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Comercio Internacional Professora: Adriane Luci

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PANORAMA DO COMERCIO EXTERIOR BRASILEIRO NAS EXPORTAÇÕES

Definição de Globalização: espécie de mercado financeiro mundial criado a partir


da união dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses
mercados.

O Brasil caiu da 26ª posição para o 27º lugar entre os maiores exportadores do
mundo, em 2018, segundo relatório anual divulgado pela Organização Mundial do
Comércio (OMC). Entretanto, houve aumento de 10% nas vendas em comparação a
2017. No ano de 2018, as exportações chegaram a US$ 239,5 bilhões, com aumento de
9,6%. As importações cresceram 19,7% ao totalizarem US$ 181,2 bilhões. O saldo da
balança comercial em 2018 ficou em US$ 58,3 bilhões. O 26º lugar foi assumido pelo
Vietnã. O primeiro lugar no ranking é da China, seguida por Estados Unidos e Alemanha.
Já 2019 as exportações caíram para US$ 223.9 bilhões e as importações diminuirão
totalizando US$ 177,3 bilhões.
Os Estados brasileiros que mais contribuíram com a pauta exportadora em 2018
foram São Paulo (22% do total exportado pelo país), Rio de Janeiro (12,7%), Minas
Gerais (10,1%) seguidos de Rio Grande e Paraná com (8%). O único Estado nordestino
presente no ranking dos 10 (dez) maiores exportadores do Brasil é a Bahia, figurando no
9º (nono) lugar da lista.
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O comércio exterior tem sido a principal força de crescimento em muitos países


emergentes, como foi para o México e China nos anos 90. Segundo a Organização
Mundial do Comercio - OMC, nos anos 90 o comércio internacional cresceu em media 6%
ao ano.
A participação brasileira no mercado internacional é de 1,2 %, o Brasil precisa
ampliar a base exportadora e aumentar a participação das empresas de pequeno porte,
no cenário internacional.
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O Brasil tem de promover a competitividade de suas empresas para que elas


ingressem e permaneçam na estimulante e lucrativa atividade exportadora, desde que
bem planejada.

Fonte: Alice web/MDIC

Os principais países destino das exportações brasileiras em 2019 foram:

Top 10 Destinos das Exportações:


1. China – Participação 27% – Valor FOB US$ 41,53;
2. Estados Unidos – Participação 13,3% – Valor FOB US$ 19,71;
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3. Argentina – Participação 4,56% – Valor FOB US$ 6,78;


4. Holanda – Participação 3,85% – Valor FOB US$ 5,73;
5. Chile – Participação 2,33% – Valor FOB US$3,46;
6. Alemanha – Participação 2,29% – Valor FOB US$ 3,4;
7. Japão – Participação 2,21% – Valor FOB US$ 3,23;
8. México – Participação 2,14% – Valor FOB US$ 3,18;
9. Espanha – Participação 1,87% – Valor FOB US$ 2,78;
10. Itália – Participação 1,49% – Valor FOB US$ 2,22.

Top 10 Produtos Exportados:


1. Soja Triturada – Participação 13% – Valor FOB US$ 19,9;
2. Óleos Brutos de Petróleo – Participação 11% – Valor FOB US$ 15,63;
3. Minério de Ferro – Participação 9,9% – Valor FOB US$14,75;
4. Celulose – Participação 3,7% – Valor FOB US$ 5,57;
5. Carne de Frango – Participação 2,8% – Valor FOB US$4,2,
6. Milho em Grãos – Participação 2,7% – Valor FOB US$ 4,2;
7. Produtos Manufaturados – Participação 2,7% – Valor FOB US$ 3,96;
8. Farelo de Óleo de Soja – Participação 2,6% – Valor FOB US$ 3,91;
9. Carne Bovina – Participação 2,4% – Valor FOB US$ 3,64;
10. Café em Grão- Participação 2,0% – Valor FOB US$ 2,95.

A participação das Pequenas e Micro Empresas nas exportações dos seus


respectivos paises é mostrada abaixo:
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

Ministério da Fazenda Ministério da Desenv. Da


(MF) Industria e do Comercio
Exterior (MDICE)

Banco Central Secretaria da Secretaria de Câmara de


do Brasil Receita Federal Com. Exterior. Com. Exterior.

controle cambial controle aduaneiro controle comercial formulad. política

DEINT DECEX DECOM DEPOC


Depto. De Depto. De Depto. De Depto. De
Negociações Operações de Defesa Políticas de
Internacional Com. Exterior. Comercial Com. Exterior.

SISBACEN SISCOMEX Exportadores/Importadores

Rede de Cambio

 Ministério da Fazenda: Cuida da formulação e execução da política econômica.


