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12.

º ano
ECONOMIA C

Tema 2
Globalização e regionalização económica
Ana Luísa Rodrigues
Maria João Pais
2.1 Globalização económica, financeira e cultural

Maria Manuela Góis


Belmiro Gil Cabrito
Tema 2 Globalização e regionalização económica

2.1 Globalização económica, financeira e cultural

•Globalização económica;

•Mundialização das trocas;

•Fluxos de capital;

•Movimentos da população;

•Mercados globais, produtos globais e transnacionalização da produção;

•Globalização financeira;

•Globalização cultural;

•Consumo e estilos de vida.

2.2 Impactos da globalização dos países em desenvolvimento

•Polarização das trocas mundiais;

•Inserção dos países na economia internacional.


Tema 2 Globalização e regionalização económica

Mundialização e globalização

Mundialização
Conceito essencialmente económico: trocas comerciais à
escala mundial, livre circulação de capitais, de tecnologias
e de pessoas e localização das atividades produtivas no
espaço internacional.

Globalização
Reflexo no plano social do fenómeno da mundialização
económica: os produtos culturais, padrões de consumo
e estilos de vida universalizam-se, atingindo a dimensão
global.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Mundialização e globalização

Interdependência
Os países e as economias precisam uns dos outros. Por exemplo, os países importadores
dependem dos bens fornecidos pelos países exportadores e estes necessitam das receitas
das compras efetuadas pelos países importadores.
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Mundialização das trocas


O consumo de bens e serviços, produzidos em várias partes do mundo, mostra que nenhum
país vive isolado dos outros, necessitando de estabelecer trocas, de forma a obter os produtos
que não produz, ou que não produz na quantidade suficiente.

Liberalização do comércio mundial – eliminação


dos obstáculos ao livre comércio entre os
países.

Integração económica – reunião dos mercados


nacionais num só de maior dimensão, através
da eliminação dos obstáculos à livre circulação
de bens, serviços, capitais e pessoas.
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Figura 1 – Comércio internacional de bens e serviços, 2010-2020, por trimestre (taxa de variação anual)

Fonte: OMC, Estatísticas do comércio mundial, 2021

A evolução das exportações mundiais de bens e serviços evidenciada na Figura 1 revela os


efeitos da crise económica e financeira no período 2008-2009 e da pandemia em 2019 e 2020
na economia mundial, tendo as exportações registado quedas significativas nesses períodos.
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Figura 2 – Crescimento do comércio mundial de mercadorias por trimestre


(2020-T1 a 2021-T1), em dólares dos EUA – variação percentual

Fonte: www.wto.org (consultado em dezembro de 2022)

A Figura 2, mostra que, em 2020, o valor do comércio de mercadorias registou uma queda em
todas as regiões do mundo em resultado da pandemia, em particular nas regiões do Médio
Oriente, África e da CEI onde se concentram os maiores exportadores de petróleo.
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Figura 3 – Composição dos agrupamentos geográficos e económicos

Fonte: www.wto.org (consultado em dezembro de 2022)


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Quadro 1 – Principais exportadores e importadores de mercadorias, 2020 (mil milhões de dólares e %)

Ordem Exportadores Valor % Ordem Importadores Valor %

1 China 2591 14,7 1 EUA 2408 13,5

2 EUA 1432 8,1 2 China 2056 11,5

3 Alemanha 1380 7,8 3 Alemanha 1171 6,6

5 Japão 641 3,6 5 Japão 635 3,6

7 Coreia do Sul 512 2,9 7 França 582 3,3

9 França 488 2,8 9 Coreia do Sul 468 2,6

10 Bélgica 419 2,4 10 Itália 423 2,4

31 Áustria 169 1,0 31 Indonésia 142 0,8

43 Portugal 62 0,3 41 Portugal 78 0,4

47 Israel 50 0,3 47 Grécia 56 0,3

50 Eslovénia 4,5 0,3 50 Paquistão 46 0,3

Mundo 17 583 100,0 Mundo 17 812 100,0

Fonte: OMC, Estatísticas do comércio mundial, 2021

A participação dos países no comércio mundial, através das suas exportações e importações, é desigual como
podemos verificar no Quadro 1. Países como a China, os EUA, a Alemanha, o Japão, a Coreia do Sul e a França
apresentam um peso significativo das suas exportações e importações de mercadorias no total das exportações
e importações mundiais de mercadorias enquanto outros países, como Portugal, Grécia, Eslovénia e Paquistão

apresentam um peso reduzido das mesmas.


