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Contos do

NORDESTE
COLÉGIO ESTADUAL DE ENSINO INTEGRAL PADRE LUIZ SOARES PALMEIRA

Componentes da Equipe: Ana Clara Dias, Ana Júlia Avelar Oliveira, Felipe Gonçalvez,
Gabriella Souza, João Gustavo Avelar, Maria Vitória Avelar & Tayla Marcelle Lima

- Os componentes pertencem a turma 3°D do turno Matutino

Disciplina: História Professora: Érika

Data de Entrega: 10-04-2024

Tema: Guerra de Canudos.

A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo
em Praga e o Brasil tem essa praga no governo.

- Luis Fernando Verissimo

Contextualização do Trabalho: Pesquisa, preparação, personagens, enredo,


contextualização de peça, roteiro central e elenco. A temática aborda todos esses
componentes como forma de elaborar uma preparação para a peça teatral produzida por
nós (equipe).

Escrito por: Gabriella Souza

Todos os direitos reservados aos componentes do grupo em relação a espontaneidade da interpretação do conteúdo. ©

Todos os direitos de escrita e elaboração reservados a autora ©


Guerra dos Canudos —
Contextualização - A guerra de Canudos foi um conflito armado ocorrido no nordeste
do Brasil, entre 1896 e 1897, envolvendo o governo republicano brasileiro e os habitantes
da comunidade de Canudos, liderados por Antônio Conselheiro. Canudos era uma
pequena vila localizada na região de Canudos, no interior da Bahia.

O movimento liderado por Antônio era de cunho religioso e social, e ganhou seguidores
entre os mais pobres da região, muitos dos quais viviam em condições de extrema miséria
e opressão. Pregava contra a República, a cobrança de impostos, a propriedade privada e a
escravidão.

A Guerra de Canudos teve repercussões significativas na história do Brasil, destacando as


tensões sociais e políticas no período pós-abolição e a resistência dos marginalizados contra
as injustiças sociais e a opressão. O conflito também foi retratado em obras literárias, como
“Os Sertões”, de Euclides da Cunha, que desempenhou um papel fundamental na
interpretação e na memória coletiva desse evento histórico.

Os principais acontecimentos da Guerra de Canudos incluem:

- Fundação de Canudos e ascensão de Antônio Conselheiro: Antônio Vicente Mendes


Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, liderou a formação da comunidade
de Canudos, que era composta principalmente por sertanejos pobres e
desfavorecidos. Ele pregava contra a República e a situação de opressão social,
ganhando seguidores e construindo uma espécie de cidade-refúgio para os
marginalizados.
- Reação do Governo Republicano: O crescimento de Canudos e o apelo de Antônio
Conselheiro começaram a preocupar as autoridades republicanas. Em 1896, o
governo brasileiro enviou uma expedição militar para subjugar Canudos e eliminar
a ameaça que a comunidade representava para a ordem estabelecida.
- Batalhas e Resistência em Canudos: As tropas governamentais encontraram uma
forte resistência por parte dos habitantes de Canudos. As batalhas foram ferozes e
prolongadas, com os conselheiristas utilizando táticas de guerrilha e defendendo
tenazmente a sua comunidade.
- Reforços e Mudanças de Comando: Devido à resistência surpreendente dos
habitantes de Canudos, o governo brasileiro enviou reforços e mudou de comando
várias vezes na tentativa de derrotar os conselheiristas.
- Cerco e Queda de Canudos: Após vários meses de combates, em outubro de 1897,
as tropas governamentais finalmente conseguiram invadir Canudos, queimando a
vila e matando a maioria de seus habitantes. Antônio Conselheiro morreu durante
o cerco, em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas.
- Repressão e Consequências: Após a queda de Canudos, o governo brasileiro
promoveu uma repressão brutal contra os sobreviventes e simpatizantes do
movimento conselheirista. O conflito teve um impacto duradouro na sociedade
brasileira, destacando as tensões sociais e políticas do período e inspirando uma série
de obras literárias, estudos acadêmicos e reflexões sobre a história e a identidade
nacional.

