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U L O
ÍNDICE
Introdução 0]
Capítulo I
A Proto-História do Bandeirante 14
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
A Manipulação do Conhecimento
Conclusão
Bibl iograf ia ‘ 1?
02.
>
03.
*
»* Qualquer das versões está marcada pelos conflitos cue a so¬
ciedade enfrentava no momento em que a produziu.
*
r
dade.
prio conceito.
sertanistas.
A PROTO-HISTÓRIA DO BANDEIRANTE
exigido.
K.MORAE>, R-
(1) Canabrava, A. P. Bandeiras. In: BERRIEN,
Brasileiros.
Borba, Manual Bibliográfico de Estudos
1949, p.493.
de Janeiro, Gráfica Editora Souza,
José Honório Rodrigues encontrou outras ra¬
zões para a inexistência de uma produção histórica contempo
rânea ao bandeirismo, na "primitividade do produtor" . (2) a
.
rusticidade paulista justificou, para J H . Rodrigues , o fato
de os bandeirantes não terem escrito sobre si mesmos, não te
rem legado para a posteridade nem suas memórias, nem o que
consideravam seus maiores feitos, já que o autor os reconhece
como " coha cZení ez> . . . , doò e^eZtob de iua obu".^1
Nem mesmo o que aquele autor chama de " o^ZcZaZ"
se deixou seduzir pela "ob/ta de. mazombos, ZndZoà e me-f>tZç.0A" ,
porque estava " dema^Zado encantada com ot aòpectoA da de^zéa
de Po>itu.ga£, na kmettZea contra HoZanda"^
que São Paulo no século XVII era um pequeno burgo, "um attaZad
(5)
de óefitanZòtaò" , no dizer de Ernani Silva Bruno e que a
canas .
_
B somente surgiriam no século XIX, com a instalação da Faculda-
de de Direito. Não surgiu também em São Paulo nenhum grupo
B pudesse se aproximar de movimentos literários, como o Gr.
po Pernambucano de fins do século XVII e início do XVIII; c_
gem que havia sido forjada pela literatura jesuítica. Por que?
Iou
crime perante a sociedade. A Igreja não se manifestava de
ma.
«eç^*!»"
25.
*
ff
«
" CatboíZco , benZgno e invietdAimo Rei e Sch/ioa!
- Oa AeveAe.nc/04 padreA da companhia de Jcaua
qae reAidem n' eAta província do Braóii, em pa
ga e AatiA^ação de oa morador ca the haverem da
do o methor, em que Aituaram cottegioA e caAaA
^eitaA com ddpêndioA de Aua fazenda, e depod
de Ae verem ricoA proAperoA e poderoAOA, impe¬
traram Aubrepticiamente uni breve de Sua Santi
dade, com que tratara me pretend eram de ti¬
rar, privar e eAbuthar aoA ditoA moradoreA da
poAAe immemorial e antiqudAima em que eAtão
deAde a fundação d' ede Edado ate o preAente,
A em a quat Ae não poderão nem podem AUAtentar
e conAervar , e com etta reAutta do dito EAtado
grandeA augmentoA e ã Real Fazenda de U.M., e
eAtando com AuaA coioniaA e atdeaA com oa di-
toA padreA querem e pretendem e etteA por acua
doutrinanteA , Ae Aeguem tantoA damnoA irrepa
/tav ed quantoA hão padecido e experimentado '
tanto ã Aua caAta oa pobreA moradoreA d'eAte '
dito EAtado.
tas.
povoado,
e A em aguandan nazõeA, acometendo a igneja ,
diApanando acua moAqueteA. Petejanam AeiA ho-
naA , deAde aA oito da manhã ate aA duaA da
tande.
riam lhes servir como arma de defesa, ou seu relato cumprir '
razoáveis"
(25) .
TAUNAY , Afonso de E -Relato Sertanistas , op cit . . , p. 35 .