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Empresas multinacionais/transnacionais
O crescimento das trocas comerciais a nível mundial e a consequente maior concorrência nos
mercados externos é acompanhada pela necessidade de uma maior competitividade por parte
das empresas.

Essa competitividade leva as empresas a procurar


produzir bens de maior valor através de inovações,
de ganhos de produtividade e de menores custos
de produção, nomeadamente em matérias-primas,
transportes e mão-de-obra.
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Empresas multinacionais/transnacionais

Para diminuir custos e ganhar competitividade, muitas empresas procuram instalar-se


junto dos mercados fornecedores de fatores produtivos.

No contexto da mundialização, os mercados


externos são, deste modo, encarados pelas
empresas como fonte de matérias-primas,
mão-de-obra e capital, como destino das
exportações e como locais de consumo. No
quadro da economia mundial, as
empresas, em particular as de maior
dimensão, podem escolher os locais
onde produzir, investir e para onde
vender.
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Empresas multinacionais/transnacionais

Empresas multinacionais
Empresas que deslocam a sua atividade para outros países,
abrindo filiais de produção, distribuição e comercialização.
A empresa sede a quem cabe tomar as decisões para todas
as filiais encontra-se, normalmente, no país de origem.

Empresas transnacionais
As empresas multinacionais foram dando lugar a
empresas transnacionais (ETN) que se caracterizam pela
decomposição dos processos produtivos de um produto,
deslocalizando a produção das suas componentes por
diversos países, em função das perspetivas de ganho de
competitividade e rendibilidade.
As empresas transnacionais caracterizam a atual
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Fluxos de capital
As empresas, sejam de âmbito local, nacional ou mundial necessitam de recursos financeiros
para o desenvolvimento da sua atividade.

Entre as empresas e os restantes agentes económicos estabelecem-se, assim, relações


financeiras que se traduzem em fluxos de capital que, no âmbito da economia globalizada,
também se globalizam, circulando pelo mundo.
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Fluxos de capital
No financiamento relativo às empresas de âmbito mundial, como as multinacionais e
transnacionais, o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) assume um papel destacado.

Figura 4 – Exemplo de Investimento Direto


Estrangeiro no contexto da globalização

Fonte: https://bpstat.bportugal.pt/conteudos/paginas/1646/
(consultado em dezembro de 2022)
Investimento Direto Estrangeiro (IDE)

Investimento que uma entidade residente


numa determinada economia realiza com o
objetivo de controlar ou influenciar a gestão
de uma empresa residente noutra economia.
(Banco de Portugal)
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Figura 5 – Evolução do Investimento Direto Estrangeiro – mundo, países desenvolvidos e países em desenvolvimento,
2008-2021 (mil milhões de dólares e em %).

Fonte: https://unctad.org/system/files/official-document/wir2022_en.pdf

(consultado em 30/10/2022)

Observando a Figura 5, podemos verificar a contração dos fluxos de IDE global nos anos de
crise (2008/2009 e 2019/2020) e a sua recuperação em 2021. No ano de 2021, relativamente
a 2020, os fluxos de IDE cresceram 64% a nível mundial, 134% nos países desenvolvidos e
30% nos países em desenvolvimento.
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Figura 6 – Fluxos do investimento direto estrangeiro (IDE) – principais países de destino, 2021
Fonte: www.unctad.org (consultado em dezembro de 2022)

De acordo com a informação fornecida pela Figura 6,


podemos verificar que, em 2021, os fluxos de IDE
aumentaram na generalidade dos países relativamente
a 2020, sendo os Estados Unidos da América o país que
maiores fluxos de IDE captou, seguido da China e de
Hong Kong (segunda e terceira posição respetivamente,
nesse ano).
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Figura 7 – Projetos de IDE na Europa, em 2021, e variação relativamente a 2020 (em %).

Fonte: https://eco.sapo.pt/2022/06/02 (consultado em dezembro de 2022)


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Movimentos da população

Migrações internas e externas

Em 2020, de acordo com os dados da Organização das Nações Unidas, havia aproximadamente
280 milhões de migrantes no mundo, valor que mostra que serão muitos os países que são
afetados pelo fenómeno da migração, seja como países de origem, de destino ou de trânsito.

