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Francisco Adolfo

de Varnhagen
"Pai da História do Brasil"
Seminário para a disciplina Teorias da História I

Discentes:
Antônio Dias de Andrade Neto
Cleiton Araújo Santana
Joicy de Santana Sá
Leandro Cardoso dos Santos Neto
Phelype Matheus Lima Bento
Tarcisio Sampaio da Costa
Vanessa Hawany Santos Corrêa

Vida e Formação
FAMÍLIA E FORMAÇÃO INICIAL:
- FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN NASCEU EM 17 DE FEVEREIRO DE 1816,
EM SOROCABA, SÃO PAULO.
- SEU PAI, FRIEDRICH LUDWIG WILHELM VARNHAGEN, ERA UM ENGENHEIRO
ALEMÃO E DIRETOR DA REAL FÁBRICA DE FERRO DE SÃO JOÃO DE IPANEMA,
PIONEIRA NA FUNDIÇÃO DE FERRO NO BRASIL.
- SUA MÃE ERA D. MARIA FLÁVIA DE SÁ MAGALHÃES.
- A FAMÍLIA RESIDIA NAS TERRAS DA REAL FÁBRICA DE FERRO.

MUDANÇA E EDUCAÇÃO EM PORTUGAL:


- EM 1823, DEVIDO À NOMEAÇÃO DE SEU PAI COMO ADMINISTRADOR
DAS MATAS PORTUGUESAS, SUA MÃE E OS FILHOS PARTIRAM PARA
PORTUGAL PARA SE REUNIREM A ELE.
- A FAMÍLIA FIXOU-SE EM PORTUGAL, ONDE FRANCISCO ADOLFO
CONTINUOU SUA EDUCAÇÃO.
EDUCAÇÃO MILITAR:
- NO FINAL DE 1825, FRANCISCO ADOLFO INGRESSOU
NO REAL COLÉGIO MILITAR DA LUZ, EM LISBOA.
- COMPLETOU SEUS ESTUDOS NO COLÉGIO EM 1832.

ACADEMIA DA MARINHA E ACADEMIA DE FORTIFICAÇÕES:


- PROSSEGUIU SUA EDUCAÇÃO MATRICULANDO-SE NA ACADEMIA DA
MARINHA APÓS CONCLUIR SEUS ESTUDOS NO REAL COLÉGIO MILITAR.
Retrato de Varnhagen pintado por
- EM 1834, CONCLUIU SEUS ESTUDOS MILITARES NA ACADEMIA DE
FORTIFICAÇÕES. Federico de Madrazo y Kuntz em 1853.
Carreira Militar e Retorno ao Brasil
VARNHAGEN DEMONSTROU LEALDADE À FAMÍLIA REAL AO SERVI-
LOS COMO UM SÚDITO FIEL. ELE TOMOU PARTIDO QUANDO OS
FILHOS DE D. JOÃO VI ENTRARAM EM CONFLITO PELA SUCESSÃO
AO TRONO, MARCANDO O INÍCIO DA GUERRA CIVIL PORTUGUESA
ENTRE OS ANOS DE 1832 E 1834.

DURANTE ESSE PERÍODO, VARNHAGEN ALINHOU-SE COM D. PEDRO,


ENQUANTO D. MIGUEL, APÓS A DERROTA, BUSCOU REFÚGIO EM UM
LOCAL DE ESCONDERIJO.

RETORNOU AO BRASIL , EM 1840, ONDE OCUPOU UMA VAGA NO


INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO (IHGB)

Retrato de D. Pedro I atribuído a


Simplício Rodrigues de Sá, c. 1828-1830. Retrato de D. Miguel I por Johann
Museu Imperial. Ender, 1827
Mudança para Madri e
História Geral Do Brasil
ATIVIDADES NA ESPANHA E INÍCIO DO TRABALHO HISTÓRICO:
EM 1846, FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN FOI ENVIADO PARA A ESPANHA
COM A FINALIDADE DE SE ENVOLVER NA PESQUISA DE DOCUMENTOS
HISTÓRICOS ANTIGOS.
ESSA MISSÃO REPRESENTOU UM PONTO CRUCIAL EM SUA TRAJETÓRIA,
MARCANDO O INÍCIO DE SEU TRABALHO MAIS NOTÁVEL COMO HISTORIADOR.

COLETA DE DOCUMENTOS RELACIONADOS AOS LIMITES TERRITORIAIS:


VARNHAGEN TINHA COMO OBJETIVO PRINCIPAL REUNIR DOCUMENTOS QUE
PUDESSEM ESCLARECER QUESTÕES SOBRE OS LIMITES TERRITORIAIS DO BRASIL.
A PESQUISA TINHA O INTUITO DE SUBSIDIAR AS DISCUSSÕES E DECISÕES
RELACIONADAS ÀS FRONTEIRAS DO PAÍS.

