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Técnico em administração

Comércio exterior
Conceitos e introdução ao panorama internacional
Todos os dias, ouvimos falar em globalização. Essa interação mundial ocorre
em todos os setores da economia. Por sua velocidade, afeta profundamente as
empresas, os indivíduos e as nações.

Esse movimento mundial gera como consequência a queda de barreiras


alfandegárias, a criação de blocos econômicos, a velocidade na comunicação
(informação), a velocidade nas mudanças tecnológicas, uma maior circulação de
fluxos de capitais (dinheiro) e oportuniza um comércio intenso entre pessoas,
empresas e países de diferentes localidades.

Comércio exterior é a troca de produtos e


serviços entre os países no mundo inteiro. É
fundamental na movimentação da economia
mundial, pois é a mola propulsora do PIB.

Por que o PIB é importante?

Lembre-se: o PIB (Produto Interno Bruto) é o somatório do valor de todos os bens e


serviços finais (exemplos: um carro, uma casa, uma peça de roupa etc.) produzidos
em uma economia durante um período. No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro e
Economia e Estatística) calcula trimestralmente o PIB brasileiro e, ao final do ciclo de
um ano, calcula o PIB anual.

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Bem que os países gostariam de produzir todos os bens, mas não conseguem
e por isso necessitam especializarem-se nas atividades produtivas para as quais se
encontram mais aptos, permutando os produtos entre si. Esse comércio
internacional ou comércio exterior submete os produtores internos a um maior grau
de concorrência, reduzindo seu poder de mercado. A simples vontade de
empreender esforços não basta para a tarefa de produzir bens em algumas
projeções. Mesmo que o esforço fosse descomunal, o resultado seria muito
insatisfatório.

Será que um país como o Canadá, de temperaturas muito baixas, neve e frio
quase o ano inteiro, produziria bananas? Ou será que no Japão haveria, com
escassa extensão territorial, uma grande produção de bovinos? Isso significa que,
independentemente do empenho na produção, fatores geográficos ou climáticos são
determinantes para as escolhas das nações.

A partir desse panorama de adversidade, surgiu a necessidade de


especialização como alternativa para a obtenção de vantagens no comércio exterior
internacional.

Paul Krugman 2001, vencedor do Prêmio Nobel de Economia e profundo


conhecedor do tema assim enfatizou:

“Os países participam do comércio


internacional por duas razões básicas, cada uma
delas contribuindo para seus ganhos no
comércio. Primeiro os países comercializam
porque são diferentes uns dos outros. Os países,
assim como os indivíduos, podem ser
beneficiados por suas diferenças, atingindo um
arranjo no qual cada um produz as coisas que
faz relativamente bem. Segundo, os países
comercializam para obter economias de escala
na produção. Isto é, se cada país produz apenas

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uma variedade limitada de bens, ele pode


produzir cada um desses bens em uma escala
mais e, portanto, mais eficientemente do que se
tentasse produzir tudo.”

Atualmente, o comércio internacional tem rompido barreiras antes impensáveis,


beneficiando países, empresas e pessoas comuns.

Um fenômeno muito atual tem sido a importação de mercadorias e, em menor


escala, a exportação, realizada por pessoas e não tão somente por empresas. A
internet tem possibilitado a eficiente conexão entre produtor e consumidor que, em
países diferentes, realizam trocas comerciais, importando ou exportando com muita
tranquilidade.

Mesmo nessa pequena amostra pessoal, há preocupações que valem também


para as empresas.

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Perceba que, ainda que mais próximo do nosso dia a dia, ainda hoje o
comércio exterior é um tema complexo, mas apaixonante.

Estrutura básica do comércio exterior no Brasil


Todos os países competitivos no atual mundo globalizado possuem instituições
e mecanismos especialmente direcionados para o comércio exterior.

A estruturação é necessária uma vez que há diversos intervenientes, com


experiências e qualificações específicas de seus setores. Assim, a organização
estatal compreende órgãos responsáveis pelas decisões políticas e outros
destinados ao controle dos procedimentos operacionais.

No Brasil, como a forma de governo é a presidencialista, é a presidência da


república a principal responsável por essa organização.

Operacionalmente, a CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) é a instância


máxima, enquanto outros órgãos da estrutura do governo federal cuidam da
administração aduaneira e tributária das importações e exportações, tanto de
mercadorias como de serviços.

