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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Instituto de Ciências Humanas


Departamento de História

Simone Weber Rother - 17102887


simoneweber96@gmail.com
Prof.ª Márcia J. Espig

Para compreendermos um pouco como foram os movimentos


messiânicos de Canudos e o Contestado, precisamos num primeiro momento
entender os conceitos que envolvem esses movimentos, tais como:
messianismo, milenarismo. Messianismo é a religiosidade ou espera por um
individuo que para o grupo em questão possui poderes místicos de cura entre
outros. O messias, assim é chamado à pessoa que é acreditada de ser enviado
por Deus, ou seja, trás a anunciação.
Essa crença messiânica pode encontrar-se ao longo de muitos anos em
determinadas fé. De forma a tornar-se cada vez mais forte e transformar-se em
um movimento messiânico. Sendo o seu primeiro significado formado na
tradição judaico-cristã, porém estudos mostram que ocorreu o messianismo
fora da traição, sendo ela possível de ser encontrada em grupos e indígenas.
Outro fator existente nesses movimentos é o milenarismo, onde se
espera um novo tempo junto com o messias, na qual a salvação daqueles que
creem será coletiva. Esse novo milênio traria o paraíso e onde todo mal
deixaria de existir, um novo começo para aqueles que creram no messias. Os
movimentos messiânicos utilizam de discurso religioso em grupos de forma a
buscar a modificação da ordem, seja ela social, econômica, politica.
Deve-se pensar que esses movimentos buscam a salvação através da fé
de forma coletiva, onde todos poderão desfrutar do novo reino está por vim. No
Brasil esses acontecimentos tiveram uma longa duração, ocorrendo em sua
maioria entre as populações de regiões rurais. Porém, na sociedade moderna
em que vivemos, o messianismo pode ser composto com novos elementos, tais
como: astrologia, espiritismo, “ciências ocultas”, religiões orientais, entre outras
formas.
O Brasil possui vários movimentos, PE em 1817- 1820 CE em 1926-
1937, Borboletas Azuis em Campina Grande- PB. Entre esses tantos
movimento, destacaremos os de Canudos/ Belo Monte (1893-1897) e a Guerra
Do Contestado (1912-1916). Canudos foi movimento messiânico, conta com
um líder religioso conhecido como Antônio Conselheiro – Antônio Mendes
Maciel – líder esse que sabia ler e escrever, o que para os padrões da época
no interior da Bahia era algo extremamente raro, pois a maioria da população
no final do século XIX era analfabeta.
Um dos maiores problemas do sertão nordestino era o descaso com os
trabalhadores, concentração de terras, desigualdade, falta de politicas publicas.
Baseado nessa ideia e na insatisfação da população com a proclamação da
república, no momento em que o Antônio Conselheiro começa a pregar o
cristianismo favorável ao povo, a igualdade, caridade, de forma a conquistar
muitos seguidos, até o momento que tem a intensão de fundar uma cidade
junto aos seus fiéis. E a margem do rio vaza barris, se forma a vila/arraial com
cerca de cinco mil casas.
Com tais acontecimentos, Conselheiro começa a possuir divergências
com o Governo Republicano, com os coronéis devido ao fato das pessoas
estarem abandonando as fazendas para irem morar na vila, com a igreja por
fazer uma pregação que não condizia com a verdadeira realidade, aonde as
igrejas iam de comum acordo com os coronéis. Outro fator é o não pagamento
de impostos com a fundação da cidade, tais acontecimentos refletem na
imprensa do Rio de Janeiro, uma campanha de difamação contra Canudos,
onde lhes eram colocados que Canudos seria um momento que iria a favor da
volta da Monarquia. Em contra partida é enviada quatro expedições contra a
vila, sendo apenas a quarta que funciona, destruindo a vila.
O movimento messiânico do Contestado ocorreu em Santa Catarina e
Paraná entre os anos de 1912 e 1916, sendo liderado por José Maria –
sucessor do José Maria –, se tratando de um grupo de camponeses no oeste
de Santa Catarina, região essa pouco povoada, sendo camponeses que vivem
do próprio plantio, porém sem a terra pertencer a eles. Com o passar do tempo
passaram a ser posseiros das terras que ocuparam. No entanto muitos anos
depois, descendentes desses posseiros continuavam a explora-la e o governo
decide ceder essas terras a empresas inglesas para a construção de uma
estrada de ferro.
Essa estrada passaria então a ligar esse local quase isolado a outros
locai, de forma a valorizar o seu valor. Como consequências têm o
aparecimento do grileiro, o estado e entre outros alegando que seriam os
verdadeiros donos das terras. Porém os posseiros alegam estarem nas terras
a muitos anos de forma a serem proprietários das mesmas, mas o que não se
percebe é que eles são posseiros e não proprietário, não tendo direito legal
sobre a terra. A consequência desses acontecimentos é o estado formando
linhas de combate e tomando as terras e expulsando os posseiros.

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