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● Agenda de 2030:

http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/Brasil_Amigo_Pesso_Idosa/Agenda2030.pdf

“ Nós, Chefes de Estado e de Governo e Altos Representantes, reunidos na sede das


Nações Unidas, em Nova York, de 25 a 27 de setembro de 2015, momento em que a
Organização comemora seu septuagésimo aniversário, deliberamos hoje sobre os novos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável globais. “

Em nome dos povos a que servimos, adotamos uma decisão histórica sobre um conjunto
de Objetivos e metas universais e transformadores, abrangente, de longo alcance e voltado
para as pessoas. Comprometemo-nos a trabalhar incansavelmente para a plena
implementação desta Agenda até 2030. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em
todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e
um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. Estamos empenhados em
alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões – econômica, social e
ambiental – de forma equilibrada e integrada. Também vamos dar continuidade às
conquistas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e buscar atingir suas metas
inacabadas.

69.

● Deslocar as finanças públicas e privadas para o Metas de desenvolvimento


sustentável

Em 2015, a comunidade internacional se comprometeu com uma visão global compartilhada


para o desenvolvimento sustentável – a Agenda 2030 – incluindo 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Os Objetivos identificam as áreas em que os recursos são mais necessários. Mas com a
percepção de que atingir os Objetivos até 2030 exigiria o preenchimento de uma lacuna de
financiamento anual de 2,5 trilhões de dólares, a Agenda de Ação de Adis Abeba (AAAA)
apelou a uma mobilização mais ampla de recursos, inclusive privados.

A mobilização de recursos financeiros adicionais para o desenvolvimento sustentável requer


mecanismos para diminuir os riscos de investimento e encorajar provedores de
financiamento comercial, geralmente por meio de várias formas de financiamento misto.

Instrumentos de blended finance , mais comumente garantias e investimento direto, têm se


mostrado cada vez mais eficazes, tendo mobilizado US$ 152 bilhões em capital privado
para o desenvolvimento de 2012 a 2017.
- No entanto, o financiamento misto não é suficiente para preencher a lacuna
financeira dos ODS. Até o momento, o financiamento do desenvolvimento mobilizou
US$ 150 bilhões, enquanto a lacuna dos ODS é estimada em cerca de US$ 2,5
trilhões
O verdadeiro desafio é alinhar os trilhões investidos diariamente no mercado de capitais,
com os ODS. Isso inclui recursos de investidores institucionais, bancos e investidores de
varejo, bem como remessas, investimento estrangeiro direto (IED) e filantropia privada . No
entanto, tanto no setor público quanto no privado, uma parcela significativa dos fluxos
financeiros não está alinhada, e até mesmo incompatível, com os ODS.

Muitos fundos afirmam estar investindo nos ODS, mas não divulgam sua metodologia,
possivelmente devido ao sigilo comercial. Isso reduz o escrutínio e a transparência, com
efeitos potencialmente prejudiciais à Agenda de Desenvolvimento Sustentável. O
desalinhamento não se restringe ao setor privado.

Igualmente desafiador é medir e gerenciar o impacto. A Global Sustainable Investment


Alliance informa que existem mais de 30,7 t de ativos sob gestão (AUM) atualmente
direcionados ao desenvolvimento sustentável.

- Se esses números forem precisos, por que a lacuna dos ODS é tão grande? Uma
questão é que hoje não somos capazes de rastrear de forma consistente se esses
fluxos financeiros são realmente direcionados para os ODS. Tampouco somos
capazes de medir o impacto do financiamento privado no desenvolvimento
sustentável. Este é especialmente o caso dos países em desenvolvimento, pois a
coleta e análise de dados requerem recursos consideráveis

Referências:

HORROCKS, Paul; BOIARDI, Priscilla; BELLES, Valentina. Development Matters is a


platform for discussions on development opportunities and challenges: Shifting
public and private finance towards the Sustainable Development Goals. OECD
Development Co-operation Directorate, [s. l.], 17 fev. 2020.

