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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

Discente: Maria Sthefanie Lima Ferreira


Docente: Adauto Rocha
História de Pernambuco
8° Período

Resenha: "Sobre os que fazem a guerra: migração, origem e perfil social dos soldados
do exército da Companhia das Índias Ocidentais (Bruno Romero Ferreira Miranda)

Bruno Romero Ferreira Miranda é um historiador brasileiro, professor adjunto do


Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), desde
2013, membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano desde 2012 e
do Instituto Histórico, Arqueológico e Geográfico de Goiana desde 2021. Desenvolve
pesquisas sobre a história do Brasil colonial, com foco em História Militar, História Moderna,
História Indígena, expansão ultramarina portuguesa e neerlandesa nos séculos XVI e XVII e
paleografia portuguesa e neerlandesa dos séculos XVI e XVII. É editor-chefe da Revista do
Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano desde 2014. É professor dos
programas de pós-graduação em história da UFRPE e da UFPE. Obteve PhD em História no
Instituto de História da Universidade de Leiden, Países Baixos, em 2011, com a tese "Gente
de guerra: Origem, cotidiano e resistência dos soldados do exército da Companhia das Índias
Ocidentais no Brasil (1630-1654)", sob supervisão do Dr. Gert J. Oostindie (KITLV, Instituut
voor geschiedenis, Universiteit Leiden) e da Dra. Marianne L. Wiesebron (Universiteit
Leiden).
O seu artigo intitulado "Sobre os que fazem a guerra: migração, origem e perfil social
dos soldados do exército da Companhia das Índias Ocidentais (1630-1654)" é uma análise
histórica da composição social dos soldados do exército da Companhia das Índias Ocidentais
(WIC, na sigla em inglês). A pesquisa é baseada em uma análise de dados coletados
utilizando como fonte principal os registros militares da época como, por exemplo, registros
de recrutamento e alistamento dos soldados, complementados por fontes secundárias, como
estudos demográficos. Alguns dos dados revelam que a maioria dos soldados eram recrutados
de centros urbanos e de outras partes da Europa, como Alemanha e Escandinávia. O autor
ressalta que a variedade de origens entre os militares da WIC no Brasil não era algo incomum
pois, todos os exércitos europeus dos séculos XVI e XVII contavam com essa diversidade. O
perfil social dos soldados era heterogêneo, e o autor atenta para fugir de algumas
generalizações a respeito disso não podendo ser afirmado que as pessoas a serviço da WIC
vinham majoritariamente “da massa de destituídos, criminosos e vagabundos” algo que alguns
pesquisadores sugerem. Avaliando os diários, cartas e relatos de militares com passagem no
Brasil, todos parecem compor um perfil de jovens com boa formação que tiveram até mesmo
acesso a Universidade.
A pesquisa aponta ainda que grande parte dos soldados (60%) tinham uma média de
idade entre 20 e 30 anos, sendo a maioria solteiros e sem filhos apesar de existirem alguns
registros de militares que viajaram com suas esposas e filhos. Segundo Miranda, deve-se levar
em conta a possibilidade de muitos militares terem deixado mulheres e crianças na Europa,
ainda mais se considerarmos os pedidos de pagamento de salários feitos na Europa por viúvas
de soldados que serviram no Brasil ou nas procurações assinadas por militares para que suas
esposas pudessem sacar seus salários nos escritórios da WIC. A respeito da religião dos
militares da WIC no Brasil é uma tarefa difícil definir com precisão , para isso Miranda
analisa com base na origem geográfica das tropas, especulando que a maioria dos militares
despachados para o Brasil seguisse a religião protestante – calvinista e luterana. No entanto,
tendo em vista a variedade dos locais de origem dos militares, não seria impossível dizer que
poderia haver uma boa parcela de católicos e de outros tipos de protestantes.
A principal contribuição do artigo é evidenciar a importância da análise social e
migratória para entender as dinâmicas do contexto colonial. o artigo contribui para o campo
da história militar, fornecendo informações valiosas sobre a composição social dos soldados
da WIC. A pesquisa destaca a importância de se compreender a origem e a motivação dos
soldados em conflitos militares, bem como a complexidade da formação de exércitos em
diferentes contextos históricos e sociais.

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