(26) TAUNAY concorda com a hipótese levantada por Orville
Derby de que Bento Fernandes tenha contado suas men;
rias para Cláudio Manoel da Costa, que as teria escrito,
pois "o estilo da memória atribuída ao Cel. Bento Fernan
des acusa antes um literato que um sertanejo e terço er
vista as relações entre o velho mineiro e c porta e de
de suspeitar aue a redação deste documento tosse ta~rer
de Claudio Manoel" (cf .TAUNAY , A de E-Relatos Sertanistas
op. cit. p.14) .
. „ ^ ...
. de
Sao dois os pontos básicos
que chamam a atenção neste
ao enfrentar
gentio, como por exemplo, ao afirmar que, em
se tratando
acima
documento. 0 primeiro é a simpatia
pelos paulistas; a quem,o documento
tence a gloria de ter descoberto as
enfatiza seguidamente ,per
reservas minerais, graças
ao fruto de seu trabalho e do seu destemor
na se
franca
o
de
Histo
as memórias tiveram um papel importante no Fundamento
Cláudio Manoel da Costa, conhe
rico do poema "Vila Rica" , de
'
privilegiada de Minas, em relação ao sistema colonial.
bas e
ção
se estrutura de forma
figurar como um testemunho jurídico do direito de posse ãs
quezas descobertas, das quais se apropriaram " Oà -ingrato A
£h.0A da Europa" .
2 .
veio governar
assinaladas
Emb' a-
explora
a
Nunes Viana.
sé Alvares de Oliveira .
ou emboaba
„(33)
ses
— e isso se explica: seu autor português e jesuíta
teria motivos para aceitar os sertanistas oaulistas,
não
”cúmp£Z-
dcíieó poiçue ccm viviam
~ ( 36'
tacto A dc <nd<ci que tinham t^az-ido do òc.ttãc..." '
de fixar a verdadeira po
dres Matemáticos tinha a finalidade
sição das terras ocupadas por Portugal , em relação ao Meri¬
Minas, etc.
na Colonização
Guilherme-Mentalidade Ilustrada405:
Portu¬
( 3 8~) MOTA, Carlos 416, .
guesa. Revista de História, São Paulo: XXXV-72:
dainv Alex.iuh e de
( 39 ) Alvará do Conselho Ultramarino, apud. CORTESÃO, das Pe..
o de Janeiro, Ministério
Gufanão e O Tratado de Madrid.IRi
ções Exteriores, 1956. Par te , T.II , p. 7-8.
48.
to Caminho.
I0 . Noticia - 3a• P r ã t i ca
go Soares.
Cuidam sobretudo da
das possibilidades de sobrevivência com os recursos
que apresentam, demonstrando uma preocupação no ser
estimular a ocupação portuguesa na região meridional õa
ca do Sul, aconselhando a Coroa Portuguesa a não í
Vaaatoó" .
12 . Notícia
* - 2a. Prática
1 3 • Notícia - 3a • Prática
Ouro.
mesmo estabelecidas.
mu
habitantes por extremo asseadissimos e es¬
i
táveis e tão curiosos que podem competir
co- as mais das nações do mundo no seu tan¬
~aio de 1723.
_
sua Noticia cor a afirmação que: "Todos esses
íioo dt. que dou. uot4.cta
sertões c gen-
descobertos petos pauttstas" ,
j £
de São Pedro.
tra¬
CAPÍTULO II
Vê os PZ-'teA, c Pedtci
Mv arengas , Gcdcis, Cabrais
Lemos, 1 oLedos , Vais, Guettas
E oó outros que jízet^”
Se ^ize-'iam no atxcjc das ccr.z^íír
? sempxe glandes e imortais pa^L<.s~ai 1
CLÁUVIO UÁNOEL VÁ CCSTÁ
62 .
*
movimento bandeirista surgiram, como se viu, contemporaneamen
de São Paulo.
de produtos tropicais.
entre si.
. (8)
Pedro Taques nasceu e foi educado em São Paulo, Frei Gaspar '
- Relação Capitães
dos Locotenentes da Capita¬
- Dissertação explicação
e sobre terras de cor,
perdidas:
- Apontamentos;
- Discurso Cronológico dos Descobrimentos do '
Brasil;
tória dos dois autores. Ela deve conter a verdade que os doeu
mentos transmitem sobre os personagens que dela participar.. Ê
tes elementos:
(23)
(24)
-- LEfC, PETA
Idem, p.271
- Nobiliaxquia, op. cit, v.l, p.232
citações abaixo:
A.ai ,, . (34)
(grifos nossos) .
destas citações;
- não se fez, em momento algum, distinção en¬
(37) - Idem, p. 78
pas pagas .
vinda dos reinóis que procuraram São Paulo, depois que o ouro
(50)
_ ABUD, Katia Maria - op. cit.
