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Os tenentes se rebelam: Os 18 do Forte

No dia 5 de julho de 1922, logo depois da prisão de Hermes da Fonseca, 302 jovens
militares do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, se sublevaram. Para reprimi-los, o governo
enviou aproximadamente 3 mil soldados, que cercaram a fortaleza.
Em desvantagem numérica, a maioria dos amotinados se rendeu, mas 28 deles saíram
pelas ruas de armas em punho. No meio do caminho, alguns mais debandaram, sobrando
apenas dezoito homens, que ganharam a adesão de um civil. Nos tiroteios que se seguiram,
apenas dois rebeldes sobreviveram: os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. O
acontecimento ficou conhecido como Os 18 do Forte e marcou o início de um movimento
conhecido como tenentismo, que pregava a moralização dos costumes políticos, o fim das
oligarquias, a centralização do poder, a implantação do voto secreto, uma política nacionalista
e o fortalecimento da instituição militar.
Em 1924, no mesmo dia 5 de julho, eclodiu uma nova revolta tenentista na cidade de
São Paulo. Por três semanas, a capital paulista esteve ocupada pelos revoltosos e viveu um clima
de guerra, com tiroteios e bombardeio aéreo praticado pelas forças legalistas. Depois de 23 dias
de combates, os tenentes abandonaram a capital e, com a ajuda dos ferroviários, se deslocaram
em direção ao rio Paraná, no oeste do estado, seguindo depois para Foz do Iguaçu (veja o mapa
na página seguinte)

Coluna Prestes
Movimentos semelhantes eclodiram em outros estados, como Mato Grosso, Sergipe,
Amazonas e Rio Grande do Sul. O governo federal procurou sufocá-los e muitos militares foram
presos e condenados a trabalhos forçados.
Em abril de 1925, na região de Foz do Iguaçu, no Paraná, os rebeldes paulistas, liderados
pelo major Miguel Costa, uniram-se aos gaúchos, comandados pelo capitão Luís Carlos Prestes.
Surgiu assim a Coluna Prestes-Miguel Costa, que chegou a reunir cerca de 1 500 pessoas e
percorreu, por mais de dois anos, 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil, combatendo as
forças do governo e defendendo os ideais tenentistas.
Em fevereiro de 1927, a Coluna Prestes estava reduzida a pouco mais de seiscentas
pessoas mal armadas e esgotadas pela longa marcha. Além disso, não havia recebido o auxílio
de novas rebeliões tenentistas, como esperavam. Seus líderes decidiram então se refugiar na
Bolívia. Algum tempo depois, Luís Carlos Prestes entraria em contato com o marxismo, doutrina
política à qual passou a se dedicar a partir de 1930. Em 1934, ele se filiaria ao Partido Comunista
do Brasil (PCB), sendo seu principal dirigente por muitos anos.

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