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UNIDADE 2

ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL

PRECIFICAÇÃO EM ODONTOLOGIA

AUTORA
Maria Isabel Aguilar
APRESENTAÇÃO

A disciplina de Orientação Profissional, destinada aos estudantes no último


semestre da graduação, tem por objetivo promover o conhecimento básico em
áreas da gestão empresarial. O curso abrange 03 Módulos com 02 aulas cada,
total de 06 aulas.

Nesta primeira unidade de aprendizagem, abordaremos temas como a liderança


organizacional, tipos de liderança. Atualmente o líder influencia de maneira
decisiva o clima organizacional, colaborando para que haja um ambiente muito
mais agradável, inclusivo e técnico. O objetivo é que o aluno entenda a
importância do atributo liderança e tente aplicar os componentes em suas
atividades profissionais em grupo, seja como responsável técnico ou parte de
uma equipe.

Para o Cirurgião Dentista os conhecimentos de gestão financeira, podem ser


decisivos na manutenção de um consultório ou clínica. Conhecer os conceitos de
despesa e receita, bem como o equilíbrio entre elas se torna um fator
preponderante para alcançar o sucesso financeiro.

OBJETIVO DA UNIDADE

Compreender receita e despesa;


Conhecer os mecanismos de precificação;
Entender a importância de repassar ao cliente o valor correto do custo do
procedimento.

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CONHEÇA O
CONTEUDISTA

Maria Isabel Aguilar


Cirurgiã Dentista, graduada pela UMESP – SP;
Mestre em Saúde Coletiva - Santa Casa - SP
Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial – SP;
Especialização em Radiologia – Academia Brasileira de Medicina Militar – SP;
Especialização MBA em Administração Hospitalar – SP;
Pós Graduação em Ciências Militares – Escola de Saúde do Exército - RJ

A conteudista é Oficial Dentista de Carreira do Exército Brasileiro, servindo na


Odontoclínica do Hospital Militar de Área de Brasília. Como militar além da área de
assistência odontológica na cirurgia, radiologia e dor orofacial, atuou também na
Gestão de Serviços de Saúde como Oficial da Diretoria de Saúde na Subdiretoria
Técnica, participando de diversos grupos de trabalho em áreas técnicas da
odontologia e conexas, como de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear,
além de ter participado de diversas missões nacionais e internacionais com finalidade
acadêmica de instrução e formação de quadros. Foi concursada pelo Governo do
Estado de São Paulo, onde atuou por mais de dez anos como plantonista de pronto
socorro na especialidade de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, além de ter
sido nomeada Chefe do Ambulatório de Odontologia do Instituto Paulista de Geriatria
e Gerontologia, desenvolvendo atividades de gestão pública e saúde coletiva.
Atualmente é Auditora da Junta Desempatadora de Terceira Opinião na área da
Cirurgia Facial do convênio CASSI, exerce a docência há mais de 15 anos e é
Professora do Curso de Odontologia do ICESP/DF.

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UNIDADE 2
Conceito de Receita e Despesa

As receitas e as despesas de uma empresa representam a movimentação


financeira que determina a sua lucratividade. Elas fazem parte da base da gestão
contábil, e conhecer esses conceitos é fundamental. Nas contas do grupo de
receitas são registrados todos os valores recebidos pela empresa. Eles podem ser
provenientes da operação direta, como venda de produtos ou serviços, de
receitas não operacionais, como juros recebidos, e, até mesmo, da venda de um
ativo que não é mais utilizado.

A receita é o capital (dinheiro) que é recebido vindo da atividade da empresa. Ou


seja, são os valores que a sua companhia ganha com a venda dos produtos, dos
serviços, das aplicações financeiras, das cobranças de direitos autorais e de
imagem, entre outros. A receita é o direito da empresa de receber um
determinado montante, no imediato ou num momento futuro. Resulta, por
exemplo, de operações de venda de bens e de prestação de serviços. A receita
faz parte dos ativos no balanço de contabilidade de uma empresa ou
empreendimento.

No caso de uma pessoa física, a receita é o que ela tem para receber no período
(salário, aposentadoria, pagamento pela venda de algum bem ou serviço, retorno
de um investimento, etc.). A receita tem um impacto positivo sobre o balanço
contábil, quanto maior a receita, maior a possibilidade de lucrar. A receita tem um
impacto positivo sobre o balanço contábil, quanto maior a receita, maior a
possibilidade de lucrar. Lucro: De maneira geral, o lucro representa as receitas
menos as despesas. As receitas de um negócio fazem parte do cálculo dos lucros.
Elas representam o lado positivo da conta Assim, uma grande receita possibilita
que após todas as despesas ainda haja alguma sobra, podendo ser poupada ou
reinvestida para gerar mais receita.

