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ANT¸GENO PROST˘TICO ESPEC¸FICO

1. INTRODUÇ‹O pacientes com CP diagnosticados à triagem com


PSA se beneficiam do tratamento radical, pois a
O antígeno prostático específico (PSA),
doença não teria impacto na expectativa e
também denominado calicreína humana-3, é uma
qualidade de vida (9). Assim, estima-se que 84%
glicoproteína produzida principalmente pelas
dos tratamentos radicais da doença localizada são
células epiteliais dos ácinos e ductos da glândula
realizados sem benefícios, expondo o paciente ao
prostática. O PSA é secretado em grandes
risco de incontinência urinária pós-cirúrgica grave
concentrações no líquido seminal, no qual seu
(2% a 5%) e de disfunção erétil (80%) (5,8).
papel é dissolver o gel formado após a ejaculação.
Em estudo escandinavo com 695 homens
Normalmente, concentra-se no tecido prostático e
portadores de CP precoce, a prostatectomia
o nível sérico é baixo. Uma alteração na
reduziu a mortalidade por CP em um período de 8
“arquitetura“ da glândula permite que maiores
anos (50%), o desenvolvimento de metástases e a
concentrações de PSA entrem na circulação
progressão local, mas não teve impacto
(1,2,3).
significativo na redução da mortalidade geral em
Desde sua introdução na prática clínica, em
relação à observação clínica (5).
1979, a dosagem do PSA foi universalmente
incorporada como método de triagem e de
avaliação da resposta ao tratamento do Câncer de Toque retal e PSA na triagem do CP
Próstata (CP). Entretanto, como os demais O PSA é mais sensível que o toque retal para
marcadores tumorais, sua aplicação clínica deve detecção do CP (8). O toque retal é limitado pelo
ser criteriosa, havendo, ainda, muitas fato de apenas as alterações laterais e posteriores
controvérsias (4). da próstata poderem ser palpadas e por sua
subjetividade. O toque retal, de forma isolada,
detecta menos de 60% dos CP e a associação com
TRIAGEM DO C˜NCER DE PRŁSTATA o PSA aumenta em 26% esta taxa de detecção,
mas também com aumento de falso-positivos (8).
O ultra-som transretal (USTR) não é um teste útil
Epidemiologia do CP para a detecção precoce do CP, acrescentando
Após o câncer de pele, o CP é o segundo pouco à combinação PSA e toque retal (1).
mais comum em países desenvolvidos, sendo a
neoplasia maligna mais freqüente nos homens em Controvérsias sobre a triagem do CP
todo o mundo. O CP é a segunda causa de morte
Apesar de amplamente realizada, a triagem
por câncer em homens nos EUA, sendo superado
do CP com PSA ainda é alvo de controvérsias. A
pelo câncer de pulmão. Fatores genéticos são
Força Tarefa Norte-americana (USPSTF)
responsáveis por 5% a 10% dos casos de CP,
argumenta contra qualquer triagem prostática
sendo fatores dietéticos (dieta rica em carnes,
sistemática, alegando que na “balança” entre a
gorduras e pobre em vegetais), estilo de vida e
detecção precoce e as desvantagens (resultados
andrógenos também implicados como fatores
falso-positivos, biópsias desnecessárias e
contribuintes (5,6,7).
possíveis complicações do tratamento)
O risco de CP começa a aumentar aos
permanecem incertas as vantagens do tratamento
quarenta anos de idade. A probabilidade de
precoce. Estabelece, porém, que a população que
desenvolvimento de CP nos próximos 10 anos é
mais se beneficia são os homens entre 50 e 70
de 0,2 % aos 40 anos, 2 % aos 50 anos e 6,4 %
anos, e maiores de 45 anos com risco aumentado
aos 60 anos. Em afro-americanos, a incidência é
(negros e com história familiar em parente de
60% maior e a mortalidade é duas vezes maior.
primeiro grau). Em homens com idade entre 70 e
Nos EUA, um homem tem 15% de risco de
75 anos, a triagem não parece ser razoável devido
desenvolver CP durante toda a sua vida, mas
às altas taxas de falso-positivo e menor
apenas 3% têm risco de morrer por esta neoplasia
expectativa de vida. A USPSTF recomenda que o
(8).
clínico não deva solicitar o PSA sem antes
Outro fato a ser ponderado é lenta história
discutir com o paciente as vantagens e possíveis
natural do CP. Cita-se que apenas 16% dos
desvantagens (8).