(51) - MESGRAVIS, Laima - op. cit.
87.
ft
ft Há dois aspectos que se destaca
89.
(57)
_ MAGALHÃES, Basilio de, Expansão Geográfica do Brasil Colonial.
-
4a. ed. São Paulo: Ed. Nacional , (Brasília) INL, 1978, p. 220
221 (Brasiliana, 45) .
91 .
cos".
(59)
_
qual devido ãs desordens que provocou se deu o nome de "mamelu
Estes professavam a religião católica ,ainda que exer
^0)
citassem o oficio de Piratas.
hZoaoa" .
ria correr.
seguiram,
Cleto Pereira,
Rendo,
98.
Roque
1
de fortu
1
99.
’
{
pn-imcnnoó {ocxoò aanx^cnoi, ) aícm do PZo Pancma ..."
(71) - de'seos
José
SA, Barbosa de, Ftelação das povoaçoens do Cuyabá e Mato Groso
principios a the os prezentes tempos. Cuiaba: UFMT - Secre
-
taria da Educaçao” e Cultura de Mato Grosso, “1975
p.9.
.
to seus filhos. Causa espanto o número de paulistas citados
'
na Nobiliarquia de Pedro Taques, que haviam se "paAAado pana
Mato GnoAAo e a aaAencía de aventaneinoA de oatnaA naçõeA evi
tou. que, entne oa deAcobnidoneA daA minaA e um exptonadoneA
houveAAe quatquen opoAição. Os conflitos que se revelaram não
ocorreram entre portugueses e paulistas, mas entre os minera-
dores e a administraçao portuguesa.
(73) - SA,
O
José Barbosa de, op. cit. p. 24
provedor Sebastião Fernandes do Rego fora acusaoo de ter sr...
sete arrobas de ouro, colhidas coro pagamento oc gamtn, yr
tuido para Portugal, or.se a
igual peso de chuntoo e enviado os caixotes
troca foi descoberta.
(74) - idem, p.17
102.
as Missões do Paraguai.
os
A nobreza dos paulistas não tinha títulos
tros historiadores.
CAPÍTULO III
(1) HOLANDA, Sérgio Buarque de, São Paulo In: HOLANDA, Sérgio
Buarque (dir.) - História Geral da Civilização Brut; i I o i r .i , Sao
ção.
final do século XVIII, e levara para ela uma boa parte dos
>
.
.
'
(8) Causa espécie a inexistência quase total de paulistas que tenham exer
atividades litaririas nas três primeiras décadas do século XIX
(V. MEIO, Luís Corroía - Dicionário
missão dó IV Oenten&rio, 1954).
de Autores Paulistas, São Pau ’.o, Co
rw influência regional ou da cidade.
da dos
ques e
à elite
A falta de vinculação entre a camada enriqueci
então proprietários rurais e as tradições que Pedro Ta
Frei Gaspar tinham cultivado e/ou criado se
São Paulo. Foi essa expansão que permitiu que Sao Paulo fosse
ocupando cada vez mais espaço no cenário político do Brasil ,
através da ação dos membros da útílma da.s í/têó g-tandei adito -
cA.acZa.ò do pais: depoZs dos óen/iote.4 de engenho e dos glandes
mZne^adoAes , os fazendeiros de cafe se tornaram a elite sccLa^
brasileira" .
