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COMÉRCIO EXTERIOR: TUDO O

QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA


INTERNACIONALIZAR A SUA
EMPRESA
publicado 10/01/2022 19h00, última modificação 11/01/2022 13h16

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Entenda como as operações internacionais podem
potencializar a jornada do seu negócio e torná-lo global

Comércio exterior é um
tema que atrai a
atenção e o interesse
de muitos empresários.
Afinal, fora do país
existem condições
mercadológicas que
podem oferecer
grandes oportunidades de negócio para algumas empresas.
Especialmente, quando o assunto é importação de ideias, insumos e
produtos.
Mas, apesar de muito convidativo, o mercado externo acaba afastando
muitas pessoas que não têm nem conhecimento nem conexões que
favoreçam negociações em outros países. Contudo, com o avanço da
tecnologia e da conectividade, esses processos vêm se tornando mais
simples, fazendo com que a internacionalização de empresas se torne
uma realidade.
O nosso objetivo com este artigo é mostrar um pouco mais sobre o
mercado externo: seus números, funcionamento e como você pode
ingressar nele. Continue lendo!

O que é comércio exterior?


O comércio exterior é uma atividade que envolve operações de compra e
venda de insumos, bem como o fornecimento de diversos serviços que
abarcam empresas de outros países.
Trata-se de um conjunto de operações que podem proporcionar
grandes oportunidades para uma empresa. Isso porque, mesmo
aquelas que não atuam diretamente na produção de algum insumo podem
aproveitar as outras necessidades que envolvem os processos de
importação e exportação.
Além de conseguir atender um número exorbitante de pessoas, quem está
na internacionalização do seu mercado tem a chance de experimentar o
que existe de mais avançado em seu segmento de atuação. Assim,
criam-se oportunidades para antecipar a chegada de novas tendências
que podem impactar o mercado nacional.
Apesar de a internacionalização de empresas ter ganhado foco nos
últimos anos, ela não é tão recente assim. O chamado boom das
commodities, que aconteceu em 2004, deu início a todo esse processo de
abertura massiva do Brasil ao mercado exterior. Mesmo antes desse
período, o país já experimentava alguns processos de internacionalização
em algumas empresas. Mas nada comparado ao que estava por vir nos
próximos ciclos.
Durante os anos que precederam esses acontecimentos, o universo da
exportação e importação ficou restrito a poucas organizações que tinham
mais contatos ao redor do mundo. Contudo, a globalização e a facilidade
de obtenção de informações vêm tornando o mercado exterior cada
vez mais próximo de muitas empresas que sempre tiveram o desejo de
ingressar nele.

Quais são as operações de comércio exterior?


Confira a lista das principais operações que existem no comércio exterior:
Siscomex
O Sistema Integrado de Comércio Exterior não se trata diretamente de
uma operação realizada nesse ambiente, mas sim como um instrumento
utilizado exclusivamente nesses procedimentos para fazer com que as
transações aconteçam. A integração que é proposta pelo termo simboliza
a união de todas as informações que existem nos processos de
exportação e importação.
Além da consulta às leis que regulamentam as transações e operações no
mercado exterior, o Siscomex tem outras atribuições. Tais como:
obtenção de autorizações, licenças para exercer funções de importação e
exportação, bem como outros tipos de certificações.
Trata-se de uma operação de uso obrigatório a todas as empresas
que atuam nesse mercado. Por meio dele, é possível realizar o
processamento automatizado do fluxo de informações imputadas. Embora
seja encarado por muitos como mais uma burocracia, o Siscomex, na
verdade, deve ser entendido como um facilitador.
Afinal, nesse processo tudo funciona de forma on-line e automatizada. Ele
conecta as principais autoridades de fiscalização envolvidas na
importação e exportação, intermediando a comunicação que deve existir
entre esses órgãos e a empresa que está atuando no comércio exterior.

Importação
A importação, ou seja, o ato de trazer produtos e serviços de outros países
para o território nacional, é uma das principais operações realizadas no
comércio exterior. O Brasil tem uma ampla capacidade de produção de
diversos insumos agrícolas, minerais e outros elementos relacionados ao
meio natural.
Contudo, quando analisamos a questão da tecnologia e outros produtos
de uso comum à maioria dos brasileiros, ainda estamos em uma fase de
desenvolvimento muito lenta. Nesse sentido, a importação é fundamental
para atender a demanda da população nacional em diversos segmentos.

Exportação
Ainda sobre as operações existentes no comércio exterior, há a
exportação. Esse é o ambiente que proporciona um número de
oportunidades muito interessante. Afinal, se trata de um mercado
extremamente amplo, que possui diversas necessidades a serem
atendidas. Isso pode ser facilmente percebido nos números que
mencionaremos logo mais, ainda neste artigo.

