Chamada Pública IPEA/PROESP nº 002/2011 – Apoio a Estudos Científicos para a reflexão do Estado da Arte
Bases Analíticas da Economia Política do Comércio Exterior
Brasileiro
José Raimundo Barreto Trindade – PPGE/UFPA
Wesley Pereira de Oliveira – Assistente de Pesquisa IPEA / UnB SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO
2. CAPITALISMO, SISTEMA MUNDO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
2.1 A hiperdimensão da acumulação de capital e o sistema mundo capitalista 2.2. Estados nacionais, capitais e disputa hegemônica no sistema mundo capitalista
3. DEPENDÊNCIA, VULNERABILIDADE EXTERNA E
DESENVOLVIMENTO NACIONAL 3.1. Elementos da EPI necessários a compreensão das relações econômicas internacionais. 3.2. Dependência e hierarquia geoeconômica mundial
4. A ECONOMIA POLÍTICA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
4.1 dependência e trajetória de dependência nas últimas décadas 4.2 superávit comercial e deterioração ecológica
5. PARÂMETROS PARA RUPTURA: NOVO PADRÃO DE INSERÇÃO
INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO NACIONAL CAPITALISMO, SISTEMA MUNDO E COMÉRCIO INTERNACIONAL As diferentes dimensões ponderadas nos enfoques teóricos abordados, estão integradas em quatro vetores de análise fundamentais:
i) A acumulação capitalista enquanto dimensão própria.
ii) As relações de reciprocidade e divergência entre os Estados
nacionais.
iii) As interações entre Capitais, Estados e Organizações
Multilaterais.
iv) A dinâmica política e de organização institucional própria de
cada economia nacional. A hiperdimensão da acumulação de capital e o sistema mundo capitalista
Esferas de Interação Econômica na EPI com fase de predomínio financeiro
Elementos da EPI necessários a compreensão das relações econômicas internacionais
(1) A restrição ao comércio externo pode gerar um
significativo processo de substituição de importações.
(2) Proteção industrial.
(3) Estratégias de “catch-up” e intensificação tecnológica.
Elementos da EPI necessários a compreensão das relações econômicas internacionais
(4) Modelos de imperfeições de mercado, economias de escala
e diferenciação de produto podem indicar que a substituição de importações.
(5) Formas de internacionalização da produção: comercial,
IED e relações contratuais.
(6) Formas de vulnerabilidade externa: financeira, comercial,
tecnológica, produtiva. Participação nas exportações globais (US$ correntes) de bens (em %)
1980 1985 1990 1995 2000 2008
Economias avançadas 66,9 71,9 80,1 76,9 72,6 63
G7 45,6 48,9 53,4 48,8 45,7 36,5 União Européia 38,2 37,3 42,6 38,8 38,1 38,2 NICs asiáticos 2,9 4,7 6,4 8,2 8,3 7,3 Economias em desenvolvimento 33,1 28,1 19,9 23,1 27,4 37 Asia em desenvolvimento 4,2 4,8 5,4 7,7 9,4 14,1 América Latina e Caribe 4,3 4,2 3,4 3,5 4,8 4,3 Europa central e oriental 2,9 3,2 1,8 1,6 1,9 3,4 Africa 4,8 3,5 2,7 2 2 2,7 Oriente Médio 11,5 5,8 4,2 2,8 4 5,6 Fonte: World Trade Organization (WTO). Retirado de Ipea (2010a). Comércio de bens e serviços - exportações mais importações - regiões selecionadas (em % do PIB)
1980 1985 1990 2000 2005 2006
Países de alta renda 39,6 39,2 38,1 48,3 52,2 55,3
América Latina e Caribe 27,7 27,6 31,5 41,3 46,1 46,4
Leste Asiático e Pacífico 33,6 33,1 47,2 66,8 86,9 87,6
Asia Meridional 20,9 17,4 20,3 30,1 42,8 47,2
Mundo 38,5 38 38,3 49,1 54 56,8
Fonte: Banco Mundial/WDI on-line, retirado de Ipea, 2010a. Estrutura tecnológica das exportações globais (em %)
1985 1990 1995 2000 2005 2008
Primários 17,8 15,9 14,9 11,5 11,5 12,8 Energia 13,2 8,4 5,8 10,1 12,5 13,5 Intensivos em trabalhos e recursos 12 14,4 14,6 13 11,5 10,1 naturais Baixa intensidade tecnológica 7,7 7 6,9 5,8 6,8 7,9 Média intensidade tecnológica 24,2 26,3 25,9 24,9 24,2 23,6 Alta intensidade tecnológica 21 23,1 26,5 29,2 27,7 25,3 Não classificados 4,1 4,8 5,5 5,5 5,8 6,8 Total 100 100 100 100 100 100 Fonte: United Nations. UM/Comtrade. Dependência e Hierarquia geoeconômica mundial
a) A maior intervenção financeirizada do estado, com elevação do
esforço fiscal para fazer frente a elevação da divida pública.