Estruturalmente, podemos classificar os órgãos que atuam no comércio exterior


como:

Formadores de políticas e diretrizes

CAMEX (Câmara de Comércio Exterior);

CMN (Conselho Monetário Nacional); Câmara de Política Econômica.

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Operacionais/gerenciais/reguladores

SECEX (Secretaria de Comércio Exterior);

DECEX (Departamento de Comércio Exterior); SRF (Secretaria da Receita


Federal);

BACEN (Banco Central).

Defensores dos interesses brasileiros no exterior

MRE (Ministério das Relações Exteriores);

DECOM (Departamento de Defesa Comercial);

DEINT (Departamento de Negociações Internacionais);

SAIN/MF (Secretaria de Assuntos Internacionais).

Apoiadores

BB (Banco do Brasil);

BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social);

APEX BRASIL (Agência de Promoção de Exportações);

SBCE (Seguradora Brasileira de Credito à Exportação).

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(objetos/img1.png)

Figura 1 – Organograma da estrutura do comércio exterior no Brasil


Fonte: <http://enciclopediaaduaneira.com.br/orgaos-intervenientes-e-anuentes/>.

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CAMEX (Câmara de Comércio Exterior)

Cabe a ela a formulação, a adoção, a implementação e a coordenação de


políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo
o turismo. Serve de instrumento de diálogo e articulação junto ao setor
produtivo. Nenhuma decisão sobre o comércio exterior acontece sem passar
pelo crivo da CAMEX e seu colegiado.

Competências da CAMEX:

definir as diretrizes da política de comércio exterior;

manifestar-se previamente sobre as normas e legislação sobre o


comércio exterior;

estabelecer as diretrizes para:

as alterações das alíquotas dos impostos de importação e


exportação;

as investigações relativas a práticas desleais de comércio;

financiamento e seguro de crédito à exportação;

desregulamentação do comércio exterior.

avaliar o impacto das medidas cambiais, monetárias e fiscais sobre


comércio exterior;

fixar as diretrizes para a promoção de bens e serviços brasileiros


no exterior;

indicar os parâmetros para as negociações bilaterais e multilaterais


relativas ao comércio exterior;

atuar como um canal de comunicação entre o Governo e o setor


produtivo.

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MRE (Ministério das Relações Exteriores)

Dentro do comércio exterior, MRE é o órgão responsável pela promoção


comercial e pela divulgação de informações sobre demandas de importação de
produtos brasileiros e de investimento.

SECOMS (Setores de Promoção Comercial) – Têm como atividade a divulgação


de produtos e empresas brasileiras. São instalados nas embaixadas e nos
consulados de dezenas de países em todo o mundo.

MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)

Tem sobre sua tutela as informações sobre estatísticas de comércio exterior,


barreiras comerciais, auxílio à exportação, entre outros. É o órgão responsável
pelas decisões e execução das diretrizes políticas de comércio e exerce sua
função por meio do órgão gestor SECEX.

SECEX (Secretaria de Comércio Exterior) – É órgão da estrutura do Ministério


do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Dentre suas atribuições, está a de
autorizar operações de importação e exportação e emitir documento exigidos
por acordos multilaterais assinados pelo Brasil.

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MF (Ministério da Fazenda)

É o órgão responsável pela política monetária e fiscal. Atua na fiscalização e no


controle de entrada e saída de mercadoria do comércio exterior.

BACEN (Banco Central do Brasil) – É uma autarquia federal, vinculada ao


Ministério da Fazenda, criada para ser o agente da sociedade brasileira na
promoção da estabilidade do poder de compra da moeda brasileira. O MF
controla a compra e a venda de moedas estrangeiras no Brasil.

RF/SRF (Secretaria da Receita Federal) – É o órgão central de direção superior,


subordinado ao Ministério da Fazenda, responsável por administração,
arrecadação e fiscalização dos tributos internos e aduaneiros da União,
promovendo o cumprimento voluntário das obrigações tributárias, arrecadando
recursos para o Estado e desencadeando ações de fiscalização e combate à
sonegação. Em resumo, é órgão que regulamenta, fiscaliza e tributa as áreas
aduaneiras em que a SRF controla a entrada e a saída de mercadoria no país.

