Você está na página 1de 34

Modulo: RTAGCE

Realizar tarefas de apoio à gestão do comércio externo

Elaborado por: Cláudio Manhoca Contacto: 847397110

ÍNDICE

CAPITULO 1:
Comércio .................................................................................................................................... 2
CAPITULO 2:
Comércio Externo...................................................................................................................... 4
CAPITULO 3
As actividades envolvidas no processo administrativo de importações e seus respectivos
instrumentos documentais. ....................................................................................................... 8
CAPITULO 4
As actividades envolvidas no processo administrativo de exportações e seus respectivos
instrumentos documentais. ..................................................................................................... 11

1
CAPITULO 1:

Comércio
O comércio é a actividade que movimenta diferentes produtos, com uma finalidade
lucrativa, através da troca, da venda ou da compra de mercadorias.

O comércio baseia-se na troca voluntária de produtos. As trocas podem ter lugar entre
dois parceiros (comércio bilateral) ou entre mais do que dois parceiros (comércio
multilateral). Na sua forma original, o comércio fazia-se por troca directa de produtos de
valor reconhecido como diferente pelos dois parceiros, cada um valoriza mais o produto
do outro.

O comércio se refere à compra e venda de bens e serviços entre empresas ou pessoas,


envolvendo um valor monetário. O comércio é a actividade socioeconómica que consiste
na compra e na venda de bens, seja para usufruir dos mesmos, vendê-los ou transformá-
los. Trata-se da transacção de algo em troca de outra coisa de igual valor (podendo ser
dinheiro).

 Promoção do desenvolvimento do comércio


Actividade de compra, troca ou venda de mercadorias, produtos, valores, etc. =
NEGÓCIO, TRÁFICOTRÁFICO

A invenção do dinheiro (e subsequentemente do crédito , papel-moeda e dinheiro não-


físico) contribuiu grandemente para a simplificação e promoção do desenvolvimento do
comércio.

 O comercio nos tempos passados


Antigamente o comércio funcionava mediante a troca de um produto por outro
(conhecido como escambo), já que o dinheiro ainda não existia. Logo, ninguém sabia ao
certo o valor de uma mercadoria ou outra, tendo cada um que valorizar o seu produto.
Ainda hoje, existe o conceito de comércio como a “troca de produtos”, só que agora
troca-se um produto por dinheiro.

2
Quem pratica o comercio
O comerciante é a pessoa singular ou jurídica que vive do comércio, isto é, para quem as
transacções comerciais constituem o seu sustento de vida.

A maioria dos economistas aceita a teoria de que o comércio beneficia ambos os


parceiros, porque se um não fosse beneficiado ele não participaria da troca, e rejeitam a
noção de que toda a troca tem implícita a exploração de uma das partes.

Tipos de Comercio
Existem diversas classes de comércio. Por exemplo, o comércio retalhista (ou a retalho) é
a actividade de compra e venda de mercadorias cujo comprador é o consumidor final (ou
seja, a pessoa que usa ou consome o bem em questão).

O comércio grossista (ou por grosso) é a actividade de compra e venda em que o


comprador não corresponde ao consumidor final, uma vez que o seu objectivo é voltar a
vender (daí o nome revenda) a mercadoria a outro comerciante ou a uma empresa
manufactureira que utilize a matéria-prima para a transformar/processar.

3
CAPITULO 2:

Comércio Externo
Comércio Externo é o conjunto das actividades de compra e venda de mercadorias e
prestação de serviços entre países e as demais nações.

O comércio externo é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou


territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande percentagem do PIB.

Comércio internacional é um que atrai a atenção e o interesse de muitos empresários.


Afinal, fora do país existem condições mercadológicas que podem oferecer grandes
oportunidades de negócio para algumas empresas. Especialmente, quando o assunto é
importação de ideias, insumos e produtos.

Trata-se de um conjunto de operações que podem proporcionar grandes oportunidades


para uma empresa. Isso porque, mesmo aquelas que não actuam directamente na
produção de algum insumo pode aproveitar as outras necessidades que envolvem os
processos de importação e exportação.

Além de conseguir atender um número exorbitante de pessoas, quem está na


internacionalização do seu mercado tem a chance de experimentar o que existe de mais
avançado em seu segmento de actuação. Assim, criam-se oportunidades para antecipar a
chegada de novas tendências que podem impactar o mercado nacional.

Importação
A importação, ou seja, o ato de trazer produtos e serviços de outros países para o
território nacional, é uma das principais operações realizadas no comércio externo.
Importação é o processo comercial e fiscal que consiste em trazer um bem, que pode ser
um produto ou um serviço, do exterior para o país de referência.

quando analisamos a questão da tecnologia e outros produtos de uso comum à maioria


dos Moçambicanos, ainda estamos em uma fase de desenvolvimento muito lenta. Nesse
sentido, a importação é fundamental para atender a demanda da população nacional em
diversos segmentos.

4
Importações vantagens
 Vantagem cambial quando a moeda do país importador é mais valorizada que a
moeda do exportador.
 O período de importação é, normalmente, inferior ao período que se leva para
produzir o produto importado.
 Redução de custos com produção e mão-de-obra.

Desvantagem das importações


-Se houver atrasos no período de entrega dos produtos importados, o país importador
pode ter prejuízos.
-A falta de planeamento pode trazer falhas relacionadas à quantidade de produtos
comprados.

-A falta de confiança entre importador e empresa exportadora pode gerar conflitos e


prejuízos, principalmente, para quem está importando produtos.

Exportações
Exportação refere-se à actividade de venda, envio ou doação de produtos, bens e serviços
de um determinado país para outro. Basicamente, significa a saída de um item ou serviço
nacional com destino a outro país.

