Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A guerra do contestado foi um conflito que aconteceu no Brasil entre 1912 e 1916,
durante a Primeira República, causando cerca de 10 mil mortes. Aconteceu em uma
região que era disputada pelos estados de Paraná e Santa Catarina que era povoada por
sertanejos, e foi motivada pela insatisfação política e social da população e por um
elemento religioso, o messianismo. A região era contestada, por isso o nome da guerra,
pelos dois estados, pois era rica em erva-mate e nela seria construída uma estrada de ferro,
ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul.
Contexto da Guerra do Contestado
A Guerra do Contestado foi um acontecimento do começo do século XX e uma das
manifestações messiânicas do período da Primeira República. Esse evento se deu
pela junção de messianismo religioso, que explorava a fé da população, com
insatisfação popular com a situação econômica e social do país.
O conflito leva esse nome porque aconteceu em uma região que era contestada por
Paraná e Santa Catarina, isto é, os dois estados disputavam o controle dela. Essa
região presenciou o agravamento da situação da população, sobretudo devido aos
interesses do governo e do capital estrangeiro.
A temática mais usada por José Maria em suas pregações era o fim do mundo, que,
segundo ele, aconteceria nos anos 2000. O medo da destruição provocada pela ira divina
fazia com que seus seguidores reforçassem sua obediência ao líder messiânico. José Maria
era contra a república e isso incomodava o governo, que não tardou em enviar tropas para
derrotá-lo.
José Maria do Santo Agostinho fundou a comunidade do Quadrado Santo, onde seus
seguidores viviam da agricultura e do furto de gado das fazendas da região.
Foto de José Maria do Santo Agostinho.
Consequências
Depois de conflitos intensos, com muitas mortes, após quatro anos de guerra, é assinado o
Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro.
Surgem as cidades de Mafra, Joaçaba, Chapecó e de Porto União e vai sendo construída
uma nova cultura regional no Brasil.
Messianismo na Guerra do Contestado
A insatisfação popular abriu espaço para que José Maria, um autodeclarado monge,
pudesse atuar na região. José Maria se instalou na região do Contestado e se
tornou uma espécie de liderança religiosa. Ele afirmava que o mundo estava
próximo de seu fim, dava conselhos, atuava como curandeiro e prometia a salvação
das pessoas.
José Maria tomou conhecimento da ação militar dos catarinenses e, então, decidiu
fugir para Irani, próximo de Palmas. Essa cidade fazia parte da região que estava
em litígio entre Santa Catarina e Paraná, e a chegada de José Maria e seus
seguidores foi vista pelas autoridades paranaenses como uma ação de Santa
Catarina para ocupar a região.
Isso fez com que uma força policial do Paraná fosse enviada para expulsar os
invasores. Nesse confronto, 11 sertanejos morreram, um dos quais era o monge
José Maria. O ataque fez com que o grupo se dispersasse temporariamente, mas,
em 1913, sertanejos inspirados pela memória de José Maria começaram a se reunir
novamente.
A maior cidade dos sertanejos que se consideravam seguidores de José Maria foi
Santa Maria, que chegou a ter cerca de 25 mil habitantes. Todos eles acreditavam
que José Maria ressuscitaria em algum momento.