Drawback
Por fim, temos a operação chamada Drawback. Basicamente, esse é
um regime aduaneiro que possibilita a suspensão — e até mesmo a
eliminação — de alguns tributos que incidem sobre a aquisição de
insumos. Especialmente, aqueles empregados no processo de
industrialização de produtos que serão exportados. Basicamente, existem
três modalidades de Drawback. São elas:
 a suspensão, que possibilita a aquisição de produtos importados sem a inclusão das alíquotas
tributárias;
 a isenção, que isenta ou reduz uma parte da carga tributária incidente nesses produtos;
 a restituição, que permite à empresa recuperar parte dos tributos pagos na importação de
insumos.
Sendo assim, esse é o tipo de operação no mercado exterior que serve
como incentivo e beneficia as empresas que atuam nesse
segmento. Além dessas operações consideradas principais, as empresas
que atuam no comércio exterior têm outras opções para explorar, tais
como:
 transações cambiais;
 prospecção e pesquisa de mercado;
 despachos e legislação aduaneira;
 definição de planos de ação para empresas atuantes no segmento de importação ou exportação;
 elaboração e gestão de contratos;
 definição de planos de ação;
 gestão de logística internacional;
 controle e gerenciamento do fluxo de embarque e desembarque de produtos em portos e
aeroportos.

Como anda a exportação no Brasil?


Agora que você entendeu o conceito de comércio exterior e suas principais
operações, mostraremos alguns dados importantes sobre esse mercado
no Brasil. Continue lendo!
Números
Segundo dados do próprio Ministério da Economia, em outubro de
2021 nós tivemos os seguintes números no comércio exterior:
 exportações: US$ 22,5 bilhões;
 importações: US$ 20,5 bilhões;
Assim, totalizando um saldo comercial crescente em mais de 2 pontos.
Mas, o que esses números significam na prática? Obviamente, são valores
exorbitantes. Porém, o que mais chama atenção é o crescimento
vertiginoso que eles vêm apontando.
Para se ter uma ideia, — ainda utilizando dados do Ministério da
Economia — no mês de junho de 2021 a exportação no Brasil atingiu seu
recorde com o total de US$ 28,1 bilhões. O crescimento foi de mais de
60% se comparado com o mesmo período de 2020.
Quando analisamos o lado da importação, o crescimento no mesmo
período foi superior a 61%. Esses percentuais demonstram certa paridade
entre os valores importados e exportados do país — validando a força
brasileira em ambos os lados das operações.
Quando verificamos o primeiro semestre do ano de 2021 também temos
dados históricos. Na análise acumulada dos 6 meses totalizamos um
montante de US$ 136,7 bilhões em exportações, tendo um crescimento de
35,8%.
Além disso, o mesmo informativo demonstra que temos projeções
otimistas para os próximos períodos. A estimativa é que fechemos o ano
de 2021 com uma alta de 27% em relação aos dados do ano de 2020.
Isso tudo, em meio a uma crise econômica sem precedentes que afetou
todo o mundo e que poderia ter causado uma grande queda nos processos
de importação e exportações — o que não aconteceu no caso do Brasil.

Os principais produtos da exportação no Brasil


Além disso, também é interessante conhecer os produtos que têm a
maior exportação no Brasil. São eles:
 minerais betuminosos e óleos brutos de petróleo;
 soja;
 minério de ferro e seus concentrados;
 carne bovina congelada, fresca ou refrigerada;
 celulose;
 carnes de aves, bem como suas miudezas comestíveis;
 farelos de soja, além de outros alimentos para animais, exceto os cereais não moídos;
 produtos para a indústria da transformação;
 melaços e açúcar.
Nesse caso, é interessante conhecer esses produtos, pois a empresa
pode atuar no fornecimento, transporte, distribuição e outros tipos de
atividades que os envolve que não seja,necessariamente, na produção
desses produtos agrícolas ou industriais.
Afinal, esses elementos percorrem um longo caminho e há a participação
de diversos agentes para conectar o produtor com o consumidor final. No
meio de todo esse traslado temos uma série de outras
oportunidades.

Órgãos envolvidos
Quando tratamos do Comércio Exterior é importante entender que existem
diversos órgãos de fiscalização envolvidos nesse processo. Os principais
são:
 Secretaria da Receita Federal do Brasil;
 Banco Central do Brasil;
 Secretaria de Comércio Exterior.
Além disso, existem alguns órgãos que prestam um serviço de fiscalização
e gerenciamento. São eles:
 Departamento de Polícia Federal;
 Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP);
 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (IBAMA);
 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);
 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANELL).