(HORROCKS; BOIARDI; BELLES, 2020)

- Link do drive:

https://drive.google.com/drive/folders/1fnJvR97mLvNURjwWesz-0KnGayDxgKk84n-XTWwk
TxYZWA0O6ZF2UiI0lextLjk8eSS3Owkz?usp=sharing
● A HORA E A VEZ DO BLENDED FINANCE

Diagnósticos, objetivos e metas para a transição necessária são páginas viradas


faz tempo. Para simplificar a conversa, o Acordo de Paris e os 17 ODS – Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável, com as suas 169 metas para 2030, estão postos na
mesa desde 2015 e a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o gap de
capital para financiá-las seja de US$ 3,5 trilhões ao ano. Isso sem considerar ainda
o impacto da covid-19.
- No ritmo do financiamento atual as metas só seriam alcanças em 2085,
assumindo que houvesse esse tempo.

Existem, segundo as projeções, US $350 trilhões de ativos financeiros globais em


circulação atualmente, ou seja, daria para fechar a conta em teoria, porque a demanda para
atingir todas as ODS equivale a aproximadamente 1% ao ano do estoque total.

A conclusão óbvia é que não falta dinheiro no mundo. Há, isso sim, um problema de
alocação e, portanto, de escolhas. Temos um extraordinário desalinhamento entre oferta e
demanda de capital quando se trata de encarar os desafios globais.

- BLENDED FINANCE:

Muitos veem o blended finance como uma caixa de ferramentas financeiras. De fato o é,
mas, para além disso, constitui uma forma de pensar arquiteturas financeiras convergentes
para potencializar a atratividade dos investimentos em projetos socioambientais diante de
atores de perfis diversos e complementares. Leva em conta como os riscos e valor são
gerados, compartilhados e distribuídos no sistema.

- Isso significa que sempre devemos usar estratégias blended? Não. Se não houve
chance de uma inovação evoluir para um modelo comercial, ele não deve ser
utilizado; nesse caso, a solução de financiamento passará pelo bom uso da
filantropia e/ ou dos recursos públicos. Muitos projetos também não têm
necessidade de uma estruturação blended. Faça-se esta pergunta: o projeto fica em
pé sem capital catalítico? Se a resposta for sim, ele terá atratividade suficiente para
atrair financiadores comerciais e dispensará o blended.

Vemos nove passos para que as práticas de blended finance possam escalar velozmente:
(1)construção de linguagem comum e disseminação de conceitos;
(2) análise e sistematização dos casos e das melhores práticas;
(3) definição clara de mandatos e do papel do capital privado;
(4) reconhecimento das necessidades e incentivos necessários para atrair esse tipo de
capital;
(5) clareza de papéis entre todos os parceiros engajados;
(6) alinhamento sobre o que é impacto e modelos de avaliação e mensuração;
(7) consolidação de esforços para um objetivo comum;
(8) transparência sobre a avaliação de impacto e o retorno financeiro e, finalmente,
(9)forte estrutura de governança e compliance.
Blended não é sobre catalisar capital financeiro comercial, e sim catalisar as transformações
que desejamos e precisamos no mundo. Por isso, mais que técnica, é mentalidade.

Referencia bibliografica:

GORINI, Marco. Brasil: investimento consciente: A hora e a vez do blended finance.


MIT Sloan Management review Brasil, [S. l.], p. 46-51

● Definição de blended finance- Convergence.

Fornecer aos participantes uma sólida compreensão dos princípios, práticas e


características das transações financeiras combinadas que resultam em

- (1) cumprimento dos objetivos financeiros e de desenvolvimento de instituições


públicas e filantrópicas

- (2) criação de taxas de risco-retorno aceitáveis para investidores do setor privado.