As principais causas da Guerra de Canudos incluem uma série de fatores sociais,


econômicos, políticos e religiosos que culminaram na formação e no conflito com a comunidade de
Canudos. Aqui estão algumas das principais causas:

- Pobreza e marginalização: A região do sertão nordestino do Brasil era


caracterizada pela pobreza extrema e pela marginalização social. Os habitantes da
região enfrentavam condições de vida precárias, incluindo secas recorrentes, falta
de recursos básicos e acesso limitado a serviços públicos.
- Desigualdades sociais: As desigualdades sociais eram profundas no Brasil do final
do século XIX, com uma elite dominante detendo grande parte das terras e da
riqueza, enquanto a maioria da população vivia na pobreza e na miséria. A falta de
oportunidades e a opressão social contribuíram para o descontentamento entre os
segmentos mais pobres da sociedade.
- Repressão e abandono pelo governo: As políticas governamentais da época muitas
vezes negligenciavam as necessidades e os interesses das populações rurais e
sertanejas. A ausência de assistência e de políticas eficazes para lidar com a pobreza
e as condições precárias de vida levou ao sentimento de abandono por parte do
governo central.
- Contexto político da República Velha: A Guerra de Canudos ocorreu durante a
chamada República Velha, um período caracterizado pela instabilidade política,
centralização do poder nas mãos das elites agrárias e disputas entre os estados e o
governo federal. A ascensão da República também trouxe consigo mudanças sociais
e econômicas que afetaram negativamente as comunidades mais marginalizadas.
- Liderança carismática de Antônio Conselheiro: Antônio Conselheiro emergiu
como uma figura carismática e líder religioso no sertão nordestino, oferecendo uma
mensagem de esperança e resistência contra as injustiças sociais e políticas. Seus
ensinamentos e sua liderança proporcionaram uma voz e uma alternativa para os
despossuídos, atraindo seguidores e simpatizantes para sua causa.
- Conflito de interesses: A presença de Canudos representava um desafio para as
autoridades governamentais e para os latifundiários locais, que viam a comunidade
como uma ameaça à ordem estabelecida e aos seus interesses econômicos e políticos.
O crescimento e o sucesso de Canudos representavam uma potencial ameaça ao
status quo e aos privilégios das classes dominantes.

Várias figuras desempenharam papéis significativos, tanto no lado governamental


quanto entre os conselheiristas. Aqui estão algumas das principais figuras envolvidas:

• Lado Governamental:
- Floriano Peixoto: Presidente do Brasil durante o conflito, Floriano Peixoto foi
responsável por ordenar a intervenção militar contra Canudos.
- Moreira César: General encarregado da primeira expedição militar enviada para
subjugar Canudos. Ele foi morto durante a batalha.
- Artur Oscar de Andrade Guimarães: General que sucedeu a Moreira César no
comando das tropas enviadas contra Canudos.
- Manuel Vitorino: Oficial do exército brasileiro que teve um papel proeminente no
cerco e na destruição de Canudos.

• Lado Conselheirista:
- Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel): Líder espiritual e
político de Canudos, cuja pregação e carisma atraíram milhares de seguidores para
a comunidade.
- Pajeú: Importante líder militar conselheirista, que comandou as tropas de Canudos
em várias batalhas contra as forças governamentais.
- João Abade: Outro líder militar conselheirista, que desempenhou um papel
significativo na defesa de Canudos.
- Maria Bonita: Mulher que liderou um grupo de mulheres combatentes em
Canudos, participando ativamente da resistência contra as tropas governamentais.
Sugestoes e Elaboracoes —
Drama Histórico:
− Exploração das tensões entre as tropas governamentais e os habitantes de Canudos.
− Destaque para os impactos devastadores da guerra nas vidas dos envolvidos.
− Elementos de suspense, tensão e tragédia para criar uma experiência envolvente.

Tragédia Épica:
− Ampliação do enredo para incluir o contexto histórico mais amplo e as questões
sociais e políticas.
− Ênfase nos temas universais de poder, religião, violência e redenção.
− Exploração dos destinos entrelaçados dos personagens principais, culminando em
um desfecho trágico.
− Incorporação de elementos épicos para criar uma narrativa impactante e expansiva.

Teatro Documental:
− Utilização de documentos históricos, relatos de testemunhas e cartas autênticas
como base para os diálogos.
− Criação de uma representação precisa e autêntica dos eventos da Guerra de
Canudos.
− Uso de projeções, vídeos e depoimentos contemporâneos para enriquecer a
experiência do público.
− Foco na imersão e na profundidade histórica para proporcionar uma compreensão
mais completa do conflito.