Desafios
Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas que desejam se
internacionalizar é a burocracia dos procedimentos. A eliminação
desses problemas é vital para reduzir o tempo e principalmente o custo
nas operações de exportação e importação. Dessa maneira, cresce a
competitividade dos produtos brasileiros, bem como diminui o preço final
de itens importados.
No Brasil, existem diversos órgãos que atuam como anuentes dos
processos relacionados ao mercado exterior. Além disso, há uma
dificuldade muito grande na padronização da cobrança de tributos e
execução de procedimentos relacionados a eles. Para se ter uma ideia,
até mesmo operadores especializados têm certas dificuldades para
entender a complexa rede de procedimentos existentes na importação e
exportação.
Algumas das taxas cobradas nos fluxos desse mercado podem exceder
os limites previstos na lei, bem como em compromissos internacionais.
Dessa forma, o fomento da articulação e integração entre os diversos
entes da administração pública, juntamente à cooperação do governo com
o setor privado, deve buscar formas de desenvolver soluções para tornar
esses processos mais simples, proporcionando um ambiente propício
para a chegada de novas empresas.
É importante mencionar que o ganho nessa situação não seria apenas das
organizações empresariais que atuam no processo de importação e
exportação. Os custos elevados e os fluxos de trabalho engessados
interferem na qualidade e no preço dos produtos que chegam e saem do
país, afetando o trabalhador e as empresas que atuam diretamente na
produção desses itens, bem como o consumidor que adquire produtos
provenientes de outros países.
Logo, investimento em desburocratização e a formatação de um processo
mais simples são fundamentais para fazer com que o comércio exterior do
Brasil continue na onda de crescimento.

Como funciona o processo de internacionalização de


empresas?
Internacionalizar empresas é o processo de iniciar as operações
corporativas em outros países. Isso pode funcionar de diversas formas.
Nesse caso, a atuação pode ser simples, exportando determinado produto
a um país vizinho, por exemplo: produzir roupas para comercializar na
Argentina ou no Uruguai.
Contudo, também pode existir a abertura de uma unidade industrial em
outros países. Assim, em vez de enviar os produtos para o país a
empresa se instala na região. No entanto, não é apenas o setor industrial
ou comercial que podem ser explorados no comércio exterior. A
internacionalização também pode ocorrer no setor de serviços, como por
exemplo: abrir uma empresa de consultoria em Nova York para atender
clientes nos Estados Unidos.
Uma organização que tem sucesso na internacionalização é elevada a um
patamar superior. Contudo, é fundamental que esse processo seja muito
bem planejado. Afinal, atuar em outro país submete a empresa a um
novo conjunto de legislações e adequações.
Ainda assim, ao realizar o procedimento da forma correta, a empresa pode
obter resultados muito interessantes, favorecendo o seu crescimento no
curto e médio prazo.

Formas de internacionalização de empresas


Agora que entendemos o que é a internacionalização de empresas,
mostraremos os tipos existentes nesse processo. Dessa forma, você pode
escolher uma das formas de ingressar nesse universo. Confira nos
próximos tópicos.
Exportação
Sem dúvidas, a exportação é uma das mais populares estratégias que as
empresas utilizam na internacionalização. Basicamente, é a produção de
itens dos mais variados tipos no mercado brasileiro, sendo vendidos para
clientes de outros países.
A exportação é um procedimento que tem uma complexidade logística
menor. Tendo em vista, que basta fazer o envio por meio dos processos
que já existem atualmente. A maior preocupação, no entanto, fica por
conta dos contatos com clientes dos outros países, bem como questões
tributárias e burocráticas.

Franchising
O franchising é outro modelo conhecido no ambiente da
internacionalização. Nesse caso, trata-se de um modelo em que uma
empresa cede sua marca, produtos, diretrizes administrativas e marketing
por um valor inicial a outra companhia. Dessa forma, você tem a
oportunidade de explorar um produto que já tem toda estratégia
montada e o levar para outro país.
Constituir uma franquia internacional é mais complicado que expandir uma
marca em território nacional. Isso porque, o empreendedor terá interesse
em se tornar um franqueado caso ele sinta que o negócio despertará o
interesse do público.
Afinal, os hábitos de consumo podem ser muito diferentes em
determinados países. Por isso, é muito importante realizar uma boa
pesquisa antes de ingressar com esse tipo de empreendimento
internacional.

Joint Venture
Esse é um modelo de internacionalização em que duas empresas firmam
uma parceria para desenvolver algum tipo de atividade no exterior
por um tempo determinado, obtendo lucro durante esse período. Nesse
caso, a Joint Venture promove a criação de uma empresa em uma
estratégia de internacionalização comum em muitas corporações de maior
porte.
Assim, combinando suas tecnologias, know-how e outros itens, uma
organização complementa a outra, gerando um empreendimento que pode
ter uma grande força no processo de internacionalização.

