Para compreendermos um pouco como foram os movimentos
messiânicos de Canudos e o Contestado, precisamos num primeiro momento entender os conceitos que envolvem esses movimentos, tais como: messianismo, milenarismo. Messianismo é a religiosidade ou espera por um individuo que para o grupo em questão possui poderes místicos de cura entre outros. O messias, assim é chamado à pessoa que é acreditada de ser enviado por Deus, ou seja, trás a anunciação. Essa crença messiânica pode encontrar-se ao longo de muitos anos em determinadas fé. De forma a tornar-se cada vez mais forte e transformar-se em um movimento messiânico. Sendo o seu primeiro significado formado na tradição judaico-cristã, porém estudos mostram que ocorreu o messianismo fora da traição, sendo ela possível de ser encontrada em grupos e indígenas. Outro fator existente nesses movimentos é o milenarismo, onde se espera um novo tempo junto com o messias, na qual a salvação daqueles que creem será coletiva. Esse novo milênio traria o paraíso e onde todo mal deixaria de existir, um novo começo para aqueles que creram no messias. Os movimentos messiânicos utilizam de discurso religioso em grupos de forma a buscar a modificação da ordem, seja ela social, econômica, politica. Deve-se pensar que esses movimentos buscam a salvação através da fé de forma coletiva, onde todos poderão desfrutar do novo reino está por vim. No Brasil esses acontecimentos tiveram uma longa duração, ocorrendo em sua maioria entre as populações de regiões rurais. Porém, na sociedade moderna em que vivemos, o messianismo pode ser composto com novos elementos, tais como: astrologia, espiritismo, “ciências ocultas”, religiões orientais, entre outras formas. O Brasil possui vários movimentos, PE em 1817- 1820 CE em 1926- 1937, Borboletas Azuis em Campina Grande- PB. Entre esses tantos movimento, destacaremos os de Canudos/ Belo Monte (1893-1897) e a Guerra Do Contestado (1912-1916). Canudos foi movimento messiânico, conta com um líder religioso conhecido como Antônio Conselheiro – Antônio Mendes Maciel – líder esse que sabia ler e escrever, o que para os padrões da época no interior da Bahia era algo extremamente raro, pois a maioria da população no final do século XIX era analfabeta. Um dos maiores problemas do sertão nordestino era o descaso com os trabalhadores, concentração de terras, desigualdade, falta de politicas publicas. Baseado nessa ideia e na insatisfação da população com a proclamação da república, no momento em que o Antônio Conselheiro começa a pregar o cristianismo favorável ao povo, a igualdade, caridade, de forma a conquistar muitos seguidos, até o momento que tem a intensão de fundar uma cidade junto aos seus fiéis. E a margem do rio vaza barris, se forma a vila/arraial com cerca de cinco mil casas. Com tais acontecimentos, Conselheiro começa a possuir divergências com o Governo Republicano, com os coronéis devido ao fato das pessoas estarem abandonando as fazendas para irem morar na vila, com a igreja por fazer uma pregação que não condizia com a verdadeira realidade, aonde as igrejas iam de comum acordo com os coronéis. Outro fator é o não pagamento de impostos com a fundação da cidade, tais acontecimentos refletem na imprensa do Rio de Janeiro, uma campanha de difamação contra Canudos, onde lhes eram colocados que Canudos seria um momento que iria a favor da volta da Monarquia. Em contra partida é enviada quatro expedições contra a vila, sendo apenas a quarta que funciona, destruindo a vila. O movimento messiânico do Contestado ocorreu em Santa Catarina e Paraná entre os anos de 1912 e 1916, sendo liderado por José Maria – sucessor do José Maria –, se tratando de um grupo de camponeses no oeste de Santa Catarina, região essa pouco povoada, sendo camponeses que vivem do próprio plantio, porém sem a terra pertencer a eles. Com o passar do tempo passaram a ser posseiros das terras que ocuparam. No entanto muitos anos depois, descendentes desses posseiros continuavam a explora-la e o governo decide ceder essas terras a empresas inglesas para a construção de uma estrada de ferro. Essa estrada passaria então a ligar esse local quase isolado a outros locai, de forma a valorizar o seu valor. Como consequências têm o aparecimento do grileiro, o estado e entre outros alegando que seriam os verdadeiros donos das terras. Porém os posseiros alegam estarem nas terras a muitos anos de forma a serem proprietários das mesmas, mas o que não se percebe é que eles são posseiros e não proprietário, não tendo direito legal sobre a terra. A consequência desses acontecimentos é o estado formando linhas de combate e tomando as terras e expulsando os posseiros.