Existem quatro tipos de exportação:


1. Directa: exportação realizada pelo próprio produtor, que factura directamente em
relação ao importador. Para que essa actividade seja possível, é necessário que o
fornecedor conheça todo o processo de exportação, como a documentação necessária, o
mercado, embalagens, transacções, etc.

2. Indirecta: exportação na qual a venda de produtos e serviços é realizada por empresas


que os adquirem para exportá-los. Nesse tipo de actividade comercial, o produtor não é
responsável pela comercialização externa do produto.

5
3. Perfeita: a exportação é realizada sem o uso de intermédios no decorrer do processo de
entrada do produto no país a qual é destinada.

4. Imperfeita: a empresa exportadora conta com uma alternativa para iniciar o processo
de venda para o exterior em virtude da sua falta de experiência no comércio
independente.

Vantagem de exportações
 Maior produtividade do país exportador em decorrência do aumento da escala de
produção.
 Redução da carga tributária em virtude da compensação do recolhimento dos
impostos internos.
 Aperfeiçoamento das empresas que exportam ao antecipar tendências do mercado,
visto que precisam atender às normas e aos padrões internacionais.
 Fortalecimento da empresa, tornando-a referência nacional para outras que
pretendam aventurar-se no mercado externo.

Desvantagens da exportação
 Tempo de retorno financeiro mais longo, visto que as primeiras exportações
podem não ser tão satisfatórias quanto a empresa esperava.
 Em decorrência das grandes diferenças culturais, é necessário um maior cuidado
com as mercadorias que serão exportadas a fim de que elas cheguem em perfeito
estado.
 Se empresa não apresentar um grupo qualificado de funcionários, que falem
outros idiomas, por exemplo, o comércio exterior pode ser um pesadelo.

6
Como funciona o processo de internacionalização de empresas?

Internacionalizar empresas é o processo de iniciar as operações corporativas em outros


países. Isso pode funcionar de diversas formas. Nesse caso, a actuação pode ser simples,
exportando determinado produto a um país vizinho, por exemplo: produzir roupas para
comercializar na África do Sul, Malawi, Zimbabwe ou Tanzânia etc.

Função do Comercio externo


Coordena a negociação de fretes e fechamento de câmbio, analisa e aprova documentos
de importação e exportação, acompanha despacho e desembaraço aduaneiro de cargas e
administra e contrata fornecedores nacionais e internacionais

Vantagens do Comercio externo


Uma das principais vantagens do Comércio Exterior é a possibilidade de importar
mercadorias não existentes no país. Esse investimento é muito benéfico, pois garante um
diferencial competitivo para as empresas que comercializam esses produtos
internacionais Procedimentos em Moçambique

O comércio externo é regulado pelo Decreto nº 56/98, de 11 de Novembro, e conjugado


pelos Diplomas Ministeriais nºs 202 e 203/98, ambos de 12 de Novembro.

Após o registo, ao exportador é lhe atribuido um cartão de operador de comércio externo,


contra o pagamnento de valores monetários de 250.00MT (Duzentos e cinquenta
meticais), correspondente ao custo da sua emissão e de 1.000.00MT (mil meticais)
correspondente a taxa de inscrição (para o caso de importação). A inscrição como
exportador está isenta do pagamento da taxa.

7
CAPITULO 3

As actividades envolvidas no processo administrativo de importações e seus


respectivos instrumentos documentais.

Lista das actividades e instrumentos envolvidos no processo de importação.


As actividades (passos) envolvidos no processo de importação estão divididos em 2 fases:

Fase 1: Licenciamento das empresas como importadoras junto do Ministerio da Industria


e Comércio.

1⁰ Passo:
Pedido de licenciamento da empresa como operadora do comércio externo (importadora),
junto da Direção Pronvincial da Industria e Comércio da Pronvíncia onde a empresa se
encontra localizada ou sediada.

Instrumentos (documentos à serem utilizados) envolvidos neste passo/actividade:


O pedido é feito através dum impresso, cujos modelos são apresentados nos Anexos VIII
e IX do Decreto 49/04.4 Os impressos são submetidos em duplicado. Além disso, os
requerentes devem submeter:

 Um requerimento dirigido ao Governador da Provincia onde a empresa se


encontra sediada/localizada e este deve ser dado entrada (entregue) na Direção
Provincial de Indústria e Comércio dessa Província. A carta deve ser
acompanhada de:

1. Uma cópia autenticada dos estatutos (a escritura) da organização ou do Boletim da


República no qual os estatutos foram publicados. Os estatutos devem especificamente
dizer que a empresa pretende fazer importações e/ou exportações;
2. Uma cópia autenticada do registo comercial emitido pela Conservatória de Registos;
3. Prova de ter adquirido um alvará na forma duma cópia autenticada deste documento;
4. Prova do registo junto do Ministério das Finanças na forma duma cópia autenticada do
Modelo 01 (o impresso do Ministério das Finanças que atribui um NUIT à empresa;
5. Cópia autenticada do documento de identidade do agente da organização.

Este processo quando aprovado/autorizado pelo Director P.Industrial e Comércio em


representação do Governador, é emitido a licença de importação à favor da empresa, na
forma de um cartão, com a duração/validade de um (1) ano renovável.

8
2⁰ Passo:

Após a obtenção da licença (na forma de cartão de importador), a empresa deve-se


inscrever na Direção Geral das Alfandegas através do formulário de registo de
importador e exportador na janela Única Electrónica (JUE).

Instrumentos (documentos à serem utilizados) envolvidos neste passo/actividade:


 Formulário de registo de importadores e exportadores na janela Única Electrónica
(JUE);
 Cópia autenticada do cartão de importador.

Fase 2: Tramitação processual do desembaraço aduaneiro (processo de importação


propriamente dita).

Esta fase terá o seu início após a celebração do contrato de compra entre a empresa
importadora e a empresa fornecedora do bem/produto/mercadoria à ser importado para o
País.