www.hermespardini.com.br
1
De forma divergente, a American Urological Atualmente, não existe consenso sobre qual
Association e a American Cancer Society é o valor limite normal de PSA que se deva adotar
recomendam a triagem do CP para todos os em adultos saudáveis (4,8,12,16,17,18). Catalona
homens com mais de 50 anos e expectativa de e diversos autores advogam pela adoção de
vida superior a 10 anos, devendo a decisão ser valores de corte mais baixos (4,18,19,20,21).
individualizada (5). Indicam também a dosagem Punglia descreve que reduzindo o valor de corte
do PSA mais precoce, aos 45 anos, para homens do PSA de 4,1 para 2,6 ng/mL em homens com
de alto risco (com história familiar e negros) menos de 60 anos, obtém-se o dobro da
(1,9). sensibilidade (36% vs. 18%) com pouca perda da
Outro fato a ser ponderado na interpretação especificidade (0,94% vs. 0,98%) (18). O quadro
é a baixa especificidade do PSA, pois, em 2 resume alguns dos estudos que avaliaram a
pacientes com doença prostática benigna, valores utilidade do valor de corte mais baixo para o PSA
altos podem ser ocasionalmente encontrados (10). na triagem do CP.
O valor preditivo positivo do PSA em populações
saudáveis é extremamente baixo, próximo a 30% Quadro 2 – Avaliação do desempenho do PSA com valor
(11). de corte inferior a 4,0 ng/mL (4,18,19,20)
Neste cenário, a triagem do PSA permite Thompson e colaboradores demonstraram,
que muitos pacientes sejam diagnosticados com realizando biópsia prostática em 2950 homens
tumores potencialmente curáveis, havendo, com PSA menor que 4 ng/mL, uma incidência de
porém, aumento do número de prostatectomias CP de 14,9% nestes pacientes. Detalharam, ainda,
radicais em homens com CP pequenos e uma incidência de 6,6% naqueles com PSA até
clinicamente insignificantes. Grandes estudos, em 0,5 ng/mL, 10,1% naqueles com PSA entre 0,6 e
andamento, mostrando o real impacto da triagem 1,0 ng/mL, 17% naqueles com PSA entre 1,1 e
serão concluídos entre 2004 e 2009 (9,11,12). 2,0 ng/mL, 23,9% naqueles com PSA entre 1,1 e
3,0 ng/mL e 26,9% naqueles com PSA entre 3,1 e
Valor de Corte do PSA e risco de CP 4,0 ng/mL (4).
Trabalhos iniciais propuseram que valores de
PSA maiores que 4 ng/mL tinham valor preditivo Punglia, em estudo com 6691 pacientes,
para o diagnóstico do CP (13). Estudos na encontrou que, usando um valor de corte de 4,1
população geral mostram que 7% a 13% dos ng/mL, seriam “perdidos” CP em 82% dos
homens, entre 45 e 80 anos, têm PSA > 4 ng/mL, homens com menos de 60 anos e 65% dos com
sendo que 10% a 30% destes apresentam CP à mais de 60 anos. Indicou a adoção de uma valor
biópsia (8). Baseando-se neste valor de corte, de corte mais baixo para realização da biópsia
diversos trabalhos avaliaram o desempenho do prostática (2,6 ng/mL), principalmente em jovens,
PSA na detecção do CP (vide quadro 1). para melhorar o valor clínico do teste de PSA
(18).
Quadro 1 – Avaliação do desempenho do PSA
(8,9,14,15) Catalona descreve que o uso de um valor de corte
de 2,6 ng/mL permitiu diagnóstico de CP em 22%
Estudo com 1653 homens detectou CP em 22%
dos pacientes com PSA entre 2,6 e 4 ng/mL (19).
dos biopsiados com PSA entre 4,0 e 9,9 ng/mL e
em 67% dos homens com PSA acima de 10,0
Babaian encontrou uma significativa incidência
ng/mL (14).
de CP (24,5%) em homens com PSA entre 2,5 e 4
ng/mL, sendo 67,6% dos CP detectados
Em estudo com 1249 homens, CP foi
clinicamente significativos (20).
diagnosticado em 26% dos homens biopsiados
com PSA entre 4,1 e 10 ng/mL e em 50% dos
homens com PSA maior que 10 ng/mL (15).
