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Acta Urológica 2006, 23; 2: 77-83 77

Medicina Familiar

Diagnóstico Precoce
do Carcinoma da Próstata
José Palma dos Reis*, José Ferraz*, João Varela*, António Romão**

* Consultor de Urologia ** Interno do I C de Urologia


Correspondência:
jpreis.apurologia
@gmail.com Serviço de Urologia – Hospital de Pulido Valente
Director: Tomé Lopes

Introdução. Outro factor de certa forma desconcertante rela-


As características muito peculiares tivamente ao cancro da próstata é o facto de o mesmo
registar prevalências histológicas, incidentais, extraordi-
do Carcinoma da Próstata nariamente superiores à verdadeira incidência clínica da
doença. Assim, em estudos efectuados em autópsias de
O Carcinoma da Próstata é um dos principais pro- doentes falecidos de toda e qualquer causa, registaram-
blemas médicos da população masculina Europeia. Esti- -se fenomenais incidências, de aumento exponencial
ma-se uma incidência em toda a Europa de 2,6 milhões com a idade: sendo relativamente infrequente abaixo
de novos casos por ano. O carcinoma da próstata repre- dos 50 anos, regista uma prevalência já substancial de
senta 11% de todos os carcinomas, no sexo masculino e
1
29% dos 50 aos 60 anos, aumentando progressiva-
contribui com 9% das mortes por cancro na União mente de década para década de tal forma que atinge
Europeia.
2
valores de 40% nos septagenários e de uns assombros
7 8
A incidência geográfica deste carcinoma é extraordi- 67% nos octagenários. Interessantemente estas pre-
nariamente variável, sendo muito frequente nos Estados valências histológicas são relativamente uniformes tanto
Unidos da América (com particular destaque nos Afro- entre etnias como relativamente aos locais geográficos
9 10
-Americanos) e comparativamente bastante raro no de residência, absolutamente ao contrário do que
oriente (Japão e China).
34
acontece com a incidência clínica. Assim, parece existir
A nível Europeu também existem assimetrias mar- um carcinoma da próstata “latente”, muito frequente e
cadas, sendo mais frequente nos países nórdicos. Por variando de uma forma exponencial com a idade, inde-
exemplo, na Suécia constitui o tumor maligno mais pendentemente de outros factores.
frequente no sexo masculino, tendo contribuído em Diversos factores ambientais tem sido citados para
31,5% para todos os novos casos de cancro registados justificar as marcadas diferenças de incidência a nível
11
em 1999.
5
clínico: as dietas com altos teores de gordura animal,
É hoje bastante seguro afirmar que estas diferentes deficiência de aporte de alguns oligoelementos como
12
incidências estão sobretudo relacionadas com factores selénio, vitamina E ou isoflavonoides ou mesmo a falta
13
ambientais. Foi, por exemplo, descrito que população da protecção conferida pela exposição solar. Postula-se
japonesa (onde o carcinoma da próstata é relativamente então que estes factores de risco seriam de alguma
raro) deslocada para o Havai regista um aumento do forma responsáveis pela passagem deste estado “la-
risco de carcinoma da próstata, que será ainda maior se tente” a um estado de agressividade clínica, transfor-
esta deslocação se fizer para os Estados Unidos da mando um carcinoma da próstata “incidental” num
América continentais, aproximando-se rapidamente do carcinoma da próstata “clinicamente significati-
risco dos americanos nativos.
6
vo”.
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Por outro lado, apesar de todos os progressos, ape- A única forma de avaliar o real impacto dos pro-
nas 55% dos tumores da próstata quando são diagnos- gramas de rastreio do carcinoma da próstata é através
14
ticados se encontram clinicamente localizados. Ainda de estudos prospectivos aleatorizados de larga escala.
mais preocupante é o facto de, mesmo em séries recen- Existem alguns destes estudos em curso como o estudo
tes, se registar uma taxa de 30 a 45% de doentes inicial- “PLCO” (Prostate, Lung, Colorectal and Ovary) nos
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mente classificados como clinicamente localizados e em Estados Unidos cujos resultados deverão muito breve-