Depois da celebração deste contrato, a fornecedor envia a mercadoria para o importador


e, por via do seu banco envia os documentos originais da importação à cobranca do valor
da importação para o banco do importador. O importador para levantar estes documentos
irá autorizar ao seu banco à proceder ao pagamento do valor em cobrança, constante da
factura original de importação. Após o pagamento ao fornecedor, o banco do importador
entrega os documentos originais, recebidos do banco do fornecedor, ao importador.

Passo 1:
Com os documentos em sua posse, o importador deverá contratar um despachante
aduaneiro para junto da DGA (Direção Geral das Alfândegas) e demais intervenientes
neste processo, proceder ao desembaraço aduaneiro da mercadoria.

Instrumentos envolvidos nesta actividade:


Todos os documentos originais de importação!!!

Passo 2:
O Desembaraço aduaneiro da mercadoria de importação.

9
Instrumentos (documentos à serem utilizados) envolvidos nestes passos/actividades:
1. Documento Único (DU);
2. Cópia da licença de importador da empresa;
3. Facturas Comerciais (3);
4. Bill of Lading (ou Bill of Entry (RTD) ou Air Waybill), 3 originais;
5. Certificado de Origem;
6. Certificado de origem para isenção de direitos (se aplicável);
7. Outros de certificados (se aplicavel)
8. Cerificados fitosanitário ou de sanidade animal (se aplicavel);
9. Bordereaux de Transferência bancária do pagamentos das imposições aduaneiras
(Talão de depósito).

10
CAPITULO 4

As actividades envolvidas no processo administrativo de exportações e seus


respectivos instrumentos documentais.

Lista das actividades e instrumentos envolvidos no processo de exportação.

As actividades (passos) envolvidos no processo de exportação estão divididos em 2 fases:

Fase 1: Licenciamento das empresas como exportadoras junto do Ministerio da Industria


e Comércio.

1⁰ Passo:
Pedido de licenciamento da empresa como operadora do comércio externo (exportadora),
junto da Direção Pronvincial da Industria e Comércio da Pronvíncia onde a empresa se
encontra localizada ou sediada.

Instrumentos (documentos à serem utilizados) envolvidos neste passo/actividade:


O pedido é feito através dum impresso, cujos modelos são apresentados nos Anexos VIII
e IX do Decreto 49/04.4 Os impressos são submetidos em duplicado. Além disso, os
requerentes devem submeter:

Um requerimento dirigido ao Governador da Provincia onde a empresa se encontra


sediada/localizada e, este deve ser dado entrada (entregue) na Direção Provincial de
Indústria e Comércio dessa Província. A carta deve ser acompanhada de:
1. Uma cópia autenticada dos estatutos (a escritura) da organização ou do Boletim da
República no qual os estatutos foram publicados. Os estatutos devem especificamente
dizer que a empresa pretende fazer importações e/ou exportações;
2. Uma cópia autenticada do registo comercial emitido pela Conservatória de Registos;
3. Prova de ter adquirido um alvará na forma duma cópia autenticada deste documento;
4. Prova do registo junto do Ministério das Finanças na forma duma cópia autenticada do
Modelo 01 (o impresso do Ministério das Finanças que atribui um NUIT à empresa;
5. Cópia autenticada do documento de identidade do agente da organização.

Este processo quando aprovado/autorizado pelo Director P.Industrial e Comércio, em


representação do Governador, é emitido a licença de exportação à favor da empresa, na
forma de um cartão, com a duração/validade de cinco (5) anos renováveis.

2⁰ Passo:

11
Após a obtenção da licença (na forma de cartão de exportador), a empresa deve-se
inscrever na Direção Geral das Alfandegas através do formulário de registo de
importador e exportador na janela Única Electrónica (JUE).

Instrumentos (documentos à serem utilizados) envolvidos neste passo/actividade:


 Formulário de registo de importadores e exportadores na janela Única Electrónica
(JUE);
 Cópia autenticada do cartão de exportador.

Fase 2: Tramitação processual do desembaraço aduaneiro (processo de exportação


propriamente dita).

Esta fase terá o seu início após a celebração do contrato de venda entre a empresa
exportadora e a empresa importadora do bem/produto/mercadoria à ser exportado do
País.

Depois da celebração deste contrato, a fornecedor emitirá uma factura proforma


correspondente à venda da mercadoria de acordo com o contrato de venda celebrado
entre sí e o seu cliente.

Passo 1:
Como forma de iniciar o a fase 2 (procedimentos de exportação), o exportador deverá
contratar um despachante aduaneiro para junto da DGA (Direção Geral das Alfândegas) e
demais intervenientes neste processo, proceder ao pedido de autorização de exportação.

Instrumentos envolvidos nesta actividade:


1. Factura proforma de exportação.

Passo 2:
Procedimento administrativo aduaneiro da autorização de exportação.

I. Da assistência ao empacotamento
Exportador:

1º. Baixar do Portal o Formulário de Assistência Fiscal, preencher e imprimir duas ou três
cópias, sendo que original fica com o Exportador, uma cópia para às Alfândegas e a
terceira para outros intervenientes ao processo de empacotamento.

2º. Submeter, até 48 horas antes da hora da pretensão de efectuar o empacotamento, o


Formulário de Assistência Fiscal à Estância Aduaneira onde pretende efectuar a
exportação.

Oficial da Alfândega
3º. Após a assistência ao empacotamento o Oficial da Alfândega preenche no formulário
nos espaços reservados ao uso oficial, assina e carimba as cópias do formulário sendo que

12
a original entrega ao exportador, uma cópia ao outro interveniente no empacotamento e a
outra para às Alfândegas.

II. Da submissão da declaração aduaneira


Despachante aduaneiro

4º. Aceder a JUE e submeter a declaração aduaneira às Alfândegas com os respectivos


documentos de suporte reflectindo a informação contida nos documentos de suporte
anexados a mesma.