Receitas maiores que as despesas = Lucro (superávit)


Despesas maiores que as receitas = Prejuízo (déficit)

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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Tipos de receitas

As receitas podem ser agrupadas em 7 tipos, que vamos detalhar abaixo:

1. receita bruta: representa o faturamento, ou seja, todo valor referente às


vendas de produto ou serviço;
2. receita líquida: é a receita bruta menos os descontos, como impostos,
devoluções de mercadorias e descontos concedidos na venda, entre outros;
3. receita principal ou primária: é aquela gerada a partir da atividade principal da
empresa;
4. receita secundária: é a receita gerada a partir de uma atividade secundária da
empresa, como a venda de produtos correlatos aos principais;
5. receita de sobras de materiais: receita vinda da venda de materiais que
sobraram no processo de produção, mas que podem ser aproveitados em
outras empresas;
6. receita não operacional e não recorrente: é proveniente de atividades
esporádicas, que não estão relacionadas à atividade principal da empresa;
7. receita financeira: é a receita vinda dos rendimentos de aplicações financeiras.

O grupo de despesas é composto pelas contas em que são registrados todos os


desembolsos realizados pela organização, como pagamento de funcionários e
fornecedores, compra de matéria-prima ou equipamentos e pagamento por
serviços de terceiros. É aqui que a empresa consolida os passivos. As despesas
são os valores desembolsados na manutenção do dia a dia da empresa. É o
dinheiro que precisa ser gasto para que o negócio funcione. As despesas não
geram renda para a organização, assim, todo o dinheiro que sai da empresa
como despesa, não retorna.

Por isso, elas são o componente negativo do cálculo de lucratividade de um


empreendimento.

Despesa é a obrigação que a empresa tem de efetuar um determinado


pagamento, no imediato ou em momento futuro. Está relacionada, por exemplo,
às operações de compra de bens e serviços. Despesa é o gasto com a compra de
um bem ou produto, folhas de pagamentos, impostos, parcelas de
financiamentos, cobranças por consumo, aluguel ou outras taxas que visem a
manutenção ou operacionalização de um projeto. Em outras palavras, despesa
representa a saída de capital de uma pessoa ou empreendimento durante um
ciclo financeiro (anual, trimestral, mensal, etc.) de um projeto já em curso. O
conceito de despesa diferencia-se do conceito de custos porque não está
diretamente relacionado com a atividade-fim e não incide diretamente sobre o
preço final do produto.

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Tipos de despesas

As despesas de uma empresa podem ser classificadas em dois tipos: regulares e


extraordinárias.

Despesas regulares

As despesas regulares são aquelas que são previsíveis e ocorrem com


regularidade. Algumas despesas mensais, como pagamentos de salários, tributos,
aluguéis e contas de consumo (como água, energia e Internet), são os principais
exemplos.

Despesas extraordinárias

Como o próprio nome já diz, as despesas extraordinárias são aquelas que


acontecem fora da normalidade da empresa. Alguns exemplos comuns são os
pagamentos de multas, de realização de reparos emergenciais e os gastos com
processos judiciais. As receitas têm como origem à venda de produtos ou
serviços, enquanto as despesas são os pagamentos relativos à compra de
produtos e a contratação de prestadores de serviços com o objetivo de garantir
as receitas.

Receitas e Despesas financeiras

As receitas financeiras são relacionadas aos fluxos da empresa de caráter


monetário, como os juros recebidos, rendimentos das aplicações financeiras, ou
qualquer outro ganho que seja pode esse meio.

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Receitas e Despesas operacionais

As receitas ou despesas, quando operacionais, estão diretamente ligadas às


atividades principais da empresa e seu objetivo social. Quando as receitas ou
despesas são consideradas não operacionais quando não apresentam relação
com a atividade-fim, por exemplo se uma empresa recebe uma indenização por
um seguro.

Diferença de Receitas e Despesas com Entradas e Saídas de Dinheiro

As receitas e despesas, quando ocorrem, não estão diretamente ligadas aos


recebimentos ou pagamentos. Como no caso de um empréstimo feito, em que há
entrada de dinheiro no caixa, mas não houve uma receita. A diferença é melhor
notada quando a transação feita só se liquida após um prazo (compra ou venda a
prazo), por exemplo por uma compra de mercadorias para pagamento posterior.

