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ATM 24- módulo 127

CÂNCER DE PRÓSTATA E CÂNCER COLORRETAL


CLÍNICA MÉDICA

Larissa Perin, Mariana Araújo e Rania Nasser


CÂNCER DE PRÓSTATA
INTRODUÇÃO

Homens de meia-idade entre 45 e 60 anos Diagnóstico Fatores de risco


EPIDEMIOLOGIA

É o câncer mais comum em homens em todo o mundo, com uma estimativa de 1.600.000 casos e
366.000 mortes anualmente (OMS);

Dados do INCA, apontam para 65.840 novos casos a cada ano, entre 2020 e 2022;

No Brasil entre 2023-2025, o câncer de próstata será o mais incidente em todas UF do Brasil e
Distrito Federal no sexo masculino.
EPIDEMIOLOGIA

20 a 30 anos, 2 a 8%

Mais de 3/4 dos casos acometem homens 31 a 40 anos, 9 a 31%


> 65 anos; 41 a 50 anos, 3 a 43%

51 a 60 anos, 5 a 46%
Um estudo realizado em autópsias
61 a 70 anos, 14 a 70%
demonstrou a prevalência de câncer oculto
71 a 80 anos, 31 a 83%
em homens de acordo com a idade:
81 a 90 anos, 40 a 73%
EPIDEMIOLOGIA

Etnia negra: incidência duas vezes maior que em brancos, diagnosticada em estágios

mais avançados e com maior mortalidade;

História familiar: risco duas vezes maior se um parente de primeiro grau tem a doença;

Fatores dietéticos: dieta rica em gorduras e carnes vermelhas defumadas;

A taxa de sobrevivência global de cinco anos é superior a 98%.


FISIOPATOLOGIA
FISIOPATOLOGIA

Tipo histológico mais frequente é o adenocarcinoma acinar;


Crescimento periférico da lesão;
O CA de próstata é classificado em dois subgrupos: lesão clinicamente
oculta ou “latente” e doença clinicamente manifesta.
APRESENTAÇÃO
CLÍNICA

Assintomáticos
Mais comuns em
patologias benignas
como
SINTOMAS poliúria HIPERPLASIA
PROSTÁTICA, ITU,
urgência noctúria
PROSTATITE...
hesitação urinária
Inespecíficos do trato urinário inferior
hematúria
hematospermia
APRESENTAÇÃO
CLÍNICA
Fraqueza

Incontinência urinária
Dor óssea
Pacientes Perda de peso
Anúria
com doença
metastática
Anemia Disfunção erétil

Hematúria Dor nas costas


Rastreio do CA de próstata
DIAGNÓSTICO NÃO é consenso
(screening)

-> Indicado para maiores que 50 anos OU a partir de 45 anos na presença de HF ou outro fator de risco.

PSA + toque retal

se PSA > 4 ng/ml ou > 2,5 em menores que 60a


Biópsia por ultrassonografia transretal
se toque retal suspeito, presença de nódulo, induração
Rastreio do CA de próstata
DIAGNÓSTICO NÃO é consenso
(screening)

Refinamento do PSA:

velocidade 0.75 ng/mL/ ano


densidade > 0.15 SIM Biópsia por ultrassonografia transretal

fração live de psa < 25%


NÃO pode ser
diagnosticado
DIAGNÓSTICO com base no resultado
do PSA, exame físico,
testes laboratoriais
complementares,
estudos de imagem
ou sintomas.
Doença não metastática: Análise histológica do material obtido da biopsia!!!
biópsia de próstata negativa não exclui a possibilidade de câncer de próstata.
indicação de repetir a biópsia se:
. nível de PSA aumentar mais
. achados no toque retal ou na imagem da próstata justificarem uma nova biópsia.

Doença metastática: Sintomática com padrão metastático típico de câncer de próstata e PSA elevado
geralmente não precisam de uma biópsia de próstata.

ESTADIAMENTO Escala de Gleason + PSA + TNM


ESTADIAMENTO Escala de Gleason + PSA + TNM

Gleason ≤6 + PSA ≤10 ng/mL + T1-T2a = Baixo risco

Gleason 7 + PSA 10 a 20 ng/mL + T2b = Risco intermediário

Gleason de 8 a 10 + PSA >20 ng/mL + ≥T2c = Alto risco


ESTADIAMENTO

Exames para
estadiamento
TRATAMENTO

prostatectomia radial
Doença localizada radioterapia

vigilância ativa -> pacientes de baixo risco pelo estadiamento

Doença metastática terapia de depuração androgênica


. agonista do LhRh resistentes ao tratamento
hormonal e sintomáticos:
. orquiectomia bilateral quimioterapia com
. qumioterapia junto a hormonioterapia. docetaxel é a primeira escolha
porque aumenta a sobrevida
e reduz qualquer tipo de dor.
TRATAMENTO
ESTRATIFICAÇÃO
DE RISCO
*para recorrência ou progressão
CÂNCER COLORRETAL
INTRODUÇÃO