Estratégias para aumento da especificidade
Gann et al descreveram sensibilidade de 46% para Independente do valor de corte adotado (2,5
um valor de corte de 4 ng/mL. A especificidade ng/mL ou 4 ng/mL), o teste do PSA carece de
na população (idade média de 63 anos) foi de especificidade para o CP, podendo também estar
91%. Em homens mais velhos, o uso de 4 ng/mL elevado em outras condições. Diversas
como valor de corte forneceu especificidade alternativas para aumento da especificidade do
inferior a 54% (9). PSA total, incluindo o ajuste por idades,
velocidade e densidade do PSA, têm sido
Usando 4,0 ng/mL como valor de corte, o PSA propostas, embora nenhum destes métodos
tem sensibilidade de 63% a 83% para doença tenham tido aceitação global (10). O quadro 3
clinicamente significativa (8). resume estas estratégias. A utilização da razão das
isoformas PSA livre/PSA total é abordagem mais

-2-
eficaz para o aumento da especificidade do PSA, próstata. A HPB é caracterizada pela hiperplasia
permitindo melhor diferenciação entre CP e HPB. da parte mais interna e de transição da próstata,
que contém concentrações mais elevadas de f-
Quadro 3 – Tentativas para aumento da especificidade PSA. O CP tipicamente se desenvolve em uma
do PSA. porção mais externa, ou periférica, cursando com
Velocidade do PSA: Carter et al descreveram que níveis mais altos de c-PSA (25). Diversos
em medidas seriadas do PSA, o aumento era trabalhos mostraram que uma alta porcentagem de
maior nos pacientes com CP do que naqueles com f-PSA está correlacionada com menor risco de CP
hipertrofia prostática benigna. Uma alta (vide quadro 4). Uso da razão f-PSA/t-PSA reduz
velocidade do PSA (aumento do PSA maior que o número de biópsias desnecessárias, sendo que o
0,75 ng/mL/ano) foi observada em pacientes com valor de corte desta razão para indicação de
CP nove anos antes da manifestação clínica. biópsia varia entre 14% a 28%, em pacientes com
Entretanto, a interpretação da velocidade do PSA t-PSA entre 2,0 e 20 ng/mL, nos diversos
pode ser limitada pela variabilidade trabalhos (1).
intraindividual (1, 22,23).
Quadro 4 – Desempenho da razão PSA livre/PSA total.
Uso de valores de referência idade-específicos: Um valor de corte de 20% para a razão f-PSA/t-
ainda não podem ser aplicados, pois, apesar de PSA, em homens com t-PSA entre 3 a 10 ng/mL,
existirem estudos populacionais, ainda não há detectou 10% a mais de CP, com diminuição de
grandes trabalhos mostrando o resultado final 12,5% nos falso-positivos em relação à estratégia
desta abordagem com biópsias prostáticas com valor de corte de 4,0 ng/mL para o t-PSA
(11,24). Vide tabela 1. (28).

Densidade do PSA: a densidade do PSA é obtida Um valor de corte para a razão f-PSA/t-PSA
pela divisão do PSA pelo peso prostático maior que 27% evita 18% de biópsias
mensurado pelo USTR. PSA densidade = desnecessárias em homens com t-PSA entre 2,6
PSA/Volume total próstata = ng/mL/cc (1,11,25). ng/mL e 4,0 ng/mL (19).

Razão f-PSA/t-PSA menor que de 27% foi útil


Tabela 1 - Triagem populacional e valores de PSA total para indicar CP clinicamente significativo em
homens com PSA entre 2 e 4 ng/mL (29).
por faixa etária (24)
Grupo etário N Média Limite superior
(ng/mL) (percentil 95%) Estudo Gothenburg usando um valor de corte de
50 a 54 anos 1678 0,83 2,8 18% para a razão f-PSA/t-PSA, em pacientes com
55 a 59 anos 2322 0,96 3,8 t-PSA entre 3 e 10 ng/mL, identificou
60 a 64 anos 2182 1,16 4,9 corretamente 86% dos CP (30).