que, após exame histológico, se verifica a existência de mente começar a ser divulgados e o “ERSPC” (Euro-
15 16
extensão extra-capsular da doença. pean Randomized Screening for Prostate Cancer) a nível
Europeu, cujos primeiros resultados se esperam em
20
2008.
Programas de rastreio: Sim ou Não?
Como atrás exposto, o Carcinoma da Próstata tem
diversas características peculiares que tornam particu- Métodos de Diagnóstico
larmente difícil a apreciação da verdadeira repercussão
de um programa de rastreio. A detecção do carcinoma da próstata assenta pri-
Como é sabido, os critérios de utilidade de rastreio mariamente na realização da palpação trans-rectal da
para uma determinada patologia ou condição estão defi- próstata (toque rectal) e no doseamento sérico dos
nidos por estruturas como a Organização Mundial de níveis de PSA (“Prostatic Specific Antigen” – Antigénio
Saúde. Entre outros, a doença deve constituir um pro- Específico da Próstata).
blema de saúde importante, deve existir um tratamento
eficaz disponível e a doença latente deve poder ser iden- Toque Rectal
tificada por um método de rastreio eficaz e aceitável Embora, efectivamente, o PSA detecte mais tumo-
para os doentes. Igualmente, o tratamento deve ter um res e de uma forma mais precoce que o toque rectal
impacto favorável no prognóstico e o rastreio deve ter isoladamente, é consensual na maioria das “guidelines”
17
custos financeiros favoráveis. internacionais que o uso do PSA em combinação com o
Ora, sendo indiscutível que o carcinoma da próstata toque rectal constitui o método mais sensível no diag-
21
constitui um problema de saúde importante, ainda hoje nóstico precoce do carcinoma da próstata.
é motivo de controvérsia o real efeito a longo prazo na O toque rectal é um exame de fácil execução e im-
mortalidade específica por carcinoma da próstata dos plicando um desconforto mínimo para o doente. Este
diferentes métodos de tratamento. No entanto os da- exame permite uma avaliação bastante razoável do
dos mais recentes parecem apontar para uma efectiva tamanho, configuração e consistência da próstata. Uma
melhoria da sobrevida, pelo menos no que diz respeito à vez que a grande maioria dos tumores da próstata tem
18
prostatectomia radical. O seu diagnóstico obriga à rea- a sua origem na zona periférica da glândula, que é jus-
lização de exames nem sempre confortáveis e não isen- tamente a zona que está mais próxima da parede do
tos de complicações, como é o caso da biópsia pros- recto, é possível por este método detectar, num grande
tática. número de casos, tumores em fase relativamente pre-
Por outro lado, conforme já referido acima, existe coce.
uma prevalência histológica “incidental”, muito mais É importante lembrar que podem existir tumores,
elevada que a incidência clínica da doença pelo que um nomeadamente os mais indiferenciados e portanto mais
programa excessivamente agressivo de rastreio poderia agressivos, a apresentar-se com valores de PSA dentro
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levar à inclusão de muitos destes casos em que não dos valores considerados normais que podem, na gran-
existiria carcinoma “clinicamente significativo”, o que de maioria dos casos, ser facilmente detectados pelo
levaria a um tratamento “excessivo” de um grande nú- toque rectal,.
mero de doentes. No extremo oposto e portanto apon- Além disso, ao permitir ter uma ideia global sobre a
tando para eventuais critérios ainda mais estritos para a glândula, o toque rectal permite uma melhor interpre-
realização de biópsia prostática é de considerar o facto já tação de exames subsequentes, como o doseamento do
acima referido de um número ainda muito elevado de PSA, nomeadamente pela detecção de hipertrofias mui-
doentes continuar a ser diagnosticado já em fase de to volumosas ou por achados sugestivos de patologia
doença não localizada, mesmo apesar dos métodos de inflamatória da próstata, factores que poderão justificar
detecção precoce já presentemente disponíveis. uma elevação deste marcador.
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Doseamento do PSA tipicamente de doentes normalmente mais idosos e