Em geral, mais da metade dos casos ocorre no É possível dividir este câncer em três
reto e sigmoide, e 95% são adenocarcinomas tipos:

1. esporádico (75%);
No Brasil, o CCR é a terceira maior causa de 2. origem familiar (20%);
câncer e a quarta causa de morte por câncer 3. e os demais estão relacionados com
em homens, e a terceira causa em mulheres. síndromes hereditárias e doença
inflamatória intestinal.
EPIDEMIOLOGIA

O INCA estimou que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil
41.010 novos casos de câncer colorretal (cerca de 19,63 casos a cada 100 mil);

De um modo geral, o risco de desenvolver CCR ao longo da vida é um pouco menor nas
mulheres do que nos homens; cerca de 1 em 23 (4,4%) para homens e 1 em 25 (4,1%) para
mulheres.

A incidência aumenta acentuadamente aos 40 a 50 anos de idade.


EPIDEMIOLOGIA

Fatores ambientais e genéticos podem aumentar a


probabilidade de desenvolver CCR.
A polipose adenomatosa familiar e
a síndrome de Lynch são as mais
Embora a suscetibilidade herdada resulte nos
comuns das síndromes de câncer
aumentos mais marcantes do risco, a maioria dos de cólon familiar, porém
CCRs é esporádica e não familiar. representam aproximadamente
5% dos casos.
Síndromes hereditárias do CRC: a maioria são
herdadas de forma autossômica dominante e
estão associados a um risco muito alto de
desenvolver a doença.
EPIDEMIOLOGIA

Uma história pessoal de pólipos adenomatosos grandes (>1 cm) e pólipos com histologia
vilosa ou tubulovilosa ou com displasia de alto grau: aumenta risco de CCR.

Pacientes com um ou dois adenomas tubulares pequenos (<1 cm) com apenas displasia
de baixo grau: não parecem ter um risco substancialmente aumentado de CCR
subsequente.
FISIOPATOLOGIA
Sequência adenoma-carcinoma
Essa via corresponde a 80% dos CCR esporádicos.

Ocorre uma mutação da APC. Normalmente, esse gene promove a degradação da B-catenina e
como o APC está inativo, ocorre o acúmulo;

Esse acúmulo promove a translocação de B-catenina para o núcleo celular e ativa a transcrição
de genes, como os que codificam Myc e Ciclina, responsáveis pela proliferação celular;

Pode ser acompanhado por mutações adicionais: KRAS, SMAD2 e SMAD4;

Mutações de TP53: em fases tardias da progressão do tumor, em cerca de 70-80% dos


cânceres do cólon.
RASTREAMENTO
AS COM RISCO
SSO MÉ
PE DIO

Iniciar o rastreamento regular


aos 45 anos;

Colonoscopia a cada 10 anos Manter rastreamento


regularmente até os 75 anos de
idade (se bom estado geral e
expectativa >10 anos);

RASTREAMENTO
RISCO A UMENTA
COM DOO
AS U A
SO LT
ES
O
P
Histórico familiar importante de CCR ou certos
tipos de pólipos.
Podem precisar iniciar o Histórico pessoal de CCR ou certos tipos de
rastreamento antes dos 45 pólipos.
anos, fazer exames com mais Histórico pessoal de doença inflamatória
frequência e/ou realizar intestinal.
exames específicos.
Histórico familiar de síndromes de câncer
colorretal hereditárias.
História pessoal de radioterapia prévia do
abdome ou região pélvica.
RASTREAMENTO

Pessoas que tiveram pólipos removidos


Repetir a colonoscopia após 3 anos.
durante colonoscopia

Pessoas que tiveram câncer de reto ou A maioria colonoscopias regularmente


cólon um ano após a cirurgia de retirada do

tumor.

Pessoas que fizeram radioterapia prévia Geralmente se inicia 5 anos após a


na região do abdome ou pélvica radioterapia ou aos 30 anos de idade.

Colono a cada 3 a 5 anos.
RASTREAMENTO

Depende do grau de parentesco e idade de


Pessoas com um ou mais familiares que
diagnóstico. Poderão seguir com recomendações
tiveram câncer de cólon ou reto
para adultos com risco médio ou iniciar antes.

Iniciar pelo menos 8 anos após o diagnóstico.


Pessoas com doença inflamatória
As colonoscopias de acompanhamento devem
intestinal
ser feitas a cada 1 a 3 anos.