III. Do Desembaraço aduaneiro


Verificador documental
5º. Aceitar ou rejeitar a declaração com base na informação fornecida pelo declarante.
Oficial do ponto de entrada

6º. Preencher no sistema os campos do meio de transporte, com base no gate pass
atribuído ao meio de transporte com a respectiva mercadoria, no momento da entrada no
terminal.

Oficial do terminal de carga


7º. Actualizar o estágio da declaração e outros detalhes do embarque da mercadoria no
sistema JUE.

13
Instrumentos (documentos à serem utilizados) envolvidos nestes passos/actividades:
1. Documento Único (DU);
2. Cópia da licença de exportador da empresa;
3. Facturas Comerciais (3);
4. Bill of Lading (ou Bill of Entry (RTD) ou Air Waybill), 3 originais;
5. Certificado de Origem;
6. Certificado de origem para isenção de direitos (se aplicável);
7. Outros de certificados (se aplicavel)
8. Cerificados fitosanitário ou de sanidade animal (se aplicavel);
9. Bordereaux de Transferência bancária do valor da exportação (pagamento antecipado
pelo cliente) ou, termo de compromisso para exportação.

14
CAPITULO 5
Importação
São isentos da necessidade de possuir uma autorização emitida pelo MIC:

− os importadores que importem mercadorias com valor inferior a 500 USD;

− As pessoas privadas que importem bens pessoais (bagagem) e separados de bagagem


com valor inferior a 1,500 USD, desde que cumpram os condicionalismos previstos no
manual do sistema simplificado de importações;

− Missões e funcionários diplomáticos quando importem bens destinados às


representações ou para uso pessoal;

− Funcionários estrangeiros de organizações internacionais para uso pessoal, ao abrigo da


convenção das as Nações Unidas;

− Agências das Nações Unidas quando importem bens para seu próprio uso;

− Missões e funcionários consulares quando importem bens destinados às representações


ou para uso pessoal;

− Entidades que importem amostras sem valor comercial; e

− Outras entidades especificamente autorizadas pelo MICTUR para realizar operações de


importação.

Declaração de Importação/ Declaracao Aduaneira

O disposto no Diploma Ministerial nº 16/2012, de 01 de Fevereiro que a define como


sendo "Prestação de informação através das quais o declarante indica as mercadorias e o
respectivo regime aduaneiro aplicável, feita mediante o preenchimento de Documento
Único (DU), Documento Único abreviado (DUA) Documentos Simplificado (DS) ou sob
outras formas previstas na lei".

15
1.PROCEDIMENTOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
Esta secção descreve os procedimentos a serem seguidos quando se
movimenta mercadoria de exterir para Moçambique ou vice-versa.

No caso concreto, está dividida em subsecções conforme o meio de transporte


usado (via marítima, ferroviária, aérea e rodoviária), de acordo com o DM
116/2013, de 8 de Agosto que aprova o Regulamento do Trânsito Aduaneiro.

 Importação - entrada de mercadoria no território aduaneiro, Moçambique.

 Exportação - saída de mercadorias do território aduaneiro, Moçambique.


 Trânsito Aduaneiro – o regime aduaneiro de circulação no território aduaneiro
nacional de mercadorias provenientes do exterior com destino a outro ponto do
exterior, livre do pagamento de direitos e demais imposições, mediante prestação
de garantia e sob controlo aduaneiro.

Simplificação do comércio externo em Moçambique


Tomou-se uma série de medidas para simplificar o comércio externo em Moçambique. A
medida mais significativa, no caso de importações, foi a abolição do requisito de ter uma
licença separada para cada importação. A partir de Dezembro de 1998 introduziu-se o
Documento Único Simplificado (ou DU) como documento principal controlando a
mercadoria que entra e sai do país.

Pré-embarque
Alguns produtos importados estão sujeitos à inspecção pré-embarque, um procedimento
levado a cabo pela Intertek que foi contratada pelo Governo. As inspecções incluem a
verificação da:
 Qualidade,
 Quantidade,
 Preço,
 Tarifa

16
 Indicação dos direitos a pagar.

Os produtos que carecem de uma inspecção pré-embarque estão numa “lista positiva” que
inclui produtos como farinha, açúcar, óleo de cozinha, substâncias químicas, fármacos,
pneus e veículos. etc

Tributos a pagar
 Direitos aduaneiros,
 Imposto de Valor Acrescentado (IVA) a uma taxa de 17%
 Imposto sobre Consumo Específico (ICE), que varia de 15% a 65% sobre
produtos de luxo, como viaturas, tabaco, álcool, e perfumes.

Recomenda-se fortemente a qualquer pessoa ou empresa que pretenda importar


mercadoria em Moçambique que verifique os requisitos acerca de direitos e documentos
antes do embarque da mesma.

Isenções de direitos não são automáticas para remessas de produtos de assistência e


doações. Nem sempre são automáticas para empresas com isenções de direitos como
parte do seu acordo de investimento com o Governo de Moçambique.

Decretos
 Decreto 34/2013 de 2 de Agosto.
 Decreto 116/2013, de 8 de Agosto.
 Decreto 49/04 de 17 de Novembro.

Licenças de Importação e Exportação


Em Moçambique, os importadores e exportadores devem ser licenciados para o efeito. As
licenças têm a forma de um cartão, e são emitidas pelo Ministério de Indústria e
Comércio.