O Antigénio Específico da Próstata, purificado e com próstatas mais volumosas, excluindo as alterações
sintetizado pela primeira vez por Wang e colaboradores particulares já citadas anteriormente.
23
em 1979, é uma glicoproteína, produzida primaria- Se tivermos em consideração as percentagens com
mente pelas células secretórias da próstata e pelo que o mesmo volume de carcinoma e de HBP contri-
revestimento epitelial das glândulas periuretrais. buem para a elevação do PSA acima citadas, poderemos
Trata-se portanto de um marcador biológico alta- considerar, de uma forma muito simplista que numa
mente específico de órgão, o que não quer dizer que determinada franja de valores do PSA (habitualmente
seja específico de carcinoma da próstata. Com efei- designada como “zona cinzenta”) será muito difícil dis-
to ele é segregado em pequenas quantidades quer pelas tinguir entre um “pequeno carcinoma” e uma “grande
células prostáticas normais acima referidas, tanto numa HBP”, especialmente se tivermos em consideração que
situação de normalidade como em situação de hiper- estas duas situações podem perfeitamente coexistir.
plasia (HBP). O que está comprovado é que o con- Foi a necessidade de aumentar esta baixa sensi-
tributo para o doseamento plasmático de PSA é, por mL bilidade e especificidade do PSA para o diagnóstico do
de tecido, cerca de 10 vezes superior no carcinoma da carcinoma da próstata, especialmente na já referida
próstata (3.5 ng/mL) do que no tecido de HBP (0.3 “zona cinzenta” (de 4 a 10, ou talvez mais propriamente
ng/mL).
24
de 2 a 20) que foram desenvolvidos os chamados “refi-
Assim, verifica-se que as 3 patologias mais frequen- namentos do PSA”:
tes da próstata - HBP, Carcinoma da Próstata e Pros- PSA ajustado à idade: Um dos maiores problemas
tatite - podem provocar uma elevação dos valores do de considerar um valor estático de “normalidade” do
PSA. Para além destas situações, algumas manobras PSA (usualmente 4 ng/mL) é que, por um lado, poderá
como a cistoscopia e a biópsia prostática afectam muito não detectar de 20 a 30% dos tumores de indivíduos
27
substancialmente os valores do PSA, sendo recomen- jovens, justamente aqueles em que um diagnóstico
dável adiar a avaliação para pelo menos 3 a 4 semanas precoce seria mais importante, ao mesmo tempo que
25
depois da execução destas técnicas . Relativamente a obrigaria a proceder a biópsia num número inaceitável
outras manobras menos invasivas como o toque rectal de doentes, mais idosos, normalmente com próstatas
os mesmos estudos demonstraram resultados muito mais volumosas. Assim, hoje em dia, recomenda-se que
variáveis ou pouco significativos, pelo que, em caso de os intervalos de valores normais sejam adaptados ao
necessidade, o PSA poderá ser avaliado com razoável grupo etário do doente, nomeadamente descendo os
fidelidade mesmo após o toque rectal. Já relativamente à limites da normalidade para valores mais baixos (cerca
28
ejaculação, que também chegou a ser apontada como de 2.5 ng/mL) em doentes jovens, até aos 50 anos, e
uma possível causa de alteração dos valores do PSA, o permitindo valores progressivamente mais elevados,
26 29
seu efeito parece ser desprezível. acima dos clássicos 4 ng/mL nos indivíduos mais idosos.
Então, em termos práticos, um valor alterado do Densidade do PSA: Uma vez que, na ausência de
PSA apenas pode ser considerado como altamente sus- carcinoma, existe alguma relação entre o volume pros-
peito de qualquer patologia prostática. Isto é, embora tático e o valor basal do PSA, seria razoável admitir uma
o PSA seja justamente considerado como um ou mesmo correcção deste valor em correlação com o volume da
o marcador biológico mais específico da Medicina, ele é próstata, avaliado por ecografia trans-rectal. Assim,
um excelente marcador de órgão mas não da patologia considerou-se como aceitável um quociente de 0.15
30
específica do órgão. Em termos de carcinoma da ng/mL por mL de próstata. No entanto, este valor de
próstata, o PSA “real” de que dispomos está muito longe “cut-off” e mesmo este critério de avaliação não são
do PSA “ideal” em que acima de determinado “cut-off” consensuais, defendendo alguns autores que a sua apli-
estaríamos perante um carcinoma e abaixo dele cação levaria a uma não detecção de um grande número
31
teríamos situações benignas. Na realidade, o que se de tumores.
passa é que o valor normal mais usualmente aceite como Velocidade do PSA: No momento actual, em que
limite da normalidade no teste laboratorial mais em- começa a ser frequente para muitos doentes a monito-
pregue (4 ng/mL) é por um lado insuficiente (alto) para o rização laboratorial periódica do PSA, passamos a dis-
diagnóstico de certos carcinomas, especialmente agres- por de uma tendência de evolução do PSA. Assim, mais
sivos e em pacientes jovens que deveriam ser diagnos- do que aguardar que seja ultrapassado um determina-
ticados ainda numa fase mais precoce e, por outro lado, do valor de normalidade, poderá ser sugestivo de car-
tem uma elevadíssima taxa de valores falso-positivos, cinoma um ritmo de crescimento mantido que seja
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Fig.1 - Classificação de Gleason

