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Tomé e Príncipe
2014 RELATÓRIO DO
FÓRUM DOS
ECONOMISTAS DE S.
TOMÉ E PRÍNCIPE
Palácio dos Congressos ; 26-28 Mai 2014
Índice
I- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4
VI – COMÉRCIO E EMPREGO........................................................................................ 15
6.2.1. Conclusões............................................................................................................... 20
8.1.1.2. - Recomendações.......................................................................................... 39
9.3. Recursos hidrocarbonetos & haliêuticos na JDZ Nigéria – S. Tomé Príncipe ... 43
I- INTRODUÇÃO
1
Há três critérios para a inclusão ou remoção de um país da lista de países menos desenvolvidos. Estes critérios são a média dos
três anos do PIB per capita em poder de paridade de compra (Dobra - US$: 1,113 em 2012); o índice de capital humano (STP 74 em
2012) e, finalmente, o índice de vulnerabilidade econômica (STP 46,1). Todos estes indicadores são indicadores compostos.
Para além de todos esses constrangimentos que o país enfrenta e tem que
ultrapassar, há que domesticar igualmente a Agenda de desenvolvimento pós-
2015.
2
Importa salientar que a pequenez da população coloca o país na 178 e posição ao nível mundial. Para
além dessa situação, a população é relativamente jovem, conquanto mais de 60% têm menos de 25 anos.
Daí que uma atenção particular deve ser dada a esta característica.
As palavras de boas vindas aos presentes foram dadas pelo Diretor do CIAD,
Senhor Adelino Castelo David, com menção especial à Sua Excelência o
Presidente da República.
Referiu que o CIAD foi criado há aproximadamente sete anos com o objetivo de
ajudar o Governo na tomada de decisões em matéria macro económica.
Salientou que o presente fórum é uma tarefa que estava agendada há muito,
mas por razões técnicas tal não foi possível realizar-se. Entretanto, durante
esses anos realizaram um conjunto de atividades de que se destacam:
elaboração de estudos, realização de formações de curta duração, apoio à
Assembleia Nacional, dentre outros.
Adiantou que hoje mais do que nunca devem ser incentivadas oportunidades a
especialistas e formadores de decisão na esfera económica, para discutirem
abertamente as questões que afetam o desenvolvimento económico do país.
Porém, maior abertura em torno de novas opções de política económica, um
debate realizado abertamente sobre as políticas do país, é um facto que é
inovador.
Uma saudação muito especial foi dirigida ao PNUD e ao CIAD pela brilhante
iniciativa, por terem reunido a família de economistas nacionais, residentes e na
diáspora, para animarem um debate em torno de questões de desenvolvimento
e poder construir uma visão de futuro do país.
outras, que “foi com prazer que se associa a esse fórum dos economistas de S.
Tomé e Príncipe” e agradeceu o convite que lhe fora formulado.
Frisou também que todos somos poucos para alcançar o grande objetivo que se
coloca a S. Tomé e Príncipe neste seculo XXI, nomeadamente o grande desígnio
nacional que é vencer a pobreza através do desenvolvimento.
Enalteceu ainda o facto de estar convencido de que a realização deste fórum pode e
deve ser um exemplo a seguir em outros domínios do conhecimento, reforçando
desta forma o papel dos quadros nacionais na vida do país.
4.1 Participação
Os participantes, provenientes dos demais quadrantes e horizontes -
universitários, membros do governo, representantes da sociedade cicil- quadros
técnicos nacionais e outros, tiveram a oportunidade de partilharem as suas
discussões e reflexões com o Presidente da República. O PNUD pôde igualmente
enviar os seus representantes para intervirem em áreas específicas. A
participação de outras instituições bilaterais e multilaterais, tais como o Banco
Africano para o Desenvolvimento (BAD), o Banco Mundial e o Fundo Monetário
Internacional (FMI), Portugal, Angola, Nigeria e outros foi igualmente acolhida
no evento.
DE MANHÃ DE TARDE
DIA 1
Ceremónia de Abertura
Apresentações
Debates
DIA 2
Balanço do Dia 2
Apresentações
Debates
Cerimónia de Encerramento
O primeiro orador foi o Dr. Adelino Castelo David, Diretor do CIAD - Centro de
Investigação e Análises de Políticas para o Desenvolvimento que
resumidamente disse:
VI – COMÉRCIO E EMPREGO
Relatou que é preciso mercado e que deve-se começar pelo mercado interno, à
medida que se vai expandindo para o regional e o internacional.