Emissão de licenças de importação e exportação

17
A emissão de licenças de importação e exportação é regulamentada pelo Decreto 49/04
de 17 de Novembro.

Os requerentes devem submeter um requerimento acompanhado de:

 Uma cópia autenticada dos estatutos (a escritura) da organização ou do


Boletim da República no qual os estatutos foram publicados. Os estatutos
devem especificamente dizer que a empresa pretende fazer importações
e/ou exportações;
 Uma cópia autenticada do registo comercial emitido pela Conservatória de
Registos;
 Prova de ter adquirido um alvará na forma duma cópia autenticada deste
documento;
 Prova do registo junto do Ministério da Economia e Finanças na forma duma
cópia autenticada do Modelo 01 (o impresso do Ministério da Economia e
Finanças que atribui um NUIT à empresa;
 Cópia autenticada do documento de identidade do agente da organização.

Prazo da emissão da licença


As licenças, tanto de importação como de exportação, devem ser emitidas num
prazo de 7 dias a contar da recepção do pedido. Contudo, se isto não tiver
acontecido e na ausência de qualquer motivo técnico para indeferir o pedido, a
entidade emissora emite uma declaração válida por um período máximo de 60
dias para permitir que o requerente prossiga com as suas actividades enquanto
o pedido está a ser processado.

Licenças de importação e exportação


 As licenças de importação
São renováveis anualmente, seguindo a renovação o mesmo processo como o
pedido inicial e expirando na data de emissão.

18
 As licenças de exportação
São renováveis de cinco em cinco anos, seguindo a renovação o mesmo processo
como o pedido inicial e expirando na data de emissão.

Pedidos de renovação devem ser feitos pelo menos um mês antes do termo da licença e
uma cópia autenticada da licença que está a expirar deve ser anexa ao pedido.

As taxas a pagar para as renovações são a mesma que as taxas para o pedido inicial.
2. Documentos
Um conjunto de documentos chave é exigido para fins de importação e exportação. Estes
são descritos mais abaixo. A lista não é exaustiva e o leitor deveria verificar com as
autoridades aduaneiras, agente ou transportador antes do embarque para garantir que tem
todos os documentos certos necessários para a sua mercadoria poder chegar ao destino.
Documento Necessário para Observações
Factura pró-forma Importações e Facturas separadas devem
exportações ser fornecidas para cada:
-Mercadoria para
organizações com isenção
de direitos
-Mercadorias exigindo
inspecção pré-embarque
-Toda outra mercadoria

Factura comercial Importações e Facturas separadas devem


exportações, ser fornecidas para cada:
mercadorias em -Mercadoria para
trânsito, transporte organizações com isenção
doméstico de direitos
-Mercadorias exigindo
inspecção pré-embarque

Toda outra mercadoria


Bill o Lading Importações e O conhecimento de
(Conhecimento de exportações por mar, embarque é um documento
Embarque) mercadoria em trânsito legal, cujos originais devem
acompanhar a mercadoria
e estar sempre disponíveis
para fins aduaneiros

19
Certificado de origem Importações e Certificados de origem
exportações Importações/exportações
de/para países com
acordos preferenciais de
comércio com
Moçambique, como a
SADC e a ACP exigem
tipos específicos de
certificados de origem. Para
exportações para estes
países os certificados são
emitidos pela alfândega de
Moçambique, enquanto
outras exportações são
certificadas pela camara de
comércio. Todas as
exportações devem ser
acompanhadas de um
certificado de origem.
Certificado fitossanitário Importações e Este certificado é exigido
exportações para certos produtos
frescos e processados,
geralmente géneros
alimentícios e produtos
agrícolas
Certificado de qualidade Exportações Este certificado é exigido
para a exportação de certos
produtos como madeira e é
emitido por ministérios de
tutela
Manifesto Importações e Algum tipo de manifesto
exportações, obrigatório que deve
DU/DUC Importações Documento Único
Bordereaux Exportações Comprovativo de depósito
de fundos no banco

3. Despachantes e Agentes
Despachantes são indivíduos ou empresas privadas, autorizadas pelo Governo, que são
licenciadas para interagir com as autoridades aduaneiras. São as únicas pessoas
licenciadas para tal, o que significa que indivíduos e agentes que pretendem movimentar
mercadoria para dentro ou fora ou através de Moçambique, são obrigados a contratar os
serviços dum despachante.

20
Em Moçambique há uma distinção entre “agentes” que facilitam os processos de
importação e exportação para os seus clientes, e os “despachantes” que fazem a ligação
com as autoridades aduaneiras por conta de clientes ou agentes.

4 Inspecção Pré-Embarque Geral


Os serviços de inspecção pré-embarque são fornecidos ao Governo de Moçambique por
uma empresa privada, a Intertek. As inspecções pré-embarque para mercadoria importada
são feitas de acordo com as directrizes da IFIA e da OMC.

Para importação e exportação deve ter uma licença para o efeito. Depois deve verificar se
a mercadoria que pretende importar consta da “Lista Positiva” que alista todas as
classificações de produtos sujeitos à inspecção pré-embarque. Apenas os produtos que
constam da lista estão sujeitos à inspecção pré-embarque. Esta lista pode ser actualizada e
antes do embarque deverá verificar junto a Intertek para garantir que qualquer inspecção
pré-embarque exigida seja feita. Segue a lista positiva em vigor neste momento:

As inspecções da Intertek
As inspecções da Intertek visam verificar a classificação pautal e o preço dos produtos a
serem importados. Toda a mercadoria pode ser classificada segundo um código tarifário
que determina a taxa dos direitos a ser paga para a mercadoria, aquando da sua
importação. A Intertek determina o código tarifário correcto de acordo com os requisitos
da pauta aduaneira de Moçambique e outra legislação pertinente. As tarifas das
Alfândegas de Moçambique baseiam-se no Sistema Harmonizado.

A avaliação do valor
A verificação do preço, ou a avaliação do valor verifica se o preço a ser cobrado, e
declarado na factura definitiva, se encontra dentro de limites razoáveis com os preços
gerais de exportação vigentes no país fornecedor. A avaliação do valor da mercadoria é

21
depois usada como base do cálculo dos direitos de importação e dos impostos devidos.
Quando o exportador não apresenta despesas do transporte e seguro, a Intertek irá estimar
os seus valores, apenas para fins de avaliação aduaneira do valor. A data de referência da
verificação dos preços é a data da encomenda ou da factura pró-forma.