superior a determinado valor (normalmente 0.75 ng/ ta e, sobretudo, constitui um excelente apoio na execu-
32
mL/ ano). ção das biópsias prostáticas.
PSA livre / PSA total: Na sua forma nativa que é a
que existe no ejaculado, o PSA existe de forma livre (não Biópsia Prostática
ligado a qualquer proteína). No entanto, a nível plasmá- A confirmação da existência de carcinoma da prós-
tico, o PSA está complexado com diversas proteínas, tata é efectuada através da biópsia. Para além da confir-
inibidoras das proteases. Por razões que ainda não estão mação da etiologia neoplásica de determinado nódulo, a
totalmente esclarecidas, os doentes com neoplasias da biópsia permite ainda avaliar o potencial de agressivi-
próstata tendem a apresentar proporções de PSA livre dade biológica do tumor, quer pelo grau de diferen-
inferiores, enquanto que os doentes portadores de HBP ciação histológica quer por outros indicadores de agres.-
apresentam normalmente valores elevados deste quo- sividade biológica como a permeação neural ou vascular
33
ciente. A utilização deste teste permite evitar a realiza- pela neoplasia. Permite ainda em alguns casos docu-
ção de biópsia prostática num número significativo de mentar uma extensão extra-capsular. A percentagem de
doentes, sem aparente significativa perda de sensibili- cilindros com tumor e, dentro de cada cilindro, a per-
34 35
dade de detecção dos carcinomas. O valor (percenta- centagem de tumor permite ainda ter uma ideia do
gem) de “cut-off” defendido pelos vários autores tem volume tumoral.
sido muito variável, de 14% a 28%.
36
De capital importância na definição da agressividade
tumoral, com as consequentes implicações na aborda-
Ecografia Prostática Trans-Rectal gem terapêutica é a classificação do grau de diferencia-
Se bem que os focos de carcinoma da próstata ção histológica do tumor. Para o efeito usa-se normal-
tenham um aspecto mais típico na ecografia trans-rectal 39
mente a classificação de Gleason, que é um somatório
– nódulos hipoecogénicos da zona periférica da próstata de 2 pontuações, cada uma delas de 1 a 5, corres-
37
– este achado não é de forma alguma universal. Na pondentes aos dois tipos histológicos predominantes,
realidade, é preciso não esquecer que um grande núme- em que, para cada componente, 1 corresponde ao
ro de tumores podem ser isoecoicos (quase 40% em al- maior grau de diferenciação e 5 ao menor grau de dife-
38
guns estudos), o que dificulta grandemente a sua detec- renciação (Figura 1). O “score” de Gleason poderá en-
ção por ecografia isoladamente. tão ir de 2 a 10, sendo normalmente expressos os dois
No entanto a ecografia, para além de um modesto componentes, o primário e o secundário (ex: 4+3=7).
papel de detecção, desempenha um papel importante A biópsia prostática deve ser efectuada sob cober-
no diagnóstico diferencial de outras situações clínicas tura antibiótica, normalmente com uma quinolona fluo-
com diagnóstico diferencial com o carcinoma da prósta- rada, que deve ser mantida após a biópsia, pelos menos
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Figura 2

