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O Tenentismo.

O Tenentismo foi um movimento militar de contestação política do início do século XX. O


movimento recebe esse nome devido o engajamento de jovens oficiais militares, dentre os quais
capitães e tenentes. Sua insatisfação se dava principalmente pelos rumos tomados no jogo
político que favorecia as oligarquias cafeeiras, a corrupção e as fraudes eleitorais.

As raízes do movimento remetem às eleições de 1922, das quais saiu eleito Arthur
Bernardes como presidente da república. Tido como um presidente antimilitar, Arthur Bernardes
tomou decisões que pioraram sua imagem perante o setor como a prisão do Marechal Hermes
da Fonseca e o fechamento do Clube Militar. Somado a isso existia um descaso com a
manutenção das forças armadas, o que refletia na falta de recursos básicos, no atraso do
pagamento dos salários e na demora da mudança de patente.

O primeiro ato revoltoso a eclodir foi o episódio dos 18 do Forte de Copacabana em 5 de


Julho de 1922, onde 28 tenentes, incluindo Euclides Hermes da Fonseca (filho do Marechal),
aquartelaram-se e apontaram os canhões para diversos pontos da cidade do Rio de Janeiro. As
tropas governamentais Bombardearam o forte, ao tentar negociar a rendição Euclides foi preso
imediatamente.

Restando apenas 17 oficiais, em um ato de desespero marcharam em direção ao palácio


do Catete, no caminho houve a adição de um civil de nome Otávio Pessoa as fileiras dos
revoltosos, que enfrentaram as tropas governamentais sobrando apenas dois sobreviventes
Siqueira Campos e Eduardo Gomes.

Após esse episódio outros movimentos tenentistas inspirados pelas ideias e ações dos “18
do Forte” eclodiram em diversas partes do Brasil, como a Comuna de Manaus em 1924 e a
Revolta Paulista de 1924, que posteriormente viria a dar origem à coluna Costa-Prestes.

A Revolta Paulista ficou conhecida como o maior bombardeio ocorrido na cidade de São
Paulo, diversos prédios e casas foram destruídos, principalmente em áreas operárias. A revolta
contou com a participação de cerca de mil militares, perdurando por longos 23 dias.

A Coluna Costa-Prestes surgiu em 1925 e foi considerado o maior movimento tenentista do


período. Os oficiais liderados por Miguel Costa e Luís Carlos Prestes marcharam no interior do
Brasil durante mais de dois anos, lutando contra as tropas do presidente Artur Bernardes. Ao todo,
a Coluna Costa-Prestes marchou por 25.000 quilômetros e cruzou doze estados. O movimento
encerrou-se em 1927, quando se exilaram na Bolívia.

O tenentismo foi responsável por lançar nomes importantes nos quadros políticos do Brasil
nas décadas seguintes e esteve diretamente ligado com a Revolução de 1930, que pôs fim à
Primeira República e colocou Getúlio Vargas no poder.

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