Quando a verificação dos preços mostra que os preços ficam significativamente em baixo
do limite razoável para os preços de exportação vigentes no país fornecedor, contacta-se
o fornecedor para confirmação dos preços.

22
INTRODUÇÃO AS REGRAS UNIFORMES DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Neste capítulo, você conhecerá a estrutura e as regras usuais que dão suporte ao
desenvolvimento do comércio internacional, bem como alguns conceitos importantes que
fazem parte desse universo.

Você estudará as regras internacionais que visam a dirimir os conflitos de entendimento


dos vários termos utilizados nas relações internacionais de comércio.

Os Incoterms constituem uma dessas regras: seus termos estabelecidos nos contratos
internacionais de compra e venda definem as responsabilidades relativas aos custos e
despesas decorrentes da logística nos processos de importação e exportação.

REGRAS UNIFORMES DO COMÉRCIO INTERNACIONAL


As regras uniformes no comércio internacional objectivam dirimir os conflitos de
entendimento dos vários termos utilizados nas relações internacionais de comércio.

A uniformização da linguagem permite uma melhor compreensão e entendimento das


partes envolvidas nas operações internacionais, incluindo:

 Os bancos internacionais intervenientes nas operações de transferências de


dinheiro para pagamento de importações e exportação;

 As aduanas dos países para efeitos de uniformização de procedimentos aduaneiros


e agilidade na movimentação de cargas internacionais;

 Os governos nas questões de negociações de acordos preferenciais de comércio;


os exportadores e importadores na compreensão uniforme das regras e práticas
usuais de comércio.

Internacional Commercial Terms

23
Com o intuito de estabelecer um entendimento nas práticas de comércio, nos contratos de
compra e venda, foram criados os Incoterms.( Internacional Commercial Terms).

Os Incoterms são termos padronizados que definem com precisão quais as


responsabilidades do vendedor e do comprador, ou seja, estabelecem quais custos
deverão ser suportados pelo exportador, quais pelo importador e em que momento os
riscos da mercadoria são transferidos de um para o outro.

Incoterms são regras básicas, padronizadas, criadas pela International Chamber of


Commerce (ICC), órgão não governamental e autofinanciado, mundialmente reconhecido
como encarregado de orientar os negócios internacionais, assim como dirimir e resolver
eventuais conflitos, controvérsias e litígios, oriundos dos mais diversos contratos de
compra e venda celebrados internacionalmente.

De acordo com a ICC, os Incoterms são definidos como termos padrões internacionais
de comércio, que estabelecem os níveis de responsabilidades e obrigações do vendedor e
do comprador num contrato internacional de compra e venda, no que se refere ao
pagamento de:
 Transporte,
 Seguro
 Despesas

Transporte, seguro e despesas decorrentes da exportação de mercadorias desde a origem


até o destino.

Os Incoterms foram primeiramente publicados em 1936, compreendendo sete termos de


comércio. Desde 1953, foram feitas revisões com o propósito de adaptar os termos de
comércio às novas práticas internacionais, especialmente àquelas voltadas às práticas de
comunicação por processamento electrónico, racionalizando os termos em relação às
diversas modalidades de transporte, e, ainda, para otimizá-los tecnicamente quanto aos:
 Processos de manuseio,

24
 Processos de embalagem,
 Processos de embarque,
 Processos de desembarque,
 Processos de desembaraço aduaneiro etc.

Divisão dos Incoterms


Observe que as siglas são sempre compostas por três letras maiúsculas. Para facilitar
nosso entendimento, os Incoterms podem ser divididos em grupos por ordem crescente de
obrigações do vendedor, conforme quadros abaixo:

Grupo Grupo Descrição


Descrição
EX de PARTIDA: Incoterm EXW. Ex-works
E Obrigação mínima para o vendedor, que apenas coloca a mercadoria em seu
próprio estabelecimento à disposição do comprador.
F de Free - Transporte principal não pago pelo exportador:
FCA: Free Carrier
F FAS: Free Alongside Ship
FOB: Free on Board ( somente modal aquaviário)
O vendedor entrega as mercadorias a um transportador internacional no local
designado, indicado pelo comprador.
C de Cost ou Carriage - Transporte principal pago pelo exportador
CFR: Cost and Freight (somente modal aquaviário)
CIF: Cost Insurance and Freight(somente modal aquaviário)
C CIP : Carriage and Insurance paid to
CPT: Carriage paid to
O vendedor contrata o transportador, sem assumir riscos por perdas ou
danos,

25
bem como por custos adicionais decorrentes de eventos ocorridos após o
embarque e despacho. Em alguns casos, como os dos termos CIF e CIP, o
seguro corre por conta do vendedor.
D de Delivery -CHEGADA:
DAP: Delivery at a Place
D DAT : Delivey at Terminal
DDP: Delivery Duty Paid
O vendedor se responsabiliza por todos os custos e riscos para colocar a
mercadoria no país de destino.

26
INCOTERMS

 Termos Internacionais de Comércio


 Normas que regulamentam e padronizam diversos comércio internacional.
 Contratos de comércio internacional
 Todos os envolvidos em contratos de comércio internacional deveriam conhecer.

OBJECTIVO
 Definem as responsabilidades do comprador e
 Definem as responsabilidades do vendedor
 Definir como será a negociação de produtos entre diferentes países
 Padronizar as regras de importação e exportação.

1. O QUE É A TABELA DO INCOTERMS?


 A tabela do Incoterms é um instrumento que serve para estabelecer as normas que
estão em vigor,
 Estabelecer o tipo de transporte de cada termo através das siglas
 Cada um dos Incoterms define as responsabilidades de todas as partes envolvidas
em uma relação comercial.
 A tabela serve para regulamentar tais relações.

