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CA de próstata
Anatomia e fisiologia

- Glândula localiza abaixo da bexiga


- Produção de parte do líquido seminal
- Área de saída de secreção das vesículas seminais
- De 20-30 gramas
- Consistência fibroelástica
- OBS: porção prostática da uretra → sintomas obstrutivos urinários

CA de próstata 1
Fisiopatologia

Inicialmente: nódulo de consistência endurecida aderido à glândula ou aos


tecidos adjacentes

Sintomas aparecem apenas após período evolutivo → necessário rastreio →


dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes

Fatores de risco

Idade (homens > 65 anos)

Etnia (negro risco 2x maior)

História familiar semelhante e genes envolvidos no adenocarcinoma familiar

Dieta rica em gordura

Obesidade

CA de próstata 2
Rastreio

Em todos os homens entre 50-75 anos, se expectativa de sobrevida > 10


anos

Se alto risco (negro, história familiar), começar aos 45 anos

RASTREIO = Toque retal + PSA

Toque positivo → nódulo, induração

→ indicação de biópsia

Biópsia → PSA = 4 ng/mL

→ < 60 anos → PSA = 2,5 ng/mL

Diagnóstico

1. Toque retal digital alterado + PSA alterado → RASTREIO!!!

2. Ultrassonografia prostática transretal

3. Biópsia, se → PSA > 4ng/mL ou achado suspeito em US

4. Estudo histopatológico → CONFIRMA DIAGNÓSTICO!

Exame clínico - toque retal

Avaliar tamanho, forma e consistência da próstata → buscar nódulos

CA de próstata 3
Limitações: acesso apenas a porção posterior e lateral da próstata

Antígeno prostático específico (PSA)

Proteína produzida pela próstata e excretada no fluído seminal

Presente em concentrações baixas na circulação de homem saudável

CA de próstata 4
Alta sensibilidade e baixa especificidade

Realizar toque retal em paralelo

Pode aumentar por: prostatite, hiperplasia benigna (HPB), CA de próstata,


trauma prostático ou ureteral e infecções da próstata

PSA de células malignas → não é inativo (pode se ligar a proteínas e ser


mensurado)

Valores → PSA = 4 - 10 ng/mL

→ PSA > 10 ng/mL → grande probabilidade de ser câncer

→ PSA > 100 ng/mL → doenças metastática

Observar velocidade de crescimento

> 0,75 ng/mL (ou jovem > 0,4 ng/mL)

Biópsia

Indicado após PSA elevado

Pode haver falso-negativo → se clínica clara, repete!

Estudo histopatológico

CA de próstata 5
Realizado quando → anormalidades no toque retal e/ou na dosagem do PSA

Laudo com Graduação de Gleason (células cancerigenas x normais) →


tendência de disseminação e taxa de crescimento do tumor

Gleason: soma dos graus do padrão primário (predominante) e secundário


(segundo grau histológico + comum)

Prevenção

Primária → previne ocorrência da enfermidade


- Limitar exposição a: tabagismo, sedentarismo e dieta inadequada

Secundária → diagnóstico precoce por meio de rastreiamento

- Toque retal + dosagem sérica do PSA

Classificação

Individualizado conforme estágio do tumor, idade, tamanho da próstata, grau


histológico, comorbidades, expectativa de vida, anseios do paciente e recursos
disponíveis

CA de próstata 6
Estadiamento:

Tx: tumor não pode ser acessado

T0: sem evidência de tumor primário


T1: tumor clinicamente inaparente (não visto, não palpálvel)

T1a: achado acidental em ressecação (5% da peça)

T1b: achado acidental em ressecação (mais de 5% da peça)

T1c: achado em biópsia por agulha


T2: tumor confinado à próstata

T2a: envolvimento de metade de um lobo ou menos


T2b: envolve mais da metade de um lobo, mas não ambos

T2c: invasão dos dois lobos prostáticos


T3: extensão tumoral até a cápsula

T3a: invasão extracapsular (uni ou bilateral)


T3b: invasão de vesícula seminal
T4: tumor fixo ou que invade estruturas adjacentes além da v.v seminais

Nx: linfonodos regionais não avaliados


N0: sem metástases para linfonodos regionais
N1: metástases linfonodais regionais

Mx: metástase à distância


M0: ausência de metástase à distância

M1: metástase à distância


M1a: linfonodos não regionais
M1b: ossos

M2c: outros órgãos

Classificação de risco

CA de próstata 7
Baixo risco: PSA < 10, Gleason 2 a 6 e estádio < ou = 2a
Risco intermediário: PSA 10 - 20, Gleason 7 ou estádios T2b-c

Alto risco: PSA > 20, Gleason 8 a 10 ou estádios T3a-b


Muito alto risco: estádios T3c-T4, ou qualquer T, N1

Tratamento cirúrgico

- Prostatectomia radical: padrão ouro


Baixo custo e fácil reprodutibilidade
Proporciona linfadenectomia

Técnica aberta → totalmente extraperitoneal


Videolaparoscópia → imagem magnificada, menor sangramento, menor tempo
de internação

- Complicações cirúrgicas:
Anestésicas

Gerais (infecção, atelectasia, deiscência)


Disfunção erétil → acometimento do feixe vasculonervoso

Incontinência urinária → lesão do esfíncter


- Escolha tratamento cirúrgico → depende do estadiamento da doença
(normalmente até T2, alguns T3) e do perfil do paciente

- Evitar em pacientes com expectativa de vida menor que 10 anos

Tratamento não cirúrgico

CA de próstata 8
- Radioterapia: p/ pacientes com alto risco cirúrgico ou com tumor contraindicado
a cirurgia ou que não desejam operar

- Complicações radioterápicas:

Disfunção erétil
Incontinência urinária
Hematúria e lesões actínicas

- Tratamento observacional

- Vigilância ativa:
Exames seriados para avaliar evolução

Tumores indolentes (até T2, com PSA < 10 e Gleason até 6)


Paciente cooperativo e bem informado

- Bloqueio hormonal
Deprivação de testosterona
PSA muito elevado e/ou recidiva pós radio

Acompanhamento

Dosagem seriada do PSA

PSA < 1 ng/mL → PSA + toque a cada dois a quatro anos

PSA > 1 ng/mL, negros ou história familiar → PSA + toque anualmente

CA de próstata 9

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