Órgão Anuentes

São órgãos auxiliares, que darão consentimento e aprovação, dentro das suas
competências, que poderão servir como elemento comprobatório da
identificação e quantificação das mercadorias/serviços inspecionados, para fins
de fiscalização aduaneira.

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Acordos comerciais

Na década de 1930, começou-se a pensar em uma redução de tarifas


coordenada internacionalmente. Os Estados Unidos aprovaram a Lei Smoot-
Hawley, que aumentou abruptamente as alíquotas das tarifas externas. Porém,
como o comércio norte-americano despencou no mesmo ritmo, a Casa Branca
concluiu que as tarifas deveriam ser reduzidas novamente. Entretanto, percebeu
que prejudicaria as empresas nacionais que produziam bens concorrentes com
as importações.

A solução para tal problema foi a criação de acordos bilaterais de


comércio, pelos quais o país aproximava-se de outro que fosse exportador de
determinado produto necessário e oferecia redução das tarifas em troca da
diminuição de tarifas de certas exportações norte-americanas. A negociação de
acordos multilaterais, envolvendo vários países, foi o passo seguinte na
liberalização do comércio internacional. Esse fato ocorreu em 1947, após a
segunda guerra mundial, quando um grupo de 23 países iniciaram as
negociações comerciais sob um conjunto provisório de normas que se tornou
conhecido como Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT. Um dos
princípios definidos pelo GATT foi o de transparência, tornando obrigatória a
publicação de toda e qualquer norma relacionada ao comércio.

Esse acordo provisório acabou coordenando o comércio mundial pelos 48


anos seguintes, nos quais ocorreram várias rodadas de negociação com o
principal objetivo de reduzir tarifas. O Brasil participou de todas essas
negociações e assinou o acordo desde a sua criação em 1947, defendendo o
princípio da liberalização do comércio internacional. Também participou dos
esforços conjuntos dos países em desenvolvimento em assuntos importantes,
como comércio agrícola e inclusão de novos temas nas discussões do GATT.

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Dando continuidade ao GATT, foi criada, em 1995, a Organização Mundial


do Comércio – OMC, que deu corpo a uma organização formal já imaginada 50
anos antes.

A OMC tem sua sede localizada em Genebra, na Suíça, e é a única


organização internacional global que lida com as regras de comércio entre as
nações. Sua maior preocupação é a liberdade de comércio, com a redução
gradativa das tarifas e das restrições à circulação de mercadorias. Tem como
objetivo ajudar os produtores de mercadorias e serviços, exportadores e
importadores a conduzir e a realizar seus negócios com o estabelecimento de
regras claras e aceitas por todos.

Desse modo, a OMC administra os acordos de comércio da organização.


É um fórum para negócios sobre comércio, trata de disputas comerciais entre os
membros, assim como monitora as políticas comerciais dos países membros.

A OMC e o GATT têm diferenças essenciais: 1) O GATT era um acordo


comercial multilateral de caráter provisório e a OMC é uma organização
internacional de caráter permanente; 2) O GATT tratava basicamente do
comércio de bens e a OMC regulamenta também temas como serviços,
investimento e propriedade intelectual; 3) Ao contrário da OMC, o GATT não
regulamentava com profundidade as práticas desleais de comércio.

Modalidades de acordos internacionais


Existem quatro tipos de modalidades de acordos internacionais que visam, em
essência, melhor clarificar os parâmetros estabelecidos.

São tratados firmados por três ou mais sujeitos dotados de personalidade


jurídica (Estados soberanos e organismos internacionais) com reciprocidade de
concessões e necessidade de ratificação pelas partes contratantes, mas obrigatórios

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para todos os membros e suas regras devem observar os princípios fundamentais


do comércio.

Possuem adesão facultativa, ou seja, criam obrigação somente aos que


aderirem.

Decorrem de vantagens recíprocas concedidas entre Estados. São processos


de integração econômica, nos quais se objetiva a redução ou a eliminação das
tarifas intrabloco.

São celebrados para a redução de barreiras tarifárias e não tarifárias, em


função da localização geográfica dos signatários, no intuito de incentivar o comércio
regional, com o aproveitamento de possíveis identidades históricas ou culturais e da
proximidade em termos logísticos.