Pretende criar condições de estabilidade monetária para que a economia brasileira
possa ter um crescimento sustentado com redistribuição de renda.

 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Trata de assuntos


ligados a política de desenvolvimento da indústria, comércio local e exterior e de
serviços.

 Banco Central do Brasil (BACEN): Responsável pelos pagamentos e recebimentos


e controle do fluxo de caixa. Fiscaliza a movimentação da moeda estrangeira
realizada através dos bancos autorizados;

 Secretaria da Receita Federal (SRF): Controla a entrada e saída dos bens,


cuidando do despacho alfandegário e recolhimento dos tributos;
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 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX): Cuida da parte administrativa e


normativa necessária à realização do comércio internacional, através de seus
Departamentos:
 DEINT – desenvolve atividades junto a organismos internacionais, além de
posicionar-se sobre retirada de concessões, regras de origem e programas
de liberalização comercial nos acordos firmados pelo Brasil;
 DECEX – responsável pelo acompanhamento e condução das operações,
elaborando normas e controles quanto ao seu cumprimento;
 DECOM – assegura que o ingresso de produtos estrangeiros ao País ocorra
em condições leais de comercio;
 DEPOC – promove ações coordenadas com os demais Departamentos e
outras áreas do Governo para implementação de políticas de comércio
exterior.

Para integrar as atividades e permitir o controle das operações de comércio


exterior e cambio, são utilizados os seguintes sistemas:

 SISBACEN – Sistema de Informação do Banco Central – disponibiliza aos usuários


do sistema financeiro opções para o registro, controle e acompanhamento das
operações de cambio, entre outro;

 SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior – registra, acompanha e


controla as diferentes etapas das operações de exportação e importação, através
de intercambio eletrônico de dados, preservando as funções básicas da Secretaria
de Comércio Exterior, do Banco Central do Brasil e Secretaria da Receita Federal.

OS DESAFIOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO

Problemas frequentes relatados por importadores estrangeiros nas operações de


exportação com países em desenvolvimento:

- Problemas de comunicação;
- Atraso nas respostas;
- Atraso na entrega do produto;
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- Produtos em desacordo com a negociação;


- Embalagem inadequada;
- Desing não adaptado ao mercado-alvo.

Por que internacionalizar?

- Diversificar mercados;
- Pulverizar riscos;
- Dificuldades de vendas no mercado interno;
- Melhor aproveitamento das estações;
- Possibilidade de preços mais rentáveis;
- Melhor programação da produção;
- Prolongamento do ciclo de vida de um produto;
- Para equilibrar-se contra a entrada de competidores no mercado interno;
- Para uma estratégia de desenvolvimento da empresa.
- Aumentar a competitividade;
- Gerar divisas;
- Modifica-se o conceito de ser competitivo internamente por ser competitivo
internacionalmente, inclusive para competir no mercado interno;
- Mudar a imagem de exportador temporário;
- Criar competência na identificação e seleção de mercados alvo;
- Desenvolver negócios.

Obstáculos à internacionalização

- Aspectos financeiros;
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- Burocracia da legislação brasileira;


- Características legais do país alvo;
- Diferenças culturais;
- Inexperiência em associativismo;

Como internacionalizar - Formas clássicas

- Exportação Direta: Vendas diretas


- Exportação Indireta: Vendas por Agentes, Comercial Exportadora, Trading Company

Como internacionalizar - Organizando a oferta

- Apex
- Consórcios de Exportação
- Arranjos Produtivos Locais

Como internacionalizar - Acelerando o processo


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- Feiras Nacionais de Caráter Internacional


- Feiras Internacionais
- Missões Internacionais
- Visitas Técnicas Internacionais
- Rodadas de Negócios

Quem pode exportar

Quem avaliou a capacidade de internacionalização da empresa e encara a exportação


como uma estratégia para melhorar a competitividade.

Para onde exportar

- Mercados mais próximos;


- Mercados em rápido crescimento;
- Mercados similares culturalmente;
- Mercados com grande potencial

Quando exportar
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A exportação é de médio e longo prazo, e exige planejamento e paciência. Após avaliar a


sua capacidade no projeto, programação, produção, comunicação, embalagem,
despacho, administração, etc. É hora de exportar.

Erros mais comuns na exportação

- Falta de avaliação da capacidade de internacionalização;


- Não considerar os aspectos das diferenças culturais;
- Falta de pesquisa de mercado;
- Seleção errada de parceiro;
- Não efetuar pesquisa, registro e monitoramento da marca;
- Elaboração de contratos sem considerar a legislação e a prática do país
estrangeiro;
- Extrema diversificação dos mercados;
- Falta de conhecimento das normas de defesa do consumidor;
- Não contar com a estrutura interna adequada para gerenciar a exportação;
- Falta de presença no mercado.