Migrante

Pessoa que se desloca para outro país


ou se mude dentro de um país de uma
para outra região.
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Movimentos da população

Migrações internas e externas

Migração interna – movimento de pessoas


de uma região do país para outra. Ex.: mudança
de um habitante do Alentejo para o Algarve.

MIGRAÇÕES

Migração externa ou internacional – movimento


de pessoas que deixam o país de origem para se
fixarem noutro. Ex.: emigração de portugueses para
França ou imigração de ucranianos para Portugal.

Este movimento populacional pode ser temporário ou permanente, individual ou em grupo


e voluntário ou forçado.
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Figura 8 – População na UE, 2021

Fonte: www.europarl.europa.eu (consultado em dezembro de 2022)

Segundo dados da ONU, no final de 2022, os deslocados por motivo de guerra, perseguição
e abusos dos direitos humanos eram aproximadamente 100 milhões. Os países da União
Europeia têm sido dos principais destinos dos movimentos de populações vindos do oriente e
do continente africano, que procuram, nos países de acolhimento, refúgio devido a
perseguições, a desastres ambientais e pobreza.
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Movimentos da população

Migrações internas e externas

As alterações climáticas constituem outra causa dos movimentos das populações, pois em
virtude de desastres naturais como cheias ou secas milhares de pessoas são obrigadas a
deslocar-se, deixando as suas terras e procurando refúgio noutras regiões e países.

Cheias na província de Banten,


Indonésia
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Movimentos da população

Fluxos de turismo

Vários fatores estão na origem do crescimento


do turismo: o aumento do poder de compra
das famílias, o direito a férias, a melhoria dos
transportes e vias de comunicação, os preços
acessíveis das viagens, entre outros.

O turismo, para além de representar uma


importante atividade económica geradora de
empregos, de lucros e de desenvolvimento
das infraestruturas, é também um meio de
aproximação dos povos e das culturas.
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Quadro 2 – Chegadas de turistas internacionais a Portugal, 2019-2021

Chegadas de turistas internacionais Variação


(milhões) (%)
Região
2019 2020 2021 2021/20 2021/19

Total 1466,0 405,0 427,0 +5,4% -70,9%

Europa 745,0 238,5 286,8 +20,3% -61,5%

UE-27 540,3 181,4 209,5 +15,5% -61,2%

América 219,3 69,8 82,4 +18,1% -62,4%

América do Norte 146,6 46,5 57,0 +22,6% -61,1%

Ásia e Pacífico 360,1 59,1 20,7 -65,0% -94,3%

Médio Oriente 73,0 19,8 18,5 -6,6% -74,7%

África 68,1 18,0 18,4 +2,2% -73,0%

Fonte: UNWTO, Barómetro do turismo mundial, maio de 2022


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Quadro 3 – Chegadas de turistas a Portugal, 2020-2021


Quotas
País de residência 2019 2020 2021
2020 2021

Total 6480,1 9616,7 48,4% 100,0% 100,0%

Espanha 1847,4 2906,4 57,3% 28,5% 30,2%

França 1057,9 1546,8 46,2% 16,3% 16,1%

Reino Unido 823,3 1020,6 24,0% 12,7% 10,6%

Alemanha 552,5 768,6 39,1% 8,5% 8,0%

Suíça 345,5 539,1 56,0% 5,3% 5,6%

Países Baixos 235,7 372,4 58,0% 3,6% 3,9%

Bélgica 176,4 300,3 70,2% 2,7% 3,1%

Itália 161,9 261,6 61,6% 2,5% 2,7%

Irlanda 96,1 201,4 109,7% 1,5% 2,1%

Países Nórdicos 118,3 185,5 56,8% 1,8% 1,9%

Outros da Europa 238,4 470,0 97,2% 3,7% 4,9%

Estados Unidos da América 132,6 294,6 122,2% 2,0% 3,1%

Brasil 284,3 276,9 -2,6% 4,4% 2,9%

Outros do Mundo 409,9 472,5 15,3% 6,3% 4,9%

Fonte: INE, Estatísticas do turismo, 2021, edição 2022

No quadro 3, podemos observar que, no ano de 2021, comparativamente a 2020, Portugal


registou um aumento das chegadas de turistas alcançando uma taxa de crescimento de
48,4 % e, em ambos os anos, Espanha, França e Reino Unido foram os países que mais
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Quadro 4 – Viagens e turismo: impacto económico mundial, 2019, 2020 e 2021