65 a 69 anos 781 1,32 5,6
70 a 74 anos 364 1,51 6,7
Em pacientes com PSA menor que 3,0 ng/mL e
com razão f-PSA/t-PSA maior que 18% (1109
pacientes), o risco de CP em 5 anos foi muito
PSA E ISOFORMAS baixo. Entretanto, o risco de CP em pacientes com
Mais recentemente, a determinação das PSA menor que 3 ng/mL e razão f-PSA/t-PSA
diferentes isoformas do PSA tem gerado grande menor ou igual a 18 não é negligenciável (9 casos
interesse pelo aumento da especificidade em 1294 homens) (31).
fornecido pelas determinações destas e suas
razões. O PSA imunomensurável circulante pode Em pacientes com t-PSA entre 2 e 10 ng/mL, a
ser dividido em duas principais formas: o PSA razão f-PSA/t-PSA foi superior ao t-PSA na
complexado (c-PSA) e o PSA livre (f-PSA). A discriminação entre pacientes com doença
maior parte do PSA circulante (70% a 90%) está prostática benigna e CP (10).
complexado a uma variedade de inibidores da
protease, mais comumente a alfa-1- A razão f-PSA/t-PSA foi útil para diferenciar
antiquimotripsina, e a proporção do PSA total que pacientes com t-PSA entre 3 e 15 ng/mL (32).
está livre ou não conjugada é relativamente
pequena. Os ensaios de PSA total (t-PSA) medem Em pacientes com t-PSA entre 4 e 20 ng/mL, um
de forma equimolar e conjunta o c-PSA e o f-PSA nível menor que 18% para a razão f-PSA/t-PSA
(25,26). aumenta a sensibilidade (88,5%), a especificidade
(53,6%) e valor preditivo positivo (20,4%) (33).
Importância da razão PSA livre / PSA total
A hipertrofia prostática benigna (HBP) e o Em pacientes com t-PSA entre 4 e 20 ng/mL, um
CP tendem a se localizar em diferentes regiões da nível menor que 12% para a razão f-PSA/t-PSA
-3-
permite sensibilidade de 90,4% e especificidade a detecção do CP no range entre 2 e 10 ng/mL,
de 51,8% (34). sendo, ainda, mais seletivo para detecção de
cânceres mais agressivos (escala de Gleason de 7
Deve-se, entretanto, considerar que ou mais e ou extensão extra-capsular) (21).
ocasionalmente valores baixos da razão f-PSA/t- Ensaios comerciais para as determinações de B-
PSA (menores que 18% a 27%) podem ser PSA e pro-PSA ainda não estão padronizados e
encontrados em pacientes com HPB e valores disponíveis.
altos em pacientes com CP. Tanguay descreve De forma também promissora, o uso de RT-
razão f-PSA/t-PSA média de 12,5% (1,8% a PCR do mRNA do PSA pode detectar células do
76,6%) em pacientes com CP e de 20,8% (0,3% a CP no sangue periférico, porém o resultado dos
83,3%) nos pacientes com doenças benignas da estudos diversos são conflitantes devido à falta de
próstata (35). É importante salientar que a razão f- padronização da técnica (40,41).
PSA/t-PSA não se aplica a pacientes com
insuficiência renal crônica, em decorrência da
diminuição da eliminação renal do f-PSA (36). N¸VEIS DE PSA - DIAGNŁSTICO E
ESTADIAMENTO
Dosagem do c-PSA
Série com autópsias revelou pequenos CP
Inicialmente, o c-PSA era calculado pela
em 29% dos homens entre 30 e 40 anos de idade e
subtração do f-PSA do t-PSA. Mais recentemente,
em 64% dos homens entre 60 e 70 anos. Uma vez
um método direto para medida do PSA
que o CP geralmente se desenvolve lentamente,
complexado foi desenvolvido. Entretanto,
uma elevação do PSA ocorre 6 a 12 anos antes da
nenhum poder discriminatório adicional foi
doença se manifestar clinicamente, e a sobrevida
obtido com a aplicação do c-PSA em relação à já
média após a elevação do PSA é de 17 anos (2). A
estabelecida razão f-PSA/t-PSA. O quadro 5
idade média ao diagnóstico do CP é de 71 anos. O
mostra o desempenho do ensaio de c-PSA em
CP subclínico é comum em menores de 80 anos,
diversos estudos.
sendo que apenas cerca de 10% dos CP
eventualmente se tornarão clinicamente
Quadro 5 – Desempenho do ensaio de c-PSA significativos (42).