O blended finance é realizado através do uso de capital catalítico de fontes públicas ou


filantrópicas para aumentar o investimento do setor privado em países em desenvolvimento
para o impacto no desenvolvimento global

O blended finance é uma abordagem estruturante que permite que diferentes tipos de
capital (seja orientado para o impacto ou comercial) invistam lado a lado enquanto atingem
seus próprios objetivos (financeiros, sociais ou mistos)

- O blended finance não é uma abordagem do investimento de impacto.

● PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UMA TRANSAÇÃO :

Alavancagem - Unip. o investimento do setor é adicional ao projeto; não teria sido


mobilizado sem intervenção de financiamento misto

Impacto - A atividade subjacente contribui para os ODS em um país em desenvolvimento;


no entanto, nem todas as partes precisam ter intenção de desenvolvimento

Retorno - Transação com expectativa de retorno financeiro positivo; os retornos variam de


concessional a taxa de mercado e dependem do tipo de investidor do setor privado no
negócio

AS BARREIRAS QUE IMPEDEM O FLUXO DE CAPITAL :


Os países em desenvolvimento constituem 49% do PIB global, mas apenas uma pequena
fração dos US$ 220 trilhões dos mercados de capitais globais flui para esses países;
principalmente devido aos seguintes desafios

- A fluidez é frequentemente fraca ou inexistente


- Os mercados financeiros locais muitas vezes não funcionam de forma eficiente
- Os investidores privados têm lacunas de conhecimento e capacidade
- Clima de investimento local desafiador
- Investidores individuais normalmente tem oportunidades muito pequenas
- A alta volatilidade impede a estabilidade do investimento

A barreira mais significativa para o fluxo de capital privado nos mercados emergentes
é que os retornos muitas vezes não são proporcionais ao alto nível de risco (real ou
percebido)

● Se os retornos ajustados ao risco forem menos atraentes em relação a outros


mercados, os investidores não irão alocar capital para mercados emergentes e de
fronteira

- Capital público e de doação pode ser utilizados para mitigar o risco ou gerenciar o retorno,
fazendo então que o risco fica ajustado ao retorno, alinhado com as imposições dos
doadores
TRÊS CATEGORIAS DE ORGANIZAÇÕES DO SETOR PRIVADO QUE PODEM INVESTIR
EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO:

● ESCALANDO BLENDED FINANCE PARA OS ODS


É bem conhecido que, para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até
2030, é necessário um aumento significativo do financiamento. O financiamento misto é
uma importante ferramenta de desenvolvimento para mobilizar financiamento adicional para
os ODS.

Os ODS apresentam oportunidades significativas para alavancar o conhecimento e os


recursos do setor privado. No entanto, os investidores privados geralmente citam (i) alto
risco percebido e real e (ii) baixo retorno percebido para o risco como barreiras ao
investimento em países em desenvolvimento.

Blended finance é uma abordagem estruturante que permite que organizações com
diferentes objetivos invistam lado a lado enquanto atingem seus próprios objetivos (seja
retorno financeiro, impacto social ou ambos).

O Blended fiance pode ser implantado estrategicamente para criar oportunidades de


investimento em países em desenvolvimento que sejam atraentes para os principais
investidores – mobilizando-os para investir fora dos países desenvolvidos.

● COMBINADO PRINCÍPIOS FINANCEIROS

OECD-Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

Princípios para Desbloquear o Financiamento Comercial para os ODS.

uma definição clara e fornecem uma lista de verificação de cinco pontos para garantir que o
financiamento combinado atenda aos padrões de qualidade aceitos e obtenha impacto, com
base em uma lógica de desenvolvimento promovida pelos membros do DAC

O contexto global não deixa dúvidas sobre a importância e a oportunidade do blended


finance. A necessidade de mobilizar fontes além do financiamento do desenvolvimento para
atingir as metas de desenvolvimento e a importância de usar o financiamento do
desenvolvimento de forma catalítica é bem aceita e refletida na Agenda 2030, no Acordo de
Paris sobre Mudança do Clima e na AAAA.