. Nos cafezais, na
c.\Vni nante segunda metade do século XIX e a
ccestao da proibição do tráfico não impediu a circulação de
escravos dentro do Brasil, com os cafeicultores paulistas es
clavos de outras províncias. A dificuldade de entrada de no
\os escravos africanos no país fez aumentar consideravelmente'
O preço dos escravos, mas o " í-^abaZho continuou óen-
«c uwa í < tutçao cccnomZcamente vZãvef até oi pstZrm-C/io a anoi
àa «fécaaa dc 'SíO ,... '
No final desta década comecou a de
cair o número de escravos, e uma outra alternativa para o tra
balho nos cafezais começava a se tornar viável: a mão de obra
assalariada, constituída pelo imigrante. Na última década do
século XIX, dos 1.100.000 estrangeiros que entraram no Brasil’
700.000 vieram para São Paulo. Desses, o maior grupo era cons
tituído por italianos, seguidos pelos portugueses.
Paulo.
sua origem não ia, na maior parte das vezes, além da segunda
dinastia
metade do século XVIII e puxado o fio da meada da
a São Paulo.
no Brasil somente a
gues Alves encontraram seu ponto inicial
a
de 59 senadores, apenas três eram de São Paulo;
banca
1889
Raros os nú
da de São Paulo na Câmara era de nove deputados.
do Oeste Paulista. o
nistérios onde figuravam representantes
e mesmo o Presidente da
mesmo acontecia no Conselho de Estado,
época, costumava ser es
Província, acompanhando fato normal na
(18)
outros Estados.
colhido entre os elementos de
assim por diante, cada Província era caracterizada por uma qua
(21)
lidade reconhecidamente depreciativa.
de : ou
0 ideal republicano, nas últ imas década- <
no passou a representar a
oposição ao governo do Imperador .Apc
do grupo
nais e 43% tinham pelo menos um parente participando
levaram Rosa Maria Godoy Silveira observar que "o que existia '
subjacente ao partidarismo repubticano , em nZvet estadual c fe
numero de
militantes, que desde os bancos
univrrs LUr lot. pupa
ravam suas carreiras. A partir dos
fins do século XIX, da td
o celeiro de onde sairam as
maiores expressões políticas de ,‘lao
Paulo, e mesmo de outros Estados. A
Faculdade de Direito,
661
pob„|
velmente , assumiu essa sua função de
formadora de pollt loos
pois: '0 Kach.aH.eL Lai aem 4abe-i Hedigii
uma pi pcii i a çue . A.id.t
i em maZé-iZa de engH.O4Aamento (manZ
^e&taç o e 4 ao govcAiip,
i cjh'<i»i
4ÕC4 em tH.em e^pecLaL ã cuòta do govenno,
*
4 ã ação emLnent emente patH.L0tH.Lea do gouiAno)
memagcm de .<pC.ui o> ’
• CU.H.LOL de
e de
anLveH.0aH.L0, dL&euttt>oL> nacL ona I’ i a
moH.atLvoL , dLL>cuH.A0L> de boat, vLndas e de despedida}
fa s, d(
oia(õl<a (d<\
acuh so a rumc
atual do estado, mas também por que São Paulo "semnre fora" a
ww*
Uma outra vertente surgiu jâ na década de 1940,
Bandeiras
(31) Embora o último volume da História Geral das
tenha sido editada em 1959, Taunay iniciou-se em 1924.
« 134 .
*
M
i
»•«
Ellis Jr., Alcântara Machado e Taunay perten¬
ciam ao mesmo grupo da elite dominante paulista durante a
República, e embora o último tenha sido o único a não ter uma
carreira política era casado na família Souza Queiroz e concu
nhado de Washington Luís, por sinal, outro historiador dos fa¬
* tos bandeiristas.
M lho são:
«»
t
«
Alguns paulistas dos séculos XVI e XVII. Subsí -
*
«
1
Novas bandeiras e novos bandeirantes - 1922:
te de sua obra.
-
1950
1923
—
Um Grande Bandeirante: Bartolomeu Paes de Abreu
movimento bandeirista.
138-139.
- São Paulo, Ed. Fulgor Ltda., s/d.,
136.
_
~ JANOTTI, Maria de Lourdes Mónaco —A falsa dialética:
justiniáno José da Rocha. Revista Brasileira de His
tória, São Paulo, 2 (3): 3-17, mar. 1982.
1 39.
rece que lembravam também, até mesmo como o fez Pedro T.upim,
rança aqueles cargos, já que uma das caracter 1 st 1 cas daquela '
MACHADO, Alcântara
Martins, 1965.