(10,37,38,39). Cerca de 1/3 dos CP detectados com PSA e
Brawer e colaboradores relataram, inicialmente, tratados cirurgicamente têm evidência de
que a especificidade do PSA complexado era disseminação extra-capsular, histologia pouco
superior ao t-PSA e à razão f-PSA/t-PSA (37). diferenciada, grande volume e metástase à
Posteriormente, Brawer descreve desempenho distância. Estima-se que 70% dos CP são intra-
semelhante (38). capsulares quando o PSA alcança 4 ng/mL, com
este percentual caindo para 45% quando o PSA é
Estudo encontrou especificidade de 20% a 25% maior que 40 ng/mL (1,42).
para o t-PSA total, 20% para o c-PSA, 40% para Menos de 0,5% dos pacientes com PSA
razão c-PSA/t-PSA e 42% para razão f-PSA/t- menor que 10 ng/mL ao diagnóstico têm doença
PSA (10). metastática (2,43). A Cintilografia óssea, em
geral, não é necessária em pacientes
Okihara e colaboradores relataram que c-PSA foi assintomáticos com PSA menor que 20 ng/mL.
equivalente ao t-PSA e que a razão f-PSA/t-PSA Da mesma forma, tomografia computadorizada e
foi superior a ambos (39). ressonância nuclear magnética também não estão
indicadas para pacientes com PSA menor que 25
ng/mL, exceto se a história clínica for sugestiva
Conclui-se que o c-PSA não traz qualquer (1).
vantagem ao diagnóstico do CP e da HPB.

Outras isoformas de PSA PSA – TRATAMENTO E RECIDIVA


Outras isoformas de PSA têm uso potencial
para diferenciação entre HPB e CP. A transição e Dosagem do PSA e recorrência do CP
os tecidos da zona periférica da próstata
Devido ao longo período entre a recorrência
apresentam duas formas de f-PSA, o PSA benigno
e a morte provocada pelo CP, após a
(B-PSA) e o pro-PSA. Elevações da isoforma B-
prostatectomia radical, tornou-se comum a
PSA estão associadas com a HPB. Diversas
utilização de marcadores intermediários, tal como
isoformas de pro-PSA são descritas, sendo a –
a recorrência bioquímica, baseada na dosagem do
2pro-PSA mais associada com o CP (26).
t-PSA, para estabelecimento do sucesso
Catalona descreve que o percentual de pro-PSA
terapêutico. A probabilidade da recorrência
foi superior à razão f-PSA/t-PSA e ao c-PSA para
bioquímica aos 5 e 10 anos após a prostatectomia
-4-
radical varia entre 20% e 31% e 27% e 53% detectar a recorrência bioquímica com grande
respectivamente. Cerca de 4% dos pacientes antecedência (em até 29 meses) (47).
podem apresentar recorrência após 10 anos da
prostatectomia radical. Esses dados mostram que Tabela 2: Risco de recorrência bioquímica por várias
a determinação do t-PSA deve continuar mesmo definições de recorrência (50)
após um período prolongado de remissão (44). Definição de Taxa de Taxa de
A falência bioquímica pode ser definida Recorrência Recorrência Recorrência
como níveis detectáveis de t-PSA persistentes Bioquímica pelo Bioquímica em 3 Bioquímica em 5
após a prostatectomia radical ou uma elevação t-PSA (ng/mL) anos (%) anos (%)
> 0,01 36 (30-42) 55 (49-62)
após um período de normalização. Níveis
> 0,1 25 (21-31) 43 (36-50)
indetectáveis de t-PSA imediatamente após a > 0,2 21 (16-26) 39 (33-47)
cirurgia não são sinônimos de cura, uma vez que > 0,3 19 (14-24) 33 (27-40)
40% desses pacientes apresentarão recidiva >0,4 16 (12-21) 26 (21-33)
durante o seguimento (45). No entanto, a >0,5 14 (10-19) 23 (18-30)
definição de detectável dependerá do ensaio
utilizado para a dosagem do t-PSA.
Vários valores de corte para t-PSA têm sido Stamey et al (1993) analisaram,
utilizados para definição de recorrência retrospectivamente, 22 pacientes com câncer
bioquímica, tais como, > 0,1; > 0,2; > 0,4 e > 0,5 prostático utilizando um ensaio com limite de
ng/mL (46). Esses valores correspondem à detecção de 0,07 ng/mL. Esse ensaio permitiu a
utilização dos limites de detecção dos ensaios detecção da recidiva mais precoce do que o ensaio
mais antigos para o t-PSA, em torno de 0,1 tradicional (limite de detecção 0,1 ng/mL), em
ng/mL. média 310 dias antes (48). Esse período foi
Deve-se ter em mente, entretanto, que a confirmado por Haese et al, em 1999, utilizando
quase totalidade desses trabalhos utilizaram também um ensaio ultra-sensível para
definições arbitrárias de recorrência bioquímica, determinação do t-PSA. Nesse trabalho, 85,7% de
estabelecendo um valor absoluto ou o tempo todas as recidivas foram diagnosticadas no
necessário para a duplicação do t-PSA. Os primeiro ano após a prostatectomia radical
trabalhos são retrospectivos e associaram os comparado a 25% quando utilizado os ensaios
critérios bioquímicos com os fatores de risco tradicionais. A performance do ensaio ultra-
habituais, tais como, a escala de Gleason, o sensível foi melhor nos pacientes que
estadiamento do tumor e níveis pré-operatórios de apresentavam doença prostática mais avançada
t-PSA. (pT3a/b ou maior, Gleason 7 ou mais) (49).