2. PARA QUE SERVEM OS INCOTERMS?


os Incoterms servem para:
 Regulamentar as relações comerciais internacionais,
 Definir os direitos e os deveres do comprador e do vendedor.
 Definir os papéis de cada um
 Obter a garantia de que cada um cumprirá o seu conforme as normas.

OS INCOTERMS DEIXAM E REGULAMENTAM AS SEGUINTES QUESTÕES:

27
 O responsável pelo pagamento dos serviços formais envolvidos em uma
exportação e importação, como o seguro da carga e o frete internacional, por
exemplo;

 O local onde o vendedor deve entregar as mercadorias vendidas;

 Os prazos e a hora de entrega;

 Os limites dos riscos de cada uma das partes envolvidas, entre outros.

3. AS CATEGORIAS DE INCOTERMS?
Partindo da categorização a partir dos modais de transporte, os
11 Incoterms podem ser subdivididos em 4 categorias: E, F, C e D.

 Categoria E (Partida)
Essa categoria concentra as responsabilidades no importador e pode ser utilizada em
qualquer modalidade de transporte (terrestre, marítimo ou aéreo).

Nesse sentido, é o importador o responsável por buscar a mercadoria no local e data


combinados, bem como arcar com todos os riscos, como extravio ou avaria, e custos,
como frete e seguro.

Dentro dessa categoria, encontra-se o Incoterm EXW

 Categoria F (Free/Frete não pago)

A categoria F determina que o exportador não deve se responsabilizar pelo frete principal
e pelo seguro internacional, sendo esses de responsabilidade do importador.

Estão incluídos nessa categoria os Incoterms FCA, FAS e FOB.

 Categoria C (Carriage/Frete pago)

Nessa categoria, o transporte da mercadoria é pago pelo exportador/vendedor. Assim,


esse é responsável por contratar e pagar o frete internacional.

28
Entretanto, os riscos e danos que possam ocorrer durante o transporte são de
responsabilidade do importador.

Estão incluídos nessa categoria os Incoterms CFR, CIF, CIP e CPT.

 Categoria D (Delivery/Chegada)

Nessa última categoria, são os exportadores os responsáveis por assumir todos os riscos
até a entrega da mercadoria, além de arcar com todos os custos do frete até o seu destino
final.

Estão incluídos nessa categoria os Incoterms DAP, DAT e DDP.

4. Quais os Incoterms mais utilizados

EXW – Ex Works – Na Origem (local de entrega nomeado)

Esse é o termo que garante menor responsabilidade para o vendedor e o de maior para o
comprador, sendo o Incoterm mais utilizado.

Ele define como dever do comprador organizar e arcar com os gastos de transporte do
produto comprado desde a fábrica que o produziu.

Além disso, o comprador deve arcar com o frete, seguro e demais despesas inerentes à
entrega do produto no destino.

Também, a partir do momento em que o vendedor coloca a carga à disposição no local e


data combinados, o risco de extravio ou avaria da mercadoria passa a ser do comprador.

FOB – Free On Board- Livre A Bordo (porto de embarque nomeado)

O Incoterms FOB também é muito utilizado pois define que é responsabilidade do


vendedor entregar a mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador.

29
Além disso, é o vendedor que arca com os custos do carregamento. A partir dessa
entrega, o risco de extravio ou dano da mercadoria é do comprador.

Já, a partir do porto de embarque, é dever do comprador contratar e custear o transporte e


seguro.

CFR – Cost And Freight – Custo E Frete (porto de destino nomeado)

Já o Incoterms CFR indica que o vendedor deve arcar com os custos de transporte e
movimentação interna, ou seja, frete interno até o porto de embarque da mercadoria.

Dessa forma, assume-se os riscos de extravio até ao momento da entrega da mercadoria


ao transportador. A partir de então, o risco é do comprador.

No momento em que a carga está carregada no navio, quem assume os custos com
transporte e seguro é o comprador.

CIF – Cost Insurance And Freight – Custo, Seguro E Frete (porto de destino
nomeado)

Já nesse termo, o vendedor é responsável por entregar a carga ao transportador a


bordo do navio indicado pelo comprador.

O vendedor deve contratar e pagar os custos e frete necessários, desde o ponto de entrega
até o porto de destino designado. Além disso, ele também se responsabiliza por contratar
e custear o seguro.

Assim, o vendedor corre o risco do extravio ou avaria da carga até ao momento da


entrega ao transportador e o risco é do comprador a partir do momento em que a carga
está no navio.

30
Conclusão

Como vimos, os Incoterms são normas que regulamentam e padronizam diversos


aspectos do comércio internacional.

Embora utilizá-los não seja obrigatório, eles podem ser uma excelente forma de deixar
claro os direitos e deveres de importador e exportador e, assim, permitir que as relações
comerciais tenham menores chances de darem errado.

Por isso, você pode contar com os Incoterms, para padronizar os seus negócios
internacionais,
5. lista dos Incoterms atualizados em 2020 – e que prevalecem em 2021 – que
definem as responsabilidades das partes em uma relação comercial:

 EXW – Ex Works – Na Origem (local de entrega nomeado);


 FCA – Free Carrier – Livre No Transportador (local de entrega nomeado);
 FAS – Free Alongside Ship – Livre Ao Lado Do Navio (porto de embarque
nomeado);
 FOB – Free On Board – Livre A Bordo (porto de embarque nomeado);
 CPT – Carriage Paid To – Transporte Pago Até (local de destino nomeado);
 CIP – Carriage And Insurance Paid To – Transporte E Seguro Pagos Até (local de
destino nomeado);
 CFR – Cost And Freight – Custo E Frete (porto de destino nomeado);
 CIF – Cost Insurance And Freight – Custo, Seguro E Frete (porto de destino
nomeado);
 DAP – Delivered At Place – Entregue No Local (local de destino nomeado);
 DPU – Delivered At Place Unloaded – Entregue No Local Desembarcado (Local
de destino nomeado);
 DDP – Delivered Duty Paid – Entregue Com Direitos Pagos (local de destino
nomeado).

