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Tempestade e chegada à Índia

(canto VI, est.70-94)


 Antecedentes da Viagem: Após a partida de Melinde, rumo
a Índia, Baco vê os portugueses a ficarem cada vez mais
próximos do seu destino. Então, consegue convocar um
Consílio dos Deuses Marinhos. Neste Consílio ficou tomada
uma decisão: Éolo (deus dos ventos) soltaria os ventos,
provocaria a Tempestade e impediria os portugueses de
chegar ao Oriente.

 Este episódio pode ser divido em três momentos:

Primeiro momento (est.70-79): o mestre (o marinheiro das


manobras) avisa os marinheiros sobre a tempestade que esta
a chegar “Alerta estai, que o vento crece Daquela nuvem
negra que aparece!”
 O alerta dado pelo mestre provoca uma grande
agitação, aflição e temor nos marinheiros, ainda
que tenha pedido para manter a calma. Três
marinheiros acabam por cair no mar a tentar
controlar o barco.
 Tamanha foi a força dos ventos que ocasionou em
uma grande destruição “Quebrado leva o mastro
pelo meio, Quase toda alagada”; assim como,
não adiantou o suplício dos marinheiros “ a gente
chama Aquele que a salvar o mundo veio.”
Nem mesmo a prevenção do mestre “Conquanto
teve o mestre tanto tento, Que o primeiro
amainou, que desse o vento”.
 A desorientação dos marinheiros, o caos da nau e
a destruição do cenário descrito, onde se passa
toda a situação, estava instaurada, a autor
representa tal cenário com a fuga dos animais,
montes derrubados, árvores arrancadas e as areias
revolvidas.

Segundo momento (est.80-91): Neste momento, dois grandes


acontecimentos são destacados: as preces de Vasco da Gama e a
Intervenção de Vénus para o fim da tempestade
 Vasco da Gama preocupado com que o seu
desejo não se realizasse devido àquela
tempestade infernal suplica por ajuda de Deus
“Chama aquele Remédio santo e forte”.
Neste pedido, Vasco da Gama apresenta
motivos a Deus para eles conseguirem chegar
À Índia entre eles destacam-se a omnipotência
divina visto que Deus já ajudara outros povos
em dificuldades e o facto de os portugueses
espalharem a fé cristã, porém o seu pedido não
foi atendido.
 Vénus que sempre apoiou os portugueses no
seu grande sonho, ao ver a grande aflição que a
tempestade estava a provocar e sempre muito
desconfiada de Baco “Estas obras de Baco
são, por certo, mas não será que avante leve
Tão danada tenção, que descoberto Me será
sempre o mal a que se atreve” ordena as
ninfas que ocorram ao local da tempestade, se
embelezem e seduzam os ventos “Enquanto
manda as ninfas amorosas Grinaldas nas
cabeças pôr de rosas” O pedido de Vénus às
ninfas foi cumprido e assim os ventos
abrandaram e a tempestade teve o seu fim.

Terceiro momento (est.92-94):este momento é marcado pelo fim


da tempestade, e o avistamento da Índia “Enxergam terra alta,
pela proa”, ainda neste momento Vasco da Gama ajoelha-se e a
agradece a Deus por terem conseguido passar a tempestade “As
graças a Deus dava e razão tinha” por consequência os restantes
marinheiros também de ajoelham e agradecem.

Planos narrativos
Neste episódio podemos observar um cruzamento entre dois
planos o de viagem e o mitológico. O plano de viagem pois a
Tempestade passa-se a caminho para a Índia e o plano mitológico
devido a ajuda prestada por Vénus e pelas ninfas e também a
presença dos ventos que haveriam sido criados por Éolo.

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