Destacou também que é preciso criar-se emprego, mas que seja produtivo, capaz
de produzir e acrescentar valor aos nossos produtos. Só assim poderá contribuir
para a redução da pobreza; mencionou que S. Tomé e Príncipe deve procurar
tirar o máximo partido possível das vantagens competitivas que tem.
O segundo orador do dia foi o Dr. Laurent da UNEPA, que dissertou sobre
demografia e população.
Disse que o ritmo africano é muito rápido, comparando com o que se passou no
ocidente; no entanto a transição em África é muito lenta.
Por outro lado, com relação à melhoria da saúde da população, disse que as
crianças com boa saúde vão melhor à escola e este sucesso contribui finalmente
a uma mão-de-obra mais qualificada. Os jovens têm necessidade de saúde única
e o resultado da preservação da saúde de trabalhadores adultos é a
produtividade económica.
Terminada a sua intervenção, usou da palavra Dr. Aldro Umbelina Neto, que
falou em nome do Banco Central de S. Tomé e Príncipe.
Afirmou que o crescimento económico, de per si, é o fator que mais contribui
para a redução da pobreza. Além disso, é cada vez mais consensual a relação
positiva existente entre a abertura ao comércio e o desempenho económico,
especialmente para países de baixo rendimento, onde o mercado interno é
pouco desenvolvido. Nesses países de baixo rendimento, a criação de empregos,
especialmente para os pobres, homens e mulheres, passa por uma expansão do
mercado interno graças ao comércio internacional, tanto a nível regional como
global. De modo geral, o comércio tem um efeito positivo sobre o crescimento
económico, mas a magnitude deste varia consideravelmente de um país para
outro; portanto, as evidências do impacto do comércio sobre a pobreza não são
incontestáveis. No entanto, salientou que se deve ter em conta que o efeito do
comércio sobre o rendimento (e pobreza) é uma função de múltiplos fatores, e
que tanto pode ser positivo, negativo ou neutro, de acordo com as circunstâncias
e as particularidades locais.
Avançou dizendo que vários outros fatores podem impedir os países pobres de
retirarem os benefícios do comércio, nomeadamente:
Finalizou dizendo que o comércio é um meio para atingir um fim e não um fim
em si mesmo, enquanto se pretende alcançar um crescimento sustentável será
graças às políticas complementares adequadas para reduzir a pobreza.
Primeiramente tomou a palavra Dr. Eugénio Soares que aduziu que se devia
aproveitar o cacau, mas com produção de alta qualidade. Por outro lado
adiantou que deveríamos transformar os nossos alunos em máquinas
tecnológicas, dotados de conhecimentos que possam servir para a melhoria da
produção no futuro. E ainda afirmou que a economia azul é uma forma de
promoção de serviços.
Dr. Zeferino Ceita aduziu que a agricultura já não serve para o desenvolvimento
de STP. Salientou por outro lado que o país não tem uma política monetária,
Palácio dos Congressos, 26 – 28 de Maio de 2014
Fórum dos Economistas de S. Tomé e Príncipe
uma vez que trabalha somente na base de política fiscal e recomendou que se
mudasse de paradigma.
6.2.1. Conclusões
O comércio pode contribuir para o desenvolvimento do país mas ele deve ser
estruturado, organizado e ter um enquadramento nas políticas de
desenvolvimento; Que a iniciativa a favor da ajuda ao comércio seja de
promover e estimular o desenvolvimento das suas capacidades produtivas,
incentivar a competitividade para que se possa tirar excelente partido das
oportunidades que são oferecidas pelo comércio e investimento.
S. Tomé e Príncipe deve procurar tirar o máximo partido possível das vantagens
competitivas que tem. É necessário promover-se a marca S. Tomé e Príncipe e o
nosso cacau pode ser um elemento fundamental para atingir tal objetivo.