Ao permitir avaliações de risco mais eficazes e sofisticadas, o financiamento misto pode,


assim, contribuir para a construção do mercado e fornecer um caminho acelerado para
investimentos em desenvolvimento sustentável como uma classe de ativos.
Utilizar o princípio 3 para correlacionar com o caso escolhido

- Financiando Futuros Climáticos

Bancos nacionais de desenvolvimento (NDBs) e instituições financeiras de desenvolvimento


– instituições financeiras de propriedade pública, com foco doméstico, com um mandato de
desenvolvimento específico – são atores-chave no financiamento de infraestrutura em
países em desenvolvimento e podem ajudar a mobilizar capital comercial para infraestrutura
de baixa emissão e resiliente ao clima.

Mas, para fazer isso, esses bancos precisarão ir além de seu papel tradicional de financiar
projetos e empresas para atrair investidores comerciais para projetos públicos e privados,
por meio de abordagens como blended finance para apoiar a criação de novos mercados.

Com os maiores volumes de financiamento para o desenvolvimento originando-se no


mercado interno, os BNDs são fundamentais para financiar as prioridades de
desenvolvimento de seus governos, especialmente para áreas onde o financiamento
privado não está disponível. A relevância desses bancos para o desenvolvimento
sustentável reside em sua pegada financeira coletiva, bem como em seu papel confiável na
entrega dos mandatos políticos de seus governos.

o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) :

O BNDES é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo, com ativos totais


estimados em 13% do PIB em 2017, e tem desempenhado um papel fundamental no
financiamento de infraestrutura no Brasil. A S&P Global Ratings (2017) estima que o
BNDES foi responsável por 70%-80% do financiamento total de infraestrutura no Brasil nos
últimos 10 anos

Como o principal instrumento de financiamento de longo prazo do governo, o BNDES


muitas vezes é implicitamente um importante implementador de políticas e planos
governamentais sobre o meio ambiente. O BNDES administra o Fundo Amazônia, o
principal mecanismo nacional e regional de financiamento de REDD+ do Brasil, e foi
fundamental para o desenvolvimento da indústria eólica do Brasil como uma fonte de
energia renovável de custo competitivo ao financiar a energia eólica em todo o país
- Apesar da queda nos desembolsos globais nos últimos anos, o BNDES manteve ou
aumentou sua participação nos financiamentos relacionados à economia verde

A nova missão do BNDES reconhece a importância de seu trabalho contínuo no


desenvolvimento do mercado de capitais. Em maio de 2017, o BNDES emitiu um título
verde de US$ 1 bilhão, a primeira emissão internacional de títulos verdes de um banco
brasileiro. Outro exemplo é o Fundo de Energia Sustentável (Fundo de Energia Sustentável)
do banco, de R$ 500 milhões (US$ 144 milhões), que se baseará em uma estrutura de
securitização estabelecida. Por meio desse fundo, o BNDES financia a construção de
projetos de energia sustentável e securiza a fase operacional menos arriscada de projetos
de energia sustentável.

O aumento da precificação do banco está sendo impulsionado pelos esforços do governo


para diversificar as fontes de financiamento para infraestrutura no país, mas o
financiamento de baixo custo continuará sendo necessário, especialmente para tecnologias
que são novas para o mercado.
● Blended Finance para Zero conversão

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada pela Organização das


Nações Unidas (ONU) em 2015, estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) que vão desde a redução da pobreza,segurança alimentar, saúde e educação até a
mitigação das mudanças climáticas. A realização de muitos desses ODS exigirá uma
infraestrutura eficiente – de sistemas de transporte a instalações de plantas de geração de
energia e redes de água e saneamento – e, portanto, investimentos. No entanto, seis anos
após o estabelecimento da agenda, a lacuna de investimentos nos ODS permanece na
casa dos trilhões e a maioria dos fluxos financeiros não está alinhada com o Acordo de
Paris sobre mudanças climáticas.