Investimento direto
Finalmente, temos a estratégia do investimento direto. Nesse caso, é um
processo mais complexo e que demanda certo nível de conhecimento dos
CEOs e líderes da instituição. Nesse caso, o investimento pode ser feito
diretamente em uma empresa já existente em outro país.
"Os investimentos estrangeiros diretos são altamente importantes para o
crescimento e a diversificação de uma economia", explica Abrão Neto,
vice-presidente Executivo da Amcham Brasil. Em regra, eles refletem um
interesse duradouro em explorar atividade produtiva em um país diferente.
Esses investimentos são aportes aplicados na criação ou ampliação de
ativos econômicos, como a construção ou expansão de plantas produtivas,
fusão e aquisição de empresas, presença comercial, criação de direitos de
propriedade intelectual, entre outras modalidades.
Assim, bem como é possível iniciar um negócio do zero, é também
possível abrir uma nova filial de uma companhia existente em outro
país. Uma das principais vantagens é a possibilidade de existir uma
grande visibilidade de crescimento para o negócio. Afinal, quando
você começa um negócio ou dá continuidade a um que já existe, os
ganhos podem ser interessantes. Obviamente, sempre dependendo do
nível de gestão de negócios aplicado e dos conhecimentos sobre a
internacionalização de empresas.

Etiqueta empresarial nas relações internacionais


A etiqueta empresarial é um conceito que permite ao profissional se tornar
uma pessoa mais agradável no ambiente de negócios. Quando voltamos
os olhares para etiqueta internacional, é importante adotar alguns
cuidados extras. Por exemplo, é interessante consultar os costumes e o
modo de vestir comum daqueles países, evitando cometer gafes e acabar
gerando uma certa antipatia com as pessoas com as quais se pretende
fazer algum tipo de negociação.
Além disso, o modo de se comunicar também deve observar os
critérios e a cultura do país que se está visitando. No Marrocos, por
exemplo, se você elogiar os objetos da casa de um anfitrião ele se sentirá
na obrigação de o presentear com o item elogiado — o que pode gerar
certo desconforto.
Da mesma forma, se você der gorjetas na China é possível que enxerguem
sua atitude como uma grande ofensa. Além disso, dar presentes para
pessoas mais velhas é entendido como sinal de azar pelos chineses.
Portanto, a internacionalização de empresas deve considerar a questão
da etiqueta empresarial nas relações internacionais.
Acreditar que esse elemento é um exagero e que ele pode ser deixado de
lado é um grande erro. Ao criar situações desconfortáveis e gerar um
ambiente ruim, os seus negociantes estarão menos propícios a
fechar negócios com sua empresa.

Como a Amcham pode ajudar nesse processo?


Uma das formas mais eficientes de conquistar o mercado exterior é
contando com ajuda de organizações que conectam sua empresa a
ele. Um exemplo interessante é o trabalho realizado pela Amcham, uma
organização que promove o relacionamento internacional entre as
empresas.
A Amcham oferece consultorias de internacionalização que auxiliam o
empresário a se conectar com negócios em outros países. Para tanto, são
realizadas missões internacionais com certa frequência.
Assim, com esse tipo de evento você terá em mãos tudo que precisa
para ingressar de vez no mercado exterior. Contando com o
conhecimento e experiência de profissionais altamente qualificados e que
já exploram esse mercado há anos.
As missões têm como objetivo capacitar e apresentar as melhores
práticas, novas metodologias e tendências de mercado, bem como cases
de grandes empresas internacionais. Tudo isso feito in loco, em um
processo de imersão que agrega conhecimento e networking estratégico
aos participantes.
São 5 dias de muita imersão em que ocorrem visitas às sedes de
empresas, palestras e cursos inovadores, rodada de negócios e outras
programações focadas em assuntos relevantes que têm por
objetivo estimular a competitividade e fomentar negócios entre os
participantes.
Um exemplo de uma das missões mais esperadas são as realizadas na
China. A Amcham já promoveu dois eventos desse tipo no passado. Além
da visita ao país, que é o berço da tecnologia no mundo e a segunda maior
potência econômica mundial, já tivemos missões em vários outros países
e instituições, além das edições digitais.

Por fim, podemos concluir que em um ambiente cada vez mais conectado
e propício aos novos negócios, o comércio exterior não está tão longe
quanto parece. Ao contar com as parcerias corretas você pode ter acesso
a todo crescimento e desenvolvimento que esse grande mercado possui.

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