Pessoas com determinadas Em geral, inicia-se na adolescência e realização


síndromes genéticas com maior frequência.
APRESENTAÇÃO
anemia por deficiência
CLÍNICA melena de ferro

alteração do massa abdominal


hábito intestinal
PRINCIPAIS SINAIS E dor abdominal
SINTOMAS
hematoquezia
massa retal

Os sintomas de apresentação menos comuns incluem distensão abdominal , náuseas e vômitos


PENSAR EM OBSTRUÇÃO!
APRESENTAÇÃO
Correlação sintomas e localização
CLÍNICA

Alteração do hábito intestinal: pensar mais em CCRs do lado esquerdo.


Hematoquezia: mais em retossigmoide do que por câncer de cólon direito.
A anemia por deficiência de ferro por perda de sangue não reconhecida: mais
comum em CCRs do lado direito.
Tenesmo + dor retal + diminuição do calibre das fezes: pensar em CA retal.

CA de cólon ascendente e cecal têm uma


média 4 x maior de perda sanguínea
diária do que tumores em outros locais
do cólon.
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito pelo exame histopatológico de uma biópsia obtido durante uma
colonoscopia ou uma peça cirúrgica.

Colonoscopia: mais preciso e versátil, pois pode localizar e biopsiar lesões em todo o
intestino grosso, detectar neoplasias sincrônicas e remover pólipos.

Colonografia por TC: fornece uma perspectiva endoluminal do cólon distendido por ar. Deve
ser restrita a pacientes capazes de expelir flatulências e tolerar o preparo oral. Para pacientes
clinicamente obstruídos, uma TC abdominal de protocolo gastrointestinal é uma boa
alternativa à colonografia por TC.
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO

Exames laboratoriais: útil para detectar anemia por deficiência de ferro frequentemente
associada ao câncer de cólon. Não há função diagnóstica para outros testes laboratoriais
de rotina.

Marcadores tumorais: o mais associado é o antígeno carcinoembrionário (CEA). Possui


baixa capacidade de detecção do câncer primário e baixa sensibilidade para a doença em
estágio inicial

Os níveis de CEA têm valor no prognóstico e acompanhamento de pacientes com diagnóstico de CCR.
Níveis elevados de CEA no pré-operatório que não normalizam após a ressecção cirúrgica implicam na
presença de doença persistente e na necessidade de avaliação adicional.

ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO
ESTRATIFICAÇÃO
DE RISCO
TRATAMENTO
Estágio I Não recomendado tratamento adjuvante.

Estágio II
TRATAMENTO

Estágio III
TRATAMENTO
SEGUIMENTO

Colonoscopia: repetir em 1 ano e, depois, a cada 3 a 5 anos (exceto se achado


Estágio I pólipo, quando a frequência deve ser anual).

Instabilidade de microssatélites (MSI-H/dMMR):


- Exame clínico: a cada 3 a 6 meses por 2 anos e a cada 6 a 12 meses até 5 anos;
- Exames de imagem: a cada 6 a 12 meses (NE V/FR B);
Estágio II - CEA: a cada 6 a 12 meses (NE V/FR B);
- Para pacientes com síndrome de Lynch, as colonoscopias devem ser anuais;
- Considerar avaliação por oncogeneticista.
SEGUIMENTO

Risco habitual:
- Exame clínico: a cada 3 a 4 meses por 2 anos e a cada 6 meses até 5
anos (NE I/FR B);
Estágio II - Exames de imagem: a cada 6 meses por 2 anos e anualmente até 5
anos (NE I/FR B);
- CEA: a cada visita médica (NE I/FR B);
- Colonoscopia: repetir em 1 ano e, depois, a cada 3 a 5 anos (exceto se achado
pólipo, quando a frequência deve ser anual) (NE I/FRA).
SEGUIMENTO

Alto risco
- Exame clínico: a cada 3 meses por 2 anos e a cada 6 meses até 5 anos
(NE I/FR B);
- Exames de imagem: a cada 6 meses por 2 anos e anualmente até 5
Estágio II anos (NE I/FR B);
- CEA: a cada visita médica (NE I/FR B);
- Colonoscopia: repetir em 1 ano e, depois, a cada 3 a 5 anos (exceto se achado
pólipo, quando a frequência deve ser anual) (NE I/FRA).
SEGUIMENTO

-Exame clínico: a cada 3 meses por 2 anos e a cada 6 meses até 5 anos (NE I/FR B);

-Exames de imagem: a cada 6 meses por 2 anos e anualmente até 5 anos (NE I/FR B);

Estágio III -CEA: a cada visita médica (NE I/FR B);

-Colonoscopia: repetir em 1 ano e, depois, a cada 3 a 5 anos (exceto se achado pólipo,

quando a frequência deve ser anual) (NE I/FR A).


REFERÊNCIAS

Obrigada.

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