Teatro Experimental:
− Exploração de abordagens não convencionais e inovadoras.
− Utilização de narrativa não linear, espaço cênico e recursos visuais e sonoros de
forma criativa.
− Desafio das expectativas do público e convite à participação ativa na experiência
teatral.
− Estímulo à reflexão sobre os temas e questões levantados pela Guerra de Canudos
de maneira provocativa e única.
Enredo —
A narrativa da peça incorporará várias referências contemporâneas, ou seja, eventos ou
questões sociais relevantes à época em que a peça está sendo produzida. No entanto, a
representação será marcada por uma abordagem simples e compacta, onde os principais
temas serão frequentemente mencionados e abordados de maneira singular para o
desenvolvimento da trama principal. Isso sugere que a peça pode explorar temas complexos
de forma superficial ou satírica, sem aprofundamento adequado.

Além disso, muitos personagens na peça terão personalidades exageradamente


estereotipadas. Isso pode ser interpretado como uma crítica à maneira como estrangeiros e
até mesmo alguns brasileiros percebem a região do Nordeste do Brasil. A representação
dessas personalidades de forma absurda pode destacar e satirizar os estereótipos associados
à região. As cenas retratadas na peça serão absurdas, o que sugere que o exagero e o
surrealismo serão elementos proeminentes na encenação, possivelmente para enfatizar
ainda mais a crítica social ou para criar um efeito cômico.

“O Babado de Antônio Conselheiro”

Origens e Juventude:
− Antônio Vicente Mendes Maciel, também conhecido como Antônio Conselheiro,
nasceu em Quixeramobim, Ceará, em 1830.
− Pouco se sabe sobre sua infância e juventude, mas relatos sugerem que ele era filho
de um pequeno fazendeiro e teve uma formação básica.

A Conversão Religiosa:
− Por volta dos 40 anos, Antônio Conselheiro passou por uma experiência religiosa
profunda, após uma crise existencial.
− Abandonou sua vida anterior e dedicou-se à vida religiosa, viajando pela região
nordeste do Brasil como pregador itinerante.

Movimento de Canudos:
− Por volta de 1893, Antônio Conselheiro estabeleceu-se em Canudos, na Bahia, onde
fundou uma comunidade religiosa.
− Canudos cresceu rapidamente, atraindo muitos seguidores e pessoas desfavorecidas
da região, em busca de uma vida melhor.
Conflito com o Governo:
− O rápido crescimento de Canudos e as visões políticas e sociais de Antônio
Conselheiro tornaram-se uma ameaça ao governo republicano brasileiro.
− O governo passou a ver Canudos como um foco de resistência e rebeldia,
desencadeando conflitos armados.

Guerra de Canudos:
− Entre 1896 e 1897, ocorreu a Guerra de Canudos, uma série de quatro expedições
militares do exército brasileiro contra o arraial de Canudos e seus seguidores.
− Antônio Conselheiro morreu em 1897 durante a quarta expedição, e o arraial de
Canudos foi completamente destruído.

Legado e Repercussão:
− O episódio de Canudos e a figura de Antônio Conselheiro tornaram-se símbolos de
resistência, especialmente entre os mais pobres e marginalizados.
− A Guerra de Canudos é considerada um dos eventos mais marcantes da história do
Brasil, representando os conflitos entre as classes sociais e as tensões políticas da
época.
Personagens —
Antônio Conselheiro: Líder carismático e religioso que fundou a comunidade de
Canudos. Ele é retratado como um homem de fé inabalável, determinado a lutar pelos
direitos dos pobres e oprimidos, inspirando aqueles ao seu redor com sua serenidade e
determinação.

José: Um dos líderes locais de Canudos, que trabalha em estreita colaboração com Antônio
Conselheiro. José é retratado como um indivíduo leal e corajoso, disposto a defender sua
comunidade e seus ideais com determinação.

Capitão Silva: Oficial militar encarregado de liderar a invasão de Canudos. Ele é


retratado como um homem de estratégia e determinação, comprometido em cumprir suas
ordens e manter a ordem estabelecida, mesmo que isso signifique recorrer à força.