-
Vida e Morte do B.rndfl i ,ml <■.
São Paulo,
por exemplo, que Ellis Jr. foi deputado,
filho do deputado u
senador; que Alcântara Machado foi proeminente político da Re
publica, e ora filho de um eminente homem público
do Império .
Taunay, o único deles que não era político, era
casado na famí
lia Souza Queiroz, de políticos bastante
atuantes, como Antô
nio Souza Queiroz, do PRP que tinha
sido Presidente da Provín
cia durante o Império, e era
concunhado de Washington Luís.
(39)
(40)
-
-
CANABRAVA, Alice
- op. cit., p. 501
ELLIS, Jr. A. op. cit. p. 1
(41)
- ELLIS, Jr. A. op. cit. p. 11
142.
- -
(49) ELLIS, Jr. A. O Bandeirismo Paulista e o Recuo do
Meridiano Pesquisas nos documentos quinhentistas e
setecentistas publicados pelos Governos Estadual e Mu
nicipal. 2a. ed. São Paulo, Companhia Editora Naciõ
nal, 1934. p. 13.
146.
£(í
148.
£& cação
Embora, Frei Gaspar seja menos citado que
dro Taques, foi nele que Ellis Jr. encontrou maior
- Frei Gaspar
identifi
não rejeitou a mestiçagem, ao contrário,
procurou elevar os mamelucos, que ele percebia (com mais sensi
bilidade que Taques) constituírem um grupo grande, básico mes
Pe
»
I
1 5 D.
- VIANNA , F. J. de Oliveira -
Populações -Yeriõionais cr
Brasil: - História, Organizaçao e Psicologia, 1? v.Pau
listas, Fluminenses, Mineiros. 5â ed. Rio de Janeiro :
Livraria José Olympic Ed., 1952.
152.
Ellis Jr. fo o que mais ênfase deu, e também o que mais clara
»•*4
muito fortes nos círculos intelectuais. Exerceu as atividades
de empresário ligado ã exportação de café, sem deixar de exer
cer o papel de intelectual de elite. São bastante conhecidas '
a sua participação, como um dos organizadores, na Semana
•.«»»•
de
Arte Moderna de 1922 e suas relações com escritores europeus,
como Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins. Foi
(grifo nosso).
*•
as demonstrou, quando já velho aceitou a incumbência real de
procurar as preciosas pedras verdes. Essa atitude também é uma
nota atistocrática; é apanágio da aristocracia colocar acima '
do dinheiro, a conquista, a aventura, valores que se haviam
firmado como aristocráticos, desde a Idade Média - e que Pau
lo Prado fez questão de ressaltar na atitude de Fernão Dias.
•
| (65) - PRADO, Paulo, op. cit., p. 114.
I
I
I
J57.
4.
(66) - PRADO, Paulo, op. cit., p.
| te?
I
I
(68) - PRADO, Paulo, op. cit., p. 71
I
PRADO, Paulo, op. cit., p. 133
I
1
(69) -
PRADO, Paulo, op. cit., p. 134
(70) -
I
I
* 159.
*
O prefácio do livro permite uma resposta posi_
tiva ã questão acima, na medida em que Paulo Prado considerava
que o património histórico de um povo deveria
"inspirar as for
ças vivas e palpitantes de sua atividade atual, e nele se esta
belece o critério da utilidade, que transforma em Política
na acepção aristotélica da palavra os ensinamentos da filoso
fia da História". (71) No entanto, pauio prado, era um pessi
mista - via uma grandeza toda especial no paulista do bandei
rismo, grandezq que tinha desaparecido, para o século XIX en
contrar São Paulo num estado de indigência. A evolução histó
rica de São Paulo indicava, porém, que a de
..., 4e b-é^uA-ca em dvi.eç.õe.0 opo^-ta-ó - uma a.óc.e.nde. à ca£m-cnân
c.Za do pftogfLZòòo mate^-iaSL e econÔmZc.0 dot dia* pfi.e.*ente* , outaa
con* e.si.va na kofiizontaiidade em que. a abandonou a ti/iania
ooioniat.. Mas, nao deixou de chamar de regeneração o
que aconteceria em São Paulo, e de ver nela a "energia sempre'
(73)
rediviva nas lutas pela riqueza" , um dos traços fortes '
que usou para desenhar a imagem do bandeirante.