b) O reforço ao discurso do “territorialismo” e a noção de que políticas
de desenvolvimento devam ser pontuais e locais.
c) Imposição pelo GATT e OMC de normas tarifárias e para-tarifárias
que sufragam os “princípios da concorrência, abertura comercial e flexibilidade cambial” desiguais e fortemente assimétricos.
d) Elevação dos desequilíbrios financeiros e comerciais.
e) Desmonte das políticas sociais, flexibilização dos mercados de
trabalho e desestruturação do Estado de bem estar social. Exportações e importações brasileiros por blocos econômicos, 2000 e 2011 Principais blocos econômicos das exportações brasileiras, 2000 e 2011 2000 2011 Blocos US$ % US$ % ÁSIA (EXCLUSIVE ORIENTE MEDIO) 6.324.177.163 11,5 76.697.239.484 30,0 UNIÃO EUROPEIA - UE 14.784.089.380 26,8 52.945.637.739 20,7 MERCADO COMUM DO SUL - MERCOSUL 7.733.069.745 14,0 27.852.507.305 10,9 ESTADOS UNIDOS (INCLUSIVE PORTO RICO) 13.366.060.186 24,3 25.942.319.396 10,1 ALADI (EXCLUSIVE MERCOSUL) 5.074.040.234 9,2 21.254.642.601 8,3 DEMAIS BLOCOS 7.804.158.618 14,2 51.347.228.243 20,1 TOTAL 55.085.595.326 100,0 256.039.574.768 100,0
Principais blocos econômicos das importações brasileiras, 2000 e 2011
2000 2011 Blocos US$ % US$ % ÁSIA (EXCLUSIVE ORIENTE MEDIO) 8.592.982.907 15,4 70.076.057.763 31,0 UNIÃO EUROPEIA - UE 14.048.413.153 25,2 46.415.932.987 20,5 ESTADOS UNIDOS (INCLUSIVE PORTO RICO) 13.002.265.692 23,3 34.224.967.590 15,1 MERCADO COMUM DO SUL - MERCOSUL 7.796.131.605 14,0 19.375.175.039 8,6 ALADI (EXCLUSIVE MERCOSUL) 3.842.629.780 6,9 16.688.386.151 7,4 DEMAIS BLOCOS 8.500.919.898 15,2 39.462.889.377 17,4 TOTAL 55.783.343.035 100,0 226.243.408.907 100,0 Fonte: MDIC (2012). Elaboração dos autores. A Economia Política do Comércio Exterior Brasileiro
Dependência e trajetória de dependência nas últimas décadas:
Elevação da vulnerabilidade externa comercial brasileira reforçada na década de 1990 e consequências na década de 2000.
Perda da dinamicidade da base industrial.
Internacionalização da economia brasileira.
Fragilização do desenvolvimento regional.
Brasil- Participação da Indústria de Transformação no PIB - (em %)
Fonte: IPEADATA (2012).
Relação exportação produtos básicos/industrializados – Brasil, 1995-2011
Fonte: MDIC (2012). Elaboração dos autores.
Parâmetros para Ruptura: novo padrão de inserção internacional e desenvolvimento nacional
Não há modelo de desenvolvimento totalmente puro ou que
estabeleça trajetória de completa estagnação de longo prazo.
Ruptura com subordinação da economia brasileira às
estratégias e ao comportamento do capital internacional.
Políticas econômicas direcionadas a construção de uma
trajetória futura que rompa com a curva de declínio da indústria nacional. Obrigado!