Tenente Martins: Outro oficial militar envolvido na invasão de Canudos. Ele é retratado
como um homem pragmático e decidido, disposto a fazer o que for necessário para cumprir
suas missões, mas também sensível às consequências de suas ações.

Coronel Rodrigues: Um terceiro oficial militar que participa das discussões sobre a
invasão de Canudos. Ele é retratado como um líder autoritário e determinado, pronto para
usar todo o poder do Estado para subjugar qualquer forma de resistência.

Mensageiro: Um personagem secundário que traz as notícias urgentes sobre os planos


de invasão aos líderes de Canudos. Ele é retratado como alguém diligente e comprometido
com sua missão, mesmo diante das adversidades.

Narrador: A voz que guia a história, fornecendo contexto, detalhes e perspectivas sobre
os eventos e os personagens da trama. O Narrador pode assumir diferentes estilos narrativos
e influenciar a percepção do leitor sobre os acontecimentos.
Ato 1 - Antônio Conselheiro
Narrador: Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, nasceu
em Quixeramobim, no Ceará, em 1830. A partir da década de 1870, Conselheiro começou
a ganhar notoriedade por suas prédicas e ações em prol dos pobres e marginalizados. Ele se
destacou como um líder religioso carismático, pregando um retorno aos valores do
cristianismo primitivo e denunciando as injustiças sociais e a corrupção do Estado.

Antônio Conselheiro: (com fervor) Irmãos e irmãs, escutai-me! Nas terras áridas deste
sertão, ergo-me para clamar justiça e misericórdia. Tenho caminhado por essas estradas
poeirentas, levando a palavra do Senhor aos corações aflitos. Eu vos chamo para uma
revolução! Não de armas, mas de espírito! Devemos retornar aos ensinamentos simples do
Nazareno, amar uns aos outros e partilhar com os menos afortunados, é tempo de justiça!
É tempo de mudança! Juntos, iremos confrontar as injustiças deste mundo e construir um
lugar onde todos possam viver com dignidade!

Narrador: Em 1893, Antônio Conselheiro fundou a comunidade de Canudos, no interior


da Bahia, como um refúgio para os sertanejos que viviam em condições de extrema pobreza
e sofriam com a seca e a opressão das elites locais. Canudos cresceu rapidamente e se tornou
um centro de resistência contra as autoridades estaduais e federais.

[Cena I]
Narrador: Antônio Conselheiro está sentado sob uma árvore, observando os trabalhadores
em Canudos, quando um homem de meia-idade se aproxima. Este é José, um dos líderes
locais, cujo rosto mostra preocupação e determinação.

José: (com urgência) Antônio, precisamos discutir sobre a próxima colheita. As chuvas
estão escassas e as reservas de alimentos estão diminuindo.

Antônio Conselheiro olha para José com seriedade, compreendendo a gravidade da


situação.

Antônio Conselheiro: (com calma) Compreendo, José. Precisamos encontrar uma solução
para garantir que nosso povo não passe fome. Venha, vamos nos reunir com os demais
líderes e encontrar uma maneira de enfrentar essa adversidade juntos.

Narrador: José assente, aliviado por ter o apoio de Antônio Conselheiro, e os dois se
dirigem em direção ao centro da comunidade, onde outros líderes estão reunidos.
Enquanto os líderes de Canudos se reúnem para discutir estratégias para enfrentar a escassez
de alimentos, Antônio Conselheiro emerge como uma figura central, inspirando confiança
e solidariedade entre o povo. Levanta-se para falar, sua voz ressoando com autoridade e
compaixão.

Antônio Conselheiro: (com determinação) Meus amigos, enfrentamos tempos difíceis, mas
não devemos desanimar. 'A paciência é amarga, mas seu fruto é doce'. Com trabalho árduo
e solidariedade, superaremos esses obstáculos juntos. Vamos unir nossas forças e encontrar
maneiras de garantir que nenhum de nossos irmãos e irmãs passe fome.

Os líderes de Canudos assentem em acordo, renovados pela determinação de Antônio


Conselheiro. Juntos, eles traçam planos para administrar os recursos de forma eficaz e
garantir a sobrevivência de sua comunidade em meio às adversidades do sertão. Enquanto
o sol se põe no horizonte, a esperança brilha mais forte em Canudos, alimentada pela
solidariedade e liderança de Antônio Conselheiro.