Calculando Gastos Fixos do Consultório

Conta de água, luz, telefone e internet;


Salários dos funcionários;
Impostos;
Aluguel;
Materiais odontológicos;
Materiais de estoque, como papel higiênico, copo descartável, etc

O cálculo base das despesas fixas corresponde a receita mínima para manter o
funcionamento do seu negócio. Conhecer a fundo os conceitos de receitas e
despesas fará toda a diferença na rentabilidade da sua empresa. Várias
ferramentas de gestão podem auxiliar você a controlar essas informações e
tomar as melhores decisões. Qual é a classificação das contas contábeis?

Geralmente, as contas contábeis de uma empresa são classificadas em ativos,


passivos, receitas e despesas. Elas são utilizadas justamente para organizar os
registros, dando nome a cada movimentação realizada pelo negócio. Sem esse
método, fazer a análise fica muito mais difícil. Vamos entender a que atividade ou
bem se refere cada uma das contas contábeis.

Ativos

Neste grupo ficam as contas nas quais são registrados os bens, créditos e direitos
que compõem o patrimônio da empresa. Alguns exemplos de ativos são: estoque
(de produtos acabados ou de matéria-prima); bens, como máquinas,
equipamentos e prédios; e ainda contas de ativos financeiros, como
investimentos ou duplicatas a receber.

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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

A sede da empresa, por exemplo, se for própria, é contabilizada como um ativo,


pois faz parte do patrimônio. Da mesma forma, os resultados da participação em
um fundo imobiliário também podem entrar nesta classificação, pois a aplicação
foi realizada com recursos do negócio e com o objetivo de aumentar o
patrimônio. É algo menos palpável, mas é um bem da empresa.

E no caso de dívidas, são os ativos da empresa que entram na conta para pagar
os credores. O saldo dos investimentos, a sede e o maquinário podem ser
utilizados para honrar esses pagamentos após uma determinação da justiça.

Passivos

Aqui ficam as contas em que são registrados os deveres e obrigações da empresa


com terceiros, como parceiros de negócio, bancos e governos. Alguns exemplos
de passivos são pagamento dos fornecedores, empréstimos e financiamentos,
obrigações fiscais e sociais. Geralmente, são registros em longo prazo, ou seja,
compromissos assumidos por um determinado período de tempo. Imagine que
uma empresa comprou um bem e ele entrou na classificação das contas
contábeis como ativo. O financiamento que ela fez para adquirir esse imóvel,
consequentemente, entra nas contas do passivo, pois configura um compromisso
que o empresário assumiu com um banco ou com a instituição que cedeu a
quantia. O mesmo pode ser dito da matéria-prima. O material adquirido entra
como um ativo do negócio, mas os pagamentos periódicos feitos de forma
parcelada aos fornecedores são contabilizados como passivos.

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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

PRECIFICAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Como o próprio nome já diz, as despesas extraordinárias são aquelas que


acontecem fora da normalidade da empresa. Alguns exemplos comuns são os
pagamentos de multas, de realização de reparos emergenciais e os gastos com
processos judiciais. As receitas têm como origem à venda de produtos ou
serviços, enquanto as despesas são os pagamentos relativos à compra de
produtos e a contratação de prestadores de serviços com o objetivo de garantir
as receitas. Para garantir o funcionamento saudável do seu consultório ou clínica,
a precificação de serviços odontológicos é essencial. A precificação também
define a renda do profissional e influencia na aceitação do público, por isso,
precisa ser muito bem calculada. Mas precificar os serviços odontológicos pode
ser um desafio para o dentista e gerar muitas dúvidas.

O que deve ser considerado?

Quais fatores influenciam no preço e devem ser computados na planilha do


consultório? Para o atendimento é necessário definir um valor para os produtos
ou serviços que sua clínica/consultório oferecem. Os valores dos seus
procedimentos, também devem ser incluídos pelo profissional para criar sua
planilha de preços. A correta precificação de serviços odontológicos garante a
lucratividade da clínica, a cobertura de todos os seus gastos, a renda do
profissional e ainda influencia na aceitação e satisfação do público.

Considerações sobre como precificar os procedimentos em seu consultório:

1.Coloque no papel todas as despesas do consultório

Em primeiro lugar, você deve elencar todas as despesas fixas e variáveis do


consultório, tais como: aluguel da clínica;
salário de funcionários;
prestações de máquinas;
compras de materiais odontológicos e de escritório;
contas de água, luz e internet.