Regras de origem
Regras de origem são normas jurídicas destinadas a identificar a procedência
econômica de determinado bem ou mercadoria que receberão tratamento
preferencial, nos termos previstos em acordos comerciais celebrados entre os
países envolvidos. Na operação, vale dizer, os exportados e o importador.

Assim, é razoável intuir que todos os processos de integração econômica


possuem regras de origem para que os benefícios sejam outorgados intrabloco, em
favor de mercadorias produzidas na região, enquanto produtos oriundos de terceiros
são tratados sem qualquer distinção. Não há dúvida de que os acordos comerciais
são elementos fundamentais do comércio internacional, pois estabelecem relações
comerciais privilegiadas entre as partes contratantes. Os acordos garantem acesso
preferencial aos mercados nacionais ou regionais, por meio de preferências
tarifárias.

Mas em tudo, inclusive na relação entre nações, é necessário dispor de


critérios que definam a origem dos bens e que garantam privilégios concedidos
exclusivamente aos produtos originários dos países que compõem o bloco.

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Nesse contexto, destacam-se as regras de origem. São essas regras,


negociadas pelas partes contratantes de um acordo preferencial, que definem
critérios para identificar a verdadeira origem de uma mercadoria. Muitas vezes,
determinar a origem de uma mercadoria pode tornar-se complexo devido à divisão
internacional da produção, característica da era globalizada.

Quando da conclusão dos trabalhos da Rodada Uruguai, os signatários do


GATT e fundadores da Organização Mundial do Comércio (OMC) resolveram
celebrar o acordo sobre regras de origem, de forma que a aplicação das medidas
não anulasse ou prejudicasse os direitos conquistados por todos os membros.

As regras de origem são tão fundamentais que sem elas muitos conflitos
seriam estabelecidos. Pense em uma relação comercial de acordo entre dois países,
como há no MERCOSUL. A título de exemplo, Brasil e Uruguai celebram um acordo
de tarifação de 0% de imposto de importação (II) para carros de fabricantes
estabelecidos no Uruguai e vendidos no Brasil. Ora, se não estabelecermos as
regras, um fabricante de veículos como a Renault, por exemplo, que fabrica carros
em sua planta uruguaia, pode estabelecer parceria com uma empresa chinesa
fabricante de carros e começar a importar carros chineses via Uruguai, com a
intenção de vendê-los ao consumidor brasileiro com 0% de II (imposto de
importação). O mesmo veículo chinês, importado via Brasil, seria taxado a 70% de II.
Percebam a perda de arrecadação nesse caso. Obviamente que um veículo que tão
somente foi faturado por uma empresa do Uruguai, mas fabricada na China, não
pode ter sua caracterização como procedência Uruguai e assim não pode receber
um procedimento especial.

Acordos comerciais em espécie

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União Europeia (EU)

A União Europeia como conhecemos hoje surgiu em 1957 (tratado de


Roma), com a Comunidade Econômica Europeia (CEE).

Hoje, a União Europeia representa o mais avançado estágio entre todos os


processos de integração econômica, inclusive com a adoção de uma moeda
comum, o euro, o que a qualifica como União Econômica e Monetária.

O processo evolutivo da União Europeia transcorre há mais de 50 anos e,


durante esse período, foram promovidas diversas atualizações no modelo
institucional das comunidades originais.

A União Europeia tem como objetivo promover a paz, os seus valores e o


bem-estar dos seus povos, proporcionando aos seus cidadãos um espaço de
liberdade, segurança e justiça sem fronteiras internas. São objetivos
complementares ainda o estabelecimento de um mercado interno visando o
desenvolvimento sustentável da Europa; o progresso científico e tecnológico; o
combate à exclusão social e às discriminações; a coesão econômica, social e
territorial; o respeito à riqueza da sua diversidade cultural e linguística; o
estabelecimento de uma moeda única, o euro, e a união econômica,
defendendo nas relações com o resto do mundo todos os seus objetivos
anteriores.

A atual versão do tratado distingue as competências entre a União


Europeia e os Estados-membros, que mantêm intactas suas identidades
nacionais e os sistemas políticos e constitucionais, com respeito à integridade
territorial e questões de segurança pública. Prevalece o princípio da cooperação
leal, no qual os membros e a União Europeia prestam assistência mútua no
cumprimento dos objetivos dos tratados.