Narrador: Na comunidade de Canudos, as pessoas viviam em um regime comunitário,


compartilhando os recursos e trabalhando coletivamente para o bem-estar de todos. A vida
em Canudos era organizada em torno das práticas religiosas e das orientações de Antônio
Conselheiro, que atuava como uma espécie de líder espiritual e político da comunidade.
No entanto, é importante notar que as condições de vida em Canudos eram extremamente
precárias, com escassez de alimentos, água e recursos básicos. A comunidade enfrentava
constantes desafios, tanto naturais, como a seca e as enchentes, quanto políticos, como a
perseguição do governo e das elites locais. Apesar das dificuldades, os habitantes de
Canudos mantiveram-se firmes em sua resistência, defendendo sua comunidade e seu líder
até o fim

[Cena II]
Um grupo de militares entra, todos caracterizados ao redor da mesa. Um deles se sobressaí
sendo o centro das atenções.

Narrador: Iluminados apenas pela luz fraca de velas, mapas estratégicos adornam as
paredes., enquanto os homens discutem em vozes abafadas, preocupação estampa seus
rostos.

Capitão Silva: (com seriedade) Senhores, a situação em Canudos é insustentável. As


informações que recebemos indicam que a comunidade está se tornando um foco de
resistência. Liderados por um monarquista, se armaram contra as autoridades estaduais e
federais.
Narrador: Devida as diversas críticas sob o governo, Antônio Conselheiro foi chamado de
monarquista, entretanto o termo "monarquista" não se refere diretamente ao governo em
si, mas sim a uma percepção por parte dos líderes do movimento de Canudos e de seus
seguidores sobre as autoridades republicanas. Antônio Conselheiro e os habitantes de
Canudos viam o governo republicano como herdeiro das elites que haviam dominado o
país durante o período imperial, antes da Proclamação da República. Essas elites, muitas
vezes associadas aos grandes latifundiários, industriais e militares, foram percebidas como
perpetuadoras das mesmas injustiças e opressões que existiam sob o regime monárquico.
Portanto, apesar da mudança de regime político, os líderes de Canudos e seus seguidores
enxergavam o governo republicano como uma continuação do sistema anterior, e por isso
o chamavam de "monarquista".

Tenente Martins: (franzindo a testa) precisamos agir com determinação antes que a
situação saia ainda mais do controle. Canudos representa uma ameaça à instabilidade da
região e à autoridade do governo.

Coronel Rodrigues: (com firmeza) concordo plenamente. Devemos organizar uma


operação militar para invadir Canudos e dispersar esses rebeldes. Não podemos permitir
que desafiem a autoridade do Estado

Narrador: O clima da sala se torna tenso à medida que os oficiais discutem os detalhes da
invasão planejada. Enquanto debatem, a sombra eminente da violência paira. O conflito
parece inevitável e as consequências incertas.

Capitão Silva: (com determinação) Preparem as tropas! Amanhã ao amanhecer, partiremos


em direção a Canudos. Não podemos mais adiar esta situação.

Os oficiais se levantam e deixam a sala. No dia seguinte, pegam suas armas prontos para
partir.

[Cena II]
Antônio Conselheiro está reunido com alguns dos líderes de Canudos em uma pequena
cabana, discutindo planos para o futuro da comunidade, quando um mensageiro entra
apressadamente, semblante tenso e respiração ofegante.

Mensageiro: (ofegante) Antônio, perdão pelo incômodo, mas acabo de receber notícias
urgentes. Os militares planejam invadir Canudos ao amanhecer!

Antônio Conselheiro ergue-se imediatamente, olhos arregalados de surpresa e


preocupação.
Antônio Conselheiro: (com determinação) Irmãos, o momento que tanto temíamos parece
ter chegado. Mas 'quem espera, sempre alcança'. Devemos nos preparar para enfrentar essa
adversidade com coragem e determinação.

Os líderes ao seu redor olham para ele, preocupados, mas inspirados pela serenidade de
Antônio Conselheiro.

Líder José: (com urgência) O que devemos fazer, Antônio?