O Relatório de Investimento Mundial de 2021, divulgado em junho de 2021, explica que os


investimentos diminuíram globalmente durante a pandemia da Covid-19. Os fluxos de
Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) caíram 35%.

No contexto da realização dos ODS nos países em desenvolvimento, os investimentos em


infraestrutura são essenciais, não apenas pela sua parcela nas necessidades estimadas,
mas também porque os serviços de infraestrutura possibilitam o desenvolvimento de outros
setores. Por exemplo, para desenvolver uma cadeia de suprimentos adequada de alimentos
para atingir a meta de “Fome zero” em um determinado país, vários ativos de infraestrutura
são necessários, como transporte, energia e água.

- Nos últimos anos, impulsionado pelos compromissos do Acordo de Paris e pela


crescente preocupação global com questões ambientais, o setor de Finanças
Sustentáveis no Brasil vem se expandindo e amadurecendo. No entanto, ainda está
longe de atingir todo o seu potencial, considerando que o Brasil é uma das maiores
economias do mundo e apresenta uma lacuna considerável em infraestrutura que
poderia ser suprida por instrumentos de finanças verdes, conforme explicado no
capítulo anterior.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)


Historicamente, o BNDES tem feito contribuições significativas na aceleração do
desenvolvimento do mercado sustentável brasileiro. Além de emitir um importante título
verde internacional em 2017 (USD 1 bilhão), a instituição, mais recentemente, emitiu BRL 1
bilhão em Letras Financeiras Verdes (LFV), na primeira transação do gênero. O LFV é um
instrumento local que garante que os recursos sejam destinados ao financiamento de
projetos sustentáveis e é certificado por uma empresa de segunda opinião especializada na
área de finanças sustentáveis. É importante ressaltar que essa emissão foi realizada
inteiramente no mercado interno brasileiro, com maturidade de dois anos e taxa de CDI
+0,45% ao ano. Os fundos dessa emissão serão alocados para projetos de geração eólica
ou solar.

Titulo verde:

Um Título Verde é um instrumento de investimento em dívida no qual uma entidade toma


emprestado fundos de
investidores por um período definido, a uma taxa de juros fixa ou variável, com o objetivo de
financiar projetos relacionados ao clima ou ao meio ambiente.
Os Princípios de Títulos Verdes, estabelecidos pelo ICMA, definem diretrizes voluntárias
para emissões de Green Bonds. Os componentes principais são:

Uso de Rendimentos: Os recursos devem ser direcionados para Projetos Verdes com
benefícios ambientais claros, que seriam avaliados, medidos e relatados pela instituição
mutuária.

Processo para Avaliação e Seleção de Projetos: Divulgação dos objetivos de


sustentabilidade do projeto, de como o mutuário se encaixa no projeto dentro das categorias
Projeto Verde e dos critérios de elegibilidade relacionados.

Gestão de Rendimentos: Transparência e governança do processo de gestão.

Relatórios: Divulgação adequada do uso de receitas e impactos do projeto.

Referencia bibliografica:

ERNST & YOUNG LLP STRATEGY AND TRANSACTIONS (Londres); CARBON TRUST;
SITAWI FINANCE OF GOOD; IMCWORLDWIDE. Relatório de Instrumentos Financeiros
e Mecanismos de Mitigação de Riscos. C, [S. l.], p. 1, 9 abr. 2021.

SITAWI; WWF-BRASIL. Blended Finance para Zero conversão. [S. l.: s. n.],

Link dos dados:

-cacau .

https://www.taboa.org.br/images/Relatorio_CRASustentavel_Digital_Compacto.pdf

https://www.taboa.org.br/index.php/a-taboa/publicacoes

- so para não perder

Em 2015, aconteceu em Nova York, na sede das nações unidas a comunidade internacional se
comprometeu a uma visão global compartilhada para o alcance do desenvolvimento
sustentável. Foi desse encontro, que surgiu os 17 objetivos para o desenvolvimento
sustentável (ODS) que devem ser alcançados até o ano de 2030. Entre esses objetivos estão
como por exemplo a erradicação da pobreza e cidades e comunidades sustentáveis, em geral
os objetivos identificam áreas que que precisam de mais recursos.