ASPECTOS GERAIS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

As operações de comércio exterior possuem um agregado de termos, práticas e


técnicas próprias que foram se criando e consolidando ao longo dos anos de evolução da
globalização, buscando adaptação às novas demandas econômicas e tecnológicas.
Assim, as relações são construídas e, como tais, necessitam ser disciplinadas,
para resguardar os direitos de todos os envolvidos e assegurar o cumprimento das
obrigações. Dentre os principais atores do comércio internacional podemos citar:

ORGANISMOS DE COOPERAÇÃO FINANCEIRA

Fundo Monetário Internacional - FMI


Caracterizado pelo Banco Central do Brasil no Balanço de Pagamentos brasileiro
como Autoridade Monetária, entrou em operação em maio de 1946 com 39 países-
membros. Sua criação resultou de negociações entre 44 países, realizadas em Bretton
Woods, nos Estados Unidos, com a finalidade de auxiliar o desenvolvimento dos países
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membros, ajudando-os a resolver os problemas relativos ao Balanço de Pagamentos


desses países.
O fundo de recursos necessário para atingir as metas do FMI é formado,
principalmente, por contribuições dos próprios membros.
A quota de cada país é calculada após análise de seu desempenho econômico.
Quanto mais rico e maior sua participação no comércio mundial, maior a quota. As quotas
constituem o montante de recursos disponível para empréstimo aos membros com
dificuldades em seus balanços de pagamentos. São também referências para
empréstimos; quanto maior a contribuição de um país, maior é seu limite de crédito.
Outra função das quotas é servir de referência para o peso do voto do país nas decisões
do FMI.

Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

Surgiu juntamente com o Fundo Monetário Internacional, e é também conhecido


como Banco Mundial. Tem por objetivo principal promover o crescimento de regiões e
países de menor desenvolvimento relativo.
É um organismo fornecedor de créditos de médio e longo prazo, e age como
captador de recursos internacionais para investimentos produtivos em países emergentes.

Histórico:
• BIRD tinha o objetivo de reconstruir a Europa Ocidental e o Japão do pós-guerra.
• Década de 70 seus recursos foram destinados especialmente para a agricultura,
programas educacionais e populacionais, nos países em desenvolvimento.
• Desde década de 90, dá preferência a projetos ambientais.

ORGANISMO DE COOPERAÇÃO COMERCIAL

Organização Mundial de Comércio – OMC (WTO)

A Organização Mundial é uma organização permanente e com personalidade


jurídica própria. Entrou em funcionamento em 1º de janeiro de 1995 com o objetivo de
promover e estabelecer negociações tarifárias multilaterais, mediar à solução de conflitos,
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não só de origem comercias, como direitos autorais e o tratamento a investimentos


estrangeiros diretos.
Sua sede fica em Genebra e conta com 150 países membros.

Função regular as regras do:


 Comércio internacional de mercadorias
 Comércio de serviços
 Direitos autorais
 Tratamento a investimentos estrangeiros diretos.
 Arbitrar as disputas comerciais entre estados membros
 Monitorar as políticas comerciais dos paises membros
 Prestar apoio técnico e dar formação aos países menos desenvolvidos
 Cooperar com outras organizações internacionais
A OMC normatizou e incentiva os países a agirem em blocos, através de acordos
comerciais, objetivando o crescimento principalmente dos menos favorecidos.

Câmara de Comércio Internacional – CCI (ICC)


Criada em 1919 a Câmara de Comércio Internacional é uma ONG, e seu principal
objetivo é definir e estabelecer as regras gerais de comércio. Também funciona como um
fórum arbitral para julgamento de eventuais conflitos.
Dentre as publicações editadas pelo referido órgão, seguem abaixo algumas que
têm ampla utilização no comércio internacional, tanto na área de comércio exterior como
na área cambial:

- Publicação 121 – Seguros – define normas para efeito de seguros internacionais;


- Publicação 310 – Transporte Aéreo – define regras para os procedimentos referentes
a transporte aéreo internacional;
- Publicação 321 – Transporte marítimo – define procedimentos quanto à utilização de
transporte marítimo internacional;
- Publicação 500 – “Regras e Usos Uniformes sobre Créditos Documentários” – define
procedimentos para abertura, utilização e liquidação de cartas de crédito;
- Publicação 522 – “Regras Uniformes para Cobranças” – define as normas que devem
ser observadas nos procedimentos de cobranças internacionais;
- Publicação 560 – “Incoterms 2000 – Termos de Comércio Internacional” – que define
oficialmente cláusulas relativas a direitos e obrigações de cada parte (comprador e
vendedor), nas comercializações internacionais (Substituiu a Publicação 460).

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