Com o valor total de custos mensais, é possível ter uma noção da receita mínima
necessária para manter o funcionamento do consultório.

2. Estude os custos de cada procedimento

Você também precisa estudar os custos de cada procedimento, incluindo o uso


de materiais e das habilidades profissionais envolvidas. Sabendo disso, você
conseguirá definir qual o valor da sua hora de trabalho e qual o tempo necessário
para a realização dos diferentes serviços oferecidos no seu consultório.

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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

3. Defina qual a faixa de lucro desejado

Para fazer uma correta precificação de serviços odontológicos, é fundamental que


você determine qual o lucro desejado no fim do mês. Além de levar em conta as
despesas do consultório, os custos de cada procedimento e da hora trabalhada,
saber quanto você deseja faturar é fundamental para não acabar cobrando um
valor insuficiente.

4. Tenha uma reserva para imprevistos

É importante que os preços do seu consultório garantam não apenas a


manutenção das principais despesas e do seu lucro, como também que sejam
suficientes para cobrir custos não planejados. Lembre-se de que eletrônicos
quebram, máquinas devem ter manutenção e paredes podem precisar de
reformas eventualmente.

5. Faça uma pesquisa de mercado

Se você está seguindo as dicas anteriores, já tem uma noção dos valores mínimos
que você precisa receber no fim do mês. Agora é hora de fazer uma análise da
concorrência para não acabar colocando preços que estejam muito abaixo ou
muito acima da média de mercado — tanto um extremo quanto o outro podem
ser ruins para o seu consultório.

6. Pense em descontos para garantir a fidelização sem perder o lucro

Fidelizar pacientes é uma ótima estratégia, isso porque oferecer um bom serviço
e manter os números do seu consultório exige menos esforço do que captar um
novo público. Para conseguir alcançar esse objetivo, é fundamental que você
tenha descontos e promoções, mas definindo o valor máximo de abatimento que
é possível dar em cada orçamento para que você não saia no prejuízo.

7. Faça avaliações de lucratividade frequentemente

Por último, adote sistemas de avaliação que identifiquem não somente a


satisfação dos pacientes com a qualidade e a precificação de serviços
odontológicos do seu consultório, como também a sua lucratividade. É normal
que as despesas da clínica e os custos com procedimentos variem bastante ao
longo do tempo. Da mesma forma, as suas necessidades financeiras podem
mudar muito de um semestre para o outro e as tendências do mercado podem ir
da água para o vinho sem mais nem menos. É fundamental, portanto, que você
avalie se os seus preços estão atendendo às suas necessidades com frequência,
atualizando-os sempre que for preciso.

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DICAS DO
PROFESSOR

Observe prezado aluno, os pontos de destaque do nosso texto:

compreender a importância de receita e despesa;


definir a faixa de lucro desejado;
entender os custos envolvidos em cada procedimento;

Seguem algumas sugestões para complementar a aula da disciplina

1. Vídeo
https://powerdoctor.com.br/como-formular-preco-na odontologia/
https://hotmart.com/product/precificacao-como-calcular-os-custos-dos
procedimentos-odontologicos/W33 396275W

2. Artigo

Liderança autêntica: uma revisão integrativa


Aulina Judith Folle Esper, Cristiano José Castro de Almeida Cunha NAVUS - Revista
de Gestão e Tecnologia 2015, 5(2)

Folle Esper, Aulina Judith, Castro de Almeida Cunha, Cristiano José Liderança
autêntica: uma revisão integrativa. NAVUS - Revista de Gestão e Tecnologia [em
linha]. 2015, 5(2), 60-72[fecha de Consulta 22 de Março de 2021]. ISSN: .
Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa? id=350450617007

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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO

Questão 1: As contas contábeis de uma empresa são classificadas em ativos,


passivos, receitas e despesas. Elas são utilizadas justamente para organizar os
registros, dando nome a cada movimentação realizada pelo negócio. Assinale a
alternativa que representa os passivos de uma empresa.

A) Imóveis
B) Instalações modernas
C) Créditos a receber
D) Equipamentos modernos
E) Empréstimos

SEU GABARITO

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ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

SITE: https://fia.com.br/blog/lideranca-organizacional/

SITE: https://www.dentistaorganizado.com.br/noticia.html? id=9&O-desafio-de-ser-dentista-


e-lider-em-um-consu ltorio odontologico.htm

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