"raça paulista", mesmo nos períodos em que São Paulo não teve
grande progresso, para o segundo, o final do século XVIII e o
/73)
— Idem, ibidem.
160.
homem paulista que esse autor retirou dos documentos que con
sultou, como ele mesmo admitiu: "fatosie-h de ondcm gccgiã^ ica ,
(75)
_ MACHADO, Alcântara - op. cit., p. 23
(76) - Idem, ibidem.
analfabeto, de modos grosseiros que vivia ã beira da indigência,
mas que tinha um toque de austeridade e o heroismo, que as I II
ver o que ainda não havia sido visto, recuando um período his
tõrico que, numa visão global, ainda não tinha sido retoma-
,
do . <86>
res.
como
também não considerou os resultados económicos do
apresamento,
no sentido de fornecer mão de obra para a lavoura,
do próprio
Planalto, como jã tinha apontado Alcântara Machado, pois admi
te que o crescimento de São Vicente " deveu-ie a atuação
de
doti vaaatoi de tncompanãvet uaZot: Btãi Cubai no Lttcnat;
João Ramatho, no Ptanatto ; mutto mati a eite do que ãquete
como ^tguna centnat da mtictgenação euno-amenteana encetada
pon ete e ieui poucoi companhetnoi , em Santo Andné" . Re¬
conheceu, adiante, que a escravidão indígena existiu, nascida
de um determinismo económico - a implantação da lavoura cana
vieira exigia vultosa mão de obra, que dado o "cttma netnante
do Mundo qutnhenttita" , só podia ser a do " bnaço ienvtt de
tndtvlduoi de pete eicuna, cobreada ou negna" . "Mai, cí Zn-
dZoi" davam péssimos escravos , "ponZao oí povoadonei ie
ZZítaó".
ro .
A inferioridade intelectual e moral consistia
if
e 4 cm pt e ..."
*°
7 ?
ue receptores
(livros e artigos) que
ta , mas que
— '. E muitogrande o número de obras
tiveram como tema o movimento bandeiris-
não tiveram papel importante na formação da imagem'
do sertanista, pois não fizeram mais
que repetir aquilo que os
autores que se dedicaram à pesquisa iniciais forjaram como a
fi
gura bandeirista. Consolidaram a imagem do abridor de camonhos
e conquistadores de riquezas, do mameluco que expandira as fron
teiras e conquistaram um país, graças à sua valentia e poder
de iniciativa.
CAP I TU LO IX7
A MANIPULAÇÃO DO CONHECIMENTO
mais poderosos:
mia dos Estados , sob a hegemonia dos Estados
São Paulo e Minas e fazer alianças com grupos de interesses'
que apresentava
antagónicos, como o movimento tenentista
do poder, com o fim da predominân
proposta de centralizaçao
paulista Quando eclodiu o movimento de 30
cia mineira ou
1 83.
de modo a se considerar
pertencente a uma "raça privilegiada",
naquele momento estendeu aos
negros, índios e imigrantes as
suas qualidades. Qualidades essas que
só a "raça" que havia si
do gerada em solo de São Paulo
poderia ter. O símbolo mais
forte que essa raça encontrou foi o bandeirante
- ele mesmo
um produto da "raça" que surgira em São Paulo, e que "construí
ra a Nação, conquistando as terras que
deram forma ao Brasil
com sua valentia, altivez e, independência". E fora de
dúvida
que houve no Planalto, um forte índice de
mestiços de índios
e brancos; ê fora de dúvida que percorreram as terras preando
índios e procurando ouro e pedras preciosas. Mas, o signifi
cado que isso teve foi dado pelos historiadores, e permitiu,
ou melhor, levou o bandeirante a ser o símbolo de São Paulo,
quando a necessidade de integração de todas as camadas sociais
em torno do mesmo projeto, se tornou premente o apoio de
todos os segumentos da população.
confina a iua vida. McAmo poaque doA ACte milhões que atum
p mente o povoam, nem talvez taci milhões procedam dos an t <j :
* bandeiaanteA; . • "
( 3 > "Bandeiaantc cia todo paulista que se dos
( 4 )
» puACAAC a paatia apta a luta" \ pois a taadiçao bando cian
I
»
|
* (3)
- São Paulo, sua terra e sua gente.
da Revolução de 32)
(Panfleto anónimo
*
(4) - CAPELATO, Maria Helena - op.cit, p.40
188.