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A União Europeia é formada por 28 países: Alemanha (1958); Áustria


(1995); Bélgica (1958); Bulgária (2007); Chipre (2004); Croácia (2013);
Dinamarca (1973); Eslováquia (2004); Eslovênia (2004); Espanha (1986);
Estônia (2004); Finlândia (1995); França (1958); Grécia (1981); Hungria (2004);
Irlanda (1973); Itália (1958); Letônia (2004); Lituânia (2004); Luxemburgo
(1958); Malta (2004); Países Baixos (1958); Polônia (2004); Portugal (1986);
Reino Unido (1973); República Checa (2004); Romênia (2007) e Suécia (1995).

Apesar de ser o movimento de maior êxito de cooperação econômica, a


União Europeia sempre é rondado pelo fantasma de saída de Estados-
membros. Em 2016, um referendo, conhecido como “brexit” (a junção das
palavras inglesas “britain” (Bretanha) e “exit” (saída)) avalizou a saída do Reino
Unido da União Europeia, o que deve acontecer gradativamente nos próximos
anos.

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Associação Latino-Americana de Integração


(ALADI)

A Associação Latino-Americana de Integração – ALADI – é o maior grupo


latino-americano de integração. Foi instituída em 1980 pelo Tratado de
Montevidéu 1980 – TM80, para dar continuidade ao processo de integração
econômica iniciado em 1960 pela Associação Latino-Americana de Livre
Comércio – ALALC. Tem como objetivo a implantação, de forma gradual e
progressiva, de um mercado comum latino-americano, caracterizado
principalmente pela adoção de preferências tarifárias e pela eliminação de
restrições não tarifárias.

São objetivos da ALADI a promoção e a regulamentação do comércio, a


complementação econômica e a ampliação dos mercados por meio do
desenvolvimento de ações de cooperação econômica. A fundamentação dos
princípios foi estabelecida no TM80. São eles: pluralismo em matéria política e
econômica; flexibilidade; tratamentos diferenciais com base no nível de
desenvolvimento dos países-membros e multiplicidade nas formas de acordar
instrumentos comerciais.

A ALADI, que representa em conjunto 20,4 milhões de quilômetros


quadrados e quase 520 milhões de habitantes (2010), é integrada por treze
países-membros. Aos 11 países fundadores (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela) uniram-se
Cuba (em 26 de agosto de 1999) e Panamá (em 10 de maio de 2012), tornando-
se o décimo segundo e o décimo terceiro países-membros.

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Acordo de Livre-Comércio da América do Norte


(NAFTA)

O Nafta, que une Canadá, México e Estados Unidos desde 1994, é um


acordo de integração econômica regional que tomou forma em várias etapas.

O Acordo promove o livre fluxo de bens entre os Estados-membros por


meio da eliminação de tarifas e barreiras comerciais, criando uma área de livre
comércio, a forma mais limitada de integração regional. Também permite a livre
troca de serviços selecionados e provê a movimentação temporária de
executivos corporativos e certos profissionais. Não se trata, pois, de uma união
aduaneira, já que cada membro estabelece suas tarifas externas. Tampouco
ambiciona o livre fluxo de pessoas (trabalhadores), como um mercado comum
faz. E, diferentemente da União Europeia, o Nafta não estabelece agências
regulatórias supranacionais.

Os objetivos do acordo são: a eliminação de barreiras ao comércio e a


facilitação de movimentos fronteiriços de bens e serviços; a promoção de
condições para competição justa na área de livre comércio; a geração de
maiores oportunidades de investimento nos Estados-membros; a proteção e
implementação dos direitos de propriedade intelectual em cada território; a
criação de procedimentos efetivos para a implementação do acordo, bem como
para solucionar as eventuais disputas e o estabelecimento de uma estrutura
para cooperações futuras.

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Comunidade Andina (CAN)

A comunidade Andina é um dos processos de integração mais antigos


entre os atualmente existentes no mundo. Sua história começou em 26 de maio
de 1969, quando cinco países sul americanos (Bolívia, Chile, Colômbia,
Equador e Peru) assinaram o acordo de Cartagena.

A Comunidade Andina das Nações alternou períodos de euforia com crises


profundas, que resultaram na saída de um de seus membros originais – o Chile,
que denunciou o acordo logo em 1976 – e da Venezuela, que aderiu em 1973,
mas abandonou em 2006.