Porém, segunda a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),


seria necessário um investido de 2,5 trilhões de dólares para que fosse viabilizado o
cumprimento de todos os ODS, entretanto, não seria possível que alancar essa quantia
dependendo somente do capital público, isso sem considerar os impactos gerados devido a
pandemia de Covid-19.

Com isso, foi levantando a necessidade da utilização do investimento privado,


a mobilização desses recursos financeiros precisa de um mecanismo que
consiga diminuir os riscos de investimento e que consiga encorajar os investidores,
geralmente por meio do investimento de impacto e do blended finance.

- Com isso, utilizando essas estruturas é possível trazer o investimento privado para os
países em desenvolvimento em prol de cumprir todos os ODS, e ainda melhorar a
economia desses países,
Blended finance:

O blended finance, é um tipo de financiamento realizado através do uso do capital catalítico,


que baseia-se em utilizar capital público e filantrópico para alavancar o investimento do setor
privado, utilizando assim de uma abordagem estruturante, isso porque proporciona que
diferentes tipos de capital ( comercial ou de impacto) invistam juntos para que sejam
atingidos seus objetivos particulares ( sociais, financeiros ou então mistos). Tem como foco
os países em desenvolvimento para que seja gerado um impacto no desenvolvimento global.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a


estrutura do blended finance, consiste em três principais características. São elas, a
alavancagem, o impacto e o retorno financeiro. A alavancagem é utilizada para a arrecadação
do capital privado com o uso do capital público e/ou filantrópico. O impacto é o que está
focado no impacto, podendo ser ele ambiental, social e do desenvolvimento econômico
sustentável. O a última característica está relacionada com o retorno financeiro, que consiste
em ser o retorno para aqueles investidores com a expectativa de mercado.

Devido a utilização desse tipo de abordagem , o blended finance é visto como uma das
possíveis maneiras para tornar o cumprimento dos 17 ODS até o ano de 2030. Isso porque,
segundo Marcos Gorini, para o cumprimento do Acordo de Paris e das metas dos ODS,
retirando os dados da ONU, estaria estimado um gap de 2,5 trilhões de dólares por ano em
financiamento. No ritmo seguido até agora só seria possível que as metas fossem alcançadas
em 2085.

Porém, segundo projeções, naturalmente os ativos financeiros globais em circulação se


igualam a US $350 trilhões, portanto, na teoria não é a falta de capital para atingir a demanda
colocada pelos ODS. Mas existe sim um problema no alocamento desse ativo.

E é nesse momento que uma estrutura igual ao blended finance entre, já que os próprios
objetivos possuem grandes oportunidades para alavancar o investimento do setor privado.
Porém , segundo a Convergence, existem dois tipos de barreiras que os investidores apontam
“ (i) alto risco percebido e real e (ii) baixo retorno percebido para o risco como barreiras ao
investimento em países em desenvolvimento.” (Convergence…). Com isso, é necessário que
os países em desenvolvimento arranjem mecanismos para mitigar essas barreiras.

Os países em desenvolvimento representam 49% do PIB mundial, porém, apenas uma


pequena parcela dos mercados de capitais globais acabam indo para esses países. Isso porque,
existem alguns desafios, como por exemplo, o mercado financeiro local não funcionar de
forma eficiente. O que gera para o investidor privado um risco muito alto que muitas vezes
não é recompensado pelo retorno.