PIB total Empregos


Anos
Contribuição para o PIB total Taxa de variação anual Total de empregos Taxa de variação anual
(mil milhões de euros) (%) (milhões) (%)

333
2019 10,3 +2,5 +2,7
1 em 10 empregos

271
2020 5,3 -3,3 -18,6
1 em 12 empregos

289
2021 6,1 +5,8 +6,7
1 em 11 empregos

Fonte: World Travel & Tourism Council (consultado em dezembro de 2022)

O turismo é considerado uma atividade com grande impacto nas economias dado o seu
contributo para o produto e para o emprego. O quadro 4 revela o impacto económico do
turismo em termos mundiais.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Mercados globais, produtos globais e transnacionalização da produção

O elevado nível de globalização que a economia mundial alcançou está muito associado aos
progressos realizados a nível dos transportes e das comunicações e à consequente redução
de custos. Com o transporte marítimo e aéreo de carga, os produtos podem ser produzidos
e consumidos em qualquer parte do mundo.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Mercados globais, produtos globais e transnacionalização da produção

Mercado global

A produção e a troca de bens e serviços ultrapassam os espaços nacionais adquirindo uma


dimensão mundial. Os mercados tendem a ser homogéneos e o consumo massifica-se.

Produto global

Produto cuja componentes são produzidas


em várias partes do mundo, objeto de
trocas internacionais e consumidos por
milhões de pessoas em qualquer parte do
mundo.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Mercados globais, produtos globais e transnacionalização da produção

A expressão mercado global contém duas características fundamentais:

• homogeneização dos mercados – os mercados tendem a ser iguais entre si, em


termos de necessidades, desejos e expectativas.

• consumos massificados – em todos os


países são consumidos o mesmo tipo de bens
e serviços, que apresentam as mesmas
características. Sendo a produção padronizada
(milhões de produtos similares produzidos em
várias partes do mundo), os consumos
obedecem também a essa padronização.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Mercados globais, produtos globais e transnacionalização da produção

A transnacionalização da produção

A atividade produtiva é segmentada e cada segmento é instalado num determinado país,


em função das vantagens competitivas que este ofereça. O mesmo se verifica em relação
aos processos produtivos, decompostos em diferentes componentes, localizadas nos países
que ofereçam os melhores níveis de rendibilidade.

A transnacionalização da produção, os
produtos globais e os mercados globais
são, assim, características da
globalização atual.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Mercados globais, produtos globais e transnacionalização da produção

A transnacionalização da produção

Um exemplo de transnacionalização da produção


verifica-se na indústria automóvel, em que o
processo produtivo é decomposto em várias
componentes e a sua produção é instalada em
vários países – a produção de pneus, a
carroçaria, o software e o automóvel (produto
final) são montados noutro país, sendo
posteriormente exportados para todo o mundo.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização financeira

As necessidades de financiamento internacionais, decorrentes da mundialização das trocas


e da globalização das atividades económicas, criaram as condições para o surgimento de
um mercado financeiro global.

Mercado financeiro global

Compreende o conjunto das trocas de


capitais de longo prazo a nível mundial.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização financeira

Comprar e vender ações nas várias Bolsas nacionais ou mundiais, em tempo real, através
da comunicação eletrónica e de plataformas digitais é um exemplo da importância da
internet e da digitalização na globalização financeira.

Globalização financeira

Mobilidade internacional de capitais,


através da interligação dos mercados de
capitais nacionais e internacionais, dando
origem a um mercado financeiro à escala
mundial.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Quadro 5 – Exportações mundiais de serviços financeiros por regiões, 2020


(mil milhões de dólares e %)

Regiões Valor %

Mundo 540 100,0

América do Norte 155 25,3

América do Sul, América Central e Caraíbas 5 0,9

Europa 280 60,3


UE 177 31,5

Comunidade de Estados Independentes (CEI) 1 0,3

África 3 0,5

Médio Oriente 3 1,1

Ásia 92 11,6

Fonte: OMC, Estatísticas do comércio mundial, 2021


Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização financeira

Os fluxos financeiros a nível mundial e o respetivo financiamento direto dos agentes


económicos nos mercados financeiros mundiais aumenta o risco (de câmbio, de
taxa de juro e especulativo).