6.2.3. Recomendações
No que tange aos níveis de intervenção (FS, LICs, MICs), os objetivos são os de:
Direciona-los para ajudarem os Países na gestão eficiente dos recursos públicos;
No que concerne aos desafios, falou do défice no controlo das despesas públicas
e da fraca capacidade na realização de
auditoria interna; da falta de prestação
Financiar o défice do setor de contas e mecanismos de controlo; da
público através da emissão falta de apropriação dos acordos
de moeda ou optar pela via envolvidos no processo da reforma; da
de empréstimo, fraca compreensão das regras e
aumentando o défice procedimentos que regem o concurso
operacional? público; da fraca capacidade de absorção
dos recursos disponíveis; da necessidade
de combater a corrupção a nível institucional e da fraca apropriação dos
parlamentares na análise e seguimento do Orçamento Geral do Estado.
Acerca das finanças públicas verso política fiscal, adiantou que a política fiscal
visa uma dualidade de objetivos intrinsecamente correlacionados,
nomeadamente: estimular a produção garantindo o crescimento económico e
consequentemente reduzir a taxa de desemprego.
Estas instituições não podem estar ao serviço de luta de classes. Por isso é
indispensável que:
Por outro lado, foi dito por um participante de que é preciso melhorar a
capacidade institucional do Estado na ótica de uma gestão eficaz e transparente
dos recursos públicos.
7.2.1. Conclusões
7.2.2. Recomendações
A sessão desse dia terminou, tendo ficado os terceiro e quarto painéis para
serem apresentados e debatidos no dia seguinte.
Ao iniciar a sua intervenção, Eng.º João Gomes começou por dizer que as ilhas
de S. Tomé e Príncipe têm uma beleza natural impar; também conta com uma
população acolhedora, humilde e afável, de história e costumes que despertam a
atenção dos visitantes, apesar da profunda degradação, tanto das aldeias como
do imenso património arquitectónico, particularmente nas antigas roças
coloniais.
Salientou que as ilhas, pela sua localização estratégica no Golfo da Guiné e pela
sua insularidade, reúnem condições para explorarem um turismo urbano,
baseado no shopping, lazer e negócios, que atrai as elites dos países da sub-
região.
b) Ausência de recursos;
País pequeno e pouco conhecido. S. Tomé e Príncipe são duas pequenas ilhas e
naturalmente pouco conhecidas pelo mundo. Necessita de medidas bem
definidas com a contribuição de profissionais que garantam a correta divulgação
das ilhas de modo a atrair investidores externos e turistas.
Recursos Naturais
Pequenas praias aninhadas
Vários ecossistemas diferentes, incluindo florestas tropicais
Parque Nacional de Obô: orquídeas, aves, e borboletas
Lagos cristalinos e cascatas
Bens Culturais
Restos de arquitetura colonial portuguesa na capital de São Tomé
Roças em ambas as ilhas
Restos da rede ferroviária que liga as Roças
História de grupos étnicos de escravos
Realçou as vantagens competitivas:
o Segurança
o Não-existência da malária
o Estabilidade política
Acesso à informação;
Prioridades
Melhorar a capacidade de cumprir as normas de segurança
Melhorar a infraestrutura no aeroporto
Realizar análise de custo-benefício para avaliar a escala dos incentivos
necessários para estimular novos serviços aéreos
Focalizar em produtos naturais e culturais
Fundo Comunitário:
• Arrendamento de 45 anos;
• Gere as sublocações;
Operador Privado/Sublocatário
• Sublocação de 10 a 15 anos;
Desenvolver produtos
que incorporam o povo de STP;
Terminada essa intervenção, foi a vez de Dr. Armindo Aguiar falar sobre o papel
da cultura no desenvolvimento. Disse entre outras:
Mas ela não é somente isso! A cultura é muito mais! É ciência, é arte, é
literatura, é… também fazer a agricultura, a pesca, a administração pública! É
a aplicação da justiça, é também técnica de comunicação e informação, é
tecnologia de ponta… é saúde e desporto… É ela que arquiteta e molda o
pensamento dos que têm o dever de requalificação dos espaços da nossa
cidade. Isso significa estar culturalmente preparado para dirigir e orientar a
estrutura e organização da urbe, para que esta não fique “quiosquizada”
(cheia de quiosques), com uma urbe desprezada, toda a sua finura
abandonada, mal gerida, um lugar desagradável, desfigurada, onde a higiene
está completamente arredia, desdenhada pelos que têm a responsabilidade de
fazer dela um cartão de visitas para todos quantos nos visitam se identifique
com esse ambiente de bem-estar social. Mas o que é isso da sustentabilidade?