(9)
_ bro de 1932
Q Separatista; São Paulo: junho de 1932
se
por isso não precisou sofrer alterações para ser colocado como
o maior símbolo de São Paulo -
símbolo esse que persiste até
hoje.
I
pelo processo de
decisão. Instalou-se de forma muito segura
um governo autoritário,
centralizador que procurava também for
mar uma imagem positiva junto à população. Para tanto contava
com o Departamento de Tmprensa e Propaganda e com a colabora
çao de alguns intelectuais.Enquanto o D.I.P. se ocupava de uma
divulgação de caráter mais óbvio, os intelectuais, como Cassi
ano Ricardo, procuravam na História a justificativa para a im
plantação daquele sistema de governo. E o bandeirante que ti -
nha simbolizado o estado de São Paulo e a luta pela federação*
retornaria dessa vez como símbolo de um governo centralizador.
sentido bandeirante.
a sociedade bandeirante,
sendoque somente esta última caminha para fórmulas inaugurais
RICARDO Cassiano
deirante, op.cit.
- O Estado Novo e seu sentido ban
197.
gráfica.
o XVII, e em permanente
evolução, pelas ações de bandei
ras mais recentes. Ele procurou
aí, integrar São Paulo, o maior
contestador do centralismo de governo, no ideário do Estado No
vo. Utilizou o símbolo que os paulistas defensores da federa
çao tinham criado e a ele deu o significado oposto. Não se
tratava de negar o poderio económico do estado, mas de levá-
lo a aceitar os novos valores impostos pelo sistema de gover
no, os quais Cassiano Ricardo procurou demonstrar, existiam '
desde muito antes, em São Paulo - fase do bandeirismo e de
seu fruto: o Estado Novo.
g is as pesquisas dos
autores de obras matrizes e alguma»
delas tinham mais a intenção de
estimular a oposição do São
Paulo, logo após a derrota do movimento,
valorizando novamen
te os aspectos mais conhecidos da figura do bandeirante
CONCLUSÃO
relevante papel
pontos de referência. No entanto, foram de
deu informa¬
quando da elaboração do Tratado de Madrid, pois
do Tratado ,
ções seguras que permitiram a redação dos termos
Da mesma forma, foram impor¬
baseados no "uti possidetis".
composição histórica do bandeirante
tantes elementos para a
e desbravador dos sertões bem
como abridor de caminhos
citados.
os outros depoimentos
205.
ques•
206.
um grande impulso
aos estudos bandeiristas - retomaram
e Frei Gaspar, iniciaram a publicação de
obras de Taques
I (I 7 ,
do estado.
A
identificação, que os historiadores tornaram
possível, entre o bandeirante e o paulista do século XX, per
mitiu que aquele assumisse o papel
de símbolo de São Paulo.
Nele se intj/e^avam
não somente as qualidades que as lideran¬
ças de São Paulo atribuíam ao paulista, como também faziam da
historia de São Paulo, um processo unitário, onde não teriam
ocorrido soluções de continuidade. A idêia de integração e
de unidade - racial (no século XX com novos componentes - os
imigrantes), territorial - (ocupação de novos espaços, com o
café, por exemplo) ; económica (com o impulso que o crescimen
to de São Paulo dava ao Brasil), e finalmente, política, (re
presentada pela liderança que o estado pretendia exercer, nc
plano nacional).
raA e po*. eZeA mandavam acua paZA aZacar oa ZndZoA bravcA , por
conhecerem a Au^ZcZêncZa deAAeA ^ZZhoA baAtardoA, crZadoA na
guerra e acoAtumadoA ao trabalho, e por Zaao maZA robuAtoA e
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