E é a partir dessa situação que o capital público ou filantrópico, podem ser utilizados para
mitigar o risco ou então ajustar o retorno ao risco. As formas de mitigar o risco levantada
pelo Convergence estão relacionadas a melhorar as condições para solicitação de créditos,
colocar uma limitante para a exposição de perda negativa, entre outros. Já do outro lado, para
aumentar o retorno, a estratégia que pode ser utilizada é a de promover incentivos para as
performances de sucesso internacionais.

Uma das instituições que é responsável por fazer esse papel de mitigação de risco e a
melhoria dos retornos são os bancos Bancos nacionais de desenvolvimento (NDBs), no
Brasil o banco que mais tem influência em relação ao blended finance é o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo a OCDE, o BNDES é um dos maiores bancos relacionados ao desenvolvimento do


mundo. Em 2017, os ativos estimados do banco chegaram a ser responsáveis por 13% do
PIB, desempenhando assim, um papel importante para o financiamento de infraestrutura no
Brasil. A S&P Global Ratings (2017), aponta que cerca de 70% a 80% de todo o
financiamento de infraestrutura brasileiro nos últimos 10 anos, foi de responsabilidade do
banco. Isso indica que o banco está indo na direção oposta do que está acontecendo com o
mundo nesse momento, que apresenta uma queda dos desembolsos.

Muitas vezes, devido ao fato de ser o principal instrumento de financiamento, o BNDES,é um


grande implementador de planos e políticas relacionadas ao meio ambiente. Como por
exemplo, ele que faz a administração do Fundo Amazônia, além de ser fundamental para a
implementação e o desenvolvimento da indústria eólica no Brasil.
Portanto, é possível imaginar um cenário brasileiro, onde o BNDES junto com outras
agências que tem como especialidade o financiamento, onde é possível evoluir na questão do
desenvolvimento sustentável por meio do blended finance.

Também ocorreu em 2015, em Adis Abeba, um encontro das Nações Unidas, onde foi
defendido que seria necessário um empenho das organizações da sociedade civil,
administrações públicas e entidades do setor privado para conseguir soluções que mitiguem
os efeitos socioambientais que são consequências das mudanças climáticas (United Nations,
2015)

- Financiamento misto nos países mais pobres

Os formuladores de políticas falam muito sobre o potencial do financiamento misto para


mobilizar somas significativas de financiamento privado. Altos índices de alavancagem
financeira estão no centro de seus argumentos para investir AOD em financiamento misto,
mas nossa pesquisa mostra que os índices reais de alavancagem são realmente muito
baixos. Nosso banco de dados mostra que, em média, para cada US$ 1 de recursos MDB e
DFI investidos, o financiamento privado mobilizado chega a apenas US$ 0,37 em LICs, US$
1,06 em países de renda média baixa (LMICs) e US$ 0,65 em países de renda média alta
(UMICs) . Os rácios de alavancagem são geralmente baixos em todos os setores, com um
rácio ligeiramente mais elevado nos setores sociais e os rácios mais baixos nos LIC e na
infraestrutura dos países de rendimento médio (MIC).

*O uso de financiamento concessional para combinar pode ajudar a abrir e criar novos
mercados, promover a inovação e investir nos estágios iniciais dos projetos, quando os
níveis de risco são mais altos e quando os investidores privados precisam de um maior grau
de mitigação de risco. Os dados sugerem, no entanto, que os MDBs e DFIs estão usando
principalmente dívida sênior menos arriscada, em vez de instrumentos que apreciam mais o
risco para assumir o risco em estágio inicial ou 'pioneiro', como dívida subordinada, ações,
facilidades de compartilhamento de risco, garantias ou subsídios.