No âmbito económico é um conjunto de medidas e politicas que visam a
incorporação de conceitos ambientais e sociais no processo de
desenvolvimento. Aos conceitos tradicionais de mais-valias económicas são
adicionados como fatores a ter em conta, os parâmetros ambientais e
socioeconómicos, criando uma interligação entre os vários setores.
Sob a moderação da Dra. Maria das Neves, passou-se aos debates, trocas de
pontos de vista e recomendações.
8.1.1. Conclusões
Encetar um processo de
saneamento das sedes das roças,
e promover campanhas de
sensibilização da população
para que ela se aproprie dessa atividade, passando a ter um papel mais ativo no
turismo. O património das roças deverá ser recuperado para a sustentabilidade
do próprio turismo bem como para a redução da pobreza no interior das ilhas. O
sucesso e o auto sustentabilidade deste tipo de turismo dependem da qualidade
e o nível que se der a este sector;
Por isso, deve ser tomada como inequívoca realidade que deve ser adoptada no
âmbito do processo de desenvolvimento de S. Tomé e Príncipe.
8.1.1.2. - Recomendações
• Intensificar os cultivos;
Por seu lado, Dr. Olávio Anibal da Direcção das Pescas introduziu o item sobre
os produtos do mar de S. Tomé e Príncipe
• Fonte de emprego;
Existência do mar;
Existência da juventude;
Dr. Arzemiro dos Prazeres do JAD falou sobre os Recursos hidrocarbonetos &
haliêuticos na JDZ Nigéria – S. Tomé Príncipe.
Adiantou que as decisões da Autoridade são tomadas sem recurso aos Estados
Tratantes e têm-se tentado ao máximo isolar essas decisões da interferência
política como aliás está manifesto no Tratado. Essas decisões do Board da
Autoridade Conjunta são na sua maioria ratificados pelo Conselho de Ministros
dos dois Estados denominado de JMC.
Como perspetivas futuras, referiu que não se prevê novas Rondas de Licitação
Pública de Blocos para o triénio 2013-15, mas sim, nesse período, novas
aquisições de dados sísmicos tridimensionais que determinarão
necessariamente o redesenho dos blocos não adjudicados e a definição de outros
novos que servirão de base para uma eventual licitação pública no futuro.
Interferência no ambiente;
No que toca ao sector das pescas, adiantou que a falta de pescado que se verifica
atualmente poderá ser no futuro mais acentuada com a redução da atividade
piscatória.
Por isso, a única estratégia para todos os países, fundamentalmente os que estão
em vias de desenvolvimento, é adaptar-se.
Neste sentido, algumas ações foram programadas para que o país inicie o seu
processo de adaptação às mudanças climáticas, tais como:
b) Seja criado um Plano Estratégico para o mar com impacto visível a curto e
médio prazo;
c) Seja estabelecido um
protocolo entre o Ministério da
X - Cerimónia de encerramento
Palácio dos Congressos, 26 – 28 de Maio de 2014
Fórum dos Economistas de S. Tomé e Príncipe
ativa que se enquadra no esforço que todos devemos empreender para fazer de S.
igualitária...
Pelo apoio técnico e logístico prestado para que a realização deste Fórum tivesse
Residente, o Senhor Eng. José Salema, que nos tem acompanhado atentamente
competitividade, que foram também abordados ao longo dos três dias de debate.
No entanto, para um pequeno País insular como é S. Tomé e Príncipe, o acesso aos
mercados é vital. E sem perder de vista as opções de política que orientam para o
nacional de desenvolvimento.
Príncipe. Importa nesse contexto que deve ser melhor explorada a localização
não é direcionado apenas aos chamados fazedores da cultura, trata-se sim de uma
intervenção.
É nossa expectativa de que o espaço de reflexão que, com este Fórum se abre, dê
estabilidade e paz.
Príncipe, onde estamos e para onde devemos ir, por forma a balizar os passos e
que a economia chegou fez com que ficássemos reféns da ajuda externa.