Antônio Conselheiro: (com firmeza) Primeiro, devemos garantir a segurança de nosso


povo. 'A segurança é mãe da tranquilidade'. Preparem-se para a defesa, mas sem violência
desnecessária. Nossa luta é pela justiça e pela paz.

Narrador: Os líderes assentem, absorvendo as palavras de Antônio Conselheiro e se


preparando para a batalha iminente.

ANTÔNIO CONSELHEIRO: (com esperança) Lembrem-se, meus irmãos, 'a união faz a
força'. Juntos, podemos superar qualquer desafio que se apresente. Que a fé e a
solidariedade nos guiem neste momento difícil.

Os líderes saem da cabana, determinados a preparar Canudos para a invasão iminente.


Enquanto Antônio Conselheiro observa o movimento frenético ao seu redor, uma chama
de esperança brilha em seus olhos.

[Cena IV]

Narrador: O sol começa a despontar no horizonte, lançando uma luz pálida sobre Canudos
enquanto a comunidade desperta para mais um dia de trabalho árduo. No entanto, a calma
matinal é interrompida pelo som distante de tambores e o eco de marchas militares se
aproximando. Antônio Conselheiro, junto com os líderes de Canudos, observa a
aproximação das tropas com uma expressão grave, enquanto os habitantes da comunidade
se reúnem em um misto de apreensão e determinação.

Antônio Conselheiro: (com serenidade) Chegou o momento que tanto temíamos, meus
irmãos. Mas 'é na luta que a alma se engrandece'. Estejamos prontos para defender nossa
terra e nossos ideais.

Os habitantes de Canudos se preparam para o inevitável, erguendo barricadas improvisadas


e reunindo-se em posições estratégicas ao redor da comunidade.
Enquanto isso, as tropas militares se aproximam rapidamente, lideradas pelo Capitão Silva,
Tenente Martins e Coronel Rodrigues, cujos semblantes refletem determinação e urgência.

Capitão Silva: (comandando) Avancem! Não deixem nenhum rebelde escapar! Canudos
deve ser tomada a todo custo!

As tropas avançam em direção à comunidade, ignorando qualquer resistência que possa


surgir em seu caminho. O som dos tambores ecoa pelo ar, ecoando como um presságio
sombrio de conflito iminente.

Narrador: Enquanto as tropas militares se aproximam, a tensão atinge o ápice em Canudos.


O destino da comunidade está prestes a ser decidido em meio ao fragor da batalha. As
palavras de Antônio Conselheiro ecoam nas mentes dos habitantes, alimentando sua
coragem e determinação enquanto se preparam para defender seu lar com todas as forças
que possuem.

Antônio Conselheiro: (com fervor) Irmãos e irmãs, mesmo que nossos corpos sejam
derrotados, nossa causa permanecerá viva! Nossa luta pela justiça e pela dignidade não será
em vão! Que nossos ideais sejam o legado que deixamos para as futuras gerações!

Narrador: Com uma última investida de coragem, os defensores de Canudos enfrentam o


inimigo com bravura, mas a batalha é perdida.

A poeira finalmente se assenta sobre as ruínas de Canudos, testemunha silenciosa da


tragédia que se desenrolou ali. Entre os escombros, os sobreviventes se reúnem, olhos
marejados de tristeza, mas também repletos de esperança e determinação para o futuro.

ANTÔNIO CONSELHEIRO: (em um sussurro) Nossa jornada pode ter terminado, mas
nossos ideais jamais serão derrotados. Que Canudos permaneça como um símbolo de
resistência e esperança para todos os oprimidos.

Narrador: Assim termina a saga de Canudos, um capítulo marcante na história do Brasil,


onde os sonhos de justiça e igualdade foram confrontados pela dura realidade da violência
e da opressão. No entanto, a chama da resistência e da esperança queimará eternamente,
lembrando-nos do poder da determinação humana em face das adversidades mais cruéis.
E nas memórias daqueles que testemunharam a tragédia de Canudos, o legado de Antônio
Conselheiro viverá para sempre.
Elenco —
Ana Clara Santos ______________________

Ana Júlia Oliveira ______________________

Felipe Gonçalvez ______________________

Gabriella Souza ______________________

João Gustavo Avelar ______________________

Maria Vitória Avelar ______________________

Tayla Marcelle Lima ______________________

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