Dadas as relações estreitas que se


estabelecem entre bancos, bolsas de
valores e demais instituições financeiras
à escala global, o risco estende-se
também à escala global, afetando os
agentes económicos e as economias.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização financeira

Esta integração dos mercados financeiros é


acompanhada de uma maior interdependência
entre as atividades financeiras nacionais e
internacionais o que possibilita que uma situação
de instabilidade num determinado mercado,
geograficamente localizado, se transmita aos
restantes, uma vez que eles se financiam entre si,
aumentando o risco de crises financeiras globais,
de que a crise de 2008 foi exemplo.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

À mundialização das trocas comerciais e à globalização dos mercados financeiros, tem-se


vindo a acrescentar a difusão, à escala mundial, de bens culturais que englobam,
não só a informação, filmes, programas de televisão, mas também os valores, os
comportamentos e os símbolos culturais.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Vários fatores têm contribuído para este processo de difusão cultural – as novas tecnologias
de informação e comunicação, a Internet, as redes sociais difundem à escala planetária
produtos, valores e símbolos culturais, levando à sua partilha e formação de uma cultura
global. Assiste-se, deste modo, ao fenómeno da globalização cultural.

Globalização cultural

Difusão, à escala mundial, de informação,


de valores e de símbolos culturais.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Os mesmos filmes, músicas, espetáculos e conteúdos digitais são visionados e partilhados por
milhares de cidadãos à escala planetária, as mesmas marcas de vestuário e de produtos
alimentares são consumidas em várias geografias podendo, assim, dizer-se que a
globalização cultural possui uma dimensão de homogeneização, ou seja, os comportamentos
de consumo de milhões de pessoas em todo o mundo seguem um determinado padrão ou
modelo.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Neste processo de difusão cultural os media, a Internet e as redes sociais constituem


importantes agentes modeladores das condutas sociais e divulgadores de uma
cultura estandardizada e massificada.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Consumo e estilos de vida

A mundialização das trocas, as novas tecnologias de informação e comunicação e as


maiores facilidades no que respeita aos transportes e comunicações, possibilitaram a
difusão de bens e de comportamentos à escala global, originando consumos
também globais.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Consumo e estilos de vida

Fruto da globalização cultural em que se


inclui o consumo global, os padrões de
comportamento tendem a ser mais
homogéneos à escala mundial, o que
aproxima os povos.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Consumo e estilos de vida

Mas, por outro lado, a massificação dos consumos e


dos modos de vida origina, por parte dos indivíduos,
comportamentos que procuram a individualização
e a diferenciação através da adoção de novos
estilos de vida.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Consumo e estilos de vida

Nas sociedades contemporâneas, urbanas e


desenvolvidas, o indivíduo tem à disposição
um leque de possibilidades de escolhas, no
domínio do consumo, do trabalho, do lazer
e da cultura, o que lhe permite adotar e
construir um certo estilo de vida, integrando
um grupo onde se reconhece, na medida em que
se identifica com os seus valores e normas de
conduta.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Consumo e estilos de vida

Às várias possibilidades de escolhas corresponde,


assim, uma diversidade de estilos de vida que
permitem, por um lado, diferenciar os grupos
uns dos outros e, por outro, integrar os
indivíduos nos seus grupos de pertença.
O estilo de vida, ao permitir a diferenciação
e a individualização, constitui um meio de
escapar e de resistir à massificação da
sociedade.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Globalização e aculturação

No processo de globalização cultural, os modernos meios de comunicação eletrónicos,


a Internet, as redes sociais, as viagens e os movimentos migratórios intensificaram a
difusão mundial de valores, hábitos e modos de vida, pondo em contacto povos e
culturas.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Globalização e aculturação

Esta aproximação dos povos e das suas culturas conduz à aquisição de elementos
materiais e espirituais de uma cultura por outra, processo designado por aculturação.

Aculturação

Modificação dos elementos culturais


de uma sociedade em consequência
do contacto com um sistema cultural
diferente.
Tema 2 Globalização e regionalização económica

Globalização cultural

Globalização e aculturação

A aculturação constitui um processo mais ou menos longo de socialização, na medida em


que a pessoa vai aprendendo e interiorizando os modelos culturais do grupo dominante,
integrando-se na nova sociedade.

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