31
INSPECÇÃO PRÉ-EMBARQUE PARA EXPORTAÇÕES
Os exportadores basicamente desempenham o papel de fornecedor.
A pessoa que importa produtos produzidos em Moçambique irá contactar a Intertek no
seu próprio país, se os produtos que estão a comprar carecem duma inspecção pré-
embarque naquela jurisdição.

O exportador é depois contactado pela Intertek Moçambique através duma carta com
Pedido de Informação. Esta carta contém a informação necessária para permitir que a
Intertek realize a inspecção e atribui também um número único ao processo. Este número
deve ser citado em qualquer correspondência subsequente.

Se qualquer outra empresa que não o referido exportador estiver a tratar do processo (por
exemplo, um agente), então o exportador referido deve confirmar o seu direito para tal
por escrito à Intertek. Qualquer factura pró-forma emitida como parte do processo de
exportação deve ser fornecida em inglês.

O exportador deve também aproximar-se da alfândega para a emissão do número MOZ,


referente a esta exportação específica. Este número é apenas exigido para exportações
sujeitas à inspecção pré-embarque.

As inspecções para exportações estão isentas de taxas. Contudo, se a Intertek for obrigada
a visitar o exportador novamente porque, por exemplo, a mercadoria não está pronta, o
exportador pode estar sujeito ao pagamento duma taxa para a segunda visita.

Quando a mercadoria estiver pronta para inspecção e a carta do Pedido de Informação da


Intertek tiver sido recebida, o exportador deve escrever à Intertek, dando um aviso de três
dias para uma data conveniente para a inspecção. O pedido escrito para a inspecção deve
incluir: o número dado na carta do Pedido de Informação; o número de referência MOZ
emitido pela alfândega; a data e o local da inspecção; dados do contacto dum agente no
local da inspecção. Se for possível nesta altura, o exportador deve também facultar uma
cópia da sua factura definitiva.

32
A mercadoria deve ser apresentada para inspecção juntamente com o material de
embalagem que será usado. Se a mercadoria tiver sido embalada, a mesma deve ser
desembalada para inspecção e a reembalagem também será inspeccionada ao mesmo
tempo. Se a mercadoria for exportada como uma carga completa dum contentor, o
contentor deve ser selado pela Intertek. Por isso, a inspecção e o subsequente
carregamento devem ter lugar como uma operação contínua permitindo a Intertek
observar a mercadoria, supervisionar o enchimento do contentor e depois selar o
contentor. No caso de remessas parciais a Intertek pode realizar mais que uma inspecção.
Contudo, a factura definitiva deve reflectir o que foi inspeccionado numa base caso a
caso. O número parcial de cada ficheiro de inspecção é alistado no fundo do lado
esquerdo da primeira página do DUc.

Depois da inspecção o exportador não recebe nenhum certificado. Contudo, o importador


recebe um DUc, desde que a mercadoria inspeccionada tenha satisfeito os padrões
exigidos e o exportador tenha feito entrega da documentação relevante à Intertek. A
documentação relevante compreende uma factura comercial definitiva limpa com a
seguinte informação:

 O número e data de emissão da factura;


 Os nomes do importador e do exportador, conforme a factura pró-forma e o
 PAF (e a Carta de Crédito, se aplicável);
 A quantidade e uma descrição detalhada da mercadoria;
 Todos os preços unitários e prorrogações;
 Encargos detalhados separados, se aplicável, até FOB;
 O valor FOB da transacção;
 Frete (se aplicável);
 Seguro (se aplicável);

33
Facturas definitivas que mostram uma indexação do preço devido a variações das taxas
de câmbio não podem ser aceites, a não ser que expressamente admitidas, ao abrigo dos
termos e condições da factura pró-forma.

A factura definitiva deve ser apresentada à Intertek num prazo de três dias a contar da
inspecção. Para evitar demoras, é preferível disponibilizar a factura antes da inspecção.
Se a factura não é apresentada a tempo a Intertek pode emitir um Relatório Não-
Negociável das Constatações. Mesmo se isto for depois anulado, o importador terá que
pagar uma multa.

A alfândega no país de destino reserva-se o direito de realizar uma inspecção pós-


chegada, mesmo se a mercadoria tiver sido inspeccionada pela Intertek na fase do pré-
embarque.

1. Qual é a empresa responsável pela inspecções para exportações em Mocambique?


2. Porque que no processo de exportação Qualquer factura pró-forma deve ser emitida
ou fornecida em inglês.
3. O que acontece quando no processo de inspecções para exportações a mercadoria
não está pronta?
4. . No momento da inspecção Se for possível, o exportador deve também facultar
uma cópia da sua factura definitiva. Qual seria a importância disso?
5. A mercadoria deve ser apresentada para inspecção juntamente com o material de
embalagem que será usado. Se a mercadoria tiver sido embalada, a mesma deve ser
desembalada para inspecção e a reembalagem também será inspeccionada ao
mesmo tempo. ( Comente a relevância deste processo).
6. Depois da inspecção, o importador recebe um DUc, A documentação relevante
compreende uma factura comercial definitiva com varias informação. Comente:
a) A relevância deste documento
b) Quais são as informações mais relevante neste documento
c) Relacione esta informacao acima com as Incoterms

7. A alfândega no país de destino reserva-se o direito de realizar uma inspecção pós-


chegada, mesmo se a mercadoria tiver sido inspeccionada pela Intertek na fase do
pré-embarque. ( Comente)

34

Você também pode gostar