Ao basear-se na definição de recorrência A utilização dos ensaios ultra-sensíveis
bioquímica como a probabilidade de aumentos implicaria numa detecção precoce da recidiva,
consecutivos do t-PSA, Freedland et al (2001), permitindo uma intervenção terapêutica mais
avaliando 359 homens submetidos à rápida (56). Contudo, alguns pacientes podem
prostatectomia radical observaram diferentes apresentar níveis detectáveis de t-PSA inferiores a
níveis de recorrência dependendo da definição 0,1 ng/mL por períodos extensos sem o
bioquímica utilizada (tabela 2). Nesse trabalho, desenvolvimento de doença clínica recidivante.
um nível de PSA maior do que 0,2 ng/mL confere Além disso, concentrações mínimas de t-PSA
um risco de progressão do PSA em 86% em 1 ano podem ser detectáveis nesses pacientes,
e 100% em 3 anos. O valor de PSA pré-cirúrgico correspondentes a fontes extra-prostáticas.
e a escala de Gleason foram os dois únicos fatores Devemos também observar que não há ainda
preditores de recorrência bioquímica (50). Esses evidência inequívoca de que a intervenção
valores não foram confirmados por Amling que terapêutica utilizando níveis tão baixos de t-PSA
encontrou o risco de progressão do t-PSA quando como marcadores de recorrência, traduzam menor
acima de 0,2 ng/mL de apenas 49% em 3 anos morbidade, mortalidade relacionada ao CP e
(51). melhor custo-benefício com o tratamento
empregado (44,57).
Ensaios ultra-sensíveis e recorrência do CP
Recentemente, foram introduzidos no Intervalo esperado entre tratamento e queda
mercado, ensaios com limites de detecção de 0,01 do PSA
ng/mL e 0,001 ng/mL. Esses ensaios ganharam a Após a prostatectomia radical, o tempo para
denominação de ultra-sensíveis. Evidentemente, o nadir do t-PSA dependerá do ensaio utilizado. A
que o uso desses ensaios modificou o limite meia-vida do PSA é de 2,2 a 3,5 dias após o
considerado detectável para a mensuração do t- procedimento cirúrgico. A isoforma f-PSA tem
PSA, pois concentrações muito baixas de t-PSA meia-vida mais curta, 1 a 2 h, enquanto o c-PSA
podem ser medidas. Esses ensaios, quando apresenta meia-vida de 3 dias. As isoformas f-
comparados aos ensaios convencionais, podem
-5-
PSA e c-PSA não têm valor no seguimento do outro sem intervenção terapêutica. A
tratamento do CP (2). Para se atingir um valor hormonioterapia precoce foi associada ao atraso
inferior a 0,1 ng/mL serão necessárias 3 a 4 na presença clínica de metástases nos pacientes
semanas. Todavia, ensaios capazes de medir com Gleason > 7 ou valores de t-PSA com
concentrações tão baixas de t-PSA quanto 0,001 velocidade de progressão aumentada (aqueles que
ng/mL necessitarão de mais 3 a 4 semanas para dobraram em até 12 meses) (54). Em pacientes
atingir o nadir (52). Esses valores não são com doença metastática recebendo deprivação
aplicáveis para o decaimento do t-PSA após androgênica, a redução do t-PSA em 90% ou mais
radioterapia, onde a sua meia-vida passa a ser de em 3 a 6 meses está associada com período sem
1,9 a 3 meses (45). Após radioterapia externa progressão da doença mais prolongado (1).
curativa, o PSA deve alcançar 1 ng/mL dentro de
16 meses (53).
Embora elevações mínimas do PSA, após a VARIAÇ›ES E OUTRAS FONTES DE PSA
cirurgia, possam resultar de ressecção incompleta
É importante que o clínico conheça as
de tecido prostático benigno, qualquer PSA
possíveis variações metodológicas e fisiológicas
detectável e com aumentos progressivos deve ser
da dosagem do PSA, além das diversas condições
considerado como uma indicação de doença local
em que concentrações elevadas de PSA podem
persistente ou doença metastática (45).
ser encontradas.
