Você está na página 1de 1

A GUERRA DE CANUDOS

A Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição de Canudos foi um


movimento político-religioso basileiro que durou de 1893 a 1897, ocorrida na cidade de
Canudos no interior do Estado da Bahia. Na Guerra de Canudos os revoltosos
contestavam o regime republicano recém adotado e a sua liderança, exercida por
Antônio Conselheiro, baseava-se na motivação religiosa. Todo o conflito foi retratada no
livro "Os Sertões" de Euclides da Cunha, que a presenciou como repórter do jornal O
Estado de S. Paulo.
Uma referência importante para entender a Guerra de Canudos é o romance "A guerra
do Fim do Mundo" de Mario Vargas Llosa. Nesta obra, Llosa descreve os fatos como que
num romance, o que faz o leitor sentir toda a dimensão da tragédia que foi esta guerra,
que, no Brasil, perde em dimensões somente para a Guerra do Contestado. A Guerra de
Canudos propriamente dita durou umano e, segundo a história, mobilizou ao todo mais
de dez mil soldados oriundos de 17 Estados brasileiros, distribuídos em quatro
expedições militares. Calcula-se que morreram ao todo mais de 25 mil pessoas,
culminando com a destruição total da cidade palco da guerra.

A destruição final de Canudos

Pressionado pelo governo inglês, o Governo Federal brasileiro, que temia que muitos
dos investimentos britânicos na Região Nordeste brasileira pudessem ser cancelados
caso o descontentamento civil e a resistência monárquica continuassem, preparou uma
nova expedição, sob o comando do General Arthur Oscar de Andrade Guimarães. Desta
vez a incursão foi melhor planejada, com a ajuda direta do Ministério da Guerra. O
general visitou pessoalmente Monte Santo, uma cidade próxima a Canudos, que servia
como concentração para boa parte da grande tropa reunida, consistindo de três
brigadas, oito batalhões de infantaria e dois batalhões de artilharia. Metralhadoras e
vasto aparato bélico, tal como morteiros e obuses, incluindo ainda um canhão Whitwort
32 (apelidado de "A Matadeira" pela população) foram entregues a uma força de três
mil homens, sendo transportadas com muito esforço através do território carente em
estradas decentes. Desta vez, os invasores não tiveram dificuldade devido à enorme
quantidade de esfomeados e mal-nutridos, à falta de armas e munição e às sérias
perdas que sofreram nos ataques anteriores. Ainda, o líder espiritual e principal símbolo
Antônio Conselheiro, tinha morrido no dia 22 de Setembro, provavelmente de disenteria
e desnutrição provocadas por meditação em penitência. Após uma formação estratégica
organizada, e a inclusão de mais dois mil soldados, Canudos foi cercada e bombardeada
sem dó dia após dia. Os rebeldes estavam desalentados e incapazes de resistir se
renderam incondicionalmente no dia 2 de Outubro de 1897. Somente três dentre os
rebeldes foram encontrados armados, junto com uma população de mulheres e crianças
esfomeadas. Atrocidades foram cometidas contra a população, tais como cortar a língua
de todos os homens, estupro de mulheres, levando adiante massacres por parte do
exército, por causa da indignação da população que revoltada tentara uma reação, até
que a paz fosse restaurada; apenas 150 sobreviventes restaram. As mulheres com
características estéticas mais belas foram feitas prisioneiras e enviadas para bordéis no
Salvador. O corpo de Antônio Conselheiro foi desenterrado, e sua cabeça foi decepada e
levada triunfalmente para a capital da província.

Você também pode gostar