"HISTÓRIA GERAL DO BRASIL" - 1854-1857:


O RESULTADO DE SUAS PESQUISAS E ESTUDOS FOI A ELABORAÇÃO DA OBRA
"HISTÓRIA GERAL DO BRASIL".
PUBLICADA ENTRE OS ANOS DE 1854 E 1857, ESSA OBRA SE TORNOU UM MARCO
SIGNIFICATIVO NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA.
O LIVRO ABRANGEU DIVERSOS ASPECTOS DA HISTÓRIA DO BRASIL DESDE OS
PRIMÓRDIOS DE SUA COLONIZAÇÃO.

FALECEU EM 29 DE JUNHO DE 1878 EM VIENA, AOS 62 ANOS, SENDO SEPULTADO EM


Monumento no Rio de Janeiro.
SANTIAGO DO CHILE.
História Geral Do Brasil
Duas palavras sobre esta obra, pp. 11-12
OBJETIVOS DA OBRA:

EQUILÍBRIO NA NARRATIVA:

IMPARCIALIDADE E BUSCA PELA


VERDADE:

PONDERAÇÕES PESSOAIS E INDICAÇÕES


PARA O FUTURO:

PERSPECTIVA A LONGO PRAZO:


História Geral Do Brasil

PREFÁCIO
História Geral Do Brasil
Discurso Preliminar
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Lucia Maria Paschoal Guimaraes
●Graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1970);
●Mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(1990);
●Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1994);
●Atua como pesquisadora e orientadora no Programa de Pós-graduação em
História Política da UERJ;
●Coordena o Grupo de Pesquisa “Ideias, cultura e política na formação da
nacionalidade brasileira”;
●Participa como pesquisadora principal do Pronex/CNPq/Faperj "CAMINHOS DA
POLÍTICA NO IMPÉRIO DO BRASIL”, dirigido por Lucia Maria Bastos Pereira
das Neves.

Obras:
● Debaixo da imediata proteção imperial
● O Liberalismo No Brasil Imperial : Origens, Conceitos
E Prática
● Os Historiadores - Clássicos da história

Francisco Adolfo de Varnhagen


Os historiadores clássicos da História do Brasil
“Soube compatibilizar os deveres da carreira diplomática com o ofício de
historiador. Para ele, os lazeres e o glamour da chancelaria pareciam
secundários. A diplomacia foi antes o meio eficiente para se dedicar aos
estudos históricos, pois lhe propiciou o prazer de compulsar arquivos, descobrir
manuscritos originais, além de frequentar bibliotecas museus.” (Pág 48, p. 2)

Memorial Orgânico (1849-1850): Obra que se assemelhava a um projeto de estado.


Inventário metódico dos principais problemas que afetavam a modernização do
país. Propunha um conjunto de medidas político-administrativas cujo objetivo era
fortalecer o império. Entre elas: o fim imediato do tráfico negreiro e a abolição
gradual dos escravos, a substituição da mão de obra africana pela indígena, nova
divisão territorial das províncias e mudança da capital do império para o interior.
Francisco Adolfo de Varnhagen
Os historiadores clássicos da História do Brasil
“Frequentava os salões literários de Lisboa, onde fez amizade com o historiador
Alexandre Herculano e o cardeal D. Francisco de São Luís conhecido como cardeal
Saraiva. A interlocução com ambos lhe facilitou o acesso aos arquivos da torre do
tombo. Ali, recebeu noções básicas de paleografia e diplomática, familiarizou-se com
a organização dos acervos e conheceu os depósitos de fontes manuscritas,
descortinando um tesouro praticamente intocado, que explorou como ninguém,
conforme assinalou Capistrano de Abreu.” (Pág 50, p. 1)

Falando acerca de uma excursão que Varnhagen fez pelo interior de São Paulo, a autora cita que
no meio do trajeto ele juntou-se a alguns tropeiros (condutores de gado) e, a certa altura da
estrada real, eles sacaram suas armas, pressentindo uma possível emboscada. Segundo consta, o
grupo vinha sendo tocaiado por índios que costumavam assaltar viajantes e fazendeiros naquelas
matas virgens. A investida não se consumou mas a ameaça de ataque deixou sequelas. Daí em
diante, ele passaria a expressar forte desapreço pelos povos indígenas embora continuasse a se
dedicar aos estudos etnográficos
Francisco Adolfo de Varnhagen
Os historiadores clássicos da História do Brasil
●Varnhagen como um historiador predominantemente empírico, que não tece
grandes reflexões sobre a natureza do conhecimento histórico.
●Sobre a escrita de "História Geral": Varnhagen se mostra convencido de que sua
missão era contribuir para a consolidação da monarquia e acredita na força dos
ensinamentos do passado para iluminar a resolução dos problemas do presente.
●Opera com uma concepção de tempo linear e diacrônica em que os eventos se
sucedem em ordem cronológica
●A história do Brasil se apresenta como continuação da história da antiga
metrópole e a narrativa principia com a defesa dos direitos prévios de Portugal
sobre as terras localizadas na parte sul do continente americano;
●José Honório Rodrigues chegaria a afirmar que o seu grande tema é a obra da
colonização portuguesa no Brasil, mas a autora admite uma outra chave de
leitura: a de que o tema central é a formação do estado brasileiro.
Lucia Maria Paschoal Guimaraes
Francisco Adolfo de Varnhagen
“É inquestionável que ele foi o maior historiador de sua época.”