Independentemente do tempo da primeira medida
do t-PSA, o tempo necessário para que o seu valor
seja dobrado (até 12 meses) é um importante Variação metodológica
preditor de progressão, dividindo os pacientes em A variação metodológica decorre do teste de
baixo e alto risco para a doença clínica persistente uma mesma amostra em um dia diferente e com o
ou recidivante (55). mesmo lote, sendo esta variação usualmente
A Sociedade Americana para Radiologia descrita em coeficiente de variação analítico
Terapêutica e Oncologia (ASTRO) define (CVa). O CVa varia entre 4% e 8% de acordo
recorrência bioquímica com base em três com a concentração sérica do PSA, sendo maior
aumentos consecutivos do PSA acima do nadir em concentrações mais baixas. Prestiacomo
(valor mais baixo), devendo o paciente receber descreve CVa de 4,1 + 3,9 % para o t-PSA (58).
radioterapia de resgate com níveis de PSA < 1,5
ng/mL (44,45). Variação fisiológica
A variação fisiológica ou intraindividual
Níveis de PSA e risco de metástases em decorre da diferença entre duas amostras com
pacientes tratados intervalos de duas a três semanas sem
manipulação prostática. Prestiacomo descreve
Durante o seguimento dos pacientes
coeficiente de variação (CV) fisiológico de 9,5%
prostatectomizados, os níveis de t-PSA têm sido
+ 8,5% (58). Metanálise consolidou CV
correlacionados com a probabilidade de se
fisiológico de 13,1% para o t-PSA (59).
encontrar doença metastática em exames
Discriminando o CV fisiológico em diferentes
complementares. As cintilografias ósseas são
níveis de PSA, com 15 a 183 dias de intervalo
raramente positivas (< 5%) até que os níveis de
(média de 90 dias), trabalho encontrou CV médio
PSA atinjam valores de 40 ou 45 ng/mL. A
de 20 + 21,0% para PSA entre 0 e 7,2 ng/mL e
tomografia computadorizada usualmente é
8,4 + 5,5 para PSA entre 7,3 a 17,9 ng/mL (60).
incapaz de revelar metástases quando ao t-PSA é
inferior a 20 ng/mL (45). Parece que pacientes
que alcançam valores muito baixos, como < 0,5 Ejaculação, toque retal e biópsia prostática
ng/mL ou níveis indetectáveis, geralmente não As causas das variações fisiológicas das
apresentam recidiva clínica ou bioquímica após o dosagens do PSA são incertas, mas a ejaculação
tratamento, dentro de 5 anos de acompanhamento. tem sido reportada como principal causa de
Achados similares têm sido reportados em diminuição ou elevação do PSA (2,60). Em
homens submetidos à crioterapia (1). homens entre 49 e 79 anos, o típico efeito da
ejaculação é o aumento de 1,3 ng/mL uma hora
Níveis de PSA e hormonioterapia após ejaculação, com retorno gradual ao basal
dentro de 24 a 48 horas (2). Resultados
Se o tratamento anti-androgênico é iniciado,
discordantes foram encontrados em outros
o t-PSA nem sempre reflete o comportamento do
trabalhos, mostrando que o efeito da ejaculação é
tumor (11). Moul, em 2004, selecionou 1352
variável ou insignificante, porém, parece ser
pacientes com t-PSA, após prostatectomia, maior
prudente a observação do intervalo de 48 horas
do que 0,2 ng/mL e seguimento pós-operatório de
entre a ejaculação e a coleta do PSA (1,11,61).
pelo menos 6 meses. Dividiu os pacientes em dois
O toque retal parece não influenciar a
grupos, um com utilização de hormonioterapia e
concentração do t-PSA de forma clinicamente
-6-
significativa na maioria dos estudos, mas a Diferentes metodologias
concentração sérica do f-PSA pode aumentar pela
Embora o uso de padrões internacionais
manipulação da próstata ao toque, resultando em
visem a padronização dos ensaios equimolares de
razões sugestivas de hiperplasia prostática
t-PSA, diferenças decorrentes de métodos
benigna em pacientes com câncer. É sugerido
diversos devem ser ponderadas na avaliação da
intervalo de 48 horas entre o toque retal e a coleta
causa de variações nos níveis de PSA (9,66).