durante mais 48 horas, para evitar as complicações No sentido de evitar complicações hemorrágicas é
infecciosas. Para além destas possíveis complicações importante que qualquer anticoagulação seja revertida e
infecciosas que poderão ir até à sépsis (rara), é fre- que todos os fármacos antiagregantes plaquetários,
quente a ocorrência de hematúria e/ou hemospermia sejam suspensos 7 a 10 dias antes da biópsia.
após o procedimento. A hematúria é normalmente ligei-
ra a moderada e auto-resolúvel mas, em alguns casos,
pode ser mais intensa, com formação de coágulos e Conclusão
eventual obstrução da drenagem vesical, obrigando a
atitudes terapêuticas, como a algaliação e lavagem Se bem que não seja de forma alguma, na fase actual
40 41
vesical. Os pacientes devem ser previamente infor- do conhecimento, recomendável a realização de pro-
mados destas possíveis complicações (aquando da gramas maciços de rastreio do cancro da próstata, é
obtenção do consentimento informado), devendo igual- bem certo que existem doentes que seguramente bene-
mente ser instruído no sentido de procurar ajuda ficiarão com um diagnóstico mais precoce da sua situa-
médica caso surja febre alta, calafrios e frio (sugestivos ção e com o consequente tratamento mais atempado.
de sépsis) ou dificuldade miccional. No caso particular Apresenta-se na figura 2 um possível algoritmo de abor-
da hemospermia, e uma vez que as vesículas seminais dagem destes doentes.
não esvaziam completamente em cada ejaculação, o pa- Tratando-se de uma doença com um período de
ciente deve ser tranquilizado no sentido de que a sua evolução normalmente muito longo, é normal que só
persistência é benigna e não significa que a hemorragia durante os próximos anos comecemos a ter resultados
ainda persista. que nos permitam avaliar a real repercussão que o diag-
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nóstico precoce deste tumor terá na sobrevivência glo- 14 Sandblom G, Dufmats M, Nordenskjold K, Varenhorst E.
bal e na qualidade de vida destes doentes. Dadas as ca- Prostate carcinoma trends in three counties in Sweden
racterísticas muito particulares do carcinoma da prósta- 1987-1996: results from a population based national can-
cer register. South-East Region Prostate Cancer Group.
ta é fundamental que a análise da evolução a longo prazo
Cancer 2000;88:1445-1453.
dos diferentes grupos de doentes nos auxilie no estabe-
15 Amling CL, Blute ML, Bergstrahl EJ, Seay TM, Slezak J,
lecimento de indicadores prognósticos mais fiáveis do Zincke H. Long-term hazard of progression after radical
que os que dispomos actualmente, que nos permitam prostatectomy for clinically localized prostate cancer:
por um lado diagnosticar e tratar ainda mais cedo as for- continued risk of biochemical failure after 5 years. J Urol
mas agressivas da doença e por outro evitar a morbilida- 2000;164:101-105.
de dos tratamentos em doentes que eventualmente não 16 Noldus J, Graefen M, Haese A, Henke RP, Hammerer P,
necessitariam deles, de forma a podermos responder de Huland H. Stage migration in clinically localized prostate
cancer. Eur Urol 2000;38:74-78.
uma forma positiva à questão que tanto nos tem preo-
17 Wilson JMG, Jungner G. Principles and Practice of
cupado nos últimos tempos: “será que efectivamente
Screening for Disease Genova WHO, Public Health Paper
conseguimos curar aqueles que precisam de ser curados?...
1986, No. 34
e será que os que curamos necessitavam de ser curados?” 18 Holmberg L, Bill-Axelson A, Helgesen F, Salo JO, Folmerz P,
Haggman M, Andersson SO, Spangberg A, Busch C,
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