Os objetivos da Comunidade Andina são os de promover o


desenvolvimento equilibrado e harmônico dos países-membros, acelerar o
crescimento do bloco, promover a integração regional, diminuir a vulnerabilidade
externa, reduzir as diferenças de desenvolvimento e melhorar o nível de vida
dos habitantes.

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Área de Livre-Comércio das Américas (ALCA)

A ideia da constituição de uma área de livre comércio nas Américas


(ALCA) começou a tomar forma em dezembro de 1994, por ocasião da Primeira
Cúpula das Américas. Naquele encontro, os presidentes dos países da América
declararam a sua intenção de dar início a negociações para a formação de uma
área de livre comércio que abrangesse todo o continente americano.

A declaração que então foi assinada realça o fato de que, pela primeira
vez na história, as Américas são uma comunidade de sociedades democráticas.
Ressalta também que as Américas estão unidas na busca da prosperidade por
meio da abertura de mercados, da integração hemisférica e do desenvolvimento
sustentável.

Apesar de o texto sobre o acordo constitutivo da ALCA ter avançado, o


projeto encontra-se parado desde a realização da Quarta Reunião de Cúpula
das Américas.

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União das Nações Sul Americanas (UNASUL)

A União das Nações Sul-Americanas foi estabelecida em 2008, na reunião


de Brasília. Tem como ideia central transcender o aspecto puramente comercial
da integração e impulsionar os investimentos em comunicação, transporte,
infraestrutura, energia, educação, cultura, ciência e tecnologia e defesa.

A UNASUL tem como objetivo construir uma identidade e cidadania sul-


americanas e desenvolver um espaço regional integrado no âmbito político,
econômico, social, cultural, ambiental, energético e de infraestrutura, para
contribuir para o fortalecimento da unidade da América Latina e Caribe.

A UNASUL propõe-se a ser uma estrutura capaz de articular e integrar os


diferentes blocos econômicos e países existentes na América do Sul. O
MERCOSUL, a CAN, o Chile, a Guiana e o Suriname viriam a formar uma área
de livre comércio sul-americana. Outro elemento importante é que, a despeito
dos objetivos ambiciosos do bloco, este deve ter uma característica flexível,
respeitando as diferentes dinâmicas existentes nos países. Dentre os objetivos
específicos, destaca-se a busca do fim das assimetrias, apontando a
necessidade de uma integração mais igualitária, com integração industrial e
produtiva. As decisões são consensuais.

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Comunidade do Caribe (CARICOM)

O Bloco do CARICOM foi oficialmente estabelecido e efetivado em 1973,


com o Tratado de Chaguaramas, tendo como membros iniciais Barbados,
Jamaica, Guiana e Trinidad e Tobago. Porém, as negociações datam de pelo
menos quinze anos antes da assinatura do documento na cidade trinitária.
Possui 15 países-membros localizados na área do Caribe.

O acordo tem como objetivo incentivar a cooperação econômica: o livre


comércio.

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Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)

O ano de 1985 é o marco inicial do processo político que resultou na


criação do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL. Foi o momento em que
Brasil e Argentina iniciaram as negociações comerciais, no âmbito da ALADI,
visando à formação de um mercado regional. A esse esforço de integração,
iniciado por Argentina e Brasil, uniram-se Paraguai e Uruguai. Juntos, os quatro
países formularam o projeto de criação do MERCOSUL, resultando na
assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991.

Em sua formação original, o MERCOSUL era composto por Argentina,


Brasil, Paraguai e Uruguai. Com a evolução do bloco, a ele aderiram Venezuela
e Bolívia.

O MERCOSUL é considerado uma União Aduaneira, que consiste numa


união entre os membros do bloco, baseando-se na criação de regras que
abrangem todos os membros em relação às políticas comercias, como a livre
circulação de bens e utilização da mesma TEC (tarifa externa comum), que visa
à criação do mercado comum.

O Tratado de Assunção estabeleceu um programa de liberação comercial,


com o objetivo de aplicar tarifa zero no comércio intrazona e a implementar a
TEC. Baseando-se nos princípios do gradualismo e da flexibilidade, os países-
membros consideraram importante que a desgravação tarifária ocorresse em
velocidade menos intensa para as economias menores do agrupamento.

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