(11,25). A biópsia prostática e a cistoscopia
podem causar importantes elevações do PSA e
este deve ser realizado ou repetido com o
intervalo mínimo de 4 semanas (1). Anticorpos heterofílicos
Atividades físicas intensas e certos Apesar de infreqüentes, os anticorpos
exercícios (cavalgadas, bicicleta) podem heterofílicos, imunoglobulinas que ocorrem
determinar elevações nos valores de PSA, embora naturalmente em certos pacientes, podem
o real impacto destas atividades seja de difícil interferir em imunoensaios, incluindo a
interpretação. Sugere-se intervalo de 24 horas determinação do PSA (67). Camacho descreve
entre a realização destas atividades e a coleta da homem de 50 anos com t-PSA de 67,6 ng/mL
amostra (1). que, após propedêutica normal, a aplicação de
método para o bloqueio de anticorpos
HPB e Prostatite heterofílicos ocasionou em redução dos valores de
t-PSA para 2,4 (68).
Muitos resultados falso-positivos de PSA
são atribuídos à HPB, à prostatite subclínica, à
retenção urinária e ao infarto ou isquemia Outras fontes de PSA
prostática (9,59). O PSA pode ser expresso em baixas
A HBP é responsável pela maior parte dos concentrações nas glândulas parauretrais, tecido
falso-positivos (28%) (62). Aos 40 anos de idade, mamário normal, nos cânceres de mama e outros
a HPB está presente em 8% dos homens, cânceres (2,69). Estudos clínicos sugerem que a
aumentando para 60% aos 70 anos e para 90% presença de PSA no tecido mamário indica um
naqueles maiores de 80 anos (63). O PSA prognóstico favorável. Concentrações séricas de
aumenta paralelamente com o aumento do volume PSA estão elevadas em mulheres grávidas, bem
da próstata e a idade (3,2% por ano) (63). como em mulheres com excesso de andrógenos.
A prostatite é importante causa de elevações Mais estudos são necessários para determinar as
transitórias do PSA (64). Potts, avaliando a implicações clínicas da presença de PSA no soro
incidência de inflamação prostática assintomática de mulheres (70).
em homens com PSA elevado, descreveu que em
122 pacientes assintomáticos com idade média de Fármacos e PSA
63 anos e PSA entre 4,1 e 29 ng/mL (média de A finasterida é um inibidor da 5-alfa-
9,25 ng/mL), 51 (42%) tinham sinais laboratoriais reductase, impedindo a conversão da testosterona
de prostatite (leucócitos em secreção prostática à dihidrotestosterona (DHT), reduzindo o nível do
após massagem). Após o tratamento da prostatite, último em 80% a 90%, com redução de 20% no
42% apresentaram PSA normal CP (65). tamanho da próstata (71,72). Após seis meses de
uso, provoca redução média de 50% nos valores
Eastham e colaboradores, em avaliações anuais, de PSA, sendo que para fins de triagem deve-se
verificaram que 44% dos homens com PSA > 4 multiplicar o resultado do PSA por dois nestes
ng/mL e 40% daqueles com PSA > 2.5 ng/mL pacientes (73). Estudo com 18.882 homens com
tiveram redução dos valores de PSA para níveis mais de 55 anos, seguidos por 7 anos, mostrou
normais. Com base nestes resultados e nos que a finasterida reduz a incidência (24,8%) do
aspectos acima revisados, concluíram que uma CP, mas este potencial benefício deve ser pesado
elevação isolada do PSA deve ser confirmada 4 a contra os efeitos colaterais sexuais e o aumento
6 semanas após primeiro teste antes da indicação do risco de câncer de próstata de alto grau (37%
da biópsia prostática (12). De forma concordante, vs. 22%) (74).
independente do valor de corte adotado (2,5 Uso de testosterona aumenta o t-PSA em
ng/mL ou 4 ng/mL), encontra-se na literatura a aproximadamente 0,3 a 0,43 ng/mL. Está bem
sugestão de que o PSA deva ser repetido em um estabelecido que o desenvolvimento da HBP
paciente com níveis discretamente anormais, com requer a presença de andrógenos e que a
a recomendação de abstinência sexual por 48 diminuição da testosterona química ou por
horas, para garantir que os resultados sejam castração reduz o volume prostático. Estudos
consistentes (9). prospectivos demonstram baixa freqüência de CP
em associação com a terapia de reposição com
testosterona. Apesar da controvérsia, não existem

-7-
evidências de que a testosterona tenha papel 21. Catalona WJ, Bartsch G, Rittenhouse HG, et al. Serum
pro-prostate specific antigen preferentially detects
causador no CP (16).
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