
dissecção linfonodal
ISUP grau 1, T1c ou ISUP grau 2 com < 2. EBRT com ADT
T2a clínico e PSA < 10 ng/ml 10% de células com de longo prazo
(*ISUP grau 2 favorável) padrão Gleason 4
Opções fora da
cirurgia e radioterapia não
2. Prostatectomia radical 2. Prostatectomia radical
devem ser oferecidas
Dissecção de linfonodos
quando risco > 5%
3. Braquiterapia
em altas doses
Hemato-
Idade Etnia Hematúria TNM
espermia
Disfunção
História familiar Fraqueza Tumor Linfonodos
erétil
PSA sérico
ETIOLOGIA
Grau histológico
95% adenocarcinoma multifocal
Escore de
5% sarcoma, linfoma, ISUP
Gleason
carcinoma urotelial
ANATOMIA
ESTRATIFICAÇÃO
DETECCÃO PRECOCE DE RISCO
2/3
2/3 glandular
fibromuscular
BAIXO
Fatores de risco
Zona muscular
ZC, ZP
anterior
Exame PSA < 10 + ISUP 1 + T1-T2a
PSA
de toque
Neoplasias HPB
INTERMEDIÁRIO
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO PSA 10-20 OU
ISUP 2-3 OU T2b
Biópsia
Prostatectomia
Vigilância ativa
radical ALTO
Radioterapia
PSA > 20 OU ISUP 4-5 OU T2c
CÂNCER DE PRÓSTATA 33
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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Diretrizes
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