As aspirações são altas, mas há uma avaliação política limitada do potencial do


financiamento misto em contextos específicos. Os formuladores de políticas precisam
entender melhor quando, onde e como usar uma abordagem de finanças combinadas,5 e
as circunstâncias em que ela representa uma boa relação custo-benefício
Mudar os incentivos políticos nos níveis bilateral e multilateral para encorajar um maior uso
da ODA para mobilizar financiamento privado adicional significa que veremos um aumento
do investimento da ODA em financiamento misto. No entanto, três tendências destacam o
risco de que esse grande impulso para o financiamento misto possa afastar a APD dos LICs
eo investimento em saúde, educação e proteção social necessário para erradicar a pobreza
extrema:

• Primeiro, embora os volumes de financiamento privado mobilizados por meio do


financiamento misto estejam crescendo a cada ano, os valores são muito limitados em
comparação com a lacuna de financiamento estimada para os ODS. As melhores
estimativas de financiamento privado mobilizado por meio de financiamento combinado por
MDBs, DFIs e doadores em LICs e MICs variam de US$ 3,3 bilhões (DFI Working Group,
2018) a US$ 27 bilhões anualmente (Benn et al., 2017). Isso sobe para US$ 59,4 bilhões se
usarmos os dados mais recentes sobre a mobilização direta e indireta total (Banco Mundial,
2018a).
• Em segundo lugar, o financiamento privado mobilizado está fortemente concentrado nos
MICs, com muito pouco mobilizado nos LICs. As melhores estimativas de financiamento
privado mobilizado por MDBs, DFIs e doadores em LICs parecem estar na faixa de US$ 725
milhões (Benn et al., 2017) a US$ 1,6 bilhão anualmente (Banco Mundial, 2018a). O limite
superior da faixa sobe para US$ 5,3 bilhões se considerarmos a mobilização direta e
indireta total relatada mais recentemente pelos BMDs (ibid.).
• Em terceiro lugar, o financiamento misto mobiliza predominantemente o financiamento
privado em setores econômicos “difíceis”, com muito pouco indo para os setores

- Não existe uma definição comum de financiamento misto no nível oficial. a falta de
um quadro conceptual comum apresenta desafios em termos de recolha de dados,
análise e comparabilidade.
nenhuma metodologia comum para medir o financiamento misto em uma base consistente e
comparável, com óbvias implicações adversas para transparência, responsabilidade e
formulação de políticas eficazes
- A falta de transparência e responsabilidade prejudica os esforços oficiais para
defender o aumento do investimento em finanças combinadas e mina a confiança do
público nessa abordagem.

Pag- 18 ( MUITO IMPORTANTE)

grupo gaia:
-
A Gaia nasceu em 2009 para construir um mercado financeiro mais humano.

Com mais de R$ 20 bi em operações, era composto por empresas de investimentos de


impacto (Gaia Impacto) e tradicionais (Planeta).

Em março de 2022, a Planeta foi vendida. Os recursos da venda e as ações da Gaia foram
doados para a ONG criada com objetivo de fazer investimentos de impacto.
O Grupo seguiu com o mesmo time e, principalmente, os mesmos Valores e Causas. O que
mudou? Que todo o lucro é destinado para Causas Sociais por meio dos próprios
projetos.

Seis anos de duração começados em 2020.


Grupo taboa:

A Tabôa é uma organização sem fins lucrativos, que tem como


missão fortalecer comunidades pelo acesso a conhecimentos,
recursos financeiros e estímulo à cooperação, para que
pessoas, negócios e organizações realizem seu potencial,
rumo à sustentabilidade, a partir de Serra Grande, município
de Uruçuca, Sul da Bahia. Para tanto, fomenta iniciativas de
base comunitária e empreendimentos socioeconômicos,
valorizando cultura, diversidade e vocações locais.

Fundada em 2014, iniciou suas atividades no distrito de Serra


Grande, Uruçuca/BA, e em comunidades do entorno do Parque
Estadual da Serra do Conduru (PESC). A partir de 2017,
ampliou sua atuação para outras comunidades localizadas nos
municípios de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré. E, atualmente, suas
ações alcançam 28 municípios baianos, distribuídos entre os
territórios do Litoral Sul, Irecê e Médio Rio de Contas

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