Lúcia Guimarães considera que a contribuição de Varnhagen se impõe pela erudição, pelos
fatos que revelou, pelas fontes documentais que descobriu, pela publicação de testemunhos
inéditos e pelo seu enorme esforço e determinação de conceber a história pátria.
Ela acredita que o projeto historiográfico desenvolvido por Varnhagen reconstituiu o passado do
império e lhe deu unidade e coerência, buscando preservar sua integridade territorial e
fortalecer a monarquia.

“O visconde foi um homem do seu tempo. Tanto ele quanto sua obra refletem uma visão de
mundo datada, em que se projetam valores, aspirações, estereótipos e até preconceitos”.
(Pág. 59, p. 2)

Lúcia Guimarães também discorre sobre a necessidade de alguns cuidados ao lermos


Varnhagen hoje. Segundo ela, implica deixar de lado os rótulos que a própria historiografia lhe
impôs (historiador das elites, conservador e oficialista) e, até mesmo, esquecer o juízo correto.
José Carlos Reis
Formação: Graduação em História pela Universidade Federal de Minas Gerais
(1981)
Mestrado: Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987)
Mestrado: Filosofia pela Université Catholique de Louvain (1989)
Doutorado: Filosofia pela Université Catholique de Louvain (1992)
Pós-Doutorado: École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris, 1996/97)
Pós-Doutorado: Université Catholique de Louvain (Bélgica, 2007/08)
Pós-Doutorado: Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014/15)
Posição Atual: Professor Associado 4 na Universidade Federal de Minas Gerais

Áreas de Atuação: Obras:


História História & Teoria: historicismo, modernidade,
Teoria da História temporalidade e verdade;
História da Historiografia Teoria & História: tempo histórico, história do
Temas de Pesquisa: pensamento histórico ocidental e pensamento
Epistemologia brasileiro;
Temporalidade As identidades do Brasil 1: de Varnhagen a FHC;
Historiografia Brasileira As identidades do Brasil 2: de Calmon a Bomfim;
Historiografia Francesa As Identidades do Brasil 3: de Carvalho a Ribeiro;
Pensamento Histórico Alemão Escola dos Annales, a Inovação em História.
1850: Varnhagen - O Elogio da
Colonização Portuguesa
Contextualização e Influências Intelectuais:
José Carlos Reis inicia contextualizando o período histórico em que Varnhagen
publicou suas obras, destacando as influências intelectuais e ideológicas que
moldaram sua perspectiva.
Explora a visão de Varnhagen de que a colonização portuguesa teve um impacto
positivo, ressaltando a contribuição dos colonizadores na formação cultural, social
e econômica do Brasil.

Romantização da Colonização e Omissões:


Reis desentranha as nuances da argumentação de Varnhagen, expondo sua tendência
a romantizar a colonização e omitir as tensões, violências e desigualdades desse
período histórico.
Mostra como Varnhagen manipulava fontes e construía uma narrativa idealizada para
sustentar sua visão positiva da colonização.
1850: Varnhagen - O Elogio da
Colonização Portuguesa
Contexto Político e Intelectual:
Destaca a importância de entender o contexto político e intelectual da época de
Varnhagen para compreender suas motivações e limitações como historiador.

Analisa como as obras de Varnhagen influenciaram a construção de identidades e


discursos nacionais no Brasil, moldando uma narrativa oficial que perpetuou certas
visões da história.

Contribuição para Compreensão Completa:


O capítulo contribui para uma compreensão mais profunda das complexidades e
tensões na construção da história e das identidades brasileiras.
A abordagem crítica de José Carlos Reis revela as estratégias retóricas de Varnhagen,
enquanto situa suas obras dentro do cenário histórico e intelectual do século XIX.
Conclusão
A Intenção de Varnhagen e Seus Valores

A Abordagem Crítica de Reis


Varnhagen na Visão de Guimarães

A análise das perspectivas de Francisco Adolfo de Varnhagen sobre a


história do Brasil, sob os olhares críticos de José Carlos Reis, Lucia
Maria Paschoal Guimarães e a própria visão de Varnhagen, oferece uma
visão rica e complexa da interpretação histórica e suas nuances. Ao
entrelaçar essas abordagens, emergem insights profundos sobre
intenções, valores, influências e legados do historiador.

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