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O livro “1491, Novas Relações das Américas antes de Colombo”, lançado em

2005 pela editora Objetiva e escrito por Charles C. Mann. O livro ganhou o
Prêmio Nacional de Comunicação Acadêmica de melhor livro do ano e como foi
escrito por um jornalista norte-americano especializado em temas científicos,
aborda muitos dados e temas de forma diferente. “Em vez disso, este livro
explora o que creio constituir os três focos principais das novas descobertas:
demografia índia (Parte I), origens índias (Parte II), e ecologia índia (Parte III).”
(Mann, 2005, p.XI).

Este livro aborda todo tipo de polêmica sobre a questão dos índios pré-
colombianos, começando com o estudo da demografia e chegando as técnicas
de desenvolvimento cultural e cultivo. Diferente da visão de outros autores, que
aborda a chegada de Colombo em uma América pouco povoada e que os
povos se voltam a seguir os hábitos totalmente europeus, Mann escreve de
forma diferente, afirmando ser o continente Americano mais populoso do que a
Europa antes de 1491.

De grande importância principalmente na Parte I, é o estudo das cidades


astecas que incrivelmente analisada era constituída por ruas limpas, grandes
jardins e água potável. Utilizando da comparação do desenvolvimento dos
egípcios e suas pirâmides, as primeiras cidades do continente já prosperavam.
“Ao combinar os frutos de vários ecossistemas, as culturas andinas não só
usufruíram uma vida melhor do que a que poderiam ter arracando de um único
lugar, como também distribuíram o risco frequente de catástrofes naturais na
área.” (Mann, 2005, p.72)

Na Parte II começa com diversos relatos de estudiosos acerca da chegada dos


europeus e o pensamento dos índios com os novos visitantes. “O contato com
os índios causou consideravelmente mais consternação para os
europeus.”(Mann, 2005, p.153)

O aumento da compreensão da antiguidade, diversidade, complexidade e


sofisticação tecnológica das sociedades índias serão agora estudadas, onde o
ato arrojado de manipulação biológica consciente resultou na introdução do
milho índio até mesmo na Europa. “O milho índio teve um impacto equivalente
em grande parte do resto do mundo depois que Colombo o introduziu na
Europa.” (Mann, 2005, p.215).

O aparecimento da roda se deu em com os povos olmecas com as usando em


brinquedos, e só souberam que tal objeto tinha esse nome com a vinda de um
engenheiro italiano. “Ele pareceu positivamente ofendido pelo fato de os
olmecas não encararem o mundo do mesmo modo que um engenheiro
contemporâneo europeu.” (Mann, 2005, p.238)

O tema principal da última parte do livro passa a ser a Amazonia, onde os


índios desenvolveram grandes fazendas que não destruiam a floresta e
cultivavam alimentos, contrario do que fazia o homem moderno.”Curiosamente,
contudo, os ambientalistas também descrevem a história americana nativa
como se fosse a encarnação da lição precisamente oposta: como viver em
equilíbrio com a natureza.”(Mann, 2005, p.263)

As sociedades indígenas construíram um notável corpo de conhecimento sobre


como melhorar e manusear o seu meio ambiente, principalmente na amazonia,
composta também por um terço savana e com terreno úmido e íngrime. “Os
índios tinham transformado talvez um quarto da floresta amazônica em cultivos
e florestas agrícolas - uma área do tamanho da França e da Espanha juntas.”
(Mann, 2005, p.341).

Os índios do continente Americano foram dominados pelos europeus, não


pelas armas e violência, mas sim pelos vírus e infecções, como a varíola, sífilis
e outros que dizimaram os índios. “Ninguém duvida hoje que bactérias e vírus
europeus tenham tido um efeito ruinoso sobre as Américas.” (Mann, 2005,
p.373).

O autor confessa que muito do que escreve é especulação e precisa de estudo


aprofundado, mas a vasta bibliografia e estudos desde a história à biologia, faz
com que a intenção do autor não é fazer um relato cronológico do continente
americano antes da chegado dos europeus, nem mesmo falar de todas as
mudanças ocorridas.

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